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SINOPSE ....................................................... Erro! Indicador não definido.

PARTE UM ........................................................................................................ 9
PARTE DOIS ..................................................................................................74
PARTE TRÊS ............................................................................................... 119
QUARTA PARTE ........................................................................................ 170
PARTE CINCO ............................................................................................ 214
PARTE SEIS ................................................................................................. 378
FIM... .............................................................................................................. 394
NOTA PARA OS LEITORES ................................................................... 395
Copyright © 2015 Ruby Dixon
Duas cavernas acima, ouço o som úmido do sexo e o gemido de uma

mulher. — Oh Deus sim, assim mesmo — geme Nora. — Espanque-

me assim.

Um baque suave ecoa no meu tradutor, e eu gemo e cubro a coisa que

odeio com ambas as minhas mãos. Eu tento me virar de lado e

empurrá-lo no travesseiro que eu fiz com retalhos, mas tudo o que

isso faz é enfiar o tradutor mais fundo no meu canal auditivo, e isso

envia uma dor aguda através do meu crânio. Então, eu viro de costas

e olho para o teto rochoso da minha caverna de

solteira.

— Assim mesmo, minha fera grande, forte e

sexy —, Nora grita novamente.

— Nnnngggghhhh —, diz sua fera

grande, forte e sexy (também conhecido como

Dagesh). Para piorar as coisas, ouço outra mulher rir,


e depois Stacy e Pashov - que, por causa da multidão, dividem uma

caverna com Nora e seu companheiro – rirem também.

Gaah

Eu odeio esse tradutor. Odeio, odeio, odeio. Eu empurro o travesseiro

sobre o meu rosto, ignorando os fiapos de pelo que grudam na minha

boca. Não seria tão ruim se todas as conversas acontecessem em

canais de áudios, enquanto ele traduz. Ah não. Ele também amplifica

tudo. Então eu ouço cada tapa na bunda, cada gemido, cada

grunhido, cada beijo ... tudo.

E as cavernas das tribos estão cheias de pessoas acasalando

ultimamente. Como humanas que caíram aqui, nós acabamos tendo

que tomar o que os alienígenas chamam de khui . É um organismo que

nos permite viver no planeta sem que a atmosfera

nos mate. Claro, um dos efeitos colaterais do

khui é que ele decide com quem e quando você

acasala, e não há como fugir disso.

Considerando que a tribo de homens

alienígenas - conhecida como sa-khui

- supera em número as mulheres alienígenas, numa

proporção de quatro para um, não me surpreende que


tenha acontecido um acasalamento após o outro. Dos doze

sobreviventes humanos despejados aqui, seis se acasalaram.

Eu não sou uma delas.

É difícil não me sentir rejeitada às vezes porque meu khui está em

silêncio. Quando você encontra o parceiro perfeito, ele começa a

vibrar. É um pouco como ronronar, mas mais como uma canção. Os

alienígenas chamam de – ressonância – e um macho só vai ressoar a

sua fêmea e vice-versa. E apesar do instinto de acasalamento, todos

que se ligaram são muito felizes. Georgie adora seu alienígena,

Vektal, que é o líder da tribo. Minha amiga Liz é ferozmente protetora

com o seu companheiro, Raahosh. Stacy e Marlene e até a chorona e

medrosa Ariana, amam seus homens. E é claro que Nora está muito

interessada em seu companheiro, se os sons dos tapas sexys

são alguma indicação.

Todas as garotas que ‘sobraram’ também

conhecidas como ‘não-acasaladas’, são

colocadas juntas em uma caverna. Eu

tive sorte o suficiente para conseguir

um lugar no canto com uma cortina para

privacidade. Não que isso faça muito para abafar os


sons. Eu ainda posso ouvir tudo... e também posso ouvir quando

alguém sai para visitar um cara, como Claire está fazendo atualmente.

Claire é uma das garotas que estavam nos tubos, então eu não a

conheço tão bem quanto as outras. Quando nós fomos capturadas por

alienígenas, muitas foram mantidas presas em canos na parede,

inconscientes de seus arredores. O resto de nós - Liz, Georgie, eu e

algumas outras - ficamos espremidas no porão sujo e lotado como

animais e vivemos lá por semanas. Você cria laços quando está em

uma situação como essa e eu sinto falta delas.

Eu não conheço Claire tão bem quanto as conheço. Eu não me liguei

a ela durante semanas de abraços para nos manter aquecidas e

derretendo a neve apenas para ter algo para beber. De certa forma,

quase me ressinto dessas garotas porque elas não

tiveram muita dificuldade, enquanto o resto de

nós estava tentando sobreviver. Não é culpa

delas, e elas estão tão chocadas e

traumatizadas pela abdução alienígena

quanto nós. Nós só sofremos por

mais tempo.
Eu formo uma imagem mental de Claire para me importar. Ela é

bonita, com um cabelo loiro claro, macio, ondulado, cortado em um

estilo pixie1, que emoldura perfeitamente seu pequeno rosto. Ela é

extremamente quieta e não é propensa a chorar excessivamente como

Ariana. E ela não vibrou.

Então, por que ela foge para transar com um dos alienígenas, eu não

tenho ideia. Eu também não sei quem é, e isso me preocupa. Ela foi

pressionada? Levada a acreditar que ela tem que desistir de seu corpo

para ter segurança? Os homens solteiros aqui na caverna são diretos

demais e as meninas temem afastá-los?

Faço uma anotação mental para conversar com ela pela manhã. Eu me

sinto responsável por todas as garotas daqui. Eu fui a primeira a ser

libertada, então eu sinto como a mais velha. Eu me

transformei na mãe das garotas humanas aqui na

caverna, mesmo que Georgie seja nossa líder

não oficial. E eu me preocupo com alguém se

aproveitando delas. O fato é que,

embora o pessoal de Vektal tenha

1 Cabelo estilo Joãozinho


nos acolhido de braços abertos, ainda somos estranhos para seus

costumes e seu mundo. Não faz mal ser cautelosa.

Quando o som de mais sexo recomeça, eu aperto o travesseiro contra

o meu tradutor para abafar o som e espero que todos caiam no sono.

Não adormeço até tarde e, quando acordo, fico bocejando e mal

consigo manter os olhos abertos. O tradutor cirurgicamente

implantado ao meu ouvido dói por eu ter pressionado durante toda a

noite e estou exausta. Eu me arrasto para fora da cama e vou me

sentar perto da fogueira no centro da caverna de solteira. Megan está

cutucando o fogo com um pedaço de pau, enquanto

Claire está assando pedaços de carne crua. Não

há muitos vegetais neste planeta gelado, então

nossas refeições consistem em carne, peixe

e mais carne. As únicas frutas que

temos conhecimento são usadas para

limpeza. Há um mingau guardado na dispensa que é

armazenado para as viagens e ervas para chás. Fora


isso, é carne, carne, carne. Às vezes crua, às vezes cozida, dependendo

do seu paladar. Liz come sua carne crua como os caçadores fazem,

mas eu não consigo fazer isso. Eu sou uma covarde.

Sento-me ao lado de Claire e coloco minhas pernas para cima. — Bom

dia.

— Na verdade, tenho certeza que é o começo da tarde —, diz

Megan. Ela examina a ponta ardente de seu graveto e depois coloca

no fogo novamente. Megan é normalmente é uma pessoa muito

positiva, sempre com palavras encorajadoras, não importa o quão

sombria a situação. Mas desde que chegamos às cavernas alienígenas,

ela tem estado ... afastada. Quieta.

Eu também me preocupo com ela.

Claire sem palavras me oferece um graveto e

depois um grande prato de pedra com pedaços

de carne crua. Eu cuidadosamente tiro alguns

para o meu café da manhã e, em seguida,

seguro-as sobre o fogo. — Você está

com fome, Meg? Eu pergunto.

— Megan comeu a dela crua —, Claire sussurra.


Megan apenas me dá um pequeno sorriso.

— Você tem um estômago mais forte do que eu —, eu digo. Eu não

sou uma boa animadora de torcida.

— Não tem gosto nenhum quando está cozido, diz Megan, e cutuca o

fogo novamente.

Ela não está errada. Com o khui em nossos corpos, certas coisas sobre

nossa fisiologia estão mudando. Os cheiros são menos fortes - não é

uma coisa ruim, já que a caverna é construída em torno de uma fonte

termal que cheira a enxofre. O gosto também é menos forte. Todos os

sa-khui comem sua carne crua e seus mingaus de viagens bem

apimentados. Alguns humanos se adaptaram. Outros não.

Eu coloco meu graveto em cima das chamas.

— Aehako chega esta manhã, comenta Megan,

cutucando um carvão com seu graveto.

— Eu não estou interessada em Aehako —

, eu digo incisivamente, e depois dou

uma mordida em um pedaço do meu

café da manhã.
— Ele está interessado em você. — Ela olha para mim. — Se você se

acasalasse com ele, você teria sua própria caverna, pelo menos.

Eu posso sentir minha testa se franzindo. — Eu não vibrei por ele.

— Não significa que você não pode ficar com alguém. — Megan fala

seriamente.

Estou chocada. — Eu não vou dormir com um cara só porque ele me

arranjaria uma caverna. Além disso, para onde iríamos? Não há mais

cavernas! — Eu demonstro com um gesto. — As pessoas estão

dormindo nas salas de armazenamento do jeito que elas estão.

Megan encolhe os ombros. — Não seria ruim ter um cara cuidando

de você aqui, como Vektal faz para Georgie. E Aehako é legal.

Eu sinto meu rosto corar de vergonha. Aehako é

legal. E bonito, para um alienígena. E

sedutor. E… eu não vibrei por ele, então nada

disso importa. Ela acha que Vektal protege

Georgie, mas Georgie é muito capaz por

conta própria.
E isso não importa porque eles vibraram um para o outro. Agora eles

são companheiros e estão presos como cola, e Georgie está grávida.

Claire está em silêncio nessa conversa, mas falar sobre homens me dá

a abertura que eu preciso. Eu engulo outro pedaço cozido de carne

sem gosto e dou a Megan um olhar significativo, pedindo-lhe para

sair por alguns momentos. Ela se levanta e volta para o beliche,

enrolada nas cobertas e se virando para a parede. Eu vou ter que lidar

com isso também, eu acho. Em breve.

Em vez disso, eu toco o braço de Claire. — Podemos conversar?

Um olhar desconfiado cruza seu rosto de fada. Ela acena com a

cabeça.

Eu gesticulo para o tradutor saindo do meu ouvido. É um como uma

concha de metal que sai do lado da minha

cabeça. — Eu disse a você o que isso faz, certo?

Mais uma vez, Claire acena.

— Eu mencionei que isso também me

permite ouvir muitas coisas? Mais

do que uma pessoa comum faria?

— Como...? Sua voz é um mero sussurro.


Eu me inclino. — Como garotas que não são acasaladas indo visitar

homens à noite.

Seu rosto fica vermelho e ela se levanta. — Você acha que é minha

mãe?

— O que? Eu não! Eu só...

— Eu sou uma adulta —, diz ela, com os punhos cerrados, e por um

momento, acho que ela vai me bater. Estou tão surpresa com a raiva

dela que não faço nada além de olhar para ela. — Eu posso fazer sexo

por causa do sexo, você sabe. Eu posso fazer o que eu quiser. E me

desculpe se eu estou tentando encontrar um pouco de conforto em

uma situação ruim!

— Claire, por favor. Eu só queria ter certeza de que você estava

bem. Que ninguém está coagindo você...

— Nem todas nós somos enlouquecidamente

puritanas como você —, ela bufa. Ela joga a

carne cozida no fogo, sem comer, e então

sai violentamente da caverna.

Eu fui deixada para trás, com a minha boca aberta por

daquela explosão. Uau. Meus sentimentos estão um


pouco feridos, mas fico chocada ao ouvir uma explosão tão violenta

de uma pessoa tão pequena e tímida.

Nem todos nós somos enlouquecidamente puritanas como você.

Ai

— Isso correu bem —, comenta Megan, se virando na cama para olhar

para mim.

— O que há de errado com ela?

— A mesma coisa que está errado com todos nós rejeitadas —, diz

Megan. — Ela está apenas tentando encontrar um lugar para si

mesma.

Eu me arrepio um pouco com suas palavras. — Nós não somos

rejeitadas.

Seus ombros encolhem. — Nós não

vibramos. Você não pode deixar de se sentir

um pouco rejeitada por isso.

Eu sinto… mas eu também sabia

porque não tinha. — Não desanime, digo a ela. — Se

você quer uma família, tenho certeza de que em algum


momento você vai vibrar por alguém. A curandeira disse que às vezes

essas coisas levam tempo. — O que também explicava por que eu não

tinha vibrado, mas mantenho esse pensamento para mim mesma.

Ela bufa suavemente. — Eu sei porque eu não vibrei, Kira. Você não

precisa tentar me fazer sentir melhor.

— O que você quer dizer?

Ela se senta em seu cobertor e, por um momento, a expressão em seu

rosto é incrivelmente triste. — Eu estava grávida, lembra? Sua mão

toca seu estômago. — Eles tiraram como se não fosse nada. E lembre-

se, não foi planejado. Apenas uma noite estúpida de bebedeira e sexo

num clube. Eu nem sei o sobrenome do cara.

Não digo nada. Como posso julgar? A vida que deixamos para trás

parece muito distante.

— Mas eu ainda penso sobre isso, diz ela em

uma voz suave. — Eu ainda me pergunto

sobre isso. Ela olha para longe por um

momento, em seguida, pisca

rapidamente. — Mas acho que talvez meu khui saiba

que meu corpo ainda não está pronto para outra


criança. Então talvez esteja me dando tempo antes de me colocar de

volta na ativa.

— Oh. — Eu não sei mais o que dizer.

— E Josie tem um DIU —, diz Megan. — Eu acho que é por isso que

ela não vibrou. Talvez as outras garotas estejam em algum tipo de

controle de natalidade. Estou começando a pensar que todos nós que

não vibramos não somos férteis. Ela olha para mim. — Você está no

controle?

Eu sacudo minha cabeça.

— Huh. — Ela encolhe os ombros. — Então, sim. Josie não disse, mas

está com medo de que alguém descubra que ela tem um DIU e não

pode engravidar, e não sabe como eles vão reagir. Eu realmente não

posso culpá-la por tentar se enturmar.

Não digo nada. Josie tem se esforçado muito,

aprendendo a cozinhar e costurar, e tudo o

mais que ela pode pensar. Eu pensei que

ela só tinha muita energia nervosa

acumulada. Deus. Eu realmente não fazia ideia. Claro

que ela está com medo. Todas nós estamos.


Esses alienígenas estão interessados em nós por causa do que

representamos. Nós somos ventres. Nós somos uma chance para a

família. Se não podemos dar a eles isso... em qual momento eles

pararão de nos alimentar? De nos abrigar?

De repente, as paredes da caverna parecem muito estreitas e

fechadas. Eu respiro com força. — Eu... acho que preciso dar um

passeio —, digo a Megan. Eu tenho que sair daqui. Estou começando

a me sentir presa novamente. As paredes parecem estar se

aproximando de mim. Nós trocamos um cativeiro por outro?

O que eles vão fazer quando descobrirem que sou estéril? Que

quando meu apêndice estourou quando eu era criança, infectou meus

ovários e eu nunca vou ter filhos?

O que vai acontecer comigo então?


Vejo a forma pequena de Kira sair depressa das cavernas e

automaticamente a sigo, um predador perseguindo sua presa.

Ela me fascina desde o começo, essa Kira. Desde que as resgatamos

da caverna negra em que elas estavam escondidas, fui atraído para a

humana com os olhos melancólicos e o estranho aparelho saindo de

sua orelha. Eu pensei que talvez eu iria acasalar com ela, mas meu

khui permanece em silêncio.

Meu pau, no entanto, presta atenção quando ela está por perto. Ele

ganha vida quando passa uma mecha de cabelos castanhos atrás de

sua pequena, perfeita orelha, sem adornos. Ele se contorce em

resposta quando ela dá um de seus raros sorrisos para as outras

mulheres humanas. E quando ela cora e se afasta de

mim? Ela inflama o predador dentro de mim.

Eu quero encontrá-la e segurá-la contra

mim. Empurra-la para a neve e fodê-la até

que meu nome esteja em seus lábios.

Mas ela resiste a mim. É o jeito

humano, talvez. Eu deixei bem claro que estou

interessado nessa humana em particular, mas ela


ignora minhas tentativas de chamar sua atenção. Ela raramente está

sozinha, sempre se cercando das outras humanas. Esta pode ser a

minha única chance de dar a ela o presente de cortejo humano, que

sua amiga Leezh sugeriu.

Eu corro de volta para o meu beliche para recuperar o item que estive

talhando. Eu darei a ela, e ela saberá do meu interesse. Eu quero ver

o olhar em seu rosto quando ela perceber isso. Eu quero ver sua

pequena boca humana se abrir em surpresa. Eu quero tocar sua suave

testa e descobrir os outros lugares que ela também é suave.

Eu quero tocar o terceiro mamilo entre as pernas dela que Vektal

mencionou que sua companheira tinha. Ele disse que isso a fez gritar.

Eu quero fazer Kira gritar e perder aquela expressão cuidadosa e

calma que ela sempre usa. Eu sou bom nas cobertas. Eu sei que

posso satisfazê-la.

Pensar na solene Kira se desfazendo em meus

braços fez meu pau endurecer nos meus

calções, e eu esfrego uma mão contra

ele através dos meus couros,

acalmando a dor. Eu não tenho uma mulher há um

bom tempo, e meu pau responde ansiosamente ao


pensamento de afundar no calor, quente e enrugado da boceta de uma

mulher novamente.

— Aí está você, ronrona uma voz.

Sufoco um gemido de irritação quando Asha entra na caverna da

minha família. Meu beliche é o mais próximo da entrada e oferece

pouca privacidade. Certamente não é suficiente para o que Asha

pretende. — Estou ocupado no momento, Asha. Meu tom de voz é

brusco, na esperança de que ela entenda. Eu escondo o presente para

Kira na cintura das minhas calças, porque a última coisa que eu quero

é alguém como Asha, vendo o que eu tenho, antes da destinatária do

presente ver.

— Hemalo está lá fora mostrando a uma das feias meninas humanas

como tingir couro, diz ela, e depois se move para

frente para colocar a mão no meu peito. — Quer

voltar para minha caverna comigo?

Eu removo a mão dela da minha

túnica. Certa vez, dei as boas-vindas

às atenções de Asha. Ela não era

acasalada e era sedutora e eu ansiosamente partilhei a

cama com ela.


Até que ela vibrou com o modesto Hemalo, um dos curtidores da

tribo. Asha não estava satisfeita - na época, ela estava se movendo

entre as camas de vários caçadores solteiros, ansiosa para brincar

e se divertir. Vibrar significava que ela tinha um companheiro e uma

família ... e alguém que ela não queria. A união deles não tinha sido a

mais alegre das ocasiões, mas eu realmente desejava o bem para ela.

Eu também estou aliviado, porque Asha pode ser irritante quando ela

quer que as coisas aconteçam do jeito dela. Fico feliz que ela não seja

minha companheira.

Mas seu filho morreu poucos dias fora do útero, e ela e seu

companheiro brigaram, e agora ela quer voltar aos seus velhos

hábitos ... só que eu não estou interessado na companheira de outro

macho. E Asha não é mais a única jovem da tribo.

Ela se agarra ao meu braço. — Aehako, espere.

— Estou ocupado, Asha. Vá buscar seu

companheiro se quiser sexo.

Ela bufa em irritação e bate no meu

braço com uma mão. — Eu não estou interessada

nele. Nós não temos filhos juntos. Por que eu deveria

estar ligada a ele? — Ela me segue enquanto eu saio da


privacidade da caverna dos meus pais e entro na área principal da

tribo. — Você gostou de compartilhar as cobertas comigo antes.

— Estou interessado em outra —, digo a ela.

Asha engasga e se agarra ao meu braço, me puxando para trás para

encará-la. — Não é nenhuma dessas humanas não é?

— Quem mais seria? — Eu rio.

— Mas elas são tão... feias.

Eu reviro meus olhos. — Isso importa? — Eu não as acho

feias. Diferente sim. Intrigante? Definitivamente. Elas poderiam ser

tão bonitas quanto um “peixe-kas” com suas escamas coloridas, e ela

as acharia feias, porque são competição pra ela. A pobre Asha está

ameaçada - antes, ela tinha todos os jovens caçadores da

tribo à sua disposição. Agora ela os observa em

pares com suas próprias companheiras e se

sente infeliz pela sua própria situação.

Ela faz beicinho. — Eu sinto sua falta

—, diz ela, tentando outra tática. —

Aehako, por favor.


Eu dou a ela um olhar de reprovação. Ela está perdendo meu tempo,

e enquanto isso, Kira está do lado de fora sozinha. Este é um raro

momento que posso passar com ela e não ter outras pessoas espiando

por cima dos meus ombros.

— Eu tenho que ir —, eu digo a ela com firmeza, e ajusto o presente

que eu estou escondendo debaixo da minha roupa. Asha me dá um

olhar curioso, mas se afasta. Eu corro para a entrada da caverna,

procurando o pequeno corpo de Kira. Os humanos mal chegam ao

meu peito e eu nem sou o mais alto dos homens da nossa tribo. Elas

são coisas delicadas, e eu me preocupo que Kira não esteja segura aqui

fora.

Há rastros na neve, e eu os sigo das cavernas para o cume próximo,

onde as plantas curativas de Maylak crescem em

abundância. Elas estão presas em um pequeno

vale, protegido dos ventos. Kira está ali,

pegando com raiva as folhas da planta, com

uma carranca no rosto.

Ela se vira e olha para mim quando

me aproximo. Eu sou o destinatário de um pouco da

raiva dela? Eu sorrio para mim mesmo. Suas


bochechas estão coradas com aquela cor rosa incomum que alguns

acham feio em humanos. Eu acho encantadoramente adorável. Ela

tem tantas cores interessantes - rosa e marrom, e seus olhos são o

vívido azul khui cortesia do organismo. — Olá, minha pequena

amiga —, eu grito em saudação.

— Não sou sua amiga, ela murmura. — E eu não sou pequena.

Eu rio disso. — Você deveria pegar um pouco daquela planta

“intisar” —, digo a ela. — É boa para a visão.

Ela me lança outro olhar.

Eu não me importo. Eu prefiro suas expressões de raiva do que a

frequente tristeza em seus olhos.

— Eu não preciso de ervas para a minha visão, — ela

diz.

— Não? — Eu provoco e me movo para o lado

dela, então aponto para outro arbusto. —

Aquele é para a impotência.

Ela me dá um olhar chocado, e o rosa

retorna às suas bochechas.


— Eu não preciso disso, é claro, — digo a ela. — Meu pau pode ficar

ereto por muitas horas sem amolecer. É principalmente para os idosos

ou homens que estiveram doentes por um longo tempo e desejam se

acasalar com suas companheiras.

Ela faz um barulho sufocado. — Eu não quero ouvir sobre o seu ...

pênis. — Ela me lança outro olhar vicioso. — Talvez você devesse ir

falar mais sobre isso com a sua amiga. Ela parece interessada

— Você está com ciúmes? — Eu pergunto, satisfeito. Eu tentei deixar

claro para Kira que estou interessado em cortejá-la, mas ela me

rejeitou todas as vezes. Ela mudou de ideia? Eu admiro seu fino

cabelo castanho enquanto ele balança no vento e imagino que ele está

derramando sobre o meu peito.

E então eu tenho que ajustar meus calções

novamente.

— Com ciúmes? Ha! Por que eu deveria estar

com ciúmes? Eu sou feia, lembra? — Ela

bate na concha de metal brilhante

presa ao ouvido. — Eu ouvi cada

palavra da sua conversa!


Eu não posso esconder o sorriso de prazer do meu rosto. Ela me ouviu

falando com Asha. E ela está com ciúmes. Isso me agrada muito.

Talvez Kira não seja tão indiferente depois de tudo. É hora de mostrar

a ela o meu presente de cortejo.

Mas elas são tão feias.

E isso importa?

As palavras soam nos meus ouvidos enquanto tiro folhas de uma das

plantas de inverno. Babaca. Babaca. Babaca. Eu gosto de como ele não

se importa com a minha aparência, desde que ele possa transar. —

Por que você não vai pra dentro e me deixa sozinha?

— Como eu posso deixa-la sozinha? — Aehako

ainda tem aquela tom provocante em sua voz

que faz meu estômago vibrar... e me faz

querer dar um soco nele ao mesmo

tempo. Ele coloca a mão sobre a

minha. — Você está arrancando todas as folhas desta


planta. Se eu deixar, encontrarei toda a colina descoberta. Maylak

ficará muito descontente.

Eu olho para ele, mas paro de arrancar o arbusto que estou

atacando. Ele está certo - eu peguei mais folhas do que deveria, mas o

homem me deixa tão frustrada. — Eu vou parar de fazer isso com a

planta. Você está livre para ir agora.

Ele não sai, no entanto. Em vez disso, ele estende a mão e toca o

tradutor saindo da minha orelha. Seus dedos roçam contra a concha

do meu ouvido onde está preso, e eu tenho que lutar contra um

arrepio. — Essa coisa machuca você?

— Não é uma sensação boa. — Seu toque é, no entanto. Seu dedo

parece insanamente quente contra a minha pele, e um arrepio corre

pelos meus braços. — É pesado e não consigo

dormir confortavelmente. Fica frio também. —

Além disso, e eu posso ouvir todas as

conversas a um quilômetro de distância.

— Você pode tirar isso? Você quer

que eu tente?

Eu me afasto dele. Uma onda de lembranças horríveis

invade minha mente e eu aperto minha pele com mais


força ao redor do meu corpo. — Eles implantaram cirurgicamente. Eu

mesma tentei tirar, mas está muito fundo. Eu só vou ter que viver com

isso.

Poderia ser pior. Eles poderiam ter me estuprado como fizeram com

Josie. Eles poderiam ter removido meu bebê como fizeram com

Megan.

— Eu quero ajudá-la —, diz Aehako suavemente, e toda a provocação

se foi de sua voz.

Eu dou-lhe um leve sorriso. — Isso é doce e tudo mais, mas estou

bem. Realmente. — Eu deixo cair as folhas esmagadas em uma bolsa

de couro. Ele está certo que eu estou apertando- os até a morte. Eu

nem sei se posso dar isso para Maylak. Elas parecem bem mutiladas.

— Você está com raiva de mim, não está, olhos

tristes? É algo que eu disse ou fiz? — Ele se

aproxima e eu sinto uma lufada do seu

cheiro. Ele cheira como as frutas que eles

usam para fazer sabão, e um

pouquinho de suor que de alguma

forma cheira maravilhosamente nele. — Meu objetivo

é fazer você sorrir, não trazer mais tristeza ao seu rosto.


— Eu estou bem —, eu digo, apesar de sua conversa anterior com a

fêmea sa-khui ainda me incomodar. Para mim, nem importa se ele me

acha atraente ou não. Eu sou apenas humana - ha.

— Você não está bem.

— Sim, então você gosta de apontar isso —, eu respondo

automaticamente, então estremeço mentalmente. Ugh. Por que eu fui

lá?

— Eu não estou entendendo. O que significa estar bem? — Ele inclina

a cabeça. — “Bem” é a palavra correta para satisfeita? Raahosh diz que

não entende metade do que Liz diz, então eu estou preocupado com

a nossa barreira linguística, acho que é pior do que pensávamos.

— Não se preocupe com isso —, eu digo rapidamente. Eu me afasto

desde que ele está muito perto e isso está me

fazendo estremecer. — Eu acho que Maylak

precisa de mais folhas de chá. — Eu corro

para a próxima planta.

— “Bem”, significa... ahhhh. — Ele ri

e me segue. — Você ouviu a minha conversa.


Eu encolho meus ombros como uma forma de resposta.

— Você ouviu, e seus sentimentos estão feridos porque você acha que

eu não a acho atraente.

— Não é nada disso —, eu minto, escondendo meu rosto. Eu sinto

como se as minhas emoções estivessem pintadas no meu rosto e ele

seria capaz de ver através de mim.

— Mmm. É assim mesmo? Então olhe no meu rosto, Olhos tristes, e

me diga isso.

Eu não. Eu arranco algumas folhas da mais nova planta, porque é

uma ótima distração.

— Olhe para mim, Kira, ele pede novamente.

Eu olho para ele. É estranho que eu esteja tão

atraída por um alienígena. De volta à terra,

meus relacionamentos eram inexistentes. Eu

sou o tipo de garota invisível para os

caras. Eu não me visto com roupas

sexy, eu não flerto e raramente uso

maquiagem. Meu cabelo é um marrom

desinteressante e liso na minha cabeça, e meu rosto é


um pouco longo demais para ser bonito. Eu não sou nem uma grande

conversadora. Eu não sou virgem porque estou esperando por

casamento.

Sou virgem porque sou chata e pouco atraente. Normalmente não me

importo. Mas Aehako? Ele é masculino e absolutamente

deslumbrante. Ele é um dos poucos sa-khui que mantém seu cabelo

cortado curto contra o crânio. É um corte baixo contra o couro

cabeludo, que só chama a atenção para seu grande sorriso bonito e os

enormes chifres que sobressaem de sua testa. Os sulcos achatados e

esburacados em seu rosto também são mais proeminentes, e faz com

que seu rosto - especialmente seu nariz - pareça mais grosso do que o

da maioria. Mas ele tem um sorriso tão carinhoso que você não pode

deixar de achá-lo bonito. Ele é alto e musculoso, densamente

construído em vez de magro como o Raahosh de

Liz, e seu corpo inteiro é um azul-ardósia

pálido, que eu acho intrigante.

Dizer que ele mexe comigo é um

eufemismo. E eu odeio não fazer o

mesmo com ele. Eu olho para longe novamente. — Eu

não me importo se você acha que eu seja feia.


— Eu não penso nem um pouco assim —, ele murmura, e eu sinto o

calor de seu grande corpo enquanto ele se aproxima de mim

novamente. — Eu simplesmente não corrigi Asha porque queria me

livrar dela, não continuar uma conversa.

Então ele acha que eu sou bonita? Um arrepio feliz corre através de

mim.

Eu sufoco essa linha de pensamento. Não importa se ele me acha

atraente. Dar-lhe esperanças é um erro, e não posso me dar ao luxo de

ter meu coração envolvido em problemas.

Eu sou estéril. Não tem como ele vibrar por mim. Ele pode flertar o

quanto ele quiser, mas um relacionamento comigo é um beco sem

saída. — Somos apenas amigos —, eu digo, quando ele se inclina

ainda mais perto.

— Se somos apenas amigos, por que você se

importa tanto?

— Eu não me importo —, eu protesto

novamente. Eu olho e seu rosto está

a centímetros do meu. Fazendo com que aquela

estranha vibração comece no meu estômago mais uma

vez. — Por que... por que você está tão perto?


Aquele sorriso torto e sexy curva sua boca. — Porque você continua

se afastando. — Ele se inclina. — E eu gosto do seu cheiro.

— Aehako —, eu digo, minha voz suave. Eu não posso encorajá-

lo. Ele precisa saber que flertar comigo não o levará a lugar

nenhum. Ele deve guardar suas atenções para uma mulher que um

dia poderá ser sua companheira permanente. — Ouça... — Eu paro,

porque ele está puxando algo debaixo de sua túnica. — O que você

está fazendo?

— Eu estou dando a você um presente de cortejo. — Ele puxa algo

longo e grosso e envolto em couro de sua túnica e segura para mim.

— Um presente? — Eu pego dele, tocada. Nós, humanos, temos tão

pouco e eu já me sinto como uma grande aproveitadora com todas as

coisas que as pessoas sa-khui nos deram. Agora ele

está me dando um presente?

— Um presente de cortejo —, ele enfatiza. —

Eu trabalhei muito duro nisso.

— Um… presente de cortejo? Isso é

uma coisa sa-khui? — Eu vejo. Eu não deveria aceitar,

mas tenho que admitir que estou curiosa para saber o

que é. Enche minhas mãos e tem cerca de trinta


centímetros de comprimento e é grosso como um taco de

beisebol. Eu desdobro devagar… E então olho. Certamente isso não

é… — Este é seu, hum, pênis?

Ele concorda com orgulho. — É muito semelhante. Eu trabalhei duro

para acertar. Claro, os outros acham que sou louco por ficar olhando

meu próprio pau por horas enquanto eu talhava. Ele encolhe os

ombros. — Você não gostou?

É um vibrador. Eu olho para ele em uma mistura de horror e

descrença. É feito de osso, e eu estou um pouco apavorada de que tipo

de criatura vem os ossos... grossos assim. Oh Deus, estou corando. É

muito grosso, no entanto. E longo. Certamente estas não podem ser

as dimensões reais de seu pênis. Mas não há dúvidas sobre a coroa

pesada no final, e as veias traçando o comprimento de seu

equipamento. É definitivamente um pênis. Há

até mesmo cumes ao longo do topo, como os

cumes em suas sobrancelhas e em seus

grandes braços musculosos. E há até

bolas presas, e algo que parece

suspeito como um dedo mindinho acima do pênis.


Meu Deus, isso tem que ser o "estímulo" mencionado por Liz. Eu

pensei que ela estava tirando sarro de nós.

Acontece, mas não muito.

Eu empurro a ... coisa ... de volta para ele. — Eu não posso aceitar isso!

Por um momento, ele parece arrasado. Seu sorriso desaparece e sua

expressão se torna feroz. — É outro? Seu coração já foi reivindicado?

Eu balaço a minha cabeça, em negação. — Do que você está falando?

— Estou perplexa. Eu empurro o vibrador de volta para ele.

Suas sobrancelhas se juntam e suas mãos vão para seus quadris. —

Este não é um presente de cortejo apropriado?

— Os humanos não fazem presentes de cortejo!

— Mas Liz ... Ele para de falar enquanto a

realização cruza seu rosto.

— Eu vou matá-la, eu digo severamente.

Em vez de ficar com raiva, Aehako

joga sua grande cabeça com chifres e

ruge de rir. Ele agarra seus lados, incrivelmente

divertido. Fico feliz que um de nós esteja se divertindo


com essa piada. Não tenho ideia do que devo fazer aqui. — Leve isso

de volta, eu digo, empurrando-o para ele.

Ele levanta a mão e balança a cabeça, ainda rindo. — Ah, não, foi feito

para cortejo, e eu pretendo cortejar você, minha humana de olhos

tristes. Guarde-o. — Suas sobrancelhas se mexem. — A menos que

você queira ver a coisa verdadeira?

— Eu o quê? Não! — Eu engasgo. — Eu não quero ver seu pênis!

— Você tem certeza? É bem legal. Veja como é bom o meu presente!

—Ele gesticula para o vibrador de osso. — Eu lhe daria muito prazer

com isso. Eu sou muito bom nas cobertas.

— Eu não quero ouvir sobre suas proezas sexuais —, eu sibilo. Eu

embrulho a coisa nos couros novamente porque eu vou ser

condenada se eu mostrar um grande vibrador

para toda a caverna, e ele não parece disposto

a pegar de volta.

— Não? — Ele parece

momentaneamente frustrado. —

Como homens humanos cortejam as mulheres que eles

gostam, então?
— Não com vibradores. Eles dão-lhes flores, chocolates, beijos e

coisas.

Ele cruza os braços. — Eu pensei que você tinha dito que eles não

davam presentes.

— Beijos não são presentes!

— O que eles são?

Eu pisco para ele, perplexa. Ele não sabe o que é um beijo? Ele está

brincando?

— Isso é um truque, certo? — Eu digo, olhando para ele com

desconfiança. — Eu devo tlh dizer o que é um beijo e então você

insiste em demonstrar e então a próxima coisa que eu percebo são que

nossas línguas estão juntas jogando hóquei.

Suas sobrancelhas franzem enquanto eu falo, e

está claro que ele não tem ideia do que eu

estou falando. — línguas... hó-quei?

— Pare já com isso. — Estou irritada

com ele e com Liz, já que eles parecem

estar conspirando contra mim. — Eu não posso


acreditar que Liz lhe falou sobre vibradores e não sobre beijos.

— Então eles são semelhantes? — Um brilho especulativo entra em

seus olhos.

— Eu cansei desta conversa. — Eu me afasto, aproximando-me dos

arbustos. — Você deveria ir.

— Por que é tão difícil acreditar que eu gostaria de estar com você,

Kira? — Ele se aproxima de mim, sempre determinado, e sua grande

mão toca meu ombro. Eu preciso de todas as minhas forças para não

me inclinar nesse pequeno toque. Eu estou tão faminta por amor e

carinho que eu não confio em mim mesma para não tirar minha

calcinha, simplesmente porque ele representa alguma estabilidade

nesta estranha nova vida.

— Porque nós não vibramos um para o outro —,

eu digo, cansada. E nós não vamos, porque

meu corpo não vai produzir filhos, não

importa o quanto eu queira. Ou o cara de

pé ao meu lado.

— Não podemos tomar o prazer que

nossos corpos nos oferecem? — Ele se inclina para

mais perto, e eu sinto o calor de seu corpo contra o meu,


mesmo que eu não olhe para ele. — Não podemos saber a alegria de

tocar o outro?

— E então o quê? — Eu pergunto. — O que acontece quando você

vibrar para outra pessoa, ou se eu vibrar?

Ele dá de ombros, seu grande corpo totalmente casual. — Então a

vida continua e nós celebramos a nova união.

E ninguém tem ressentimentos? Acho difícil acreditar, mas guardo

meus pensamentos para mim mesma. Sem ciúmes? Nenhum

ressentimento ardente? Nenhuma inveja de alguém que está com o

seu amor?

Ele pode ser capaz de desligar seus sentimentos com um interruptor,

mas sei que não sou assim. Eu sei que quando eu me comprometo,

vou querer realmente me comprometer. Ter um

relacionamento, não ser apenas um parceiro

sexual. Ser amada e amar em troca.

Infelizmente para mim, tudo o que

Aehako pode oferecer é ser um

parceiro sexual.
— Não estou interessada —, eu minto, e dou a ele a minha melhor

expressão séria. — Então você pode desistir agora.

Ele suspira e balança a cabeça grande. — Nós falaremos novamente,

olhos tristes. Eu não vou desistir de você, mesmo que você tenha

desistido de si mesma. — Ele estende a mão e passa um dedo pela

minha bochecha, depois se afasta.

Meu corpo fica formigando daquele pequeno toque e cheio de

necessidade dolorosa. Por que eu? Por que eu devo ser a garota mais

azarada viva?

Porque eu sei que no momento em que eu ceder aos meus desejos e

ter um relacionamento com Aehako, esse é o momento em que ele vai

vibrar para outra mulher.

E eu vou ficar sozinha. Novamente.

Não é até que ele esteja no meio do caminho

que eu percebo que ainda tenho o vibrador

envolto em couro em minhas mãos. —

Espere, eu chamo. — Leve isso de

volta!

Ele me ignora.
Eu permaneço do lado de fora até não aguentar mais o frio. Então,

com os dedos gelados, o rosto rachado pelo vento e a bolsa cheia de

ervas, finalmente volto para as cavernas. O vibrador é empurrado

para dentro do meu saco de ervas, já que não sei mais o que fazer com

ele, mas isso causa uma impressão de uma quantidade obscena de

ervas. O fato relevante, é enorme. Não tem como o pau de um cara

ser tão grande assim. Não que eu seja uma especialista em paus, é

claro. Eu pensei brevemente sobre enterrá-lo na neve, mas depois de

todo o tempo e esforço que Aehako colocou nele, parece errado.

Além disso, eu posso querer observar um pouco mais

quando estiver sozinha.

Eu vou para dentro e sopro meus dedos para

aquecê-los. As luvas são uma prioridade,

assim como as raquetes de neve. Na

verdade, precisamos de um pouco de

tudo, sendo honesta. Sutiãs, calcinhas - e estremeço ao

pensar como será quando voltar a menstruar. Ela não


veio no mês passado, mas nunca fui regular. Graças a Deus, porque

essas pessoas usam couro, e não faz um bom par de calcinhas. Nossas

opções são bastante limitadas, e mendigos certamente não podem

escolher. Temos sorte de estarmos aquecidas e alimentadas.

A caverna principal é bastante quieta, entretanto eu aceno a algumas

pessoas que estão na piscina central. Durante o dia, muitos dos

homens saem e caçam as caças pequenas nas proximidades, e os

artesãos trabalham. Josie mencionou para mim que o marido de

Maylak, Kashrem, tem uma caverna a uma curta distância que ele usa

para curtir, já que cheira tão mal que até nossos sentidos

enfraquecidos ficam ofendidos.

Eu vou para a caverna da curandeira, e bato na parede do lado de fora

desde que a cortina de couro é puxada sobre a

entrada. — Maylak?

— Kay-sah, ela chama. Entre, o tradutor entoa

no meu ouvido.

Eu entro e ela não está

sozinha. Megan está deitada na

esteira em frente ao curandeira, e as mãos de três

dedos de Maylak estão bem abertas sobre a


barriga. Seus olhos estão brilhando ferozmente, o que eu aprendi

acontece quando ela está profundamente em sua cura. No canto, a

menina de Maylak, Esha, brinca com alguns ossos de brinquedo.

— Oh. É um momento ruim? — Eu digo em inglês porque ainda não

sabemos a língua alienígena.

— Tudo bem, diz Megan com um sorriso suave. — Eu estava apenas

fazendo Maylak me checar e outras coisas. Para ver se, você sabe ...

todas as minhas partes estão funcionando corretamente ou se os

Pequenos Homens Verdes danificaram alguma coisa.

Quando eles lhe fizeran o aborto? Oh. Eu não tinha sequer

considerado isso. Sento-me no final do tapete enquanto Maylak me

dá um sorriso tímido e continua seu trabalho, pressionando as mãos

suavemente no estômago de Megan. O bebê - ela

tem que ter dois anos, no máximo - me vê e dá

um gorgolejo feliz.

Nenhuma tradução, o tradutor diz. É

conversa de bebê. Eu sorrio e estendo

minhas mãos para Esha, e ela pula no

meu colo, destemida. Sua pequena mão azul


imediatamente vai para a minha testa e ela esfrega, sentindo a

diferença entre sua testa sulcada e a minha.

— Eu estava colhendo ervas e pensei em deixá-las —, digo a título de

explicação. — Ela conseguiu encontrar algo errado?

Megan dá de ombros, mas não se levanta. — Há um pouco de barreira

linguística, mas até agora ela não se apavorou.

— Isso é bom —, eu digo, em seguida, sufoco uma risada quando Esha

abre meus lábios e examina meus dentes quadrados. As suas são

pequenas presas afiadas.

— Esha —, Maylak chama e dá uma pequena sacudida de sua cabeça.

— Está tudo bem —, eu digo, e balanço o bebê um pouco. — Eu não

me importo. — Eu gosto de crianças. Eu sei que Liz

reclamou que ela não estava pronta para ser

mãe, e Georgie disse que nunca pensou em

crianças, mas eu sim. Eu penso sobre elas o

tempo todo. Talvez porque eu não possa

ter nenhuma.

Maylak dá um tapinha no estômago de Megan e o

brilho duro em seus olhos suaviza um pouco. —


Terminou —, diz Maylak em seu idioma, e o tradutor

automaticamente acrescenta as palavras.

— Ela acabou —, eu ofereço a Megan, que está olhando para mim,

esperando.

— Estou bem? — Megan pergunta a Maylak, sentando-se. Ela coloca

a mão no estômago e, em seguida, move as mãos em um movimento

de embalar, indicando um bebê. — Tudo está funcionando

corretamente?

A curandeira balança a cabeça e solta um jato de palavras da língua

alienígena fluida, gesticulando para o estômago de Megan e depois

para mim. Todos sabem que posso traduzir. Seu útero foi ferido

recentemente, diz Maylak. Havia um bebê lá uma vez, mas não mais. Seu

khui está consertando o dano. Está quase pronto e,

quando estiver, não deve haver razão para não poder

levar uma criança como qualquer outra mulher.

Espere um ciclo da lua pequena e veja.

Traduzo para Megan e estremeço

quando as mãos pequenas de Esha

descobrem meu tradutor e o puxam. Eu gentilmente


puxo seus pequenos dedos para fora, sentindo inveja do crescente

sorriso de alívio no rosto de Megan.

— Estou tão feliz em ouvir isso. — Ela aponta para a curadora, que

está olhando para mim. — Você quer que ela olhe você? Ver se há

uma razão pela qual você não está vibrando?

Eu mordo meu lábio e depois balanço minha cabeça. — Eu sei por que

eu não estou.

— E o que é? — Seus olhos estão arregalados.

Eu hesito. Estou com tanto medo de contar para alguém, mas também

sinto a necessidade de compartilhar meu fardo. Eu quero que alguém

entenda porque eu estou tão desconfortável. — Meu apêndice

estourou quando eu tinha treze anos. Eu quase morri e fiquei no

hospital por um longo tempo. Isso fez com que

vários dos meus órgãos se infectassem, e

quando eu estava melhor, os médicos me

disseram que eu seria incapaz de ter

filhos. — Eu dou de ombros. — Eu sei

que não vou vibrar porque não sou

fértil.
O olhar de simpatia nos olhos dela dói. Ela olha para Maylak, que não

consegue entender nossa conversa. — Talvez ela possa

olhar. Talvez…

Eu balancei minha cabeça e aconcheguei Esha, cuidando dos

pequenos chifres que se projetavam de sua cabeça de bebê. Eles estão

dobrados contra o crânio dela por enquanto, mas eles crescerão e se

projetarão mais tarde. — É o que é. Eu só me preocupo se eles me

botarem pra fora assim que descobrirem a verdade.

— Eu não vou dizer nada —, diz Megan ferozmente. — Você tem

minha palavra.

— Obrigada. — Eu dou-lhe um sorriso suave.

Ela retorna meu sorriso e então sua expressão muda e fica

estranha. Uma risada escapa de sua garganta. —

Hum, você tem algo que você quer nos dizer?

Estou confusa sobre o que ela está se

referindo, e então Maylak ri também. —

Esha!
Eu olho para baixo e o bebê encontrou meu presente ... de cortejo e

está examinando-o com grande curiosidade.

