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UFPE- CURSO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS

DISCIPLINA- ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA

PROF. LUCIVÂNIO JATOBÁ

AULA ASSÍNCRONA- INTERPRETANDO TERRAÇOS FLUVIAIS

Objetivos: a) identificar níveis de terraços, b) analisar a gênese de


terraços fluviais.

Considerações Gerais

“Uma das feições geomorfológicas mais frequentemente divisadas nas


paisagens é conhecida como terraço fluvial. Trata-se de um patamar que
margeia um vale fluvial e que representa o antigo nível do vale. Segundo a
definição universalmente referida de McGee ( 1897), o terraço constitui um
plano horizontal ou aproximadamente horizontal , de maior ou menor extensão,
limitado de um lado por um terreno mais elevado e do outro por uma escarpa.
No processo da produção do espaço geográfico, os terraços fluviais
foram ambientes preferidos pelos povoadores, sobretudo pela característica
morfológica ( terreno plano e pouquíssimo inclinado) e a presença de solos
(neossolos flúvicos), solos em geral férteis para o desenvolvimento de
atividades agrícolas.
Os terraços fluviais possuem uma significação especial do ponto de
vista científico em decorrência das particularidades de sua gênese pela
participação que têm para a utilização do espaço , uma vez que apresentam
aptidões para inúmeras atividades antrópicas (Ab’ Sáber, 1975).
Essas feições de relevo resultam de uma luta de contrários
estabelecida entre a erosão vertical e a erosão lateral operantes, sobretudo, na
planície aluvial. Os terraços fluviais podem ser talhados na rocha ou nas
aluviões deixadas pelo próprio rio ( Figura 1 ).
Mudanças quantitativas nos índices pluviométricos numa dada bacia
implicarão em mudanças qualitativas no regime pluviométrico e, por extensão,
na cobertura vegetal das vertentes e interflúvios. Essas mudanças qualitativas
propiciarão alterações nas condições de mobilização dos detritos nas
vertentes, que são deslocados pelo escoamento superficial para as correntes
fluviais.
Uma luta de contrários estabelece-se no vale fluvial e implicará na
evolução do terraço fluvial, ou seja, instala-se uma contradição entre processos
de acumulação das aluviões e material coluvial na calha fluvial de fundo chato
e o entalhamento do talvegue. A negação da negação também se faz presente
na medida em que os depósitos colúvio-aluviais na calha (tese), são
dissecados pela corrente fluvial (negação), em seguida se dá um
aprofundamento da calha e uma posterior expansão do leito menor do rio,
originando um novo nível de terraço (negação da negação). A paisagem
fluvial exibe-se, assim, escalonada em vários níveis de terraço de acordo com
as mudanças quantitativas e qualitativas desencadeadas na localidade em
função das flutuações e mudanças climáticas.”
Figura 1. A dinâmica da formação de terraços fluviais

Fonte: JATOBÁ, Lucivânio. Análise dialético-materialista da estruturação natural das paisagens contidas na
porção Centro-oriental de Pernambuco / 2017. Disponível no Repositório da UFPE.
Atividade:

1-Analise a gênese e a evolução dos terraços fluviais identificados na


paisagem da foto.

2- Apresente uma explicação para a gêneses e a evolução do relevo


esquematicamente representado na Figura 1.

3- O que se pode dizer sobre a idade relativa dos terraços observados na


Figura 2? O que é idade relativa de uma forma de relevo? E idade absoluta?
Pesquise.

4- Apresente pelo menos duas conclusões sobre esse tema estudado.

Figura 2.

Fonte: www.google.com.br
Bibliografia Complementar Básica

AB’SÁBER, A.N. Formas de Relevo. São Paulo: Edart, 1975.


BIGARELLA, J.J.; ANDRADE, G.O de. Considerações sobre a estratigrafia dos
sedimentos cenozoicos em Pernambuco (Grupo Barreiras). Recife: Arquivos do ICT,
nº2, Univ. do Recife, 1964.
BIGARELLA, J. J., e MOUSINHO, M. R. Considerações a respeito dos terraços
fluviais, rampas de colúvio e várzeas. Bol. Paranaense Geografia, n. 16/17, Curitiba,
1965.
JATOBÁ, Lucivânio. Análise dialético-materialista da estruturação natural das
paisagens contidas na porção Centro-oriental de Pernambuco/ 2017. Disponível
no Repositório da UFPE.

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