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PUBLICAÇÃO
10
NOVEMBRO
2012
Seminário
ESPORTE E DESENVOLVIMENTO HUMANO
a competição em jogo
APRESENTAÇÃO
Esta publicação sintetiza as principais ideias e conceitos trazidos pelos palestrantes, além de
reunir alguns dos trabalhos apresentados.
Desta forma, encerram-se as atividades do ano, mas não se coloca um ponto final na
questão da competição esportiva infantojuvenil, muito pelo contrário. Espera-se que os
horizontes e as práticas se ampliem para que as crianças e adolescentes se desenvolvam
esportivamente tanto em suas atividades de aprendizagem cotidianas como nos momentos
de competição.
Segue o jogo!
Equipe de Coordenação
Programa de Desenvolvimento Humano pelo Esporte
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a competição em jogo
Mesa de Abertura
A COMPETIÇÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: O QUE ESTÁ EM JOGO?
A CAPACIDADE DE COMPETIÇÃO
Profa. Ms. Catalina Naomi Kaneta, Profa. Dra. Maria Tereza Silveira Böhme
(GEPETIJ – LATECA – EEFEUSP)
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOOM, B.S. Developing talent in young people. New York: Ballentine, 1985.
BÖHME, M. T. S; RÉ, A. H. N. O talento esportivo e o processo de treinamento a longo prazo.
In: De ROSE JR., D. e colaboradores. Esporte e atividade física na infância e na adolescência.
Porto Alegre: Editora Artmed, 2009.
CSIKSZENTMIHALYI, M.; RATHUNDE, K.R.; WHALEN, S. Talented teenagers: the roots of
success & failure. Cambridge: University Press, 1997.
De ROSE Jr. D. Esporte, competição e estresse: implicações na infância e adolescência. In: De
Rose Jr., D. Esporte e atividade física na infância e adolescência: uma abordagem
multidisciplinar. Porto Alegre: ARTMED, cap. 7, 2009.
FOUCAULT, M. História da sexualidade (Vol. II: O uso dos prazeres). Rio de Janeiro: Graal.
1984.
KANETA, C.N.; LEE, C. L.; Aspectos Psicossociais do desenvolvimento. In: Maria Tereza
Bohme. (Org.). Esporte Infanto Juvenil Treinamento a Longo Prazo: Teoria e Prática. São
Paulo: Phorte, 2011.
MARQUES, R.F.R. Esporte e escola: proposta para uma ressignificação. 2004. Monografia
(Licenciatura em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas.
MARQUES, A.T.; OLIVEIRA, J. O treino e a competição dos mais jovens: rendimento versus
saúde. In. BARBANTI,V. J. (org). Esporte e atividade física:interação entre rendimento e
saúde. São Paulo: Manole, 2002. Cap. 4.
MASSA, M. Desenvolvimento de judocas brasileiros talentosos. Tese (Doutorado) - Escola de
Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
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a competição em jogo
Apresentação de Trabalhos
BATE BOLA: 1º TEMPO
Felipe Andrés
Nicia Regina Ogawa
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODO
2.1 Amostra
Foram aplicados 27 questionários com técnicos de 13 instituições esportivas de
diferente natureza da cidade de São Paulo: 04 clubes sociais, 04 clubes/centros públicos; 03
organizações não-governamentais, 03 entidades privadas. Os técnicos da amostra atuavam
em 12 modalidades diferentes, conforme distribuição do gráfico 1.
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Basquete
Rugby
4% 4% Voleibol
4%
4% 4% 29% Futsal
4% G. artística
Natação
Futebol
11% Squash
7% Tênis de Campo
7%
11% 11% Atletismo
Luta Olímpica
Karatê
2.2 Instrumento
Esse questionário foi desenvolvido com base no instrumento original utilizado por
(CARDOSO, 2007). O questionário (anexo 1) continha um quadro de dados pessoais, 7
questões fechadas com escala, e uma questão aberta, que não será objeto dessa análise.
Só formação
Assim como ocorreu com o item anterior, nesse caso há uma tendência dos
treinadores de, gradativamente, migrar de preparação diversificada para especialização:
100% só preparação na faixa etária de 6/7 anos, seguido de mais de 70% na faixa etária de
8/9 anos, passando a mais de 50% para mais preparação multilateral do que especializada
nas faixas etárias seguintes, acompanhada de cerca de 40% como mais preparação
especializada que multilateral nas 2 categorias finais, que seguem dos 11 aos 14 anos.
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Gráfico 3 – Opinião dos técnicos quanto à ordem que deveria orientar a preparação para
a competição para cada idade, de acordo com os objetivos formativos.
