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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo


Departamento de Estruturas

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS


Aula 05: Modelagem de Treliças

Profa. Dra. Maria Betânia de Oliveira


betania@fau.ufrj.br
mboufrj.weebly.com
UFRJ.FAU.DE

Aula 5
Modelagem de Treliças

Objetivo
Entendimento do comportamento estrutural das treliças.

Modelagem de Arcos MSE 2017.1


Mercado de Santarém – Portugal. Arq. Cassiano Branco. 1928

Modelagem de Treliças MSE 2017.1


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Comportamento Estrutural

Cabo livremente Modelo como um “arco”


Eliminando a ação
suspenso submetido à funicular da carga
horizontal no topo dos
força concentrada. concentrada.
pilares, tem-se como
As barras estão submetidas
solução a colocação
apenas a esforços de
do tirante horizontal.
compressão simples.
As barras aplicam forças
horizontais (empuxos) aos
apoios.

Deformação axial
Modelagem de Treliças MSE 2017.1
Comportamento Estrutural
F F F
F

Para vencer dois vãos, a solução Para liberar o espaço interno, se


mais imediata retira o pilar central.
é o uso de duas estruturas iguais às A estrutura ficará instável e girará
anteriores apoiadas entre pilares. sobre seus apoios extremos.

Para restabelecer o equilíbrio será


necessário a colocação de uma barra
rígida na parte superior, a qual ficará
submetida à compressão simples.

A estrutura assim originada é uma treliça.

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DEFINIÇÃO
Treliças são estruturas lineares constituídas por barras retas, dispostas de
modo a formar painéis triangulares, e solicitadas predominantemente por
tração ou compressão simples.

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Treliça de Madeira ou Tesoura
Linha de uma tesoura: conjunto de barras que limitam inferiormente uma
tesoura.
Pernas de uma tesoura: conjunto de barras de cada um dos
alinhamentos retos que limitam superiormente a tesoura de duas águas.

Mão-francesa: barra inclinada, de treliça ou pórtico, solicitada


predominantemente por força normal de compressão.
Pendural de uma tesoura: barra vertical central de uma tesoura
de duas águas.
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Esquema Estrutural

Montante Banzo superior

Banzo inferior Diagonal

Corda ou Banzo – conjunto de barras que limitam superiormente e inferiormente a treliça


Montante – barra vertical
Diagonal – barra diagonal ao painel
Nó – junção das extremidades das barras de uma estrutura linear
Viga treliçada – treliça de banzos paralelos
Tesoura – treliça de banzos não paralelos destinada ao suporte de uma cobertura

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Esquema Estrutural

Tesoura triangular em duas águas

Tesoura trapezoidal em duas águas

Treliça de banzos não paralelos para suportar coberturas

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Tração Compressão

Alongamento Encurtamento

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Tensões Normais de Tração


Nas barras submetidas à tração axial, a força de tração
simples se distribui na seção da barra, provocando
tensões normais de tração uniformes ao longo de toda a
seção.

F F

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Tensões Normais de Compressão

F σ

Nas barras curtas submetidas à compressão axial, a


força de compressão simples se distribui na seção
da barra, provocando tensões normais de
F compressão uniformes ao longo de toda a seção.

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Flambagem

Perda de estabilidade da barra comprimida antes da ruptura do material.


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Análise Qualitativa

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Cobertura de duas águas

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UFRJ.FAU.DE Análise Qualitativa

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UFRJ.FAU.DE Análise Qualitativa

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Treliça de Palladio

Treliça simples ou treliça de Palladio


(com escoras)

As treliças são utilizadas há muito tempo


nas construções.
O arquiteto Palladio, por volta de 1540,
organizou o conhecimento existente sobre
essa alternativa construtiva.

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"Quattro libri dell´architettura", prima


edizione 1570 - Ponte di Bassano.
Palladio (1508-1580)

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Teatro Olímpico, Vicenza, 1580. Palladio.

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Treliça de suporte da
cobertura do auditório
Sheldonian Theatre, Oxford, England,1668.
Arquitetura: Christopher Wren

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Praça do Comércio ou Terreiro do Paço.


Praça da Baixa Lisboa situada na margem do rio Tejo.
Reconstruída na direção do Marquês de Pombal

Treliças de coberturas encontradas em edifícios pombalinos.

