Você está na página 1de 30

Livro Eletrônico

Aula 00

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle


Externo)-CESPE

Professores: Equipe Túlio Lages, Tulio Lages

00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00

Princípios Básicos da Administração Pública.

Apresentação .................................................................................................................... 1
Introdução ......................................................................................................................... 2
Análise Estatística .............................................................................................................. 2
Análise das Questões ......................................................................................................... 3
Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar ...................................................... 6
Questionário de Revisão .................................................................................................... 9
0
Anexo I – Lista de Questões ............................................................................................. 26
Referências Bibliográficas ................................................................................................ 28

APRESENTAÇÃO
Olá!
Meu nome é Túlio Lages e, com imensa satisfação, serei o analista de Direito
Administrativo do Passo Estratégico!
Para conhecer um pouco sobre mim, segue um resumo da minha experiência
profissional, acadêmica e como concurseiro:

Coordenador e Analista do Passo Estratégico - disciplinas: Direito Constitucional e


Administrativo.
Coach do Estratégia Concursos.
Auditor do TCU desde 2012, tendo sido aprovado e nomeado para o mesmo cargo nos
concursos de 2011 (14º lugar nacional) e 2013 (47º lugar nacional).
Ingressei na Administração Pública Federal como técnico do Serpro (38º lugar, concurso
de 2005). Em seguida, tomei posse em 2008 como Analista Judiciário do Tribunal
Superior do Trabalho (6º lugar, concurso de 2007), onde trabalhei até o início de 2012,
quando tomei posse no cargo de Auditor do TCU, que exerço atualmente.
Aprovado em inúmeros concursos de diversas bancas.
Graduado em Engenharia de Redes de Comunicação (Universidade de Brasília).
Graduando em Direito (American College of Brazilian Studies).
Pós-graduado em Auditoria Governamental (Universidade Gama Filho).
Pós-graduando em Direito Público (PUC-Minas).

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


1
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe do “Passo”,


porque tenho convicção de que nossos relatórios e simulados proporcionarão uma
preparação DIFERENCIADA aos nossos alunos!
...
Será uma honra ajudar vocês a alcançar a aprovação no concurso para o cargo de
Analista de Controle Externo – TCE-RJ Embasaremos nosso curso na banca
CESPE. Caso outra instituição seja confirmada, não se preocupem: atualizaremos
todo o curso, ok?
Uma observação importante: você deve ter notado que o cronograma do nosso curso
não contempla alguns poucos assuntos previstos no cronograma do curso regular
completo. Trata-se, com efeito, dos assuntos que versam sobre legislação estadual
e/ou municipal que, em razão de sua especifidade e baixa incidência em concursos,
tiveram sua abordagem prejudicada em função de a metodologia do Passo Estratégico
estar voltada a apresentar os assuntos mais cobrados pela banca.
Frisa-se que você não ficará na mão - tais assuntos serão abordados nos cursos
regulares, ok?
Agradeço, desde já, sua compreensão!
Então, sem mais delongas, vamos ao relatório propriamente dito?!

INTRODUÇÃO
Este relatório aborda o(s) assunto(s) “Princípios básicos da Administração
Pública”.
Com base na análise estatística (tópico a seguir), concluímos que o assunto possui
importância Baixa a Mediana.
Boa leitura!

ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para identificarmos estatisticamente quais assuntos são os mais cobrados pela banca,
classificamos todas as questões cobradas em provas para cargos da área de controle,
realizadas pelo CESPE, desde 2015.
Com base na análise estatística das questões colhidas (por volta de 332!), temos o
seguinte resultado para o(s) assunto(s) que será(ão) tratado(s) neste relatório:

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


2
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

Assunto % aproximado de cobrança

Princípios da
Administração Pública 1,8%
Tabela 1

Com base na tabela acima, é possível verificar que, no contexto das provas do CESPE
para cargos da área de controle, que o assunto “Princípios da Administração Pública”
possui importância baixa a mediana, já que foi cobrado em 1,8% das questões.

% de cobrança Importância do assunto

Até 2,9% Baixa a Mediana

De 3% a 6,9% Média
De 7% a 9,9% Alta
10% ou mais Muito Alta
Tabela 2

ANÁLISE DAS QUESTÕES


O objetivo desta seção é procurar identificar, por meio de uma amostra de questões
de prova, como a banca cobra o(s) assunto(s), de forma a orientar o estudo dos
temas.

1.(CESPE/2018/SEFAZ-RS/Auditor do Estado) A previsão em lei de cláusulas


exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos decorre diretamente do
princípio da
a) publicidade.
b) moralidade.
c) legalidade.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


3
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

GABARITO: LETRA E
As cláusulas exorbitantes são as prerrogativas e privilégios da Administração
contratante que a posicionam em uma situação de supremacia em relação ao
particular contratado.
Vamos às assertivas:
Letra A – Incorreta, pois o princípio da publicidade impõe que a Administração
confira a mais ampla divulgação de seus atos aos interessados diretos e ao povo em
geral, possibilitando-lhes, assim, controlar a conduta dos agentes administrativos,
não guardando relação, portanto, com as cláusulas exorbitantes mencionadas.
Letra B – Incorreta, O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos
atuem com ética, honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade
funcional, não guardando relação, portanto, com as cláusulas exorbitantes
mencionadas.
Letra C – Incorreta. Naturalmente, a existência de cláusulas exorbitantes obedece
ao princípio da legalidade, sob pena de tais cláusulas serem anuladas. Contudo, não
é este princípio que justifica a existência de tais termos.
Letra D – Incorreta. O princípio da eficiência refere-se à Administração tentar
alcançar o melhor resultado possível da forma menos onerosa possível. Logo, não
guarda pertinência estrita com o exposto na questão.
Letra E – Correta. O princípio da supremacia do interesse público preceitua que o
interesse público deve prevalecer sobre o privado sempre que houver conflito entre
eles nas relações verticais, com vistas ao benefício da coletividade, respeitando-se
sempre, por óbvio, os direitos e garantias individuais. Decorre de tal princípio,
portanto, a previsão das cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos
administrativos.
2.(CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle) O princípio da proteção à
confiança da administração pública
a) determina que a administração pública atenda apenas ao que a lei impõe.
b) dá à administração pública o poder da execução imediata das decisões
administrativas, possibilitando a criação de obrigações para o particular.
c) corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica.
d) é considerado uma imposição da limitação à discricionariedade da administração
pública.
e) é um dos princípios expressamente arrolados no art. 37 da Constituição Federal
de 1988.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


