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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS.

ARTHUR MENDONÇA DE ALMEIDA


GUSTAVO SCHAUSSE SALGADO
LUCAS MIRANDA
MONDRIAN FEITOSA

DIREITO DO TRABALHO:
Interrupção e suspensão do contrato de trabalho.

MACEIÓ - AL
2019
DESENVOLVIMENTO
Existem certas críticas doutrinárias em relação a pertinência da
interrupção e da suspensão. Alguns autores entendem que a Interrupção se
enquadra no conceito de suspensão dividindo está em parcial e total como
é o caso de Orlando Gomes e Élson Gottschalk: “A suspensão pode ser
total ou parcial. Dá-se, totalmente quando as duas obrigações
fundamentais, a de prestar o serviço e a de pagar o salário, se tornam
reciprocamente inexigíveis. Há suspensão parcial quando o empregado
não trabalha e, não obstante, faz jus ao salário.” A interrupção e a
suspensão são dois institutos que inviabilizam a extinção do contrato de
trabalho. No caso da interrupção, a empresa continua pagando salários ao
empregado e o período será computado como tempo de serviço. Já na
suspensão, o empregado não recebe pelo tempo inativo e tal período não
conta como tempo de serviço. Acarretam a suspensão do contrato de
trabalho a falta injustificada, o período de greve, etc.

O artigo 473 da CLT apresenta determinadas situações em que


falta ao serviço não prejudicará por consequência o salário, como
(Interrupção):

. Falecimento do cônjuge, ascendente (pais, avós, bisavós, etc.)


descendente (filhos, netos, bisnetos etc.) irmão ou pessoa que viva sob
dependência econômica do empregado conforme declarado em sua CTPS;

. Em virtude de casamento;

. Nascimento de filho, no decorrer da primeira semana;

. Doação voluntária de sangue devidamente comprovada, a cada 12


meses;

. Alistamento eleitoral em até 2 (dois) dias consecutivos ou não, conforme


previsão legal especifica;

. Serviço militar ao tempo em que tiver de cumprir as suas exigências;


. Nos dias em que estiver realizado exame vestibular para ingresso ao
ensino superior;

. Quando estiver que comparecer a juízo, ao tempo que for necessário.


Dentre várias situações de suspensão de contrato de trabalho,
podemos citar:

. Suspensão disciplinar (art. 474, da CLT);

. Faltas injustificadas ao serviço;

. Aposentadoria por invalidez: nunca se torna definitivo, mesmo após o


período de 5 (cinco) anos;

. Prisão preventiva ou temporária do empregado, apesar de não


consolidado pela lei trabalhista;
. Condenação com trânsito em julgado, não sendo o trabalhador
beneficiário da suspensão da execução da pena (artigo 482, d, da CLT),
convolando em justa causa do pacto laboral;

Traços comuns entre suspenção e interrupção:

O elemento comum é de que nos dois institutos há a sustação do


dever do empregado de prestar serviço e de estar à disposição do
empregador. E mais: “não perdem plena eficácia as regras impositivas de
condutas omissas obreiras vinculadas aos deveres de lealdade e fidelidade
contratuais”. E também essa paralisação é temporária para ambas as
situações, na exata medida em que a relação jurídica de emprego
permanece. Nos dois casos também é assegurado ao obreiro: a) garantia de
retorno ao emprego antes ocupado (embora não se possa falar em
estabilidade); b) manutenção do patamar salarial e direitos assegurados
após a sustação.

Logo, não é possível dissolver o contrato de trabalho durante a


cessação temporária do contrato, salvo: a) justa causa no curso da
suspensão/interrupção; b) extinção da empresa; c) em tese, no pedido de
demissão, desde que observadas as cautelas do art. 500 da CLT e a
inexistência de fraude.

Sobre a justa causa, consoante o magistério de Délio Maranhão, os


atos faltosos praticados no período de suspensão ou interrupção do contrato
de trabalho provocam a imediata resolução da relação. Se a falta grave
ocorreu antes da suspensão/interrupção, o ato de demissão somente produz
efeitos após a cessação da causa motivadora da suspensão/interrupção. O
empregador, querendo, até pode comunicar de imediato ao trabalhador a
justa causa aplicada, mas a efetivação da rescisão só ocorrerá após terminar
a causa suspensiva/interruptiva.

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