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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz

DCET – Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas

Disciplina: CET 177 Laboratório de Física III

Turma: P01 – Física Bacharelado

Docente: Marcelo B. Pisani

Discentes: André A. A. da Silva


Daniel S. de Oliveira

Experimento: 04 – Carga e Descarga de Um Capacitor

Data de realização: 10-Dezembro-2019

Data da síntese: 17-Dezembro-2019

Data da entrega: 07-Janeiro-2020


1. Título

CAPACITÂNCIA DE UM CAPACITOR E GRANDEZAS ENVOLVIDAS

2. Resumo

O objetivo do experimento é analisar o comportamento da corrente em função do tempo


para um circuito RC (Resistor e Capacitor), além de determinar experimentalmente os valores para
a Capacitância C e para a constate τ . Para obter estes valores foram feitas medidas de tensão e
tempo para duas situações distintas, a de carga e a de descarga do capacitor, ou seja, em dois
circuitos distintos. Com as medidas de tensão e da resistência foram feitos os cálculos, por meio da
Lei de Ohm, para cada corrente respectiva a cada tensão, para que assim pudéssemos testar o
modelo utilizado por nós para descrever esse comportamento da corrente em função do tempo que
nos permite determinar as grandezas desejadas. Qualitativamente, por meio das análises dos
gráficos gerados, o modelo conseguiu descrever o fenômeno estudado neste experimento. Para os
resultados quantitativos encontramos para a Capacitância C = (665,5±18,0) μ F
(Carregamento do capacitor) e C = (585,0±16,0) μ F (Descarregamento do capacitor), que
não foram resultados positivos, pois, em relação ao valor de referência obtivemos valores de erros
relativos maiores que 15,0%. O resultado negativo é justificado por nós devido há problemas
encontrados no comportamento da corrente em função do tempo de vários capacitores que foram
utilizados, apesar que para a realização do experimento utilizamos um que não apresentava esse
comportamento estranho de forma acentuada, porém isso não assegura a qualidade do material
utilizado. Conseguimos também determinar o valor para a constante τ , sendo este
τ = ( 50,58±0,37) s (para o carregamento) e τ = ( 44,46±0,32)s (para o
descarregamento) .

3. Introdução

Como neste experimento os objetivos principais consistem na determinação da Capacitância


C de um capacitor e o valor da constante τ , precisamos de equações/modelo que nos ajude a
analisar e determinar essas grandezas com os dados medidos deste experimento.
Primeiro vamos analisar como é o comportamento do circuito que descreve o carregamento
de um capacitor, lembrando, que dá definição temos
Q=CU (1),
onde, Q é a carga total do capacitor, C a capacitância do mesmo, medida em farad (F), e U a tensão.
Verificando o circuito abaixo da Figura 1,
com ajuda da lei das malhas e de Ohm, podemos montar uma equação que modelará o fenômeno de
carregamento do capacitor:
Q
U=RI + (2),
C
sendo R a resistência. Se aplicamos a derivada em relação ao tempo em ambos os lados da Eq. (2),
temos:
di (t) 1 dqc
0 = R + (3),
dt C dt
sendo que aparece a corrente em função do tempo, i(t), devido o fato do capacitor está carregando e
a corrente se alterar no tempo, tendendo a um valor zero, já q c é a carga no capacitor, que é
variável até atingir o máximo que é Q e U é constante gerando o zero no lado esquerdo da
igualdade. Trabalhando com um pouco de álgebra e a definição diferencial da corrente, chegamos a
seguinte equação diferencial:
di(t) 1
=− i( t) (4),
dt RC
resolvendo a equação diferencial e usando a condição inicial que em t = 0 a corrente é máxima,
I 0 , chegamos a seguinte solução para i(t):
t

RC
i(t) = I 0 e (5),
onde definimos RC=τ , tendo dimensões de tempo, que é fácil comprovar, com uma análise
dimensional:
V C' C' A 1
[RC ]=1 Ω x 1 farad = 1 x1 = 1 = 1 x = 1s (6),
A V A s A
onde, V, A, C’ e s, são respectivamente as unidades de medida Volt (para tensão), Ampere (para
corrente), Columb (para a carga) e segundos (para o tempo).
Já para a descarga do capacitor, podemos analisar o circuito abaixo da Figura 2,

observe que as tensões entre os terminais do capacitor e os do resistor serão iguais, ou seja,
U c = U R e elas variarão no tempo devido ao descarregamento do capacitor, lembrando que da
Q
Eq. (1) temos U c = e que U R =Ri( t) , assim podemos montar a seguinte equação
C
diferencial efetuando a derivada em relação ao tempo na igualdade das tensões:
di(t)
i(t) = RC ,
dt
observe que a equação acima é igual a Eq. (4), mostrando que a taxa de variação no carregamento e
no descarregamento são semelhantes. Assim, se resolvemos a equação diferencial encontraremos o
mesmo resultado da Eq. (5).
4. Procedimento Experimental

