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UNIJUÍ- UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE


DO SUL
DACED – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,
ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO EM FINANÇAS E MERCADO DE CAPITAIS

O ESTUDO DA EFICIÊNCIA DE PADRÕES DE REVERSÃO NA ANÁLISE


TÉCNICA DE INVESTIMENTOS DAS EMPRESAS PETROBRÁS, VALE E ITAÚ
NO PERÍODO DE 2006 A 2016.

MARCO ANTONIO DE PAULA

Orientador: Professor Daniel Baggio

RESUMO

Este estudo tem como objetivo identificar a validade de quatro figuras de reversão de
tendência na Análise Técnica, quais sejam: Ombro Cabeça Ombro (OCO), Ombro Cabeça
Ombro Invertido (OCOI), Fundo Duplo e Topo Duplo. A pesquisa coletou informações
através de software de cotações gráficas do mercado acionário de ações. Analisou-se as quatro
formações gráficas em 3 ações diferentes, PETR4, VALE5 e ITUB4. Posteriormente elas
foram analisadas conjuntamente, sem a divisão por ação. Os resultados revelam que as figuras
de reversão são eficazes, apesar da pouca incidência de tais figuras no período analisado,
quando da sua ocorrência, ela apresentaram performance eficaz, com exceção de uma figura
que teve uma assertividade pífia.
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Palavras chave: análise técnica; figuras de reversão; bolsa de valores

ABSTRACT

This study aims to identify the validity of the four reversal figures of trend in Technical
Analysis which are: Shoulder Head Shoulde, Shoulder Head Inverted Shoulder , Double
Bottom and Double Top. The research has collected information through softwares from
graphic quotes from the Stock Market. It was first analyzed the four graphic formations in
three different actions such as PETR4, VALE5 and ITUB4. They were later analyzed together
with no share division. The results show that the reversal figures are highly effective and
despite the low incidence of such figures in the analyzed period when it occured they did it
very well, except for a figure which had trifling assertiveness.

Key words: technical analysis; reversal figures; stock market


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1. INTRODUÇÃO

A Análise Técnica prega a premissa de que o comportamento dos preços das ações
expresso em vários tipos de gráficos permite a identificação de padrões que se repetem e
podem oferecer indicações de prováveis movimentos futuros (PIMENTA E LIMA, 2010).
Utilizando dessa análise, é possível, teoricamente, prever a cotação dos preços das ações
através da sinalização de seus vários indicadores. Esses indicadores, a priori, determinam e os
preços de uma ação estão abaixo ou acima do seu valor intrínseco.

Muitos investidores se utilizam da Análise Técnica para a tomada da decisão de


compra e venda de ativos financeiros, pois essa é muitas vezes a ferramenta mais acessível
aos investidores, uma vez que ela desconta todas as informações, as quais muitas vezes
chegam ao grande público tardiamente.

Estudos apresentam como válida a premissa de que a Análise Técnica poderá ser
utilizada na tomada de decisão de compra e venda de ações, como por exemplo o artigo
“Análise Técnica de Ações: Um estudo de caso da empresa Bombril S/A” de Bruni (2009).
Nele, o autor apresenta evidências da validade do uso de indicadores de Análise Técnica para
negociar na bolsa de valores.

Em outro artigo, denominado “Análise Técnica: sorte ou realidade?” deSaffi (2002), o


autor conclui que não há evidência alguma sobre a eficácia da análise técnica na tomada de
decisão de compra e venda de ações no mercado acionário. Segundo o seu estudo, o estudo da
análise técnica não traz resultados significativos que justifiquem seu uso na bolsa de valores.

Dessa forma, o objetivo maior desse estudo corresponde em avaliar a viabilização do


uso de padrões de reversão na Análise Técnica para a tomada de decisão de investimentos em
ações negociadas no mercado acionário brasileiro (BM&FBovespa), testando a eficiência dos
sinais de reversão, comprovando se efetivamente tais sinais indicam os melhores pontos de
compra e de venda destas ações
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 MERCADO DE CAPITAIS E MERCADO DE AÇÕES

O mercado de capitais é grande fonte de recursos para investimentos na economia,


assumindo um papel relevante no processo de desenvolvimento econômico. Apresenta forte
ligação entre os agentes superavitários, que possuem capacidade de poupança, e os
investidores carentes de recursos de longo prazo. A atuação do mercado de capitais se
processa por diversas modalidades de financiamentos a longo prazo para giro e capital fixo.

