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NOME DA INSTITUIÇÃO

GRADUAÇÃO EM DIREITO

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Nome do Aluno

Pelotas – RS
2021
Nome do Aluno

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


na Faculdade de Direito da UFPel como requisito básico para a
conclusão do Curso de Direito.

Orientador (a):

Pelotas – RS
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO..................................................3


2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................5
3. OBJETIVOS..............................................................................................................8
3.1 GERAL....................................................................................................................8
3.2 ESPECÍFICOS........................................................................................................8
4. METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................................9
5. CRONOGRAMA.....................................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO

O instituto da desconsideração da personalidade jurídica é fruto de criação


doutrinária e jurisprudencial, conquanto passou a ser regulamentado por meio do art.
50, do Código Civil de 2002, que permite a desconsideração da personalidade
jurídica para atingir os bens dos sócios quando houver comprovação de abuso de
poder na forma de desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
De fato, longa data assenta-se, no Direito, premissa de caráter universal de
que o patrimônio do devedor é a garantia do credor, consoante o Princípio da
Responsabilidade Patrimonial, ao qual o Poder Judiciário deve atentar.
A instrumentalidade do processo executório, meio pelo qual o crédito em juízo
alcançará a satisfação de seu destinatário concerta-se com a relevância da
efetividade da tutela jurisdicional, ou seja, o resultado do processo, atribuindo a
quem de direito o que o Estado-Juiz lhe reconheceu.
Corolário da diretriz que o magistrado na condução do processo executório,
deve adotar todas as medidas legais para a efetividade do direito constituído, a
jurisprudência, com o fito de resguardar direito dos credores, passou a autorizar a
desconsideração da personalidade jurídica com o redirecionamento da execução em
face de seus sócios diante da insolvência do ente principal.
Tal medida originária dos Tribunais dos países de vocação anglo-saxônica foi
amplamente consagrada, mas, apenas de forma tímida integrava a construção legal
na ordem jurídica pátria em regramento de direito substancial, a exemplo do art. 50
do Código Civil Brasileiro e do art. 28 do Código de Defesa do Consumidor,
publicado em 1990. E, com o advento do Código de Processo Civil de 2015 o
legislador introduziu rito próprio ao Incidente de Desconsideração da Personalidade
Jurídica em seus arts. 133 a 137, sanando debates quanto ao procedimento a ser
utilizado pelo magistrado.
Porém, mais recentemente, por força da Lei nº 13.784/2019 – Lei da
Liberdade Econômica, foi dada nova redação ao art. 50 do Código Civil, que rege,
como já dito, o instituto da desconsideração da personalidade jurídica no
ordenamento pátrio. E, ainda, introduziu o art. 49-A. Logo, faz-se mister averiguar
como o referido diploma legal refletiu na disciplina da desconsideração da
personalidade jurídica, mormente quanto à autonomia patrimonial.
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Desta feita, tem-se como problema de pesquisa a seguinte indagação: Como


a Lei nº 13.874/2019 refletiu na disciplina da desconsideração da personalidade
jurídica no direito brasileiro, na medida em que estabeleceu requisitos mais rígidos
para a aplicação do instituto?
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2. JUSTIFICATIVA