O experimento consiste em analisarmos o comportamento do capacitor na situação de carga


e descarga, logo foi montando o circuito descrito abaixo na Figura 3 para o carregamento:

com o auxílio de um voltímetro, como ilustrado na Figura 3, um Ohmímetro, para medir o valor da
resistência R, e um cronometro para medir o tempo gasto para termos as voltagens de 3V, 2,8V,
2,4V, 2,2V, 2,0V, 1,8V, 1,6V, 1,4V, 1,3V, 1,2V, 1,1V, 1V, 0,8V, 0,6V, 0,5V, 0,4V, 0,3V, 0,15V,
0,075V, 0,035V, 0,015V oferecidas pela fonte. Vale ressaltar que o valor da Capacitância informado
pelo fabricante também foi anotado e será apresentado nos resultados.
Para o descarregamento do capacitor, foi montando o seguinte circuito ilustrado na Figura 4
abaixo:

onde com o auxílio de um voltímetro, como ilustrado na Figura 4 e um cronometro para medir o
tempo gasto para termos as voltagens de 3V, 2,5V, 2,3V, 2,1V, 1,9V, 1,7V, 1,5V, 1,2V, 1V, 0,8V,
0,6V, 0,5V, 0,4V, 0,3V, 0,15V, 0,075V, 0,035V, 0,015V e 0,007V oferecidas pelo capacitor.
Com essas medidas em mãos foram calculadas as correntes respectivas para cada tensão em
ambas as situações acima. Após feitas todas as medidas e os cálculos das correntes, linearizações e
regressões foram feitas utilizando a planilha “Análise de Dados”, mais especificadamente
“RegMonolog” para assim obter os valores para os coeficientes angulares das regressões e suas
incertezas. Vale ressaltar que todos os valores que vem do modelo, que são estimados para as
incertezas expandidas também foram obtidos utilizando está mesma planilha. Importante destacar
que todas as incertezas instrumentais foram anotadas e são apresentadas nos resultados. Materiais
de apoio foram consultados do acervo disponibilizado para o curso de Laboratório de Física 3.
5. Resultados e Análises