4
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

GABARITO: LETRA C
A questão embaralha alguns conceitos de princípios distintos. Vejamos:
Letra A – Incorreta, pois o conceito apresentado refere-se ao princípio da legalidade.
Letra B - Incorreta. Na verdade, trata-se, aqui, não de um princípio, mas de um
atributo do ato administrativo denominado “autoexecutoriedade”.
Letra C – Correta. O princípio da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do
cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração
e por terceiros1.
Trata-se, assim, de princípio que corresponde ao aspecto subjetivo da segurança
jurídica.
Letra D - Incorreta. Trata-se, na verdade, do princípio da razoabilidade, uma vez
que, ao se distanciar deste, a discricionariedade administrativa passa a não ser mais
legítima, podendo, inclusive, consistir em violação ao princípio da legalidade.
Letra E - Incorreta, haja vista que o princípio não consta expressamente no texto
constitucional.
3.(CESPE/2013/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/Adaptada)
Acerca do direito administrativo, julgue o item a seguir.
A indisponibilidade do interesse público, princípio voltado ao administrado, traduz-se
pela impossibilidade de alienação ou penhora de um bem público cuja posse
detenha o particular.

GABARITO: Errado
Na verdade, o princípio da indisponibilidade do interesse público preceitua que as
pessoas administrativas não possuem a disponibilidade dos interesses públicos
confiados à sua guarda e realização, exatamente porque os bens e interesse
públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes (cabe-lhes apenas
geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, que é sua verdadeira
titular).
4.(CESPE/2018/PC-MA/Escrivão de Polícia) A conduta do agente público que
busca o melhor desempenho possível, com a finalidade de obter o melhor resultado,
atende ao princípio da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) impessoalidade.
d) moralidade.

1
Di Pietro, 2016, p. 117-118.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


5
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

e) publicidade.

GABARITO: LETRA A
Esse é o tipo de questão que o candidato abre um sorriso quando aparece na prova.
Letra A – Correta. Vale aqui, fazer a distinção entre eficiência e eficácia. Dizer que
algo é eficaz significa dizer que ele alcança a sua finalidade. Em contrapartida, dizer
que algo é eficiente significa dizer que ele alcança sua finalidade da forma menos
onerosa possível e é isso que a Constituição Federal determina que a Administração
o faça.
Letra B – Incorreta. O princípio da legalidade transmite a ideia de que a
Administração Pública apenas pode fazer aquilo que está previsto em lei.
Letra C - Incorreta. A impessoalidade se refere à vedação de que a administração
pública aja (ou deixe de agir) no sentido de beneficiar especificamente determinado
indivíduo, em prejuízo do interesse público e do ordenamento jurídico.
Letra D – Incorreta. O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos
atuem com ética, honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade
funcional.
Letra E – Incorreta. A publicidade impõe a administração o dever de dar
transparência aos seus atos.

ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR


A ideia desta seção é apresentar uma espécie de checklist para o estudo da matéria,
de forma que o candidato não deixe nada importante de fora em sua preparação.
Assim, se você nunca estudou os assuntos ora tratados, recomendamos que à medida
que for lendo seu curso teórico, concomitantemente observe se prestou a devida
atenção aos pontos elencados aqui no checklist, de forma que o estudo inicial já seja
realizado de maneira bem completa.
Por outro lado, se você já estudou os assuntos, pode utilizar o checklist para verificar
se eventualmente não há nenhum ponto que tenha passado despercebido no estudo.
Se isso acontecer, realize o estudo complementar do assunto.

Com base na análise das questões sobre o(s) assunto(s) deste relatório, para
um bom desempenho na sua prova, recomendamos que sejam
compreendidos e memorizados, pelo menos, os seguintes pontos:

1. O rol dos princípios da Administração Pública expressos no caput do art. 37 da


CF/88, bem como aqueles que devem observá-los;
2. Princípio da Legalidade: conceito. Diferença entre legalidade administrativa e

