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REVISTA

ADVENTISTA

A ressurreição
de Jesus ­
Podemos acreditar?
11 20 30
O PROBLEMA DO SÁBADO PEQUENOS GRUPOS: ASSISTÊNCIA AOS
Qual é? PORQUÊ? PARA QUÊ? COMO? MORIBUNDOS PUBLICADORA SERVIR
A BRI L 2 0 2 0
Saiba as respostas. A posição ASD. N. 875 | ANO 81 | €1,90
abril maio
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REVISTA PUBLICADORA SERVIR
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ADVENTISTA N. 875 | ANO 81
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"Eis que cedo venho." A nossa missão é realçar Jesus DIAS ESPECIAIS E OFERTAS DIAS ESPECIAIS E OFERTAS
Cristo usando artigos e ilustrações para demonstrar
o Seu amor sem igual, dar as boas-novas do Seu tra- 5-12 CAMPANHA DE EVANGELISMO
balho presente, ajudar outros a conhecê-l'O melhor COMUNIDADE DE ORAÇÃO
– SEMANA DA PÁSCOA
e manter a esperança da Sua breve vinda. 4-8 CENTRO DE MEDIA “HOPE” DA
12 DISTRIBUIÇÃO DIGITAL DO LIVRO
DIRETOR António Amorim ÁUSTRIA (AU)
MISSIONÁRIO “A MAIOR ESPERANÇA”
DIRETORA DE REDAÇÃO Lara Figueiredo 11-15 UNIÃO ROMENA (RU)
COORDENADOR EDITORIAL Paulo Lima COMUNIDADE DE ORAÇÃO 18-22 REUNIÃO DE PRIMAVERA
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Igreja Adventista
do Sétimo Dia®
A Revista Adventista, Órgão da Igreja Adventista do [FH] RTP2 ENTRE AS 15:00 E AS 15:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 22:47
Sétimo Dia em Portugal, é publicada mensalmente
pela União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia [C] RTP2 ENTRE AS 10:00 E AS 10:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 06:00
desde 1940 e editada pela Publicadora SerVir, S. A.. ESTES HORÁRIOS DE EMISSÃO PODEM SER ALTERADOS PELA RTP2 SEM AVISO PRÉVIO.
Índice
04 DESCOBRIR
EDI TORI AL

06
“Uma Páscoa em casa”

30 Reagir à ressurreição
A ressurreição pascal
DECLA RAÇÃO
e as notícias falsas.
Assistência aos moribundos
A posição oficial da Igreja
sobre a eutanásia. 11
34 O problema do Sábado
Um argumento
a favor do Sábado.
PÁ G I N A DA FAMÍLIA
Nos braços do "Abba"
A verdadeira segurança DESENVOLVER

15
em tempos de aguda crise.

36 Encorajem-se mutuamente
ES PA ÇO JU VENIL O poder emocional
A primeira Páscoa do apoio solidário.
A Páscoa é Jesus.

39 DAR

ES PÍ RI TO DE PR OFECIA
Cristo, o nosso Cordeiro Pascal
20
Pequenos Grupos: Porquê?
O que nos diz Ellen G. White Para quê? Como?
sobre o significado da Páscoa?
O poder evangelizador dos

40 Pequenos Grupos em ação.

Notícias Internacionais e
Nacionais.
25
Partilhando a Palavra de
Deus no Museu Britânico
44 Uma forma inteligente de
testemunhar da verdade bíblica.
Plano de Ação Excecional
Março e Abril 2020.

ABRIL 2020 | RA 3
EDITORIAL
resguardaram-se na comunhão dos seus
Pr. António Amorim
lares, enquanto as pragas fustigavam a
Presidente da UPASD
sociedade. Estas famílias estavam prote-
gidas pelo sangue do cordeiro espargido
“Uma Páscoa nos umbrais das portas e pela comunhão

em casa” centrada no cordeiro pascal imolado.