O mercado de capitais atua também com operações de prazo indeterminado, como


aquelas que envolvem emissão e subscrição de ações. As ações são valores representativos de
uma parcela (fração) do capital social de uma sociedade, negociáveis no mercado, e refletem a
participação dos acionistas no capital social. Há dois tipos básicos de ações: ordinárias e
preferências. As ações ordinárias proporcionam aos seus titulares o direito de votos em
assembléias gerais de acionistas e participação nos lucros da sociedade mediante o
recebimento de dividendos. As ações preferências, ao contrario, não possuem o direito a voto,
oferecendo em contrapartida algumas vantagens ou preferências, como a prioridade no
recebimento de dividendos e preferência no reembolso de capital em caso dissolução da
sociedade.

As ações são emitidas sob a forma nominativa, representada por uma cautela cuja
movimentação exige sua entrega a averbação em livro próprio da sociedade emitente,
indicando o nome do novo acionista; e escritural, em que não há emissão de cautela e, em
consequência, qualquer movimentação física de papeis. A movimentação das ações escriturais
tem um controle tipo conta corrente, no qual são registradas as compras e vendas realizadas
pelos acionistas. Os rendimentos das ações são variáveis, dependendo principalmente dos
resultados apurados pela sociedade emitente e das condições de mercado e da economia.

As ações são negociadas na BM&FBovespa, bolsa de valores com sede em São Paulo
resultado da fusão, em 2008, da BM&F, Bolsa de Mercadorias e Futuros, com a Bovespa,
Bolsa de Valores de São Paulo. Inicialmente as empresas fazem a emissão primária no
mercado, chamado IPO (sigla inglês para Oferta Pública Inicial). Dessa emissão, todo o valor
arrecadado vai integralmente para as empresas, para se capitalizarem. Posteriormente as ações
são negociadas no mercado secundário, onde as ações são trocadas de mãos pelos investidores
e a empresa emissora não tem mais nenhuma participação na valorização das ações.
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2.2 ECONOMIA BRASILEIRA E MUNDIAL

Segundo Vasconcellos (1997) para entendermos melhor o que vem a ser a Economia,
devemos estar cientes de que, ela pode ser definida como a ciência social que estuda como o
individuo decide utilizar seus recursos produtivos escassos e o modo de distribuição de bens e
serviços para varias pessoas e grupos da sociedade, para enfim satisfazer as necessidades
humanas, ou seja, quando dizemos: escassezé através dela que vem ao significado de,
“economizar “ recursos.

Tal definição serve também para um país que através do seu controle, a autoridade
monetária administra a liquidez da economia, controlando taxa de juros, objetivando manter o
valor da moeda. Nos dias atuais, tais medidas influenciam e muito no dia a dia da nossa
economia, onde elas são responsáveis desde o custo de empréstimos até o controle da
inflação.

No Brasil, conseguiu-se controlar a inflação após o Planos Real, em 1994, quando se


estabilizou a moeda, dando aos brasileiros, uma certa segurança na nossa política econômica,
o que antes, era algo raro.

Em 1996, vimos um fluxo muito positivo de recursos para a nossa economia, vista
como altamente promissora por outros países. No mesmo ano, devido a crise asiática, vimos
altas perdas em nossas reservas, com o governos tendo que elevar a taxa de juros para poder
controlar a desvalorização da nossa moeda em relação aos seus pares.

Em 1998, o mundo presenciou a crise russa, momento em que afetou a economia


mundial, principalmente os países emergentes, que tiveram dificuldade de acesso a reservas
internacionais. No mesmo ano, o Brasil recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI)
para recompor suas reservas internacionais e preservar sua política econômica. Em 2001,
através de um estudo intitulado “Building Better Global Economics BRICs” do economista
Jim O’Neill começou-se a usar a sigla BRIC para definir a mudança no poder econômica
global, uma oposição em referência aos países desenvolvidos. Faziam parte do BRIC, Brasil,
Rússia, Índia e China. Em 2011, a África do Sul foi incluída ao BRICS.

O ano de 2002 foi marcado pela instabilidade política e muita euforia econômica pela
possibilidade de um novo governo assumindo a presidência. A partir deste ano, iniciou-se
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uma política de forte expansão de crédito e consumo. Foram criadas inúmeras linhas de
créditos para os diversos produtos e serviços existentes. Nesta época, a bolsa de valores
brasileira (BOVESPA) teve um desempenho muito positivo, acompanhando o momento
econômico, se muito consumo, inflação controlada e crescimento acelerado.