Como dito no procedimento experimental foram feitas medidas para a resistência R e para o
capacitor C ilustrados na Figura 3, como foram os mesmos utilizados tanto para o carregamento
quanto para o descarregamento apresentaremos apenas uma vez, o valor medido para o resistor
presente em ambas configurações das Figuras 3 e 4, como o ohmímetro estava calibrado para a
escala de 2,0 MΩ o erro limite (L) foi calculado por meio da seguinte equação:
L (1,0 % daleitura+ 4 dígitos)
σR = = (7),
k 2
o valor para k tanto para o cálculo desta incerteza como para as demais que serão apresentadas
durante o relatório, foi fixado em 2, o que nos permite ter uma confiabilidade de 95%. Já o valor
para a capacitância foi adquirido por meio das informações da fabricante descritas no mesmo, o
qual infelizmente não tinha nenhuma incerteza apresentada. Assim organizamos os dados na
seguinte tabela:
RESISTÊNCIA MEDIDA CAPACITÂNCIA
(R±σ R ) C
[M Ω] [ μ F]
(0,076±0,002) 470
Tabela 1 – Valor medido para a resistência R e valor verificado para a capacitância C, para o resistor e capacitor
presentes em ambas as configurações das Figuras 3 e 4.
Para organizar as medidas de tensão referentes a Figura 3, onde suas incertezas foram
obtidas de maneira análoga a Eq. (7), com a ressalva que o L para a tensão, como o voltímetro
estava calibrado na escala 20,0V para as primeiras e medidas e após foi calibrado em 2,000V,
temos:
L = ( 0,8 % da leitura+ 2 dígitos) (8),
pois ambas as escalas o L é calculado de mesma maneira. Já para as medidas de tempo optamos por
fixar a incerteza em 0,2. No caso dos valores calculados para a corrente, que foram feitos por meio
da equação:
U
I= (9),
R
além disso ainda foi obtido uma incerteza expandida para a corrente, ou seja, a incerteza da corrente
foi associada a do tempo, sendo a equação utilizada para à associação:
σ I ' = √ σ 2I +(a0 σ I )2 (10),
a0 é um valor estimado e que vem do modelo teórico que estamos testando, o modelo que será
trabalhado será o dado pela Eq. (5), a estimativa que adotamos para tal valor foi a indicada pela
planilha de análise de dados já citada no procedimento experimental. Observe que I é calculado a
partir da lei de Ohm e para a sua incerteza temos a equação.
σU 2
R √
σ I = ( ) +(U 2 )
σR 2
R
(11)
A justificativa para expandimos a incerteza da corrente, é que faremos uma regressão linear baseada
na linearização da Eq. (5) e queremos apenas barras de erros na coordenada vertical do gráfico. Em
posse destas informações montamos uma tabela contendo os seguintes dados:
U σU I σI σ I' (t±0,2)
[V] [V] [ μ A] [ μ A] [ μ A] [s]
3,00 0,02 39,5 1,3 1,2 0,0
2,80 0,02 36,8 1,2 1,1 2,6
2,40 0,02 31,6 1,0 1,0 7,2
2,20 0,02 28,95 0,94 0,91 12,1
2,00 0,02 26,32 0,86 0,79 19,2
1,80 0,02 23,68 0,78 0,73 23,8
1,60 0,02 21,05 0,69 0,67 28,3
1,40 0,02 18,42 0,61 0,64 30,8
1,30 0,02 17,11 0,57 0,60 34,1
1,20 0,01 15,79 0,53 0,57 37,3
1,10 0,01 14,47 0,49 0,54 41,0
1,00 0,01 13,16 0,45 0,46 48,8
0,80 0,01 10,53 0,37 0,38 60,0
0,60 0,01 7,89 0,30 0,36 67,3
0,50 0,01 6,58 0,26 0,31 75,9
0,40 0,01 5,26 0,22 0,27 86,8
0,30 0,01 3,95 0,19 0,18 114,4
0,15 0,01 1,97 0,15 0,15 146,7
0,075 0,001 0,99 0,04 0,04 181,3
0,035 0,001 0,46 0,02 0,01 226,8
0,015 0,001 0,20 0,02 0,01 276,8
Tabela 2 – Dados medidos para a tensão (U) e sua incerteza instrumental, bem como os dados medidos para o tempo (t)
e a incerteza instrumental associada e os valores calculados para a corrente (I), sua incerteza propagada e expandida. Os
dados são respectivos a configuração da Figura 3.
Podemos fazer agora a análise qualitativa do comportamento dos dados da corrente em
função do tempo, ambos presentes na Tabela 2, assim temos o gráfico:
Regressão: i(t) = I_0 * exp(-t/t')
45
40
35
30
i / [MicroA]

25
20
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250 300
t / [s]

Figura 5 – Valores calculados da corrente em função do tempo, onde t ' =τ . Valores e incertezas são oriundos da
Tabela 2.
Uma análise prévia da Figura 5 já demonstra que a Eq. (5) é realmente uma aproximação
boa ao experimento proposto, onde a Figura 5 mostra que a corrente cai exponencialmente com o
tempo. Já que o modelo, pelo menos qualitativamente parece ser válido, podemos linearizar a Eq.
(5), efetuar uma regressão dos dados linearizados e obter os coeficientes angular e linear, que
possibilitarão determinarmos experimentalmente os valores para τ e C.
A linearização da Eq. (5) nos dá:
log (e)
log (i(t)) = − τ t +log (I 0) (12),
−log(e)
sendo que podemos associar a equação da reta e ter as relações a= τ e b=log (I 0) , como
queremos determinar o valor para τ , Q e como “bônus” I 0 , bônus por não ser o objetivo
central do experimento essa determinação. Assim temos as seguintes equações com suas incertezas
propagadas:
log (e)
τ = − (13),
a

log (e)
στ = 2
(14),
a

log ( e)
C =− (15),
aR


2 2
σ R log (e) σ a log (e)
σC = ( 2
) +( 2
) (16),
aR Ra

I 0 = 10b (17),
σ I = 10 b ln (10) 0
(18).
Antes de apresentamos os valores encontrados paras as grandezas das equações acima é
interessante analisamos qualitativamente o gráfico dos dados linearizados. Vejamos abaixo:

Regressão: Log10[i(t)] = -[Log10(exp)/t'] * t + Log10(I_0)

2
Log10[i(t)] / [MicroA]

1,5

0,5

-0,5

-1
0 50 100 150 200 250 300
t / [s]

Figura 6 – Plotagem dos dados linearizados da corrente, e do tempo, originalmente vindos da Tabela 2.
Podemos notar que o gráfico da Figura 6 nos indica que há diferentes inclinações
tomando intervalos distintos de tempo, o que leva a diferentes capacitâncias para o capacitor, o que
na realidade não poderia ser verdade, porém tivemos vários problemas com os capacitores, onde
vários apresentaram comportamento estranho, além disso, a qualidade do material é duvidosa, o que
também implicará em resultados não muito compatíveis com os previstos. Agora já podemos
apresentar os resultados obtidos utilizando as Eq.’s (13) a (18) nos valores encontrados pela
regressão para a e b.
(a±σ a ) (b±σ b ) (C±σ C ) (I 0±σ I )0
(τ ±σ τ )
−1
[s ] - [ μ F] [ μ A] [s]
(−8,587±0,063)10−3 (1,5479±0,0047) (665,5±18,0) (35,31±0,38) (50,58±0,37)
Tabela 3 – Valores encontrados para os coeficientes angular e linear respectivos a Figura 6, e valores para a corrente
máxima, capacitância e tau, bem como suas respectivas incertezas, todos associados a configuração da Figura 3.
Se usamos a equação do erro relativo, que é dada por:
V −V E
ϵ = T x 100 % (19),
VT
onde, V T e V E são respectivamente o valor teórico e o experimental. Podemos comparar o valor
encontrado experimentalmente com o fornecido pela fabricante, que está apresentado na Tabela 1,
assim encontramos um erro relativo de 41,6%, o que é acima dos 15% aceitáveis, porém podemos
justificar esse resultado negativo com a questão dos capacitores não estarem 100%, como já dito
neste relatório a respeito dos problemas encontrados em vários. É possível também aplicar o erro
relativo para a corrente máxima, que a no instante t = 0 apresentada na Tabela 2, sendo o valor de
referência o fornecido pela medida, e o experimental o originado pela regressão, assim,
encontramos para o erro relativo da corrente máxima 10,6%, o que é abaixo dos 15% aceitáveis.
Para analisar o descarregamento os passos são os mesmos adotados para o carregamento,
alterando apenas os dados, então temos para o descarregamento do capacitor:
U σU I σI σ I' (t±0,2)
[V] [V] [ μ A] [ μ A] [ μ A] [s]
-3,00 0,02 -39,5 1,3 1,2 0,0
-2,50 0,02 -32,9 1,1 1,0 7,2
-2,30 0,02 -30,26 0,98 0,92 9,2
-2,10 0,02 -27,63 0,90 0,84 13,7
-1,90 0,02 -25,00 0,82 0,79 16,9
-1,70 0,02 -22,37 0,73 0,71 21,5
-1,50 0,02 -19,74 0,65 0,67 24,1
-1,20 0,01 -15,79 0,53 0,53 35,7
-1,00 0,01 -13,16 0,45 0,48 41,1
-0,80 0,01 -10,53 0,37 0,39 51,0
-0,60 0,01 -7,89 0,30 0,34 61,2
-0,50 0,01 -6,58 0,26 0,29 68,8
-0,40 0,01 -5,26 0,22 0,25 77,7
-0,30 0,01 -3,95 0,19 0,23 88,6
-0,15 0,01 -1,97 0,15 0,19 116,5
-0,075 0,001 -0,99 0,04 0,05 150,4
-0,035 0,001 -0,46 0,02 0,02 188,4
-0,015 0,001 -0,20 0,02 0,01 242,5
-0,007 0,001 -0,09 0,01 0,01 338,6
Tabela 4 - Dados medidos para a tensão (U) e sua incerteza instrumental, bem como os dados medidos para o tempo (t)
e a incerteza instrumental associada e os valores calculados para a corrente (I), sua incerteza propagada e expandida. Os
dados são respectivos a configuração da Figura 4. As incertezas foram obtidas da mesma maneira que para a Tabela 2.
Plotamos também a corrente em função do tempo, com os dados da Tabela 4, para uma
análise qualitativa:
Regressão: i(t) = I_0 * exp(-t/t')
45
40
35
30
i(t) / [MicroA]