— Oh meu senhor —, eu murmuro e tomo dela, envolvendo-a com

couro novamente. — Aehako deu isso para mim.

— Uh huh —, diz Megan, com voz provocativa.

— Culpe Liz. Ela disse a ele que era o que os homens humanos fazem

para cortejar as mulheres.

— Ooo —, um romance está florescendo? Ela aperta as mãos. — Isso

é tão incrível.

Eu sacudo minha cabeça. — Não vai a lugar nenhum. Eu nunca vou

vibrar. Como eu sei que ele não vai vibrar com você amanhã? Ou com

Josie? Ou Claire?

Então eu vou ser abandonada novamente. É a

história da minha vida. Toda vez que

encontro um cara - uma ocasião bastante

rara - e começamos a nos conectar,

sinto-me obrigada a dizer que não

posso ter filhos. E desde que eu relato isso, o interesse

deles morre. Eu não sou uma namorada de longo


prazo. Eu sou um tipo curto, não muito divertido, até que eles

encontrem quem eles querem passar o resto de suas vidas.

E nunca, nunca sou eu.

Desta vez, o olhar simpático de piedade de Megan me incomoda.

— É o que é. Aqui —, eu digo, abrindo minha bolsa para terminar a

conversa. — Eu trouxe ervas para você, Maylak.

As coisas estão quietas por vários dias. Os humanos se mantêm

ocupados o suficiente. Josie decidiu que quer aprender a cozinhar, e

Tiffany ainda está tentando fazer com que a lã “dvisti”

se transforme em outro tipo de lã. Megan está

com Maylak cuidando das plantas herbáceas

ao redor das cavernas, e Harlow está

raspando as peles. Claire se esconde

com seu namorado alienígena e

observando as crianças pequenas quando os pais estão

ocupados.
Todo mundo está ocupado, inclusive eu. Há sal granulado do 'grande

lago de sal' a alguns dias de viagem de distância, e é precioso para

todos, então estou tentando descobrir como salgar ou defumar a carne

para que ela dure mais tempo. A comida é preciosa, então eu tomo as

partes desagradáveis que as pessoas não gostam e uso elas como

experimento. Mesmo que isso pareça um desperdício, no entanto. Um

dos esconderijos de carne congelada está enterrado sob uma

avalanche e a tribo está preocupada que não haverá comida suficiente

para alimentar todo mundo quando ficar 'realmente frio', então

estamos, todos, no modo de trabalho. Há bocas extras, mulheres

grávidas e muitas roupas necessárias, então não há tempo para ficar

ocioso.

Aehako não tem estado por aqui ultimamente. Ele está caçando

também, e é estranho, mas sinto falta do flerte e

do seu riso. Eu digo a mim mesma que eu não

deveria, mas todo mundo parece estar se

misturando muito bem com o grupo...

exceto eu.

Eu me sinto estranhamente

sozinha. Talvez seja porque meus amigos mais

próximos parecem ter encontrado o amor. Eu odeio


sentir inveja quando vejo Vektal alimentando Georgie com pedaços

de carne, ou o fato de que Liz e Raahosh preferem ficar no , porque

isso significa muito tempo sozinhos para eles. Eu até tenho inveja de

Ariana, porque seu companheiro Zolaya se inclina para trás para fazê-

la sorrir.

A única pessoa que eu tenho é Aehako, e eu o espantei.

Os caçadores ficaram longe durante toda a semana, e isso torna as

cavernas tranquilas. No entanto, quando Aehako retorna de uma

viagem de caça com peles extras e uma piscada para mim, é difícil não

corar de excitação. Especialmente quando ele insiste em guardar

algumas peles para eu fazer uma capa para mim. Ele é tão atencioso.

Claro, então eu lembro do vibrador, completo até as veias, e fico toda

envergonhada novamente.

Naquele dia, Liz e Raahosh pararam com um

trenó cheio de carne para a tribo e vão

pernoitar. Eles vieram ao mesmo tempo

que Cashol, um dos muitos caçadores

solteiros do clã sa-khui. Eu abraço

Liz, feliz em vê-la. Ela está absolutamente radiante,

brilhando com boa saúde e amor por seu companheiro.


— Como está a caça? — Eu pergunto, sorrindo para ela. — Aquele seu

companheiro esta mantendo você alimentada?

Ela ri e dá um passo para o lado enquanto Cashol joga um dvisti

morto por cima do ombro, trazendo-o para as cavernas para a tribo

comer. Alguém o direciona para a caverna de solteira, provavelmente

porque Tiffany está tentando fazer algo com toda a lã dvisti. Liz ri e

chama minha atenção novamente. — Deus, sim. Quando não estamos

transando como coelhos, estamos comendo. Tanta comida. — Ela dá

um tapinha na barriga. — Raahosh está determinado a me fazer

engordar.

O alienígena se inclina e dá um beijo no topo da cabeça de sua

companheira. — Eu vou cumprimentar meu chefe. — Ele sai na

direção de Vektal.

Liz o observa com um sorriso possessivo, e

então ela se vira para mim. — Como você

está? Como está a vida nas cavernas

lotadas?

— Lotadas —, eu concordo. —

Estamos todos pisando um no outro. Eles estão

falando sobre começar uma segunda caverna


novamente dentro de alguns anos, assim que todos os bebês

estiverem aqui.

— Eles estão?

Eu confirmo. — Aparentemente houve uma segunda menor nas

redondezas, mas depois da doença todos preferiram se mudar para

apenas uma.

— Então por que não abri-la novamente? — Liz coloca o braço em

volta da minha cintura enquanto nos dirigimos para as cavernas de

solteira para sentar um pouco.

— Porque eles não têm certeza se temos suprimentos suficientes para

alimentar duas cavernas —, digo a ela. Tem sido um assunto de muita

conversa ultimamente. — As cavernas ficam a meio dia de caminhada

durante o bom tempo e impossíveis de chegar

durante o mau tempo. Eles temem que alguém

morra de fome no inverno. Por enquanto,

vamos ficar aqui e ver o que acontece.

Estou dividida no pensamento de

outra caverna. Pode ser bom ter um pouco de

privacidade... mas também me preocupo que isso se

transformará em uma situação de – mande todos os


rejeitados para esse outro lugar – e também não quero que isso

aconteça.

— Eu não me importo com a aglomeração —, acrescento depois de

um momento. — Eu...

Um grito estridente ecoa na caverna. Liz e eu compartilhamos um

olhar e então nós duas corremos para a caverna de solteira, de onde

veio o grito.

Quando chegamos lá, Megan colocou os braços em volta do pescoço

de Cashol. Ele a segura contra ele, seu rosto contra ela, e seus pés não

estão tocando o chão. Ela ri e grita novamente, e então nós ouvimos -

o som fraco de ronronar em sinfonia.

— Oh merda —, diz Liz, e dá um aplauso feliz. — Vocês dois apenas

vibraram?

— Nós vibramos —, diz Megan, e pressiona

um beijo no rosto aturdido de Cashol. —

Você está bem?

— Minha companheira —, diz ele

com reverência, e depois a gira novamente. — Meu

companheiro!
Ela beija o rosto dele repetidas vezes, e então lhe dá um beijo na boca

que o deixa confuso.

Até agora, há uma multidão se formando na entrada da caverna, mas

Megan e Cashol estão alheios. Ela está exalando felicidade em seus

olhos e ele não consegue parar de tocá-la. É como se nós nem

existíssemos. O ronronar na caverna é alto o suficiente para fazer meu

próprio peito silencioso se sentir quieto demais.

— Este é um bom dia —, diz Vektal atrás de nós. — Nossa tribo

continua a crescer e prosperar.

— Você —, diz Liz quando Cashol começa a desfazer os laços em suas

calças. Megan é igualmente alheia, agora lambendo sua boca com um

entusiasmo que é um pouco obsceno para assistir. — Acho que

devemos dar-lhes alguma privacidade.

Georgie avança, empurrando todos os

espectadores, e ela abre as cortinas sobre a

entrada da caverna de solteira. — Vamos

deixá-los sozinhos —, ela diz

brilhantemente. — A maioria dos

caçadores está de volta e temos boas notícias. Eu diria

que isso é uma celebração.


Alguns gritos alegres ecoam no ar, e a conversa começa, abafando o

ronronar do casal feliz. Eu me afasto, me sentindo um pouco perdida

e solitária. Eu deveria estar feliz por Megan. Eu deveria. Por alguma

razão, olho para a borda da caverna e vejo Aehako.

Ele está me observando.

E meu coração dói um pouco mais porque não posso tê-lo.

Há um chá fermentado chamado sah-sah que o marido de Maylak,

Kashrem, é especialista em fazer. Cheira como o traseiro de um bico

de foice (pássaro), mas o sabor é agradavelmente quente na língua e

solta as inibições. A tribo está quebrando a pele após a pele do sah-

sah em comemoração, e todos estão festejando,

rindo e felizes. O velho Kemli e sua

companheira pegaram seus tambores e

flautas, e uma música alegre preenche a

caverna, cobrindo qualquer

barulhinho que o casal que vibra

agora possa fazer quando eles cederem às demandas

de seu khui.
A filha de Kemli, Farli - ainda jovem o suficiente para não ser nada

além de uma muda - tem suas tintas e desenha símbolos decorativos

na pele de qualquer pessoa que se sentar o tempo suficiente para

deixá-la. Eu tenho uma queda no meu coração por Farli, então eu sou

um dos primeiros a cair para ela implorando, e quando terminei, ela

pintou espirais em meus chifres e varreu símbolos em meu rosto e

peito. Os anciãos sorriem para isso - era comum as pessoas decorarem

seus corpos em comemoração a um acasalamento em seu tempo, e

gostam de ver o costume revivido.

Os humanos também estão entusiasmados com a pintura, e vejo como

Joh-see adquire formas azuis pintadas em sua pele pálida. Kira dos

olhos tristes fica por perto, observando. Há um sorriso no rosto dela,

mas não alcança os olhos dela. Isso raramente acontece.

Ocasionalmente, ela olha para mim e então

rapidamente se afasta.

Mesmo entre uma celebração, ela parece

sozinha.

— Posso pegar isso? — Pergunto a

Farli, estendendo a mão para um pote de tintas


avermelhadas. Ela e Joh-see estão rindo com as listras que ela está

pintando, e o vermelho não é usado.

— Claro —, diz Farli em sa-khui. — Você vai pintar alguém?

Eu aceno e gesticulo para Kira. — Ela parece que precisa de um pouco

mais de comemoração.

Joh-see sorri. Ela não entende nossas palavras, mas sabe de quem eu

estou falando. — Tente fazê-la sorrir, por favor? Ela está me deixando

pra baixo.

— Deixando você para baixo, onde?

Joh-see apenas ri novamente. — Deixa pra lá.

Humanos estranhos. Eu pego a tinta e uma pele de sah-sah, e antes de

ir para o lado de Kira, eu me inclino para Joh-see

mais uma vez. — Você sabe o que é um beijo?

Ela me dá uma piscada de flerte. — Você está

dando em cima de mim, cara grande?

Eu rio. — Você é muito difícil para

mim.
Ela ri, e está claro que ela está aproveitando o sah-sah há algum

tempo. Ela entrega outra cor a Farli e depois enrola uma de suas

mangas de pele. — Faça nos meus braços!

Espero enquanto Farli gesticula e depois começa a pintar círculos

coloridos na pele de Joh-see.

— Um beijo —, diz Joh-see, meditando. — Acho que Georgie e Vektal

se referiram a eles como encontros de boca.

Ah!! Eu vi isso por mim mesmo. Vektal coloca sua boca em sua

companheira quando pensa que os outros não estão olhando, e eles se

trancam juntos. Até parece que ele enfia a língua na boca dela, o que

é interessante. Eu lambi uma boceta antes, mas nunca uma boca, e

estou ansioso para experimentar.

Eu olho para Kira. Ela se afastou da turbulenta

tribo, escondendo-se em um canto para ficar

fora do caminho dos dançarinos que estão

começando a se mover ao ritmo da

bateria. Outro filhote a caminho e

outra vibração feliz é sempre motivo

de comemoração. Não importa que não haja lugar

para o novo casal fazer a sua casa. Há sempre espaço


para mais um, mesmo que tenhamos que dormir empilhados uns

sobre os outros.

Eu não me importaria de dormir em cima de Kira.

Asha passeia na minha frente enquanto ando pela caverna

movimentada. — Isso é para mim? — Ela pergunta quando vê a pele

de sah-sah na minha mão.

— Não. — Eu passo por ela e ignoro o som irritado que ela faz. Eu

vou direto para Kira, que se escondeu em um canto. Ela se senta em

um travesseiro de pelúcia, e há um lugar vazio ao lado dela. Bom.

A humana me dá um olhar frustrado quando eu sento no travesseiro

ao lado dela. — Eu não quero companhia.

— Você nunca quer, olhos tristes. — Eu ofereço-lhe o

chá da pele. — Sorte sua, não sou facilmente

dissuadido.

Kira cheira a bebida e enruga seu nariz

humano minúsculo e engraçado. — O

que é isso?

— É... — Eu procurei a palavra certa. — Queima na

barriga e faz você se sentir bem? Sim?


— Alcoólico —, ela corrige. Ela cheira novamente e oferece para

mim. — Você primeiro.

Eu tomo um gole saudável do chá e faço uma careta com o gosto

afiado, mas o calor me atravessa um momento depois. — Forte.

Ela tira a pele de mim e toma. Eu assisto seus pequenos lábios

curvarem onde os meus estavam, há apenas um momento e a luxúria

dispara em mim. Kira é difícil de perseguir, mas estou determinado.

Ela faz uma careta ao sabor, mas toma um segundo gole. — É horrível.

— Beba mais. Vai começar a ter um gosto melhor.

Ela toma outro gole saudável e depois tosse, limpando a boca. — Eu

acho que você está mentindo.

— Talvez um ligeiro exagero —, eu digo, e quando

ela tenta oferecer de volta para mim, eu

recuso. — Fique. Você precisa de um pouco

de álcool.

— Inebriante —, ela corrige.


— Sua língua é confusa —, digo a ela, e coloco meu dedo no pequeno

pote de tinta vermelha. — Suas palavras são bobagens a maior parte

do tempo.

— Você não está errado. Nós provavelmente devemos aprender sua

língua. Voltar para a nave-mãe e conseguir a descarga cerebral que

Georgie mencionou.

Por – nave-mãe, suponho que ela se refira à caverna dos anciãos, que

os humanos juram ser outra nave de onde nossos ancestrais

vieram. Eles podem não estar errados, mas ainda é estranho para mim

pensar nisso como uma nave. Enquanto ela bebe novamente, seu

olhar se desvia para o grupo de dançarinos no centro da

caverna. Algumas das mulheres humanas recém-acasaladas estão

com seus homens, dançando em volta da piscina

aquecida e passando momentos

maravilhosos. Nas proximidades, meu amigo

Zolaya está sendo alimentado por sua amada

companheira.

— Todos eles parecem tão felizes —,

diz Kira com uma voz suave. — Eu deveria estar feliz

por eles, não deveria?


O chá fermentado deve estar trabalhando rapidamente nela; ela está

realmente falando comigo por sua própria vontade. Eu olho para os

outros. — Eles não deveriam ser felizes?

— Não, eles deveriam. — Ela olha para mim com aqueles olhos tristes

e tristes novamente. — Sou eu, esse é o problema.

Eu arrasto meu dedo com ponta de tinta pelo seu nariz pequeno,

criando uma faixa. — Porque você não está feliz que eles estão felizes?

Seus olhos se cruzam e ela observa a faixa. — Por que você está me

pintando?

— É costume quando comemoramos. Nós mostramos nossa alegria

com cor.

O olhar triste entra novamente nos olhos dela. — Então

talvez você devesse guardar sua tinta para outra

pessoa.

— Bobagem. Eu aplico um pouco em seu

queixo e, em seguida, faço duas

mechas coloridas em suas delicadas

maçãs do rosto. Ela está em silêncio, me

observando. Eu quero dizer coisas para flertar com


ela, para trazer um sorriso para seu pequeno rosto, mas ela parece tão

desamparada que qualquer piada que eu faça parecerá tola. Termino

com o rosto dela, estudo minha arte e enfio o dedo no pote de tinta

novamente e começo a desenhar linhas nos delicados cordões de seu

pescoço. Sua pele é tão macia sob o meu toque que faz meu pau doer

instantaneamente. — Você me traz alegria. Isso não conta?

Em vez do olhar que eu esperava, ela parece ainda mais triste. — Você

deveria desistir de mim, Aehako. Passe suas atenções em uma garota

onde você possa chegar a algum lugar com ela.

— Chegar... em algum lugar? — Esta é outra frase humana

desconcertante. Nós temos as palavras, mas a maneira como esses

humanos as usam não faz sentido.

Kira apenas suspira e tenta desviar o olhar.

Eu pego seu queixo antes que ela possa. — Eu

descobri o que é um beijo —, digo a ela,

satisfeito comigo mesmo. Isso irá distrair

Kira e tirar a tristeza de seus

olhos. Espero que ela se encolha,

recue e me repreenda por flertar com ela novamente.


Em vez disso, o olhar dela vai para a minha boca. Seus lábios se

separam um pouco e ela se inclina. — Oh?

Eu conheço um convite quando vejo um. Eu me inclino e escovo

minha boca contra a dela. Não tenho certeza sobre os detalhes do

beijo, mas tenho certeza de que posso descobrir. Se é algo como

lamber uma boceta, eu apenas observo suas dicas.

Os lábios de Kira são suaves e flexíveis, e minha mente

automaticamente os imagina na minha pele. Meu pau parece pedra

dentro de meus calções. Ela pressiona seus pequenos lábios nos meus

e eu paro, sem saber onde levar isso. Vektal sempre parece estar

devorando sua mulher.

Mas então a língua de Kira roça a minha boca, e eu abro para deixá-la

entrar. Ela está tomando a liderança no beijo e eu

estou fascinado - e excitado. As suas mãos se

enroscam na frente da minha túnica e eu a

puxo contra mim, sentindo o quão frágil a

humana é comparada ao meu corpo

robusto e musculoso. Ela não tem

chifres, nem cumes revestidos para proteger suas

partes moles, e sua vulnerabilidade me assusta.


Então sua língua toca a minha e eu esqueço tudo sobre sua

fragilidade. A luxúria ruge através de mim, e eu hesitantemente mexo

a minha língua contra a dela. Ela tem gosto de chá fermentado, uma

versão mais doce e deliciosa. E sua língua é lisa e escorregadia, ao

contrário da minha que tem as cristas texturizadas que todos os sa-

khui tem. Ela percebe isso e um som suave de surpresa sai de sua

boca.

Mas ela não se afasta. Sua mão vai para o meu rosto e ela acaricia meu

queixo, e continuamos a nos beijar. Minha boca inclina sobre a dela, e

eu acaricio suas costas, imitando os movimentos que ela

começou. Quando ela não para, continuo, meus movimentos mais

fortes e ousados, questionando. Mais e mais, eu a fodo com minha

língua. Isso, percebo, o que é excitante para os humanos. Isso é uma

provocação com bocas, uma promessa de como

será um acasalamento. Parece incrivelmente

depravado.

Também é uma sensação incrível.

Eu não consigo parar de beijá-la. Eu

vejo porque os humanos são tão viciados nisso.


Ela se afasta depois de um momento e olha para mim. Há luxúria

atordoada em seus olhos também, e suas mãos estão agarradas a mim.

— Venha —, murmuro, inclinando-me e passando a língua sobre os

lábios novamente. — Os outros estão ocupados

comemorando. Minha caverna estará vazia. Teremos tempo para

ficar sozinhos. — E estou ansioso para explorar seu corpo humano e

descobrir do que ela gosta.

Ela pisca rapidamente e depois balança a cabeça. — Não, ainda

não. Eu... — Sua voz desaparece e seus olhos ficam vidrados. Sua mão

se move para a concha prateada que se projeta de uma orelha.

Então, um olhar de horror cruza seu rosto.


Eles estão voltando.

Uma pequena parte de mim sempre esperou que nós nunca veríamos

a espaçonave deles novamente. Que eles esqueceriam tudo sobre a

carga que eles jogaram aqui e nos deixarão viver o resto de nossas

vidas aqui em paz com o pessoal de Vektal. Nós nos acomodamos,

tiramos o melhor de uma situação estranha e acabamos esquecendo

tudo sobre nossos sequestradores iniciais.

Uma ilusão, eu acho.

Mas quando os tons de passarinho dos Pequenos

Homens Verdes penetram no meu fone de

ouvido, todo o meu corpo tende com uma

lavagem de memórias. De ser puxada do

meu apartamento na calada da noite e

acordar em uma mesa de exames. Do

primeiro encontro horrível com os alienígenas e sua

frustração comigo quando eu não conseguia entendê-


los. De ser pressionado enquanto eles forçavam - dolorosamente - o

tradutor ao meu ouvido. De semanas passadas aterrorizadas no

porão, cheirando a sujeira. De ter medo de fazer o menor som.

As condições meteorológicas do planeta não são ideais. A recuperação de

equipamentos será atrasada.

Essa é a única coisa que acontece, mas é tudo que preciso ouvir. Eles

estão voltando para pegar as coisas.

E eu ainda tenho um tradutor no meu ouvido.

Minha respiração falha, e me agarro aos braços de Aehako.

— O que foi? —Ele toca meu queixo. — Kira?

Eles vão me encontrar. Eles vão me encontrar e porque o tradutor não

vai sair do meu ouvido, eles vão me levar de volta

com eles. Oh Deus. Eu engulo um soluço.

— Certamente o pensamento de visitar

minha caverna não é tão terrível assim?

— Sua voz é provocante e doce, e me

ancora de volta a este lugar. Eu me

agarro a seus braços, apertando-o com força.


Eu não posso contar a ninguém sobre isso. Os outros entrarão em

pânico. Minha mente está girando. Se eles estão vindo atrás do

tradutor, talvez eu não devesse estar nas cavernas.

Meus pensamentos estão tão distantes que quando ele se inclina para

me beijar novamente, eu automaticamente me afasto dele.

Sua expressão escurece. — Sou eu então? Você não quer minhas

atenções?

— Eu... é apenas... complicado. — Eu balanço minha cabeça para

ele. — Eu acho que vou me sentar perto do fogo, tudo bem?

Talvez se eu estiver cercada por todos os outros, suas vozes alegres

abafem o medo que flui através de mim.

Algo está errado. Eu vejo quando Kira se

levanta e se aproxima da fogueira

central. Ela tem um sorriso pálido no

rosto para os outros. E mesmo que

ela se sente com eles, sinto que seus pensamentos não

estão na caverna, ou com alguém em particular. Ela


está distante, olhando para o fogo, e a veia conturbada voltou à sua

testa.

Talvez seja eu depois de tudo. Talvez minhas tentativas de cortejá-la

a perturbem. Frustrado, fico de pé e devolvo a tinta para Farli. A

comemoração não tem mais alegria para mim. Eu observo Kira por

mais alguns momentos, e mesmo que ela sorria e fale com os outros,

está claro para mim que ela está distraída e infeliz.

Nunca fui recusado antes por uma mulher que me aproximei. Eu

compartilhei as cobertas com as duas mulheres da minha idade, e

ambas estavam ansiosas por minhas atenções até que encontrassem

seus próprios companheiros. Minha própria mãe se refere a mim

como um encantador. No entanto, esta pequena humana com os olhos

tristes não pode esperar para se afastar de mim.

Incomodado, eu entrego a Farli minha pele de

sah-sah e vou para as minhas cobertas. Eu

mudei de volta com minha mãe e meu pai

e meus irmãos, já que há tão pouco

espaço nas cavernas. Eu não me

importo - não é como se eu tivesse uma companheira,


apesar de eu ter prazer em encontrar um lugar calmo e compartilhar

prazer com Kira.

Quando chego às minhas cobertas, porém, elas já estão

ocupadas. Asha está lá e enrola um dedo para mim, me incentivando

a avançar. Isto não é o que eu precisava hoje à noite. Cansado, eu

esfrego meu rosto com a mão, manchando a tinta que Farli trabalhou

tão duro. — Por que você está aqui, Asha?

— Todo mundo está na festa —, diz ela, sem fôlego. Sua mão acaricia

minha cama. — Venha e junte-se a mim. Eu tenho saudade de você.

Eu sacudo minha cabeça. — Vá encontrar seu companheiro,

Asha. Não quero companhia esta noite. — É mentira, é claro - se Kira

aparecesse no momento seguinte, eu a aceitaria de bom grado nas

minhas cobertas. Mas Asha tem um companheiro, e

eu sou repelido por sua atitude descuidada em

relação a ele.

— Eu não o quero, — diz ela, fazendo

beicinho. — Eu quero você.

— Eu não quero você —, eu digo o

mais gentilmente possível. Asha é uma

velha amiga, apesar de estar determinada a me fazer


infeliz agora. — Nossos khuis nunca se unirão, Asha. Pare de

procurar o passado.

Ela se levanta e endireita o vestido de couro, olhando para mim. —

Essa humana não vai ficar você também, Aehako. Melhor levar o seu

prazer onde puder.

Eu a ignoro quando ela sai. Eu odeio que ela esteja certa.

Na manhã seguinte, observo Kira quando me sento na caverna central

e trabalho na minha escultura. Eu estou fazendo um brinquedo para

Esha, que está chegando a uma idade em que ela está mexendo em

todas as ervas de sua mãe e precisa de algo para

distraí-la. Quando Farli era pequena, fiz seus

anéis de osso, ligados através de uma

escultura cuidadosa, e ela gostou do som

de chocalhar. Eu farei o mesmo por

Esha. Eu pego um dos longos ossos

da coxa e começo a trabalhar nele. Fazendo uma

cadeia de chocalhos para um filhote envolve muita


paciência e me permite sentar tranquilamente e assistir os humanos

na caverna.

Uma em particular sempre tem minha atenção. Kira está sentada

perto da fogueira esta manhã. Que ela não está em sua caverna me

diz que ela está procurando por alguém. Que ela não se aproxima de

mim, machuca, mas estou curioso para ver quem ela está

esperando. Ela parece cansada, círculos sob os olhos, e as listras

coloridas e divertidas que eu pintei em seu rosto na noite passada se

foram. Dois outros humanos sentam com ela, conversando, mas ela

está distante.

Quando Vektal e Georgie entram na caverna, ela fica alerta. Ah Então

ela está esperando pelo chefe. Eu forço meus ouvidos, curioso para

ver o que ela vai dizer.

Ela cumprimenta Vektal e Georgie com

bastante facilidade, e então ela se lança em seu

plano. — Eu gostaria de fazer uma viagem

para a caverna dos anciãos.

— A nave? — Pergunta Georgie,

curiosa. — Mesmo? Por quê?


Kira parece desconfortável quando responde. Seu corpo se move e ela

toca a concha prateada em seu ouvido. — Eu gostaria de ver se posso

remover isso. Se eu puder, precisarei obter o idioma do computador

lá. E eu estive pensando. — Ela gesticula para a caverna. — Olhe ao

nosso redor. Esta caverna não é uma formação natural. As portas são

muito lisas, os tetos são perfeitos demais. Eu acho que quando o

pessoal de Vektal chegou aqui, eles devem ter encontrado uma

maneira de fazer algum tipo de corte de pedras. Eu gostaria de ver se

podemos fazer isso novamente. Talvez possamos usar peças da nave

e fazer novos entalhes. Precisamos de mais espaço para todos.

Vektal esfrega o queixo. — É uma boa ideia.

— Eu só preciso de uma pessoa como guia —, ela continua

rapidamente. — Só me mande sair com um dos

caçadores e tenho certeza de que posso encontrar

o caminho de volta assim que alguém me

mostrar o caminho...

Eu estou de pé antes que ela possa

terminar sua sentença, meus

instintos de proteção tirando o melhor de mim. Eu

passo para onde ela está falando com o chefe. Seu


plano é maluco. Os humanos não sabem nada sobre esse lugar. Eles

não estão familiarizados com as neves, as criaturas, os perigos. Kira

nunca conseguiria voltar se fosse deixada sozinha. Eu não vou deixar

isso acontecer. — Vou levar Kira para a caverna dos anciãos.

Ela olha para mim surpresa, mas percebo que ela não protesta. Ela

simplesmente firma sua pequena boca humana e depois olha para

Vektal.

Isso me preocupa. Ela quer tanto sair que está disposta a suportar

meus flertes? Ela está realmente incomodada com alguma coisa.

— Você deveria levar mais, instrui Vektal. — Outros seres humanos

precisam da linguagem também.

A expressão de Kira fica ainda mais conturbada. — Oh, mas se for

uma missão infrutífera, não quero desperdiçar o

tempo dos outros. Realmente, tudo bem.

— Nós podemos manter o grupo pequeno,

eu me comprometo. — Talvez três

caçadores e três humanos?

Vektal acena com a cabeça. — Quando você vai sair?

Eu olho para Kira.


Ela parece frustrada. — Eu gostaria de ir o mais rapidamente possível.

— Amanhã então. Primeira luz. Vou perguntar por aí e ver quais

caçadores querem ir.

— Temos que levar dois humanos? Kira parece infeliz.

— Qual é o problema? Georgie pergunta.

Kira sacode rapidamente a cabeça e coloca um sorriso falso no

rosto. — Eu odeio desperdiçar o tempo de todo mundo.

Não é isso. Ela está escondendo alguma coisa, mas o que é, não tenho

certeza.

Eu pretendo arrancar dela, no entanto.

Depois de ser pressionada, Kira concorda

em trazer as duas humanas chamadas

Harlow e Claire conosco. Harlow é

aquela com cabelo laranja e as manchas cobrindo sua

pele. Eu me lembro dela por causa de sua coloração


incomum. De Claire não me lembro de nada, salvo que ela é

extremamente quieta. Isso, e ela aparentemente está compartilhando

as cobertas com Bek sempre que ela tem uma chance.

Bek, claro, imediatamente se oferece para se juntar a nós com nosso

grupo de viajantes. Sem dúvida, ele verá isso como tempo para passar

com a sua amante humana longe da superlotação da caverna.

Eu não o culpo; é por isso que eu sou a sombra de Kira. Além de

protegê-la, eu secretamente espero que um dos meus flertes acerte o

alvo e ela derreta em meus braços.

Estou menos feliz que outros três caçadores estejam se oferecendo

para ir conosco. Eles não se importam com o fato de nosso grupo ser

pequeno, apenas para terem a oportunidade de passar algum tempo

exclusivo com as mulheres humanas solteiras.

— Afinal de contas —, diz Harrec. — Não é

assim que Raahosh vibrou para sua

mulher? Ele a manteve longe até que ela

cedeu. — Ele acena para as mulheres

preparando suas mochilas nas

proximidades. — Eu não me importaria de ter tempo


sozinho com uma das mulheres. Talvez eu possa convencer seus

khuis de que estou pronto para uma companheira.

Eu franzi a testa assim que ouvi as palavras dele. — Isso não é sobre

o acasalamento das fêmeas.

— Não? Diga isso a Bek. Ele acha que a pequenina com a voz suave é

sua propriedade, por mais que eles não estão devidamente

acasalados. Eu vou ficar longe dela, no entanto. — Ele encolhe os

ombros. — Qualquer uma das outras está bom por mim. Aquela com

a concha no ouvido tem olhos bonitos.

Uma onda quente de possessividade passa por mim. — Você pode ir

da próxima vez —, eu minto. — Haeden está chegando. — Quando

Harrec começa a protestar, eu acrescento: — Ele tem que checar suas

armadilhas. — E eu me apressei, furioso porque ele

pensa em se aproximar de minha Kira.

Ele só quer uma companheira - ele não se

importa que os olhos de Kira estejam

tristes ou que ela se sinta sozinha. Ele

não é certo para ela.

Quando os outros dois caçadores perguntam quando

estamos saindo, eu lhes dou a mesma desculpa - nossa


festa está cheia. E então me aproximo de Haeden e digo a ele que

desejo que ele se junte a nós. Meu amigo rude não está feliz com isso.

— Você me ofereceu? — Pergunta ele, afiando a cabeça de sua lança

favorita com uma pedra. — Por quê?

— Porque você é o único que eu confio não pensar com seu pênis

quando se trata das fêmeas humanas. — Eu cruzo meus braços e o

observo, tentando manter minha voz casual.

Ele grunhe e olha para mim. — Você deseja mantê-los longe da que

você escolheu, você quer dizer.

Eu rio, porque Haeden sempre foi capaz de ver através de mim. —

Possivelmente. Mas você pode me culpar?

O olhar que ele me dá é azedo. — Quais fêmeas estão

indo? Joh-see?

— Não, ela não está.

— Bom. — Ele se levanta e sopra a poeira

de osso de sua ponta de lança. —

Então eu irei.
— Você quer que ela vá? Eu posso falar com Kira ... — Minha voz cai

em uma risada na carranca que ele me dá. — Não? Joh-see é

inofensiva.

— Ela fala incessantemente —, diz ele em voz baixa, colocando uma

pequena capa protetora de couro sobre a ponta de sua lança. —

Independentemente de estar ou não interessado em ouvir as palavras

dela.

Divertido. — Talvez se você falasse com ela em vez de ignorá-la, ela

perceberia o quão desagradável você é.

E talvez devesse dizer a Harrec que mudou de ideia.

Eu levanto minhas mãos em rendição. — Não precisa ficar irritado,

meu amigo. Você vai se juntar a nós? Saímos pela manhã.

Ele me dá um aceno rápido. — Mas se Joh-see

aparecer, você vai sem mim.

Enquanto arrumo minha mala, o

tradutor no meu ouvido torna impossível não ouvir a

conversa de Aehako com Haeden. Um rubor quente


cobre minhas bochechas. Ele está perseguindo os outros caçadores

porque quer ser o único a passar o tempo comigo. Fico lisonjeada,

apesar de dizer a mim mesma que não deveria estar. Aehako não tem

esse direito sobre mim.

Eu só… desejo que ele tivesse.

Mas agora os alienígenas estão voltando, e acho que é uma coisa boa

que estou sozinha.

Ao meu lado, Harlow faz uma careta enquanto testa um de seus

sapatos de neve que ela fez. — Esse está se partindo, eu acho. A

madeira não é verde o suficiente. Ou, rosa? — Ela tira o sapato e

examina. É feito de tiras de couro e a madeira das arvores cor de rosa

que se agrupam do lado de fora das cavernas. — Eu preciso de um

novo ramo. Ela fica de pé e tira a poeira de suas

calças de couro macio. — Vocês querem vir

comigo? Precisamos fazer um par para Claire

de qualquer maneira.

Eu me levanto, abandonando meu

bando. A parte culpada de mim quer

continuar a ouvir a conversa de Aehako, mas eu não


deveria. — Eu vou com você. Eu já tenho sapatos, mas Claire

raramente sai da caverna, então ela não tem.

— Eu vou ficar dentro —, diz Claire em sua voz pequena, e ela

trabalha ativamente em reembalar sua bolsa. Uma rápida olhada ao

redor mostra Bek pairando nas proximidades. Ah. Eu dou de ombros

com meu manto de pele e um par de luvas, e então pego facas de cabo

de osso para mim e Harlow.

Nós saímos da caverna para a neve e andamos um pouco mais abaixo

no caminho, em direção ao espesso arvoredo das árvores cor-de-

rosa. Eu ouço passos esmagando atrás de nós e sei que um dos

caçadores está nos seguindo. Eles são sempre muito cuidadosos em

manter as humanas observadas - não por nada negativo, mas

simplesmente porque não temos a menor ideia sobre esse

mundo. Eles não querem que nos

machuquemos.

Harlow estuda as árvores. — Eu gostaria

que eles tivessem muitos galhos como

as árvores em casa. Isso tornaria isso

muito mais fácil.


Concordo com a cabeça, entrando na floresta de árvores. Alguns deles

têm um ramo dividido no topo, onde se bifurca para fora, mas na

maior parte, as árvores são retas no ar, com apenas folhas de plumas

que saem da casca. Eles se parecem com um grande cílio coberto por

muitos pequenos cílios. — Vamos apenas usar mudas, então? Vai

raspar menos.

Nossas raquetes de neve são criações simples - são um longo pedaço

de madeira torcido em forma de lágrima e amarrados no calcanhar. O

couro foi entrecruzado para fazer uma malha para o centro, e eles

estão amarrados ao pé. A boa notícia é que eles não exigem muita

construção, então devemos ser capazes de cuidar deles facilmente.

Harlow e eu escolhemos uma árvore. É um pouco mais curta do que

gostaríamos, mas se cortarmos diretamente

na raiz, deve ser longa o suficiente para o peso

leve de Claire. Harlow escolhe uma muda

próxima e nós duas começamos a trabalhar

cortando a haste. O tempo está mais frio

do que o normal hoje, com grandes

flocos de neve caindo dos céus cinzentos. Eu me

preocupo que eles pensem que o tempo não esteja bom


o suficiente para nós viajarmos e atrasem nossa viagem.

Eu preciso ir. Em breve. Quanto antes melhor.

Eu cavo a neve com minhas luvas, procurando pela raiz. O chão aqui,

uma vez que eu cavo o suficiente para encontrá-lo, tem um curioso

tom azulado, e eu o surpreendo. Apenas outro exemplo de como esse

lugar é diferente de casa, suponho. Limpo um pouco mais a sujeira,

observando ironicamente que eu cavei quase dois metros na neve, e

estamos na encosta, o que significa que é menos profundo aqui do que

em outros lugares. Um momento depois, descubro algo

esbranquiçado e começo a cavar.

Esta planta não tem uma raiz principal, como eu esperava. Tem um ...

bulbo. Como um nabo? Animada, cavo com minha faca e minhas

luvas, ignorando minha tarefa original em favor

dessa nova. Quando descobri a planta em sua

totalidade, encontrei uma raiz parecida com

um bulbo, do tamanho de uma bola de

praia. Tem cheiro de mata e é de cor

esbranquiçada, e quando eu a levo

para a neve, Harlow vem para o meu lado para dar

uma olhada.
— Isso é uma batata? — Ela pergunta animadamente.

— Eu não sei. Você acha que é comestível? — Eles só parecem comer

carne por aqui.

— Estou disposta a tentar —, diz ela com uma risada. — Eu era

vegetariana antes. Isso tem sido difícil para eu me adaptar.

Aposto.

Nós vimos a haste amadeirada para as raquetes de neve, e eu carrego

o próprio tubérculo para dentro, satisfeita. Talvez possamos trazer

alguns aspectos da nossa dieta humana para essas pessoas e aumentar

a comida de todos. Eu gosto do pensamento de contribuir em vez de

apenas tomar constantemente.

Naquela noite, comemos fatias de raiz assada junto

com nossa carne crua. A própria raiz é declarada

comestível por Kemli, uma mulher mais velha

que é especialista em plantas da tribo. Ela

está confusa porque nós queremos

comer, mas todo mundo

experimenta as fatias cozidas e eu vejo as mãos

procurando por segundos pedaços. Estou feliz e

satisfeita.
Eu fico menos contente quando Aehako me puxa de lado. — Você

quer atrasar a viagem? Está ficando mais frio a cada hora.

— O que? Não! Não seja ridículo. Está tudo bem.

Suas sobrancelhas se juntam e ele acena para a entrada da caverna. —

Venha. Eu vou mostrar a você.

Eu termino minha mordida na não-batata e vou atrás dele. Uma brisa

amarga está vindo da frente da caverna, mas suponho que isso apenas

reforçaria sua decisão de ficar se eu pegar minha capa. Então eu

engulo, cruzo os braços sobre o peito e o sigo enquanto ele me leva

para o ar da noite.

Outro pé de neve caiu desde o início da tarde e o ar está

definitivamente mais frio. Aehako dá alguns passos para fora e

depois se vira para mim. — O vento mudou os

padrões, diz ele, apontando para o céu. —

Agora está soprando do leste. — Bem, a

palavra que ele diz não é o leste, mas é

para isso que o tradutor a

transforma. — Ele vai bater nas

montanhas e depois voltar para cá, o que significa

ainda mais neve.


— Então? — Eu digo, tentando parecer indiferente. — Sempre

neva. O que isso importa?

Ele caminha de volta para mim. Estamos fora da luz quente que vem

de dentro da caverna, e é mais escuro aqui do que eu esperava. Eu

instintivamente me aproximo da parede da caverna para bloquear a

brisa, e não posso dizer que estou triste quando Aehako se move na

minha frente, bloqueando ainda mais o vento frio. — Os seres

humanos são frágeis —, diz ele. — Eu não quero que você se

machuque nesta jornada. — Ele estende a mão e escova uma mecha

de cabelo do meu rosto. — Você pode ser feroz em espírito, mas seu

corpo é insignificante.

— Insignificante? — Eu engasgo e dou um leve puxão no braço dele

quando percebo que há um sorriso brincalhão no rosto

dele. Ele está me provocando.

— Suas mãos já estão como gelo —, diz ele,

tomando meus dedos nos dele. — Mesmo o

seu khui não consegue acompanhar

esse tipo de frio. — Seu aperto irradia

calor e ele puxa minha mão para a boca e sopra ar

quente sobre ela.


Por alguma razão, isso faz meus mamilos picarem. Seu toque é terno

e carinhoso, e o olhar de provocação que ele me dá é totalmente

Aehako.

— Temos que ir muito em breve —, digo-lhe em voz baixa. — É

importante.

— Algo incomoda você —, diz ele, colocando minha mão entre as suas

e esfregando meus dedos para mantê-los aquecidos. — Você vai

compartilhar comigo o que é?

Oh Deus, eu realmente quero. Eu me aproximo dele e ofereço a ele a

minha outra mão para que ele possa dar o mesmo tratamento, e ele a

pega, gentilmente colocando-a nos dedos e esfregando os seus dedos

nos meus dedos frios para aquecê-los. Mas se eu contar a ele, ele

tentará mobilizar os outros para me salvar? Suas

lanças e cordas não farão muito contra a

tecnologia alienígena que eu vi.

Então eu venho com uma mentira. Ou

uma meia mentira, de qualquer

forma. — Eu só… me preocupo que

os alienígenas voltem. Eu me preocupo que cada dia

aqui possa ser o nosso último. Que eu vou acordar


amanhã e me encontrar de volta na nave alienígena, uma prisioneira

novamente.

Espero que ele me dê palavras reconfortantes. Para me dizer que não

é o caso. Que estou segura com ele. Em vez disso, ele sopra

suavemente em minhas mãos novamente e diz: — Ninguém pode

prever o que vai acontecer amanhã, Kira. Eu posso cair de um

penhasco e quebrar meu pescoço. Eu posso pegar uma doença

khui. Ou… eu poderia viver para ser velho e grisalho como Kemli e

seu companheiro Borran. — Ele encolhe os ombros grandes. — Mas

sei que viver com medo do que pode acontecer, nos impede de

aproveitar o que temos hoje.

Estranhamente, suas palavras me fazem sentir melhor. Eu deslizo um

pouco mais pra perto dele, compartilhando seu calor. — Receio

não poder desligar minha mente o suficiente

para viver o momento. Eu gostaria que

pudesse.

— Eu posso lhe mostrar como —, ele

murmura.

Eu olho para sua boca, fascinada pelos flashes de

dentes afiados por trás daqueles lábios suaves e


sorridentes. Eu não deveria beijá-lo. Eu não deveria querer beijá-

lo. Meu tempo aqui é limitado. Os alienígenas maus estão voltando, e

eles virão direto para mim, porque eu ainda estou usando esse fone

de ouvido estúpido. Mas eu estou tão ridiculamente atraída por

Aehako que é insano. Eu quero que ele me toque. Eu quero seus beijos

e sua atenção. Eu quero flertar com ele, mesmo que cada grama do

meu ser diga que é uma má ideia.

Porra, quero flertar para ser uma boa ideia.

— A vida pode ser doce, mesmo se você levar um dia de cada vez —

, ele murmura, e seus dedos vão para o meu cabelo emaranhado,

afastando-o do meu rosto.

Eu me inclino para o toque dele. Eu não posso evitar. Eu me senti tão

isolada e sozinha desde que fomos levadas. Eu

quero ser capaz de relaxar em

segurança. Quero que alguém me abrace e me

diga que tudo vai ficar bem. — Tenho medo

de não ter muitos dias —, confesso a

ele. Minha mão cobre a dele e eu

seguro na minha bochecha. Ele tem o cuidado de não

tocar no odiado tradutor que se projeta do meu


ouvido, mas estou muito consciente disso ali. Mesmo agora, ele canta

e fala de dentro da caverna na minha cabeça. Eu odeio que não fique

quieto. Eu quero silêncio. Eu quero um fim para toda a preocupação

e ansiedade.

Aehako se inclina e inclina meu rosto para ele. A intenção está escrita

em todas as linhas do seu rosto. Ele vai me beijar. Ele também está se

movendo devagar o suficiente para que eu possa detê-lo a qualquer

momento, se eu não quiser.

Mas eu quero. Então eu pego um dos seus grandes chifres e o puxo

para mais perto de mim, fechando a distância entre nós. Sua boca

encontra a minha e depois estamos nos beijando avidamente. Sua

boca desliza sobre a minha, sua língua busca profundamente em

minha própria boca, e por um tempo, eu esqueço tudo sobre

alienígenas. Eu me esqueço do tradutor

cirurgicamente preso ao meu ouvido.

Eu esqueço tudo, menos os lábios macios do

homem que me beija e seu gosto

maravilhoso. Do suave choque de

nossos dentes quando nosso beijo fica muito

entusiasmado. Do jeito que sua língua persuade


contra a minha, me encorajando a ser tão agressiva quanto ele.

Sua mão desliza para o meu peito e ele me empurra de volta - e para

minha surpresa, percebo que estou pressionada contra o penhasco, a

rocha lisa dura contra a minha espinha. Sua mão vai para o meu peito,

sua boca nunca se levanta da minha. Eu dou um pequeno grito de

surpresa contra os lábios dele, quando seu polegar roça meu

mamilo. Esse pequeno toque envia raios de prazer por todo o meu

corpo, soltando terminações nervosas que eu não percebi que

tinha. Meu pulso martela através de mim e eu quero que ele faça isso

de novo. Eu quebro nosso beijo e olho para ele, ofegante. — Eu…

— É demais? — Ele pergunta, sua voz baixa é rouca é tão sexy que me

faz querer derreter na neve. — Você está com muito frio? — Suas

juntas levemente traçam um rastro entre meus seios. — Vamos

entrar?