As famílias assim protegidas não foram
No momento em que escrevo este Edito- atingidas pela décima praga e não viram
rial, Portugal encontra-se em Estado de ninguém morrer entre os seus queridos.
Emergência por causa da pandemia de Em segundo lugar, a Páscoa tem um
Covid-19, registando-se mais de 11 000 significado cristão. Na última semana da
casos positivos e lamentando-se vítimas vida de Jesus Cristo, antes de morrer, Je-
mortais. As igrejas estão fechadas, e as pes- sus deu um significado específico à Pás-
soas e famílias são chamadas a permane- coa. Através do Seu ministério, Jesus foi
cerem em casa, em isolamento profilático. apresentado como o “Cordeiro de Deus
A curva dos números diários de infetados que tira o pecado do mundo” ( João 1:29)
sobe exponencialmente. As notícias são e assumiu essa “incarnação” do cordeiro
alarmantes, relatando a situação de Espa- pascal sacrificado por expiação dos peca-
nha, Itália, e de todo o mundo. A popula- dos dos culpados. Jesus é a realização viva
ção está apreensiva e angustiada. Quando do cordeiro pascal, cujo sangue foi asper-
acordamos, qualquer sinal, como tosse, gido nos umbrais da porta, assegurando
espirros, dor de costas, faz-nos pensar se a salvação dos crentes e das famílias de
já é um sintoma da Covid-19. As rotinas crentes. Jesus Cristo venceu todos os ata-
foram alteradas, os Planos de Ação, como ques do inimigo, tanto no Céu, como na
o da Igreja Adventista, foram alterados e Terra. Todos aqueles que n’Ele creem,
adaptados a esta nova realidade. Em casa, vencem o inimigo, pelos méritos do san-
encontramos alguma proteção. gue de Jesus Cristo e pelo seu testemu-
Estamos também no período em nho de fé em ação (Apocalipse 12:11).
que a Páscoa é lembrada no nosso calen- Neste período de Páscoa, face a
dário e na nossa cultura. A Páscoa tem esta peste de Covid-19, permaneçamos
um duplo significado, com paralelos à nas nossas casas, para nos protegermos.
situação em que vivemos atualmente. Em casa, mantenhamos uma comunhão
Primeiro, no seu significado judaico, a diária com Jesus Cristo, o Cordeiro de
Páscoa relembra a intervenção de Deus Deus. Reservemos tempo para orar, es-
para salvar o Seu povo do cativeiro do tudar a Palavra de Deus, ajudar alguém
Egito e a caminhada de libertação rumo através de um telefonema, uma mensa-
à Terra Prometida. Este percurso de fé gem eletrónica, uma ajuda humanitária
está descrito nos livros bíblicos de Êxo- para com alguém carenciado, só, doen-
do, Números, Levítico e Deuteronómio. te, amedrontado. Jesus Cristo é a nos-
No início deste percurso de fé, o povo sa Páscoa (I Coríntios 5:7), e, com Ele,
de Deus foi chamado ao “isolamento vamos vencer esta e outras crises que
social”. As pessoas e as famílias de Deus possam vir (Romanos 8:37).

4
SISTEMA NOVO TEMPO PORTUGAL

EM 2020

Rádio RCS

933 93 92 91

geral@novotempo.pt
Ele colocou-nos aqui
pessoalmente, como seres
humanos
— criados à Sua
imagem,
Charles
Pastor
originalmente
A. Tapp

perfeitos na sua forma e


Retirado da Adventist
a viver num
Review ambiente
de abril de 2019.
perfeito.

REAGIR À
RESSURREIÇÃO
Será que foi a disseminação de fake news
nos dias de Jesus a razão por que mesmo
aqueles que estavam próximos d’Ele
tiveram dificuldade em crer?