Só especializada
"Mais preparação
especializada que
multilateral"
"Mais preparação
multilateral do que
especializada"
"Só preparação
divesificada (multilateral)"
Funções da competição
No que se refere ao grau de importância da competição durante a formação
esportiva, deve-se levar em consideração a intenção e a metodologia aplicadas. Desse modo,
para os treinadores entrevistados as funções de maior ênfase são aquelas associadas aos
aspectos psicológicos e sociais, ou seja, as positivas, motivadoras e colaborativas, indicadas
como importante ou muito importante: 88,9% para possibilitar obter sucesso, se superar,
construir autoestima; 92,6% para adquirir, desenvolver valores para futura vida; 96,3% para
possibilitar estar com e fazer novos amigos; e 100% para motivar para alcançar seus
objetivos. Reforçando essa percepção, observa-se que propiciar comparação de suas
habilidades com as dos outros foi indicado por cerca de 52% dos entrevistados como pouco
ou muito pouco importante.
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Valores e atitudes
Considerando-se as competições infanto-juvenis como oportunidades educativas
para introduzir, incutir ou fortalecer valores, percebe-se que, mais uma vez, para os
treinadores entrevistados, a participação competitiva deve contribuir para o
desenvolvimento de valores e desenvolvimento integral do ser humano. Isso porque a
exceção dos valores Jogar bem e Superar e ganhar dos outros, com 40,7% e 59,3%
respectivamente, todos os demais valores pesquisados foram considerados importantes ou
muito importantes por pelo menos 85% dos entrevistados.
Cabe ressaltar que nesse caso as categorias nada importante; muito pouco importante e
pouco importante foram agrupadas para essa análise.
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Gráfico 5 – Opinião dos técnicos quanto ao grau de importância dos valores e atitudes que
podem ser desenvolvidos nas crianças e jovens com participação competitiva nas etapas
de formação
Gráfico 6 – Opinião dos técnicos entrevistados quanto ao nível competitivo por faixa etária
100% 3 3
15 15 15
90% 19
80% 34
23 Competi ções i nternaci onai s
70%
38
60% Competi ções naci onai s
50% 56
32 Competi ções regi onai s/estaduai s
85
40%
28 Conpeti ções l ocai s na própri a
62
30% ci dade
100%
90%
80%
70%
20%
10%
0%
6-7 anos 8-9 anos 10-11 11-12 13-14
anos anos anos
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a competição em jogo
100%
90%
80%
70%
20%
10%
0%
6-7 anos 8-9 anos 10-11 11-12 13-14
anos anos anos
Apesar disso, chama a atenção o fato de que o percentual de técnicos que defendem
competições multilaterais nas faixas etárias iniciais não correponde, na mesma proporção,
aos conteúdos do treino. Isso significa que muitos não reconhecem a necessidade de
coerência entre os conteúdos do treino e da competição, sendo a favor de treinos
multilaterais, mas defendendo competições especializadas em idades inferiores às indicadas
na literatura (QUADRO 1).
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Muito
Importante; 6-7 Muito
pouco importante; 10-
Importante; 8-9 importante; Muito
anos; 7,4 6-7 Importante; 11-
importante;anos; 14,8
pouco 10-
11 anos; 3,7 importante;
12 anos; 11,1 13-
anos;pouco
Muito 7,4 11 8-9
importante; anos; 18,5
14 anos; 25,9
importante;anos;
6-7 11,1 Importante; 11-
Muito poucopouco12 anos; 44,4
anos; 25,9
importante;
importante; 8-9 10-
11
anos; 33,3anos; 37,0 Importante; 13-
14 anos; 55,6 Muito importante
Nada
importante; 6-7 pouco
NadaMuito pouco Importante
anos; importante;
59,3 importante;
importante; 10- 11-
8-9 pouco
11 anos; 12 anos; 40,7
33,3 pouco
anos; 40,7 NadaMuito importante; 13- pouco importante
importante; 10- 14 11-
importante; anos; 18,5
11 anos; 12
3,7anos; 3,7 Muito pouco
importante
Nada importante
4. CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se considerar que o objetivo do estudo foi alcançado, uma vez que o universo
bastante diverso dos treinadores entrevistados permitiu a realização de inferências e, em
certa medida, a generalização dos dados obtidos, entretanto, deve-se registrar que a
amostra foi menor do que o esperado quando do desenho do estudo.
Por outro lado, cabe ainda, em estudos futuros, analisar as respostas dos técnicos em
função das modalidades esportivas e compará-las, pois sabe-se que as estruturas
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a competição em jogo
competitivas e as exigências são bastante diferentes, por exemplo, entre a ginástica artística
e o basquetebol.
ARENA e BOEHME (2006) indicam que a idade em que os jovens atletas começam a
participar de competições de forma regular e/ou federada variam de acordo com a cultura
esportiva de cada país, assim como o esporte considerado. E de modo genérico a faixa etária
de 12-14 anos é a mais preconizada na literatura para que a criança comece a participar de
um treinamento específico de determinda modalidade esportiva com finalidade competitiva,
com exceção de modalidades artísticas como ginástica, patinação e outras, que são iniciadas
anteriormente.