Em 2008, os EUA viram seus ativos se deteriorarem de uma forma muito rápida
devido a crise do Subprime, contaminando assim, o resto do mundo. O Brasil também não
saiu imune. Várias empresas viram encolher o valor das suas ações na bolsa de uma forma
muito rápida. Passada a fase de consumo, vimos a população gastando muito pouco e a
economia estagnando de lá para cá, o que dificulta muito a saída da grave crise vivida em
2008.

Dos países que compõem os BRICS, a China foi o único que teve crescimento
significativo, com taxas anuais maiores que 8%, tornando uma potência econômica em pouco
tempo. O Brasil, por sua vez viu sua inflação aumentando cada vez mais e o crescimento pífio
nesses últimos anos, inclusive tempo crescimento negativo no último ano.

2.2 – ANÁLISE TÉCNICA

Há duas formas mais conhecidas para a tomada de decisão sobre a compra e venda de
ações na bolsa de valores: a Análise Fundamentalista e a Análise Técnica. A Análise
Fundamentalista, leva em conta os dados da empresa, como sua receita, seu lucro líquido, sua
dívida, suas vendas em determinado ano, o mercado. Enfim, dados reais da empresa
encontrados em seus balanços. Essa análise tem a característica de médio e longo prazo, uma
vez que ela não consegue prever o timming exato de entrada na ação, como preconiza a
Análise Técnica.

Análise Técnica, ou Gráfica, caracteriza-se pelo conjunto de técnicas e estudos


apoiados nos movimentos históricos nos preços de mercado dos ativos financeiros. As
ferramentas gráficas e técnicas matemáticas que fazem parte desta abordagem buscam tentar
prever os movimentos futuros nas cotações de títulos e ações, pares de moedas, índices,
preços de commodities etc., negociados em mercado aberto.

Basicamente, os estudos gráficos realizados buscam sugerir padrões de


comportamento nos preços de ativos e de difícil previsão e dedução matemática.
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Entre os pais da Análise Técnica estão os americanos William Peter Hamilton (1867 –
1929), e Charles Dow (1851 – 1902), um dos fundadores da Dow Jones e do Wall Street
Journal. Charles Dow formulou uma série de estudos que vieram compor o âmago da Análise
Técnica e que ficaram conhecidas com a Teoria de Dow (NORONHA, 2003)

A Teoria de Dow vincula uma tendência de mercado, desde que confirmada por
movimentos de preços semelhantes nas médias Dow Jones (Industrial e de Transportes) que
ele próprio calculava e divulgava.

Na teoria de Dow, segundo Noronha (2003, p.37) ressalta que “o que aconteceu ontem
pode determinar o que acontecerá hoje e a configuração gráfica dos preços tende a se
relacionar com a direção que eles tomarão no futuro”. Charles Dow foi o primeiro a enunciar
que as ações de mercado se movimentam juntamente, seguindo a trajetória das mais
representativas, o que tornava possível medir a intensidade das oscilações através de uma
média (NORONHA, 2003).

Conforme Noronha (2003) a Teoria de Dow tratou de indentificar quatro fases que se
repetem na formação dos preços:

- Acumulação: Investidores especialmente bem informados se abastecem da ação, com


um provável pequeno aumento de preço.

- Mark Up: Compradores melhor informados aderem ao mercado, comprando a ação e


elevando o preço.

- Distribuição: A um preço que permite ganhos compensadores, a ação desperta a


atenção da massa. O mercado fica ativo e os acumuladores abastecem a massa.

- Liquidação: Do tipo pânico ou não, ocorre quando a massa descobre que pagou caro
e procura vender a ação que não compensou seu investimento.

A partir dessas fases, Charles Dow, conforme Noronha (2003) enuncia os princípios
básicos da análise gráfica de ações. O mercado sempre apresenta uma dessas tendências:

- Primária: Tendência de longo prazo.

- Secundária: Reversão da Primária

- Terciária: Tendência de curto prazo


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Noronha (2003, p. 38), ainda afirma que a Teoria de Dow se baseia em que o volume
sempre tem que confirmar a tendência e que assume-se que uma tendência prossegue até se
ter indicação do contrário.