As pessoas jurídicas exercem papel de suma importância na economia do


país, independentemente da modalidade societária. Porém, quando desvirtuados os
fins da pessoa jurídica, pode ser tornar um mecanismo fraudulento e, assim, lesar
terceiros.
Para obstar a utilização desarrazoada da pessoa jurídica, mormente quando
da utilização de meios fraudulentos ou abuso de direito por parte do sócio com a
finalidade precípua de causar danos a terceiros, é que se valem os julgadores da
desconsideração da personalidade jurídica, Teoria de origem controvertida na
doutrina, mas que, no Brasil, ganhou evidencia a partir da década de 1960.
Na atualidade, a Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica
encontra amparo no Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 28, e também no
Código Civil, sendo que naquele diploma o legislador estabeleceu requisitos mais
amplos do que no art. 50 da Lei nº 10.406/2002.
Em meio a esse cenário críticas eram tecidas ao instituto, principalmente por
aqueles que defendiam uma aplicação mais restrita da desconsideração, já que a
simples insolvência, por exemplo, não deve autorizar que se invista sobre o
patrimônio do sócio. É imprescindível o preenchimento de todos os requisitos.
Nesse contexto é que o legislador, por força da Lei nº 13.874/2019 alterou o
art. 50 do Código Civil para estabelecer requisitos mais rígidos para a
desconsideração da personalidade jurídica. E, ao introduzir o art. 49-A no mesmo
diploma legal ressaltou a importância de se observar a autonomia patrimonial,
utilizando-se da desconsideração de forma excepcional.
Portanto, é de suma importância averiguar os reflexos da Lei da Liberdade
Econômica na aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, pois se de
um lado há os interesses dos sócios na efetiva distinção patrimonial há, de outro,
interesses daqueles que se veem lesados pela inexistência de patrimônio da pessoa
jurídica.
Outrossim, por ser a Lei da Liberdade Econômica instrumento legal ainda
recente no direito brasileiro, é importante averiguar como doutrina e jurisprudência
se posicionam diante das alterações legislativas e dos requisitos, repita-se, mais
rígidos para a desconsideração da personalidade jurídica.
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De fato, com o advento da Lei nº 13.874/2019 diversas alterações foram


introduzidas no ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que tal diploma legal
flexibiliza normas trabalhista, a exemplo da dispensa de registro de ponto para
empresas que contam com até 20 empregados, dentre outras questões.
Cumpre esclarecer, nesse ponto, que a Lei nº 13.874/2019, comumente
denominada de Lei da Liberdade Econômica, é oriunda da Medida Provisória nº 881,
de 30 de abril de 2019. Como se extrai da ementa da referida Medida Provisória, seu
objetivo foi instituir a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelecer
garantias de livre mercado, análise de impacto regulatório e dar outras providências
(BRASIL, 2019a). Em suma, a finalidade da Medida Provisória foi estabelecer a
“maior liberdade para os particulares exercerem atividades econômicas, reduzindo
os entraves impostos por intervenções do Poder Público e prestigiando a autonomia
da vontade na celebração de contratos e outros negócios” (BRASIL, 2019a).
Ao presente estudo interessa destacar que a Lei nº 13.874/2019, que resultou
da conversão da supracitada Medida Provisória, também alterou o Código Civil para
dar nova roupagem à desconsideração da personalidade. Vale dizer que com o
advento do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei n º 13.105/2015, o
instituto passou a ter seu procedimento regido no referido Código, o que até então
não existia e gerava insegurança. A Lei de Liberdade Econômica, nesse cenário,
veio alterar as regras de direito material estabelecendo, de forma detalhada, o que é
desvio de finalidade e confusão patrimonial.
De acordo com Michelan (2019), as alterações legislativas se justificam
porque a Desconsideração da Personalidade Jurídica sempre foi temática alvo de
divergências. Logo, a preocupação maior do legislador é exatamente a segurança
jurídica dos sujeitos envolvidos, sendo o Código de Processo Civil e a recente lei da
Liberdade Econômica exemplos da preocupação com o processamento e
julgamento dos pedidos de desconsideração.
Complementa o autor que enquanto o Código de Processo Civil se preocupou
com os aspectos procedimentais, a Medida Provisória supracitada, convertida em lei
em 20 de setembro de 2019, tratou das questões materiais; e, o seu art. 7º alterou o
art. 50 do Código Civil, que apresenta os requisitos para a desconsideração da
personalidade jurídica, “caracterizados pelo abuso da personalidade jurídica,
notadamente, em virtude de seu desvio de finalidade ou confusão patrimonial com
sócios ou administradores” (MICHELAN, 2019).
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Destarte, a pesquisa se justifica pela relevância acadêmica e social do tema,


sem ignorar a contribuição para a seara jurídica, na medida em que se busca
averiguar como as alterações no art. 50 do Código Civil refletem na aplicação do
instituto no direito brasileiro.
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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Averiguar como doutrina e jurisprudência se posicionam ante os requisitos


mais rígidos para a desconsideração da personalidade jurídica em virtude das
alterações imprimidas pela Lei nº 13.874/2019 no art. 50 do Código Civil.