Mais uma vez, ele está me deixando levar. Sou

mais arisca que um cervo, insegura e

tremendo de uma só vez. Eu sei o que

quero, mas brigo com o bom senso.


E se eu me deixar me apegar a Aehako e ele vibrar para alguém

amanhã? E se os alienígenas me levarem quando eu ceder ao anseio

que está passando por mim?

Seu polegar roça meu lábio inferior inchado. — Um dia de cada vez

—, Kira, ele murmura.

É como se ele pudesse ler minha mente. Mesmo se o amanhã for para

o inferno, nós temos hoje. Talvez eu precise reivindicar hoje para mim

mesma. Talvez eu precise fazer algumas memórias para levar através

das coisas ruins que estão pela frente.

Então eu pego sua mão na minha e olho para ela. Somos tão

diferentes, ele e eu. Minha pele é branco rosado da carne humana não

bronzeada; o dele é o azul do seu povo e camurça na sensação. Três

grandes dedos e fortes com ponta de unhas

azuladas e brilhantes em quadrados

bruscos. Minha mão parece positivamente

minúscula contra a dele, mas não me sinto

ameaçada por ele.

Sinto-me segura. E então eu pulo.

— Sua mão está fria —, digo a ele em voz baixa.


Por um momento, o desapontamento cintila em seus traços

normalmente risonhos. Ele começa a se afastar, vendo minha resposta

como um declínio de suas atenções.

Mas eu aperto a mão dele, não querendo deixar passar. Em vez disso,

eu o guio por baixo da minha camisa de couro macio e a coloco contra

o meu estômago quente, meu olhar encontrando o dele.

Eu estou deixando ele saber que eu quero continuar. Que eu quero

mais disso. Mais dele. Que eu estou vivendo hoje.

Um gemido baixo ressoa através do meu tradutor, e ele se inclina para

frente, pressionando sua testa enrugada contra a minha suave. —

Você vai desfazer todas as minhas boas intenções, Kira.

— Eu não sabia que você tinha boas intenções —, eu digo a ele, me

sentindo com falta de ar e um pouco

sedutora. Esta não sou eu, para ser uma

provocação. Mas eu gosto de pressionar meus

limites com ele.

E eu amo a resposta dele.

Seus dedos acariciam meu estômago sob a minha

camisa e sinto cócegas. Eu me contorço um pouco, e


quando o nariz dele cutuca o meu e então sua boca roça nos meus

lábios, eu me abro para ele, aceitando seu beijo. Eu quero mostrar a

ele que ele não mencionou suas boas intenções, mas de repente elas

parecem sem importância. Eu só quero mais carícias.

A mão de Aehako passa sobre minhas costelas e então sobe minha

camisa, acariciando a esfera do meu peito. Eu respiro fundo,

percebendo o quão grande é a mão dele. Meu peito deve ser

positivamente pequeno para ele. Eu penso nas mulheres grandes e

fortes de sua tribo. Eu ainda sou um pouco frágil por causa das

semanas de fome e cativeiro. Meus seios certamente não são o que

costumavam ser, e também não eram super impressionantes.

Mas, seus dedos traçam a curva de um seio e ele beija meu lábio

inferior, sugando-o suavemente. Jesus. Para um homem que

não sabia como beijar até ontem, ele é muito bom

nisso. — Você é linda, Kira. Tão delicada

quanto um bico de foice.

O elogio me parece estranho, e uma

risada nervosa escapa da minha

garganta enquanto imagino um tucano assassino. Não


é uma imagem mental sexy. — O que é um bico de foice?

— Shhh —, diz ele. — Não é importante. Seu polegar roça meu

mamilo novamente, e então circula.

Eu respiro fundo. Seu toque parece uma perfeição absoluta. Eu fecho

meus olhos, minhas pernas fracas contra o ataque de sensações. Eu

sinto seu braço grande ao redor da minha cintura, me apoiando

mesmo comigo perdendo a firmeza contra a parede. Ele não me deixa

cair. Todo o tempo, ele pressiona beijos suaves e atenciosos no meu

rosto.

— Diga-me se o meu toque for demais —, ele murmura e, em seguida,

coloca a sua boca sobre a minha.

Nunca é demais. É tão bom que mal consigo pensar direito. Pela

primeira vez, a interminável tagarelice no meu

fone de ouvido não parece importar. Tudo o

que existe é o grande corpo de Aehako

pressionando contra o meu, o braço dele

segurando minha cintura, e aquele

polegar que se arrasta sobre o meu

mamilo duro como uma pedra.


— Você é tão suave, Kira, diz Aehako, aninhando no meu ouvido não

modificado. Ele morde suavemente meu lóbulo da orelha e isso causa

arrepios por todo o meu corpo. Eu me apego a ele, perdida em

sensações. — Você é suave em todos os lugares? — Ele reflete. — Se

eu explorasse você entre suas pernas, eu acharia você tão suave?

Oh Deus. Um protesto suave sobe aos meus lábios e depois

permanece não dito. Eu não quero pará-lo. Eu quero que ele descubra

tudo de mim e continue me tocando. Eu me toquei antes, mas nunca

me senti tão bem quanto suas carícias.

Minha respiração está ofegante e irregular enquanto ele gentilmente

escova sua boca sobre a minha, e então sua mão vai para o cós das

minhas leggings. É um cordão, já que botões e zíperes não foram

inventados aqui, e eu pareço desmoronar no momento em

que o nó se desfaz. Minhas calças deslizam pelos

meus quadris alguns centímetros, soltas, e

todo o meu corpo está tenso de antecipação.

Seus dedos acariciam minha barriga. —

Você tem permissão para me tocar,

também, olhos tristes —, diz ele em voz baixa e

divertida.
Oh. Eu pisco meus olhos abertos e percebo que minhas mãos são

punhos enrolados contra seu peito, imóveis. É claro que ele gostaria

de ser tocado também. Eu sou tão idiota. Eu achato minhas palmas e

agarro sua túnica. Há laços na gola e eu me atrevo com elas, sempre

consciente de seu olhar no meu rosto e sua mão acariciando a pele

macia da minha parte inferior do estômago.

Eu não sei como eu espero me concentrar com tudo isso

acontecendo. Então eu foco, tentando abafar tudo, menos a tarefa em

mãos. Operação: toque em Aehako. Eu puxo os laços de seu

colarinho, soltando-os até que eles se abrem e revelam uma extensão

de peito azul e musculoso. Minha mão desliza sob o tecido e eu o toco,

surpresa por sentir a textura áspera de mais sulcos em seu coração. Eu

sempre esqueço que esses alienígenas têm uma pele mais rígida sobre

as partes sensíveis do corpo. — Você é duro aqui

—, murmuro para ele, deslizando meus dedos

sobre o estranho pedaço de pele.

— E você é tão suave em todos os

lugares, não é? Eu acho fascinante. —

Seus dedos mergulham mais baixo e roçam os cachos

dos meus pelos pubianos. — Ah… e isso. Eu esqueci

disso.
Minhas pernas se apertam automaticamente e eu pego a mão dele em

humilhação. Está certo. Os alienígenas não têm pêlos no corpo como

os humanos. Nós devemos parecer grosseiros para eles. — Eu, eu, eu

...

Não consigo pensar em nada para dizer. Desculpe pelo mato? Não há

gilete aqui?

Ele ignora minha pressão em seu pulso e arrasta um dedo pelos meus

cachos, explorando-os. — É diferente do que o cabelo em sua cabeça,

não é? — Ele esfrega a boca sobre a minha longa franja, testando-os

com os lábios. — Muito interessante.

— Aehako, por favor —, eu sussurro, meu rosto queimando. — Eu

só…

— Não fique envergonhada. Eu estou

aprendendo suas diferenças. Eu gosto delas. —

Ele se inclina e beija minha boca novamente,

em seguida, puxa suavemente meu lábio

inferior e chupa. Isso me distrai e me

transforma em mingau de novo, e

quando ele o solta, ele sussurra: — Vou acrescentar à


minha lista de sensações para pensar quando eu esfregar meu pau.

Meus olhos se arregalam. Ele vai pensar no meu pêlo pubiano quando

ele se masturbar? Por que isso é tão… excitante? Eu inalo

profundamente e olho novamente para o peito grande e largo. Eu

poderia pará-lo, mas ... eu não quero. Apesar do meu

constrangimento, quero que sua mão exploradora vá mais longe, para

que ele consiga ainda mais material para sua lista.

O que é terrível e malcriado de mim, mas não consigo me importar

no momento.

Eu deslizo minha mão de lado em seu colarinho, sentindo o seu

peitoral grosso. Deus, é como uma laje de pedra. Eu roço contra algo

duro e percebo que é seu mamilo. Curiosa, eu arrasto meus dedos

sobre ele, explorando. Eu nunca pensei em meus

próprios mamilos tão macios até sentir o dele. É

tão áspero quanto a pele em seu coração. Tão

estranho.

— E agora você está adicionando às

suas sensações, não é Kira? — Ele

respira, seus olhos brilhando quentes. — Então você


pode pensar em mim quando você se toca no seu beliche tarde da

noite.

Eu posso sentir meu rosto ficando quente com o pensamento de fazer

uma coisa dessas. Eu quero protestar que eu não iria, mas ... eu tenho

medo que isso seja uma mentira. E ele é arrogante o suficiente para

assumir que eu estaria pensando nele.

O que também não é mentira.

Eu mordo meu lábio e puxo minhas mãos de seu peito, em seguida,

movo para sua cintura. Eu quero continuar a tocá-lo, mas no

momento em que minhas mãos deixam o calor de suas roupas, o frio

do ar livre se arrasta novamente. Eu me movo sob a saia de sua túnica

curta e escovo meus dedos sobre suas coxas fortes. Ele usa botas até o

joelho, mas tem a pele nua embaixo que me choca. É

como um escocês com um kilt, e me pergunto

se ele está usando qualquer coisa sob esse kilt.

E eu me pergunto se sou corajosa o

suficiente para descobrir.

Sua respiração sibila quando meus

dedos arrastam um músculo da coxa. — Continue me

explorando, Kira. Eu não pretendo parar com você. —


E sua boca captura a minha novamente assim que seus dedos se

movem para baixo e tocam minhas dobras.

Ele geme na minha boca e engole o meu suspiro de surpresa ao

toque. Com os dedos dele, posso sentir muitas coisas. Eu posso sentir

o quão grande é a mão dele, quão grosso e contundente são os dedos

dele. Quão quente sua pele é.

Quão muito, muito molhada estou entre as minhas pernas.

Eu estou sem calcinha. Não há couro que faça uma boa calcinha

extraterrestre, e assim aprendi a ficar sem ela, mesmo que pareça

chocantemente nua. Agora mesmo, estou feliz pela falta de calcinha,

porque seus dedos acariciam minha umidade e ele geme

novamente. — Eu aposto que este gosto é o mais doce néctar.

Eu gemo novamente, meus dedos cavando em

sua coxa com o pensamento dele saboreando

meus sucos.

A língua de Aehako bate na minha,

enquanto seus dedos exploram

minhas dobras. Eles arrastam sobre meus lábios,

encontram a entrada do meu núcleo que me


faz ofegar e enrijecer, e então deslizam de volta para o meu clitóris.

Quando ele toca isso, minha respiração explode.

— Ahh —, diz ele, e ele parece tão satisfeito consigo mesmo. — Eu

encontrei seu terceiro mamilo.

Meu o quê?

Eu deveria corrigi-lo. Realmente deveria. Mas seus dedos estão

deslizando sobre ele como ele fez com o meu peito e é tão incrível que

eu grito e me agarro a ele, incapaz de fazer qualquer coisa além de me

perder com a sensação.

Sua boca captura a minha mais uma vez, enquanto minha perna se

prende a sua, e então eu praticamente estou escutando sua mão

enquanto ele começa a brincar com meu clitóris, seu

polegar esfregando-o para frente e para trás

enquanto eu choramingo e mexo contra ele,

cheia de desespero e necessidade. Minha

língua entra em sua boca e eu estou sem

mente com luxúria. Estou tão perto

de gozar, e devo dizer a ele para tirar a mão dele.


Mas então ele muda o beijo, passando a língua contra a minha boca e,

em seguida, pressiona mais deles no meu queixo, na minha bochecha

e se move para o meu ouvido. Ele mordisca meu lóbulo da orelha

novamente e depois chupa, mesmo quando as pontas de seus dedos

arrastam sobre o meu clitóris.

E eu estou quase. Com um gemido baixo, eu gozo. Eu gozo com tanta

força que todo o meu corpo estremece com a força do meu orgasmo.

O mundo se inclina, e não há nada além do ranger da minha

respiração e a sensação do corpo quente e duro pressionado contra

mim, e o insistente esfregar dos dedos dele contra o meu clitóris. Um

estouro dispara através de mim e eu gozo, e em vez de Aehako se

afastar, ele continua a acariciar meu clitóris, me levando a um tom de

febre ainda maior. Eu não sei o que pensar. Toda vez que me toquei,

no momento em que gozo, paro. Tarefa

concluída. Mas ele ainda está me tocando e eu

não consigo lidar com isso. Um grito alto

escapa da minha garganta quando eu

gozo de novo, mais forte, mais afiado,

e sua boca cobre a minha para abafar

o som. E eu continuo gozando.


No momento em que os tremores secundários rolam pelo meu corpo,

eu estou tremendo e sensível, e dou um pequeno protesto quando os

dedos dele se afastam do meu clitóris. Eu olho para ele, atordoada,

quando Aehako me beija no nariz uma última vez e depois leva seus

dedos molhados à boca. Está tão frio lá fora que eles já estão

congelando, mas ele lambe o orvalho gelado deles e sua garganta

ronca de prazer.

E eu apenas olho.

O que acabamos de fazer?

As mãos de Kira estão apertando minha bunda, tão perto da minha

cauda, que está me deixando nervoso. Eu não sei

se ela percebe o que está segurando - a julgar

pelo olhar vidrado em seus olhos, eu não sei

se ela está muito ciente.

E eu estou presunçoso com o

pensamento. Eu gosto que eu a fiz ficar

completamente sem sentido.


Ela é minha. Vibrando ou não, Kira é minha mulher, minha

companheira, e eu vou desafiar qualquer macho que pense

diferente. Eu a seguro possessivamente, observando as expressões se

movendo sobre seu pequeno rosto humano.

No momento em que ela vem para si mesma, o olhar triste retorna aos

seus olhos. Eu não posso deixar isso acontecer. Então eu a cutuco com

mais um beijo e depois sussurro: — Suas mãos estão quentes o

suficiente?

Ela pisca para mim, nebulosa, e então pula para longe como se

estivesse queimada quando percebe que está segurando minha

bunda. Seu rosto é vermelho cereja, seu nariz do frio e suas bochechas

de vergonha.

— Nós não deveríamos ter feito isso.

O meu lado masculino possessivo

instantaneamente se torna maior com o

pensamento. Por que não

deveríamos? Eu vejo quando ela

coloca as calças para trás ao redor de

seus quadris e amarra seus laços. — Por que não


deveríamos? Você não se divertiu? Não fiz você estremecer de

prazer?

Seus dedos pressionam a minha boca para me silenciar, e ela olha em

volta para ver se mais alguém está assistindo. Acho isso divertido,

considerando que um momento atrás ela estava gostando de seu

prazer quando gozou. Quando ela está satisfeita que ninguém mais

está por perto, ela olha para mim novamente, reprovando em seus

olhos.

— Por que não deveríamos fazer isso? Eu questiono novamente. —

Estava bom.

— Sim, mas não estamos ligados! Com a minha sorte, você poderia

acasalar com alguém amanhã.

— Ah, eu vejo. — Mas isso é hoje à noite. E eu me

inclino para outro beijo e fico frustrado quando

ela vira a boca de lado.

— Eu sou virgem —, diz ela.

— Eu não estou familiarizado com

esta palavra.
— Eu nunca fiz sexo com ninguém. — Seu rosto está adoravelmente

vermelho novamente. Eu me pergunto se vai ficar assim se ela ficar

constrangida o suficiente?

— E?

— E eu deveria me guardar para um companheiro! Desde que eu

tenha um. — Sua expressão fica triste novamente.

Estou confuso com essa lógica. — Por que você deveria se guardar?

— Ele não vai querer ser o único a me tocar?

Eu bufo. — Eu acho que ele prefere que você saiba o que está fazendo.

Que tipo de macho usaria sua busca de prazer contra você?

Sua sobrancelha sobe, mas uma sugestão de um sorriso curva sua

boca. Ela está suavizando para mim. — Esse não é

um modo muito humano de pensar.

Abro os braços e gesticulo. — Olhe para este

macho na sua frente. Ele parece humano

para você?

Kira me dá outro meio sorriso e depois

balança a cabeça. Ela olha para o céu, onde uma neve


mais pesada começa a cair, cobrindo-nos nos flocos pálidos. — Você

acha que vai diminuir até amanhã?

— Eu acho que não.

Ela parece desapontada.

— Podemos atrasar a viagem. Um dia ou dois não importa.

Mais uma vez, o pânico cruza seu rosto. Ela sacode a cabeça. — Nós

não podemos.

— Kira —, eu digo, colocando a mão na bochecha dela. Isso não é

sobre prazer ou acasalamento. Isso é sobre outra coisa que está errada,

e ela vai me dizer o que é. — O que é que você não está

compartilhando?

Ela pisca para mim e eu posso ver os pensamentos

em sua cabeça. Algo a incomoda e ela está

apavorada em compartilhá-lo. Seus grandes

olhos estão tão tristes que fazem meu peito

doer. Eu tiraria essa tristeza dela, se

pudesse.

Se ela me permitir.
Ela morde o lábio. — Não é nada.

— Não, não é nada, e se você não me disser, eu entrarei naquela

caverna e contarei a todos o que fizemos juntos. — Não que eles se

importem, mas eu sei que a tímida Kira ficará incomodada com o

pensamento.

Seus lábios se abrem e por um momento, acho que ela quer outro

beijo. Mas então sua boca se fecha e ela faz uma careta para mim. —

Você não está sendo justo, Aehako.

— Eu não estou —, eu digo agradavelmente. Eu não serei justo

quando se tratar dela. Ela é minha. Eu toco sua bochecha. — Mas você

vai me dizer o que a incomoda, de qualquer maneira.

Ela morde o lábio novamente e seus dedos tocam a coisa estranha de

metal que projeta de sua orelha. — Se… Se eu

disser, você não pode contar a ninguém. Nem

a Bek, nem Vektal, nem ninguém.

Como se eu dissesse a Bek qualquer

coisa. O macho não tem nada além

de nevascas entre as orelhas. Mas eu aceno.


Suas mãos se fecham em punhos e, em seguida, ela cruza os braços

sobre o peito. Não com raiva, eu percebo, mas... abraçando a si

mesma. Protegendo a si mesma. — Os outros estão voltando —, ela

sussurra. — Os aliens. E acho que eles podem me encontrar.


— Conte-me tudo.

Ela torce suas pequenas mãos humanas e faz exatamente o que eu

ordeno. Suas preocupações aumentam - as coisas que ela ouve da

estranha concha em seu ouvido e a preocupação de que eles estejam

voltando para buscá-la. Enquanto ela fala, eu vejo o terror gritante em

seu rosto, e eu sinto que ela estava escondendo isso dentro dela, que

Kira sente que é um fardo que ela deve arcar sozinha.

Ela não está sozinha, no entanto. Ela é minha.

Quando ela termina de falar, ela limpa os cantos

dos olhos, afastando as lágrimas antes que elas

possam congelar em suas bochechas.

— Diga alguma coisa? — Ela me

pergunta.

— Podemos remover a concha do seu ouvido?

Ela sacode a cabeça e passa a mão.


— Eu tentei. Está presa ao meu ouvido, às vezes acho que deveria

cortar toda a orelha, mas me preocupo com uma parte que penetra

mais fundo na minha cabeça.

Ela morde o lábio.

— Eu não quero me lobotomizar.

Eu não conheço essa palavra, mas eu entendo o que ela está dizendo

- ela é sábia para não brincar com coisas que ela não entende.

— Então devemos tirar isso de você.

Eu acaricio uma mão sobre o cabelo dela.

— Eu ainda vou com você —, Kira, mas devemos contar aos

outros. Não é certo trazê-los conosco se isso coloca suas vidas em

perigo.

Seu rosto se contrai um pouco.

— Você acha que eu estou colocando-os em

perigo? Essa é a última coisa que

quero. Eu quero ficar longe da

caverna para que ninguém esteja em perigo além de

mim.
— Se você acha que eles estão vindo atrás de você. — Eu digo,

considerando o dispositivo alienígena preso à sua cabeça.

— Então é melhor que não estejamos perto dos outros. Você não

concorda?

— Você está certo. Eu deveria ter dito algo mais cedo.

Kira parece derrotada.

— Não há vergonha de ter medo. — digo a ela, e inclino o queixo para

cima para que ela olhe para mim.

— Eu não vou abandonar você. Não tenha medo.

A preocupação enruga sua testa.

— Mas não é seguro.

— O que neste mundo é seguro? — Eu provoco.

— Eu poderia morrer amanhã de uma queda

ou comida ruim.

— Não diga coisas assim.

Os olhos de Kira brilham com mais lágrimas.

— Você estaria seguro se não fosse por mim.


— Eu ficaria sozinho e triste se não fosse por você. — digo a ela.

— Você acha que não vale a pena um pouco de risco?

No silêncio dela, eu continuo:

— Eu acho que vale.

O sorriso corajoso que ela me dá balança um pouco.

— Eu estou assustada.

— Devo ir a suas cobertas esta noite e distraí-la até que você não esteja

mais com medo?

Ela enterra o rosto no meu peito. Apenas sua pequena risada me diz

que seu humor se iluminou um pouco ao compartilhar seu fardo.

É o suficiente que ela confia em mim com isso. Em

breve, ela vai confiar em mim com todos os seus

segredos. Então ela não vai mais lutar contra o

pensamento de ser minha companheira.

Mas primeiro devo ajudá-la a livrar

nossos céus daqueles que

procurariam tirá-la de mim.


Eu mentalmente adiciono mais armas aos meus suprimentos de

viagem.

A manhã seguinte

Não foi fácil confessar a Vektal e aos outros a verdade sobre o motivo

de querer visitar a espaçonave dos anciãos. Eu me sinto

envergonhada, como se fosse minha culpa. Eu vejo a preocupação no

rosto de Georgie e nos outros, e me sinto responsável. Eu estourei sua

bolha feliz e trouxe o medo de volta.

Apenas a mão forte de Aehako nas minhas costas me

impede de fugir como uma covarde. Eu não

entendo porque ele me apoia em tudo isso,

mas eu sou grata por isso. Então, muito

grata.

— Você já ouviu de novo? —

Pergunta Georgie. Sua voz é calma, mas há um sulco

de preocupação em sua testa. Enquanto observo,


Vektal enlaça a mão em seu cabelo encaracolado, como se para

ancorar-se a ele.

Eu sacudo minha cabeça.

— É melhor prevenir do que remediar, no entanto. Eu quero essa

coisa fora do meu ouvido, e que todos os vestígios dela

desapareçam. Se a nave dos anciãos puder fazer isso —, vale a pena

tentar.

— E se não der certo? — A voz de Georgie é gentil, apesar de sua

pergunta me perfurar a alma.

— Não sei o que farei se não puder removê-la. Eu não posso voltar e

ser um perigo para os outros. Eu vou atravessar essa ponte quando

chegar lá, suponho.

— Ponte? — Vektal pergunta.

— Maneira de dizer, amor.

Georgie dá um tapinha no ombro.

— Não é nada para se preocupar.

— Aconteça o que acontecer, eu não vou trazê-los de

volta aqui, eu prometo. — eu digo a ela.


— Mesmo sob pena de morte - ou pior, minha própria re-captura, não

vou entregar os outros. Eu só espero que os alienígenas vão embora

sozinhos.

Ela morde o lábio e olha para seu companheiro, o chefe. Então,

Georgie olha para mim.

— Eu não quero contar aos outros se não precisarmos. Eu não quero

preocupá-los com nada. Ariana não está mais chorando e Claire não

está se encolhendo quando eu falo com ela. E Megan...

— Eu concordo. Megan acabou de acasalar com Cashol. Ela está

irradiando felicidade. Eu não posso tirar isso dela.

— Vou dizer aos outros que os planos mudaram e que não precisamos

mais deles.

— Eu ainda estou indo. — diz Aehako, teimoso.

— Eu não vou deixar Kira sair do meu

lado. Eu vou mantê-la segura.

Ele olha para mim, e eu tenho que

lutar muito para manter o rubor longe do

meu rosto, lembrando o que aconteceu na noite

passada.
— Eu suspeito que Haeden irá me acompanhar, se eu pedir. Ele não

tem família para arriscar.

— Eu posso ir sozinha! — eu protesto. Não gosto de pensar em

colocar os outros em risco.

— Apenas me aponte para a nave.

Aehako franze a testa para mim, me atordoando em silêncio.

— Eu não vou permitir isso, diz ele. — Eu vou mantê-la segura.

— Tão protetor. — comenta Vektal.

— Tem certeza de que não há vibração entre vocês dois?

— Se a esperança fosse suficiente para despertar meu khui, meu peito

estaria trovejando, meu amigo. — diz Aehako com facilidade.

Não digo nada. Eu apenas sento lá e coro.

— Eu vou, hum, avisar a Claire e Harlow que

os planos mudaram.

No olhar preocupado de Georgie, eu

corrijo:
— Não se preocupe. Eu não vou dizer a verdade. Eu vou revestir com

açúcar.

Eu não desejaria o nó de medo no meu estômago em mais ninguém.

Nós nos separamos alguns minutos depois e eu vou para a caverna

de 'solteira', para conversar com Claire e Harlow. Claire está bem em

não ir, especialmente quando eu digo a ela que Bek não está mais indo

conosco.

Harlow, no entanto, é teimosa. Ela balança a cabeça com a mochila

nos seus ombros, seu jeito inalterado.

— Eu vou com você.

Eu a seguro pelo cotovelo e a conduzo para um canto da sala, onde

tenho certeza de que Claire não vai nos ouvir.

— Harlow, não é que eu não queira que você vá

junto, é que… as coisas podem ser um pouco

mais perigosas do que esperávamos

inicialmente. É melhor manter o grupo

menor.
Ela olha para mim com seu olhar azul brilhante, evidência do khui

forte dentro dela. Parece estranho, contra o cabelo ruivo e a pele

pálida e sardenta.

— A caverna dos anciãos. Você disse que é uma nave espacial, certo?

— Bem, sim, mas tem centenas de anos e não voa mais. — eu gaguejo.

— O computador dentro dele ainda está funcionando, mas eu não sei

muito mais que isso.

— Então eu vou. — diz Harlow.

— Você não pode realmente me impedir.

Eu franzo a testa para ela, frustrada por sua teimosia.

— Pode não ser seguro. — enfatizo novamente.

— Por causa do tempo?

— Por causa de outras coisas. — eu me

aproximo.

Ela pensa por um momento e depois

balança a cabeça.
— Eu ainda estou indo. Eu vou aproveitar minhas chances. Eu preciso

ver essa nave.

Por um momento, olho fixamente para Harlow. Ela tem um

dispositivo de escuta em algum lugar também? Ou alguma outra

coisa está acontecendo?

— Alguma coisa que você queira?

— Não. Ela levanta sua mochila e ajusta a alça contra seu ombro.

— Quando partimos?

Eu suspiro, derrotada.

— Muito em breve. Vamos.

Eu recebo minha mochila e Harlow e eu encontramos Aehako e

Haeden na frente da caverna.

Aehako imediatamente tira um saco de dormir

da minha mochila e amarra-o ao dele.

— Você está carregando muito. Deixa-

me ajudar.

— Eu estou bem. — eu digo, me sentindo um pouco

envergonhada.
Haeden não está pairando sobre Harlow como Aehako está

comigo. Então, novamente, Harlow e Haeden provavelmente não

fizeram o que Aehako e eu fizemos na noite passada. Eu coro muito

só de pensar nisso.

Eu sei que vinte e dois anos é velha para ser virgem, mas eu nunca

dei muita importância até agora. Nunca houve muita oportunidade

de fazer sexo com alguém. Agora, parece que a oportunidade está

batendo com um alienígena sexy... e o timing não poderia ser pior.

Como posso pensar em me envolver com alguém?

Claro, para ele pode ser apenas diversão, sexo divertido. Sem

importância, exceto por uma noite entre as peles. Mas não é assim que

eu fui criada. Eu não posso simplesmente cair na cama com um cara

por diversão e não pensar nisso novamente. Eu preciso fazer

Aehako ciente disso. Ah não! Um pensamento

terrível me ocorre. E se ele está focando tanta

atenção em mim simplesmente porque estou

disponível para 'diversão'? Talvez seja

uma coisa cultural e mulheres que

não estão amarradas por um acasalamento de vibração

devem ser selvagens e livres com seus corpos? Não há

nada de errado com isso... mas não é quem eu sou.


Eu me sinto culpada por tê-lo levado por tanto tempo. Eu preciso falar

com ele. Eu toco seu braço.

— Podemos conversar?

— Nós deveríamos nos apressar. Precisamos fazer um bom tempo

antes que o tempo piore. Vai nos atrasar como está.

Eu olho para os outros, esperando por mim, e bato no grande ombro

de Aehako. Quando ele arqueia uma sobrancelha para mim, eu

suspiro em frustração e indico que ele deve se abaixar para que eu

possa sussurrar em seu ouvido. Não é uma tarefa fácil, considerando

que ele tem dois metros de altura. Quando ele finalmente se abaixa,

lambo meus lábios, de repente, fico nervosa.

— Eu acho que eu deveria ir sozinha.

— Por quê? Eu pensei que nós já tínhamos

resolvido isso.

— Eu não quero que você pense, bem, que

as coisas são diferentes entre nós.

Ele recua e me dá um olhar

cauteloso. Então, ele se inclina novamente e me puxa

para perto dele.


— Como eu deveria pensar que as coisas estão entre nós, então?

Eu torço minhas mãos em um gesto de donzela, mas caramba, estou

me sentindo um pouco donzela no momento.

— É só que... eu só... — Eu solto um suspiro nervoso.

— Então, ontem à noite? O que aconteceu entre nós? Percebo que você

é todo divertido, jogos e festas e não pensa no amanhã, mas não é

assim que eu sou. Eu não consigo formar um relacionamento

casual. Eu não estou preparada para isso. Então eu não quero que

você pense que eu estou apenas fazendo sexo por causa do sexo e

nada além disso. Eu não acho que posso fazer as coisas que você, você

sabe...

— Nós não fizemos muito. — ele interrompe, uma nota seca de

diversão em sua voz.

Eu o ignoro e continuo.

— Sem pensar, haverá algo entre nós a

longo prazo. E eu não quero que você

pense que você tem que se inscrever

para um relacionamento comigo.


Puxa, estou ficando toda confusa agora porque ele está apenas

olhando para mim.

— Só estou dizendo que sou o tipo errado de garota para brincar. E

eu não quero levar você para o caminho errado.

O grande alienígena olha para mim em silêncio.

— Bem? — Eu pergunto.

— Você terminou de vomitar desculpas para mim?

Meus braços cruzam meu peito.

— Isso não são desculpas.

— Então você não terminou?

— Não, eu terminei...

Ele coloca uma mão grande atrás da minha

cabeça e me puxa, inclinando-se para a minha

altura. Estamos olho a olho e nariz a nariz,

e ele está tão perto que eu posso sentir

o seu cheiro fraco e respirar o mesmo

hálito quente, que parece estranhamente íntimo.


— Ouça-me, Kira. Meu interesse em você não é apenas por sexo. No

entanto, eu ficaria feliz em aceitá-lo se você oferecer isso.

Eu olho em volta, horrorizada, porque ele não está falando em um

sussurro. Ele está falando alto o suficiente para todos na caverna

ouvirem.

Os dedos levantam meu queixo, forçando-me a olhar de volta, para

Aehako. Seu olhar é intenso e não consigo desviar.

— Eu estou interessado em você. Toda você. Seus olhos tristes, seus

sorrisos suaves, suas lágrimas, sua coragem e suas preocupações. Eu

estou ao seu lado agora, e estarei ao seu lado até que você me diga

para sair. Eu não preciso de um khui para me dizer quem é a

companheira para mim. Você é minha e eu vou aproveitar cada

momento com você como um presente.

— Mas e sobre...

— Se meu khui vibrar para outra

pessoa? Eu não vou deixar. — Ele

sorri, totalmente confiante.

— Meu coração é seu e somente seu.

— Não é assim que funciona, Aehako.


— É assim que vai funcionar para mim. — diz ele, sempre teimoso.

— E se o seu khui vibrar por outro, eu vou mandar você para os braços

dele com alegria pela sua felicidade.

Lágrimas quentes picam meus olhos. O nó na minha garganta me

impede de falar, mas se eu pudesse, eu provavelmente gorgolejaria

algumas palavras insensíveis sobre o quão bom ele é. Porque ele é o

melhor.

— Você já era minha no momento em que pousou neste planeta, Kira.

— diz Aehako.

— Não é preciso um khui para me dizer isso. Nem vou deixar

ninguém tirá-la de mim. Então, vamos, vamos remover esta concha

do seu ouvido e libertá-la da preocupação, e então você vai cair em

meus braços e lamber cada centímetro da minha

pele, para me mostrar sua apreciação.

Uma risada sufocada me escapa.

— Assim é melhor, olhos tristes. — diz

Aehako.

Ele carinhosamente toca minha bochecha.


— Agora, devemos ir. Temos muito chão para andar antes que fique

escuro.

Se eu pensava que Haden e Aehako estabeleceriam um ritmo fácil

para nós porque somos humanos e um pouco mais frágeis do que eles

estão acostumados, eu estava completamente errada. Eles se

certificaram de que estamos bem contra os ventos frios, conferiram

nossas raquetes de neve e, em seguida, definiram um ritmo

vertiginoso pelos cumes e vales da terra coberta de neve. Eu bufo,

minha respiração congelando contra o lenço peludo que cobre a

metade inferior do meu rosto, e eu estou andando tão

rápido que parece que eu estou correndo. Em

raquetes de neve.

É ridículo, mas até o Harlow está andando

mais rápido do que eu, então eu não

posso reclamar. Eu apenas faço o

meu melhor para acompanhar os outros.


A altura dos alienígenas - juntamente com a composição diferente de

seus pés largos e espalhados - significa que eles não precisam usar os

sapatos de neve como os seres humanos insignificantes. Eles me

atrasam e fazem com que cada passo pareça um esforço. Antes

mesmo da caverna desaparecer de vista, Aehako corre de volta para

mim, arranca minha mochila das minhas costas, e então me dá

palavras de encorajamento para que eu continue.

Se bastasse a determinação, eu estaria na frente do bando. Em vez

disso, estou na parte de trás, e fica mais difícil à medida que as

tempestades aumentam e a neve escorre dos céus cinzentos. Eu

abaixo minha cabeça e marcho, severamente determinada a

acompanhar os outros.

Georgie disse que a nave estava a apenas um dia de

distância das cavernas tribais, por isso não pode

ser uma longa viagem. Eu só preciso engolir e

continuar andando.

Nós paramos depois de algumas horas

para comer. Haeden matou algum

tipo de bicho com sua funda, e os dois homens

cortaram pedaços brutos e os ofereceram para nós. Eu


não estou acostumada a comer minha carne ao natural, mas Liz me

garantiu que está tudo bem. E novamente, Harlow está comendo em

silêncio, então eu sinto que não posso ser a única a exigir uma

fogueira. Então eu engulo as calorosas e sangrentas mordidas de

comida. É combustível, eu me lembro. Combustível que é

desesperadamente necessário, porque eu suspeito que o meu 'tanque'

estará vazio antes que o dia acabe.

Uma vez que o alimento é comido, nós começamos a andar

novamente. Aehako fica ao meu lado e seus passos parecem

incrivelmente lentos.

— Você está bem?

— Eu estou aguentando bem. — eu asseguro a ele.

Eu me sinto como uma “merda” por ser tão lenta,

com ele carregando minha mochila e a dele,

mas eu estou tendo bastante dificuldade,

mesmo assim.

Ele balança a cabeça e me dá um

aperto rápido em meus ombros cobertos de pele, e

então avança em seu ritmo regular e rápido.


As horas passam e meu mundo se torna nada mais do que colocar

meus pés no caminho que os sapatos de neve de Harlow pisaram à

frente dos meus. Eu não estou mais ciente do frio ou da

viagem. Pensei que chegar às cavernas tribais na primeira vez foi

exaustivo, mas agora estou me lembrando de quanto tempo fomos

carregados, muito fracas para andar. Eu meio que queria que alguém

estivesse aqui para me carregar agora. A neve continua a derramar

dos céus, tornando quase impossível ver mais do que alguns metros

à frente. Eu não sei como os caras podem dizer para onde estamos

indo, mas parece que estamos indo em linha reta. Isso é

encorajador. Eu acho.

Uma mão toca meu braço.

— Kira?

Eu olho para cima e percebo que o lenço sobre

a minha boca congelou no meu rosto, e meus

dentes estão batendo.

— O-o-o quê?

É Aehako, seu grande rosto

preocupado. Ele puxa o capuz para trás de seus


chifres, e ele não parece mais incomodado com o clima, como se fosse

uma tempestade e não o apocalipse de neve.

— Venha. — diz ele, puxando-me contra ele e envolvendo um braço

de apoio em volta da minha cintura.

— Estamos perto de uma caverna. Venha.

Eu me apoio contra ele e mais ou menos deixo que ele me arraste o

resto do caminho até a caverna. Eu não percebi o quanto estava

cansada até que ele me tirou do meu transe, e agora parece que toda

a força deixou meu corpo. Sinto o tradutor como um bloco de gelo no

meu ouvido e eu não sinto os dedos dos pés. Ou meus dedos. Meus

dentes estão batendo como se estivessem sapateando, e todo o tempo

a neve continua caindo.

Talvez devêssemos ter esperado depois de tudo.

Eu nem tenho energia para protestar quando

Aehako me puxa para seus braços e me

carrega até a caverna pelo resto do

caminho. Pelo menos haverá calor ali

e fogo. Puxa, eu amo fogo.


Mas quando chegamos à caverna, é escuro por dentro. Não há fogo.

— Predadores nesta área. — explica Haeden.

— É um lugar perigoso para ter uma fogueira. Nós vamos ter que

compartilhar o calor do corpo.

Eu olho para Harlow, que está tão embrulhada em peles quanto

eu. Vai ser uma noite fria.

Harlow, no entanto, dá uma olhada para mim quando Aehako

gentilmente me coloca para baixo, e então deixa cair sua mochila ao

lado de Haeden. Ela desenrola seu saco de dormir e retira sua roupa

molhada e coberta de neve e depois se inclina contra ele como uma

grande minhoca peluda em um cobertor.

O que significa que estou com Aehako.

Eu deveria ter percebido isso, eu acho. Eu fico

lá como um grande cone de neve enquanto

Aehako tira minhas luvas de minhas mãos

congeladas e depois sopra nos meus

dedos gelados para aquecê-los.

— C-como é que a H-Harlow não está com tanto frio

quanto eu? Como é que eu estou viajando tão mal?


— Ela não ficou doente por duas semanas como você. — diz Aehako

com facilidade.

— Você ficará mais forte com o tempo.

Harlow boceja e afunda ainda mais em suas peles.

— Se isso faz você se sentir melhor, eu também estou com frio e

exausta.

Não, porque ela não parece estar prestes a cair aos pedaços como

eu. Claro, ela está abraçando Haeden, que realmente não é a mais

carinhosa das pessoas. Mas eu me sentiria melhor se não fosse a única

a lutar.

— Durma um pouco. — diz Haeden.

— Nós vamos comer de manhã e depois partimos

novamente.

Aehako me leva até minha última camada de

roupa, espalhando as outras para secar.

A caverna é pequena, mas não há

vento amargo, pelo menos. Eu vejo como Aehako

coloca minhas peles e depois as dele, empurrando as


duas juntas. Então ele me guia até a cama e puxa as cobertas para o

meu queixo.

Não parece nada caloroso. Estou prestes a lamentar sobre isso quando

o corpo enorme de Aehako entra nas peles ao meu lado e ele me puxa

contra ele, meu rosto pressionando contra seu peito nu.

E... oh! Ok. É aqui que entra o calor. Porque dormir com Aehako é

como dormir com um aquecedor. Um suave e aveludado com muitos

músculos. Tenho certeza que ele está nu também, ou pelo menos com

uma cueca.

Homem. Agora eu gostaria de ter prestado mais atenção.

Meus dentes param de tremer e eu pressiono minhas mãos e pés frios

contra sua pele. Ele não protesta, apenas me abraça mais forte. Um

calor delicioso escoa por meu corpo, roubado

dele, e eu começo a me sentir bem, pela

primeira vez desde que deixei as cavernas

tribais horas e horas atrás.

— Estamos quase lá? — Eu sussurro

para Aehako.

— Para a caverna dos anciãos?


— Mais ou menos na metade —, diz ele em voz baixa. Seu dedo traça

minha orelha e meu queixo, enviando arrepios na minha espinha.

— Estamos nos movendo mais devagar do que gostaríamos. A

tempestade está dificultando as coisas.

A tempestade e o ser humano lento, penso eu, mas não digo em voz

alta. Ele sabe que estou fazendo o melhor que posso. Eu me

aconchego mais perto dele e esfrego meus dedos em seu

estômago. Puxa, é gostoso. Meus dedos deslizam para cima e para

baixo no plano do músculo que é sua barriga, e eu o exploro com o

meu toque enquanto ele acaricia meu rosto.

Eu deveria estar realmente envergonhada que Harlow imediatamente

presumiu que eu estava dormindo com Aehako. Mas… eu acho que

não posso me importar. Estou feliz. Eu não quero

abraça-la, porque ela não é calorosa e deliciosa

- e eu com certeza não quero me aconchegar

com Haeden. Fico feliz que Aehako e eu

estamos debaixo dos cobertores juntos,

mesmo que seja apenas por calor.

E penso no que ele disse antes. Sobre querer estar

comigo, não importa o quê, ondas de calor passam


pelo meu corpo, e mesmo que eu esteja completamente exausta, eu

encontro minhas mãos deslizando para baixo para verificar se ele está

usando uma cueca, afinal.

Meus dedos questionadores não encontram nada além de quadris

musculosos e magros. Oh. Então ... tem isso. Não há cós. Sem couro.

Não há nada. Apenas eu e grande alienígena nua que eu tenho que

cavar para o calor.

Puxa, é tão difícil ser eu às vezes.

Aehako se inclina e escova os lábios na minha testa.

— Seus dedos estão se sentindo brincalhões. Você não está cansada?

Sua voz é suave como um sussurro para que os outros não possam

ouvir.

— Estou exausta. — digo a ele.

Ainda estou curiosa, no entanto. Não posso

culpar uma garota. Ele é grande, quente e

aveludado e eu não consigo parar de

acariciá-lo.

— Você deveria dormir.


— Eu vou. Em breve. Eu só quero explorá-lo um pouco e continuar

tocando você.

Eu sou viciada na sensação de sua pele macia sobre todos aqueles

músculos duros. Eu continuo acariciando seu estômago, porque eu

não sou bastante corajosa para ir mais baixo. Algo aperta meu braço

e eu suspiro e recuo, escandalizada. Era esse o seu...

— Não seja tímida. Você queria explorar, então explore.

Há um desafio em sua voz, junto com diversão.

Isso soa muito como um desafio. Estou indignada e fascinada. Eu

busco coragem e estendo a mão. Minha mão encontra carne dura e

quente. Muito disso. Eu não estou inteiramente certa de que este é um

tamanho normal, mas talvez seja normal para alienígenas. Eu aperto

seu pênis na minha mão, envolvendo meus dedos

ao redor dele.

Sua mão imediatamente cobre meu rosto e

seu gemido de prazer é tão suave. É só

pra mim.

E sou um pouco viciada nisso. Por suas respostas. Eu

o solto e deslizo meus dedos para cima e para baixo


em seu comprimento, explorando-o com toques. Eu posso sentir

veias, e há um conjunto espesso de cumes correndo ao longo do topo

que me lembra sua testa. A cabeça parece maior do que o resto e meus

dedos encontram algo escorregadio ali

— Você deveria estar molhado? — Eu pergunto, um pouco

escandalizada.

— Minha semente não parece ficar dentro quando você me toca. —

ele murmura, e sua boca traça minhas sobrancelhas.

— Seu toque é muito excitante.

Meu toque? Eu? Eu não acho que alguém já usou a palavra 'excitante'

para me descrever, nunca. Eu mordo meu lábio e deslizo minha mão

para baixo, procurando na nova anatomia. Bolas. A palavra parece

boba. Ele está sem pelos aqui embaixo, a pele

ainda mais macia do que eu imaginava. Eu

circulo a base grossa de seu pênis e meus

dedos encostam ... oh. Isso tem que ser o

seu esporão. É uma coisa dura, do tipo

chifre, acima do seu pênis, do

tamanho do meu dedo mindinho. Uma estranha peça

de anatomia. Eu me pergunto como isso vai combinar


com minha anatomia. Suponho que sim, já que nem Georgie nem Liz

tiveram reclamações. Eu acaricio com meus dedos e posso senti-lo

tenso contra mim. Ooh Uma palpitação excitada começa entre minhas

pernas e pressiono minhas coxas juntas.

— O que devo fazer? — Eu pergunto a ele.

Ele se inclina e beija minha boca suavemente.

— Você deveria parar.

Isso… não era o que eu queria ouvir. Eu me afasto como se estivesse

queimado.

— Eu fiz isso errado?

— Nem um pouco.

Aehako belisca minha boca com os dentes,

enviando outra sacudida prazerosa através de

mim.

— Eu só não tenho ideia de como vou

explicar aos outros como minha

semente foi espalhada por toda a caverna se você

continuar.
Uma risadinha horrorizada irrompe de mim, e a mão de Aehako

cobre minha boca.

— Calma. — rosna Haeden a poucos metros de distância.