6 DESCOBRIR » Deus e a Sua Palavra


Uma certa expressão tomou, recente- ELES DEVERIAM SABÊ-LO
mente, a nossa paisagem cultural de De facto, será que foi a disseminação de
assalto – “Notícia Falsa” (fake news). O notícias falsas nos dias de Jesus a razão
termo “notícia falsa” é um neologismo, por que mesmo aqueles que estavam pró-
uma palavra ou uma expressão cunhadas ximos d’Ele tiveram dificuldade em crer?
recentemente que se tornaram popula- A Bíblia contém este relato: “E
res. Por vezes, pode ser uma palavra nova, Jesus, tendo ressuscitado na manhã
criada totalmente de novo, mas ainda do primeiro dia da semana, apareceu
não plenamente aceite numa determi- primeiramente a Maria Madalena, da
nada cultura. Um neologismo pode tam- qual tinha expulsado sete demónios. E,
bém ser uma velha frase que começou a partindo ela, anunciou-o àqueles que
ser usada com um novo sentido. tinham estado com ele, os quais esta-
Por exemplo, a palavra “webiná- vam tristes, e chorando. E, ouvindo eles
rio”, que designa um seminário reali- que vivia, e que tinha sido visto por ela,
zado através da Internet, é um neo- não o creram” (Marcos 16:9-11).
logismo. A palavra “google” também Este pode ser um dos aspetos que
é um neologismo, sendo usado para suscitam mais perplexidade em toda a
referir um motor de busca da Internet, história da morte, do sepultamento e da
quer se recorra precisamente ao sítio ressurreição de Cristo. Digo isto porque
do Google na Internet, quer não. Jesus tinha vindo a predizer a Sua morte
Assim sendo, quando o neologis- e a Sua ressurreição há já algum tempo,
mo “notícia falsa” é usado, o que signi- antes de terem ocorrido os aconteci-
fica? O termo “notícia falsa” refere um mentos daquela semana fatídica. Por ve-
certo tipo de jornalismo ou de propa- zes, os Seus comentários parecem deli-
ganda que consiste em desinformação beradamente vagos, como quando Jesus
deliberada ou em embustes factuais diz que Ele destruiria o Templo e o re-
espalhados através da Imprensa, Te- construiria em três dias ( João 2:18 e 19).
levisão ou das Redes Sociais, tendo Mas, noutros momentos, a men-
expressamente em vista enganar a au- sagem de Jesus acerca da Sua morte
diência, de modo a prejudicar a credi- iminente e subsequente ressurreição era
bilidade de uma instituição ou de uma bastante clara. “Desde então começou
pessoa, para assim obter vantagens fi- Jesus a mostrar aos seus discípulos, que
nanceiras ou políticas. Dado que o seu convinha ir a Jerusalém, e padecer muito
propósito é distribuir deliberadamen- dos anciãos, e dos principais dos sacer-
te falsa informação para influenciar ou dotes, e dos escribas, e ser morto, e res-
dividir a opinião pública, a notícia fal- suscitar ao terceiro dia” (Mateus 16:21).
Fotografia: FreeBibleimages

sa pode ser uma ferramenta perigosa Assim, surge a questão: Por que
nas mãos erradas.1 razão não creram em Jesus? Eis algu-
Um dos principais efeitos das no- mas sugestões possíveis.
tícias falsas é o facto de que se torna Primeiro, será que, como alguns
cada vez mais difícil saber em quem Cristãos de hoje, os discípulos de Jesus
crer ou o que crer. simplesmente não tinham fé suficiente

ABRIL 2020 | RA 7
Eis a dura realidade: nenhum dos seguidores mais próximos de Jesus
creu que Ele seria verdadeiramente ressuscitado ao terceiro dia.

para confiar na palavra de Cristo de que te orquestrado por algum seguidor de


Ele ressurgiria ao terceiro dia? Ou talvez Jesus bem intencionado. Ou, dada a
a sua descrença estivesse marcada pelo quantidade de notícias falsas que ro-
facto de que eles tinham testemunhado deavam Jesus enquanto Ele estava vivo,
a entrada festiva de Jesus em Jerusalém eles simplesmente assumiram que este
uma semana antes e simplesmente não era apenas um outro relato falso.
podiam imaginar que este Jesus triun- Eis a dura realidade: nenhum dos
fante fosse vítima da dor e do sofrimento seguidores mais próximos de Jesus creu
que a morte na cruz provocaria? que Ele seria verdadeiramente ressus-
Talvez achassem as palavras de citado ao terceiro dia. Se eles tivessem
Jesus acerca da Sua morte e ressur- crido, não teriam estado à espera d’Ele
reição algo difícil de engolir, porque no exterior do sepulcro no terceiro dia?
também eles estavam convencidos, tal Mesmo as mulheres junto do sepulcro
como Pilatos, de que o corpo inani- de Jesus não estavam ali para poderem
mado de Jesus não poderia escapar do testemunhar a Sua ressurreição, mas
sepulcro fortemente guardado. para que pudessem terminar a prepara-
Ou será que eles não creram porque ção do Seu corpo para o sepultamento,
a notícia da ressurreição de Cristo lhes que tinha sido interrompida porque o
foi trazida pela primeira vez por uma Sábado se aproximava.
mulher, não por um homem, sendo as- “E era o dia da preparação, e ama-
sim vista como menos credível? Não es- nhecia o sábado. E as mulheres, que ti-
tou a ser sexista quando digo isto. Estou nham vindo com ele da Galileia, segui-
apenas a tomar em consideração o con- ram, também, e viram o sepulcro, e como
texto social em que estes acontecimen- foi posto o seu corpo. E, voltando elas,
tos ocorreram. No tempo de Jesus, as prepararam especiarias e unguentos; e no
mulheres não eram consideradas como sábado repousaram, conforme o manda-
estando no mesmo plano social dos ho- mento” (Lucas 23:54-56).
mens. Isto era evidente na oração matu- Tal como ficamos a saber graças
tina que os homens judeus recitavam, ao ao relato do Evangelho, foi apenas
agradecerem a Deus por não terem nas- após Cristo lhes ter aparecido em
cidos escravos, gentios ou mulheres.2 pessoa que os discípulos finalmente
Ou, talvez, os discípulos sentissem aceitaram o facto de que as notícias
que as notícias sobre a ressurreição de não eram falsas, mas eram, realmen-
Jesus eram simplesmente um embus- te, verdadeiras (Mateus 28:16 e 17;

