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Recife, 18 de novembro de 2021

A
SEPLAG – Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco
Secretaria Executiva de Parcerias e Estratégias
Senhor Marcelo Bruto
D.D. Secretário Executivo

Cumprimentando cordialmente vimos apresentar nesta oportunidade em que se


encontram abertas as consultas públicas, as nossas sugestões para aperfeiçoamento do
processo de seleção de empresa no contexto das Parcerias Público Privadas –
Modalidade Concessão Pública do Governo de Pernambuco, que trata das rodovias
estaduais PE – 50, PE – 60 e PE – 90.

Para tal, elaboramos o texto a seguir, que pretende contribuir para ampliar os objetivos
do processo, assim como, dos serviços a serem oferecidos à população, colaborando
efetivamente para a concepção inicial de uma política pública para o setor rodoviário
em Pernambuco que é objetivo desse processo de PPP.

Sendo o que só se nos apresenta para o momento,

Subscrevemo-nos atenciosamente

Stênio de Coura Cuentro


Presidente Estadual

Rua Professor Mário de Castro, 222/302, Boa Viagem, Recife, Pernambuco, CEP 51.030 – 260, Brasil
Contatos: (81) 999.710.854, stenioccuentro@gmail.com; stenioccuentro@terra.com.br;
abencpe@gmail.com
CONCESSÕES RODOVIÁRIAS EM PERNAMBUCO

Neste momento o Governo de Pernambuco está recebendo sugestões sobre as


concessões rodoviárias das estradas PE – 60, que liga o Cabo de Santo Agostinho à
divisa com Alagoas, a PE – 90 que vai de Carpina até Toritama entroncamento com BR
104, e a PE – 50 de Limoeiro até a BR 232 em Vitória de Santo Antão. Ao todo serão
234,60 km de rodovias de estradas que recebem cerca de 25 mil veículos diariamente, a
serem concedidas à iniciativa privada por um período de 30 anos. Pela proposta serão
investidos cerca de R$ 2,27 bilhões de reais, sendo R$ 1,14 bilhões em melhorias e o
restante nos custos operacionais.

A proposta traz em sua justificativa a necessidade de se desenvolver uma política


pública para o setor, uma vez que o Estado não consegue realizar os necessários
serviços de manutenção das suas estradas e para isso deverá contar com a participação
da iniciativa privada. De fato, isso ocorre, como já ocorreu no fim da década de 1980
quando Pernambuco contratou mais de USD 200 milhões junto ao BID para um
programa de manutenção e recuperação de rodovias que foi executado nos 10 anos
seguintes. Isso à despeito de ter o DER-PE estruturado com equipes e equipamentos
adequados aos serviços de manutenção rotineira e a realização de pequenas obras.

De acordo como o Secretário de Parcerias e Estratégias de Pernambuco Marcelo Bruto,


a realização da melhoria da infraestrutura dessas rodovias será compatível e
proporcional com a tarifa a ser cobrada, com isso, não será feita a duplicação de todos
os 234 km de estradas, somente de alguns trechos, os demais serviços serão a melhoria
de acostamentos, o alargamento de alguns pontos e a correção da geometria horizontal
das curvas, além da construção das praças de pedágio e serviços de emergência. A
proposta não fala do controle de cargas, isso deve ser objeto bem claro das exigências
do contrato a ser celebrado.

A PE - 60 é a única rodovia que passa ao longo de todo litoral sul de Pernambuco e dá


acesso a todas as praias, por exemplo, Gaibu, Porto de Galinhas, Serrambi, Sirinhaém,
Tamandaré, entre dezenas de outras e dessa forma, mesmo que legal, a cobrança de
pedágio em 2 postos – Ipojuca e Tamandaré deve ser considerado imposto e não tarifa.
Já a PE – 50, entre Limoeiro e Vitória é a única pavimentada nesse trecho e junto com a
PE – 45 - Vitória/Escada e a PE – 42 – Escada/Ipojuca, completa a ligação direta com o
Porto de Suape, ou seja, a menor distância entre esses municípios e conectando a BR –
232 com a BR 101 Sul, de sorte que sua utilização é quase obrigatória.