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


6
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

reserva legal prevista no CF/88, art. 5º, inciso II. Diferença entre legalidade e
legitimidade.
3. Princípio da impessoalidade: conceito. Diferença entre interesse público e
privado. Enfoques do princípio da impessoalidade: imputação dos atos praticados
pelos agentes públicos diretamente às pessoas jurídicas em que atuam; vedação à
promoção pessoal de autoridades e servidores públicos. Relação entre o princípio da
impessoalidade e o da isonomia (previsto na CF/88, arts. 5º, inciso I, e 19, inciso
III).
4. Princípio da moralidade: conceito. Pessoas que devem observar o princípio da
moralidade. A questão da prescindibilidade de normas positivadas para a
observância do princípio da moralidade. Súmula vinculante 13 (vedação ao
nepotismo).
4.1 Para alunos intermediários e avançados, que já possuem alguma base em
direito administrativo e direito constitucional: a relação entre moralidade
administrativa e probidade administrativa. As espécies de penalidades
decorrentes dos atos de improbidade administrativa, conforme CF/88,
art. 37, § 4º, com atenção para a impossibilidade de pena de cassação de
direitos políticos, consoante CF, art. 15, caput.
4.2 Para alunos intermediários e avançados, que já possuem alguma base em
direito administrativo e direito constitucional: a possibilidade de atuação
do Ministério Público na defesa da moralidade administrativa mediante
ação civil pública, consoante CF/88, art. 129, inciso III c/c Lei 8.625/93,
art. 25, inciso IV, alínea “b”).
5. Princípio da publicidade: conceito. A questão da não consideração da
publicidade como elemento para a formação do ato administrativo. A transparência
como regra na Administração Pública, com fulcro no direito fundamental à
informação previsto na CF, art. 5º, inciso XXXIII, bem como no previsto na CF, art.
5º, inciso LX. A concretização do princípio da publicidade por meio dos direitos
constitucionais de petição (CF, art. 5º, inciso XXXIV, alínea “a”) e de certidão (CF,
art. 5º, inciso XXXIV, alínea “b”). Diferença entre publicidade e publicação.
Precedente importante:
5.1.1. a divulgação da remuneração bruta dos cargos e funções titularizados
por servidores públicos, com seu nome e lotação, consubstancia informação de
interesse coletivo ou geral, “sem que a intimidade deles, vida privada e
segurança pessoal e familiar se encaixem nas exceções de que trata a parte
derradeira do mesmo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5º)”2.

6. Princípio da eficiência: conceito. Desdobramentos constitucionais do princípio


da eficiência na CF, art. 37, §3º, incisos I a III, §8º, incisos I a III, art. 39, §§ 2º e
7º, art. 41, § 1º, inciso III e §4º. O controle da eficiência da Administração Pública:
controle externo (CF, art. 70, caput e art. 71, caput), sistema de controle interno
(art. 70, caput e art. 74, inciso II) e controle judicial.

2
STF – SS 3.902 AgR.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


7
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

7. Princípios implícitos da Administração Pública: conceito. Relevância dos


princípios implícitos frente aos princípios expressos.
8. Princípio da supremacia do interesse público: conceito. Não incidência direta
nos casos de atuação interna ou na condição de agente econômico (CF, art. 173,
§1º, inciso II).
9. Princípio da indisponibilidade do interesse público: conceito. Caráter de poder-
dever dos poderes conferidos à Administração. Conceito de interesse público
primário e secundário.
10. Princípio da presunção de legitimidade e veracidade: conceito e relatividade.
10.1 Para alunos intermediários e avançados, que já possuem alguma base
em direito administrativo e direito constitucional: a vedação à recusa a
documentos públicos por parte dos entes federativos, consoante CF, art.
19, inciso II, como decorrência do princípio da presunção de
legitimidade.
11. Princípio da autotutela: conceito. Súmulas 473 e 346 do STF. Relação com o
princípio do contraditório e ampla defesa. Diferença entre autotutela e tutela.
12. Princípio da continuidade dos serviços públicos: conceito. Consequências
decorrentes: proibição relativa de greve nos serviços públicos, consoante CF, art.
37, inciso VII; institutos da suplência, delegação e substituição; impossibilidade de
invocação do contrato não cumprido; faculdade de utilização de equipamentos e
instalações da empresa contratada, bem como a possibilidade de encampação da
concessão de serviço público. Precedentes importantes:
12.1. “A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores
públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre,
permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo,
incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do
Poder Público”3
12.2. “O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é
vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública”4.

13. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade: conceito. Aspectos que dão


fundamento à proporcionalidade. Utilização de tais princípios no controle da
discricionariedade da Administração.
14. Princípio da motivação: conceito. Casos de dispensa de motivação. Previsão
constitucional da motivação (CF, art. 93, inciso X, e art. 129, §4º).
15. Princípio da segurança jurídica: conceito. Principais concretizações do princípio
da segurança jurídica: prescrição e decadência; súmula vinculante (CF, art. 103-A);
proteção ao ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5º, inciso

3
STF – RE 693.456.
4
STF – ARE 654.432.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


8
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

XXXVI).
16. Princípio da proteção à confiança: conceito.
17. Princípio da sindicabilidade: conceito

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO
A seguir, apresentamos um questionário por meio do qual é possível realizar uma
revisão dos principais pontos da matéria. Faremos isso para todos os tópicos do
edital, um pouquinho a cada relatório!
É possível utilizar o questionário de revisão de diversas maneiras. O leitor pode, por
exemplo:
1. ler cada pergunta e realizar uma autoexplicação mental da resposta;
2. ler as perguntas e respostas em sequência, para realizar uma revisão mais rápida;
3. eleger algumas perguntas para respondê-las de maneira discursiva.

***Questionário - somente perguntas***

1) Quais são os princípios da Administração Pública expressamente


previstos na CF?
2) Quais entes devem observam os princípios expressos da Administração
Pública? Quais Poderes?
3) O que dispõe o princípio da legalidade?
4) Qual a diferença do princípio da legalidade administrativa do princípio da
reserva legal aplicável aos particulares?
5) Legalidade é o mesmo que legitimidade? Comente.
6) O que preceitua o princípio da impessoalidade?
7) O interesse público pode coincidir com o privado? Comente.
8) Comente a compreensão do princípio da impessoalidade sob o enfoque
da imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às
pessoas jurídicas em que atuam.
9) É possível a compreensão do princípio da impessoalidade sob o viés da
vedação à promoção pessoal de autoridades e servidores públicos?
10) Comente a relação entre o princípio da impessoalidade e o da isonomia.
11) O que preceitua o princípio da moralidade?
12) Quem deve observar a moralidade administrativa?