O Esporte deve ser entendido como linguagem, bem cultural, fenomeno social de
natureza educativa e competição como estratégia, elemento que dá sentido e no qual a
manifestação do esporte se realiza com plenitude. Assim sendo, no planejamento das
atividades desportivas deve-se incluir a necessidade de aprender a competir entre as
intenções educativas e conteúdos, a metodologia e princípios pedagógicos adotados é que
determinarão o impacto no desenvolvimento humano. Desse modo, a forma, os objetivos, a
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a competição em jogo
REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
BOMPA, J.O. Total training for young champions. Champaign, Human Kinetics, 2000.
CHAUVE, S. La Isla de Pascua y sus mistério. traduzido para o espanhol por José María
Souviron, tercera edición, 1945.
FISCHER, S. Island at the end of the world: the turbulent history of Easter Island. Reaktion
Books, 2005.
ANEXO 1 – Questionário
Caro(a) professor(a),
Este questionário faz parte de um estudo de campo que está sendo realizado pelos alunos
do Curso ESPORTE, COMPETIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO organizado pelo
Programa de Desenvolvimento Humano pelo Esporte do CEPEUSP. O objetivo deste
questionário é conhecer a sua opinião sobre a organização de competições esportivas para
crianças e jovens entre 6 e 14 anos.
Para sua tranquilidade, garantimos que nenhum dado pessoal será revelado, garantindo o
sigilo absoluto das respostas dos participantes deste estudo.
DADOS PESSOAIS
Qual a idade para que a criança inicie a participação em competições regulares na sua
modalidade? _______
1 – Assinale, para cada idade, a ordem de prioridade que deveria orientar a participação em
competições durante a formação esportiva:
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a competição em jogo
PRIORIDADES DA COMPETIÇÃO
FAIXA ETÁRIA Só formação Mais ênfase na Mais ênfase Ênfase só nos
formação do nos resultados resultados das
que nos das competições
resultados das competições
competições do que na
formação
6-7 (1) (2) (3) (4)
8-9 (1) (2) (3) (4)
10-11 (1) (2) (3) (4)
11-12 (1) (2) (3) (4)
13-14 (1) (2) (3) (4)
2 – Assinale, para cada idade, de acordo com os objetivos formativos, a ordem que deveria
orientar a preparação para a competição:
PRIORIDADES DA COMPETIÇÃO
FAIXA ETÁRIA Só preparação Mais Mais Só
diversificada preparação preparação especializada
(multilateral) multilateral do especializada
que que
especializada multilateral
6-7 (1) (2) (3) (4)
8-9 (1) (2) (3) (4)
10-11 (1) (2) (3) (4)
11-12 (1) (2) (3) (4)
13-14 (1) (2) (3) (4)
PRIORIDADES DA COMPETIÇÃO
Funções das competições Nada Muito Pouco Importan Muito
importan pouco importan te importan
te important te te
e
Propiciar às crianças e jovens a (1) (2) (3) (4) (5)
comparação das suas capacidades
com as dos outros e com as suas
próprias
Criar, junto dos amigos, pares e (1) (2) (3) (4) (5)
terceiros, uma boa imagem social
Possibilitar à criança e ao jovem (1) (2) (3) (4) (5)
obter sucesso e se superar.
