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Marco Antonio de Paula
Marco Antonio de Paula
RESUMO
Este estudo tem como objetivo identificar a validade de quatro figuras de reversão de
tendência na Análise Técnica, quais sejam: Ombro Cabeça Ombro (OCO), Ombro Cabeça
Ombro Invertido (OCOI), Fundo Duplo e Topo Duplo. A pesquisa coletou informações
através de software de cotações gráficas do mercado acionário de ações. Analisou-se as quatro
formações gráficas em 3 ações diferentes, PETR4, VALE5 e ITUB4. Posteriormente elas
foram analisadas conjuntamente, sem a divisão por ação. Os resultados revelam que as figuras
de reversão são eficazes, apesar da pouca incidência de tais figuras no período analisado,
quando da sua ocorrência, ela apresentaram performance eficaz, com exceção de uma figura
que teve uma assertividade pífia.
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ABSTRACT
This study aims to identify the validity of the four reversal figures of trend in Technical
Analysis which are: Shoulder Head Shoulde, Shoulder Head Inverted Shoulder , Double
Bottom and Double Top. The research has collected information through softwares from
graphic quotes from the Stock Market. It was first analyzed the four graphic formations in
three different actions such as PETR4, VALE5 and ITUB4. They were later analyzed together
with no share division. The results show that the reversal figures are highly effective and
despite the low incidence of such figures in the analyzed period when it occured they did it
very well, except for a figure which had trifling assertiveness.
1. INTRODUÇÃO
A Análise Técnica prega a premissa de que o comportamento dos preços das ações
expresso em vários tipos de gráficos permite a identificação de padrões que se repetem e
podem oferecer indicações de prováveis movimentos futuros (PIMENTA E LIMA, 2010).
Utilizando dessa análise, é possível, teoricamente, prever a cotação dos preços das ações
através da sinalização de seus vários indicadores. Esses indicadores, a priori, determinam e os
preços de uma ação estão abaixo ou acima do seu valor intrínseco.
Estudos apresentam como válida a premissa de que a Análise Técnica poderá ser
utilizada na tomada de decisão de compra e venda de ações, como por exemplo o artigo
“Análise Técnica de Ações: Um estudo de caso da empresa Bombril S/A” de Bruni (2009).
Nele, o autor apresenta evidências da validade do uso de indicadores de Análise Técnica para
negociar na bolsa de valores.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As ações são emitidas sob a forma nominativa, representada por uma cautela cuja
movimentação exige sua entrega a averbação em livro próprio da sociedade emitente,
indicando o nome do novo acionista; e escritural, em que não há emissão de cautela e, em
consequência, qualquer movimentação física de papeis. A movimentação das ações escriturais
tem um controle tipo conta corrente, no qual são registradas as compras e vendas realizadas
pelos acionistas. Os rendimentos das ações são variáveis, dependendo principalmente dos
resultados apurados pela sociedade emitente e das condições de mercado e da economia.
As ações são negociadas na BM&FBovespa, bolsa de valores com sede em São Paulo
resultado da fusão, em 2008, da BM&F, Bolsa de Mercadorias e Futuros, com a Bovespa,
Bolsa de Valores de São Paulo. Inicialmente as empresas fazem a emissão primária no
mercado, chamado IPO (sigla inglês para Oferta Pública Inicial). Dessa emissão, todo o valor
arrecadado vai integralmente para as empresas, para se capitalizarem. Posteriormente as ações
são negociadas no mercado secundário, onde as ações são trocadas de mãos pelos investidores
e a empresa emissora não tem mais nenhuma participação na valorização das ações.
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Segundo Vasconcellos (1997) para entendermos melhor o que vem a ser a Economia,
devemos estar cientes de que, ela pode ser definida como a ciência social que estuda como o
individuo decide utilizar seus recursos produtivos escassos e o modo de distribuição de bens e
serviços para varias pessoas e grupos da sociedade, para enfim satisfazer as necessidades
humanas, ou seja, quando dizemos: escassezé através dela que vem ao significado de,
“economizar “ recursos.
Tal definição serve também para um país que através do seu controle, a autoridade
monetária administra a liquidez da economia, controlando taxa de juros, objetivando manter o
valor da moeda. Nos dias atuais, tais medidas influenciam e muito no dia a dia da nossa
economia, onde elas são responsáveis desde o custo de empréstimos até o controle da
inflação.
Em 1996, vimos um fluxo muito positivo de recursos para a nossa economia, vista
como altamente promissora por outros países. No mesmo ano, devido a crise asiática, vimos
altas perdas em nossas reservas, com o governos tendo que elevar a taxa de juros para poder
controlar a desvalorização da nossa moeda em relação aos seus pares.