3.2 ESPECÍFICOS

a) Averiguar o conceito, origem e evolução da Teoria da Desconsideração da


Personalidade Jurídica;
b) Apresentar os fundamentos legais da desconsideração no direito brasileiro
nos aspectos material e processual;
c) Identificar os requisitos para a desconsideração à luz das alterações
introduzidas pela Lei da Liberdade Econômica;
d) Verificar o posicionamento doutrinário e jurisprudencial ante as alterações
imprimidas pela Lei nº 13.874/2019 no art. 50 do Código Civil.
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4. METODOLOGIA DA PESQUISA

A pesquisa, quanto ao método de abordagem, é dedutiva. Para Vergara


(2015), trata-se do tipo de método que parte de uma análise geral para responder a
uma questão particular, ou seja, utiliza-se do raciocínio lógico. No caso, serão
analisadas questões gerais afetas à Teoria da Desconsideração Jurídica, seu
surgimento, evolução e consagração no direito pátrio para, então, abordar as
recentes alterações introduzidas pela Lei nº 13.784/2019.
Quanto ao método de procedimento, a pesquisa classifica-se como descritiva.
Segundo Severino (2017), tal modalidade analisa determinado fenômeno e o
conecta com outros. Malhotra (2012, p. 61) define a pesquisa descritiva como aquela
que se propõe a “[...] descrever alguma coisa – normalmente, características ou
funções de mercado”.
Quanto a técnica de pesquisa, esta será bibliográfica. Ou seja, “[...] aquela
que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em
documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.” (SEVERINO, 2017, p. 213).
Logo, os textos se apresentam como principal fonte do tema a ser pesquisado. Ou,
como enfatiza Vergara (2015), o estudo sistematizado se desenvolve com base em
materiais publicados, em fontes físicas ou não, e acessíveis ao público em geral.
Por fim, os dados serão analisados com base em análise de conteúdo que, de
acordo com Severino (2017, p. 200), é a metodologia adotada para o tratamento de
informações constantes em documentos, “sob forma de discursos pronunciados em
diferentes linguagens”, ou seja, “trata-se de se compreender criticamente o sentido
manifesto ou oculto das comunicações”.
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5. CRONOGRAMA

ATIVIDADE PERÍODO
Levantamento bibliográfico Agosto/setembro
2021
Encontros on-line com orientador do projeto do TCC, Agosto/setembro
para definição do tema 2921
Montagem do projeto Agosto/dezembro
2021
Coleta de dados Agosto/outubro
2021
Tratamento de dados Agosto/setembro
2021
Revisão final do texto do Projeto Outubro
2021
Entrega do Projeto Novembro
2021
Revisão bibliográfica inicial Janeiro/março
2022
Encontro com orientador do TCC II Março/julho
2022
Coleta de dados complementares Março/maio
2022
Redação do TCC Março/junho
2022
Revisão final do texto do TCC Junho
2022
Entrega/depósito da Versão final do TCC à Junho
Coordenação do Curso 2022
Avaliação da Versão Final do TCC Julho
2022
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REFERÊNCIAS

BETT, Felipe Fankin; DOS REIS, Gerson Eurico. A desconsideração da


personalidade jurídica. Anais do Salão de Iniciação Cientifica Tecnológica, n. 1,
2021.

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setembro de 2019a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/Msg/VEP/VEP-438.htm. Acesso em: 10 nov. 2021.

BRASIL. Lei 10.406, de 1º de janeiro de 2002: Institui o Código Civil. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em:
10 nov. 2021.

BRASIL. Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990: Dispõe sobre a proteção do


consumidor e dá outras providencias. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.html. Acesso em: 10 nov. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015: Código de Processo Civil.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 10 nov. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019: Institui a Declaração de


Direitos de Liberdade Econômica; estabelece garantias de livre mercado; altera as
Leis nos 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 12.682, de 9 de julho de 2012, 6.015,
de 31 de dezembro de 1973, 10.522, de 19 de julho de 2002, 8.934, de 18 de
novembro 1994, o Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946 e a Consolidação
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;
revoga a Lei Delegada nº 4, de 26 de setembro de 1962, a Lei nº 11.887, de 24 de
dezembro de 2008, e dispositivos do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966;
e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13874.htm. Acesso em:
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COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de direito civil: parte geral, v. 1. 5. ed. São Paulo:
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