Oh senhor! Aehako está certo. Nós deveríamos ficar quietos. Ainda

assim, é difícil tirar minhas mãos dele e colocá-las de volta em seu

peito seguro e agradável.

Ele deve estar se sentindo da mesma maneira, porque ele me beija

forte e depois me libera.

— Durma. — ele murmura.

— Você pode explorar mais quando estivermos sozinhos.

Enquanto adormeço, acho que a ideia tem muito mérito. Espero

sonhar com pele azul quente e esporas e coisas

divertidas como essa.

Levantar-me das cobertas na manhã

seguinte é uma provação. Não porque eu esteja

cansado, mas porque a forma doce de Kira está

enrolada contra mim, seu pequeno corpo flexível está


pressionado contra o meu. Eu acho que nunca quis tanto ficar em um

lugar.

A outra humana ainda está dormindo, embora as cobertas de Haeden

estejam vazias. Não há conexão entre eles, então. Não é

surpreendente - acho que Haeden é ainda mais remoto que

Raahosh. Pelo menos, ele tem sido desde que ele perdeu sua

companheira antes que ele pudesse reivindicá-la. Quem pode dizer o

que isso fará ao coração de um homem?

Eu me solto das cobertas sem acordar Kira, e me visto silenciosamente

antes de sair para a boca da caverna. Haeden está próximo, olhando

para algo em uma crista nevada. Eu me junto a ele e ele aponta para

a neve.

— Não estamos sozinhos. — diz ele.

Meus arrepios se elevam com a visão das

pegadas na neve espessa e imaculada. Elas

não são profundas o suficiente para

serem minhas ou de Haeden, e a

forma e o tamanho são errados para

os pés humanos. Mas é claro que durante a noite

fomos visitados por alguém.


Ou alguma coisa.

Eu me agacho ao lado dele e toco a pegada. A neve está com crosta, o

que significa que a pegada foi feita há várias horas.

— Eu não reconheço essa criatura. — digo a ele, mantendo minha voz

baixa para que as humanas não a ouçam.

— O que tem três dedos como este? A faixa em si é o dobro do

tamanho do meu próprio pé, moldado em três pontas longas para os

dedos dos pés. Eu tenho três dedos, mas não assim. É curioso.

Também me deixa furioso e ferozmente protetor, pensando nas

frágeis humanas que dormem na caverna. Pensar que algo chegou tão

perto me faz sentir impotente.

— Você acha que são os alienígenas que Kira

mencionou? — Haeden olha para mim.

— As trilhas circulam em torno de nossa

caverna e desaparecem a uma curta

distância, cruzando um riacho.

Eu lambo meu polegar e testo o

vento. Está contra nós. Se há um rastro de perfume a

seguir, já passou há muito tempo. Maldição.


— Se foram os alienígenas, por que eles não atacaram enquanto

dormíamos? Sob a capa da tempestade? Kira acha que eles querem

sua concha de volta. Se é isso que eles realmente querem, por que não?

Eu esfrego minha testa na base dos meus chifres. Eu estou com raiva

de mim mesmo - bravo que alguém chegou tão perto de nossa caverna

e ameaçou minha mulher. Irritado por não ter colocado um vigia e,

em vez disso, deitei-me na cama para partilhar alguns minutos

fugazes de prazer.

Haeden encolhe os ombros e fica de pé. Ele não está

incomodado. Para ele, esta é apenas outra caçada, outro dia. Às vezes

eu gostaria que houvesse algo que tirasse essa inércia de seus

olhos. Para acordá-lo e fazê-lo perceber o que está em jogo aqui para

mim. Ele coloca as mãos nos quadris e olha para a neve fresca,

depois para o céu.

— Seja qual for a razão pela qual estamos

sendo seguidos, devemos nos apressar e

levar as mulheres para a caverna dos

anciãos antes que o nosso novo

amigo retorne.
Ele não está errado. Eu aceno e vou acordar as mulheres. Debato se

conto-lhes a situação, sem saber como elas reagirão. Kira está

assustada o suficiente como está.

Quando entro na caverna, porém, Kira está sentada, com um olhar

preocupado no rosto.

— Estamos sendo seguidos? — Sua voz é suave.

Eu olho para a forma ainda dormindo da outra humana. Ela não

ouviu nada. Como Kira conversou com Haeden?

Como se adivinhasse meus pensamentos, Kira tocou a concha em seu

ouvido.

— Isso me permite ouvir… muito longe. Eu ouvi você falando com

Haeden. Estamos em perigo?

Eu considero minimizar o perigo, mas Kira

merece saber. Eu abro minhas mãos.

— Eu não sei. Algo chegou perto da

caverna e saiu, e não sabemos o que

era. Mas é melhor nos apressarmos para

a caverna dos anciãos.


Ela balança a cabeça e se levanta.

As tempestades de neve de ontem desapareceram e deixaram para

trás a luz fraca e fraca dos dois pequenos sóis e um pé extra de neve

fresca e quebradiça no chão para atravessar. Meu coração afunda ao

vê-lo, mas não há tempo para sentar e esperar que ele derreta.

Precisamos chegar à caverna dos anciãos e em breve.

Nós acampamos e partimos em um ritmo acelerado. Parece ainda

mais rápido do que a rápida caminhada de ontem, mas talvez seja

porque estou cansada. Seja o que for, eu luto para continuar mais do

que o habitual, a ponto de Aehako ter que vir me buscar algumas

vezes. É embaraçoso, mas ninguém me chama

porque é óbvio que estou fazendo o melhor que

posso.

A próxima vez que Aehako corre de volta

para onde eu estou atrasada, ele solta

as mochilas que ele está carregando.

— Venha. — diz ele.


— Eu vou levá-la nas minhas costas o resto do caminho.

Suas palavras me fazem engasgar. Carregada? Mesmo? Meu orgulho

é insultado, mas essa missão não é realmente sobre orgulho, é? Eu

ficaria feliz em despir-me nua e lamber os pés de todos os alienígenas

neste planeta, se isso significasse que os pequenos homens verdes não

seriam uma ameaça. Então, com um pequeno suspiro, eu aceno.

— Tudo bem. Vamos fazer isso.

— Tome cuidado com meu rabo. — ele brinca.

Assim que ele diz isso, ele me bate nas pernas, como um gato grande

e brincalhão. Eu arqueio uma sobrancelha para ele e apenas balanço

minha cabeça. Mesmo com todo esse estresse, é difícil não sorrir da

cara de Aehako. Eu gostaria de poder ser tão descontraída quanto

ele. Mesmo sem as preocupações de todos os

sequestros extraterrestres, eu sempre fui um

tipo sério.

Eu ainda não tenho ideia do que ele vê

em mim.

Ele se agacha na neve e dá um tapinha na coxa.


— Tire o seu sapato de neve e coloque aquele pé humano

insignificante aqui.

— Vou colocá-lo em suas bolas. — eu murmuro enquanto tiro meu

sapato de neve.

— Pobre humano, de fato.

A risada de prazer de Aehako me faz sentir melhor, e eu subo em suas

costas e coloco meus braços em volta de seu pescoço. Ele levanta

minhas coxas em torno de suas costelas e, em seguida, pega nossas

malas, uma em cada mão, e joga uma para Haeden enquanto ele corre

para alcançar.

Ah, claro, faça parecer sem esforço.

Haeden se vira e dá a Harlow um olhar azedo.

— Você precisa ser carregada também,

humana?

— Eu estou bem. — diz ela, empurrando

sua mochila para ajustá-la.

— Eu posso continuar.
Tenho inveja das reservas de força aparentemente infinitas da

ruiva. Eu odeio que eu sou a única que tem que ser mimada.

Como se sentisse meus pensamentos, Aehako aperta minha coxa e

diz, tão baixo que só eu posso ouvir:

— Muito provavelmente ela não quer ficar com a personalidade

agradável de Haeden por mais tempo.

Eu sufoco meu riso.

Um ruído de pássaro estranho soa por perto, e eu olho em volta,

procurando por pássaros.

Atualização do tempo? Meu tradutor entoa.

Eu endureço. Isso não foi um ruído de pássaro. Esse foi um dos

pequenos homens verdes.

Mais ruídos de pássaros ecoa no meu

tradutor. As tempestades se

estabilizaram. Devemos ser capazes de

encontrar uma área de pouso suficiente

muito em breve.
Procure o porão de carga. Se as que estão aqui ainda estiverem lá, podemos

recuperá-las.

Vamos pousar perto.

— O que é isso?

Aehako olha para mim por cima do ombro.

Demoro um momento para perceber que estou segurando seu

pescoço com tanta força que estou praticamente sufocando o

homem. Eu relaxo meu aperto, embora minha ansiedade permaneça.

— Eles estão vindo. A tempestade se foi e eles querem pousar.

— Então temos que nos apressar. — diz Aehako.

Ele olha para Haeden e o homem concorda. Antes que Harlow possa

protestar, ela está pendurada no ombro dele

como uma mochila, e então ambos os

alienígenas estão fora, correndo pela neve a

uma velocidade mais rápida do que

nossas pernas humanas podem se

mover.
À medida que mais conversas alienígenas se aproximam, só posso

esperar que cheguemos lá antes que percebam que o tradutor não está

nem perto do antigo porão de carga e venham me procurar.

Eu quero essa coisa fora da minha cabeça agora.

Mesmo que o sa-khui - nossos amigos alienígenas azuis - chamem de

Caverna dos Anciões, na verdade é uma nave espacial. Cerca de

trezentos anos e meio atrás, eles pousaram aqui muito como fizemos,

e com o tempo perderam o uso de sua tecnologia. A nave ainda está

lá e o computador funciona. E se eles tiverem a tecnologia avançada

para ter uma espaçonave de trabalho uma vez,

espero que eles também tenham algum tipo de

equipamento médico que possa tirar essa

coisa de dentro de mim.

Neste ponto? Estou disposto a cortar

meu próprio ouvido para me livrar dele. O

implante parece uma âncora, pesando-me com

preocupação.
Fico aliviada quando a extensão nevada do navio aparece no

horizonte. É enorme, como uma colina gigantesca e excessivamente

plana. De um lado, vejo a abertura da "caverna". Representa a

segurança, mesmo quando ouço outra sequência de chiados

alienígenas passar pelo tradutor.

— Depressa, por favor!

Eu aperto o pescoço de Aehako quando algo brilhante passa pelos

céus. Não está indo nessa direção... ainda. Não significa que não vai,

no entanto.

Aehako pega o ritmo, e comigo agarrada às suas costas, ele se dirige

para a entrada da nave em uma arrancada.

Haeden segue logo atrás.

Quando nos aproximamos, vejo a entrada da

porta arredondada. Está gelado e escuro, mas

o interior é profundo. A neve ao redor da

porta é alta, mascarando qualquer

degrau. Corremos para dentro e vejo

que, dos lados, há portas que abraçam as paredes

arredondadas.
— Podemos fechar as portas? Pergunto freneticamente. — O ruído de

pássaro enche meu ouvido ao ponto de fazer minha ansiedade

enlouquecer.

— Mja se fah-ree. — fala uma voz computadorizada. Sequência de porta

iniciada. — o tradutor me diz.

— O que está dizendo? — Harlow pergunta, deslizando das costas de

Haeden.

Aehako me libera gentilmente, tirando uma das facas de ossos do

cinto e olhando para o céu.

— Diz que está extinguindo as portas. Eu não sei o que isso significa.

— Sequenciamento. — eu corrijo.

— Isso significa que está prestes a fechá-las.

Eu puxo Aehako para trás um ou dois passos,

observando. Estou um pouco nervosa porque

o computador está nos ouvindo. Teremos

que ter cuidado com o que dizemos.

Há um gemido pesado de metal e, em

seguida, o estalo de gelo. Harlow protege seu rosto e


Aehako, protetoramente, pisa na minha frente enquanto o gelo voa

por todos os lados, e então as portas da escotilha fecham. A luz do sol

desaparece e estamos em completa escuridão.

Em algum lugar no escuro do interior, uma luz vermelha pisca.

— Olá? Eu falo. Você pode acender as luzes?

Uma grande mão aperta meu ombro, quase me fazendo saltar de

medo.

— Fique perto, Kira. Nós não sabemos se é seguro...

— Inglês norte-americano, Planeta Terra. Este é o idioma padrão que você

deseja usar?

— Hum, sim, por favor.

— Aceito.

Eu olho em volta. Talvez o computador seja

como uma versão gigante da Siri, do meu

iPhone.

— Computador, ligue as luzes

interiores, por favor.


Algo chia e eu pulo mais perto de Aehako. Uma vibração, e então uma

luz fraca vem de cima.

— Há uma avaria no que diz respeito à iluminação na baia

principal. Por favor, entre em contato com um técnico de serviço.

— Computador, por favor, desligue a iluminação com defeito e ligue

todas as outras luzes. — eu corrijo.

Eu não quero nada pegando fogo. Eu esfrego meus braços, consciente

do frio aqui. O controle de temperatura pode ser um pouco demais

para esperar.

— Estamos seguros com as portas fechadas?

— As portas podem ser abertas a pedido. Você deseja iniciar uma

sequência de bloqueio?

Oh, eu absolutamente quero.

— Sim, por favor.

— Você preferiria chaves biométricas

ou autorização verbal?

Aehako olha para mim em confusão na iluminação

fraca.
— Eu não entendo nada disso.

Harlow se inclina.

— Queremos autorização verbal. Uma senha.

Ela está certa. Eu concordo.

— Algo que será fácil de lembrar. Alguma ideia?

Seu sorriso é fraco.

— Terra?

Eu olho para Haeden e Aehako. Eles parecem desconfortáveis, ambos

segurando armas.

— Eu não tenho certeza se as coisas ficarem feias, eles vão lembrar de

onde viemos. Talvez a gente vá com Georgie? Já que

ela é companheira de Vektal e tudo mais.

Harlow encolhe os ombros.

— Funciona para mim.

— Computador! — eu chamo.
— Por favor, trancar todas as portas para o exterior. Ninguém pode

entrar ou sair sem a senha de 'Georgie'.

— Senha Georgie aceita.

Eu me movo para Aehako e aperto sua mão.

— Se vocês precisam sair por qualquer motivo, apenas diga o nome

dela.

Ele balança a cabeça, ainda olhando ao redor com algo parecido com

espanto. Sob o gelo que reveste o interior da nave, há luzes, painéis e

instrumentos. Isso deve parecer muito estranho para ele.

Inferno, é estranho para mim, mas estou começando a me acostumar

com coisas estranhas neste momento.

Harlow dá alguns passos para a frente e encolhe o

sobretudo grosso e peludo.

— Você acha que está tudo bem para nós

explorarmos?

Eu gesticulo no ar.

— Pergunte ao computador?

— Certo.
Ela me dá um olhar tímido.

— Computador, existem outras coisas vivas dentro da nave além de

nós?

— Realizando bioscan. Por favor, espere.

Um zumbido baixo preenche a sala e um raio vermelho pisca de um

lado do porão da caverna para o próximo, nos examinando.

— Quatro formas de vida detectadas, duas sakhs modificadas e duas humanas

modificadas.

Humano modificado? Eu toco meu peito, onde meu khui está

enrolado no meu coração.

— Você quer dizer a gente, correto?

— Está correto.

— Legal. — diz Harlow.

— Eu quero dar uma olhada, se estiver

tudo bem com vocês.

Eu dou de ombros. Eu certamente

não posso pará-la. Ela é sua própria pessoa e esta não

é minha nave. Eu tenho minha própria agenda aqui, e


se Harlow não quer falar sobre a dela, isso não me incomoda. Deve

ser pessoal.

As mãos grandes de Aehako puxam meu manto gelado, me ajudando

a tirá-lo.

— É seguro construir uma fogueira? — Ele pergunta.

— Eu não sei se devemos. Pode não haver uma abertura para a

fumaça, e podemos acionar detectores de fumaça no interior. Não sei

como a nave responderá a isso.

— Fumaça... detectores? — Haeden pergunta, uma carranca no rosto.

— Longa história. — eu digo.

Outra sequência de ruídos de pássaros de comandos de vôo vem

através do meu tradutor, lembrando-me de porque

estou aqui. Eu me aproximo de um dos painéis

congelados.

— Computador, você tem uma baia

médica em algum lugar nesta nave?

— O compartimento médico está localizado

no segundo andar, seção D.


Eu olho para Aehako.

— É para onde estou indo.

Ele avança.

— Não sozinha.

Por alguma razão, eu aprecio isso. Eu sorrio para ele, sentindo

vergonha.

— Tudo bem.

Haeden se move em direção ao portal nevado pelo qual nós

entramos, agora fechado. Pegadas lamacentas sujam o piso.

— Eu vou ficar aqui e guardar a porta.

Eu quero dizer a ele que provavelmente estamos a

salvo, mas... eu não sei se estamos

realmente. Pelo que sei, o computador pode

pensar que estamos em segurança e os

alienígenas podem aparecer com uma

nova tecnologia que vai abrir as

portas. Então eu aceno e vou em frente. Há um

corredor escuro ao lado, e Harlow desaparece, sua


mão traçando ao longo da parede enquanto ela explora. Ela é

destemida. Eu invejo isso.

— Computador... — eu digo.

— Você pode me mostrar o caminho mais rápido para chegar à baia

médica?

A iluminação da pista na borda do piso tremula para um lado. Há

uma porta lá, e depois de um rápido comando para abri-la, ela volta

e expõe um salão diferente e pouco iluminado do que o que Harlow

desceu. Fios expostos pendem de um azulejo faltando no teto, e isso

leva à escuridão.

Isso parece ... assustador.

Eu toco o tradutor no meu ouvido. Não importa se é

assustador ou não, eu preciso agir.

A mão de Aehako toca minhas costas e esse

pequeno gesto reforça minha coragem.

Eu entro mais profundamente na

nave.
A nave é muito maior do que eu previa inicialmente. Parecia grande

do lado de fora, mas percorrendo os corredores vazios me faz

perceber o quão vasto é o interior. Os longos corredores serpenteiam

e entortam, e eu passo de porta em porta, alguns deles enferrujados,

outros com luzes vermelhas piscando em seus painéis. É óbvio que

essa nave sofreu um acidente e também é óbvio que foi usada para

peças em algum momento. Há painéis removidos e fiação solta aqui

e ali, e pilhas de coisas colocadas nos cantos. Pegadas antigas cobrem

as grades do piso de lama seca. Há um leve cheiro

de mofo no ar.

O grande corpo de Aehako está a poucos

passos atrás do meu, e cada movimento

faz o chão tremer e chocalhar, como se

uma centena de placas de metal

estivessem viradas a cada passo. Eu me encolho a cada


movimento, preocupado que o chão não vai nos segurar.

A iluminação da pista no chão pára na frente de um arco que se abre

com uma fenda no meio. Parece que pode ser portas duplas. Parece

parte da parede, mas há algum tipo de escrita de um lado e um painel

de controle do outro. Uma luz quebrada cintila e depois fica escura.

No momento, o chilrear soa no meu fone de ouvido novamente.

Relate o que você vê. As cápsulas de hibernação estão intactas?

— Por favor, abra-se, eu digo, pressionando minha mão para a

porta. — Eu preciso dessa coisa fora de mim!

O metal está quente debaixo da minha mão, o que me surpreende. Ele

dá um pequeno arrepio e range, e eu entro.

— Kira? Aehako pergunta quando eu entro. —

Seja cuidadosa.

A hora de ter cuidado já passou. Eu só quero

que isso desapareça. Eu coloquei a mão

no tradutor e entrei na sala, olhando

para o meu entorno.


Eu não vou mentir, parece um pouco como um laboratório. Isso é

assustador. Há mesas, alguns bancos e uma fileira com espaço como

se fosse um berço que se projetam de uma parede à distância. Outra

parede não é nada além de telas e monitores. Ao entrar, eles acendem

um por um, passando palavras ininteligíveis pelas telas.

Eu engulo em seco. Eu não gosto da aparência disso, mas eu nunca

fui fã do consultório médico. — Você tem algo que pode remover

objetos estranhos, computador?

— Há um compartimento de cirurgia auto-assistida, o computador

entoa. — Vou ativá-lo.

Cirurgia auto-assistida? Não está no topo da lista de coisas que eu

quero fazer. Estou ainda mais alarmada quando uma das paredes se

abre e cospe uma cama longa. Monitores piscam e

dançam com mensagens.

— Por favor, entre no compartimento cirúrgico.

Eu engulo em seco e ando devagar em

direção à cama. Eu posso fazer isso.

É como ter uma tomografia em casa, certo? Nada

demais. Tenho certeza de que essas pessoas têm - ou


melhor, tiveram - algum tipo de anestesia ou dor, coisa doentia.

Mesmo que não, ainda tem que sair.

Ainda tenho pesadelos quando os alienígenas implantaram a coisa na

minha cabeça. De ser segurado e amarrado a uma mesa, suas vozes

chilreando ao meu redor. Do objeto de metal frio colocado contra o

meu ouvido ... e então as coisas se enterrando no meu cérebro,

enviando uma dor cega pelo meu corpo. Eu tive uma enxaqueca por

uma semana depois que ela foi implantada.

Não consigo imaginar como será a extração.

Com a boca seca, sento-me cautelosamente na beira da cama.

— Por favor, deite-se sobre o local indicado. A voz do computador está

mudando, transformando-se em uma contraparte suave e

reconfortante. Voz em modo de dormir,

talvez. Seja o que for, eu relaxo um pouco e

começo a me deitar.

Aehako imediatamente aparece ao meu

lado e aperta minha mão na dele.

— Kira

— O que é isso?
Ele olha para as paredes, cheias de monitores e luzes piscantes e

tecnologia computadorizada que eu não consigo entender. Ele parece

... mais do que um pouco alarmado. Isso deve ser assustador para ele.

Sua mão aperta a minha

— Você não precisa ter essa coisa removida. Eu protegerei você dos

alienígenas com minha vida.

Eu dou-lhe um sorriso pálido.

— Aehako, eles têm armas laser e tecnologia que você e eu não

podemos sequer compreender. Arcos e flechas não farão muito contra

eles. Se eles querem me levar, não há nada que eu possa fazer para

impedi-los. Estou tentando me livrar dessa coisa porque quero me

esconder, não porque acho que você não pode me proteger.

Seu rosto largo me observa, e posso ver a

preocupação gravada em sua testa sulcada e

em sua mandíbula. Ele não gosta disso, nem

um pouco. É surpreendente ver isso em

alguém tão descontraído quanto

Aehako.

— Você pode soltar a minha mão agora, eu provoco,

tentando manter minha voz leve.


— Kira —, diz ele, e sua voz é baixa e rouca. Em vez de se afastar, ele

se inclina. Ele aperta minha mão com mais força e pressiona contra

seu peito.

— Seja minha companheira.

Eu olho para o seu grande corpo em estado de choque. Era essa… a

versão alienígena de uma proposta de casamento?

— Sua companheira? Mas achei que tínhamos que vibrar...

Ele balança a cabeça, grandes chifres cortando o ar. Minha mão está

pressionada contra seu coração batendo, os sulcos duros e cobertos de

pêlos cobrindo-a.

— Nós não seremos companheiros de vibração. Apenas

companheiros.

— Qual é a diferença?

Ele olha para mim, tão sério. Sua outra mão

estende, a mão e toca levemente minha

mandíbula em uma carícia delicada.

— Nós escolhemos nos unir um ao outro

até estarmos separados.


— Separados?

— Pela morte ou pelo khui.

Eu não posso decidir se isso é romântico ou doloroso.

— Mas se você vibrar para alguém.

— Eu não farei.

— Mas como você sabe?

— Eu não sei. Tudo o que sei é que você é minha companheira e eu

não vou ouvir ninguém nem nada - nem mesmo que meu khui - diga

o contrário.

Sim, e tenho certeza que o recém-chegado companheiro adoraria isso.

Ele está olhando para mim, esperando por uma

resposta, no entanto. E eu estou ... rasgada. Não

porque eu não quero ser sua companheira. O

pensamento envia felicidade através de

mim. Aehako e eu flertamos há

semanas, e ele se mostrou carinhoso,

engraçado, gentil e maravilhoso. Se eu pudesse


escolher um cara para ser meu companheiro aqui nesta bola de gelo

congelada de um planeta? Seria absolutamente ele.

Mas eu sou estéril. Eu não posso ter filhos.

Nós seríamos apenas companheiros até que seu khui decidisse que

era hora de ele adicionar sua genética ao planeta. Então ele vai

acasalar com Harlow, ou Claire, ou uma das outras humanas não

escolhidas, e eu vou ficar sozinha. Novamente.

E não sei se posso aguentar o abandono. Eu não sou forte como Liz

ou Georgie. Eu sou fraca e o pensamento de ser posta de lado por uma

nova companheira dói ferozmente. E eu vi Aehako em volta dos

outros. Ele vem de uma família de bom tamanho. Ele ama sua mãe e

pai e seus irmãos mais novos. Eu estaria o roubando de tudo, menos

da minha companhia, se eu concordasse em ser sua

companheira. Eu não posso ter filhos. Eu nunca

vou entrar em ressonância para ele. Se ele

coloca suas esperanças em mim algum dia

ressoando por ele? Ele está em um

despertar rude.

É algo que ele merece saber antes de eu tomar uma

decisão.
Eu deveria contar a ele. Eu olho para o seu rosto grande e largo.

As palavras que saem são: — Você quer filhos?

Aehako pisca em surpresa. Eu posso dizer que a pergunta não era

uma que ele esperava. Mas vale a pena perguntar. Se ele não quer

filhos, vou me sentir melhor como sua companheira. Talvez porque

nesse momento, eu saberei que ainda terei um lugar em seu coração,

mesmo que seu khui entre em ação e decida que ele deveria ser um

pai. Mas suas palavras quebram essa esperança.

— Claro que eu quero filhos. — Um sorriso lento curva sua boca.

— Que homem não sonha com uma família própria?

Eu me sinto tão grande quanto uma formiga. Um pequeno

formigueiro esmagou o tapete. Eu solto a mão dele.

— Ok, é o que eu queria saber. Obrigada.

Ele ri e cobre meu rosto em suas grandes

mãos.

— Kira, não se preocupe. Eu vi o

khui vibrar entre aqueles acasalados por muitos


anos. É como se pudesse sentir o amor entre duas pessoas e decidir

uni-las de todas as formas.

Ok, certo. Está mais para como se o khui desistisse e dá uma última

vibrada apenas para tirar algo do seu hospedeiro. Eu não acho que é

tão romântico quanto ele pensa. E isso não aconteceria de qualquer

maneira. Eu dou-lhe um sorriso fino.

— Nós vamos falar sobre isso quando eu sair, ok?

A preocupação obscurece seu olhar expressivo e ele se inclina e me dá

um beijo rápido e suave.

— Eu irei esperar aqui.

Eu escorrego de seu alcance e me deito na cama.

— Estou pronta, digo ao computador. A cama

imediatamente começa a recuar na parede

comigo, e eu vejo o rosto preocupado de

Aehako desaparecer de vista.

As luzes piscam e depois ficam

escuras.
Eu respiro fundo, porque afinal de contas não é como uma tomografia

computadorizada - mais como uma placa no necrotério. E se a

máquina quebrar e não me deixar sair? Eu começo a respirar

rapidamente, cheia de ansiedade. Minha mão toca o painel sobre a

minha cabeça. Está a menos de um braço de distância, igual aos

lados. As luzes começam a piscar, e eu vejo as paredes ganharem vida

com mais cartas escritas e dançantes - provavelmente meus sinais

vitais.

— Como podemos ajudá-la hoje? — Pergunta a voz suave do

computador.

— Eu preciso remover um objeto estranho. — Eu aponto para o

tradutor no meu ouvido.

— Por favor, permaneça quieta. Nossos sistemas irão

escanear você para fazer uma determinação de saúde.

Eu coloco meu braço para baixo e deito na

cama, com cuidado para não me

mover. Eu olho em volta, imaginando

a tecnologia. Eu sou muito menor do

que a cama em si - acho que até mesmo a forma forte

de Aehako pode caber aqui - o que me diz que o sa-


khui não mudou muito desde o acidente. Há um descanso para a

cabeça - talvez no caso de o paciente ter chifres extremamente grandes

- mas é grande demais para o meu pescoço e eu o ignoro, inclinando

a cabeça para o lado.

— Nossos sensores notaram dois corpos estranhos, o computador me

informa agradavelmente. — Você gostaria que nós procedêssemos

com a extração de ambos?

— D-dois? Eu gaguejo, chocada. — O que você quer dizer?

— Nossos sensores indicam um composto não orgânico ligado ao seu órgão

sensorial humano. Outras varreduras indicam que você também adquiriu

um parasita nativo deste planeta...

Oh. O khui. Eu continuo esquecendo que o pessoal de Aehako caiu

aqui e teve que tomar o khui, da mesma forma

que nós fizemos. Não é de admirar que o

computador os veja como um objeto

estranho.

— Eu quero manter o parasita e me

livrar dessa coisa. — Eu bato no tradutor.


— O composto não-orgânico ligado ao meu um, ouvido.

— Por favor, vire-se de lado para que possamos examinar o objeto com mais

detalhes.

Eu rolo e imediatamente, os braços computadorizados brotam da

parede e começam a tocar o tradutor. As coisas zumbem

e chilreiam, e eu tenho que morder meu lábio para não empurrar cada

vez que algo toca no metal, enquanto ele envia feedback pelo meu

crânio.

— Objeto identificado —, informa o computador.

— Sensores indicam que é um screquvi qreiduvp strbde. — O

computador recita uma sequência de sons ininteligíveis.

— Você gostaria de continuar com a extração?

Eu noto que ninguém está oferecendo anestesia

ou novocaína ou qualquer tipo de medicação

para anestesiar a dor. Eu lambo meus

lábios secos.

— Vai doer?
Quero dizer, ainda preciso removê-lo de qualquer forma, mas quero

saber em que estou indo.

— Os sensores indicam que o equipamento está ligado ao tecido neural

sensível. Levará algum tempo e esforço para remover sem danos, mas

a probabilidade de uma extração bem-sucedida sem a necessidade de cirurgia

adicional é de 97%.

Isso parece encorajador.

— Vamos fazer isso então.

A mesa debaixo de mim zumbe e arrepia, e uma algema de metal

elegante desliza em volta do meu pescoço.

— O que? — Eu grito, empurrando quando outro manguito se prende

em torno de um dos meus pulsos, e outro nos meus

tornozelos.

— Kira —, Aehako grita, e sua voz soa longe,

abafada pela máquina.

— Por favor, fique parado —, o

computador me adverte.
— Você está sendo contido por sua própria segurança. O menor movimento

pode afetar a operação. Você ainda deseja que continuemos?

— Kira! — Aehako grita novamente, e eu ouço um barulho de

equipamentos, e um chiado irritado dos computadores.

— Tudo bem —, eu chamo com uma voz pequena e fraca.

— Estou bem! Diga-lhe que estou bem, computador.

Ele fica em silêncio por um momento, mas eu não ouço mais Aehako

gritando, então eu suponho que seja um bom sinal. Eu me forço a

relaxar, tentando não pensar no punho em volta do meu pescoço

como me sufocando. É como um manguito de pressão arterial. Isso é

tudo. Sem problemas.

— Por favor, mantenha a calma durante o procedimento.

— Ok. — Fecho os olhos para não ver os braços

do robô se movendo. Algo pinga e sinto um

puxão contra o tradutor, e meu corpo

tensiona.

— Sua pressão sanguínea está

anormalmente alta. Vamos fornecer música suave?


A questão me parece absolutamente absurda e engulo minha risada

histérica.

— Eu vou me acalmar, eu prometo.

— Você tem alguma outra pergunta que deseja ter respondida?

Meu estômago escolhe aquele momento para roncar, e eu decido fazer

uma piada.

— Há uma lanchonete por aqui?

— Consulta: o que é lanchonete?

Oh. Agora tenho que explicar. Eu me sinto um pouco infantil.

— Um lugar onde você vai comer.

— Esta nave tem três locais para refeições. No entanto, os

suprimentos atuais de comida e água estão esgotados.

Claro. As pessoas que caíram aqui

provavelmente limparam a despensa.

— Quantas pessoas estavam nesta

nave?
— Na hora do desembarque, este navio tinha um piloto e sessenta e dois

passageiros.

Interessante. Eu ouço os braços do computador zumbindo e a coisa

no meu ouvido puxa. Eu aperto meus olhos ainda mais apertados,

tentando relaxar.

— Então, que tipo de viagem foi? Por que caiu?

— A carta para Se Kilahi diz: Uma viagem para eles comungarem com

a natureza.

Se Kilahi deve ser a nave. Soa bonito.

— Comungar com a natureza? Isso era uma… viagem de

acampamento?

— Em caso afirmativo, eles fizeram uma viagem de

acampamento. Talvez eles estivessem de volta

ao tipo básico de grupo e isso explicaria

porque o pessoal de Aehako passou de

tecnologia avançada para couro e caça

/ coleta ao longo de trezentos anos.

— Consulta: o que é uma viagem de acampamento?


— Não importa. Algo puxa meu ouvido novamente e eu faço uma

outra pergunta.

— Então, como será o clima na próxima semana, Siri?

— Consulta: o que é Siri?

— Não importa. — Eu sorrio para dentro da minha própria piada.

— A atmosfera indica que mais neve retornará ao pôr do sol deste planeta.

Yaaay Eu nunca pensei que ficaria tão feliz por neve. Talvez isso

impeça os outros alienígenas de pousar.

— Você pode dizer se há outra nave na atmosfera aqui? Vale um tiro.

— Afirmativo. Os sensores localizaram uma nave alienígena a três drumah

de distância.

Eu não tenho ideia de quão longe uma drumah

é, mas espero que esteja longe. Quantos

alienígenas a bordo?

— Dezesseis.

Ulp.

— Você pode dizer que tem dezesseis? Sério?


— Afirmativo. Esta unidade está conectada a um satélite que orbita o planeta

e permite que os computadores da nave rastreiem e registrem informações.

— Como quantos sa-khui estão aqui?

— Afirmativo. Existem trinta e cinco sakh modificados e doze humanos

modificados atualmente no planeta.

Hã. Eu me pergunto qual é o objetivo de registrar todas as

informações. Antes que eu possa perguntar, há um puxão no meu

ouvido e eu grito.

— Por favor, fique parada enquanto a extração começa, a doce voz do

computador me diz.

Então, há uma forte dor cegante e quente que parece sacudir

diretamente o meu cérebro e o mundo fica negro.

Meu coração para de bater quando a

parede cospe Kira. Ela está

amarrotada na cama estranha,

pequena e imóvel, e há bandagens ensangüentadas


sobre sua orelha. Sua estranha casca de metal se foi, mas seu rosto está

tão pálido e ela está inconsciente.

Com a boca seca, eu toco sua bochecha para despertá-la. Quando ela

não se move, eu a pego em meus braços e a levo para longe deste

quarto. Eu não confio Eu não confio na caverna dos anciãos, com sua

estranha magia e paredes brilhantes e vozes incorpóreas. Eu quero

levar Kira de volta para minha caverna e deitá-la em minhas peles—

—Bem, não é realmente a minha caverna, mas a caverna da minha

família, e seria estranho deitá-la em minhas cobertas e acasalar com

ela, com meus irmãos mais novos e meus pais observando. Mas eu

encontraria um lugar tranquilo para levá-la e confortá-la. Para abraçá-

la e torná-la minha.

Nada disso importa, no entanto. Kira está

inconsciente e não está bem. Eu cheiro Haeden

em algum lugar próximo e sigo meu nariz até

localizá-lo, ainda na entrada da frente,

olhando para as estranhas portas de

pedra com uma expressão

sombria. Ele fica de pé ao me ver com Kira em meus

braços, sua carranca se aprofundando.


— O que tem de errado com ela?

— Eles removeram seu tradutor, eu digo.

— Mas ela não vai acordar.

Ele resmunga.

— Ela pode estar cansada. Talvez as paredes tenham cansado seus

ouvidos.

Eu a embalo mais perto do meu peito.

— Elas estão falando com você?

Ele concorda.

— Ficam me perguntando se eu gostaria de alguma coisa. Desejo

silêncio e que as paredes parem de falar comigo.

— Pergunte às paredes onde fica a cama. Se

Kira vai dormir, vou ficar com ela até ela

acordar. Olho em volta.

— Onde está a outra humana?

Haeden encolhe os ombros.


— Isso importa? Ela tem que passar por aqui para sair. Ele gesticula

para a boca fechada da caverna.

Meu amigo não tem amor pelos humanos. Ele pode ser o único em

nossa tribo que não ficou fora de si com a alegria pela descoberta de

tantas mulheres. Eu me viro e olho para as estranhas paredes de

pedra com suas luzes piscando e mexendo-se. Eu decido abordar

isso.

— Onde tem uma caverna? Eu quero levar minha companheira para

dormir.

Haeden arqueia uma sobrancelha para mim, mas eu ignoro sua

pergunta silenciosa. Kira é minha companheira, mesmo que nem meu

corpo nem o dela percebam isso ainda. Eles só precisam de tempo.

O computador fala na linguagem humana.

— Os alojamentos estão na ala sul.

— Me guie até lá —, eu exijo.

O chão se acende como para Kira, e

eu a seguro perto, empurrando meu

caminho para as entranhas da caverna. Eu não gosto

deste lugar estranho, mas parece estar a salvo de


predadores. As luzes estranhas me levam para outro caminho

sinuoso, e param em uma caverna com uma porta entreaberta que

treme como se estivesse tentando se fechar. Há uma peça quebrada

da parede pendurada no teto que impede que ela se feche, e eu deslizo

para dentro da própria caverna.

É um compartimento pequeno, muito quadrado, com mais painéis

piscantes, mas tenho o prazer de ver que há uma cama quadrada

coberta por uma pele de animal macia, mole e estranha. Eu jogo meu

manto sobre ela e gentilmente coloco Kira na cama para que eu possa

examiná-la novamente. A preocupação faz meu coração bater e eu

passo a mão por seus braços, pernas e peito, procurando por feridas

escondidas que eu não poderia ter visto antes. Ela parece saudável no

corpo. Eu tiro as ataduras de sua orelha. Há buracos avermelhados ao

longo do lóbulo dela e sangue seco com crostas

no interior do canal auditivo, mas, por outro

lado, não vejo problemas.

Não há nada a fazer senão esperar que

ela acorde.

Eu deslizo para a cama ao lado dela e envolvo meus

braços ao redor dela. Ela se encaixa contra mim tão


perfeitamente. Eu passo a mão pelo cabelo dela e pressiono minha

boca na sua testa estranha e lisa.

— Você está segura comigo, Kira —, murmuro em voz baixa e suave.

— Ninguém vai machuca-la enquanto você estiver comigo. Eu lutarei

até a morte para mantê-la ao meu lado. Inimigos vão olhar para a

minha lança e recuar de medo. Eu corro minha mão pelas suas costas

pequenas.

— Então, você e eu vamos ter uma caverna própria. Não sei como,

mas vamos conseguir. E nós vamos montar um ninho de cobertas

quentes e grossas para manter aquecido o seu frágil corpo humano, e

eu vou pressionar minha boca em cada centímetro de sua pele macia

e mostrar o quanto você significa para mim. Meus dedos pastam

sobre seu rosto, traçando seu pequeno nariz, suas

pequenas sobrancelhas. Ela é estranha em

comparação com as mulheres da minha tribo,

mas eu tenho um grande apreço por sua

testa lisa, rosto pálido e olhos tristes, e

sua boca pequena que raramente se

curva em um sorriso. Eu decido exatamente naquele


momento que vou agir como um bobo ao redor dela, se isso vai trazer

um olhar feliz para o rosto dela.

Eu farei qualquer coisa por ela.

Sento-me na cama, descrevendo em detalhes como vamos montar

nossa caverna. Como minha mãe vai se preocupar com o pensamento

de ter uma filha, já que ela tem filhos e nenhum deles acasalou. De

como meu pai vai balançar a cabeça para as minhas atitudes, mas não

importa, porque é tudo para Kira.

— A maior e mais quente cama em todas as cavernas —, eu decido.

— Dvisti fur é a mais quente e vou alinhar nosso ninho com ela, e

depois pedir a Kashrem - que é o companheiro de Maylak - para criar

cobertores macios que sejam mais macios que os dos filhotes, mas

quentes o suficiente para agradá-la. Vai custar-

me muito, mas o Kashrem sempre teve inveja

das minhas esculturas, por isso vou criar-lhe

algumas ferramentas novas, penso

eu. Talvez algumas bugigangas para

seus filhotes. Eu considero,

pensativo.
Eu sempre doei minhas esculturas com facilidade, sem me preocupar

em receber nada em troca. Agora que tenho uma companheira, terei

que considerar as coisas com mais cuidado, para poder fornecer todas

as coisas que ela queira.

— E vamos precisar de cobertas para a entrada da nossa caverna, digo

a ela. — Para abafar seus gritos de prazer quando eu te levar todas as

noites.

Talvez seja esse o meu orgulho masculino falando. Eu não acho que

Kira seja escandalosa. Não como Asha era. Ela será do tipo quieta, do

tipo que goza com um alargamento de seus olhos e uma separação

dos lábios, e não mais do que isso.

Eu imagino, e meu pau fica desconfortavelmente duro. Hora de

pensar em outras coisas. Eu acaricio minha mão

pelo braço de Kira.

— Eu imagino que a primeira temporada

brutal com o meu povo será difícil para as

humanas. Você luta agora, mas eu

farei o meu melhor para garantir que

você esteja sempre quente e bem alimentada. E


quando as neves forem muito altas até mesmo para os caçadores

saírem, ficaremos em nossas cobertas o dia todo.

Estranho, o quanto eu quero a vida que estou imaginando. Meu

coração bate forte, pensando em Kira, quente e sorrindo para mim

depois de uma longa noite de acasalamento vigoroso. Kira, com sua

barriga arredondada com meu filho. Kira, cuidando de um pequeno

humano-sa-khui, com uma cauda rosa e chifres atrofiados. Como

seria nosso filho?

Perdido em pensamentos agradáveis, continuo a falar com minha

parceira inconsciente.

Minha cabeça parece um melão rachado. A dor

bate no meu cérebro e fico completamente

imóvel, esperando que a falta de movimento

faça a agonia se dissipar. Quando eu, ouço

uma voz suave e baixa.

— Eu posso ter que empilhar as

costas da nossa caverna com esterco extra para que eu

possa manter um fogo aceso para você o tempo todo.


Eu só vou ter que descobrir algo para disfarçar o cheiro. Talvez

algumas das ervas de Maylak. E eu sei que você gosta da sua carne

cozida, então tenho que considerar. E quando ficar muito frio à noite,

podemos aquecer um pouco da neve em uma bexiga de pena-fera.

Você pode preservá-los de uma certa maneira e colocá-los a seus pés

para manter suas cobertas quentes à noite. De qualquer forma, vou

me certificar de que você esteja feliz e confortável. Os grandes dedos

de Aehako traçam minha mandíbula. — Mas eu vou cuidar de você.

Minha dor de cabeça diminui um pouco ao seu toque suave. Estou

embalada contra ele com o rosto pressionado contra o peito e a mão

por perto. Seus braços estão em volta de mim, me abraçando contra

ele, e parece ... como em casa. Eu mantenho meus olhos fechados,

relaxando no tom baixo de sua voz enquanto ele me conta tudo sobre

seus planos para 'nossa' caverna e como vamos

enfrentar a estação brutal - o inverno - juntos e

todos os planos que ele tem para nós. Eu

tenho que admitir que ouvi-lo falar sobre

seus planos para nós dois juntos me

enche com uma quantidade incrível

de desejo e alegria. Alegria porque montar uma

caverna aconchegante com ele parece incrivelmente


maravilhoso e eu ainda não consigo acreditar em alguém tão

divertido e sexy quanto ele está interessado em alguém tão quieta

quanto eu.

Sinto ânsia porque ele começa a falar de filhotes e quando eu tiver

seus filhos.

O que nunca vai acontecer, porque ainda sou estéril. Um pequeno

suspiro me escapa. Ele me quer e quer uma família, mas ele só pode

ter uma dessas coisas.

— Kira? — Eu sinto seu grande corpo se mover sob a minha bochecha

e minha mão.

— Você está acordada?

Eu aceno e lambo meus lábios secos.

— Minha cabeça está doendo.

— A concha se foi —, diz ele, mantendo a voz

baixa.

Eu alcanço e toco meu ouvido. Ele

envia uma nova rodada de dor na minha cabeça, mas


eu também me sinto ... mais leve? Eu tracei meu lóbulo da orelha e

senti os novos buracos lá. Isso realmente desapareceu.

— Você destruiu?

Ele fica tenso contra mim.

— Eu devo?

— Por favor —, eu sussurro.

— Eles podem ser capazes de me rastrear com isso.

— Eu vou cuidar disso —, diz ele, levantando-se da cama.

— Mas primeiro você deve beber.

Eu aceno e consigo me colocar em uma posição sentada. Ele puxa seu

cantil com água e o segura na minha boca com

cuidado para que eu possa beber, e quando eu

termino, ele me ajuda a deitar na cama e então

gentilmente enrola os cobertores ao meu

redor. Meu coração transborda de

afeição por esse homem gigante e

risonho que pode ser tão terno comigo.


Eu odeio que não posso ficar com ele. Que sou falha e nunca serei o

que ele quer em uma mulher. Em uma companheira.

Eu suspiro suavemente e fecho meus olhos novamente para aliviar

minha cabeça latejante.

— Descanse, olhos tristes —, ele me diz, e me acaricia mais uma vez

antes de ir em direção à porta.

— Eu vou lidar com tudo.

Eu fecho meus olhos e espero que ele esteja certo.

Quando eu acordo mais tarde, minha dor de

cabeça já passou e meu estômago está

roncando. Eu me sento na cama, consciente

de um grande calor enrolado em volta do

meu traseiro. É Aehako novamente, e

ele voltou enquanto eu dormi, e nós

estamos deitados.

Puxa, é difícil ser eu.


A mão grande de Aehako está em volta da minha cintura, me

enrolando contra ele.

— Kira? — Seu murmúrio sonolento da minha voz soa como mel, e

eu posso sentir a ereção bastante ... proeminente que ele está

empurrando contra o meu traseiro.

— Como está a sua cabeça?