25
20
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t / [s]
Figura 7 – Valores calculados da corrente em função do tempo, onde t ' =τ . Valores e incertezas são oriundos da
Tabela 4. Os valores de i estão em módulo para evitar problemas de domínio com o logaritmo.
Uma análise prévia da Figura 7 já demonstra que a Eq. (5) é realmente uma aproximação
boa ao experimento proposto, pois a Figura 7 mostra que a corrente cai exponencialmente com o
tempo. Já que o modelo, pelo menos qualitativamente parece ser válido, podemos aplicar a mesma
equação linearizada, Eq. (12), efetuar uma regressão dos dados linearizados e obter os coeficientes
angular e linear, que possibilitarão determinarmos experimentalmente os valores para τ e C para
o descarregamento.
Podemos utilizar as mesmas Eq.’s (13) a (18) para determinar as grandezas estudadas, mas
antes de apresentamos os valores encontrados é interessante analisamos qualitativamente o gráfico
dos dados linearizados. Vejamos abaixo:

Regressão: Log10[i(t)] = -[Log10(exp)/t'] * t + Log10(I_0)

2
1,5
Log10[i(t)] / [MicroA]

1
0,5
0
-0,5
-1
-1,5
-2
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t / [s]
Figura 8 – Plotagem dos dados linearizados da corrente, e do tempo, originalmente vindos da Tabela 4.
Podemos notar que o gráfico da Figura 8 nos indica que há diferentes inclinações tomando
intervalos distintos de tempo, o que leva a diferentes capacitâncias para o capacitor, o que na
realidade não poderia ser verdade, porém tivemos vários problemas já citados neste relatório, assim
como no carregamento, implicará em resultados não muito compatíveis com os previstos. Agora já
podemos apresentar os valores das grandezas:
(a±σ a ) (b±σ b ) (C±σ C ) (I 0±σ I ) 0
(τ ±σ τ )
−1
[s ] - [ μ F] [ μ A] [s]
(−9,768±0,070)10−3 (1,5414±0,0052) (585,0±16,0) (34,79±0,41) (44,46 ,±0,32)
Tabela 5 – Valores encontrados para os coeficientes angular e linear respectivos a Figura 8, e valores para a corrente
máxima, capacitância e tau, bem como suas respectivas incertezas, todos associados a configuração da Figura 4.
Também utilizando a Eq. (19) para o erro relativo podemos comparar o valor encontrado
experimentalmente com o fornecido pela fabricante, que está apresentado na Tabela 1, assim
encontramos um erro relativo de 24,5%, o que é acima dos 15% aceitáveis, porém podemos
justificar esse resultado negativo com a questão dos capacitores não estarem 100%, como já dito
neste relatório a respeito dos problemas encontrados em vários. É possível também aplicar o erro
relativo para a corrente máxima, que a no instante t = 0 apresentada na Tabela 2, sendo o valor de
referência o fornecido pela medida, e o experimental o originado pela regressão, assim,
encontramos para o erro relativo da corrente máxima 11,9%, o que é abaixo dos 15% aceitáveis.

6. Conclusões
Diante dos fatos mencionados, concluímos que o modelo proposto consegue
qualitativamente se adequar ao fenômeno de carregamento e descarregamento do capacitor, porém
quantitativamente em ambas situações encontramos erros relativos acima de 15%, em relação ao
valor de referência fornecido pela fabricante de 470 μ F , os problemas encontrados nos
capacitores durante várias tentativas de executar o experimento, podem ser uma hipótese aceitável
para justificar o resultado negativo, pois como dito, vários capacitores apresentaram comportamento
estranho quando utilizados no experimento.
Além disso, foi possível a determinação da constante τ e do valor de I 0 , apesar dos
problemas encontrados com os capacitores o valor para a corrente máxima ficou de acordo com o
de referência, sendo o adotado como referência o valor de I 0 = 39,5 μ A .

7. Referências

[HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl]. Física: Eletromagnetismo. 5. ed. Cap.
30: Capacitância. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

[NUSSENSZVEIG, H. M]. Curso de Física Básica 3: Eletromagnetismo. 1. ed. Cap. 5:


Capacitância e Capacitores Dielétricos. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1997.

[NUSSENSZVEIG, H. M]. Curso de Física Básica 3: Eletromagnetismo. 1. ed. Cap. 10:


Circuitos. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1997.

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