Construir sua auto-imagem e auto-
estima
Adquirir e desenvolver valores para (1) (2) (3) (4) (5)
a sua futura vida em sociedade
Possibilitar às crianças e jovens (1) (2) (3) (4) (5)
estarem com os amigos fazerem
novos amigos
Motivar para alcançar seus objetivos (1) (2) (3) (4) (5)
4 – Atribua um grau de importância aos valores e atitudes que podem ser desenvolvidos nas
crianças e jovens com a participação competitiva nestas etapas de formação:
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a competição em jogo
PRIORIDADES DA COMPETIÇÃO
Valores Nada Muito Pouco Importan Muito
importan pouco importan te importan
te important te te
e
Ser justo, honesto, não enganar (1) (2) (3) (4) (5)
Ser companheiro, estar com amigos (1) (2) (3) (4) (5)
Ter compaixão, preocupar-se com (1) (2) (3) (4) (5)
as pessoas ao seu redor
Demonstrar conformidade, integrar- (1) (2) (3) (4) (5)
se ao grupo
Ser consciencioso, dar o máximo, (1) (2) (3) (4) (5)
fazer o melhor
Empenhar-se, ser persistente e (1) (2) (3) (4) (5)
perseverante no jogo e na
competição
Ter prazer, se divertir (1) (2) (3) (4) (5)
Jogar bem (1) (2) (3) (4) (5)
Tornar-se mais apto e mais saudável (1) (2) (3) (4) (5)
pelo esporte
Ser obediente, fazer o que lhe (1) (2) (3) (4) (5)
pedem
Ter realização pessoal, fazer o (1) (2) (3) (4) (5)
melhor que pode
Ter boa imagem púbica, parecer (1) (2) (3) (4) (5)
bem, as pessoas gostam de mim
Ter auto-realização, sentir-se bem (1) (2) (3) (4) (5)
quando joga
Exibir competência e habilidade, (1) (2) (3) (4) (5)
realizar bem as habilidades e
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técnicas
Mostrar espírito esportivo, ter (1) (2) (3) (4) (5)
comportamento apropriado, não ser
um mau perdedor
Ser coeso, incentivar e encorajar a (1) (2) (3) (4) (5)
equipe quando as coisas são difíceis
Ser tolerante, envolver-se com (1) (2) (3) (4) (5)
outros mesmo não gostando deles
Superar e ganhar dos outros (1) (2) (3) (4) (5)
5 – Considerando apenas o caso da sua modalidade, assinale o nível competitivo que deve
haver para as faixas etárias abaixo:
PRIORIDADES DA COMPETIÇÃO
Faixa Competições Competições Competições Competições Competições
etária internas no locais na regionais/estaduais nacionais internacionais
clube ou própria
escola cidade
6-7 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
8-9 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
10-11 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
11-12 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
13-14 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
PRIORIDADES DA COMPETIÇÃO
Faixa etária Nada Muito Pouco Important Muito
important pouco important e important
e important e e
e
6-7 (1) (2) (3) (4) (5)
8-9 (1) (2) (3) (4) (5)
10-11 (1) (2) (3) (4) (5)
11-12 (1) (2) (3) (4) (5)
13-14 (1) (2) (3) (4) (5)
QUESTÃO ABERTA - Quais temas você gostaria de ter nos cursos de formação de técnicos,
referentes ao papel da competição no processo formativo, a sua organização e a preparação
das crianças e jovens para participar?
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1. INTRODUÇÃO
A competição é inerente ao esporte, fenômeno que pode acontecer em diversos
ambientes e que exige dos participantes expectativas, objetivos, limitações e possibilidades
(MARQUES et al., 2008). Faz parte do processo de formação esportiva inicial, porém com
adaptações compatíveis com o desenvolvimento biopsicossocial.
Durante o processo de formação do indivíduo, as características maturacionais
influenciam diretamente no desempenho esportivo e pode influenciar nos resultados das
competições. Por esta razão, os autores defendem as diferenciações e adaptações nos
eventos competitivos esportivos. Segundo REVERDITO et al. (2008), para que o esporte seja
ensinado em sua plenitude, deve-se ensinar nossos jovens a competir e desta forma, “a
participação competitiva deve contribuir para o desenvolvimento dos valores, especialmente
com aqueles relacionados ao senso de justiça, honestidade e tolerância e compaixão”
(CARDOSO, 2007)
De acordo com diversos estudiosos da área (MARQUES et. Al, 2007; ARENA E
BOHME, 2004; CARDOSO, 2007; LUGUETTI et al., 2011), é necessário que em cada faixa
etária existam adequações das mais diversas formas (material utilizado, espaço, duração,
entre outros), pois para cada momento do desenvolvimento do ser humano, existe uma
possibilidade e condição de aprendizado diferente. Contudo, é importante lembrar que,
ainda que estes ajustes sejam necessários, é preciso ter cuidado para evitar a
descaracterização da atividade, ou tirar atratividade da mesma para que esta prática não
seja desestimulada.
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a competição em jogo
Segundo WEINECK (2000), a criança não é um adulto em miniatura e por isso, não deve
ser submetida a treinamentos reduzidos, e que consequentemente seria submetida a
competições com cargas parecidas com as profissionais:
criança e o adolescente ao longo dos anos. Os treinamentos com cargas coerentes à faixa
etária e nível maturacional dos indivíduos, evitam o afastamento por lesões ou estresse
físico e/ou psicológico.
Em um estudo organizado por ARENA e BOHME (2004) com as federações esportivas
e organizações de competições para jovens, os diretores, vice-diretores e presidentes de
diferentes modalidades foram indagados sobre diversas questões que dizem respeito às suas
competições. Uma das questões levantadas foi que as Confederações Internacionais destas
modalidades sugerem idades iniciais para o início da participação de crianças em
competições.. Contudo, verificou-se no estudo, que na maior parte das modalidades, com
exceção da Ginástica, esta idade não é respeitada no Brasil. A justificativa destas entidades
foi de que, por conta da grande quantidade de praticantes em clubes e instituições de
treinamento, existe a necessidade de oferecer as competições cada vez mais cedo.