8
A fé desempenha um papel fundamental na vida dos Cristãos;
tanto é assim que, sem ela, é impossível agradar a Deus.

Marcos 16:9-14; Lucas 24:33-37; Muitos estão familiarizados com a


João 20:19 e 20). expressão “ver para crer”, que significa
que apenas as evidências físicas e concre-
A PERSPETIVA DA FÉ tas são realmente convincentes.3 Mas o
Por mais importante que fosse, para os sentimento que Jesus expressou perante
discípulos de Jesus, terem um relato em Tomé, bem como perante os restantes
primeira mão da Sua ressurreição, que discípulos, vai completamente contra
eliminaria todas as suas dúvidas, Jesus esta forma de raciocínio. Jesus torna cla-
louva aqueles que creem na Sua ressur- ro que, embora ver com os nossos olhos
reição sem terem tido o benefício de se- seja uma função humana extremamen-
rem testemunhas do acontecimento. A te importante, ainda mais importante é
história de Tomé ilustra isto. que os crentes vejam as coisas através dos
“Ora Tomé, um dos doze, cha- olhos da fé.
mado Dídimo, não estava com eles, A fé desempenha um papel fun-
quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, damental na vida dos Cristãos; tanto é
os outros discípulos: Vimos o Senhor. assim que, sem ela, é impossível agra-
Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o dar a Deus (Hebreus 11:6). Dado que
sinal dos cravos nas suas mãos, e não não possuímos provas empíricas refe-
meter o dedo no lugar dos cravos, e rentes à ressurreição de Jesus, devemos
não meter a minha mão no seu lado, de aceitá-la pela fé.
maneira nenhuma o crerei. E, oito dias É aqui que entra em jogo, na vida
depois, estavam outra vez os seus dis- dos Cristãos, a ideia de que crer é mais
cípulos dentro, e com eles Tomé. Che- importante do que ver. Se vamos acei-
gou Jesus, estando as portas fechadas, tar, pela fé, que Cristo ressuscitou e
e apresentou-se no meio, e disse: Paz que agora vive para interceder perante
seja convosco. Depois, disse a Tomé: o Pai em nosso favor, podemos ter a
Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mesma esperança que foi dada àque-
mãos; e chega a tua mão, e mete-a no les que foram testemunhas oculares da
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meu lado; e não sejas incrédulo, mas Sua ressurreição.


crente. Tomé respondeu, e disse-lhe: O apóstolo Paulo falou não apenas
Senhor meu e Deus meu. Disse-lhe da realidade da ressurreição de Cristo,
Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; mas da necessidade de a conhecermos
bem-aventurados os que não viram e pela fé: “Ora, se se prega que Cristo res-
creram” ( João 20:24-29). suscitou dos mortos, como dizem alguns

ABRIL 2020 | RA 9
O mundo necessita de saber que a ressurreição de Jesus
não é um rumor, mas uma realidade histórica.