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


9
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

13) Existem normas infraconstitucionais estabelecendo regras relativas à


moralidade administrativa? É imprescindível que existam regras
versando sobre a moralidade para que a conduta do administrador seja
pautada e avaliada sob tal ótica?
14) É possível o controle da moralidade administrativa pelos cidadãos? Se
sim, por meio de qual instrumento?
15) Há relação entre moralidade administrativa e probidade administrativa?
Comente.
16) O Ministério Público pode atuar na defesa da moralidade administrativa?
17) O que preceitua o princípio da publicidade?
18) A publicidade é considerada elemento de formação do ato
administrativo?
19) A transparência deve ser vista como regra ou exceção na Administração
Pública? O sigilo da informação ou restrição da publicidade são
possíveis?
20) Como os direitos constitucionais de petição e de certidão concretizam o
princípio da publicidade?
21) O princípio da publicidade se confunde com a publicação de atos?
22) O STF considera lícita a divulgação nominal da remuneração de
autoridades e servidores públicos em sítio eletrônico?
23) O que preceitua o princípio da eficiência?
24) Qual a outra denominação do princípio da eficiência?
25) Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princípio da
eficiência?
26) Como se dá o controle da eficiência da Administração Pública?
27) O que são os princípios implícitos da Administração Pública? Eles
possuem menos relevância que os expressos no caput do art. 37 da CF?
28) O que preceitua o princípio da supremacia do interesse público?
29) O que preceitua o princípio da indisponibilidade do interesse público?
Qual suas implicações?
30) Qual o conceito de interesse público? O que é interesse público primário?
E o interesse público secundário?
31) O que preceitua o princípio da presunção de legitimidade e de
veracidade? Essa presunção é absoluta?
32) O que preceitua o princípio da autotutela?
33) Qual a relação do princípio da autotutela com o princípio do contraditório
e ampla defesa?

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


10
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

34) O poder de tutela é o mesmo que autotutela? Explique.


35) O que preceitua o princípio da continuidade dos serviços públicos?
36) O que preceitua o princípio da razoabilidade e proporcionalidade?
37) O que preceitua o princípio da motivação?
38) O que preceitua o princípio da segurança jurídica?
39) O que preceitua o princípio da proteção à confiança?
40) O que preceitua o princípio da sindicabilidade?

***Questionário: perguntas com respostas***

1) Quais são os princípios da Administração Pública expressamente


previstos na CF?
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Para facilitar a
memorização dos princípios expressos: acrônimo LIMPE (L = legalidade, I =
impessoalidade, M = moralidade, P = publicidade, E = eficiência).
2) Quais entes devem observam os princípios expressos da Administração
Pública? Quais Poderes?
São de observação obrigatória para TODA a Administração Pública – Direta e
Indireta – de TODOS os Poderes, de TODAS as esferas de governo – União,
Estados, DF e Municípios, consoante art. 37, caput, da CF:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:

3) O que dispõe o princípio da legalidade?


O princípio da legalidade prescreve que a Administração só pode agir quando há
imposição ou permissão da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a
atividade administrativa deve se dar no mesmo sentido (e não contra) e nos
exatos limites (nunca além) de tal determinação ou autorização legal.
4) Qual a diferença do princípio da legalidade administrativa do princípio
da reserva legal aplicável aos particulares?
O princípio da legalidade administrativa é caracterizado pela restrição da
vontade dos agentes administrativos pela lei, o que se diferencia, portanto, da
conduta que prevalece no setor privado, onde há predominância da autonomia
da vontade dos particulares, em que se pode fazer tudo aquilo que a lei permite
e não proíbe, em decorrência do princípio da reserva legal - CF/88, art. 5º,
inciso II:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;

5) Legalidade é o mesmo que legitimidade? Comente.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


11
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

Não, a legitimidade é mais abrangente que a legalidade, já que significa não


somente agir conforme o texto da lei, mas também obedecer aos demais
princípios administrativos.
6) O que preceitua o princípio da impessoalidade?
O princípio da impessoalidade impõe que a ação da Administração deve estar
voltada para a atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em
lei, o qual visará atender sempre a uma finalidade: o interesse público.
Assim, o administrador não pode atuar para atender a objetivo diverso do
estabelecido em lei – que será sempre o interesse público –, ou de praticá-lo em
benefício próprio ou de terceiros.
7) O interesse público pode coincidir com o privado? Comente.
Em algumas situações, o interesse público pode coincidir com o privado, então a
atuação da Administração pode, licitamente, acabar atendendo, além do
interesse público, ao interesse particular de certa pessoa ou grupo de pessoas.
O que é vedado pelo princípio da impessoalidade é que ação do administrador
não atinja o interesse público previsto na lei como objetivo de tal atuação, ou
seja, que se busque atender a outra finalidade ou somente ao interesse próprio
ou de terceiros.
8) Comente a compreensão do princípio da impessoalidade sob o enfoque
da imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às
pessoas jurídicas em que atuam.
O princípio da impessoalidade também deve ser compreendido sob o enfoque da
imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pessoas
jurídicas em que atuam. Decorre de tal preceito que, como os atos não devem
ser entendidos como praticados pelo agente público A ou agente público B, mas
sim pela Administração Pública, esse viés do princípio da impessoalidade acaba
por retirar dos agentes públicos a responsabilidade pessoal, perante terceiros,
pelos atos que praticam.
9) É possível a compreensão do princípio da impessoalidade sob o viés da
vedação à promoção pessoal de autoridades e servidores públicos?
Sim, o princípio da impessoalidade pode ser compreendido sob o viés da
vedação à promoção pessoal de autoridade e servidores públicos conforme
CF/88, art. 37, § 1º dispõe:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

10) Comente a relação entre o princípio da impessoalidade e o da isonomia.