Entretanto, ao mesmo tempo, observa-se a necessidade de que, para participar destas
competições, as crianças precisam de experiência necessária em determinada modalidade 1
ou 2 anos antes de começar a competir.
Em contra partida ao argumento das autoridades que representam as federações e
confederações, segundo ARENA e BOHME (2004), o fato de haver competições cada vez
mais cedo, faz com que as instituições necessitem treinar seus “mini atletas” precocemente,
o que vai de encontro à literatura quando observamos as idades indicadas para iniciação à
especialização nas diversas modalidades esportivas (MARTIN, 1998 apud BÖHME, 2002;
BOMPA, 2002; GRECO E BENDA 1998).
Atualmente, nos variados contextos - prática de lazer, escola, clubes e projetos
sociais - existem diferentes competições para as crianças e jovens. É possível que existam
crianças e jovens que participem de 2 ou mais tipos de competições ao longo do mesmo
período por praticarem esporte em diferentes contextos.
Assim, nos questionamos como se dá a formação de um indivíduo que recebe, das
instituições esportivas que são sua referência, diferentes informações quando participa
destas competições. Ao mesmo tempo, entendemos como principal e importante a atuação
do educador, técnico ou professor mediando estes processos educativos.
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2. OBJETIVO DO ESTUDO
Analisar e comprar regulamentos de competições infanto-juvenis de diferentes
instituições e contextos.
3. MÉTODO
a. Amostra
Foram analisados 04 regulamentos das competições de instituições da cidade de São
Paulo, que desenvolvem programas de iniciação e formação esportiva em diferentes
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b. Coleta de dados
Os regulamentos foram obtidos através de contato com as instituições, que
disponibilizaram seus documentos para participação no estudo.
QUANTIDADE DE COMPETIÇÕES
No gráfico abaixo (1) observaremos a quantidade de competições oferecidas pelas
instituições, que vai de encontro à literatura em alguns aspectos quando esta indica
aumento gradativo na quantidade de competições que cada indivíduo deve participar ao
longo do crescimento. Isto porque, o gráfico nos indica uma quantidade maior de eventos
esportivos para crianças abaixo de 11 anos e menor quantidade para jovens até 16. (BOMPA,
2000 apud ARENA e BOHME, 2004).
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PREMIAÇÃO
Os mesmos autores que corroboram com as questões relacionadas às diferentes
adaptações necessárias para as faixas etárias mais novas, trazem a ideia de que é
extremamente importante considerar a prática lúdica e multivariada para crianças até 10
anos e festivais esportivos para crianças até 12 anos, possibilitando a premiação a todos.
A exigência precoce da vitória, que trás consigo a premiação dos melhores, podem
levar à desmotivação da prática esportiva. Isto porque, se exigido de forma exacerbada bons
resultados, e se estes não forem alcançados, o jovem pode se desestimular entendendo que
há grande dificuldade de atingir este objetivo e se identificando como incapaz de atingir
bons resultados (BOMPA, 2000; COELHO 2000 apud CARDOSO, 2007) .
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Gráfico 2 – Premiação
SISTEMA DE DISPUTA
Os sistemas de disputada nas competições analisadas trazem muita diversidade, pois
para cada categoria, são propostas adaptações pertinentes às possibilidades tanto motoras
quanto cognitivas.
Em sua maioria, para as idades entre 3 a 10 anos, as instituições promovem atividades
em circuitos com estabelecimento de metas em que os educandos participam de jogos
aleatoriamente, escolhendo a cada rodada a brincadeira que mais interessa, tendo como
objetivo, participar de todas as estações ou, são organizados em equipes com integrantes de
outras instituições e o foco é a participação de todos.
Conforme as idades vão aumentando, são promovidos jogos com características mais
formais, contudo ainda adaptados às faixas etárias, possibilitando o melhor aproveitamento
da dinâmica educativa dos eventos.
Em todas as competições, desde as idades menores, até os maiores entre 15 e 16 anos,
as atividades sofrem adaptações para que todos os participantes possam vivenciar os
conteúdos desenvolvidos durante o ano em suas instituições. Estas mudanças acontecem
tanto em relação ao regulamento (quem participa e como são determinados os participantes
– Carta de Competências/ IDE), regras durante os jogos, quantidade de jogadores,
chaveamentos procurando o equilíbrio entre as equipes participantes.
Estas adequações favorecem também o que os autores indicam sobre a premiação
para cada faixa etária. Desta forma, seja com brindes para todos ou medalhas para os
vencedores, em algum momento todos têm a possibilidade do êxito durante a competição, o
que a torna mais atrativa e estimulante para quem participa.