O ano de 2002 foi marcado pela instabilidade política e muita euforia econômica pela
possibilidade de um novo governo assumindo a presidência. A partir deste ano, iniciou-se
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uma política de forte expansão de crédito e consumo. Foram criadas inúmeras linhas de
créditos para os diversos produtos e serviços existentes. Nesta época, a bolsa de valores
brasileira (BOVESPA) teve um desempenho muito positivo, acompanhando o momento
econômico, se muito consumo, inflação controlada e crescimento acelerado.
Em 2008, os EUA viram seus ativos se deteriorarem de uma forma muito rápida
devido a crise do Subprime, contaminando assim, o resto do mundo. O Brasil também não
saiu imune. Várias empresas viram encolher o valor das suas ações na bolsa de uma forma
muito rápida. Passada a fase de consumo, vimos a população gastando muito pouco e a
economia estagnando de lá para cá, o que dificulta muito a saída da grave crise vivida em
2008.
Dos países que compõem os BRICS, a China foi o único que teve crescimento
significativo, com taxas anuais maiores que 8%, tornando uma potência econômica em pouco
tempo. O Brasil, por sua vez viu sua inflação aumentando cada vez mais e o crescimento pífio
nesses últimos anos, inclusive tempo crescimento negativo no último ano.
Há duas formas mais conhecidas para a tomada de decisão sobre a compra e venda de
ações na bolsa de valores: a Análise Fundamentalista e a Análise Técnica. A Análise
Fundamentalista, leva em conta os dados da empresa, como sua receita, seu lucro líquido, sua
dívida, suas vendas em determinado ano, o mercado. Enfim, dados reais da empresa
encontrados em seus balanços. Essa análise tem a característica de médio e longo prazo, uma
vez que ela não consegue prever o timming exato de entrada na ação, como preconiza a
Análise Técnica.
Entre os pais da Análise Técnica estão os americanos William Peter Hamilton (1867 –
1929), e Charles Dow (1851 – 1902), um dos fundadores da Dow Jones e do Wall Street
Journal. Charles Dow formulou uma série de estudos que vieram compor o âmago da Análise
Técnica e que ficaram conhecidas com a Teoria de Dow (NORONHA, 2003)
A Teoria de Dow vincula uma tendência de mercado, desde que confirmada por
movimentos de preços semelhantes nas médias Dow Jones (Industrial e de Transportes) que
ele próprio calculava e divulgava.
Na teoria de Dow, segundo Noronha (2003, p.37) ressalta que “o que aconteceu ontem
pode determinar o que acontecerá hoje e a configuração gráfica dos preços tende a se
relacionar com a direção que eles tomarão no futuro”. Charles Dow foi o primeiro a enunciar
que as ações de mercado se movimentam juntamente, seguindo a trajetória das mais
representativas, o que tornava possível medir a intensidade das oscilações através de uma
média (NORONHA, 2003).
Conforme Noronha (2003) a Teoria de Dow tratou de indentificar quatro fases que se
repetem na formação dos preços:
- Liquidação: Do tipo pânico ou não, ocorre quando a massa descobre que pagou caro
e procura vender a ação que não compensou seu investimento.
A partir dessas fases, Charles Dow, conforme Noronha (2003) enuncia os princípios
básicos da análise gráfica de ações. O mercado sempre apresenta uma dessas tendências:
Noronha (2003, p. 38), ainda afirma que a Teoria de Dow se baseia em que o volume
sempre tem que confirmar a tendência e que assume-se que uma tendência prossegue até se
ter indicação do contrário.
Outro gráfico utilizado é o Gráfico Ponto e Figura, mais preciso, retrata todos os
preços as quais a ação foi negociada, sem levar em conta o dia da negociação, mas
identificando com precisão a reversão da tendência de preços.
2.2.2.1 Ombro-cabeça-ombro
tendência de alta para baixa. Geralmente o OCO é formado por três topos consecutivos que
são separados entre si por dois fundos.
Fonte: www.daltonvieira.com
Os dois fundos são formados em uma mesma faixa de preço, onde é possível traçar
uma linha horizontal ou uma linha diagonal com leve inclinação ligando os mesmos. Esta
linha é conhecida como linha de pescoço. Funciona como suporte e tem papel fundamental na
confirmação do padrão.