O princípio da impessoalidade encontra-se relacionado ao princípio constitucional
da isonomia (CF/88, arts. 5º, inciso I, e 19, inciso III), obrigando a
Administração a conferir tratamento igualitário aos administrados que se
encontrem na mesma situação fática e jurídica. Decorrem do dever de isonomia

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


12
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

da Administração a necessidade da adoção de procedimentos como o concurso


público para provimento de cargos efetivos, a licitação para a contratação de
obras, serviços, fornecimentos , o regime de precatórios para pagamento de
dívidas da Fazenda Pública em decorrência de decisão judicial etc.
O teor dos dispositivos que consagram a isonomia é o seguinte:
Art. 5º (...)
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
(...)
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
==0==

11) Que preceitua o princípio da moralidade?


O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos atuem com ética,
honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade funcional.
A moralidade administrativa está ligada à ideia do “bom administrador” – aquele
que atua não somente com respeito aos preceitos vigentes, mas também à
moral – e não se confunde com a moralidade comum. Esta “é imposta ao
homem para sua conduta externa;” aquela “é imposta ao agente público para
sua conduta interna, seguindo as exigências da instituição a que serve e a
finalidade de sua ação: o bem comum”5.
Além disso, a moralidade administrativa diz respeito a uma moral jurídica,
consubstanciada em regras de conduta extraídas da disciplina interior da
Administração6. Ou seja, deve ser compreendida de modo objetivo,
independente da noção subjetiva do agente sobre o que é certo ou errado em
termos éticos – moral comum.
Embora tenha sido previsto na CF como um princípio autônomo, é possível
entender a moralidade administrativa como fator de legalidade. Nesse sentido, o
TJSP já decidiu que “o controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade
do ato administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende não só a
conformação do ato com a lei, como também com a moral administrativa e com
o interesse coletivo ”.7
12) Quem deve observar a moralidade administrativa?
A moralidade administrativa deve ser observada tanto pelos agentes públicos

5
Maurice Hauriou, Précis Elementaires de Droit Administratif, Paris, 1926, pp. 197 e ss apud Meirelles,
2014, p. 92.
6
Meirelles, 2014, p. 92.
7
TJSP, RDA 89/134 apud Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. São Paulo,
Malheiros Editores: 2005, p. 91.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


13
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

quanto pelo particular ao se relacionar com a Administração.


13) Existem normas infraconstitucionais estabelecendo regras relativas à
moralidade administrativa? É imprescindível que existam regras
versando sobre a moralidade para que a conduta do administrador seja
pautada e avaliada sob tal ótica?
Existem diversas normas infraconstitucionais que estabelecem regras relativas à
moralidade, como, no âmbito federal, a Lei 12.813/2013 (Lei de Conflito de
Interesses), o Decreto 6.029/2007 (institui o Sistema de Gestão da Ética do
Poder Executivo Federal), além de alguns dispositivos da Lei 9.784/99 (Lei do
Processo Administrativo Federal) e da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores
Públicos Federais).
Outro exemplo importante é a Lei 8.429/1992, de aplicação nacional e
conhecida como ”Lei de Improbidade Administrativa”, que “dispõe sobre as
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública
direta, indireta ou fundacional e dá outras providências”.
Vale esclarecer, entretanto, que a conduta do administrador deve estar pautada
pela moralidade mesmo que não haja norma positivada proibindo tal conduta,
sob pena de anulação do ato imoral por parte do Judiciário (caso provocado) ou
pela própria Administração, em decorrência de seu poder de autotutela.
Inclusive a súmula vinculante 13 foi editada a partir do entendimento do STF de
que a vedação ao nepotismo decorre da interpretação direta de diversos
princípios constitucionais, dentre eles, o da moralidade, embora não haja
proibição específica e expressa de tal prática na Constituição. Vejamos o teor da
súmula:
Súmula Vinculante 13:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.

É importante destacar que “ajuste mediante designações recíprocas” diz respeito


ao nepotismo transverso (ou nepotismo cruzado).
Além disso, cumpre esclarecer que ficaram de fora da proibição estabelecida na
súmula as nomeações de parente para a ocupação de cargos de natureza
eminentemente política – como os de Ministro ou Secretário Estadual ou
Municipal –, ao contrário dos cargos e funções de confiança em geral, que
possuem natureza precipuamente administrativa.
14) É possível o controle da moralidade administrativa pelos cidadãos? Se
sim, por meio de qual instrumento?

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


14
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

Sim, mediante o instrumento da ação popular, para que qualquer cidadão


busque a anulação de ato lesivo à moralidade administrativa – CF, art. 5º, inciso
LXXIII:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

15) Há relação entre moralidade administrativa e probidade administrativa?


Comente.
Relacionada à moralidade administrativa temos a probidade administrativa, que
também deve nortear a conduta do gestor. A conduta imoral do administrador
poderá ser enquadrada como ato de improbidade.
Sobre o tema, a CF estabelece que os atos de improbidade administrativa, além
de importarem a ação penal cabível, resultarão na suspensão dos direitos
políticos, na perda da função pública, na indisponibilidade de bens e no
ressarcimento ao erário (art. 37, § 4º):
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Regulamentando esse dispositivo é que foi editada a Lei 8.429/1992.