TIPO DE ATIVIDADE
De acordo com a proposta de BOMPA (2000), há vários tipos de competição mais
adequados às diferentes faixas etárias. Em relação ao tipo de atividade, o autor faz distinção
entre atividades competitivas multivariadas, nas quais as crianças são estimuladas a
competir em várias modalidades ou atividades que exijam várias habilidades motoras; ou
atividades competitivas específicas, em que os competidores participam de atividades mais
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formais e em uma única modalidade esportiva, com adequações, conforme dito no item
anterior.
ATUAÇÃO DO TÉCNICO/PROFESSOR/EDUCADOR
Levando-se em conta que para possibilitar a participação em competições, o jovem deve
aprender a competir, entendemos que o Educador tem papel fundamental neste processo.
Com a construção de valores morais e éticos, o esporte contribui para a formação dos
indivíduos. Assim, as atividades das quais eles participam precisam fazer sentido para que a
continuidade da prática esportiva seja garantida (MARQUES et al. 2008; CARDOSO, 2007;
REVERDITO, 2008).
No gráfico 4 observamos que o Educador, nas Instituições estudadas, tem diversas
funções nas competições e que, de acordo com cada faixa etária, podem ou não exercer
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funções específicas, como arbitrar jogos. É possível identificar neste gráfico que das diversas
atribuições pelas quais os educadores são responsáveis, a Mediação e Orientação são as
mais esperadas nas instituições analisadas.
MATERIAIS
Com as adaptações e adequações das atividades propostas durante as competições, os
materiais seguem as mesmas características e vão ao encontro destas questões, pois além
de pensar no que pode ser o mais apropriado para cada faixa etária, existe a possibilidade de
oportunizar a vivência de materiais diferentes e em grande volume.
Esta variação de materiais (e atividades) possibilita a ampliação do repertorio motor
do indivíduo e ampliação das possibilidades de desenvolvimento e conhecimento da criança.
5. CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme a literatura analisada e os resultados obtidos de acordo com os regulamentos,
identificamos que nas faixas etárias iniciais há um número maior de competições oferecidas
pelas instituições, ao contrario do que os autores identificam como ideal, pois segundo eles
conforme ocorre o aumento das faixas etárias deve haver aumento gradativo das
competições oferecidas ao longo do ano, começando a partir dos quatro anos de idade com
atividades lúdicas e multivariadas sem a presença de competições formais.
Concluímos que a competição bem direcionada contribui para a motivação a prática ao
decorrer de sua vivencia no meio competitivo. Estes eventos esportivos direcionados de
forma adequada, identificando o praticante como um sujeito em formação, contribui para a
construção de valores morais e desenvolvimento de competências que podem, e devem, ser
utilizados nos diferentes contextos da vida de cada individuo. Para que isto seja possível o
educador é “peça chave”.
A premiação e o sistema de disputa, conforme verificadas tanto nos gráficos como na
literatura, estão de acordo com as faixas etárias indicadas e analisadas, contudo há uma
diminuição gradativa na premiação por participação começando aos nove anos de idade, em
que a partir desse momento também são premiados os melhores colocados e os
participantes, dependendo do objetivo de cada competição.
A competição não pode ser vista como o fim do processo, mas parte deste, que
possibilitará mais uma forma de atuação e prática dos conhecimentos adquiridos. Todas as
instituições, por trabalharem com o foco no desenvolvimento humano, preocupam-se em
adequar as competições promovidas, respeitando as características etárias.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. BÖHME, Maria Tereza S. O talento esportivo e o processo de treinamento a longo prazo. Cap. 9
In: DE ROSE, Dante Jr. Esporte e Atividade Física na Infância e na Adolescência: uma abordagem
multidisciplinar. Artmed Editora. Porto Alegre, 2002.
3. BOMPA, Tudor O. Treinamento total para jovens campeões. Caps. 1 e 2, Editora Manole Ltda.
Barueri, 2002.
4. CARDOSO, Marcelo F. S. Para uma teoria da competição desportiva para crianças e jovens. In:
Faculdade de Desporto: Universidade do Porto, 2007.
5. GRECO, Pablo J. & BENDA, Rodolfo N. Iniciação Esportiva Universal: Da aprendizagem motora ao
treinamento técnico. Vol. 1. Editora UFMG. Belo Horizonte, 1998.
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ESPORTE E DESENVOLVIMENTO HUMANO
a competição em jogo
6. KRÖGER, Christian & ROTH, Klaus. Escola da Bola: Um ABC para iniciantes esportivos. Tradução:
Prof. Dr. Pablo Juan Greco. Páginas: 8-9. Editora Phorte. São Paulo, 2002.