— Eu acho que estou bem —, digo a ele.

— Eu preciso encontrar algo para comer, no entanto. E um banheiro.

— Banheiro?

Eu aceno com sono, olhando para o quarto em que estamos. Parece

um pequeno beliche particular, talvez o alojamento de alguém. Há

um pôster desbotado na parede oposta e não

consigo entender o que havia nele. Mais alguns

fios pendem do teto e há uma fina camada de

poeira sobre tudo. O quarto foi despojado,

até a cama que é nada, mas do que um

colchão com nossas cobertas

colocadas em cima dele.


Eu balanço minhas pernas para o lado da cama e fico de pé, testando

minha força. Eu pareço estar bem, minha enxaqueca induzida pela

cirurgia foi embora. Se esta é uma cabine privada, tenho certeza que

há um penico por aqui em algum lugar. Ao passar minhas mãos ao

longo de algumas aberturas interessantes nas paredes, consigo

encontrar o que estou procurando. É um cubículo com uma bacia de

aparência estranha que é muito alto para as pernas humanas. De um

lado, o que parece ser uma banheira.

Deus, eu adoraria um banho. Eu consigo me mexer na privada

alienígena um momento antes de me perguntar se está funcionando.

— Hum, computador? As instalações estão funcionando?

— Consulta: o que é instalações?

— Os banheiros e os chuveiros?

— Eu posso reativá-los com neve

armazenada. Levará vinte e sete segundos para

derreter e aquecer. Gostaria de continuar?

— Ah, sim!

No momento em que termino meu trabalho no

banheiro, há água derramando do bico no teto do


chuveiro. No começo, ele mistura uma cor lamacenta, mas depois

corre, e eu corro meus dedos sob a água para testar o calor.

Está perfeito.

Com um pequeno suspiro de prazer, eu tiro meus couros e os atiro

para o chão empoeirado, em seguida, entro no chuveiro em

si. Algumas coisas são eternas, suponho, porque é quase exatamente

o mesmo que um banho humano, e eu limpo meu cabelo molhado do

rosto com pura felicidade. Isso é exatamente o que eu preciso.

— Kira? — Aehako bate na porta.

— Você está bem?

— Estou bem —, eu digo.

A porta se abre um momento depois.

— Então você não vai se importar se eu vier e

passar o tempo com você?

Eu grito, cobrindo minhas partes

íntimas com minhas mãos enquanto

ele entra.

— O que você está fazendo?


Ele abre os braços.

— Não é óbvio? Você se esconde aqui, então eu vou me juntar a você.

— Estou tentando tomar banho!

— Tomar banho?

— Banho! Eu odeio que a linguagem que o sa-khui aprenderam tenha

trezentos anos de idade. Muito da nossa linguagem mudou desde

então.

— Lavando!

Seus olhos brilham e ele me olha de cima a baixo. O olhar de Aehako

é abrasador.

— Eu tenho grãos de sabão na minha bolsa. Ficarei mais do que feliz

em ajudá-la a lavar.

O rubor nas minhas bochechas parece um

inferno.

— Estou nua.

— Eu notei. — O olhar que ele me dá

é grato.
— E suas partes são tão boas quanto eu imaginava.

Eu sei que deveria dizer a ele que não, para ir embora. Mas então me

bate ... por que eu deveria? Qual é o ponto de ser modesta? Quem está

lá para julgar ou me envergonhar? Eu quero que ele venha tomar

banho comigo. Eu quero o seu grande corpo esfregando-se contra o

meu. Eu gosto quando ele cuida de mim. Isso me faz sentir amada e

querida, e essas são duas emoções pelas quais estou totalmente

ansiosa. Mas… eu não sei como convidar um homem para uma

situação sexy. Não está em mim flertar de volta. Então eu apenas dou

a ele um olhar mudo e desamparado.

Como se ele sentisse minha agonia, ele hesita.

— Você quer que eu vá embora, Kira?

Eu olho para ele por um longo momento. No

grande macho alienígena de dois metros e

meio usando apenas uma tanga que não faz

muito pela modéstia. Ele tem chifres e

cordilheiras e deve ser assustador. E

em vez disso, estou terrivelmente

atraído por ele. Então eu açoo minha coragem e

balanço minha cabeça. Eu não quero que ele saia


— Pe-pegue o sabão.

Ele me mostra um daqueles Aehako rápidos e satisfeitos sorrisos e sai

do banheiro alienígena, deixando-me apenas alguns momentos para

tentar me fazer, bem, bonita. Eu aliso a mão no meu cabelo molhado

e olho para as minhas pernas e braços e meu corpo pálido. Eu não

estou no meu melhor. Eu acho que isso não importa. Ele não tem

outras humanas para me comparar, exceto aquelas com quem vim

aqui. Quando ele volta com sua pequena bolsa de grãos, estou

nervosa, mas ... muito animada. Meus mamilos já estão apontando e

duros, e eu mostro a ele um rápido e tímido sorriso, esperando que

ele me ache bonita. O que é estranho pensar, considerando que ele é

azul e com chifres, mas eu ainda quero que ele seja atraído por mim

por minha causa, não só porque eu tenho uma vagina.

Aehako coloca a bolsa em um balcão próximo e

pega alguns grãos. Eu empurro de volta a

porta de vidro do chuveiro no exato

momento em que ele arranca sua tanga.

E ... tudo bem. Então isso parece

muito maior do que eu inicialmente "senti". Uma coisa

é ver fotos de homens nus e estátuas e coisas do


gênero, e outra é ter um cara totalmente excitado parado bem na sua

frente. Com um estímulo. Não consigo esquecer o estímulo. E aqui eu

pensei que seu grande "presente" esculpido de seu pênis era ... bem,

um exagero.

Não parece.

Seu pênis parece tanto quanto o meu braço, embora certamente não

possa ser. Também é um azul mais escuro que o resto de sua pele. Eu

não posso deixar de olhar para ele enquanto ele entra no chuveiro

comigo.

E então eu tenho que me espremer contra a parede do fundo, porque

o corpo grande de Aehako é enorme e o chuveiro claramente não foi

construído para dois. Uma risada nervosa me escapa

— Devo sair?

— Eu posso caber —, diz ele, inclinando-se um

pouco para baixo para colocar seus grandes

chifres no chuveiro.

— Significa apenas que teremos que

ficar um pouco mais juntos. — E ele me dá outro olhar

de flerte que me faz rir.


— Você está roubando toda a água quente. Ela cai em cascata do seu

corpo e de seus chifres, mas parece não me atingir. Ele seria um ótimo

guarda-chuva, não um ótimo parceiro de chuveiro.

— Roubando?

— Tomando, eu corrijo, então pense sobre isso.

— Eu provavelmente deveria pegar o tradutor de linguagem

enquanto estivermos aqui. Eu quero saber a sua língua.

— Isso pode esperar mais um dia —, ele me diz, e esmaga os grãos

em seu punho.

— Devo esfregar isso em você?

Um arrepio se move através de mim, e minha pele se arrepia com a

consciência dele. Mesmo encurvado, o tamanho de

Aehako é intimidante ... mas eu sei que ele

pode ser muito gentil. E se eu me aproximar

mais, seu pênis vai estar se esfregando em

mim.

É um pouco como sobrecarga

sensorial. Eu quero explorá-lo, e eu quero que ele me

explore ... mas eu principalmente quero beijá-lo.


— Aehako —, eu respiro, e levanto meus braços ao redor de seu

pescoço. A água imediatamente cai no meu rosto. Eu cuspo e depois

limpo meu rosto.

— Você vai me beijar?

— Você nunca precisa perguntar, olhos tristes. Tudo o que você

precisa é virar o rosto para mim. — Seu braço grande me rodeia e me

puxa contra ele, e fico assustada com o contato da nossa pele

molhada. Parece decadente e estranho e eu quero passar minhas mãos

por todo lado e explorá-lo.

Mas então sua boca cobre a minha em uma pressão forte e quente, e

eu gemo de surpresa e prazer. Sua língua se move contra a minha em

convite, e então nós estamos nos beijando descontroladamente, a

água caindo sobre nós dois. Lábios fechados, nós

nos beijamos repetidamente até que eu estou

pressionando contra ele tanto quanto ele está

me puxando. Meus mamilos se esfregam

contra seu peito e ele envia arrepios

pelo meu corpo... então eu faço

questão de esfregar nele repetidamente.


— Kira —, ele geme, e depois se afasta, o que me deixa atordoada. Eu

quase tropeço sem o seu grande corpo para me segurar. O olhar em

seu rosto é sóbrio quando ele indica que eu deveria me virar.

— Deixe-me lavar você antes de continuarmos.

Eu endureci mesmo quando me virei, minhas costas ficando eretas.

— É porque eu estou fedendo?

— Não, é porque eu não tenho muitos grãos e eu preciso me lavar

também.

Oh. Eu fico obediente enquanto ele esfrega o suco dos grãos nas

minhas costas e ombros e depois no meu cabelo. Ele esfrega meu

cabelo um pouco e depois passa a mão pelo meu braço, lavando

minha pele. É bom, como se estivesse sendo

acariciada. Quase como uma massagem.

Então, a mão dele vem para frente e cobre meu

seio e eu esqueço tudo sobre massagem. A

respiração explode de mim e eu ofego

em choque e surpreende o prazer.

— Você é tão delicada. — Sua mão se move sobre o

meu peito, em seguida, desliza para o outro.


— Macia e toda delicada.

Eu inclino minha cabeça para trás e fico surpresa quando o outro

braço de Aehako passa pela minha cintura, me puxando contra ele

novamente. A sensação do seu pênis contra as minhas costas é como

uma lança esfaqueando, mas ele me segura contra ele e alisa suas

mãos ensaboadas por todo o meu corpo e eu sou incapaz de fazer

qualquer coisa além de ficar lá e deixá-lo. Parece bom demais.

Sua boca roça no meu pescoço e ele lambe e, em seguida, toca a minha

pele, até as duas mãos se moverem para segurar meus seios. Eu gemo

de prazer. Eu toquei já meus próprios seios, mas quando ele faz isso,

o prazer vai do simples 'bom' para o “sem palavras”. Eu pressiono de

volta contra ele e minhas mãos vão para seus braços. Estou

desesperada para mostrar a ele que quero mais desse toque

adorável e excitante, mas não sei como mostrar a

ele.

— Aehako, o que eu faço? — Eu coço

minhas unhas sobre os sulcos em seus

antebraços.

Seu baixo grunhido de prazer me surpreende.


— Qualquer lugar que você me toca é um prazer. Assim como é para

mim quando eu a toco. E agora, pretendo tirar todo meu prazer da

minha companheira.

As palavras apaixonadas de Aehako são como um tapa de água fria

no rosto.

Sua companheira.

Ah não. Eu preciso contar a ele.

— Aehako —, eu digo baixinho, e me viro para encará-lo.

— Não, Kira. — Ele se inclina e morde minha boca para me silenciar.

— Não ouvirei protestos. Você será minha companheira. Não

precisamos de khui para nos unir. Você é minha e eu sou seu. Nosso

khuis simplesmente alcançarão mais

tarde. Aconteceu em muitos

acasalamentos. Você escolhe e,

eventualmente, o khui escolhe.

Eu sacudo minha cabeça.

— Ele nunca vai me escolher, Aehako.

— Você não sabe disso...


— Eu sei —, eu digo, e antes que eu possa pensar em manter as

palavras, eu as cuspo.

— Eu sou estéril.
Demoro um momento para digerir a palavra estéril. O visual mental

que a tradução me dá é o da terra queimada, sem animais e sem

plantas, sem água, sem nada.

Então percebo o que ela está me dizendo.

— Você não pode ter filhotes?

Lágrimas se acumulam em seus olhos tristes e ela concorda.

— Quando eu era muito jovem, fiquei doente e quase morri. Eu fiquei

no hospital por um longo tempo e quando eu

finalmente curei, eles me disseram que meu

sistema reprodutivo havia sido

comprometido pela doença e eu nunca

teria filhos. — As lágrimas caem por

suas bochechas e ela as limpa

rapidamente, movimentos com raiva.


— É por isso que não podemos ficar juntos. Porque você quer ter uma

família. E eu tenho que dizer que se você me escolher, você nunca terá

uma. Eu nunca vou vibrar, porque não posso ter filhos.

Eu sinto uma pontada aguda de arrependimento, mas é rapidamente

banida. É por isso que ela está tão triste? É por isso que ela afastado

quando está claro que ela está desesperada para ser amada? Que ela

anseia carinho do jeito que eu anseio por seus sorrisos?

Eu toco seu queixo e a forço a olhar para mim. Há tanta sofrimento e

desgosto em seus olhos. Ela realmente acha que eu vou deixá-la de

lado agora que acho que ela não pode criar vida em sua barriga?

— Mais alguma coisa?

Um meio soluço se transforma em uma risada e ela enxuga as

lágrimas novamente.

— Eu acho que é muito, não é?

— E se eu lhe disser que não me importa se

você pode ter filhotes ou não?

Suas pequenas sobrancelhas

franzem.
— Mas você disse que queria uma família. Eu não privaria você disso.

— Não se preocupe em meu nome, olhos tristes. Não há crianças sem

vibração, e agora eu não tenho que me preocupar com outro homem

tirando você do meu alcance. — Eu acaricio sua bochecha

suavemente.

— Algumas luas atrás, eu me resignara a uma vida solitária de caça e

a única companhia era minha mão. — Minhas palavras grosseiras

fazem uma risada pequena e horrorizada irromper dela, e eu

continuo.

— Agora, eu conheci você e vejo uma vida de riso, carinho e amor à

minha frente. Importa para mim que nunca iremos vibrar? Não. Só

ter você na minha vida é o suficiente para mim. Você é meu coração,

Kira, e você deveria ser minha companheira.

Ela começa a chorar de novo.

— Eu não quero que você se sinta preso

comigo.

— Preso? — Eu rio.
— Preso com uma companheira linda, forte e inteligente em minhas

cobertas todas as noites? Congratulo-me com essa armadilha.

— Mas as crianças.

— Se não tivermos filhotes, então sempre teremos nossa caverna para

nós mesmos —, digo a ela, puxando-a contra mim. Sua pele molhada

gruda na minha e cria um delicioso atrito entre nós. Eu posso sentir

os pequenos mamilos de seus seios se esfregando contra o meu

abdômen e isso faz meu pau tremer, desesperado por estar dentro

dela.

— E vamos escandalizar todos os outros, sendo o mais barulhento

casal nas cavernas.

Uma risadinha horrorizada escapa dela, e estou tão aliviado por tê-la

feito sorrir que a apertei com força contra mim.

— Se você tem certeza ... — ela diz

suavemente.

— Eu tive certeza no momento em que

vi seu rosto.

Ela se afasta, surpresa.


— Você teve?

Eu concordo.

— Eu vi você e pensei, se alguma vez houve uma fêmea que precisava

de um macho para fazê-la sorrir, era você. E que seríamos perfeitos

juntos.

Kira bate no meu peito, fingindo aborrecimento, mas posso dizer que

ela está satisfeita com minhas palavras. Ela está suavizando contra

mim e as lágrimas estão secando.

— Eu só… eu nunca disse nada. Seu pessoal estava tão empolgado

com o fato de podermos vibrar e ter filhos. Eu nunca quis admitir que

eu era falha. Eu não sabia o que aconteceria se eu tivesse. Eu seria

bem-vinda por mais tempo?

— Claro que você seria bem-vinda. Nós não a

expulsaríamos simplesmente porque você não

pode carregar filhotes. Nós expulsamos

Farli?

Ela bufa. — Farli é jovem demais

para ter filhos. Isso nem é uma comparação justa.


— Então Asha? Cujo filho morreu jovem demais? Ou minha mãe,

Sevvah, que agora está velha demais para ter mais filhotes? — Eu toco

sua bochecha.

— Você traz mais para a tribo do que apenas o seu corpo.

— Eu não tenho tanta certeza —, diz ela suavemente.

— A única coisa em que eu era boa era traduzir, e acabei removendo

isso.

— Então você trará novas habilidades e alegria para a tribo. Nós

apenas não as vimos ainda.

Kira me dá um olhar exasperado. — Você tem uma resposta otimista

para tudo?

— Sim. — Eu sorrio para ela.

— É isso que eu trago para a tribo. Bem, isso e

minhas habilidades de escultor.

Outra pequena risada escapa,

abafada pela queda das lágrimas.

— Sim, eu ainda tenho o presente que você fez para

mim.
— Ah. Porque é uma semelhança tão impressionante?

Sua risada se transforma em uma bufada e ela enterra o rosto contra

o meu peito molhado, seus braços ao meu redor.

— Porque eu queria comparar os tamanhos. Eu imaginei que fosse

exagerado.

— Devo mostrar-lhe como as minhas esculturas são precisas? — Eu

deslizo meus dedos por suas costas molhadas, e então pego sua mão

e a coloco no meu pênis dolorido. Eu a ouço respirar fundo, mas ela

não se afasta. Em vez disso, ela me acaricia e explora.

— Seja minha companheira, Kira.

Ela olha para mim, há esperança em seus olhos.

— Mas os alienígenas...

Mais desculpas?

— Deixe-os fazer o melhor para nos

separar. Eles vão falhar. — Eu toco sua

bochecha novamente.

— E não vamos prever o destino para o nosso

futuro. Vamos viver o hoje, sim?


Eu sempre fui um homem prático. Eu tenho visto muita tristeza para

deixar isso guiar minha vida, como Haeden faz. Se isso significa que

eu devo sorrir um dia e chorar o próximo, então eu vou aproveitar o

dia dos sorrisos muito mais. Eu quero que Kira perceba isso - que

a vida é mais doce quando aceitamos o que ela oferece sem

preocupações.

Ela aperta seus dedos ao redor da base do meu pau e, em seguida,

desliza suavemente a mão para cima, acariciando-me.

— Hoje —, diz ela em voz baixa,

— É realmente um bom dia para estar com o meu companheiro.

Meu coração se enche de afeição.

— Sim.

A água muda a temperatura de um calor

delicioso para um gelo frio, e Kira grita ao

mesmo tempo que eu. Ela enxágua os

grãos do cabelo e, em seguida, salta

rapidamente para fora da água, e eu

sigo um momento depois.


— Eu acho que ficamos sem água quente, diz ela, com os braços

pressionados contra o peito enquanto ela treme e dá um pequeno

salto.

— Isso não deveria acontecer?

— Não! — Ela ri.

— Ninguém pode se banhar naquela água fria.

Eu dou de ombros. Eu não entendo nada sobre os anciãos. Mas

enquanto vejo Kira delicadamente pegar seus couros do chão,

tremendo de frio, decido que há outras maneiras de aquecê-

la. Formas que são tão antigas quanto o tempo. Eu a pego em meus

braços e ignoro seu grito de surpresa.

— Você está totalmente gelada, minha adorável

companheira. Deixe seu homem aquecê-la.

Em vez dos tímidos protestos que eu

esperava, ela envolve os braços em volta

do meu pescoço e se agarra a

mim. Meu pau parece pedra

dolorida. Eu queria isso desde que a vi. Eu a levo para


o outro quarto e gentilmente a coloco na cama. Kira olha para mim

com olhos confiantes e meu coração se enche de afeto.

Essa é minha companheira.

Não importa que nossos khuis não tenham escolhido ou que ela não

possa carregar filhotes. Ela é minha para reivindicar. Minha para dar

prazer.

— Você é linda —, digo a ela. Ela é. Seus membros humanos estão

orvalhados com água, sua pele brilhando com suavidade. Seus olhos

- azuis com khui - parecem grandes e brilhantes em seu rosto, e seu

cabelo está penteado para trás contra o crânio, fazendo-a parecer

ainda mais frágil que o normal. Seu peito se ergue com nervosismo, e

cada respiração curta faz seus seios tremerem sedutoramente. Suas

pernas estão enroladas juntas, mas logo vou lamber

entre elas e saboreá-la.

Kira sorri para mim e estende a mão para a

minha. Eu entrelaço meus dedos com os

seus, observando novamente nossas

diferenças. Ela tem quatro dedos

pequenos e um polegar, onde eu tenho três e um

polegar. Os dedos dos pés são os mesmos - quatro


pequenos dedos ao lado de um grande pé delgado. Meu próprio pé é

mais do que o dobro do dela, e meus dedos - um a menos que ela -

estão mais espalhados para equilibrar minha forma maior. Não há

cumes chapeados em seu corpo para protegê-la, apenas suavidade em

todos os lugares.

Não posso negar que acho o pensamento de toda essa suavidade

incrivelmente excitante.

Eu libero minha mão de seu aperto e toco seu peito, ansioso para

sentir a pele lisa. O vale entre os seios dela é tão macio quanto o ventre

de uma pena-fera. Ela treme ao meu toque, seu olhar em mim, e eu

vejo seus mamilos endurecerem em resposta, passando de círculos

rosados suaves para pontas pequenas e duras. Eu não os toquei ainda.

Eu ainda estou explorando, ainda admirando o corpo da minha

companheira. Esta é a nossa primeira chance de

estar verdadeiramente sozinhos e despidos um

do outro, e eu gostaria de aproveitar.

Sua barriga é plana, com um pequeno

mergulho para um umbigo que me

faz querer beijá-lo. Seus quadris se dilatam

ligeiramente, arredondados e convidativos, e entre


suas coxas há uma cabeleira escura que esconde suas dobras cobertas

de mel e seu terceiro mamilo. Está implorando pela minha boca, mas

suspeito que minha tímida Kira pularia direto da cama se eu abrisse

as pernas e enterrasse meu rosto lá, então eu deveria cortejá-la com

beijos e carícias.

Eu quero senti-la contra mim, então eu subo na cama e me deito ao

lado dela. Meu corpo supera seu menor, e ela se desloca um

pouco. Eu inclino meu peso para o lado para que eu não a esmague,

e jogo uma perna sobre suas coxas para que ela não possa se afastar

de mim.

Então, eu me inclino para beijá-la, puxando seu corpo para perto do

meu.

Ela suspira e se inclina em meu beijo, sua língua

batendo contra a minha. Eu aprofundo

o beijo, tornando mais explícito, mais óbvio

quanto eu a quero. Eu fodo sua doce boca

com minha língua, e ela responde com

suaves gritos e contorções de prazer

debaixo de mim. Meu pau dói para reivindicá-la, mas


devo ir devagar. Kira nunca acasalou antes, e ela está nervosa.

Eu belisco sua boca, apreciando suas respostas - ruídos de

prazer. Minha boca roça em sua mandíbula e então eu lambo seu

pescoço, que envia arrepios através de todo o seu corpo. Ela gosta

disso. Eu lambo a pele macia lá e mordo suavemente, e seus dedos

cravam em meus ombros.

— Você gosta da minha boca no seu pescoço? — Eu murmuro. — Ou

devo movê-la para outro lugar?

— Eu gosto da sua boca em todos os lugares —, diz ela na voz mais

suave e ofegante. Isso faz meu pau se contorcer. Vou dar a ela minha

boca em todos os lugares, então.

Eu lambo e chupo sua suave pele humana, traçando ao longo de sua

clavícula. Com cada pressão da minha boca em

sua carne, ela dá um gemido baixo, e suas mãos

se movem sobre meus ombros e braços. É

como se ela não soubesse onde colocá-las,

mas quer me tocar. Ela pode me tocar

o quanto quiser; terei prazer em

aceitá-la. Mas por enquanto, estou me concentrando


nela. Ela teve tanta preocupação em sua mente ultimamente que eu

quero fazê-la se desfazer.

Além disso? Eu quero ter certeza que ela não tem dúvidas sobre ser

minha.

Eu me movo sobre seu peito liso e, em seguida, passo meus lábios

sobre um dos seios. A ponta está cheia de excitação e eu a lambo

sedutoramente, depois espero a reação dela.

— Oh —, ela respira, sua voz trêmula. Quando levanto a cabeça, ela

cora e parece tímida.

— Mostre-me o que você quer, Kira.

Suas bochechas estão rosa brilhante quando ela pega meus chifres e

me puxa de volta para o peito novamente em um

comando silencioso. Não precisou de muito

convencimento, e estou feliz que minha

companheira esteja gostando das minhas

atenções. Ela é tão pequena e delicada, e

eu me preocupo como alguém tão

grande e brutal quanto eu possa ser assustador para

ela. Mas o jeito que ela me direciona me faz achar que


estou pensando demais. Que ela está tão faminta pelo meu toque

quanto eu estou pelo dela.

Eu capturei seu mamilo na minha boca e agitei com minha língua. Ela

engasga quando a minha língua umedece a ponta do mamilo, então

eu me certifico de fazer isso repetidas vezes.

— Minha Kira —, eu murmuro, apertando seu peito para que eu

possa melhor alimentá-lo com a minha boca.

— Minha doce companheira. Você tem um gosto tão bom quanto eu

imaginei.

Ela faz um pequeno gemido suave, e suas mãos deslizam pelos meus

braços novamente, seus quadris ondulando na cama debaixo de

mim. O cheiro de sua excitação perfuma o ar ao nosso redor, e eu

balanço meus quadris contra as cobertas, meu

pau desesperado para mergulhar em seu

calor. Paciência é difícil quando sua

companheira está sob você pela primeira

vez. Eu não quero nada mais do que

me jogar em cima dela e me enterrar

dentro dela. Eu quero ver seus lábios se abrindo com

admiração quando eu a acaricio.


Em vez disso, deixo minha boca mais para baixo em sua barriga,

minha impaciência levando a melhor sobre mim. Eu arrasto meus

dentes contra sua pele, aproveitando quando ela treme em

resposta. Minha língua circunda seu umbigo, e então eu mergulho

mais baixo, para os cachos entre suas pernas que protegem suas

dobras de mim. Minha boca está cheia de antecipação.

Dizem que nenhum sabor é mais doce que o de uma companheira de

vibração na língua de um macho, mas não estamos vibrando. Nós

nunca iremos. Eu não acho que ela vai ser menos doce, no entanto.

Suas coxas pressionam juntas e suas mãos deslizam sobre meus

chifres.

— Aehako —, ela murmura.

— Eu não sei…

— Você já teve um macho lambendo você

antes?

Seu rosto mostra um carmesim

brilhante.

— Só você. Antes.
Ah sim. É uma boa memória e uma que alimenta minhas fantasias

luxuriosas. De minha mão mergulhando entre as pernas de Kira e

provocando-a até que ela gozou, então lambendo sua doçura dos

meus dedos.

— Então eu serei o seu primeiro e último —, digo a ela, e encontro

uma quantidade bizarra de prazer nesta declaração ousada. Ela

nunca será de mais ninguém além de minha. Sempre.

Eu mordisco sua coxa, pedindo que ela se abra para mim. Ela faz um

som nervoso e suas pernas tremem.

— Abra para mim, minha companheira. Eu quero lamber você toda.

— Para provar isso, eu arrasto minha língua pelo osso do seu quadril,

até o tufo de cabelo encaracolado.

— Separe suas pernas para mim.

Eu sinto Kira tremer novamente, mas ela

faz. Suas pernas se abrem e eu pego minha

mão e as empurro ainda mais, até que

ela se espalhe por mim. Eu coloco

um joelho sobre o meu ombro para que ela não possa

fechar suas coxas novamente. Então eu posso admirar

a boceta da minha companheira. As dobras brilham


com a umidade, me fazendo salivar mais uma vez. Suas dobras são

bonitas com um rosa profundamente corado, como suas

bochechas. Eu arrasto um dedo através de sua umidade e meu pau

dói quando ela se contorce e faz barulhos suaves de prazer.

— Eu vou provar você.

Ela pressiona a mão na testa e fecha os olhos.

— Oh Deus.

Interessante. Ela não está se afastando, então eu me inclino e a exploro

com a minha boca. A primeira explosão de seu gosto na minha língua

é como nada mais - ela é como sal e almíscar e Kira ... e absolutamente

deliciosa. Eu rosno baixo na minha garganta, feroz com a

necessidade.

— Doce.

A respiração de Kira estremece em sua

garganta.

Eu aperto as pernas dela e quero

mais. Empurrando-as ainda mais, eu a

levanto para fora da cama para que ela esteja aberta

para mim e a lambo de seu terceiro mamilo até a


entrada de sua boceta. Um gemido baixo escapa, e eu a lambo

completamente novamente. Desta vez eu começo com o a entrada do

seu traseiro e circulo-a, em seguida, arrasto minha língua até as

dobras dela, até o terceiro mamilo.

— Oh meu Deus —, ela geme novamente.

— Você não fez apenas isso.

— Eu posso fazer isso de novo —, digo a ela. Terei prazer em fazer

isso. Seu gosto é mais doce do que qualquer coisa que eu já tive. Eu

repito a ação, certificando-me de girar minha língua ao redor da

entrada de seu traseiro e, em seguida, mover-me lentamente para

cima através de suas dobras, revestidas com mel delicioso, e girar

novamente ao redor do capuz de seu pequeno mamilo.

Quando faço isso, ela grita e seus quadris se

sacodem.

Aha Repito o movimento, meu rabo

chicoteando com minha própria

excitação. Eu amo fazê-la responder

ao meu toque, amo que a tímida, contida Kira geme e

chora quando eu lambo sua boceta. Eu poderia lambê-

la por horas e nunca ficaria satisfeito. Eu provoco e


mordisco o mamilo entre suas pernas, e ela aperta a mão na testa

novamente e grita.

— Mais? — Eu provoco, e chupo o pequeno pedaço de carne.

Um grito escapa de sua garganta e sinto seu corpo estremecer debaixo

de mim, seu tremor aumentando. Seus quadris balançam contra a

minha boca, e assim eu continuo a chupar o ponto sensível até que ela

está gemendo e desossada com prazer.

— Oh misericórdia —, ela arfa.

— Isso foi... outra coisa.

Eu lambo meus lábios, provando-a em mim. — Sua boceta tem um

gosto mais doce do que eu imaginava.

O rubor no rosto dela se torna feroz e ela continua

a pressionar a mão na testa.

— Sua cabeça está doendo?

— O que? Oh, não —, ela diz

rapidamente, e sua mão cai na

cama. Uma pequena risada a escapa.


— Eu acho que eu estava apenas... tentando segurar meu cérebro

antes que ele caísse. — E ela ri.

Palavras estranhas, mas eu também rio. Eu gosto de fazê-la sorrir. Eu

pressiono outro beijo na pequena mecha de cabelo e depois a lambo

novamente. Kira estremece, sua pele se arrepia com pequenas

protuberâncias na minha carícia. Eu pressiono um dedo na entrada

da sua boceta para ver se ela está molhada o suficiente para me levar,

e ela está encharcada.

Minha companheira está mais do que pronta. A feroz necessidade de

reivindica-la sobe através de mim, e eu me movo sobre ela, meu corpo

maior pressionando-a na cama estranha. Seus braços se envolvem em

torno de mim e ela recebe meu beijo, e outro pequeno suspiro de

prazer excitado escapa quando eu pego um punhado de seu

cabelo e arqueio o pescoço para trás para que eu

possa lambê-lo novamente. Eu mordo

suavemente o arco de sua garganta e deslizo

meus quadris entre suas pernas abertas,

meu pau descansando contra o berço

de seus quadris.

E eu esfrego contra ela para que ela possa sentir.


O pequeno suspiro de Kira enquanto eu balanço contra ela é

incrivelmente agradável. Suas coxas se espalham um pouco mais, e

eu puxo uma ao redor dos meus quadris. Em vez de mergulhar nela,

porém, eu a beijo novamente, minha língua dançando ao longo de sua

boca, sorvendo os pequenos gemidos que entram em erupção em um

fluxo constante. O olhar em seus olhos está aturdido pela

necessidade. Eu balanço meu pau através de suas dobras novamente,

arrastando para cima e para baixo, molhando meu comprimento com

seu mel. Ela geme mais alto, e seus dedos cravam na minha pele.

Ela está pronta.

Eu aperto meu pau e o seguro na entrada de sua boceta. A coroa

espessa pressiona contra seu calor, e suas unhas se enterram mais em

minha pele.

— Você ... é realmente grande —, diz ela, com

uma nota de preocupação em sua voz.

— Isso é porque eu sou —, eu provoco, e

depois beijo suas preocupações.

— Mas você pode me levar. Isso eu

prometo. Você está pronta para ser reivindicada pelo

seu companheiro?
Ela olha para mim com olhos tão grandes e macios. Sua mão se move

para o meu rosto e ela acaricia, e meu coração dói de amor por ela.

— Eu sou sua —, ela me diz.

— Toda sua.

— Minha —, eu concordo, e afundo. Eu sei que vou causar dor a ela -

ela nunca se acasalou antes e é pequena e apertada, mas é melhor fazê-

lo rapidamente, como a restauração dos ossos.

Seu grito agudo de dor me feriu, e eu a abracei gentilmente.

— Shhh

— Oh —, ela me diz, e seu punho bate no meu braço.

— Isso dói!

— É uma dor que logo desaparecerá, eu

prometo. Para compensar isso, eu beijo sua

boca doce mais e mais, até que ela franze

gentilmente e ela começa a responder às

minhas carícias novamente. Meu

pau parece uma marca latejante, tão firmemente


embainhado em seu calor úmido, mas não ouso me mover até que ela

esteja pronta para mim novamente.

Quando ela dá um pequeno suspiro no meu último beijo, eu arrasto

meu pênis lentamente para fora dela e, em seguida, afago de novo. Ela

endurece, mas não menciona a dor. Seu olhar está em mim, seus olhos

confiando e meu coração se quebra com a sua beleza. Ela é além de

adorável, minha companheira. Adorável, suave e doce.

— Você tem meu coração, Kira —, digo a ela novamente, e acaricio

sua garganta.

Eu acaricio novamente, tomando cuidado para avaliar sua reação, e

quando ela permanece relaxada contra mim, eu desloco meu peso

para um lado e acaricio seu seio, provocando o pico até que a ponta

esteja dura e dolorida, e ela está gemendo e se

mexendo contra mim.

— Tudo parece tão diferente com você dentro

de mim —, diz ela, e ela parece sem fôlego

e cheia de admiração.

— Ainda machucando?
— Eu não penso assim.— Ela morde o lábio e olha para mim.

— Faça alguma coisa e eu vou deixar você saber.

Faça alguma coisa? Eu farei tudo com ela. Eu aperto minha mão em

seu cabelo novamente, ancorando-a contra mim e penetro

profundamente.

Ela suspira. — Isso me pareceu... — Seus olhos assustados se movem

para os meus.

— Bom? — Eu praticamente posso sentir meu peito estufando com

orgulho.

— Faz de novo? — Sua voz é pequena e tímida, mas ela arqueia as

costas, pressionando seu corpo contra mim.

Eu faço, e ela ofega novamente. Sua boceta parece

apertar em volta de mim, e quando ela treme,

eu sinto através de cada extensão de seu

corpo.

— Eu acho que vou... de novo. — Ela

morde o lábio, seu corpo enrijecendo sob

o meu.
— Bom —, digo a ela, e afundo profundamente novamente. Seu

próximo suspiro é seguido por uma intensa escavação de suas unhas

em meus braços, e um definitivo aperto de sua boceta ao redor do

meu pau.

— Oh Deus!

Sim, ela definitivamente vai gozar. Satisfeito com a rapidez com que

está minha companheira, eu reivindico sua boca em um beijo brutal e

começo a empurrá-la em um ritmo constante, uma e outra vez,

afundando profundamente em seu corpo macio.

— A saliência —, ela ofega contra a minha boca. — Eu sinto a

saliência! E ai, Deus, é esse o seu estímulo?

Pode ser. Eu ondulo profundamente de novo e ela empurra contra

mim, sua mão deslizando entre nós para ir até

sua boceta.

— É demais —, diz ela, protegendo suas

dobras de mim.

— Eu não posso lidar com tudo isso

— Então deixe se levar —, eu digo a ela, pegando sua

mão e empurrando-a de volta para as


cobertas. Capturo sua boca com a minha e a bombeio de novo, e ela

geme, sua mão segurando a minha com força. Quando ela goza de

novo, ela grita agudamente, tão alto que ecoa no quarto.

Não tão alto quanto o meu próprio grito quando eu gozo, mas

quase. Nós vamos ser um par barulhento, eu penso com prazer

quando eu caio sobre as cobertas ao lado da minha ofegante

companheira. Eles vão ter que nos mudar para uma das cavernas

mais distantes para nossas brincadeiras tarde da noite não acordarem

todos os filhotes.

Eu puxo Kira contra mim e beijo sua testa suada, bem satisfeito com

a minha companheira.

Meu cérebro virou mingau. Eu lentamente me

arrasto acordada. Aehako tem sua perna

sobre a minha e sua mão sobre meu

peito. Eu me viro na cama e os

movimentos da sua cauda me

golpeiam, em seguida.

— Volte a dormir —, ele murmura.


— Eu preciso me alongar um pouco. Eu ignoro o seu pedido e

escorrego para fora da cama, dando alguns passos para o

banheiro. Eu me sinto um pouco dolorida entre as minhas

pernas. Muito dolorida. Mas é um bom tipo de sensação, e não me

importo nem um pouco. Isso só me lembra que eu pertenço a Aehako,

e eu entro no banheiro com um sorriso estúpido no meu rosto.

A primeira coisa que faço é checar meu ouvido no vidro reflexivo do

chuveiro. É estranho não ter mais o tradutor, e eu tenho alguns novos

piercings de orelha em lugares estranhos como recordação do

dispositivo. No geral, porém, meu ouvido parece estar bem? Ainda

há uma dor vaga no fundo, mas imagino que seja porque ainda estou

me recuperando. E Aehako disse que ele se livrou do aparelho, mas

...

— Computador? — Eu sussurro.

— O tradutor que foi removido do meu

ouvido ontem foi destruído?

Ele apita por um momento e, em

seguida, uma pequena voz entra em

um alto-falante sobre a pia.


— O dispositivo foi destruído mediante solicitação. Foi desmontado e depois

esmagado nos compactadores de lixo. Você deseja recuperação?

— Não, tudo bem —, eu digo, aliviada.

— Eu estou bem. Um problema a menos.

Eu me limpo com a água da pia, faço as minhas necessidades e, em

seguida, me visto com as minhas roupas de couro. Talvez seja porque

eu dormi muito ontem após a remoção do tradutor, mas estou bem

acordada. Eu entro de volta no quarto, mas Aehako ainda está

deitado. Eu penso em voltar para a cama com ele, mas me preocupo

com Harlow. Não é nenhum segredo que ela e Haeden não estão

exatamente se entendendo, e esta é uma nave alienígena ... e eu

provavelmente estive inconsciente por cerca de um dia. Eu deveria

verificar ela.

Eu saio do quarto e desço um corredor, até

perceber que não tenho ideia de qual caminho

está de volta para a frente.

— Computador, você pode me levar

para Harlow?

— Por favor, siga.


E as luzes que se movem no chão, vão na direção oposta que eu estou

indo. Oh. Eu me viro e sigo seu caminho sinuoso pelos corredores

cheios de destroços. Vários corredores depois, ouço o som do que

parece ser uma furadeira elétrica, e quando entro, vejo Harlow com

um par de óculos de proteção de grandes dimensões, perfurando algo

junto e olhando para uma tela de computador.

— Oi? — Eu chamo.

Ela olha para mim e os óculos escorrem pelo rosto.

— Oh! Ei! — Ela empurra os óculos de proteção.

— Essas coisas estúpidas não se encaixam muito bem em cabeças

humanas.

Eu sufoco minha risada e me aproximo, olhando para os

pedaços que ela espalhou em uma mesa de

metal.

— O que é tudo isso?

— Bem —, diz ela, desligando a broca

e colocando as mãos nos quadris. — Este

é um monte de lixo no momento. Mas estou pedindo


ao computador para ler um manual sobre como criar um cortador de

pedras.

— Um cortador de pedra?

— Sim, então, você já notou que a caverna de solteira tem uma parede

mais áspera do que todas as outras?

Harlow olha para mim e empurra para trás o cabelo ruivo

selvagem. Suas sardas se enrugam ao redor dos olhos enquanto passa

a mão pela testa e deixa uma marca gordurosa ali.

— Hum, você sabe, eu acho que não. Agora eu me sinto um pouco

boba.

— Está inacabado?

— Sim, e eu sempre me perguntei sobre isso. Mas

você sabe que a maior parte da caverna é super

lisa. Então imaginei que, quando saíssem

daqui, provavelmente usariam muitas

peças de computadores para fazer

cortadores de pedras, e o

computador me disse que eu estava certa. Eu acho que

eles ficaram sem suco quando chegaram à nossa


caverna. Ela encolhe os ombros. — Então, pensei em ver se

poderíamos criar alguns novos cortadores para escavar mais algumas

cavernas em casa para as pessoas, já que estamos muito lotados."

Isso é tão prestativo da parte dela. E aqui estava eu apenas fazendo

sexo e pensando em mim mesma.

— Você é maravilhosa, Harlow. Você sabe disso?

Um sorriso de surpresa cruza o rosto da ruiva.

— Obrigada —, ela diz timidamente.

— Eu só estava tentando pensar em maneiras que eu poderia ajudar,

sabe? Meu pai era mecânico e por isso sei algumas coisas, mas tenho

que admitir que tudo isso é desconcertante para mim. Ela abre as

mãos e gesticula para o lixo de metal na mesa.

— Por sorte, há muitas fotos no computador,

então, na maioria das vezes, estou usando

disso.

— Esperta — eu digo, examinando a

mesa. Todas as peças parecem nada que

eu já vi antes. Mesmo a broca que Harlow está usando

não é exatamente normal.


— Como está sua orelha? — Ela pergunta, pegando um pedaço de

metal e segurando-o para dar uma olhada melhor nele.

— Melhor. O tradutor já se foi. — Hesito e, em seguida, pergunto:

— Você conseguiu o que veio buscar?

Harlow me dá um olhar cauteloso.

— Mais ou menos.

Eu posso dar uma sugestão. Ela claramente ainda não está falando

sobre o que quer que seja que ela acompanhou para descobrir. Eu

entendo esse tipo de coisa, com a minha infertilidade e tudo. Algumas

coisas simplesmente não estão abertas para compartilhar com

estranhos, e eu não conheço Harlow, assim como conheço algumas

das outras. Sempre tem havido tantas pessoas ao redor

que nunca chegamos a nos relacionar.

Eu me sinto culpado por isso.

— Você precisa de ajuda? — Eu me

ofereço.
— Eu não tenho certeza de quanta ajuda eu vou precisar, mas talvez

outro par de mãos não possa machucar?

— Tem certeza? —, Ela pergunta.

— Este não é um trabalho divertido e eu nem sei se vai funcionar no

final do dia.

Eu dou de ombros.

— Aehako ainda está dormindo e será por um tempo, imagino.

— Mmmhmm. Sim, eu ouvi vocês no final do corredor. Então você e

ele são uma coisa?

Meu rosto aquece de vergonha. Nunca me ocorreu que alguém

poderia nos ouvir.

— Ele decidiu que eu sou sua companheira —, eu

digo, me aproximando da mesa.

— E eu decidi que ele estava certo.

— Se você está feliz —, eu estou feliz,

diz Harlow, e passa a mão sobre um

monte de pequenos pedaços de metal cor de cobre.


— Estou feliz —, digo a ela, e é verdade. Além da preocupação com

os pequenos homens verdes retornando, estou incrivelmente

feliz. Meu tradutor se foi e eu tenho ... Aehako. Grande e charmoso

Aehako que me trata como se eu fosse a melhor coisa que já aconteceu

com ele. Realmente, é o contrário. Ele é a melhor coisa que já

aconteceu comigo. Eu acho que mesmo que me oferecessem uma

carona para casa de volta à Terra amanhã, eu recusaria, só assim eu

poderia ficar com meu grande companheiro alienígena.

Talvez isso me faria uma louca. Mas o que eu tenho de volta na

Terra? Ninguém que se importe comigo, um emprego de nível básico

em finanças e uma montanha de dívidas estudantis. Aqui eu tenho

uma tribo inteira de pessoas e Aehako.

— Avise-me se você achar uma peça em forma de cruz de

aparência prateada —, diz Harlow, escolhendo

entre as partes.

— Do tamanho do seu mindinho.

Eu aceno e começo do outro lado da

mesa. Meus dedos tocam os

diferentes tipos de metais, e parece haver centenas de


pedaços aqui. Harlow se estabeleceu com uma tarefa assustadora... e

percebo que ela não teve nenhuma ajuda até agora.

— Você viu Haeden?

Harlow bufa.

— Ele está guardando a entrada. Eu acho que é apenas uma desculpa

para ter algum tempo sozinho. Ele não é tão bom com as pessoas.

— Eu notei. Aehako mencionou para mim que Haeden tem um

passado triste. Eu acho que ele não consegue realmente passar por

isso. Eu encontro uma peça em forma de cruz e a ofereço a Harlow.

— Isso?

— Sim —, diz ela, arrancando-a da minha mão e levando-a para outra

mesa.

— Deixe-me soldar esse bad boy e podemos

seguir em frente.
O tempo com Harlow passa surpreendentemente rápido. Há um

esquema projetado em uma das paredes, e se ele piscar de vez em

quando, ainda é melhor do que consultar uma versão em papel.

Harlow é um gênio com as partes de metal, juntando coisas e

soldando, perfurando e basicamente me fazendo sentir como um hack

inútil. Para passar o tempo, falamos sobre a nossa antiga vida na terra.

O pai de Harlow dirigiu um carro na garagem e consertou uma loja

em Minnesota, mas faleceu no ano passado. Nenhuma mãe na foto, e

ela recentemente vendeu o negócio e não tinha certeza do que fazer

com ela mesma. Acontece que isso não é mais um problema, suponho.

— A coisa irônica? — Ela me diz.

— Eu queria viajar. Eu acho que agora meu desejo foi realizado, certo?

Eu dou um sorriso pálido com isso.

Falamos sobre alimentos que sentimos falta e

coisas que nos faltam aqui - como xampus

comuns e até pratos de porcelana. Em vez

de ficar triste, Harlow fica pensativa.

— Tenho certeza de que podemos

trazer nosso conhecimento para a tribo e talvez

melhorar as coisas. E podemos nos limpar por


aqui. Tiffany disse que ela era boa com maquiagem e cabelo lá, então

talvez ela pudesse nos fazer sabão.

