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Caio Prado Júnior, o ‘sentido da colonização’ e seus desdobramentos teóricos.

Iderley Colombini. IE-UFRJ Publicado 2019-05-. Edição Número 52 (jan2019 -


abr2019) - Revista da SEP.

“A formação do Brasil, na visão de Prado Jr., será dominada por esse fenômeno caracterizado
pela colonização europeia, no caso a portuguesa, o que diferirá da tradição do Partido
Comunista, que, seguindo a “Segunda e Terceira Internacional Comunista”, consideravam as
Revoluções Inglesa e Francesa como os padrões” (p. 5)

“A colonização brasileira não é vista como um fato isolado de uma aventura casual da nação
portuguesa, ao contrário, é compreendida como desdobramento da expansão marítima dos
países europeus, que depois do século XV são impulsionados pelo capital comercial” (p.6)

“A colonização da América tropical, por sua vez, terá a lógica da exploração, tendo o colono
europeu o único estímulo do ganho fácil e em grande quantidade para se mudar para uma terra
inóspita e estranha aos seus hábitos sociais e culturais.” (p.6)

“A lógica ou o sentido da colônia irá caracterizar a produção, o trabalho e a concentração no


país, através da exportação de produtos tropicais com mão de obra escrava em grandes
latifúndios, sendo ainda voltada para o exterior e simples fornecedora do comércio
internacional.” (p. 7)

“A formação do capitalismo, ainda em traços comerciais, deu luz ao sistema colonial como
forma de sua expansão e de seu fortalecimento na transição para o capitalismo industrial.”
(p.10)

“A passagem para o capitalismo desenvolvido possui uma íntima relação com a questão agrária,
em que as formas de produção, assim como a separação da mão de obra dos meios de produção,
são os elementos centrais.” (p. 11)

“O objetivo de Caio Prado Jr. (2011), como afirmado pelo próprio autor, é apresentar como,
mesmo em formas muito mais complexas, o capitalismo brasileiro permanece com a mesma
essência.” (p. 16)

“A acumulação primitiva permanente deve ser vista, portanto, como a forma expandida em que
o capital recria suas condições, tendo, em cada momento histórico específico do processo de
acumulação, as suas formas determinadas de realização.” (p. 20)

“O sentido do capitalismo brasileiro deve ser visto dentro do sistema capitalista como um todo,
tendo em vista como se reorganiza seu sistema produtivo e social dentro das transformações do
capitalismo mundial.” (p.22)
“Dentro da esfera do mercado mundial, o capital é particularizado em capitais nacionais, com
sua organização política delimitada em Estados nacionais, o que irá por fim lhe conferir seu
movimento de totalidade, de sentido.” (p. 24)

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