2.2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Construções de Gráficos: O gráfico de barras é o instrumento mais utilizado pelos


grafistas. Ele visualiza os preços máximo, mínimo e médio (em alguns casos) e de
fechamento de determinada ação, em determinado dia, numa determinada bolsa. Identifica
ainda, os volumes negociados e permite a inclusão do gráfico de Médias Móveis e do gráfico
de Força Relativa, que a ele se associa no gráfico.

Outro gráfico utilizado é o Gráfico Ponto e Figura, mais preciso, retrata todos os
preços as quais a ação foi negociada, sem levar em conta o dia da negociação, mas
identificando com precisão a reversão da tendência de preços.

Modernamente, os Gráficos de Velas, ou Candlesticks, ganharam muitos adeptos nos


mercados mais sofisticados. Este tipo de gráfico, possivelmente é o mais antigo que existe.
Existem relatos que japoneses o usavam no longínquo século XVII, na comercialização de
arroz. Muito do que se conhece dos candlesticks deve-se ao lendário comerciante Munehisa
Homma (DEBASTIANI, 2007) que naquela época acertou 100 trades consecutivos em arroz
utilizando a análise gráfica de candlesticks.

Os gráficos identificam áreas e linhas de preços conhecidas como:

- Suporte: área ou linha de preços mínimos

- Resistência: área ou linha de preços máximos

O aumento na quantidade de negócios feitos nessas áreas ou linhas aumenta sua


confiabilidade. Os preços testam essa área, buscando rompê-la. Quando isso ocorre, quase
sempre muda-se a tendência.

2.2.2 PRINCIPAIS ESTUDOS E FIGURAS DE ANÁLISE TÉCNICA

2.2.2.1 Ombro-cabeça-ombro

A primeira figura corresponde ao OMBRO-CABEÇA-OMBRO (OCO). Esta figura


corresponde a um padrão gráfico ou uma figura de reversão que sinaliza a mudança de uma
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tendência de alta para baixa. Geralmente o OCO é formado por três topos consecutivos que
são separados entre si por dois fundos.

Figura 1: Ombro Cabeça Ombro (OCO)

Fonte: www.daltonvieira.com

Os topos 1 e 3 destacados na figura costumam ocorrer em uma mesma faixa de preço e


são os ombros do padrão. O topo 2 é o mais alto, fica localizado entre os ombros e é
conhecido como a cabeça desta figura de reversão.

Os dois fundos são formados em uma mesma faixa de preço, onde é possível traçar
uma linha horizontal ou uma linha diagonal com leve inclinação ligando os mesmos. Esta
linha é conhecida como linha de pescoço. Funciona como suporte e tem papel fundamental na
confirmação do padrão.

Ocorre dentro de uma tendência de alta. Isto significa dizer que topos e fundos
ascendentes antecedem a formação do padrão. A cabeça é o último topo ascendente, ou seja, o
ponto mais alto da tendência.

A segunda figura corresponde a um OMBRO-CABEÇA-OMBRO INVERTIDO


(OCOI) Esta figura corresponde a um padrão gráfico ou uma figura de reversão que sinaliza a
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mudança de uma tendência de alta para baixa. Geralmente o OCO é formado por três topos

consecutivos que são separados entre si por dois fundos.

É um padrão gráfico ou uma figura de reversão que sinaliza a mudança de uma


tendência de baixa para alta. Geralmente o OCO-I é formado por três fundos consecutivos que
são separados entre si por dois topos.

Figura 2: Ombro Cabeça Ombro Invertido (OCOI)

Fonte: www.daltonvieira.com

Os fundos 1 e 3 destacados na figura costumam ocorrer em uma mesma faixa de preço


e são os ombros do padrão. O fundo 2 é o mais baixo, fica localizado entre os ombros e é
conhecido como a cabeça desta figura de reversão.

Os dois topos são formados em uma mesma faixa de preço, onde é possível traçar uma
linha horizontal ou uma linha diagonal com leve inclinação ligando os mesmos. Esta linha é
conhecida como linha de pescoço. Funciona como resistência e tem papel fundamental na
confirmação do padrão.

Ocorre dentro de uma tendência de baixa. Isto significa dizer que topos e fundos
descendentes antecedem a formação do padrão. A cabeça é o último fundo descendente, ou
seja, o ponto mais baixo da tendência.
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2.2.2.2 O fundo duplo

É um padrão gráfico ou uma figura de reversão que sinaliza a mudança de uma


tendência de baixa para alta. Geralmente o fundo duplo é formado por dois fundos
consecutivos que são separados entre si por um topo. A formação do padrão se assemelha à
letra W.