Para que a proposta seja considerada um início de política pública para o setor faltam
ser introduzidos alguns outros elementos na análise. Por exemplo, como ficará a
manutenção e a pavimentação de dezenas de km de estradas das zonas diretas de
influência das rodovias a serem concessionadas? Uma alternativa seria incluir esses
trechos já que Governo do Estado está implementando um programa de investimentos
de mais de R$ 5,0 bilhões em Pernambuco, nos quais estão incluídas diversas rodovias,
dentre as quais se destacam por estarem na zona de influência das rodovias a serem
concessionadas, as seguintes:

Rua Professor Mário de Castro, 222/302, Boa Viagem, Recife, Pernambuco, CEP 51.030 – 260, Brasil
Contatos: (81) 999.710.854, stenioccuentro@gmail.com; stenioccuentro@terra.com.br;
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Rodovias a serem beneficiadas
Rodovia Trecho Serviços Valor milhões
PE – 45 Vitória/Escada Reconstrução R$ 107,98
PE – 64 Sirinhaém/Ribeirão Pavimentação R$ 14,72
PE – 09 Sirinhaém Restauração R$ 9,00
PE – 61 Sirinhaém Restauração R$ 10,80
Acesso São José Coroa São José Coroa Grande Restauração R$ 3,40
Grande
PE – 73 Rio Formoso Restauração R$ 7,6
Fonte: Governo de Pernambuco

Esses trechos, uma vez restaurados, seriam incorporados ao pacote de vias a serem
mantidas pela concessionária privada, já que pela correta lógica do Governo, o custo de
reconstruir, pavimentar ou restaurar os trechos não seriam repassados às tarifas, tão
somente os custos de manutenção, além do que, por terem demanda menor que os
trechos concessionados, os custos também seriam menores que àqueles.

No contexto de um programa de investimentos de mais de R$ 5,0 bilhões que o


Governo realiza pode-se imaginar que além dessas rodovias, outras, igualmente
importantes possam ser beneficiadas, como as que permitem o acesso da PE – 60 às
praias, a PE – 95 entre Limoeiro e Caruaru e incluir esses trechos no programa de
concessão, deixando à cargo da concessionária a sua manutenção sem a cobrança de
pedágio.

Esse mecanismo, assemelha-se ao subsídio cruzado praticado pela COMPESA para os


serviços de abastecimento de água, onde a população de mais baixa renda tem acesso a
mesma água que a demais, pagando um valor menor. Claro que isso implica uma
revisão do estudo tarifário, mas, o que representaria mais 150 km de rodovias a cargo da
concessionária em termos de aumento de tarifa?

Considerando que essa extensão representaria cerca de 60% a mais em custos de


conservação, o que corresponde entre 25 e 30% do valor total dos investimentos
privados, ou seja, para um pedágio de R$ 6,00 teríamos um aumento de R$ 1,50 ou R$
2,00 a mais por veículo para a prestação de um serviço tão importante e tão amplo? A
malha atendida passaria de 250 para 400 km em toda a zona de influência das
concessões. Esse modelo é praticado em alguns países da Europa e havia sido sugerido
pelo Ex-Secretário dos Transportes de Pernambuco Eng. Civil Paulo Cassundé no 2º.
Governo Arraes, nos anos 1980.

Isso posto fica a sugestão de nossa entidade para que a equipe técnica da SEPLAG
possa realizar os estudos e definir os impactos dessa proposta. Concluindo nos
colocamos à disposição para prestar maiores esclarecimentos.

Atenciosamente

Stênio de Coura Cuentro


Eng. Civil – CREA/PE – 15.833
Presidente Estadual

Rua Professor Mário de Castro, 222/302, Boa Viagem, Recife, Pernambuco, CEP 51.030 – 260, Brasil
Contatos: (81) 999.710.854, stenioccuentro@gmail.com; stenioccuentro@terra.com.br;
abencpe@gmail.com
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