10. TAVARES, F.H.; Mediação e conciliação. cap. 1 Editora Mandamentos. Belo Horizonte, 2002.
11. WEINECK, Jürgen. Biologia do Esporte. Pp 245 – 264. Editora Manole, São Paulo, 2000.
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a competição em jogo a competição em jogo
7. ANEXOS
a. Síntese dos Regulamentos
Instituição 1
t
i
t Oferecer a oportunidade de participar de atividades de Cada equipe disputa
Jogos pré-desportivos de
9 a 11 Handebol, Basquete e Bolas H1L, Bolão e
u Handebol, Basquete e futebol, de forma pré-desportiva
anos
1h(3 jogos) 1º a 3º um jogo e soma pontos
Futebol com 14 min de
Não especificado
Basquete Mirim
valorizando a aquisição das habilidades das modalidades para classificação final
i duração.
ç
ã
o Oferecer a oportunidade de competir na modalidade, 11 a 15
Todos contra todos,
Jogos específicos da
20min por jogo 1º a 3º campeão definido por Não especificado Bolas H1L
valorizando a aquisição das habilidades específicas anos modalidade
pontos
1
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a competição em jogo a competição em jogo
Instituição 2
I 24 min (8 estações
Atividades em circuito
Acompanhar, orientar e incentivar
Materiais
n 3 e 4 anos relacionadas às habilidades específicos das
de 3 min) sua equipe durante o Circuito
"naturais" (básicas) e aos atividades
s movimentos dos jogos de
t Derpertar e estimular o gosto pela quadra, não necessitando Acompanhar, orientar e incentivar
Materiais
5 e 6 anos 40 min (4X10min) específicos das
i prática desportiva, através de treinamento antecipado sua equipe durante o Circuito
atividades
t Coreografias com temas
atividades lúdicas com fins Todos os Circuito, sem
u participantes pontuação
diferenciados a cada ano e
i educativos; Promover entre as Apresentações de realizadas em um espaço de
5 a 7 anos Não especificado Livre
1min30seg a 3min 10mX10m em Supefície de
ç entidades um intercâmbio nas faixas EVA com pequeno
ã etárias abordadas. amortecimento.
o 7 a 11 Ficarão responsáveis por uma
Circuito de habilidades Materiais
anos (7 e 8 nova equipe, devendo
40 min (4X10min) motoras com temas variados específicos das
anos; 9 a acompanhar, orientar e motivar
2 a cada ano atividades
11 anos) sua equipe.
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a competição em jogo a competição em jogo
Instituição 3
Instituição 4
Estações de Brinde de
Cada educando participa das atividades em circuito e Materiais
9 e 10 atividades com 20 participação para Circuito de 8 jogos com
deve preencher o "Passaporte do Desenvolvimento", específicos das
anos min (preparação, todos os habilidades motoras diversas
Cada jogo exige que o educando atinja uma meta. atividades
jogo, avaliação) participantes
Circuito de 6 jogos pré-
I desportivos: Voleibol, handebol,
Materiais
11 e 12 Cada equipe receberá um Mapa de Desenvolvimento Futebol, flag e ultimate frisbee;
n anos
6 rodadas (30min)
e separadas em grupos de acordo com seus IDE´s. Cada equipe terão uma Ficha de
específicos das
atividades
s Brinde de Índice de desenvolvimento
participação para esportivo (IDE)"
t todos os
participantes e Cada modalidade terá seu próprio sistema de disputa
i medalhas para 2 de acordo com a quantidade de equipes participantes,
De acordo com as necessidades
de cada grupo, as instiuições
t Adequada a cada
equipes. respeitando as regras oficiais para a faixa etária e
Torneio de Voleibol; Handebol, participantes deverão se Materiais
13 e 14 adaptações necessárias para um melhor organizar para compor o quadro específicos das
modalidade. Futsal, Futebol de Campo,
u NÃO ESPECIFICADO NO REGULAMENTO aproveitamento da dinâmica educativa como redução de mediadores. Os mediadores atividades
do campo, como futebol; São estabelecidas metas
i para cada modalidade.
deverão participar de curso
específico a ser oferecido pela
ç organização
As estruturas de disputa tem como prioridade propor
ã condições mais igualitárias de jogo e de
o possibilidades de ser campeão, além de estimular o
desenvolvimento através de metas e de uma prática
mais autônoma e de possibilitar que as equipes Torneiro de Streetball Materiais
15 e 16 Adequada a cada
joguem o máximo possível. Para isso, a cada dia, o (Basquete), Handebol, Street específicos das
4 anos modalidade.
grupo de adolescentes estará dividido em torneios Soccer, Voleibol atividades
simultâneos de 2 modalidades. São estabelecidas
metas em diferentes categorias, tanto durante o jogo,
quanto antes e depois como responsabilidade e
comprometimento da equipe.