É importante notar, ainda, que o dispositivo fala em “suspensão” dos direitos
políticos, e não “perda” de tais direitos, sendo conveniente lembrar, além disso,
que a “cassação” de direitos políticos é vedada pela CF, art. 15, caput:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão
só se dará nos casos de:

16) O Ministério Público pode atuar na defesa da moralidade


administrativa?
O Ministério Público atua na defesa da moralidade administrativa mediante ação
civil pública. Embora a CF não fale expressamente em “moralidade
administrativa” ao tratar de tal instrumento (CF/88, art. 129, III – “São funções
institucionais do Ministério Público: (...) promover o inquérito civil e a ação civil
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos”), a Lei Orgânica do Ministério Público
dispõe que incube ao Parquet “promover o inquérito civil e a ação civil pública,
na forma da lei (...) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos
ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou de Município,
de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de
que participem” (Lei 8.625/93, art. 25, inciso IV, alínea “b”).
17) O que preceitua o princípio da publicidade?
Impõe que a Administração confira a mais ampla divulgação de seus atos aos
interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim, controlar a

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


15
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

conduta dos agentes administrativos.


18) A publicidade é considerada elemento de formação do ato
administrativo?
A publicidade não é considerada elemento de formação do ato administrativo
(ou seja, um elemento que lhe confere validade), mas somente requisito de
eficácia (ou seja, um requisito que lhe permite produzir seus efeitos).
19) A transparência deve ser vista como regra ou exceção na Administração
Pública? O sigilo da informação ou restrição da publicidade são
possíveis?
Inicialmente, cumpre esclarecer que se alinha ao princípio da publicidade o
direito fundamental à informação previsto na CF, art. 5º, inciso XXXIII:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Também alinha-se ao princípio da publicidade o disposto na CF, art. 5º, inciso


LX:
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Com base nesses dois dispositivos, verifica-se que a regra geral deve ser a
transparência na Administração Pública e, somente em situações excepcionais, a
lei (necessariamente, não pode ser ato infralegal) pode estabelecer situações
em que o sigilo é justificável – quando imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado (CF/88, art. 5º, inciso XXXIII - já) ou quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem (CF, art. 5º, inciso LX).
20) Como os direitos constitucionais de petição e de certidão concretizam o
princípio da publicidade?
De acordo com Carvalho Filho8, o direito de petição, previsto na CF, art. 5º,
inciso XXXIV, alínea “a”, concretiza o mencionado princípio na medida em que,
por meio das petições, os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos administrativos
para formular qualquer tipo de postulação.
Por sua vez, o autor esclarece que as certidões (CF, art. 5º, inciso XXXIV, alínea
“b”), expedidas pela Administração, registram a verdade dos fatos
administrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa de seus
direitos ou o esclarecimento de certas situações.
Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra

8
Carvalho Filho, 2016, p. 27.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


16
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

ilegalidade ou abuso de poder;


b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

21) O princípio da publicidade se confunde com a publicação de atos?


Não se confunde o princípio da publicidade com a simples publicação de atos.
Enquanto aquele exige uma atuação transparente por parte da Administração,
esta é apenas uma forma de se dar publicidade aos atos administrativos (por
exemplo, publicação no diário oficial do ente federativo).
22) O STF considera lícita a divulgação nominal da remuneração de
autoridades e servidores públicos em sítio eletrônico?
O Supremo Tribunal Federal entende que a divulgação nominal da remuneração
de autoridades e servidores públicos em sítio eletrônico da internet não viola sua
intimidade, vida privada e segurança pessoal e familiar a ponto de ser
considerada ilícita. Cumpre destacar que a Corte considerou lícita a divulgação
do nome e da remuneração do agente público, mas não de seu CPF, identidade
e endereço residencial (STF, SS 3.902 AgR)9.
23) O que preceitua o princípio da eficiência?
Impõe que a Administração exerça sua atividade com presteza, perfeição,
rendimento funcional, produtividade, qualidade, desburocratização, de forma a
obter o melhor resultado possível no atendimento do interesse público. Preceitua
a adequação dos meios empregados aos fins vislumbrados, a ponderação da
relação custo/benefício da ação.
O princípio da eficiência está relacionado ao modelo de administração pública
gerencial e alcança não somente os serviços públicos prestados diretamente à
coletividade, mas também os serviços administrativos internos da
Administração.
24) Qual a outra denominação do princípio da eficiência?
Princípio da qualidade dos serviços públicos.
25) Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princípio da
eficiência?
Alguns desdobramentos constitucionais do princípio da eficiência:
a) a possibilidade de reclamação relativa a prestação dos serviços públicos e de
avaliação periódica, interna e externa, da qualidade dos serviços, consoante art.
37, §3º, incisos I a III:
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a

9
STF, SS 3.902 AgR segundo, rel. min. Ayres Britto, j. 9/6/2011, P, DJE de 3/10/2011; = RE 586.424
ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2015, 2ª T, DJE de 12-3-2015.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


17
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;


II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou função na administração pública.

b) a possibilidade de celebração de contratos de gestão como forma de ampliar


a autonomia gerencial, orçamentária e financeira de órgãos e entidades da
administração direta e indireta, com fixação de metas de desempenho e
controles e critérios para sua avaliação, consoante art. 37, §8º, incisos I a III:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

c) a determinação aos entes federados que mantenham escolas de governo para


a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, bem como a exigência
de que estes participem de cursos de aperfeiçoamento com condição de
promoção na carreira, consoante art. 39, §2º:
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo
para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados.

d) a possibilidade de aplicação de recursos orçamentários provenientes da


economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio
de produtividade, a ser disciplinada em lei da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios, consoante art. 39, §7º:
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da
economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,
para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização,
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma
de adicional ou prêmio de produtividade.

e) possibilidade de perda do cargo do servidor estável por insuficiência de


desempenho aferido em avaliação periódica, consoante art. 41, § 1º, inciso III:
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
(...)