Ocorre dentro de uma tendência de alta. Isto significa dizer que topos e fundos
ascendentes antecedem a formação do padrão. A cabeça é o último topo ascendente, ou seja, o
ponto mais alto da tendência.
mudança de uma tendência de alta para baixa. Geralmente o OCO é formado por três topos
Fonte: www.daltonvieira.com
Os dois topos são formados em uma mesma faixa de preço, onde é possível traçar uma
linha horizontal ou uma linha diagonal com leve inclinação ligando os mesmos. Esta linha é
conhecida como linha de pescoço. Funciona como resistência e tem papel fundamental na
confirmação do padrão.
Ocorre dentro de uma tendência de baixa. Isto significa dizer que topos e fundos
descendentes antecedem a formação do padrão. A cabeça é o último fundo descendente, ou
seja, o ponto mais baixo da tendência.
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Fonte: www.daltonvieira.com.br
Os fundos costumam ocorrer em uma mesma faixa de preço, podendo ser ligados por
uma linha horizontal que funciona como suporte. É aceitável uma pequena inclinação desta
linha. O topo entre os fundos funciona como resistência e tem papel fundamental na
confirmação do padrão.
Ocorre dentro de uma tendência de baixa. Isto significa dizer que topos e fundos descendentes
antecedem a formação do padrão.
Os topos costumam ocorrer em uma mesma faixa de preço, podendo ser ligados por
uma linha horizontal que funciona como resistência. É aceitável uma pequena inclinação desta
linha. O fundo entre os topos funciona como suporte e tem papel fundamental na confirmação
do padrão.
Ocorre dentro de uma tendência de alta. Isto significa dizer que topos e fundos
ascendentes antecedem a formação do padrão.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
- Fundo duplo:
- Topo Duplo
Para análise dos dados, foram dadas como válidas, as formações gráficas que
perfizeram o percentual mínimo de ganho de 10% desde a sua entrada. Entradas com ganhos
menores são consideradas inválidas.
Depois da indicação de compra pelas formações gráficas, foi definido que o seu stop
(limite aceitável de perda) seria colocado 1 centavo abaixo (ou acima) do suporte (ou
resistência) formado na figura. Acionado esse stop, a operação era considerada inválida.
PETR4
VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto
OCO 1 0 100%
OCO I 2 1 66,67%
FUNDO DUPLO 4 0 100,00%
TOPO DUPLO 2 4 33,33%
Fonte: Resultados da pesquisa
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Entende-se que ocorreu uma taxa de acerto muito importante na figura do Fundo
Duplo, na qual oportunizou quatro entradas e todas deram resultados positivos.
VALE5
VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto
OCO 0 0 -
OCO I 3 0 100%
FUNDO DUPLO 6 3 67%
TOPO DUPLO 4 3 57%
Fonte: Resultados da pesquisa
Já o OCOI, foi acionado 3 vezes, com uma assertividade muito interessante, de 100%
ITUB4
VÁLIDA INVÁLIDA % de acerto
OCO 1 0 100%
OCO I 2 0 100%
FUNDO DUPLO 3 0 100%
TOPO DUPLO 4 5 44%
Fonte: Resultados da pesquisa
Apenas a figura do Topo Duplo teve uma assertividade muito pequena, porém foi a
que mais teve incidência na ação.
O que se pode verificar nesse quadro que reúne todas os resultados do estudo é uma
alta assertividade do OCOI e do Fundo Duplo, com acertos de 88% e 81% respectivamente. O
OCO tem uma assertividade de 100%, porém, em 10 anos apenas 2 ocorrências, o que torna a
análise de tais dados comprometedora. O Topo Duplo foi a figura gráfica que deu o menor
índice de acerto, 44%.
A maior contribuição que este estudo traz, é a relevância dos pontos de reversão para o
estudo da análise técnica no mercado de ações brasileiro, quais as figuras gráficas de reversão
mais confiáveis e quais têm pouca assertividade.
Neste trabalho, tem-se uma limitação em termos de recorrência dos sinais das figuras
de reversão ao longo dos 10 anos de análise dos dados, uma vez que em algumas figuras a
ocorrência foi muito baixa, o que traz uma menor confiabilidade no estudo.
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Em relação aos estudos feitos anteriormente no país, espera-se ter agregado valor à
literatura de testes de eficiência das figuras de reversão na análise técnica de ações, bem como
a sua usabilidade na tomada de decisão de compra e vendas de ativos financeiros.
Futuramente poderão ser adicionadas outras figuras de reversão não usadas neste estudo,
ampliando, assim, o campo de análise.
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REFERÊNCIAS
Site: www.dantonvieira.com.br