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a competição em jogo
Mesa Redonda
A COMPETIÇÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: LUGARES E SUJEITOS DO JOGO
INTRODUÇÃO
Para que a prática competitiva seja eficiente, "bem conduzida" é preciso que a
mesma esteja alinhada a pratica pedagógica do professor/treinador. Assim, fundamental
considerarmos um alinhamento entre currículo, ensino e aprendizagem e a competição
como elemento essencial dessa pratica. Esta integração tem sido desenvolvido e
implementada através de modelos pedagógicos ou modelos baseados em prática. O uso do
termo "pedagógico" enfatiza a interdependência e irredutibilidade de aprendizagem, ensino,
conteúdo, sujeito e contexto. Essa visão prevê o uso de vários modelos pedagógicos, com
resultados de aprendizagens específicas (sociais, afetivas, cognitivas e motoras) e
características únicas, incluindo modelos como ‘’Sport Education Model (SEM)’’ e ‘’Teaching
Personal and Social Responsability (TPSR)’’.
O SEM apresenta seis características-chave que tem por objetivo tornar o esporte
autêntico: (a) o esporte é feito por temporadas (longo tempo em equipes), (b) os jogadores
são membros de equipes e permanecem em que a equipe para a temporada inteira, (c) as
temporadas são definidas pela competição, que é intercalada com professor e aluno em
práticas dão autonomia aos alunos, (d) existe um evento (competição) que ocorre no final da
temporada, (e) existe um registro extensivo de toda a temporada, (f) há uma atmosfera
festiva na temporada (e particularmente na competição). O objetivo do SEM é criar
jogadores competentes, conscientes, e entusiasmados pelo esporte.
Referências
Haerens, L., Kirk, D., Cardon, G., & De Bourdeaudhuij, I. (2011). Toward the Development of
a Pedagogical Model for Health-Based Physical Education. Quest, 63(3), 321–338.
Hellison, D. (2010). Teaching Personal and Social Responsibility Through Physical Activity (p.
208). Human Kinetics.
Hellison, D., & Martinek, T. (2009). Youth Leadership in Sport and Physical Education (p. 220).
Palgrave Macmillan.
Jewett, A. E., Bain, L. L., & Ennis, C. D. (1995). The Curriculum Process in Physical Education
(p. 397).
Metzler, M. W. (2011). Instructional Models for Physical Education (p. 446). Holcomb
Hathaway, Incorporated.
Siedentop, D., Hastie, P.A., & van der Mars, H. (2004). Complete guide to sport education 2nd
ed.). Champaign, IL: Human Kinetics.
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a competição em jogo
Introdução
Neste texto a discussão central reside no mote da competição como elo entre
formação e desenvolvimento humano e, portanto, cabe situá-la, em primeiro lugar, dentro
do contexto conjuntural em que vivemos e, posteriormente, a partir dos laços de
complexidade que o tema suporta.
haverá um tempo para o campeão ser derrotado e o perdedor se tornar vencedor. Nesta
lógica, as pessoas sempre lutarão contra as estruturas que as acomodam. Estabelecendo
confrontos diários de subida na vida, de esperança e comprometimento, a luta individual ou
coletiva é uma marca de mudança.
Por outro lado o espaço da educação moral também é frágil diante de um ambiente
fragmentado e líquido como o que vivemos o que implica dizer que o esporte também será
fragmentado e líquido, ou seja, sem continuidade, sem desafios e sem estrutura de
totalidade não se vai a lugar nenhum. (cf. Hirama et. al, 2012)
É possível afirmar que o jogo como categoria humana conserva o inusitado, o mágico,
o atrativo, o enfeitiçado. Entre tantas possibilidades pedagógicas, o jogo é um instrumento a
favor da educação esportiva. Como ferramenta docente suas transformações e adaptações
incrementam aulas e treinos, tornando-o ainda mais sedutor. Entretanto, o jogo não deve
ser visto como um componente capaz de esgotar o conhecimento sobre o esporte, ou seja,
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a competição em jogo
não pode substituí-lo. Por ser bastante motivante contribui, de forma decisiva para o
processo de ensino-aprendizagem dos esportes.
Dessa forma a categoria jogo esportivo é a única que pode enfrentar e regular a
competitividade, principalmente na fase formativa.
Aplicações
ser destinado à este foco competitivo. No segundo mês, dois encontros por semana até a
terceira semana. Na semana que antecede o evento, as atividades seriam abrandadas em
função da expectativa estressante da competição.
Considerações Finais
O jogo esportivo como uma categoria que emerge da fusão entre jogo e esporte
permite situar a competição como uma ferramenta pedagógica. Duas equipes equilibradas,
cada uma com sua oportunidade de marcar aprendem as bases do esporte e isso é um ponto
de partida do fazer docente/discente. A pedagogia do esporte como concepção, tem como
princípio fundamental, o ensino (de esporte) por meio de jogos. Não qualquer jogo, mas
aqueles que se aproximam dos esportes, os jogos esportivos. Por fim, a ideia de que o
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a competição em jogo
Referências
Sadi, R. S. Pedagogia do esporte: descobrindo novos caminhos. Ícone, São Paulo, 2010.