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


18
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na


forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

f) necessidade de avaliação especial de desempenho para aquisição de


estabilidade por parte do servidor público, consoante art. 41, §4º:
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade.

26) Como se dá o controle da eficiência da Administração Pública?


a) controle externo – Poder Legislativo e tribunais de Contas (art. 70, caput e
art. 71, caput);
b) sistema de controle interno (art. 70, caput e art. 74, inciso II);
c) controle judicial – José dos Santos Carvalho Filho entende que ocorrer desde
que haja comprovada ilegalidade10. 0
Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
(...)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
(...)
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;

27) O que são os princípios implícitos da Administração Pública? Eles


possuem menos relevância que os expressos no caput do art. 37 da CF?
Os princípios implícitos são aqueles reconhecidos pela doutrina e jurisprudência.
Possuem a MESMA relevância que os princípios expressos.
28) O que preceitua o princípio da supremacia do interesse público?
Preceitua que o interesse público deve prevalecer sobre o privado sempre que
houver conflito entre eles nas relações verticais (relação entre Administração e
administrado), com vistas ao benefício da coletividade, respeitando-se sempre,
por óbvio, os direitos e garantias individuais.

10
Carvalho Filho, 2016, p. 33.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


19
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

Como se manifesta precipuamente nas relações verticais, não incide


diretamente quando a Administração atua internamente (porque não há relação
com administrado criando obrigações ou restrições) ou na condição de agente
econômico – porque nesse caso tal atuação é regida eminentemente pelo direito
privado, consoante CF, art. 173, §1º, inciso II:
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre:
(...)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

É importante destacar que, indiretamente, a supremacia do interesse público


está presente em toda atividade estatal.
29) O que preceitua o princípio da indisponibilidade do interesse público?
Qual suas implicações?
Que as pessoas administrativas não possuem a disponibilidade dos interesses
públicos confiados à sua guarda e realização, exatamente porque os bens e
interesse públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes (cabe-
lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, que é
sua verdadeira titular).
O princípio da indisponibilidade implica que os poderes atribuídos à
Administração possuem o caráter de poder-dever, ou seja, que ela não pode
deixar de exercer, sob pena de responder por omissão (por exemplo, a
autoridade não pode renunciar ao exercício das competências que lhe são
outorgadas por lei; não pode deixar de punir quando constate a prática de ilícito
administrativo etc.).
30) Qual o conceito de interesse público? O que é interesse público
primário? E o interesse público secundário?
“Interesse público” não possui um conceito exato, por isso a doutrina, em geral,
o identifica como um conceito jurídico indeterminado. Pode ser entendido como
o conjunto de interesses dos indivíduos enquanto membros da sociedade.
Interesses públicos primários são os interesses imediatos, os interesses diretos
de toda a sociedade, sintetizados nos fins para os quais o Estado foi concebido,
como, por exemplo, entregar justiça, segurança e bem-estar social.
Por sua vez, o interesse público secundário é o interesse do Estado enquanto
pessoa jurídica figurando como parte em uma relação jurídica no atendimento
de suas conveniências internas. Possui caráter eminentemente patrimonial
(maximizar as receitas e minimizar os gastos), de interesse do erário.
O interesse público primário não coincide, necessariamente, com o interesse
secundário do Estado, de modo que o interesse público secundário só é legítimo
quando não é contrário ao interesse público primário.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


20
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

31) O que preceitua o princípio da presunção de legitimidade e de


veracidade? Essa presunção é absoluta?
O princípio da presunção de legitimidade e de veracidade preceitua que os atos
da Administração Pública devem ser considerados legítimos, verdadeiros e legais
até que se prove ao contrário (essa presunção não é absoluta, portanto, mas
relativa ou juris tantum).
Pode-se apontar como decorrência da presunção de legitimidade a regra
insculpida na CF, art. 19, inciso II:
II - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (...)
recusar fé aos documentos públicos.

32) O que preceitua o princípio da autotutela?


Impõe que a Administração Pública tem o poder-dever de controlar seus
próprios atos, inclusive de ofício, e abrange o poder de anular, convalidar e
revogar seus atos administrativos, podendo envolver, portanto, aspectos tanto
de legalidade quanto de mérito ato.
A autotutela está consagrada nas súmulas 473 e 346 do STF:
Súmula 473:
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Súmula 346:
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

33) Qual a relação do princípio da autotutela com o princípio do


contraditório e ampla defesa?
No exercício da autotutela, a Administração deve assegurar prévio contraditório
e ampla defesa ao administrado que venha a ser prejudicado pela anulação ou
revogação do ato administrativo.
34) O poder de tutela é o mesmo que autotutela? Explique.
Não. O poder de tutela é caracterizado pela supervisão (controle de natureza
finalística, também chamado de “supervisão ministerial”) realizada pela
administração direta sobre as entidades da administração indireta. Já a
autotutela preceitua que a Administração Pública tem o poder-dever de controlar
seus próprios atos.
35) O que preceitua o princípio da continuidade dos serviços públicos?
Impõe que a prestação de serviços públicos (tanto a realizada diretamente pela
Administração, quanto a delegada a particulares) não deve ser interrompida ou

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


21
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

paralisada, já que consubstancia atividades essenciais à coletividade.