Eu gosto que Harlow não se debruça sobre o passado. Em vez disso,

ela está olhando para o futuro, para como podemos melhorar nossa

situação aqui versus o luto pelo que perdemos. É uma ótima atitude.

Quando fazemos uma pausa, ambos decidimos obter o tradutor de

linguagem do computador. Nós nos revezamos e Harlow vai

primeiro, e eu tenho que admitir, é muito assustador quando ela

desaba e fica inconsciente depois que o feixe de laser a atinge bem no

olho. Ela está acordada alguns minutos depois, e eu entrego-lhe a

garrafa de água que ela trouxe. Ela bebe, esfrega a testa e me dá um

olhar triste.

— Eu acho que poderia ser pior. Eles podiam falar

várias línguas, certo?

Eu rio de suas palavras, mas isso me faz

pensar sobre os Pequenos Homens

Verdes. Eu deveria aprender isso

também? Apenas no caso de? Eu não

vou conseguir falar, mas vai ser útil saber.

Quando chegar a minha vez, clamo:


— Computador, posso aprender mais de um idioma ao mesmo

tempo?

— Eu posso inserir até três idiomas em sua memória de uma só vez — o

computador me diz. — Quais idiomas você gostaria de baixar?

— A língua sakh — digo, o nome do computador para a raça de

Aehako.

— E... Faço uma pausa, porque não sei o nome da raça dos Pequenos

Homens Verdes. — Um ...

— O que você está pensando? — Harlow me pergunta,

curiosa. Quando explico minha ideia, ela concorda.

— Talvez se nós o restringirmos a raças sencientes dentro ou ao redor

deste planeta?

— Boa ideia.

— Vou precisar reduzir um pouco mais. —

Eu penso por um momento e depois

limpo minha garganta.

— Computador? Quantos falantes de

idioma existem neste planeta?


O computador calcula por um momento e depois responde.

— Os sensores indicam que há trinta e cinco sakh modificados, doze humanos

modificados, três szzt e um... o computador faz um som estridente que

dá calafrios na espinha. Parece como os Pequenos Homens Verdes. O

szzt deve ser seus guardas. Eu esfrego meus braços,

desconfortável. Talvez eu deva aprender os dois idiomas.

— Huh —, diz Harlow ao meu lado.

— O que?

— Eu pensei que havia trinta e quatro na tribo. — Ela enruga o nariz

sardento.

— Alguém teve um bebê?

— É muito cedo —, digo a ela, mas percebo que ela

está certa. Os números não batem. Eu vou para

a mesa e mentalmente conto quem mora em

cada caverna, usando pedaços da pequena

sucata de metal para representar os

grandes alienígenas azuis. Quando

termino de contar, ainda dá um número menor que o

computador.
Como é que estamos perdendo um alienígena?

Viro-me para Harlow, prestes a lhe fazer a mesma pergunta, quando

um som abrasador corta o céu. Isso me lembra um avião a jato ...

exceto que não há nenhum neste planeta invernal.

Os outros alienígenas chegaram.

Eu volto para o computador, determinação sombria no meu rosto.

— Computador, por favor me dê as línguas para o sakh, o szzt e o

último que você mencionou.

— O...-? Novamente, o chilrear de pássaro que nunca será

pronunciável por cordas vocais humanas.

— Esse mesmo.

— Por favor, segure firme enquanto a informação é

transmitida em sua memória. Você pode sentir

algum desconforto...

A dor cegante corta minha cabeça e essa

é a última coisa que me lembro por

um bom tempo.
Quando eu acordo, Aehako está na minha cara, uma expressão

preocupada desenhando suas sobrancelhas juntas.

— Você está bem, olhos tristes?

— Eu estou bem —, eu prometo a ele enquanto me sento, sua mão

apoiando minhas costas.

— Eu estava apenas recebendo algumas línguas, hum, instalando. —

Eu olho para Harlow e pressiono a mão na minha testa dolorida. —

Há quanto tempo eu desmaiada?

— Cerca de uma hora —, diz ela com uma

careta. — Três idiomas podem ter sido demais

ao mesmo tempo.

Minha cabeça lateja em resposta. — Eu

acho que você está certa. Com a

ajuda de Aehako, eu fico de pé, embora eu esteja


vacilante. Eu me inclino contra Aehako, feliz por sua presença

reconfortante.

— Mais sinais dos Pequenos Homens Verdes?

— Apenas o som da nave sobrevoando —, diz Harlow. Seus braços

estão cruzados sobre o peito e está claro que ela está preocupada.

— Novamente? — Eu olho para Aehako com preocupação.

— Eu acho que os alienígenas sabem que estamos aqui.

Ele esfrega a boca e considera.

— Como são os pés deles?

Essa é uma pergunta estranha.

— Pés deles?

— Haeden e eu vimos trilhas na neve a

caminho daqui.

Eu suspiro.

— Você não disse nada!


— Não havia sentido em preocupar você, quando já estava com muito

medo. — Ele toca minha bochecha, e minha raiva desaparece.

— As pegadas não eram familiares para nós. — Ele estende os dedos

como se fossem garras.

— Três dedos grandes e espetados. Isso combina com seus

alienígenas?

Eu sacudo minha cabeça, tentando lembrar. Os extraterrestres

alaranjados com a pele coberta de pedrinhas tinham dois dedos, e os

homenzinhos verdes tinham pés pequenos e finos.

— Então, agora temos algo mais com o que nos preocupar?

— Uma coisa de cada vez —, diz Aehako.

— Nós devemos encontrar Haeden.

Quando saímos da baía dos mecânicos, eu me

volto para Harlow.

— Você acha que ainda existem armas

no navio?

Ela me dá um olhar chocado.

— Isso não era um cruzeiro de lazer?


— Certamente, mesmo assim teriam algum tipo de sistema de

defesa? Precisamos de armas se quisermos que nos escutem. — Agora

essa é uma frase que eu nunca pensei que diria.

Harlow parece preocupada com a minha sugestão.

— Eu não sei como disparar uma arma comum, muito menos uma

arma alienígena.

— Sim, mas os alienígenas não sabem disso —, digo a ela. Se tudo se

resume a isso, podemos ter que blefar fora das coisas.

— Se parecermos que estamos armados e somos perigosos, talvez

usem um pouco de cautela ao se aproximarem de nós.

Ela balança a cabeça, embora ela não pareça feliz. Eu não a culpo. Eu

também não estou entusiasmada com isso, mas

estamos com poucas opções. Tudo o que sei é

que não vou voltar com eles. Ponto final. Eu

esfrego minha orelha dolorida, pensando em

minhas memórias de ser uma

prisioneira na nave. Harlow não tem

as mesmas memórias que eu. Do terror constante. Os

estupros. De ser tratado como se você fosse menos que

um animal. Que você não importa.


Liz brincou que seu pai tratava seus animais de fazenda melhor do

que nós fomos tratados, e ela não estava errada. Para eles, não éramos

mais do que carga.

Aqui, em Not-Hoth, eu importo. Para Aehako e os outros, eu importo.

Então eu limpo minha garganta.

— Computador —, mostre-me que armas funcionais ainda estão a

bordo desta nave.

Duas horas depois, eu estou mandando em todo mundo e tentando

fazer as coisas. Haeden não tem sido de ajuda, então

eu o tenho sentado na ponte, encarregado da

única arma de defesa que o computador tem,

não sei como ainda está funcionando. Ele

tem um botão vermelho brilhante que

ele pode empurrar se as coisas

caírem para o inferno que (esperançosamente) ativará

a única arma, desde que ela não tenha enferrujado

depois de todo esse tempo e do tempo severo. Há um


punhado de armas alienígenas da segurança do navio, mas apenas

uma tem qualquer carga restante. Harlow e eu debatemos sobre quem

vai lidar com isso, mas eu ganho o argumento.

Eu vou ser a negociadora responsável, porque estou determinada a

fazer com que as coisas dêem certo.

E se não derem, eu quero que Harlow, Aehako e Haeden fujam.

A arma não tem um gatilho como armas humanas regulares. É um

tipo de canhão a laser que tem um painel de controle ativado por voz

e revela - sem brincadeira - um botão. E aqui eu pensei que um gatilho

fosse deselegante. Eu me sentiria melhor com um.

— Qual é o status da nave alienígena? — Eu pergunto ao computador

enquanto pratico apontando meu canhão de laser.

— Ainda está na atmosfera?

— Afirmativo —, o computador me diz.

— Você gostaria de um visual?

— Sim por favor.

A tela da sala se ilumina e me mostra as montanhas ao

longe, aquelas que parecem gelo roxo. Pairando um


pouco acima do pico de um deles está o disco plano do navio do

alienígena, uma mancha negra no céu cinzento

— Mudou nas últimas seis horas?

— Negativo.

Essa visão está me deixando impaciente.

— Podemos atrair para a gente de alguma forma? Não quero que

volte para os outros.

— Eu posso transmitir um sinal de comunicação. Você gostaria de fazer isso?

— Ainda não —, eu digo rapidamente, então olho para

Harlow. Há algumas coisas que tenho que fazer antes de podermos

prosseguir com o nosso plano.

— Você pode me fazer um favor?

A ruiva se vira para mim, curiosa.

— Você esta bem?

— Você pode ver como o Haeden

está indo? Certifique-se de que ele não fique

empolgado.
Ela balança a cabeça e sai da sala.

Eu imediatamente fecho a porta atrás dela e tranco a fechadura. Eu

me viro, descansando minhas costas contra a porta.

— Computador? Eu preciso de uma falha segura.

— Consulta: o que é falha segura?

— Eu preciso de um plano secundário. — Eu lambo meus lábios,

pensando. — Uma arma que eu possa contrabandear a bordo da nave

alienígena comigo, se eu for capturada. Depois de um momento, eu

acrescento:

— E eu preciso de uma maneira de conectar seu computador ao deles.

A tela do computador pisca com uma variedade de opções, e eu

escuto atentamente.

Se eles me levarem de volta com eles, eu vou

derrubá-los. Se eu não sair disso viva, eles

também não vão.


Algum tempo depois que saio do quarto trancado para encontrar os

outros. Eu tenho um pacote secreto envolto em um filme de polímero

fino enfiado na minha mão e uma nova determinação. Infelizmente,

minha determinação vacila quando me deparo com Harlow no

corredor.

— Eles estão em movimento —, diz Harlow.

— Os caras estão na frente. Vamos!

Corremos pelos corredores estreitos da nave em direção à entrada. Eu

acho que Haeden já abandonou seu posto, porque quando eu chego

na entrada gelada, ele está ajoelhado lá no degelo com Aehako. Meu

companheiro tem seu ouvido pressionado na porta, escutando do

outro lado. Quero salientar que ele não conseguirá ouvir nada através

do casco da nave, mas fica de pé no momento em

que eu chego.

— Aehako —, eu digo.

— O que...

— A nave deles chegou —, ele me

diz. Ele acaricia minha bochecha e me puxa contra


ele. Você e Harlow devem ficar aqui. Haeden e eu vamos sair e falar

com eles.

Eu me afasto dele.

— Não, isso é algo que eu preciso fazer.

— Kira, diz ele —, um tom de aviso em sua voz.

— Deixe-me proteger você. Você é minha companheira para cuidar.

— Isso é doce, Aehako. — Eu alcanço e acaricio sua bochecha.

— Mas você é meu companheiro, e eu vou cuidar de você. Eu olho o

interruptor que cobre o botão do gatilho no meu canhão laser.

— Agora, eu vou sair e conversar com esses bastardos.

— Conversar? A risada de Harlow é nervosa. — Está

brincando, não é?

— Não. Estou cansada de correr com

medo. Meu coração dispara uma milha

por minuto, mas por dentro, sinto-me

calma. É isso. De uma vez por todas,

não vou mais ter medo desses desgraçados. Porque se

o pior cenário acontecer, não há mais nada a temer.


— Você está falando sério? — A mão de Aehako aperta meu

braço. Sua voz é incrédula.

— Kira, isso é perigoso.

— Eu sei. — Eu olho para ele.

— Então me dê um beijo para dar sorte, e torne isso realmente bom.

Ele faz um barulho estrangulado em sua garganta.

— Eu não quero beijar você agora. Eu quero estrangular você por ser

tola.

Eu balanço minha cabeça.

— Isso não é tolice. Eu tenho tudo sob controle. Eu prometo.

O olhar no rosto de Aehako é doloroso e cheio de

preocupação. Espero que ele proteste

novamente, para me dizer que não sou a

garota certa para o trabalho. Em vez disso,

ele me agarra em um forte abraço de

urso e me leva até o rosto para um

beijo. Seus lábios roçam nos meus,


surpreendentemente macios. Seu nariz roça no meu. Então ele fecha

os olhos e murmura:

— Eu vou protege-la com a minha vida, você sabe disso, não é?

Estou impressionada com suas doces palavras. Lágrimas quentes

ameaçam cair, e eu passo meus braços em volta do seu pescoço e o

beijo como deve ser beijado – de forma selvagem e totalmente sem

reservas. Este pode ser o último beijo que tenho com ele e deixo-o

saber o quanto o amo. Minha língua desliza contra a sua, e eu o beijo

tão apaixonadamente e tão fervorosamente que Harlow limpa a

garganta atrás de nós.

Certo. Eu tenho uma missão.

Eu dou a Aehako um último beijo.

— Eu amo você, eu sussurro para ele.

— Fique em segurança, olhos tristes —, ele me

diz.

— Não me faça sair para protegê-la.

— Eu não vou. — Eu forço um sorriso no

meu rosto, como se tudo estivesse bem. Verdade seja


dita, eu tenho um mau pressentimento sobre isso. Eu olho para

Harlow e os dois caçadores, os quais estão segurando suas lanças

como se fizessem algo contra esses alienígenas.

Eles serão abatidos. Eu não posso deixar isso acontecer.

Eu me movo em direção a Harlow e a abraço. Ela parece surpresa com

meu gesto espontâneo, e seus braços vão ao meu redor lentamente.

— Aconteça o que acontecer, fique dentro da nave —, digo a ela em

um sussurro baixo.

— Se eu não voltar, certifique-se de que Aehako e Haeden voltem

para as cavernas, tudo bem? Eles não podem vir atrás de mim. — Eu

a solto e sorrio para ela, fingindo que nada está errado.

De olhos arregalados, ela acena para mim.

Eu arrumo meu canhão de laser sobre o meu

ombro novamente e me aproximo da

porta. Eu respiro fundo e, furtivamente,

deslizo o pequeno pacote em minha

boca, encaixando-o entre as gengivas

e os dentes. Ninguém vai saber que está lá e mal posso

sentir na minha boca. Perfeito.


— Computador, me dê uma visão dos alienígenas, por favor.

Um painel de parede ao meu lado se ilumina e exibe o terreno baldio

nevado do lado de fora. Só que, em vez de serem desabitadas, há três

figuras à distância, indo nessa direção. Dois deles têm cabeças

arredondadas e laranja-queimadas que eu me lembro de ter uma pele

dura e pedregosa. Aquela no meio é menor, mais fina.

Um dos pequenos homens verdes, acompanhado por seus guarda-

costas.

Preciso detê-los antes que eles cheguem mais perto.

— Abra a porta —, eu digo resolutamente, em seguida, olho atrás de

mim para os três.

— Fiquem aí dentro, aconteça o que acontecer, tudo

bem?

— Isso é loucura —, rosna Haeden, segurando

sua lança.

Aehako coloca uma mão no peito

dele.

— Deixe-a fazer isso.


A porta se abre, e dou uma última olhada para o rosto largo e azul de

Aehako antes de sair. O ar é fresco, os ventos altos. É um lindo dia em

Not-Hoth, ironicamente. Não há tempestades de neve se formando e

eu posso ver longe o suficiente à distância que eu posso ver as

expressões nos rostos dos alienígenas quando eles me vêem.

Eu levanto meu canhão de laser, miro e atiro aos seus pés.

— Espere aí —, eu grito em szzt. Eu não posso fazer os sons dos

Pequenos Homens Verdes parecidos com pássaros, mas eu posso

falar a outra língua bem o suficiente.

— Nós temos armas treinadas em você e estamos preparados para

atirar.

Um pequeno blefe nunca doeu nada. Eu só espero que eles

comprem. Se não, bem, eu estou ferrada.

Eles param, e eu posso ver o alienígena esguio

apontando para os outros.

— Abaixe —, eu ordeno.

Eles não obedecem. Mas eles

permanecem no lugar. Eles conferem por um

momento e então um dos cabeças de basquete grita:


— Por que você atirou?

— Porque eu sei o motivo de você estar aqui —, eu grito de volta.

— Você quer sua carga de volta, e nós não vamos voltar. Eu mantenho

o meu canhão de laser apontado para eles.

Mais conferência. Então,

— Você será tratada muito bem se voltar com a gente —, diz o cabeça

de basquete.

Oh, besteira. Eu sei que eles estão mentindo.

— Você não pode nos tirar deste planeta. Fomos infectados com

simbiontes nativos e morreremos se formos removidas. Sua carga

sumiu de qualquer maneira.

— Onde estão as garotas que estavam nos tubos?

É bom ver que nós importamos para eles.

— Foram infectadas também.

Mais sussurros abafados. Então, o

guarda alienígena fala, seu tom irritado.


— Meu mestre têm um grande negócio em dinheiro sem nada para

mostrar. Você destruiu a propriedade deles.

Um suspiro me escapa.

— Propriedade? Elas não são propriedade. Elas são pessoas! Você

não pode simplesmente levá-las contra a vontade delas!

— E a pele de animal que você está usando? O alienígena rosna para

mim.

— Você pediu permissão?

— Isso é diferente. — Eu tenho uma sensação de que estou perdendo

esse argumento.

— A remessa que meus mestres depositaram aqui foi roubada deles

—, ele diz novamente.

— Eles estão com muito dinheiro e têm muitos

clientes esperando por suas compras. Meus

mestres são obrigados a devolver sua

propriedade a eles.

Eu agarro o canhão laser com mais força,

uma sensação de afundamento no estômago. Os


alienígenas me encaram com olhos negros e calculistas. Eu noto que

uma das laranjas continua olhando minha arma.

— Sua nave é muito antiga —, comenta um deles. Ele dá um passo à

frente, sua arma segura casualmente na mão.

— Pare ou eu vou atirar — eu digo a ele, minha voz vacilante.

— Eu acho que você está mentindo —, diz o guarda, ainda se

aproximando. Os outros dois alienígenas observam-no com calma,

armas na mão. — Eu acho que a sua nave não está armada. Acho que

vamos levá-la e depois nos conduzirá até as outras.

— Você não pode! Nós não podemos ser removidas deste planeta —,

eu digo desesperadamente.

— Olhe nos meus olhos! Nossas simbiontes...

— Você mente —, diz, e avança.

Eu levanto meu canhão de laser para disparar

novamente, assim como o alienígena na

distância levanta sua arma. Algo

quente zumbe minha mão, e a arma sai

voando do meu aperto. Eu estou batido no chão com

um golpe forte, o ar bateu para fora dos meus pulmões.


— Kira —, Aehako grita atrás de mim, e eu ouço o som de pés batendo

na neve.

— Não —, eu suspiro quando um dos alienígenas chuta minha arma

para longe. Ele pisa na minha mão ferida, me prendendo no

chão. Enquanto observo horrorizada, ele ergue a arma e atira e ouço

dois gritos de dor.

— Não! Aehako! Ignorando a dor brutal no meu braço —, eu torço

para ver.

Os dois homens estão no chão. Haeden está deitado em uma poça de

sangue, sua túnica de couro queimada. Aehako está virado para baixo

e imóvel.

Meu peito se contrai com agonia.

— Aehako! Não!

O pequeno homem verde como um pássaro

faz uma pergunta. — Eles estão mortos?

A cabeça de basquete inclina a

cabeça, e enquanto eu assisto, vejo

Aehako se contorcer e levantar o cotovelo, tentando se


levantar do chão. Não há sinal de Harlow. Estou aliviada. Ela está

escondida na nave, como eu disse a ela.

— Não está morto ainda —, diz o guarda e levanta a arma

novamente.

— Eu vou consertar isso.

— Não, espere! — Eu grito na língua alienígena.

— Eu irei com você. Eu vou comduzi-lo até as outras! Apenas deixe-

os em paz!

O guarda abaixa a arma e olha para o seu mestre.

Um barulho irritado soa. — Eles não importam. Apenas traga ela.

A bota sai da minha mão e um braço forte me puxa do chão.

Eu luto contra a inconsciência enquanto

onda após onda de dor se move sobre

mim. Os intrusos se moveram tão

rápido. Eu mal os vi levantar suas estranhas armas

antes que Haeden e eu fôssemos achatados no chão.


Eu ouço o grito de preocupação de Kira e sua tagarelice frenética na

língua estranha.

Então, silêncio. Eu tento me sentar, mas meu corpo não vai obedecer.

É como se uma rede invisível tivesse sido lançada sobre mim. A

escuridão contra a qual eu lutei tão duramente me reclama.

Um pensamento passa pela minha mente enquanto sucumbo: eles

pegaram minha companheira.

— Aehako? — Uma pequena mão fria bate na minha bochecha.

— Acorde. Por favor.

A dor forte no meu lado. Ainda estou com a

face para baixo na neve, e todo o meu corpo

dói como se eu tivesse bebido três peles de

sah-sah. Com esforço, eu empurro

contra a terra e rolo-me de costas,

olhando para a luz do sol da tarde.


Um rosto aparece à vista. Pálido, sardento, com uma juba laranja-

avermelhada brilhante. Não é Kira. Eu me esforço para sentar e suas

mãos humanas frágeis tentam ajudar.

— Você está bem? — Ela pergunta com uma voz trêmula.

— Eu não estou morto, eu grito —, embora minhas costelas possam

reclamar do contrário. Eu corro a mão para o lado e a dor me

atravessa novamente. Perfurado com uma de suas armas estranhas,

mas não uma ferida fatal. Dói e sangra, mas não vai me matar.

— Onde está Kira?

Os olhos da garota se enchem de lágrimas e ela respira fundo.

— Eles a levaram.

Agonia bate no meu peito. Não, não Kira. Não

minha companheira de olhos tristes e

suave. Estou impotente e cheio de raiva de

uma só vez.

— Eu devo salvá-la.

— Seu amigo ... ele não esta bem.


Eu olho em volta. De um lado, o corpo de Haeden está caído. Há uma

mancha escura sob ele que faz meu peito apertar com nova

preocupação.

— Ele está...

— Ele está respirando, mas não consigo acordá-lo e não posso

carregá-lo. Ela torce as mãos. — Eu não sei o que fazer. Kira me disse

para levar vocês de volta para a caverna ...

— Ela o que? — Eu me levanto com grande esforço, enviando outra

onda de dor através do meu corpo.

A ruiva - Harlow - aperta as mãos novamente e anda.

— Ela disse que se eles a levassem, eu deveria levá-lo de volta para a

caverna para que você possa ficar em segurança. Ela

não quer ninguém indo atrás dela.

— Ela é minha companheira! — Eu grito. Eu não

vou deixá-la. Vou pegar minha lança, ir

atrás da nave e exigir que me

devolvam ela.

— Eles têm armas! —, Grita Harlow.


— E Haeden está morrendo!

Haeden. Meu velho amigo. Meu verdadeiro amigo. Eu cambaleio

para o lado dele, segurando meu ferimento, e o rolo de costas. Sua

respiração rasa superficialmente em seu peito e a ferida está em seu

abdômen. Eu posso ver o branco de suas entranhas em sua ferida e há

sangue por toda parte.

Ele precisa voltar para o curador logo, ou morrerá.

Estou dividido. Eu preciso ir atrás da minha companheira, mas é claro

que se eu sair, Haeden vai morrer. Com um grunhido de fúria

impotente, me volto para Harlow.

— Por que você está apenas parada aí?

— Eu não sei o que fazer!

— Pegue algo para amarrar sua

ferida! Rapidamente! Ou consiga algo para

uma maca de emergência! Com uma maca

de emergência, talvez até mesmo

Harlow possa levá-lo de volta às

cavernas. Eu agarro seu braço antes que ela saia.


— Eu devo ir atrás de Kira. Você pode levá-lo de volta para as

cavernas tribais se eu fizer uma maca de emergência?

Seu rosto está pálido, mas resoluto. Ela acena com a cabeça.

— Diga-me o caminho e eu faço isso.

Meu coração afunda. Ela não sabe o caminho para as cavernas. Uma

ligeira tempestade, uma curva errada, e ela arrastará Haeden para o

meio selvagem onde ele morrerá. Eu pressiono a mão na minha

testa. O fedor de sangue está em todo lugar. Nós devemos fazer algo

em breve, ou os predadores virão atrás dele para investigar.

Eu não posso ir atrás de Kira. Não se isso significar deixar esses dois

indefesos para morrer. Eu fecho meus olhos. Perdoe-me, minha

companheira. Eu irei por você assim que puder.

Então me volto para Harlow.

— Pegue uma faca e corte dois galhos para

uma maca de emergência. Eu vou

encontrar algo para tampar a ferida de

Haeden.

— E a nave? Podemos usá-la


Eu balanço minha cabeça. Eu não confio — Nós o levaremos de volta

ao curandeiro. Depressa.

Ela balança a cabeça e sai correndo.

Um dos guardas de cabeça de basquete assobia para mim enquanto

ele me leva até a nave alienígena. — Ande mais rápido.

— Estou andando o mais rápido que posso —, murmuro. Na verdade,

isso não é verdade. Estou arrastando meus pés deliberadamente. Eu

não quero ir na nave. Eu quero correr para as colinas, mas tenho que

ser corajosa. Eu sabia que isso estava chegando se não pudéssemos

assustá-los.

E eu tenho um Plano B, cujo conteúdo ainda está

guardado em segurança dentro da minha boca,

entre as gengivas e a bochecha.

Eu ainda estou apavorada.

Nada está mais no meu

controle. Essas coisas poderiam facilmente voltar se eu


estiver morta. E eu não sei se Aehako está vivo ou morto.

Eu não posso pensar sobre isso agora. Se eu fizer, eu vou desmoronar

completamente. Eu tenho que pensar sobre o meu plano.

Eles me arrastam para o porão da nave, apesar dos meus passos

deliberadamente lentos. Em vez de me arremessar em outro porão

como antes, sou levada a uma sala branca estéril e despejada em um

estrado branco de uma cama. Oh Deus. Isto parece uma sala de

cirurgia.

O guarda que me tomou como seu refém pessoal paira sobre mim,

tocando sua arma. Alguns momentos depois, a porta se abre e outro

dos Pequenos Homens Verdes entra. Ele fala, e sua voz tem um

timbre diferente dos outros.

Este é o infectado que foi mencionado? Ele inclina a

cabeça para mim, curioso.

— Sim —, diz o guarda em sua linguagem

roncando.

Eu tento chilrar de volta para isso,

para deixar claro que entendo suas palavras.

Sua cabeça se inclina novamente. Está tentando falar?


— É estúpido —, diz o guarda, e bate no meu braço com a coronha de

sua arma.

— Quer que eu mate isso?

— Eu não estou infectada —, eu digo na linguagem gutural do

szzt. — Eu tenho uma simbiose. Uma criatura vivendo dentro de

mim. Mas não pode ser removido sem matar seu hospedeiro.

—Um parasita? Muito curioso. Eu me pergunto se posso removê-lo de

qualquer maneira. Eu gostaria de estudar isso e ver quanto tempo ele pode

sobreviver em um ambiente artificial, se for o caso.

Eles querem me matar só para ver o que acontece? Esses caras são

idiotas, como Liz diria.

— Você não pode fazer isso —, eu digo

rapidamente. Quando eles simplesmente olham

para mim, busco uma explicação lógica do

porquê eles não podem.

— Eu valho mais viva do que morta.

O pequeno homem verde inclina a

cabeça e, em seguida, estende a mão para tocar meu

ouvido. Mesmo que eu queira dar um tapa na sua mão,


eu tenho que me forçar a não reagir. — Esta é aquela em que

implantamos o tradutor, sim? Sua cavidade auditiva mostra marcas de uma,

mas confesso que todas essas coisas são parecidas para mim.

— Eu tinha um tradutor —, digo a ele.

—Para onde foi?

— Eu mandei a nave removê-lo.

—A nave na superfície? — A cabeça da criatura se inclina

novamente. Se não fosse pelo fato de que minha vida estava em

perigo, toda a inclinação da cabeça seria meio hilária. — Não está

funcionando.

— Não está funcionando completamente. Não voa, mas eu tenho um

código secreto, eu blefo. — Eu conheço os códigos de

acesso aos computadores. Eu posso lhe dar a

nave se você me devolver à superfície, e nunca

mais vir atrás de mim e das outras mulheres.

A coisa fala repetidamente e, de

alguma forma, sei que ele está

rindo. — Por que eu iria querer uma nave antiga que não

voa?
— Você pode rebocá-la —, digo a ele, olhando para os enormes olhos

negros do alienígena com o que espero ser uma expressão

confiante. — Tenho certeza que você tem um jeito. E as pessoas

sempre pagam um bom dinheiro por... — Eu me esforço para

encontrar a palavra alienígena para 'antigo' e me conformo com…

coisas muito antigas e especiais. —Essa nave tem muitos

equipamentos valiosos, além de todos os objetos de valor que seus

passageiros deixaram para trás quando ficou preso há centenas de

anos.

Os alienígenas trocam um olhar.

— Podemos simplesmente levá-lo conosco, junto com você —, o único

alienígena diz. —Você sabe o que você fala.

— Mas se você me tirar daqui —, eu vou

morrer. Meu cadáver é de uso muito limitado

para você. Seus empregadores não pagarão

tanto por uma garota morta quanto por

uma viva. Eu sei isso.

Eu não sei disso. Estou supondo.

Os olhos negros dos pequenos homens verdes piscam

devagar. —Vamos discutir isso.


Eu olho para os computadores piscando na parede. — Legal. Você

quer que eu apenas espere aqui?

— Coloque-a em uma das celas de retenção.

O guarda me segura com uma mão brutal, sua pele áspera

arranhando meu braço. Eu luto contra ele, mas é só encenação. É o

que eu acho que eles esperam que eu faça. Na realidade, uma cela de

retenção funcionará tão bem quanto qualquer outra coisa para meus

planos. Então eu luto e luto contra o guarda enquanto ele me arrasta

para baixo de um dos corredores estreitos e metálicos da nave

alienígena, e me arremessa em um abrigo escuro. Desta vez, não há

gaiola, apenas o que parece ser uma sala de armazenamento. Bom. Eu

derrapo no chão e me aconchego contra a parede, fazendo o meu

melhor para parecer assustada. Com certeza, não é tão difícil

porque estou com medo de perder a cabeça, mas

também estou pensando muito.

O guarda olha para mim e enrola o lábio

grosso. Ele diz algo para o qual não

tenho tradução, mas é

provavelmente um insulto e bate um painel na parede

externa. A porta se fecha e estou sozinha no escuro.


O pânico lateja no meu peito. Eu tenho que me lembrar que isso é uma

boa notícia. É isso que eu quero. Eu preciso ficar sozinha.

Oh Deus, eu preciso disso para funcionar.

Eu corro minha língua ao longo das minhas gengivas, procurando o

pequeno pacote que eu empurrei lá. Ainda está lá. Eu puxo para fora

e esfrego contra a minha túnica para secá-la, depois a pressiono entre

os meus lábios para segurá-la enquanto procuro os filtros de ar nesta

sala.

Eu notei na nave dos anciãos que tinha respiradouros muito

parecidos com o meu antigo apartamento na Terra. Isso me fez pensar

em um plano de jogo e o que eu poderia fazer contra os Pequenos

Homens Verdes. Eles têm mais tecnologia do que eu. Eles têm armas

e eles têm os números, então eu tenho que ser

furtiva ... e destemida.

Eu encontro um respiradouro perto da borda

do chão e corto minhas unhas nele até

localizar o que parece ser um tipo de

fixação, e então rasgo-o. Eu quebro

algumas unhas, mas isso é um pequeno preço a pagar.


Com as mãos trêmulas, retiro a fina camada de plástico do pacote e

retiro metade do conteúdo.

Uma parte é uma parte de computador, muito parecida com uma

unidade USB, que permitirá que a nave dos anciãos tenha acesso a

essa nave, desde que eu possa encontrar um slot compatível para

conectá-la.

A outra parte é um pequeno quadrado de filtro que tirei da nave dos

anciãos. Depois de centenas de anos de estar na atmosfera, ela está

cheia de nálio concentrado. Eu sei que há um elemento na atmosfera

de Not-Hoth que torna impossível que os humanos sobrevivam por

muito tempo. Há traços disso na atmosfera e, em uma semana,

sucumbimos à doença, nossos corpos enfraquecem e nossas mentes

se desorientam. Nosso khui nos adapta e nos permite viver

do lado do planeta. Claro, do lado do planeta, há

apenas vestígios de nálio no ar. Mas depois de

centenas de anos, os filtros da nave estão

cheios do elemento. E se eu o adicionar

ao suprimento de ar no meu quarto,

eu espero que isso envenene meus guardas.


O computador me garantiu que a pequena quantidade que eu deixar

cair no sistema de filtragem de ar é suficiente para fazê-lo, mas o

computador também tem trezentos (e poucos) anos de idade. Pode

estar errado. Esta nave poderia ser mais autossuficiente do que eu

espero.

Um milhão de coisas podem dar errado. Tudo o que posso fazer é

cruzar meus dedos.

Eu troco a tampa do filtro e farejo o ar. Eu não sinto cheiro de nada. O

ar não tem um gosto estranho. Não tenho ideia se está funcionando

ou não, se o veneno está se infiltrando no ar da minha pequena

câmara ou em toda a nave.

Eu coloco meu corpo contra a parede e espero.

Horas depois, estou em um frenesi de

preocupação. Não há diferença no ar

que eu possa dizer, e tudo o que me resta é o pequeno

pedaço de computador que eu deveria de alguma


forma interagir com um que é trezentos anos mais jovem.

Este é o plano mais idiota de todos os tempos.

O desespero ameaça me oprimir. Eu ignoro, porque não há plano C.

Isso tem que funcionar. Isso tem que.

Uma imagem mental do corpo caído de Aehako pisca diante dos

meus olhos, e eu cerro os punhos, determinada a não chorar. Ele não

está morto. Ele não está.

Eu saberia, não saberia? Mas não estamos conectados pelo

khui. Estamos conectados apenas pelo coração, mente e escolha. Nós

não temos essa ligação mais profunda. Nós nunca iremos por causa

do meu corpo

Alguém se atrapalha na porta.

Eu me levanto de pé, meus músculos rígidos

reclamando. Meu corpo está

instantaneamente em alerta, meu coração

martelando no meu peito. Eles

decidiram aceitar minha oferta

afinal? A nave quebrada pela nossa liberdade?


Então, novamente, o que os impede de tomar a nave e nós? Ou pegar

a nave e depois voltar e nos pegar mais tarde? Se eles são escravos,

não é como se eles fossem pessoas íntegras. Eles não são confiáveis.

A porta se abre e o guarda entra.

Não, ele cambaleia. Seus passos tropeçam, mas ele consegue se

segurar, e ele levanta a arma. — Vamos — diz ele. Suas palavras soam

arrastadas.

Minhas mãos voam para a minha boca.

Oh meu Deus.

Funcionou. Ele está doente. Sou imune a isso por causa do meu khui,

mas está afetando o guarda. Talvez esteja afetando a todos.

A esperança floresce no meu peito.

Eu fico de pé. Ele tropeça para frente

novamente e eu pulo atrás dele. Ele se torna

sonolento e eu chuto a parte de trás do

joelho dele. O guarda cai para frente,

a arma caindo no chão. Eu agarro e corro

para o outro lado da minha cela. Há um lugar para

colocar a mão que é semelhante ao meu canhão de


laser, e eu aponto para o meu inimigo e atiro antes que eu possa

pensar duas vezes sobre isso.

A arma dispara, disparando um raio como chama líquida. Ela corta a

cabeça do guarda como manteiga e ele cai no chão, morto.

Minha garganta se fecha e minhas narinas se abrem enquanto o cheiro

quente de carne carbonizada satura a sala. Eu fiz isso. Eu o

matei. Nem sinto muito. Esses monstros não se importam se eu vivo

ou morro, então não vou desperdiçar um minuto em arrependimento.

Eu passo por ele, segurando a arma, e vou para a porta. Ela se fechou

de novo, e nenhuma quantidade de batidas da minha mão no painel

irá abri-la. Merda. Isso não foi algo que eu considerei.

Eu me viro e olho para o guarda caído. Seu braço está estendido para

um lado, a palma da mão áspera para baixo. Oh

cara. Engolindo em seco, tranco a arma debaixo

do braço, miro e atiro novamente.

A mão desmembrada voa pela sala.

Ugh.
Eu engulo em seco e me movo para pegá-lo, depois o coloco no

painel. A porta se abre um momento depois e eu entro no corredor.

Eu estou um passo mais perto da liberdade. Você pode fazer isso, Kira,

digo a mim mesma. Basta encontrar a ponte, encontrar um lugar para

conectar os dois computadores remotamente, e você estará livre.

Há duas portas de um lado desse corredor estreito e uma porta na

outra extremidade. Não faço ideia para onde vou, o que significa

verificar todas as portas. Eu me movo em silêncio em direção ao

primeiro, bato a mão do cara morto no painel e levanto minha arma,

pronta para disparar, enquanto a porta se abre.

É uma pequena sala que parece um armário de

armazenamento. Claro que é.

Respirando um pouco mais fácil, eu pego minha

mão extra e desço para a próxima porta. Esta

porta leva a um compartimento de carga que

me faz estremecer com más

lembranças. Isso me lembra muito da

minha primeira vez aqui.


Também está estranhamente vazio. Isso me deixa incrivelmente

inquieta. Onde estão todos os alienígenas?

A porta no final do corredor leva a outro corredor em forma de um T.

Eu me dirijo diretamente ao invés de em frente, porque eu quero

diminuir todas as possíveis emboscadas. A última coisa que quero é

estar perto da liberdade e depois tirar de mim porque não tomei

cuidado. Então eu exploro a outra parte da nave. Encontro

novamente a enfermaria médica e resisto à vontade de usar minha

arma como um lança-chamas e queimar tudo no chão.

Eu também acho o corpo morto de um dos Pequenos Homens Verdes

esparramado no chão. Meu veneno está funcionando melhor do que

eu pensava. Eu afasto a pontada de tristeza que sinto ao matá-los. Eles

não pensariam duas vezes sobre mim e não valem a pena.

Duas portas depois, encontro uma sala com

quatro pequenas portas estranhas alinhadas

em fila. Elas são arredondadas, quase como

bolhas na parede, e eu não

consigo descobrir o que são. Eu

empurro minha mão decepada em um dos painéis ao

lado de uma bolha e falo em szzt.


— Computador, você pode abrir a porta para um desses? O que elas

são?

— As portas à sua frente são unidades de implantação de emergência.

— Unidades de saída?

— Eles são métodos alternativos de saída, sim. Devo preparar uma para

você? — A voz do computador soa tão agradável quanto a de volta à

superfície, apesar dos tons guturais da língua que estou falando.

Eu tenho uma ideia maluca.

— Prepare todos eles. Os painéis acendem e piscam em verde.

— Como faço para abrir?

— A unidade pode ser aberta através de um painel interno. Como alternativa,

você pode abrir um painel remotamente a partir do

painel de controle atrás na parede.

Eu me viro para a parede e, com certeza, há

um esquema intermitente de quatro

cápsulas. A escrita pisca na tela,

indicando as várias verificações do sistema.

— O que eu empurro para abrir?


O computador me dá as instruções e eu pressiono a sequência com a

mão desmembrada do guarda. Uma porta trava na frente de um dos

painéis, e eu observo enquanto ela se move para trás por um túnel,

então dispara para o ar. A luz do sol vem do lugar onde antes ficava

e eu posso ver a neve e as montanhas bem abaixo.

Rapidamente, eu uso mais duas cápsulas de fuga até restar apenas

uma. Então, eu pego minha mão e minha arma e saio para descobrir

como assumir o resto da nave.

Minha aquisição da nave acaba não sendo tão durona assim. Quando

encontro a ponte, todos os alienígenas estão

inconscientes ou mortos. Há três Pequenos

Homens Verdes esparramados no chão e mais

dois guardas, e mesmo sendo o inimigo,

não consigo encontrar em mim mesma

para colocar minha arma nas

têmporas e matá-los a sangue frio. Então eu passo ao


redor deles e tento descobrir como fazer interface com o chip que eu

contrabandeei tão cuidadosamente a bordo.

Não funciona, no entanto. Não importa o que eu faça, não consigo

descobrir como fazer com que o chip estúpido interfira, e nenhuma

quantidade de perguntas que eu faça ao computador parece ajudar.

Frustrada, eu bato os painéis com a mão sem corpo que é o meu

cartão-chave para acessar a nave.

O mundo se inclina.

Eu me seguro antes que eu possa cair no chão e olhar para o painel de

controle, alarmada. O que eu acertei que fez a nave se mover

assim? Através de um pouco de experimentação, acho que um dos

painéis é sensível ao toque e funciona como um volante. Eu inclino o

navio para baixo e, em seguida, descubro como

fazê-lo acelerar em vez de simplesmente ficar

suspenso no ar.

Então, com uma última batida dos

controles, eu o coloco em marcha.

A nave geme e avança, e eu vejo quando ela começa a

acelerar. Ela não se move muito no início, então


lentamente, ela começa a descer, seguindo um curso intensivo para

um dos picos das montanhas distantes.

Feito isso, eu pego minha arma e a levo de volta para a última cápsula

restante. Eu deslizo para o assento mesmo quando ouço o vento

assobiando e queimando. Soa como um avião batendo - exceto que

ainda estou na nave. Eu bato o painel ao meu redor, odiando que

parece que estou presa em um tubo de ensaio. Eu empurro a mão do

alienígena no painel.

— Lançamento! Vai! Vai!

— Onde você deseja ir? — Pergunta o computador. — Por favor, insira

as coordenadas.

Como se houvesse alguma pergunta onde eu quero ir.

— Leve-me de volta à superfície. — De volta ao

meu companheiro e meu novo povo.

— Por favor, insira as coordenadas ou acesse os

controles manuais.

— Hum, me dê os controles manuais,

eu acho.
Dois joysticks saem do painel de controle e eu os agarro. No momento

em que o faço, o casulo se solta e se lança para trás em alta velocidade,

e meus ouvidos estalam um porrada de vezes quando a cápsula se

lança na atmosfera, depois paira, esperando.

Eu vejo como a nave alienígena se inclina ainda mais, listando a um

lado enquanto se dirige para a montanha. Eu estremeço, esperando

pela colisão. Não parece que está se movendo tão rápido, mas

BOOOOOOM.

A montanha e a nave explodem em um inferno de fogo. Eu suspiro

pesadamente e um peso parece ter sido tirados dos meus

ombros. Esses alienígenas não vão nos incomodar novamente.

Além disso, droga. Eu sou uma durona para derrubar os

bandidos. Quem diria que a pequena e tímida Kira

tinha isso nela, não é?

Eu preciso de dois galhos para uma

maca de emergência. Ok. Eu posso fazer isso. As

instruções de Aehako passam pela minha cabeça,

repetidamente. Meu coração dispara


descontroladamente no meu peito enquanto eu corro através da neve,

procurando as finas e róseas árvores deste planeta. Kira se foi e ambos

os alienígenas estão feridos. Eles precisam da minha ajuda e eu não

posso decepcioná-los. Meus pés afundam na neve, mas eu me arrasto

para a frente por uma colina coberta no desvio, e quando vejo árvores

à distância, percebo o ritmo.

Eu tenho a faca de Haeden, já que ele está muito ferido para usá-

la. Quando chego à primeira árvore, toco na casca e estremeço,

porque parece esponjosa e úmida, apesar do frio no ar.

Não parece uma árvore dura e amadeirada. Eu não tenho ideia se isso

vai funcionar, mas vou dar uma chance. Ajoelhando-me, começo a

cortar a base da primeira árvore. A faca afunda com um ruído

estridente e a seiva escorre pela neve. Ugh. Eu enrugo meu

nariz e continuo cortando.

A neve range nas proximidades e fico de pé,

surpresa. Quase parecia como um passo.

— Olá? — Eu me viro e olho.

— Aehako?
Não há ninguém lá. Eu devo estar imaginando coisas. Ou talvez seja

um coelho. Ou… seja qual for o equivalente de coelho neste

planeta. Eu não posso ser uma estúpida e enlouquecer a cada

pequeno som, no entanto. Eu volto para a árvore e continuo cortando.

Eu ouço o barulho da neve novamente, e um momento depois, um

pesado baque. Não, não é bem um baque, um ronronar? O que na

Terra…

Algo bate na parte de trás da minha cabeça, e eu dou um passo para

a frente e caio na escuridão.

Mesmo lá, o ronronar me segue.

Não há sinal de Harlow. Maldita humana por

nos abandonar.

Estou carregando um Haeden inconsciente

em uma maca de emergência

improvisado quando um som

estridente vem de cima. Eu olho para cima e vejo como

uma mancha negra, a nave alienígena se aproximar no


horizonte. Meu coração bate no meu peito enquanto eu a assisto

rastejar pelo céu, lentamente. Está indo embora? Levando minha Kira

com ela? O medo indefeso queima uma faixa através das minhas

entranhas.

A nave voadora de formato estranho parece inclinar-se para um lado,

continuando sua lenta descida. Ela voa para cima e eu

viro, então percebo que está indo diretamente para o lado da

montanha mais próxima.

— Não!

Meu grito rouco ecoa nas planícies solitárias cobertas de neve. Isso

não impede que a nave alienígena mergulhe de cabeça na encosta

rochosa, ou o choque e explosão de fogo depois.

— KIRA! — Eu caio de joelhos em agonia.

Não, minha companheira. Minha

companheira doce e de olhos tristes. A dor

da perda é nada que eu já senti antes. Eu

sempre fui sortudo, nascido em uma

família grande e amorosa. Fomos poupados quando a

doença do khui atingiu as cavernas duramente muitos


anos atrás. Eu nunca perdi alguém que amava tão intensamente

quanto eu amava Kira.

O pensamento de continuar sem ela me abala.