Figura 3: Fundo Duplo

Fonte: www.daltonvieira.com.br

Os fundos costumam ocorrer em uma mesma faixa de preço, podendo ser ligados por
uma linha horizontal que funciona como suporte. É aceitável uma pequena inclinação desta
linha. O topo entre os fundos funciona como resistência e tem papel fundamental na
confirmação do padrão.

Ocorre dentro de uma tendência de baixa. Isto significa dizer que topos e fundos descendentes
antecedem a formação do padrão.

2.2.2.3 O topo duplo

É um padrão gráfico ou uma figura de reversão que sinaliza a mudança de uma


tendência de alta para baixa. Geralmente o topo duplo é formado por dois topos consecutivos
que são separados entre si por um fundo. A formação do padrão se assemelha à letra M.
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Figura 4: Topo Duplo

Fonte: Site www.daltonvieira.com.br

Os topos costumam ocorrer em uma mesma faixa de preço, podendo ser ligados por
uma linha horizontal que funciona como resistência. É aceitável uma pequena inclinação desta
linha. O fundo entre os topos funciona como suporte e tem papel fundamental na confirmação
do padrão.

Ocorre dentro de uma tendência de alta. Isto significa dizer que topos e fundos
ascendentes antecedem a formação do padrão.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O método de investigação utilizado neste trabalho foi pesquisa de levantamento.


Segundo Creswell (2010), uma pesquisa de levantamento resulta em descrição quantitativa ou
numérica de tendências, atitudes e opiniões de uma população, por meio do estudo de uma ou
mais amostras. Esse método permite que o pesquisador generalize os resultados encontrados,
por meio da amostra para toda a população. Generalização está ligada à possibilidade de fazer
conexões com outras partes não estudadas e também outros casos.

Usaremos para o presente estudo, algumas formações gráficas, as quais seguem:


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- Ombro cabeça ombro (OCO):

- Ombro cabeça ombro invertido (OCOI)

- Fundo duplo:

- Topo Duplo

Para a análise de dados, usaremos 3 ações: Petrobrás PN (PETR4), VALE ON


(VALE5) e Itaú PN (ITUB4).

Usaremos a plataforma de análise gráfica Profit Chart da empresa Nelogica e a


periodicidade será sempre Diária.

Para análise dos dados, foram dadas como válidas, as formações gráficas que
perfizeram o percentual mínimo de ganho de 10% desde a sua entrada. Entradas com ganhos
menores são consideradas inválidas.

Depois da indicação de compra pelas formações gráficas, foi definido que o seu stop
(limite aceitável de perda) seria colocado 1 centavo abaixo (ou acima) do suporte (ou
resistência) formado na figura. Acionado esse stop, a operação era considerada inválida.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Considerando os dados da coleta, a taxa de acerto proporcionada pelas figuras de


reversão são comparadas entre as ações que compõe o estudo. Assim, observou-se que cada
ação individualmente apresenta resultados divergentes. Este fato pode ser explicado pelo
comportamento não similar dos preços ao longo do período analisado.

A Petrobrás (PETR4) apresentou os seguintes resultados:

Quadro 1: Resultados da análise da ação PETR4

PETR4
VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto
OCO 1 0 100%
OCO I 2 1 66,67%
FUNDO DUPLO 4 0 100,00%
TOPO DUPLO 2 4 33,33%
Fonte: Resultados da pesquisa
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Percebe-se na tabela da coleta de dados da PETR4, que em 10 anos, o gráfico diário da


ação deu apenas uma entrada OCO, segundo condições explicitadas nos procedimentos
metodológicos, fato que nos surpreendeu.

Entende-se que ocorreu uma taxa de acerto muito importante na figura do Fundo
Duplo, na qual oportunizou quatro entradas e todas deram resultados positivos.

Já na ação da VALE, tem-se os seguintes resultados :

Quadro 2: Resultados da análise da ação VALE5

VALE5
VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto
OCO 0 0 -
OCO I 3 0 100%
FUNDO DUPLO 6 3 67%
TOPO DUPLO 4 3 57%
Fonte: Resultados da pesquisa

Neste quadro da VALE5, observa-se , novamente, uma raridade da formação de OCO,


onde neste caso em 10 anos não foi encontrado nenhum figura para a ação.