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Casa de campo de Antonio Bernardo Herrmann, em Itaipava.


Erguida nos anos 1970 por Zanine Caldas (1919-2001).

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Considerando o peso próprio da tesoura e o peso do telhado, têm-se:


1- Flexo-tração 2 - Compressão
3 - Flexão 4 - Tração
5 - Compressão

Adaptação do ENC2003.
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De um modo geral, todos os elementos
estruturais podem ser fabricados
maciços ou treliçados:
vigas treliçadas,
pontes em treliça, pilares treliçados,
pórticos treliçados, etc.
Os elementos estruturais treliçados
possuem pequeno peso próprio em
comparação com outros elementos
estruturais maciços de mesma função.

Barras de aço cruzadas em forma de treliça na cobertura semicircular de uma das


plataformas embarque da estação King’s Cross, Londres.John McAslan + Partners

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Torre à margem da Via Dutra: componente de linha de


transmissão de energia elétrica.

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Ponte Luís I ou Ponte D. Luís, em arco treliçado, construída entre os


anos 1881 e 1888, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia
separadas pelo rio Douro, Portugal.

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Ginásio de Esportes de Blumenau, conhecido como Galegão.


Inaugurado em 2008.
A foto acima mostra uma viga treliçada circular apoiada em quatro pilares de concreto.

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Estádio Governador Plácido


Castelo ou Arena Castelão,
Fortaleza, Ceará.

Pórticos treliçados.

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Pavilhão de Exposições do Anhembi Parque, São Paulo.


Treliça Espacial e Pilares
Disponível em: http://www.anhembi.com.br/espaco/pavilhao-norte-sul/

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Treliça e Pilares do Anhembi


Fotos 2012
Modelagem de Treliças MSE 2017.1
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Pavilhão de Exposições do Rio Centro. Rio de Janeiro.

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Companhia Cervejaria Brahma. Rio de Janeiro.

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Aeroporto Governador André Franco Montoro ou


Aeroporto Internacional de Guarulhos, conhecido também como
Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo.

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Aeroporto de Lisboa

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Treliças
 Formadas por triângulos
 Barras comprimidas rígidas, em alguns casos, as barras
tracionadas podem ser substituídas por cabos
 Elementos esbeltos
 Leves
 Nós articulados
 Quando as cargas são aplicadas apenas nos seus nós, as barras
estão sujeitas somente à tração, à compressão, ou não estão
tensionadas. Caso contrário, ocorre flexão
 Vencem grandes vãos
 Utilizadas principalmente em coberturas e pontes
 Usualmente, as treliças são feitas em aço ou madeira
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Leitura
Texto 5.1

REBELLO, Y.C.P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate


Editora, 2001. p.103-107.

Exercícios
Explicar o comportamento estrutural através da análise de modelos físicos das
seguintes treliças.

***Usar como referência a treliça concebida pelo Arq. Shigeru Ban para o abrigo do Nepal***

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Exercício 3.1

Exercício 3.2

Modelagem de Treliças MSE 2017.1


Exercício 3.3

Exercício 3.4

Modelagem de Treliças MSE 2017.1


Exercício 3.5

Exercício 3.6

Modelagem de Treliças MSE 2017.1


Exercício 3.7

Modelagem de Treliças MSE 2017.1


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NEPAL PROJECT
Shigeru Ban Architects

This system can be assembled by connecting modular wooden frames (3ft x 7ft or
90cm x 210cm) and infilling with rubble bricks. This simple construction method
enables anyone to assemble the wooden frames very quickly and if a roof (a truss
made of local paper tubes) is secured on top, and the wooden structure covered with a
plastic sheet, people can immediately begin to inhabit the shelters. Afterwards, people
can stack the rubble bricks inside the wooden frames and slowly complete the
construction themselves. The first prototype is to be constructed by end of August.
http://www.shigerubanarchitects.com/works/2015_nepal_earthquake-4/index.html

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NEPAL PROJECT Shigeru Ban Architects UFRJ.FAU.DE

http://www.shigerubanarchitects.com/works/2015_nepal_earthquake-4/index.html
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Modelo elaborado por alunos de MSE 2016.1

Modelagem de Treliças MSE 2017.1

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