Eu caio para frente e pressiono meus punhos contra a neve gelada,

tentando conter minha raiva e tristeza. Haeden precisa da minha

ajuda, embora eu não queira nada mais do que perseguir aquela preta

e fumacenta nave e encontrar vestígios da minha doce Kira. Ela estava

com medo quando ela morreu? Ferida? Um soluço duro quebra na

minha garganta.

Ela merecia algo melhor que isso.

Triste, eu olho para a forma inconsciente de Haeden. Seria fácil

simplesmente rolar de costas e esperar que meu próprio fim

viesse. Para desistir e se juntar a minha Kira na

morte. Mas Haeden está aqui, e ele precisa do

curador, e por um momento sinto uma onda

de ressentimento pelo meu amigo ferido,

que ele não me deixa me juntar a ela.

Mas isso não significa que eu não

possa chorar por ela.


Eu me sento em minhas coxas, ignorando a dor aguda da minha

ferida. Eu pego um punhado de neve e começo uma das canções de

luto, a de um companheiro. Eu não tenho cinzas para derramar sobre

os meus chifres, então deixo a neve escorrer pela minha testa, e dou a

minha companheira morta o respeito que ela merece. Eu vou ter uma

cerimônia melhor quando Haeden estiver seguro. Eu vou dar aos

meus chifres os cortes apropriados, espalhar cinzas na minha testa e

cantar músicas do nosso amor antes que eu possa continuar sem ela.

Se eu puder continuar sem ela.

Neste momento, o pensamento parece incrivelmente cruel.

Eu despejo outro punhado de neve sobre a minha testa e chifres, meus

cantos de luto cada vez mais altos. Estou tão perdido em minha dor

que não ouço o barulho ao meu redor até que uma

sombra passe por cima. Então, percebo que há

um zumbido espesso no ar, um zumbido não

muito diferente da caverna dos anciãos.

Limpo a neve dos meus olhos e vejo

como uma cápsula, a mesma cor

escura da nave alienígena, mas muito, muito menor,

pousa delicadamente na neve próxima. Há uma lufada


de ar, e então uma escotilha se abre, como um ovo quebrando. Algo é

imediatamente atirado para a neve, e o cheiro de sangue e fumaça

toca meu nariz.

Parece uma mão decepada. Uma mão alienígena laranja.

Então, uma pequena figura sai do casulo e cai de cara na neve. É um

ser humano, com cabelo castanho claro, roupas de couro rasgadas e

sujas, e os olhos mais bonitos que eu já vi.

— Aehako —, Kira engasga.

— Minha companheira —, eu rosno, subindo para os meus pés. Eu

esqueci minha ferida. Eu esqueço os rituais de luto. Eu esqueço

Haeden, deitado inconsciente por perto. Tudo o que me importa é que

minha Kira - minha linda e delicada Kira humana - está na minha

frente, viva e inteira. Eu cambaleio em direção a

ela e a levanto em meus braços, apertando-a

contra mim com tanta força que temo que vou

esmagá-la.

Eu não posso deixá-la ir embora. Ela

nunca mais vai deixar minha visão.


— Aehako —, ela soluça novamente, e sua voz é cheia de risos e

alegria, assim como lágrimas. Seus braços em volta do meu pescoço

são a coisa mais linda que eu já senti, e quando ela agarra meu rosto

e começa a pressionar beijos doces na minha boca, eu quase explodo

de alegria.

— Kira! Kira! Minha companheira! Como isso é possível? — Meus

dedos cravam em seu cabelo e antes que ela possa me responder, eu

a reivindico em um beijo áspero, minha língua procurando a dela. A

necessidade de marcá-la como minha, para levá-la antes que ela possa

ser roubada de mim mais uma vez, me domina. Eu quero devorá-la

inteira, mesmo que ela nunca mais fique longe de mim. É preciso toda

a minha força para parar de beijá-la por tempo suficiente para ela

respirar, e quando ela olha para mim com um olhar confuso e faminto

no rosto, eu a beijo de novo.

Eu vou acasalar com a boca dela por dias a fio

agora que ela está de volta em meus braços.

Não há parte de Kira que esteja a salvo

da minha língua faminta. Eu

adorarei cada pedacinho dela.


Seus gemidos ofegantes são totalmente inebriantes, e eu quero rasgar

minha tanga livre e empurrar meu pênis latejante em sua boceta

acolhedora. Eu a pressiono de volta na neve, apenas para ouvi-la

ofegar.

— Eu sinto o cheiro de sangue, Aehako...

— Não é nada, minha companheira —, digo a ela entre beijos ferozes.

— Deixe-me acasalar sua boca com a minha língua antes de acasalar

com meu pau.

Sua mão bate no meu ombro, e seu suspiro indignado ecoa no meu

ouvido um momento depois.

— Aehako! Você está sangrando!

Eu suspiro e simplesmente a abraço, abraçando-a

contra mim enquanto suas mãos frenéticas se

movem sobre o meu peito. Alguma vez um

homem sa-khui foi tão feliz? Eu acaricio o

cabelo macio de Kira e inalo seu

perfume. Nada mais importa, exceto

que minha companheira está viva.


— Você está ferido! — Seu grito de surpresa alto em meus ouvidos.

— Aehako, pare! Deixe-me olhar para você!

Não consigo parar de sorrir, não consigo parar de tocá-la.

— Minhas feridas não importam, Olhos tristes. Onde você

esteve? Como você escapou?

— Suas feridas são importantes para mim —, ela se agita, e é bom ter

as mãos pequenas da minha companheira puxando minha roupa,

determinada a cuidar de mim.

Eu poderia morrer feliz neste momento.

Enquanto ela tira minha túnica de mim e amarra minha ferida, ela me

diz como escapou da nave. Seus olhos estão preocupados quando ela

pressiona um pedaço grosso de couro na minha

ferida. — Eu matei todos eles, Aehako. Eu nem

sinto muito sobre isso. Eu continuo pensando

no que teria acontecido se voltássemos

com eles. Eu não podia deixar isso

acontecer.
— Você protegeu seu povo, tão ferozmente como qualquer chefe —,

digo a ela, acariciando sua bochecha.

— Estou orgulhoso de você.

Orgulhoso, e tão completamente fora de mim de alegria que ela está

viva.

— Eu continuo dizendo a mim mesma que talvez eu deveria ter

negociado mais —, diz ela em uma voz suave, envolvendo uma longa

faixa de roupas rasgadas em volta do meu peito.

— Que talvez eles tivessem escutado a razão e nos deixado aqui. Mas

eu não poderia arriscar.

Não digo nada. Está claro que ela está trabalhando nisso

sozinha. Tudo o que posso fazer é apoiá-la e amá-la -

duas tarefas fáceis.

— E eu apenas pensei... —, seus pensamentos

param e ela olha em volta, depois de volta

para mim.

— Onde está Harlow?


— Eu não sei —, eu digo, incapaz de parar a irritação de inundar

minha voz.

— Abandonou-nos e fugiu como uma covarde.

A sobrancelha de Kira franze a testa. Eu não achava que Harlow fosse

uma covarde. Eu me pergunto o que aconteceu?

— Ela saiu para pegar os galhos para a maca de emergência e não

voltou mais. Ela correu pelas colinas buscando segurança de seus

alienígenas. Ela é tola e causou sua própria morte, e possivelmente a

de Haeden. — Eu me forço a levantar, embora eu não queira nada

mais do que ficar aqui, sentado na neve com minha companheira

enquanto ela se agita sobre mim.

— Devemos levá-lo ao curador e logo. Não sei se ele vai durar mais

uma noite.

Os olhos de Kira estão arregalados.

— Mas Harlow...

— Temos de escolher —, eu digo

gentilmente. — Podemos esperar aqui e

esperar que ela volte e Haeden quase certamente


morrerá. Ou podemos deixá-la em seu destino e levar Haeden para

ser curado.

Deixo a escolha para ela. Não é uma escolha minha, porque nunca

poderei escolher a volúvel e inconstante Harlow sobre o homem com

quem cresci e a quem considero irmão.

O olhar de Kira se move para a maca de emergência e depois volta

para mim.

— Claro que não podemos ficar —, diz ela, sua voz suave com

tristeza.

— Eu só pensei ... — ela balança a cabeça.

— Eu acho que isso não importa. Pobre Harlow. Espero que ela possa

encontrar o caminho de volta para as cavernas em

algum momento. — Ela se levanta e, em seguida,

pressiona a mão para minhas ataduras

enquanto me levanto.

— Vamos pegar Haeden e o levar de

volta em segurança. Se ele morrer,

vou me culpar.
— Então não vamos deixá-lo morrer —, digo-lhe em uma voz firme.

O retorno para as cavernas é brutal. Eu me preocupo com Harlow,

que desapareceu. Ela é tão reservada, no entanto, eu não sei se ela está

bem e apenas se escondendo, ou se alguma outra coisa deu muito

errado. Aehako está ferido e Haeden está à beira da morte, então não

há tempo para esperar e ver se ela vai voltar. Nós carregamos Haeden

na maca de emergência e o puxamos pela neve.

Pela primeira vez, o tempo nos abraça, e o dia se transforma em noite

com céu limpo e nem um pouco de neve. Nós não paramos nem

quando o sol se põe. Nós caminhamos a noite toda, caminhando

incessantemente de volta para as cavernas tribais.

Aehako esta mais fraco do que ele tenta mostrar;

ele tem que fazer pausas e descansar várias

vezes. Eu pego as pontas da maca de

emergência dele e o arrasto por um

tempo para ajudar, embora minha

força não seja nem metade dele. Ele beija o topo da


minha cabeça e murmura palavras de agradecimento pelos meus

esforços.

É uma noite longa e miserável. Eu faço isso simplesmente me

concentrando em colocar um pé na frente do outro. Enquanto estiver

com Aehako, isso não importa. Nada importa. Eu gostaria de poder

segurar sua mão, mas quando ele não tem os bastões da maca, eu

faço. Então eu apenas enfio minhas mãos no meu manto de pele e

imagino como será a vida quando voltarmos para as cavernas.

Porque eu estou indo morar com Aehako. Ele é meu e eu não estou

mais esperando para reivindicá-lo, khui ou não.

Finalmente, o sol nasce. Meus pés parecem pesados e frios como gelo,

mas quando paramos para verificar Haeden, posso dizer que Aehako

está preocupado com ele. Ele não precisa dizer

nada; É óbvio que Haeden pode não voltar para

as cavernas. Eu amarro sua ferida mais

apertada, tiro meu manto de pele e envolvo

em torno de seu corpo inconsciente, e

então continuamos.

Estou completamente entorpecida de exaustão

quando ouço um grito estridente. Soa um pouco como


um pássaro. Eu olho para Aehako e seu rosto se ilumina com

alegria. Ele coloca uma mão na boca e repete o grito, acrescentando

um estridente yi-yi-yi no final.

— Caçadores —, ele me diz.

— Raahosh está próximo. Eles vão nos ajudar.

— Oh, bom —, eu respiro. Neste momento, eu pegaria um carona nas

costas todo o caminho para casa se fosse oferecido.

— Lá —, diz Aehako, e aponta para um aumento. Dois corpos

cobertos de pele estão correndo em nossa direção, um usando

raquetes de neve e um manto de pele grossa, o outro vestido com

couros simples e uma tanga. Um chifre se ergue da cabeça, onde

deveria haver dois.

Com certeza, é Raahosh e Liz.

— Marco —, Liz chama, rindo quando se

aproximam.

Eu quero rir da piada dela, mas estou

muito cansada. Eu me inclino contra o

braço de Aehako enquanto esperamos por eles. Eu


poderia dormir de pé agora. Na verdade, acho que não durmo há

muito tempo.

— Ei, moça, você deveria dizer 'Polo'— , diz Liz, pulando para nós

antes de jogar seus braços em minha volta. Então, ela pisca, dá uma

olhada no meu rosto pálido e na maca de emergência, e depois no

Aehako.

— O que está errado? O que diabos aconteceu?

— Nós estávamos voltando para as cavernas porque vimos a nave

alienígena —, Raahosh diz em uma voz sombria.

— Sim, mas saiu de novo, então eu pensei que tudo estava bem —,

diz Liz.

— Não foi embora —, digo a ela. — Eu a fiz bater no

lado da montanha.

— Podemos dizer-lhe no caminho de volta —

, interrompe Aehako.

— Mas devemos levar Haeden ao

curador antes que seja tarde demais.


Os olhos de Raahosh se estreitam e ele se move para a maca de

emergência, arrancando minha capa de pele e descobrindo-o. Um

momento depois, ele se levanta, substitui o cobertor e pega

os bastões de Aehako.

— Eu irei correr até lá. Fique com as mulheres.

Aehako dá um tapinha no ombro dele agradecido, e nós observamos

enquanto Raahosh decola como um louco, puxando a maca de

emergência atrás dele com uma velocidade e energia que me deixam

exausta de assistir.

— Você está bem, Kira? — Liz pergunta.

— Você parece pronta para desmaiar.

— Eu estou bem —, eu asseguro a ela, apesar de uma

onda de instabilidade em meus pés.

— Eu me ofereceria para carregar você, mas

meus músculos são meio insignificantes —

, diz ela, flexionando um braço. Ela

ajusta o arco, pendurada nas costas.

— Mas estou feliz em dar-lhe um ombro para se apoiar

se você precisar.
— Não há necessidade —, interrompe Aehako, e no momento

seguinte, ele me pega em seus braços.

— Você está ferido —, eu protesto.

— Você não pode me carregar. — Eu tento deslizar para fora do seu

aperto, mas Aehako só me segura mais apertado.

— Vocês estão bem? — Liz pergunta, preocupada.

— Eu estou bem. E você não pesa nada, Kira —, ele diz, e então

acaricia minha garganta.

— É minha honra e prazer levar minha companheira.

— Oh meu Deus.

Liz chora e bate a mão na boca.

— Vocês dois vibraram? Mesmo?

Eu balancei minha cabeça, mas Aehako

interrompe.

— Nenhuma vibração. Nós

escolhemos um ao outro.
— Ahh, isso é romântico, eu acho —, diz Liz, e há uma ruga na testa

como se ela não tivesse certeza se deveria estar feliz por nós ou

não. Eu sei o que ela está pensando - o que acontece se um de nós

vibrar para outra pessoa?

Então eu a distraio quando começamos a caminhar, seguindo pelo

caminho que Raahosh cortou pela neve.

— Você não viu Harlow, não é? — Eu pergunto a ela.

— Ela fazia parte do nosso grupo e fugiu, e não podemos encontrá-la

em qualquer lugar.

— Eita, eu sinto que estou perdendo uma grande parte da história

aqui —, diz Liz.

— Alguém quer me contar sobre o acidente da nave

alienígena, feridas e uma pessoa desaparecida?

Nós fazemos, e demora um pouco para contar

tudo. Quando a história termina, estamos

entrando na boca da caverna, eu nos

braços de Aehako, e os colegas de

tribo preocupados nos cercam. Eu posso praticamente


sentir o amor e a preocupação no ar, e é uma sensação boa. Pela

primeira vez, não me sinto como uma estranha solitária.

Talvez seja porque quando Aehako me coloca no chão, mas se recusa

a soltar a minha mão e me mantém ao seu lado. Eu gosto disso.

Raahosh retorna alguns momentos depois e coloca um braço em volta

da cintura de Liz, possessivo. Ele acena para Aehako.

— Haeden está com o curador.

— Estou feliz que você tenha nos encontrado naquela hora.

— Você precisa do curador também —, eu indico.

— Você tem uma ferida.

— Silêncio —, diz Aehako, e pressiona um beijo em cima da minha

cabeça.

— Minha mãe vai embalar com ervas e isso vai

me segurar até que o curador esteja

pronto. Venha. Devemos dizer a ela que

ela tem uma filha. Ela sempre quis

uma.

Liz ri maliciosamente.
— Oh garota —, conhecendo os sogros. Divirta-se com isso.

Eu olhei para ela, mas eu não protesto quando Aehako me leva mais

fundo nas cavernas. Sua ferida está em primeiro lugar em minha

mente, não se sua mãe gosta ou não de mim.

— Tem certeza que você está bem? Eu pergunto, apertando sua mão.

— Eu estarei bem. Não quero distrair Maylak da cura que está

fazendo em Haeden. Ele precisa de toda a atenção dela. — Suas

sobrancelhas franzem de preocupação e ele lança um olhar para a

caverna da curandeira.

— Se ele não viver ...

— Ele vai —, eu tranquilizo. E quando ele hesita, eu levo-o

gentilmente de volta para sua própria caverna.

— Cuide-se primeiro, então você pode ver

como ele está.

Ele acena e me puxa junto. Eu passo por

Tiffany e Josie, que tem um olhar

preocupado em seus rostos. A perda de

Harlow é uma das que ainda não estou pronta para

falar. Eu nem tenho certeza se posso lamentar. Apenas


não parece real ainda. Como podemos ter perdido uma humana? Já

há muito poucos de nós.

— Meu filho —, uma mulher idosa chora, e vejo Sevvah sair de sua

caverna, estendendo os braços para um abraço.

— O que é isso que eu ouço sobre uma ferida?

— Não é nada, mãe —, diz Aehako, e seu sorriso habitual ressurge.

— Você se preocupa muito.

— E você não se preocupa o suficiente —, ela se agita, abraçando-o.

Minha mão desliza da dele quando ele anda para os braços de sua

mãe, e eu permaneço para trás, me sentindo um pouco tímida. Eu

conversei com Sevvah muitas vezes antes. Ela é pequena e eu gosto

dela. Ela é adorável, com tranças cinzas em volta

de seus chifres e o mesmo azul pálido que seu

filho é. Ela parece real e há linhas nas bordas

de seus olhos do riso, o que é bom. Eu não

deveria me sentir estranha em entrar e

sentar-me enquanto ela leva seu filho

para a caverna deles. Quero dizer, ela me convidou

para o chá antes.


É só que a última vez que fui apenas uma das muitas humanas, não

uma nora. Uma nora que nunca vibrará.

Eu engulo em seco.

— Onde você está ferido? — Sevvah se agita.

— Oshen, traga meus sacos de erva. Sessah, vá embora. Vá brincar

com Farli.

Enquanto eu permaneço na boca de sua caverna, Sessah - um garoto

que não pode ter mais de dez anos de idade - sai da caverna, rindo. Eu

sempre esqueço que Aehako tem um irmão muito mais novo. Eu sei

que ele tem um mais velho chamado Rokan, mas a visão do corpo

magro de Sessah e chifres como búzios me faz sentir um tipo curiosa

de desejo. É assim que os filhos de Aehako se pareceriam?

Uma cauda bate na borda da minha visão e

enquanto eu assisto, Asha passeia pela caverna

de Sevvah como se ela fosse dona. Eu vejo

como a mulher sedutora se aproxima de

Aehako, e coloca um braço em torno

de suas costas.

Para seu crédito, Aehako recua e olha para mim.


— Kira?

Eu mordo meu lábio e entro, embora eu me sinta uma intrusa. Sevvah

está me dando um olhar curioso e Asha está atirando em mim com

seu olhar azul. Oh céus. Eu realmente não sou boa com confrontos, e

isso parece um confronto.

Irônico que eu ignorei os alienígenas sem um pingo de ansiedade,

mas me aproximando do homem que me ama enquanto sua ex-

namorada tenta deslizar no meu território? Enquanto sua mãe

observa? Isto é difícil.

Humildemente, eu passo ao lado de Aehako e entrelaço meus dedos

com os dele novamente.

— Segure isso? — Sevvah pergunta, e me entrega uma pequena tigela

de ossos cheia de ervas e o que parece ser

penugem.

— Agora, Aehako, me diga que tipo de

coisas você tem feito, seu impertinente.

— A voz de sua mãe é amorosa , o

tom carinhoso de uma mulher que sabe o quanto seu

filho pode ter problemas.


— Você sentiu minha falta?

Asha pergunta, abrindo caminho para o outro lado de Aehako como

se eu não estivesse lá.

Ele franze a testa para ela e balança a cabeça.

— Eu não...

Enquanto eu assisto, a mão dela desliza para a cauda dele e ela agarra

na base. Eu suspiro, porque isso parece incrivelmente sexual.

Como essa cadela se atreve a tocar o meu homem?

Minha mão deixa a de Aehako e antes que eu possa parar para pensar

no que estou fazendo, eu empurro sua mão para longe dele.

— Pare de tocar no meu companheiro!

As palavras saem antes que eu possa detê-las, e

todos na caverna olham para nós. O pai de

Aehako, Oshen, sua mãe Sevvah, Asha -

todos olham para mim como se tivesse

crescido uma outra cabeça em mim.

Então, Sevvah ofega e um sorriso aparece no rosto

dela.
— Meu filho! Você vibrou? E para uma humana, tão adorável! — Ela

sorri para mim com um calor matronal.

— Sem vibração, mãe —, diz Aehako, e me puxa contra o seu lado,

cuidadosamente me afastando de uma Asha boquiaberta.

— Eu a escolhi como minha companheira, e ela escolheu ser minha.

Eu espero que Sevvah questione isso, mas ela apenas sorri.

— Igualmente maravilhoso. — Ela puxa os cadarços da túnica de

couro de Aehako, mas está claro que não vai sair assim.

Eu saio do abraço de Aehako. — Tire sua camisa para que sua mãe

possa ver a ferida.

Ele tira a roupa e, em seguida, entrega a túnica para mim com uma

piscadela.

— Não voltou nem a uma hora e

minha companheira já esta me

despindo. Você entende por que eu a

tomei como minha mulher? Ela é

exigente.

Eu coro.
Asha ainda está de pé lá, e eu dou uma olhada para ela. Ela está

congelada no lugar, uma expressão ilegível em seu rosto. É claro que

ela não pertence aqui, e também está claro que ela não está fazendo

nenhuma tentativa para sair. Isto é constrangedor. Eu me sinto mal

por ela. Eu sei que ela está se jogando em Aehako, mas é claro que ela

é infeliz, tudo graças a um khui que escolheu outra pessoa.

Seu olhar passa para mim e eu ofereço a ela um sorriso hesitante.

Ela franze a testa para mim e foge.

Lá se foi a simpatia.

Sevvah sacode a cabeça e pega um punhado de ervas lanosas da tigela

que estou segurando.

— Aquela tem uma cabeça dura. Talvez agora que

você tenha tomado uma companheira, ela vai

tirar da cabeça que vocês deveriam ficar

juntos.

— Pode-se esperar —, diz Aehako

secamente. Ele assobia quando

Sevvah pressiona as ervas contra a ferida.

— Isso deve ser costurado —, Sevvah diz a ele.


— Maylak pode consertar isso.

— Maylak estará exausta tentando salvar Haeden —, insiste Sevvah.

— Eu não vou deixar você sangrando enquanto espera que ela se

recupere. Você tem uma companheira bonita para levar para suas

cobertas. A última coisa que você quer é passar o seu tempo gemendo

de dor.

— Não quando eu prefiro gastar o tempo apenas gemendo, hein? —

Aehako brinca.

Oh meu Deus, eu não posso acreditar que ele fez aquela piada com

sua mãe. Eu olho para ele, horrorizado e incapaz de rir.

Como se ela pudesse ler meus pensamentos, Sevvah revira os olhos,

bate na bochecha dele com a mão e diz:

— Comporte-se, seu idiota.

Uma risadinha me escapa, e Sevvah me dá

um sorriso. Talvez a coisa toda de sogra

não seja tão ruim assim.

— Então —, Sevvah diz enquanto fura

um pedaço grosso de cordão. Quando ela puxa um


banquinho, seu marido, Oshen, retira uma tigela de uma prateleira

sobre a fogueira e leva-a para a frente com as mãos enluvadas. Água

quente. Ele coloca-o nas proximidades e Sevvah mergulha um pouco

de couro nele, em seguida, enxuga nas bordas da ferida profunda de

Aehako.

— Onde você e sua nova companheira vão ficar?

— O que, você não nos quer aqui, mãe? Estou ferido.

Meus olhos se arregalam. Compartilhando uma caverna com a

grande família de Aehako? E tentando fazer sexo enquanto faz

isso? A ideia é impensável. Mas não há outro lugar para ir também, e

Harlow - e qualquer esperança de um lapidário - se foi. Isso é algo que

eu nem sequer considerei, e eu dou um olhar preocupado para

Aehako. Ele realmente quer que a gente viva aqui?

Mas mesmo quando olho, ele pisca.

Sevvah bufa. — A última coisa que um par

jovem acasalado precisa são dois velhos

e dois garotos se aconchegarem nas

cobertas próximas. Sua companheira vai querer mais

privacidade do que isso. — Ela enxuga a ferida dele

novamente, então olha para mim.


— Como há tantos pares recém-acasalados, fala-se em abrir as

cavernas ao sul para o inverno e dividir as tribos.

— Então nós vamos para lá —, diz Aehako, estremecendo enquanto

sua mãe cuida dele. — Kira e eu definitivamente precisamos do nosso

próprio espaço.

— Ela é barulhenta, não é?

— A mais barulhenta —, diz Aehako com orgulho.

Eu vou morrer de vergonha.

Eu devo ter adormecido em algum momento,

porque a próxima coisa que eu sei é que

Aehako está beijando minha testa e me

colocando na cama. Eu deveria levantar,

mas é tão quente e seguro e eu estou

enrolada ao lado dele, então eu

apenas me aconchego mais perto e volto a dormir.

É o paraíso, puro e simples.


Eu acordo em algum momento porque sinto que alguém está me

encarando. Eu aperto um olho aberto e Sessah - irmão muito mais

novo de Aehako - está olhando para mim. Sinto-me um pouco

desajeitada e tímida sob a sua análise.

— Bom dia —, eu digo em sua língua, desde que eu sei agora. As

palavras parecem fluidas na minha língua, e percebo que é a primeira

vez que posso dizer mais do que apenas “ oi” para os mais novos, que

não foram até a nave dos idosos para o tradutor de línguas. Eu decido

me mostrar um pouco.

— Estou dormindo engraçado? É por isso que você está olhando?

— Você é a companheira de Aehako?

— Eu sou.

— Mas você não vibrou. Como você pode ser

companheira?

Oh garoto. Eu vou ter que explicar os

pássaros e as abelhas para esse garoto?

— Bem, ah, às vezes, quando duas

pessoas se amam muito, elas querem ficar juntas o


tempo todo, apesar do fato de não poderem ter um bebê.

Ele enruga o nariz com o pensamento.

— Isso significa que você está se mudando para a nossa caverna? Já

está lotada.

— Eu não sei. Hum, seu irmão Aehako está por perto?

— Ele está com o chefe.

— Obrigado —, murmuro, e endireito minhas roupas antes de sair da

cama. Eu ainda estou vestida, graças a Deus, mas meus couros

cheiram a fumaça e suor e eu meio que gostaria de ter outra coisa que

eu pudesse mudar. Roupas tem sido um prêmio com doze novas

pessoas para cuidar, no entanto. Talvez alguém tenha extras que eu

possa trocar. Eu deslizo para fora das peles, olhando

em volta. Eu ainda estou na aconchegante

caverna do Sevvah, embora essa parte tenha

sido seccionada com um afloramento

rochoso estratégico e uma grande cesta

tecida para dar a ilusão de

privacidade. Perto dali, ainda posso ouvir a respiração

pesada de outra pessoa dormindo e o murmúrio baixo

da voz de Sevvah por perto.


Sessah está certo. A caverna é definitivamente pequena e cheia. Sou

grata pela cama, é claro, mas acho que meu apartamento loft na Terra

que parecia tão pequeno há dois meses e agora parece um luxo

incomparável. Quando os bebês chegarem aqui, nós estaremos

caindo um sobre o outro com a aglomeração.

Eu… suponho que isso não será um problema para mim e Aehako. Eu

sinto uma pontada de culpa pelo pensamento. Foi sua escolha me

acasalar apesar de conhecer minhas falhas, então não posso me

preocupar com isso. Digo isso a mim mesmo enquanto deslizo em

botas macias, dou um tapinha na cabeça de Sessah e, em seguida, saio

da caverna particular para o interior principal das cavernas tribais.

Eu bocejo enquanto saio para a área principal e percebo ... Eu dormi

muito bem. Pela primeira vez no que parece uma

eternidade, eu dormi sem ouvir por acaso todos

fazendo sexo, os sussurros captados pelo

tradutor, tudo. Não é de admirar que eu me

sinta tão revigorada. Mesmo agora, a

caverna está lotada, mas não

sobrecarregada de vozes. Em vez disso, é como um

murmúrio baixo e agradável de conversa.


Isso é incrível.

Claro, uma pequena desvantagem é que eu não tenho idéia de onde

está meu companheiro agora. Não consigo acompanhar o som da voz

dele através do tradutor. Vou ter que caçá-lo à moda antiga.

Perto dali, Tiffany e Josie estão raspando peles esticadas em

quadros. Josie dá um grito feliz ao me ver e acena seus braços cobertos

de sangue. — Eu abraçaria você, garota, mas eu estou nojenta! Estou

tão feliz por você estar de volta!

Tiffany é a mais reservada das duas, e ela apenas sorri para mim.

— Estou feliz por estar de volta também. — Eu esfrego meu lóbulo da

orelha. — Eu me sinto muito melhor sem o tradutor.

Eu me pergunto o quanto eles sabem sobre o retorno da

nave e querendo nos pegar de novo, ou se isso

está sendo mantido em segredo.

— Eu quase não reconheci você —, diz

Josie em uma voz ensolarada, em

seguida, volta a raspar sua pele.

— Talvez eu deva verificar a velha nave-mãe e ver se

ela faz implantes mamários. Estou me sentindo muito


inadequada com as damas sa-khui. Ela sacode o pequeno peito para

trás e para a frente, tentando fazer o pouco que tem de balançar.

— Oh, pare com isso —, Tiffany diz e cutuca Josie com um cotovelo.

— Sério. Ninguém vai lhe dar implantes porque você é uma garota

branca e magra.

Josie estende a língua, e Tiffany retorna o gesto antes de ambos

começarem a rir. Sim ... estou pensando que elas não foram

informadas sobre a nave. Elas estão inteiramente... felizes. Eu faço um

gesto na entrada da caverna do chefe.

— Vektal está lá?

Tiffany se inclina para olhar a entrada da caverna.

— Acho que não? Eu pensei tê-lo visto sair com

alguns dos outros antes. Você pode checar com

os caçadores se ele não está nas cobertas com

Georgie. Ela pisca. Oh sim. A última coisa

que quero fazer é me deparar com eles

fazendo sexo. Deus sabe que já ouvi

o suficiente.
— Hum, talvez eu verifique com os caçadores primeiro.

— Boa ideia, Josie gargalha.

— Eu vi mais do que queria, uma vez.

— Essas pessoas precisam de algumas malditas campainhas —, diz

Tiffany, balançando a cabeça.

Eu não posso discordar disso. Dou a eles abraços impulsivos, com um

braço só, em volta dos ombros, que eles não conseguem devolver por

causa das mãos, e depois saio para encontrar Aehako e o chefe.

Marlene está cuidando de uma pequena fogueira onde a comida

humana cozida é preparada, e me oferece um bolo de raiz - não muito

diferente de um bolo marrom - para o café da manhã. Eu mordisco

enquanto ando. Se houvesse algum café por aqui, eu diria que esta

caverna era absolutamente aconchegante.

Eu encontro Aehako e Vektal conversando

perto da entrada da caverna. Eles estão em

ascensão, longe o suficiente para não

serem ouvidos. Georgie agacha-se

perto da neve, arquejando quando Vektal acaricia seu

cabelo.
Eu encho meu bolo de raiz na minha boca e mastigo rapidamente.

Provavelmente, uma má idéia para comer perto de uma mulher

grávida com enjôo matinal. Pobre Georgie. Ela está vomitando desde

que engravidou.

Claro, eu gostaria de trocar de lugar com ela. Eu vomitaria todos os

dias durante três anos seguidos se isso significasse que eu poderia ter

o filho de Aehako.

Meu companheiro olha para aquele momento e me vê se

aproximando, e um sorriso cruza seu rosto largo. Eu me aqueço no

calor de sua aprovação, tão feliz que eu poderia estourar. Os

alienígenas sumiram, meu tradutor foi removido e eu tenho o amor

de um alien delicioso e sexy. É tão difícil ser eu.

Aehako me beija na boca enquanto eu me movo

para o lado dele e então desliza no canto do

meu lábio.

— Você tem gordura no seu rosto.

Eu esfrego minha bochecha,

corando.
— Eu estava tentando comer rápido, para eu não incomodar Georgie.

— Eu olho para a minha companheira humana com simpatia.

— Como você está hoje?

— Nada mal, na verdade —, diz ela, e se levanta, limpando a própria

boca. Ela parece pálida e cansada, mas dá a Vektal um pequeno

sorriso de agradecimento quando ele lhe entrega um odre de

água. Ela enxagua a boca e depois cospe para o lado.

Vektal me estuda, braços cruzados. Sua cauda sacode uma vez.

— Eu não reconheci você sem a sua concha —, diz ele, e aponta para

um ouvido.

— Eu consegui remover o tradutor —, digo a ele, sentindo-me

desconfortável. Eu sou verdadeiramente tão

esquecível? Mas enquanto eu observo, seu olhar

devora Georgie, e meus sentimentos feridos se

dissipam. Eu provavelmente sou apenas

outra humana para ele, quando Georgie

é a única que importa. É claro que

Vektal é obcecado e totalmente apaixonado por sua

companheira humana. Eu acho bonito, mesmo que ele

ainda me intimide um pouco.


Georgie se inclina contra Vektal e seu braço passa pela cintura dela.

— Que bom que você chegou —, diz ela.

— Nós estávamos apenas discutindo as coisas.

— Como está Haeden? — Eu pergunto.

— Recuperando —, diz Aehako. Ele pega minha mão na sua e

entrelaça seus dedos com os meus.

— Maylak se esgotou trabalhando para curá-lo, então eu ficarei ferido

por mais algum tempo. — Ele dá um tapinha no abdômen, no local

enfaixado.

— Eu acho que você terá que ser gentil comigo nas cobertas, meus

olhos tristes.

Eu vejo que o sedutor Aehako está de volta com

força total. Eu bufo e ignoro suas palavras

abertas.

— E Harlow? Algum sinal dela?

Georgie sacode a cabeça.

— Eu odeio que ela esteja completamente

desaparecida. Algo sobre isso fede. Ela não me pareceu


o tipo de brincar com sua vida de forma imprudente. — Então, ela

está em silêncio de novo, e eu sei que nós dois estamos pensando em

Dominique. Dominique foi outra ruiva que foi capturada e jogada no

porão com Georgie e eu na espaçonave alienígena. Os guardas a

estupraram e isso quebrou alguma coisa na mente de Dominique. Ela

sobreviveu ao acidente, mas no momento em que teve a chance,

correu para a neve gelada vestindo apenas uma camisola. Ela

congelou até a morte.

A perda dela continua nos atingindo com força, mesmo depois de

tudo que passamos.

— Harlow é inteligente —, eu ofereço, pensando em sua mente rápida

enquanto ela juntava peças para o cortador de pedras.

— Talvez ela encontre o caminho de volta.

— Acho que devemos enviar caçadores atrás

dela —, diz Georgie.

Vektal balança a cabeça.

— A estação brutal está chegando

rápido, e nós temos doze

— Onze, Georgie discretamente corrige.


— Onze novas bocas para alimentar. E várias delas estão tendo

filhotes. Nós devemos pensar no bem de toda a tribo, e os caçadores

são necessários a cada momento livre. Se eles não estão saindo para

caçar comida, não podemos sobrecarregá-los. Ele toca seu estômago.

— Eu não vou colocar você e nosso filhote, ou todas as outras novas

vidas que estão para nascer - em perigo por uma garota humana tola.

Eu não gosto da sua resposta, mas quando olho para Aehako, ele está

concordando. Eles sabem o tempo deste lugar melhor do que nós. Se

eles estão preocupados em não ter comida suficiente para o inverno,

então precisamos nos preocupar também, suponho.

Também posso dizer que Georgie não está feliz, mas ela me lança um

olhar impotente.

— Ela vai aparecer — eu digo, determinada.

Nós discutimos a segunda espaçonave e sua

morte. Georgie concorda com Vektal sobre

isso - eles não querem contar aos

outros. Ninguém além de nós - e Liz

e Raahosh, que estavam caçando e viram a nave -

saberão disso. Georgie não quer que os outros entrem

em pânico, não quando estão apenas se acomodando.


— E se eles estão todos mortos, não há nada para se preocupar, certo?

Ela me dá um aceno determinado.

— Certo. O que significa que devemos falar sobre a divisão da tribo.

— Divisão?

Eu olho para Aehako, preocupada.

Ele concorda.

— Quando éramos jovens, nossas cavernas transbordavam e

tínhamos uma segunda caverna ao sul que também era cheia de

famílias. A doença do khui levou tantas vidas que todos nós nos

mudamos para esse sistema de cavernas, mas com as novas famílias,

sugeri a Vektal que as reabríssemos.

— Só porque você não quer dividir uma caverna

com outro casal.

Brinca Vektal.

— Você é como eu e quer sua

companheira só para você.

Aehako dá seu chefe um sorriso preguiçoso.


— Isso é tão ruim assim? Quero ser capaz de acasalar minha fêmea

sem a preocupação de que Asha apareça e exija se juntar a ela?

Eu faço um som chocado.

— Hum, eu voto para uma nova caverna também.

A idéia de Asha assistir - muito menos tentar entrar - é totalmente

horripilante.

Georgie ri.

— Você deveria ver seu rosto, Kira. Meu Deus.

— Se houver uma nova caverna, todos as humanas devem

permanecer com o curador.

— Isso é justo para os outros? Eu pergunto. A última coisa que quero

é ter o resto da tribo fique ressentida conosco.

— As humanas estão carregando filhotes —,

argumenta Vektal.

— Se elas ainda não estão, elas

estarão. Elas precisam estar com o

curador.

Eu permaneço em silêncio.
— Eu concordo com Kira —, diz Aehako.

— Uma caverna cheia de caçadores idosos e solteiros só produzirá

dissidência. É mais justo dividir a tribo de maneira uniforme.

— Nós só temos um curador —, rosna Vektal.

— Ela vai ficar com Georgie.

— Acalme-se, Vektal —, Georgie bate no seu companheiro em seu

grande braço.

— Tenho certeza de que as coisas podem ser divididas de maneira

justa para todos. E se mandarmos os humanos solteiros para a nova

caverna e mantermos as grávidas aqui?

— E Raahosh e Liz? —Eu pergunto.

— Sua punição permanece —, declara Vektal.

— Eles continuarão caçando até que Liz esteja

muito pesada para fazer isso. Mas eles

podem se aproximar de nós quando

chegar a hora de Liz ter seu filhote.

— Então, quem estará no comando da nova caverna?

— Pergunta Aehako. Sua mão aperta a minha.


Por um momento, Vektal parece perplexo.

— Eu ia mandar você, mas agora que você se acasalou, isso representa

um problema. Kira precisará ficar perto do curandeiro.

Eu mordo meu lábio. Eu acho que é hora de falar.

— Na verdade. Eu não vibrei. Eu sou estéril.

O rosto de Georgie suaviza enquanto Vektal parece confuso.

— Ela não pode ter filhos. Nós escolhemos o nosso acasalamento —,

declara Aehako, e me abraça contra ele.

— Não haverá filhos, mas isso não importa. Tudo o que importa é que

ela é minha e eu sou dela.

Sua declaração me deixa emocionada.

— E se houver vibração para outra depois? —

Vektal pergunta.

— Então, vamos lidar com isso quando

acontecer —, diz Aehako.

— Até esse dia chegar - se algum dia

vier, eu pertenço a Kira, e ela pertence a mim.


Vektal acena e nos dá um olhar de compreensão.

— Eu teria feito o mesmo por Georgie, se ela não tivesse vibrado por

mim.

Demora dois dias e noites inteiros antes de podermos ir e visitar o

outro sistema de cavernas. Kira passou a chamá-los de cavernas do

sul, e o nome também ficou comigo. Nós não dissemos nada para os

outros. Se eu quiser ser o líder desse pequeno fragmento da tribo,

quero que tudo seja decidido e esculpido em pedra antes que alguém

seja movido. Uma vez que estamos nos meses brutais, as visitas entre

as cavernas serão poucas e distantes entre si.

Equilibrar as tribos é uma questão delicada e que

leva muitos dias de discussão entre eu e

Vektal, e incluímos nossas companheiras, que

são as vozes da razão quando se trata das

mulheres humanas. Se não

equilibrarmos as coisas com

perfeição, aqueles que se mudarem para as cavernas

do sul se sentirão abandonados e inúteis. Mas se


levarmos o nosso mais forte para as cavernas do sul, então

prejudicamos a caverna da tribo.

Para trás e para frente, discutimos sobre quem deveria ficar e quem

deveria ir. Os planos mudam a cada hora, até que eu estou a ponto de

arrancar o cabelo se Vektal bater o pé e disser não às minhas sugestões

mais uma vez.

Ele é o chefe, e ele é meu amigo, mas também é incrivelmente

teimoso. Uma dor no rabo, como diz Kira.

Eu sou temperamental, eu mesmo. Haeden ainda está se recuperando

e Maylak, que está grávida e deve ter cuidado com sua própria saúde,

não teve tempo para minha ferida. Dói-me, mas não tanto quanto ser

incapaz de dormir com minha Kira e não a acaricia-la.

Ela não tem que me dizer que ela está

desconfortável dormindo na caverna com a

minha família em sua volta. É evidente na

rigidez do corpo dela enquanto nos

despirmos para dormir. Ou pelo

menos eu me despir para dormir.

Kira simplesmente tira os sapatos e se deita,

completamente vestida e se contorcendo a cada


pequeno som. Todo soluço que Sessah faz, todo suspiro que meu

irmão Rokan faz em seu sono, cada murmúrio de meu pai e minha

mãe enquanto eles acasalam - Kira ouve tudo isso, e está claro que ela

está incomodada.

Não haverá acasalamento até que tenhamos nossa própria caverna e

privacidade.

Muito bem então. Eu só vou ter que apressar as coisas. Minha

necessidade de reivindicar minha Kira novamente substitui tudo. Eu

tenho fome de provar sua doçura na minha língua, acasalar sua boca

com a minha, afundar meu pau profundamente em sua boceta e ouvi-

la gemer de prazer.

São esses pensamentos que me levam a sugerir uma viagem às

Cavernas do Sul na manhã seguinte. Kira está

mordiscando um dos bolos de raiz que ela e as

mulheres humanas parecem gostar tanto e

conversando com as outras junto ao

fogo. Vektal está relaxando na piscina

enquanto Georgie trança seu cabelo

em mil tranças minúsculas que ficam em linha reta em

torno de seus chifres e parecem um ninho


estranho. Todo mundo está relaxado e se divertindo antes de começar

o dia - um momento perfeito para fugir com minha Kira.

Quando ela termina de comer, eu a puxo de lado.

— Venha comigo hoje.

Ela limpou as mãos e assentiu.

— Onde estamos indo?

— Para ver as Cavernas do Sul. Eu quero dar uma olhada em quantas

cavernas nós temos e suas acomodações antes de tomarmos as

decisões finais sobre quem deve ficar e quem deve ir.

Kira inclina a cabeça e me dá um olhar curioso.

— Você não conhece as cavernas?

Eu conheço, na verdade. Eu os conheço de

coração e tenho ido muitas vezes. Mas estou

ansioso para ter um tempo sozinho com

minha adorável companheira, e esta é a

melhor maneira de fazer isso.

— Eu conheço, mas desejo sua opinião.


Um sorriso brilhante cruza seu rosto e meu pau endurece ao vê-

lo. Nós definitivamente precisamos nos afastar dos outros, ou então

todos eles vão assistir enquanto eu reivindico minha adorável

companheira, porque eu não vou ser capaz de resistir a tocá-la por

muito mais tempo.

— Bem? — Eu pergunto quando ela entra na boca das Cavernas do

Sul.

— O que você acha? — Estou ansioso para ouvir seus pensamentos.

Ela olha para o teto alto.

— Tem estalactites.

— Eu não conheço essa palavra.

— Os pingentes de gelo, — diz ela, e

aponta para eles.


— Eles não estão na outra caverna. Acho que Harlow estava certa

sobre os anciões terem algum tipo de cortador de pedra quando

fizeram sua caverna.

Eu admito que estou um pouco consternado que a resposta dela não

seja entusiasmada. Se eu estiver no comando desta caverna como

Vektal deseja, ela estará comigo. Eu quero que ela goste daqui. Eu

quero que ela esteja comigo.

— Essas cavernas são muito diferentes —, eu admito.

— Não há piscina de banho no centro da caverna, por exemplo.

Ela me dá um olhar afetado.

— Isso não é exatamente uma coisa ruim. Quanto menos eu vir os

corpos de outras pessoas, melhor.

Eu rio. Sua modéstia é estranha. Ela vai perdê-

la, eventualmente, mas por enquanto, eu vou

apreciar vê-la corar e se contorcer.

— Você não deseja ver seu

companheiro nu?
— Eu vejo você nu, o suficiente —, diz ela, e suas bochechas estão

rosadas quando ela passa por mim, olhando ao seu redor.

— Está mais escuro aqui e mais frio.

Eu a sigo.

— A outra caverna é aquecida pela nascente subterrânea, por isso

permanece agradável mesmo na estação brutal. Aqui, precisaríamos

usar mais fogo.

— Fogueiras não são ruins —, diz ela, sua expressão pensativa.

— Ainda temos muitas pessoas comendo comida cozida. E o teto é

alto, então a fumaça não será tão ruim. — Ela se dirige para um dos

recantos privados que são os aposentos. Ainda há uma velha tela de

couro apoiada na frente da boca da caverna como um

sinal de privacidade. E ela engasga.

— Meu Deus. É tão grande aqui!

— É?

Eu sinto uma sugestão de orgulho

retornar.

— Você gosta disso?