Já o OCOI, foi acionado 3 vezes, com uma assertividade muito interessante, de 100%

Na ação do Itaú, temos a seguinte situação:

Quadro 3: Análise de resultados da ação ITUB4

ITUB4
VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto
OCO 1 0 100%
OCO I 2 0 100%
FUNDO DUPLO 3 0 100%
TOPO DUPLO 4 5 44%
Fonte: Resultados da pesquisa

Apenas a figura do Topo Duplo teve uma assertividade muito pequena, porém foi a
que mais teve incidência na ação.

Já as outras figuras gráficas, tiverem um índice de acerto máximo. Nota-se novamente


pouca incidência do OCO também no gráfico do ITUB4.

No quadro abaixo, reuniu-se os resultados de todas as figuras gráficas, em detrimento da


divisão por ações.

Quadro 4: Análise dos resultados gerais


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VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto


OCO 2 0 100%
OCOI 7 1 88%
FUNDO DUPLO 13 3 81%
TOPO DUPLO 10 12 45%
Fonte: Análise de resultados

O que se pode verificar nesse quadro que reúne todas os resultados do estudo é uma
alta assertividade do OCOI e do Fundo Duplo, com acertos de 88% e 81% respectivamente. O
OCO tem uma assertividade de 100%, porém, em 10 anos apenas 2 ocorrências, o que torna a
análise de tais dados comprometedora. O Topo Duplo foi a figura gráfica que deu o menor
índice de acerto, 44%.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi de proporcionar uma


investigação sobre as mais importantes figuras gráficas de reversão da Análise Técnica,
avaliandio qual a sua importância na tomada de decisão e se realmente são eficazes no que diz
respeito a rentabilidade nas operações.

Analisando a assertividade das figuras gráficas sobre a amostra utilizada e respeitando


os pontos de compra e venda determinados pela metodologia anteriormente exemplificada, foi
possível verificar como positivas e confiáveis as figuras gráficas de reversão nos ativos
Petrobrás, Vale e Itaú, no período de 10 anos, que compreende Janeiro de 2006 a Janeiro de
2016.

As projeções feitas revelaram que o mercado pode atender as expectativas do


investidor, mas não com certeza, tanto por que o estudo e a identificação de figuras no gráfico
são feito por pessoas. Assim, se a mesma observar a formação de um padrão, ou o mesmo
ficar despercebido, ou até encontrar outros tipos de padrões que outrem não haveria
identificado, é tudo uma questão de visão.

A maior contribuição que este estudo traz, é a relevância dos pontos de reversão para o
estudo da análise técnica no mercado de ações brasileiro, quais as figuras gráficas de reversão
mais confiáveis e quais têm pouca assertividade.

Neste trabalho, tem-se uma limitação em termos de recorrência dos sinais das figuras
de reversão ao longo dos 10 anos de análise dos dados, uma vez que em algumas figuras a
ocorrência foi muito baixa, o que traz uma menor confiabilidade no estudo.
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Em relação aos estudos feitos anteriormente no país, espera-se ter agregado valor à
literatura de testes de eficiência das figuras de reversão na análise técnica de ações, bem como
a sua usabilidade na tomada de decisão de compra e vendas de ativos financeiros.
Futuramente poderão ser adicionadas outras figuras de reversão não usadas neste estudo,
ampliando, assim, o campo de análise.
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REFERÊNCIAS

CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa – 3ª Edição. Penso. São Paulo, 2010.

DAMODARAN. Aswath, Avaliação de Investimentos – Ferramentas e Técnicas


para a Determinação de Qualquer Ativo. Qualimark. São Paulo, 2010.

DEBASTIANI, Carlos Alberto, Candlestick: Um método para ampliar seus


lucrosna Bolsa. Novatec, 2007.

ELDER, Alexander. Como se Transformar em um operador e investidor de


sucesso. Elsevier. Rio de Janeiro, 2004.

FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro – Produtos e Serviços. Qualimark. São


Paulo, 2007.

LEMOS, Flávio. Análise Técnica dos Mercados Financeiros – Um Guia


Completo e Definitivo dos Métodos de Negociação de Ativos. Saraiva. Rio de
Janeiro, 2015.

NORONHA, Marcio. Análise Técnica: Teorias, Ferramentas e Estratégias. Editora


de Livros Técnicos Ltda. São Paulo, 2005.

VASCONCELLOS, Marco Antonio. Economia, Micro e Macro – 4ª Edição..


Saraiva. São Paulo, 1997

Site: www.dantonvieira.com.br

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