Desse princípio decorrem consequências importantes11:
a) a proibição relativa de greve nos serviços públicos, já que o art. 37,
inciso VII da CF determina que tal direito será exercido “nos termos e nos
limites definidos em lei específica”. Vejamos o teor do dispositivo, pra fins de
fixação:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em
lei específica;

Inclusive, sobre o direito de greve dos servidores, convém destacar que o STF
proferiu recente entendimento no sentido de que os dias parados por greve de
servidor devem ser descontados, exceto se houver acordo de compensação12.
b) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição
para preencher as funções públicas temporariamente vagas;
c) a impossibilidade da invocação, por parte de quem contrata com a
Administração Pública, da exceção do contrato não cumprido nos contratos que
tenham por objeto a execução de serviço público;
d) a faculdade da Administração de utilizar os equipamentos e instalações
da empresa que com ela contrata, para assegurar a continuidade dos serviços
públicos, bem como a possibilidade de encampação da concessão de serviço
público, para atingir a mesma finalidade.
36) O que preceitua o princípio da razoabilidade e proporcionalidade?
Razoabilidade: impõe que haja compatibilidade entre os meios empregados e os
fins visados na atuação da Administração, a fim de evitar excessos, abusos,
arbitrariedades.
Proporcionalidade: impõe que os agentes públicos não ultrapassem os limites
adequados ao fim pretendido, de maneira a evitar o excesso de poder. É
fundamentado em três aspectos:
a) Adequação: compatibilidade entre o meio empregado e o fim vislumbrado;
b) Exigibilidade ou necessidade: a conduta deve ser necessária e a que cause
menos prejuízo aos indivíduos;
c) Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem alcançadas
devem superar as desvantagens.
É importante destacar que razoabilidade e proporcionalidade são conceitos
muito parecidos, de modo que alguns autores entendem que esta seria uma das
vertentes daquela.
Esses princípios são muito utilizados no controle da discricionariedade da
Administração. Trata-se de controle de legalidade ou legitimidade, não de mérito

11
Di Pietro, 2016, p. 102.
12
STF, RE 693.456.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


22
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

(o ato desarrazoado ou desproporcional deve ser anulado, e não revogado).


37) O que preceitua o princípio da motivação?
O princípio da motivação preceitua que, como regra, todos os atos da
Administração devem ser justificados (tanto os vinculados como os
discricionários), devendo ser expressamente indicados os pressupostos de fato e
de direito que o motivam, permitindo, assim, o controle da legalidade e da
moralidade de tais atos, bem como o exercício do contraditório e da ampla
defesa por parte do administrado.
Há casos em que a motivação do ato é dispensada. Ex: Exoneração de servidor
ocupante de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração.
Embora não expressamente prevista no art. 37 da Carta Magna, a motivação é
mencionada na CF, art. 93, inciso X, que prescreve que
X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
seus membros

Tal regra também é aplicável ao Ministério Público por força do art. 129, §4º da
CF:
§ 4º - aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

38) O que preceitua o princípio da segurança jurídica?


O postulado da segurança jurídica impõe que a Administração deve buscar
respeitar situações consolidadas no tempo, as relações jurídicas constituídas,
amparadas pela boa-fé do cidadão.
Exemplos de concretização do princípio da segurança jurídica:
a) Institutos da prescrição e decadência;
b) Súmula vinculante (CF, art. 103-A);
c) Proteção ao ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5º,
inciso XXXVI).
Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
Art. 5º (...)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;
(...)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


23
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão


idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo
ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja
proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

39) O que preceitua o princípio da proteção à confiança?


O princípio da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e,
nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por
terceiros13.
Trata-se, assim, de princípio que corresponde ao aspecto subjetivo da segurança
jurídica.
40) O que preceitua o princípio da sindicabilidade?
Preceitua que os atos da Administração podem ser controlados – via controle
judicial, controle externo (Poder Legislativo + Tribunal de Contas) e/ou
controle interno –, englobando, ainda, o poder de autotutela, por meio do qual
a Administração anula (em caso de ilegalidade) ou revoga (por razões de
conveniência e oportunidade) seus próprios atos.
...
Grande abraço e bons estudos!

“A satisfação reside no esforço, não no resultado obtido. O


esforço total é a plena vitória.”
(Mahatma Gandhi)

13
Di Pietro, 2016, p. 117-118.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


24
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

Túlio Lages

Face: www.facebook.com/proftuliolages
Insta: www.instagram.com/proftuliolages
YouTube: youtube.com/proftuliolages

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


25
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

ANEXO I – LISTA DE QUESTÕES

1.(CESPE/2018/SEFAZ-RS/Auditor do Estado) A previsão em lei de cláusulas


exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos decorre diretamente do princípio
da
a) publicidade.
b) moralidade.
c) legalidade.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.
2.(CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle) O princípio da proteção à
confiança da administração pública
a) determina que a administração pública atenda apenas ao que a lei impõe.
b) dá à administração pública o poder da execução imediata das decisões
administrativas, possibilitando a criação de obrigações para o particular.
c) corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica.
d) é considerado uma imposição da limitação à discricionariedade da administração
pública.
e) é um dos princípios expressamente arrolados no art. 37 da Constituição Federal de
1988.
3.(CESPE/2013/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/Adaptada)
Acerca do direito administrativo, julgue o item a seguir.
A indisponibilidade do interesse público, princípio voltado ao administrado, traduz-se
pela impossibilidade de alienação ou penhora de um bem público cuja posse detenha o
particular.
4.(CESPE/2018/PC-MA/Escrivão de Polícia) A conduta do agente público que
busca o melhor desempenho possível, com a finalidade de obter o melhor resultado,
atende ao princípio da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) impessoalidade.
d) moralidade.
e) publicidade.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


26
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

GABARITO QUESTÕES OBJETIVAS

1.E. 2.C 3.E

4.A

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


27
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
Aula 00
0

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito
constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília:
STF, Secretaria de Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São
Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São
Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva,
2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TCE-RJ (Analista de Controle Externo)-CESPE


28
www.estrategiaconcursos.com.br 28
00000000000 - DEMO

Você também pode gostar