— Enquanto não congelarmos no inverno, acho que há potencial —,

diz ela com uma risadinha. Ela entra na caverna particular e olha em

volta. Eu a sigo. Tem sido pelo menos quinze ciclos completos das

estações desde que esta caverna foi habitada, e não me lembro a quem

pertenceu. No centro da sala há uma fogueira escavada com pedras

limpas circulando-a. Há uma seção plana de um lado que

provavelmente abrigava as peles da cama e algumas cestas murchas

que foram mastigadas no fundo. Ela passa por tudo isso, e então me

mostra um sorriso e coloca a mão para fora

— Mostre-me qual você tinha em mente para nós?

Eu devolvo o sorriso dela e pego sua pequena mão na minha. Eu amo

a sensação de seus dedos frios entrelaçados entre os meus para o

calor, e o desejo de arrastá-la para o chão da caverna e

afirmar que ela é quase esmagadora. Eu olho

para ela, meu pau endurecendo na minha

tanga.

— Caverna? — Ela aperta minha mão.

— Aehako?

Meu nome caindo de seus lábios faz minhas bolas se

apertarem. De alguma forma, eu consigo me


concentrar e me virar, julgando o labirinto de pequenas cavernas que

se ligam ao maior. Enquanto a caverna tribal é construída como um

anel, esta é mais parecida com um chifre, onde a entrada é larga e

aberta e estreita mais para baixo, para o lado da montanha. As

cavernas na frente serão para os caçadores, eu decidi, e as famílias

totalmente sa-khui. Os humanos são frágeis e não retêm o calor tão

bem, então eles precisam estar na parte de trás da caverna, longe dos

ventos nevados. Há uma caverna em particular que eu tenho em

mente, e eu a dirijo em direção a ela. É menor que algumas outras,

mas tem outros encantos.

Há uma tela cobrindo também, símbolos pintados desbotados

dançando ao longo do couro. Kemli teve uma irmã uma vez, Koloi,

mas ela morreu com a doença do khui. Koloi gostava de pintar, assim

como Farli, filha de Kemli, agora faz. E sua antiga

caverna ainda tem os restos de seus desígnios

fantasiosos. Eu empurro a tela para o lado e

me abro para entrar na caverna, puxando

Kira para trás de mim.

Seu suspiro satisfeito me diz que eu

acertei. — Está tão escuro aqui, Aehako. Mas aqueles

são...
— Desenhos, sim. A mulher que morava nessa caverna pintou as

paredes. Você gosta disso?

— É tão bonito.

Ela avança, em direção ao poço do fogo, olhando para onde um fio de

luz vem de cima.

— Buraco pra fumaça?

Eu concordo.

— Isso é útil.

Ela olha em volta novamente e, em seguida, aponta para a parte de

trás da caverna.

— O que é isso?

Eu dou alguns passos para as sombras e

reconheço a peça. — É o crânio de um sa-

kohtsk. Não há piscina para banho aqui,

então eles cavariam o crânio e o

cobririam com peles impermeáveis

para fazer uma pequena piscina de banho...

Seu grito de excitação ecoa.


— É uma banheira?

Eu encolho meus ombros. Eu não conheço a palavra.

— Eu suponho?

Kira pula no lugar e então se aproxima de mim, agarrando minha

mão.

— Eu quero essa caverna. Esta é nossa, certo?

Sinto uma sensação arrebatadora de orgulho por sua excitação.

— Sim. Essa é a que eu escolhi para nós.

Seus braços se movem em volta da minha cintura.

— Isso é maravilhoso!

Pensar que minha Kira ficaria tão animada com

um pouco de tinta nas paredes e uma piscina

de banho improvisada. Minhas mãos vão

para suas costas e deslizam para cima e

para baixo em sua espinha.

— Estou feliz que você tenha

gostado.
— Eu amo isso —, diz ela.

— Mal posso esperar para mudar. Tanta privacidade será

maravilhosa. Teremos tempo para limpar as coisas e torná-la

confortável antes do inverno chegar.

O inverno é a palavra dela para a temporada brutal, então eu

simplesmente aceno.

Ela inclina a cabeça para trás e olha para mim, e há uma sugestão de

um sorriso brincando em seus lábios. Estou extasiada com a visão

disso

— Há uma coisa que este lugar precisa —, ela me diz.

— Oh?

Ela recua e puxa a bolsa do ombro. Eu sei que ela

trouxe um cantil e alguns dos bolos de raiz que

os humanos amam para uma refeição, mas

estou curioso para saber por que

precisaríamos deles agora. Ela vira as

costas para mim e se dirige para a

parede, em direção ao canto da área de dormir. Há um


pouco de prateleira misturada entre as bordas pontiagudas da

caverna, e ela coloca um objeto ali.

Eu vejo isso, e uma gargalhada irrompe da minha garganta.

É o presente de cortejo que eu dei a ela - a réplica do meu pau,

esculpida em osso. Ela trouxe e fez a caverna 'nossa' colocando

aqui. Eu rio longa e duramente com a visão, e sua risada feliz se

entrelaça com a minha. O som de sua risada despreocupada - sua

felicidade - faz meu corpo inteiro reagir, e eu a puxo contra mim.

— Minha doce companheira.

Murmuro, e arrasto meus dedos pelos cabelos.

— Você trouxe isso para que eu pudesse usá-lo em você?

Sua expressão muda para timidez e ela evita os

olhos. Mas em vez de um protesto, suas mãos

deslizam para a frente da minha túnica e ela

puxa para ela.

Aha. Então minha companheira sente

falta do meu corpo tanto quanto eu sinto

falta dela. Necessidade surge através de mim. Eu cavo

meus dedos nos fios sedosos do seu cabelo e puxo para


trás, expondo seu pescoço. Eu mordisco sobre a curva de sua garganta

e, em seguida, arrasto minha língua sobre sua pele.

Ela estremece.

— Eu senti sua falta, Aehako. Eu sinto que não tivemos um momento

a sós por um longo tempo.

— Olhe a sua volta, minha companheira. Não há nada além de

privacidade aqui.

Kira puxa a frente da minha túnica.

— Então por que você ainda está vestido?

Eu mordisco sua garganta antes de liberá-la.

— Tão ansiosa. É bom para o coração de um homem ouvir que sua

companheira está tão ansiosa para se juntar a ele.

Desprendo os cordões de minha túnica e

depois puxo a coisa toda sobre minha

cabeça, deixando-me apenas de legging

e tanga. Eu abro minha túnica no

chão empoeirado para que meu companheiro não

tenha que sentar na pedra fria.


Ela imediatamente começa a desfazer os laços de sua capa e eu a paro.

— Eu vou despir você.

— Oh?

Um sorriso brinca nos cantos de sua boca.

— Você vai me desembrulhar como um presente?

— Como um pouco de carne de órgão se escondendo sob as costelas

de uma matança fresca —, eu provoco.

Seu nariz enruga.

— Isso ... parece horrível.

— Ah, mas essas são as partes mais saborosas e suculentas.

Eu tiro minha tanga e ela me observa me despir,

mastigando o lábio pensativamente. Eu o jogo

no chão, depois minhas perneiras e botas

macias. Então estou completamente nu na

frente dela, meu pênis duro, ansioso

por seu corpo. Eu aperto meu pau na

minha mão e dou um golpe provocante, só para ver

sua expressão.
Ela dá um pequeno suspiro e seu olhar se fecha com o meu.

— Você deve me ver me dando prazer?

Eu amo como ela olha assustada para a cena, e eu bombeio meu pau

novamente, do jeito que eu gosto, arrastando firmemente o meu dedo

indicador e polegar da base para a coroa e, em seguida, dando-lhe um

pequeno flexionar do pulso.

— Eu diria sim em qualquer outro momento.

Ela sussurra, incapaz de desviar o olhar dos meus movimentos.

— Mas eu realmente quero que você me toque. Isso me faz

gananciosa?

— Se isso acontecer, então eu sou o homem mais sortudo de ter uma

companheira tão gananciosa.

Eu digo a ela, e desfaço o fecho de sua capa em

sua garganta.

Ela fica parada, tremendo de

antecipação, e seus olhos são

enormes enquanto ela olha para mim. Não há medo ou

cautela em seu rosto, apenas saudade. Ela é tão bonita


que me faz doer olhar para ela. Eu sou verdadeiramente o homem

mais sortudo de todos os tempos. Pressiono minha boca na testa

estranha e macia e beijo seu nariz minúsculo e chato demais. Ela é

perfeita para mim.

Eu me abaixei e toquei seu queixo. Eu inclino a cabeça para trás para

que eu possa beijar sua boca, acasalar nossas línguas do jeito liso e

decadente que os humanos gostam tanto. Ela se inclina em meu beijo,

suas mãos deslizando para os meus lados e, em seguida, descansando

em meus quadris, agarrando-me contra ela. Meu pau pressiona contra

sua barriga, dura e insistente. Também quer atenção. Em breve, eu me

lembro. Esta é a segunda vez que nos acasalamos, e eu ainda devo ter

cuidado com ela para ter certeza de que ela está pronta.

Então continuo a minha lenta retirada da roupa dela. Eu tiro o

manto de seus ombros e o coloco no chão,

espalhado como um cobertor. Seu vestido é

feito do couro mais macio que Kashrem cria,

mas a manga está rasgada e a peça é

esfarrapada e ainda tem manchas de

fuligem na saia de sua captura. Eu franzo a testa ao vê-

lo, não só porque a lembrança de sua quase perda faz


meu coração se apoderar de meu peito, mas ela precisa de roupas

quentes e limpas.

— Você precisa de um vestido novo.

— Eu esqueci de pedir um.

Ela encolhe os ombros.

— Não é importante.

— É importante para mim. Você é minha companheira. Eu quero você

vestida calorosamente.

— Eu gostaria de fazer minhas próprias roupas —, diz Kira com uma

voz tímida.

— Eu quero aprender. Eu quero ser capaz.

— Eu posso mostrar a você como fazer couro,

mas não tão bem quanto o que Kashrem faz.

— Eu puxo o vestido dela sobre a cabeça,

e no momento que eu faço, ela agarra

meu pau em suas pequenas mãos,

fazendo o ar escapar dos meus pulmões.

— Nós vamos falar sobre roupas agora?


Eu rio. — Tão ansiosa?

O tímido aceno da cabeça dela me conta tudo.

Eu afundo no chão nas peles e puxo-a para baixo contra mim,

puxando-a para o meu colo. Ela se acomoda em uma das minhas

coxas, seu traseiro pequeno e sem rabo balançando conforme ela se

ajusta. Eu coloco um dos seios dela em minha mão, admirando a

suavidade de sua pele e seu suspiro de resposta.

— Você é tão suave por toda parte, minha Kira —, murmuro, e me

inclino para tomar um mamilo tenso em minha boca.

Ela geme e seus quadris balançam, e seus braços vão ao redor do meu

pescoço, me agarrando.

Eu lambo e chupo seu mamilo, provocando-o com a

ponta sulcada da minha língua. Seus gritos

suaves me dizem que ela gosta muito disso, e

eu posso sentir a umidade entre suas pernas

penetrando na minha coxa. Minha outra

mão se move lá para sua boceta, para

mergulhar em seu doce mel. Ela está quente e

encharcada sob os cachos escuros entre as pernas, suas


dobras suculentas e esperando pela minha língua. Minha boca fica

seca com o pensamento.

E então lembro que ela trouxe o presente de cortejo que fiz para

ela. Ela quer tentar? Eu não ouvi falar de tal coisa, mas os humanos

são aventureiros e estou ansioso para participar. Eu fiz isso tão

grande quanto o meu pau, e mesmo que eu não queira nada mais do

que me enterrar entre as pernas dela, fico intrigado com a forma como

ela reagiria se eu usasse o presente de cortejo nela.

Meus dedos deslizam entre suas dobras escorregadias. Ela está

quente e molhada, e seus quadris se movem enquanto eu a acaricio,

me encorajando a empurrar nela. Um pequeno gemido escapa

quando lambo seu mamilo, e isso me decide. Eu quero mais de seus

gemidos, seus gritos, seus lamentos com meu nome. Eu quero

deixá-la louca.

Eu alcanço de volta à prateleira e pego o

presente de cortejo, e seguro na frente dela.

Kira inala bruscamente e seu olhar

passa rapidamente pelo meu rosto.

— É uma boa réplica, não é?


Eu admiro minha escultura, até as veias traçando ao longo do eixo.

— Você não tem ideia de quantas horas eu passei olhando para o meu

próprio pau para fazer isso direito.

Ela ri baixinho.

— E você fez isso só para mim?

— Claro. Você é minha mulher e eu queria agradá-la.

Ela se inclina para frente e seus braços apertam em volta do meu

pescoço, e ela me beija suavemente na boca.

— Você sempre me agrada, Aehako.

Eu arrasto sobre a sua barriga.

— E agora eu quero agradar você com isso —, eu digo

a ela entre beijos. Eu a sinto enrijecer e sua

respiração se acelera, mas ela não me diz

não. Encorajado, deslizo para baixo,

movendo a cabeça para o monte.

— Eu acho que, como meu pau, eu

preciso ter certeza de que ele está molhado com seus

sucos antes de eu deslizá-lo em você.


Um gemido escapa de sua garganta e seus braços se apertam em volta

do meu pescoço.

— Abra suas pernas para mim, minha companheira —, digo a ela.

Ela morde o lábio novamente, mas suas pernas se abrem. Eu posso

ver o brilho de umidade em suas coxas, e posso sentir o cheiro quente

dela. Isso me deixa louco de necessidade. Um rugido se forma em

minha garganta. A necessidade de reivindicá-la é forte, mas minha

curiosidade e a excitação do brinquedo - assim como o pensamento

de satisfazê-la - me dominam. Eu empurro a cabeça grossa do

brinquedo entre suas dobras e pressiono contra seu terceiro mamilo.

Kira grita e seus quadris se levantam, seus braços apertando ao redor

do meu pescoço.

— Oh Deus!

O aroma de seu almíscar perfuma o ar ainda

mais espesso do que antes. Seu corpo treme.

Eu arrasto a cabeça do falso pau

através de suas dobras molhadas,

ficando escorregadio. Cada movimento faz Kira reagir

- ela está saindo do meu colo com sua necessidade,


suas unhas se afundando nos meus ombros. Eu empurro a cabeça do

falso pau nela, e ela choraminga. Eu não me movo mais, porque para

fazer mais, ela terá que mudar de posição, e eu quero que ela peça por

isso. Eu quero saber que ela está se divertindo tanto quanto eu. Meu

próprio pau pulsa com negligência, mas por enquanto, é tudo sobre

Kira e sua necessidade.

Quando não empurro mais fundo, seus gemidos aumentam e seus

quadris se elevam, me encorajando.

— Aehako.

Ela suspira, e suas unhas cravam na minha pele.

— Por favor.

— Você deseja mais, minha companheira?

Eu me inclino e a beijo, e dou um pequeno

empurrão no pau falso para lembrá-la de sua

presença.

Ela faz um som suave e sem palavras

e então acena com a cabeça.

— Você confia em mim?


Mais uma vez, ela concorda. Seus olhos estão enormes em seu rosto,

suas pupilas dilatadas com a necessidade.

— Então, deite-se para mim. — Eu puxo o pau falso, e quando ela

simplesmente olha para mim, eu lambo a cabeça limpando de seus

sucos. Um rosnado baixo escapa da minha garganta. Ela é deliciosa e

eu quero a minha língua nela.

Kira estremece e depois acena com a cabeça. Para minha surpresa, ela

vira a barriga e empurra seu traseiro para o ar, as pernas ligeiramente

abertas. Sua barriga pressiona contra a minha coxa, e eu quero corrigi-

la ... mas paro.

Seu traseiro é suave, sem um indício de uma cauda para interromper

a curva doce. Eu percebo que se eu pressionar o falso pau nela, não

há nada que me impeça de afundar todo o caminho

dentro dela. Encorajado pelo pensamento, eu

empurro meus dedos entre suas coxas para

acariciar sua boceta, e ela geme forte,

pressionando o rosto contra as peles.

Ela está molhada, escorregadia e

pronta, e eu removo minha mão e empurro a cabeça

do falso pau na entrada de sua boceta. Seu torcer de


encorajamento é lindo de se ver, e eu o pressiono mais profundo,

centímetro por centímetro, até que esteja no meio do caminho para

ela. Ela geme quando começo a trabalhar devagar, empurrando mais

fundo nela a cada golpe. Eu sou fascinado pela visão do pau - meu

pau - empurrando dentro dela e meu próprio pau empurra em

resposta.

— Aehako.

Ela geme, e seus quadris se mexem quando eu empurro mais fundo

nela. Enquanto eu faço, o esporão pressiona contra o traseiro dela, e

ela solta um grito.

— O que é que foi isso?

— Esse foi o incentivo.

— Oh —, ela respira e relaxa novamente.

— Oh, Deus, eu não sei como me sinto sobre

isso.

— É ruim?

— Não, e esse é o problema.


Ela geme e empurra seus quadris mais para cima novamente,

incentivando-me a dar-lhe mais. Eu empurro dentro dela novamente,

mais fundo, cutucando sua bunda com o impulso a cada golpe do

pênis.

E quando ela grita, uma pontada de inveja passa por mim. Estúpido

por invejar de um entalhe, mas eu quero seus gemidos e choro pelo

meu pau. Eu quero sua boceta apertando ao meu redor, seus sucos

encharcando meu pau, não uma escultura de osso.

Eu puxo para fora dela e atiro para o lado, ignorando seus gritos. Mas

quando me levanto e ajusto os quadris, levantando-os no ar, seus

protestos mudam para sons necessitados, e ela me encoraja com seu

corpo. Eu corro minha mão sobre sua bunda lisa, minha cauda

sacudindo. Eu nunca percebi que a falta de uma cauda

poderia ser tão… completamente erótica. Eu

abro suas coxas para mim e afundo dentro dela

em um movimento fluido, observando como

meu esporão penetra em seu traseiro.

O grito de prazer de Kira reverbera

na caverna.

— Sim!
O grunhido escapa da minha garganta e eu aperto seus quadris. Já faz

muito tempo desde que eu toquei minha companheira e a

reivindiquei para mim. Eu não posso me segurar. Eu empurro dentro

dela novamente, recuando e deslizando profundamente mais uma

vez, e Kira grita sua excitação. Ela não pode se conter. Quanto mais

eu penetro nela, mais alto ela grita, e geme mais, até que ela está

fazendo um longo e alto barulho quando goza. Sua boceta aperta em

volta de mim como uma boca, e então fica ainda mais difícil manter

meu controle. Empurro mais três vezes antes de derramar dentro

dela, todo o meu corpo sentindo como se estivesse esvaziando

completamente entre suas coxas. Eu não paro de bombear até que eu

esteja completamente vazio, e quando eu puxo meu pau de seu corpo,

sinto uma leve sensação de perda. Já quero voltar.

Mas ela suspira feliz e desmorona nas peles.

— Oh, Aehako.

— Mmm. Eu digo e deito ao lado dela,

colocando seu corpo menor contra o

meu.

— Devia ser crime ser tão feliz quanto eu.

Eu rio.
— Nós não merecemos um pouco de felicidade?

Ela está pensativa enquanto eu puxo a roupa espalhada sobre seu

corpo nu para agir como um cobertor. Eu não quero que ela fique com

frio.

— Eu não sei.

Diz Kira depois de um momento.

— Eu apenas me preocupo que o outro sapato vai cair.

— Você não está usando sapatos.

Ela ri.

— É uma expressão. Significa que as coisas estão indo tão bem que

podem ser o anúncio de algo ruim.

Eu beijo seu ombro suavemente.

— Você se preocupa muito.

Seu sorriso é suave quando ela olha para

mim.

— Talvez eu me preocupe.
A mudança para a nova caverna não é o que eu espero, suponho. Na

minha experiência limitada entre dormitórios e meu próprio

apartamento, arrumar as malas envolve prender tudo em um ritmo

furioso, e dias de descompactação e colocação de itens em suas novas

casas. Mas o povo sa-khui não tem tanto lixo quanto a média de uma

garota americana, e uma vez que é decidido quem está se mudando

para as novas cavernas, todo mundo está empacotado e pronto para

ir naquela tarde.

É um pouco chocante, mas também emocionante.

Aehako e eu estamos pegando a caverna pintada. Eu tenho que

admitir que estou animado para ter minha própria caverna,

especialmente uma que já está decorada e vem com

uma banheira improvisada. Aehako carrega

suas peles, suas ferramentas de caça e seus

utensílios de escultura, e ele está pronto

para ir. Eu tenho menos que isso. Meu

vestido de couro gasto, um par de

raquetes de neve e meus cobertores. Eu acho que a mãe

de Aehako, Sevvah, tem pena de mim, porque ela


enche os braços dele com alguns cestos e utensílios de sua própria

caverna, cacarejando seu filhote, finalmente deixando o ninho.

Vindo conosco para a nova caverna é uma mistura do velho e do

novo. Maylak e sua família ficarão na caverna principal, já que ela é a

curadora. Vektal e Georgie, e todos os casais recém-casados também

ficarão com eles, já que ninguém sabe exatamente como uma gravidez

de sa-khui / humana vai se desenvolver. O Élder Kemli e seu

companheiro Borran e sua jovem filha Farli irão conosco para as

novas cavernas. Os anciãos - todos homens - estarão chegando e

divididos em duas das cavernas. Tiffany, Josie e Claire se juntarão a

nós, junto com vários dos caçadores de solteiros que agora conseguem

dividir as grandes e espaçosas cavernas na frente do sistema South

Cave. Há um pouco de reclamação porque as Cavernas do Sul estão

cheias de solteiros e idosos, mas Vektal quer que

os anciãos ensinem aos humanos o caminho da

vida aqui, e quem melhor para fazer isso do

que alguém que já viveu cem voltas da

temporada? E ainda continua forte?

O único casal que vem com a gente

que Aehako está descontente é Asha e seu

companheiro Hemalo. Enquanto eles são um casal


acasalado, eles também não têm uma criança pequena, o que significa

que eles são uma escolha natural para vir a nossa caverna, e todas as

outras cavernas no complexo tribal agora estão de volta aos seus usos

originais. . Uma das cavernas dos caçadores agora é mais uma vez

armazenada, e há uma caverna vazia que Vektal quer reservar para o

caso da gravidez de Liz progredir mais rápido do que o esperado.

É um bom grupo indo para a Caverna do Sul, apesar da presença

irritante de Asha. Nós nos abraçamos - apesar de estarmos apenas a

algumas horas de caminhada - e depois partimos. Claire está feliz

como deveria, agora que ela sabe que Bek também está indo para a

Caverna do Sul, e Tiffany está ansiosa para aprender mais artesanato

com os anciãos. Josie está conversando animadamente com Kemli e

Farli, embora nenhum dos dois possa entendê-la. Haeden está vindo

para a nova caverna também, e ele parece

bastante irritado com a falação de Josie. Parte

de mim acha que a tagarelice de Josie é boa

para Haeden, que é completamente

autocontido e perdido em seus

próprios pensamentos na maior

parte do tempo.
Quando chegamos às Cavernas do Sul, as pessoas exclamaram com

alegria e, pelas próximas horas, há muita ansiedade correndo e

explorando, verificando as cavernas umas das outras e se preparando.

Uma grande fogueira é construído na área central, para iluminação,

bem como para dar à área um ambiente caseiro.

É agradável e quentinho para nós humanos, embora eu note que

vários dos caçadores se despiram devido ao calor.

— Não posso dizer que é um efeito colateral terrível das coisas —,

Tiffany murmura para mim enquanto eu fico boquiaberta no peito

forte e suado de Aehako enquanto ele varre o chão com um galho,

livrando-o de detritos.

— Não —, eu digo, distraída quando outro caçador quase nu passa.

— Eu não posso dizer que é.

Naquele momento, Asha pisa para frente e

coloca a mão no meu companheiro.

— Eu quero falar com você,

Aehako. Eu não gosto da minha nova

caverna! É muito pequena.

Tiffany revira os olhos.


— Aqui vamos nós. A princesa vai fazer drama por sua caverna, é só

você assistir. — Ela se afasta. E ela provavelmente não está

errada. Está claro que há muito, muito tempo, ser uma das poucas

mulheres solteiras da tribo sa-khui deixou Asha bastante mimada e

exigente. Claro, ela está acasalada agora.

Claro que também estou. E ela está tocando o braço do meu

companheiro e fingindo chorar, e essa visão me irrita. Eu vejo quando

Aehako estende a mão e dá um tapinha em seu ombro, tentando

confortá-la.

— Sua caverna é uma das mais bonitas. Eu prometo.

— É pequena —, Asha faz beicinho.

Ah, pelo amor de Deus. Ela não tem que compartilhar com ninguém,

exceto seu companheiro, o que torna o dobro do

tamanho que teria sido se ela tivesse outro

casal acasalado espremido em cima dela. Eu

suspiro com irritação quando ela pega a

mão de Aehako e tenta puxá-lo em

direção a sua nova caverna, como se

fosse dar a ele uma excursão pessoal.

Chega disso.
Eu dou um passo à frente, aproximando-me das costas de Aehako.

Enquanto isso, noto que sua expressão muda para horror, enquanto

ele olha para Asha. Preocupado, eu acelero meus passos

E ouço o impensável.

Aehako está vibrando e Asha tem a mão dela na dele.

Sapato? Caiu.
Eu não consigo respirar. Meu coração está batendo no meu peito com

tanta força que meu sangue está batendo nos meus ouvidos.

Aehako apenas vibrou por outra mulher. Eu o perdi.

O choque e a tristeza são esmagadores. Eu olho para as mãos unidas

deles e olho para o meu companheiro. Ele põe a mão em seu peito e

eu posso ouvi-lo vibrar daqui.

Ele está vibrando - seu khui está reagindo à presença de sua

companheira perfeita.

E eu não sou ela. Asha é.

— Eu não entendo —, eu digo. Eu mal

posso ouvir minha própria voz sobre o

rugido de sangue em meus ouvidos.

— Asha tem um

companheiro. Você não pode vibrar para ela.

Você é meu, não dela.


É muito injusto. Aehako é a melhor coisa que já aconteceu comigo

e eu vou perdê-lo tão rapidamente? Um soluço engole minha

garganta. Meu coração acelera num ritmo selvagem.

Meu companheiro bonito olha para o peito e, em seguida, solta a

mão de Asha.

— Eu não estou vibrando por ela. — Ele se vira para mim, e seus

olhos parecem anormalmente azuis e brilhantes.

O batimento cardíaco nos meus ouvidos está mais alto, mais

rápido. Continua acelerando

E então eu percebo o que é.

E eu desmaio de alegria.

Um momento depois, os grandes braços de Aehako me rodeiam e

ele me embalam no peito.

— Kira.

Ele murmura, e mantém minha cabeça

debaixo do queixo.

— Minha Kira.

Meu próprio peito reverbera e vibra

com vibração. Que batimento que eu

estava ouvindo? Não foi meu pulso. Foi meu khui,

respondendo ao dele.
Como isso é possível?

Mesmo enquanto eu me pergunto, meu corpo muda. Sentimento

intenso e necessidade varre-me, como um rubor de corpo inteiro. Um

rubor sexual. Eu sinto minhas coxas pressionarem juntas, e a dor a ser

preenchida se instala dentro de mim. Meus mamilos parecem super

sensíveis, e minha pele dói mesmo quando meu khui canta uma

batida de zumbido junto com o de Aehako.

Eu me agarro a ele, dividida entre a esperança e o desespero. —

Eu ... não entendo.

Ele ri e o som é cheio de alegria e maravilha de uma só vez. Sua

boca pressiona minha testa e ele me beija enquanto nos sentamos no

meio da caverna, desmoronando ao redor um do outro.

— O que há para entender, minha

companheira? Seu khui simplesmente precisava

de mais convivência.

Eu rio e meu riso se transforma em

lágrimas.

— Mas... eu não posso...

— Talvez você possa. — Ele acaricia meu cabelo

para trás do meu rosto.


— O khui se adapta a você para morar aqui. Talvez tenha mudado

algo em seu corpo?

Eu olho para ele maravilhada. Talvez sim. Talvez o khui encontre

as partes quebradas em um corpo e as conserte. Tudo o que sei é que

sempre me disseram que nunca poderia ter filhos. E, no entanto, aqui

estou eu, vibrando para o homem que amo.

— Você está quieta.

Ele murmura, e seus braços apertam em torno de mim.

— Você não está satisfeita?

Eu pressiono minha cabeça contra o peito dele, ouvindo o som de

seu khui cantando para o meu. É a coisa mais linda que eu já ouvi.

— Estou muito mais que feliz. Eu não posso nem...

Lágrimas quentes brotam

— Eu nunca imaginei ...

Mais do que a criança, mais do que tudo ...

Aehako é meu para sempre.

Ele rosna baixo em sua garganta, e eu

sinto a pressão de seu pênis contra o

meu quadril.

— Vamos para nossa caverna agradar nossos

khuis?
Eu sufoco uma risada, me agarrando a ele.

— Sim, por favor! Por favor!

Aehako fica de pé, e eu imediatamente me sinto desprovida - e

necessitada - no momento em que não estou mais pressionando

minha pele para a dele. Mas então ele me pega em seus braços, e estou

tão cheia de alegria que nada pode quebrar minha felicidade.

Nada mesmo.

Ele se dirige para a nossa nova caverna e fala por cima do ombro:

— Minha companheira e eu estaremos ocupados. Não nos

incomode.

Eu deveria estar horrorizada que ele disse a todos o que estamos

fazendo, mas eu estou muito feliz para me importar. Eu olho por cima

do braço dele e olho para os outros na

caverna. Tiffany e Josie estão de pé juntas,

sussurrando, mas elas têm sorrisos em seus

rostos. Asha parece abandonada e

perdida. Os outros caçadores

simplesmente riem e gritam sobre

Aehako e suas proezas.

Todo o tempo, meu khui canta, canta e canta.


Aehako me leva até a caverna e gentilmente me coloca na pilha de

peles que vai ser a nossa cama de casal. Ainda estão enrolados para

transporte pela mudança. Nós estivemos tão ocupados

supervisionando os outros que não tivemos tempo de montar nossa

própria caverna.

— Espere aqui.

Ele me diz, e segue até a entrada da nossa caverna particular,

prendendo a tela de privacidade esticada de couro na frente da

entrada. Todo o tempo, eu assisto sua bunda flexionar sob sua tanga,

sua cauda sacudindo loucamente enquanto ele caminha.

Um rabo nunca foi tão sexy para mim. Mas agora? Está me

deixando louca com necessidade. Oh uau. Eu aperto a mão no meu

peito e posso sentir tudo vibrando com a força da música do khui. Isso

me faz querer estender a mão e tocar Aehako ... ou eu

mesma. Minhas coxas pressionam juntas

firmemente e eu luto contra o desejo real de me

jogar de volta nos cobertores e acariciar meu

clitóris até gozar. Eu nunca estive tão

sexualizada. O khui está tornando

impossível pensar em qualquer coisa além de agarrar

Aehako e lambê-lo da cabeça aos pés.


Então, é tão difícil ser eu. Tão difícil. Verdadeiramente.

Em vez disso, eu alcanço os rolos das peles e trabalho em desfazê-las.

Vamos precisar de algo para se deitar. Meus dedos, no entanto, não

parecem querer funcionar corretamente. Minhas mãos estão

tremendo e estou distraída. Tudo o que posso pensar é Aehako e sexo.

Rapaz, eles estavam certos sobre essa coisa khui. É como se alguém

tivesse acionado um interruptor secreto dentro de mim e me

transformasse em uma ninfeta instantânea. É tão estranho. Mas eu

não estou infeliz com isso - nem um pouco. Eu tenho que lutar contra

o desejo de não chorar de pura emoção, e meus dedos pegam o nó de

couro inutilmente.

Eu sinto - ao invés de ver - Aehako vem e senta atrás de mim. Meu

khui é extremamente sensível ao dele, e nossos

sons ronronando combinados parecem

estranhos e ainda assim tão certos.

Suas mãos vêm de trás de mim e ele

coloca meus dois seios nas mãos e

beija meu pescoço.

— Minha companheira. Verdadeiramente minha.


As lágrimas emocionais que eu tenho lutado finalmente se

libertaram. Eu agarro as mãos contra os meus seios e soluço.

Eu sinto seu corpo grande enrijecer.

— Por que você chora, Kira?

— Eu apenas n-nunca-pensei isso f-fosse acontecer c-comigo.

Eu balbucio. Eu me resignei em ser o único humano entre os

outros que não poderia ter um bebê quando ter filhos era tão

vitalmente importante para a tribo. E Aehako queria eles. Eu nunca

pensei em ter um eu mesma.

Não foi até agora que percebi o quanto quero essas coisas. E isso

me domina. Eu choro, mesmo quando ele me cala e seu abraço vai de

sensual para solidário. Ele acaricia meu cabelo e murmura enquanto

eu choro contra seu peito. Eu não estou infeliz. Eu sou o oposto. E eu

não tenho idéia do porque eu estou tão chorosa, mas

estou feliz e tão cheia de emoção que eu poderia

estourar, e eu acho que as lágrimas estão do

jeito que está saindo.

— Shhh.

Ele me diz enquanto acaricia meu

cabelo.
— Todo mundo vai pensar que você é infeliz com o pensamento

de levar meu filho.

Uma risada soluçada me escapa.

— É verdade.

Ele murmura, e sua mão desliza pelo meu braço, deslizando sobre

a minha pele.

— Eles vão dizer que ela sente muito que seu khui tenha um gosto

tão ruim que acasalar uma garota inteligente e bonita com um tolo

como ele.

Eu bufo com isso. Ninguém poderia acusar Aehako de ser um

tolo.

— Não seja ridículo.

— Eu não sou. Há o dobro de machos não acasalados a mais que

as mulheres humanas. Você não acha que eu seria o

macho sortudo que iria vibrar para você? Eu

acho.

Eu suspiro, minhas lágrimas secam

porque ele é tão doce. Eu amo muito

esse homem. Ele sempre me viu,

mesmo quando ninguém mais o fez. Minhas falhas


nunca importaram para ele - meus sorrisos são a única coisa que

importam.

— Eu sou a mais sortuda.

Eu digo a ele suavemente, e escovo meus dedos sobre a linha de

sua mandíbula. Ele é muito lindo, meu companheiro. Estou ficando

ainda mais excitada apenas olhando para o grande rosto dele, para os

olhos brilhantes e para o sorriso que curva sua boca. Eu me inclino e

o beijo, e suas mãos imediatamente apertam minha cintura, me

segurando contra ele.

— Kira. — diz ele, e ele soa tão sem fôlego quanto eu sinto. Seu

nariz cutuca o meu antes de ele tomar meu lábio inferior em sua boca

e chupá-lo. Oh Deus, ele é muito bom em beijar agora

— Quando eu transar com você desta vez, não serei capaz de me

controlar. Teremos longas e macias noites de

acasalamento em nosso futuro. Mas eu acho que

agora ... se eu não afundar dentro de você, vou

perder a cabeça.

Ele pressiona a testa enrugada na

minha barriga e fecha os olhos. Um

tremor corre através dele e percebo o quão perto ele

está de perder o controle.


Oh uau.

Minha resposta para isso? Eu deslizo minha mão até a frente de

suas calças para que eu possa traçar o contorno de seu pênis. Sua

respiração sibila de seus pulmões e eu praticamente estou saindo de

seu colo no momento seguinte.

Tonta com necessidade, espero tê-lo me enfrentando. Em vez disso,

observo enquanto ele, selvagemente, arranca as cordas dos cobertores

com as próprias mãos, arrancando o couro robusto como se não fosse

nada. Ele joga os cobertores no chão da caverna com uma velocidade

inimaginável, e então se vira para olhar para mim, os olhos brilhando.

Um arrepio passa por mim. Ele é tão ... brutal com sua necessidade.

Isso é tão sexy.

Então, ele chega até mim e agarra a frente do

meu vestido, em seguida, me puxa para frente

para um beijo selvagem. Espinhos quentes de

necessidade deslizam através de mim e eu

gemo contra sua boca, minhas mãos

indo para o pescoço dele.

— Minha Kira.
Diz ele bruscamente, e então me empurra de costas, para as

peles. Ele empurra minhas saias para cima em torno de minhas coxas

e a próxima coisa que eu sei, ele está de bruços entre as minhas pernas,

sua língua procurando meu clitóris.

Um forte suspiro de surpresa me escapa.

Ele geme entre minhas coxas e sinto sua língua se mover sobre

minha carne sensível novamente.

— Você está tão molhada.

Ele levanta a cabeça e vejo um brilho feroz em seus olhos enquanto

lambe os lábios, brilhando com os meus sucos.

Aehako recua e rasga sua tanga. Seu pênis emerge, um azul mais

escuro que o resto dele, a coroa brilhando com pré-sêmen. Eu poderia

encará-lo por horas, mas tudo que consigo é o mais breve vislumbre

antes dele estar em cima de mim, e sua mão se move

para o meu cabelo. Sua boca captura a minha

E então ele afunda completamente,

empurrando em mim em um movimento

duro.

Meu choro é engolido por seus lábios e sua língua

em busca. Eu me agarro a ele, porque, oh Deus, a

sensação dele dentro de mim está fazendo meu khui


entrar em ação. É como se tudo dentro de mim estivesse vibrando, e

isso só faz o pau de Aehako se sentir muito melhor. Eu sinto seu

esporão esfregando contra o meu clitóris, e minhas pernas tremem,

porque eu já sinto que estou prestes a gozar.

— Estou machucando você?

Sua voz é um sussurro áspero contra o meu queixo quando ele

morde meu queixo.

Eu balanço a cabeça sem fôlego para responder.

— É bom.

Digo a ele. Bom talvez seja um eufemismo, mas não tenho certeza

de que meus lábios se formarão em torno da palavra terremoto.

Seus quadris se movem e ele empurra profundamente em mim

novamente. Um gemido me escapa e minhas pernas tremem

novamente. Eu vou gozar com apenas dois

impulsos, eu sei disso. Eu levanto minhas

pernas e as prendo em torno de seus quadris,

logo abaixo da sua cauda. Aehako rosna

novamente e empurra mais uma vez,

e eu sinto que meu khui atingiu um

tom febril com seu zumbido. Tudo que eu posso ouvir

é a música entre nós, e então quando ele afunda dentro


de mim novamente, estrelas explodem atrás dos meus olhos. Eu gozo

e gozo, e gozo... e eu não paro. Parece que vou gozar para sempre,

quando ele penetra em mim com golpes poderosos e necessitados.

Então ele geme meu nome e seu corpo endurece em cima de mim, e

ele goza dentro de mim enquanto meu corpo aperta e treme ao redor

dele.

Aehako cai em cima de mim, ofegante. Ele coloca seu peso sobre os

cotovelos para não me esmagar, e me toca com beijos no meu pescoço

e mandíbula enquanto tentamos recuperar o fôlego.

Quando todo o meu corpo não parece mais estilhaçar-se com puro

prazer, eu suspiro pesadamente. — Uau. — Eu tenho certeza que as

peles são empurradas para debaixo da minha bunda. Também tenho

certeza de que provavelmente foram apenas três

minutos ou mais de sexo. Eu não posso me

arrepender disso, porque tenho certeza de que

gozei mais forte do que nunca.

Ele se inclina de lado e aperta a mão

entre meus seios.

— Seu khui está satisfeito.

— É?
Eu coloco minha mão ao lado dele. O zumbido diminuiu um

pouco, mas continua forte. Mesmo com esses pequenos toques, meus

mamilos endurecem e minhas pernas se agitam, fazendo-me perceber

que ele ainda está dentro de mim ... e ainda duro.

E eu ainda estou excitada.

— Hum.

Eu digo, e acaricio uma mão pelo braço dele.

— Quanto tempo dura a vibração?

— Até eu plantar um filhote dentro de você. Ele beija minha

mandíbula.

— Pode levar muitos dias.

Querido Deus. Eu vou morrer de overdose de prazer. Que

caminho a percorrer

— Mas eu estou ovulando agora, certo? Por isso

vibrei?

— O que é ovu-lay...

— Não importa —, eu digo. Deve ser

isso. Ele não seria capaz de me

engravidar de outra forma, e todos

os outros pareciam passar pela vibração

deles. Destruída, feliz, mas ainda assim inteira.


Seus quadris se movem, e eu sinto seu pênis se arrastar para

dentro e para fora de mim novamente, o movimento lento. Eu gemo,

arqueando.

— Oh Deus, estamos fazendo de novo?

— Nós vamos fazer muitas e muitas vezes —, ele me diz com um

beijo mordaz.

— E então você vai levar o meu filhote.

Sua mão vai para a minha barriga.

— Isso é meu.

Ele murmura. Sua mão desliza para baixo.

— E isso é meu.

Diz ele, passando a mão onde o esporão roça o meu clitóris.

— Sua boceta é minha e só minha, doce Kira.

Eu lamento porque parece que estou prestes a

gozar.

— Toda sua, Aehako.

— E então nós vamos voltar para a

caverna principal para que você possa

estar perto do curador...


Eu balanço minha cabeça enquanto ele pressiona seu polegar no

outro lado do meu clitóris, enviando ondas de prazer por mim.

— Eu não quero.

— Não?

Ele parece surpreso.

— Não.

Eu digo, e estou confiante. Por alguma razão, confio no meu khui.

— Eu não preciso do curador. As coisas vão dar certo. E é aqui que

estamos destinados a ficar.

Olho para as paredes pintadas da minha caverna e sinto uma onda

de alegria.

— Estamos em casa.

— Minha casa é onde você está. — Diz Aehako.

Eu toco seu rosto suavemente.

— Eu me sinto da mesma forma.


Queridos leitores,
Graças a Deus por esta publicação!

Eu queria escrever romance de ficção científica por mais tempo. É


um gênero que eu adoro, mas eu escrevo para Nova York com outro
nome e contratos tendem a me manter ocupada. Ainda assim, em
2010, mais ou menos, eu comecei um manuscrito chamado "The
Symbiont" sobre uma raça de pessoas que pousaram em um planeta
e tinham que ter um parasita nativo para viver. Parece terrivelmente
romântico, certo? Nada sexy o bastante como um parasita. O livro
nunca saiu do papel, porque eu tive que deixar isso de lado. Entre
contratos, no entanto, eu continuei voltando à história e cutucando,
esperando por um milagre.
Então, no início deste ano, me senti inspirada para
escrever. Era um trabalho e um que eu amo, mas
meu indicador de combustível da criatividade
estava vazio. Um amigo me desafiou a
escrever algo novo e excitante só para mim.
Tudo bem então. Eu imediatamente
peguei minha história simbionte. Eu
me deparei com a minha heroína
Georgie decidindo encenar uma fuga da nave
alienígena. Eu fiz isso falhar, eu apresentei Vektal e me
apaixonei pela história - e pela escrita - tudo de novo.
E descobri que amo meus grandes alienígenas azuis.
Os bárbaros do Planeta de Gele foi um trabalho de amor absoluto
do começo ao fim. Eu tinha certeza de que era estranho e fora da caixa,
mas era o tipo de história que eu queria ler - e escrever - por tanto
tempo que adorei cada momento. Eu também queria tentar uma série,
e esta parecia ser a oportunidade perfeita. Foi uma exploração da
criatividade de minha mente, e fiquei chocada (e satisfeita!) Quando
deu certo. Eu não esperava escrever uma sequência.
Bem, isso não é inteiramente verdade. Eu já tinha Raahosh e Liz
acasalados em minha mente, junto com Aehako e Kira, mas como
escritora, você espera o melhor e se prepara para o pior. Eu já tive que
parar de escrever uma série antes, e isso dói, então me preparei para
isso. Se fosse um livro, seria apenas um livro. Os revisores
perguntaram se haveria uma série, e eu respondi honestamente:
somente se houvesse demanda por ela.
Mas tem havido demanda! De fato, a demanda tem sido
incrivelmente excitante. Tão empolgante que comecei imediatamente
no segundo livro e depois no terceiro livro entre minhas obrigações já
contratadas. Minha agenda para a segunda
metade do ano está se esgotando rapidamente,
mas espero publicar o livro quatro,
BARBARIAN MINE, antes do Natal. Espero
que mais cedo! Eu sei que não é muito
rápido, mas quero fazer uma boa
história. Se demorar um pouco mais
... então terei que descobrir como
escrever mais nesse tempo.
Uma observação sobre empréstimos (Kindle
Unlimited): lamento muito que os livros não estejam
mais disponíveis para empréstimos. Eu realmente me diverti em
disponibilizar os livros por partes, e gostei da ideia de os leitores
pegarem emprestado cada porção toda semana para ver as novas
aventuras. Mas assim que o (Kindle Unlimited) mudou o pagamento,
deixou de ser financeiramente inteligente para mim (por mais que eu
gostasse de escrever os livros) para continuar disponibilizando desta
forma.. Por isso, disponibilizei os livros em todos os lugares e, no
futuro, espero continuar com isso. Além disso, eu não sinto que a série
vai continuar se forçar os leitores a pagarem US $ 6 por parte de um
livro em vez do preço normal, então vou fazer romances completos a
partir de agora e vou tirar as partes individuais.
Eu fiz os livros por partes como uma maneira de esticar minhas
asas, mas é claro que os leitores querem apenas uma história
divertida. Então lá vamos nós! Essa é a melhor coisa da publicação
por partes: se não estiver funcionando, você pode alterá-la.
O próximo livro que estou chamando de BARBARIAN MINE
(pelo menos na minha cabeça) e será sobre Harlow e seu misterioso
captor. Espero que você esteja animada(o) para ler sobre eles!
Também veremos mais sobre as gravidezes, as
mulheres humanas e como todos estão se
estabelecendo em suas novas vidas. Tem
havido muita conversa sobre os bebês e eu
amo o feedback. Se você quiser uma
resenha em particular, não tenha medo
de falar! Seu feedback é inestimável
para mim como autora.
Por fim, se você gosta dos livros, por favor, deixe
um comentário. Diga-me o que você pensa e quem
você espera ver nos próximos livros. Diga-me se você
quer mais sobre Georgie e Vektal ou se você quer apenas histórias
sobre novos personagens! Eu quero saber seus pensamentos e deixar
comentários me ajuda como autora, de muitas maneiras.
Eu sinceramente espero que você tenha gostado da história de
Kira e Aehako, e estou muito feliz de estar escrevendo mais sobre
grandes aliens azuis e seus piolhos (risos). Vamos em frente!

- Roo

Bárbaros do Planeta de Gelo

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