de entre vós que não há ressurreição de apresentamos enquanto testemunhas


mortos? ... E, se Cristo não ressuscitou, do facto de que Jesus está vivo e vive
logo é vã a nossa pregação, e também é também dentro de nós. Esta é a espe-
vã a vossa fé; e assim somos, também, rança acerca da qual Paulo escreveu aos
considerados como falsas testemunhas crentes de Colossos: “Aos quais Deus
de Deus, pois testificamos de Deus, que quis fazer conhecer quais são as rique-
ressuscitou Cristo, ao qual, porém, não zas da glória deste mistério entre os
ressuscitou, se, na verdade, os mortos não gentios, que é Cristo em vós, esperança
ressuscitam. ... E, se Cristo não ressusci- da glória” (Colossenses 1:27).
tou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis Esta esperança não é o resultado de
nos vossos pecados; e, também, os que um desejo expectante; é uma realidade
dormiram em Cristo estão perdidos. Se vivida em cada crente, ao darmos teste-
esperamos em Cristo só nesta vida, so- munho de que somos diariamente trans-
mos os mais miseráveis de todos os ho- formados à imagem de Deus. É a mes-
mens. Mas, agora, Cristo ressuscitou dos ma esperança que vive em nós no século
mortos, e foi feito as primícias dos que XXI, se estivermos dispostos a aceitar,
dormem” (I Coríntios 15:12-20). pela fé, que as notícias sobre a ressurrei-
As notícias da ressurreição de ção de Cristo não são notícias falsas, mas
Jesus, que agora vive dentro de nós, são as boas notícias que o nosso mundo
Cristãos, não foram destinadas a serem necessita desesperadamente de ouvir.
apenas do nosso conhecimento. Elas Havia uma expressão popular na
foram dadas para que as possamos par- década de 1980 que dizia: “Mante-
tilhar com o mundo. O mundo neces- nham a esperança viva!” Eu discordo.
sita de saber que a ressurreição de Jesus Não me compete manter a esperança
Cristo, que aconteceu há cerca de 2000 viva. Em vez disso, é a esperança que
anos, não é um rumor, uma notícia falsa me mantém vivo!
ou uma teoria da conspiração, mas uma Ora bem, quem é que não quer
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efetiva realidade histórica na sua vida, ouvir algumas boas notícias?!


caro Leitor, e na minha. 1
A única forma de aqueles que nos “Fake News”, Wikipedia.
2
rodeiam saberem isto, especialmente Artscroll Siddur, Morning Blessing, p. 12.
com todas as notícias falsas que circu- 3
Christine Ammer, The American Heri-
lam à nossa volta, é a evidência que nós tage Dictionary of Idioms (2003).

10
O PROBLEMA
DO SÁBADO
Poderá ser fácil mostrar a Cristãos de outras
Denominações que, de facto, o Sábado está na
Bíblia e que é um mandamento de Deus a ser
observado. Mas, ainda assim, alguém pode
raciocinar: É assim que Deus é? Rígido!?


Daniel Cordeiro
Membro da IASD do
Porto

ABRIL 2020 | RA 11
INTRODUÇÃO tas porções das Escrituras. A sua mente
Muitas vezes, o Cristão Adventista, ao pode estar de tal maneira formatada para
testemunhar da mensagem bíblica, de- duvidar que toda a argumentação possí-
para-se com argumentos que são difíceis vel pode não chegar. Mas, se este texto
de enfrentar. Poderá ser fácil mostrar a servir para firmar a fé de cada Adventista
Cristãos de outras Denominações que, do Sétimo Dia que o lê, face a muitos ar-
de facto, o Sábado está na Bíblia e que gumentos que atacam as suas crenças, já
é um mandamento de Deus a ser ob- valeu a pena ser posto por escrito.
servado. Mas, ainda assim, alguém pode
raciocinar: É assim que Deus é? Rígido!? UM ARGUMENTO A FAVOR DO SÁBADO
Faz Deus mesmo questão de que seja Antes de mais, por que razão muitos
aquele dia específico e não outro? Ou Cristãos dizem que a Lei foi abolida?
não poderá ser apenas da Sua vontade a Simplesmente por causa do Sábado.
guarda de um dia qualquer da semana? Têm problemas com o mandamento
A guarda do Sábado atualmente contra a adoração de imagens? Ou
parece tão ilógica e tão desadequada com o mandamento para não se adul-
no nosso contexto cultural e econó- terar? Ou não matar? Ou não roubar?
mico, que é avaliada por muitos cren- De maneira nenhuma! Segundo a sua
tes de outras Denominações como razão, todos esses mandamentos têm
fanatismo puro, sem qualquer relação lógica e fundamento. Mas é só por
com a mensagem de libertação do causa do Sábado que se argumenta
mal. E já é assim há muitos anos. que toda a Lei foi abolida. Tornou-se
Quando se ouve a doutrina ensi- então toda a Lei ilógica por causa da
nada em diversas Igrejas, a Lei aparece aparente falta de lógica do Sábado!?
como abolida na cruz e já ultrapassa- Para fundamentarmos a nossa fé
da, havendo uma forte ênfase na graça como Adventistas, convém refletir sobre
de Deus, que nos é oferecida para que o pecado e sobre o modo como ele en-
nos possamos salvar, sem as nossas trou neste Planeta. O interessante é que
obras e sem nada merecermos. Nós foi por um pecado ilógico que o pecado
seremos então livres de adorar Deus entrou no nosso Planeta e não por um
no dia em que nós quisermos, como pecado claro, inequívoco e consensual.
forma de expressarmos a gratidão a Foi porque Adão matou Eva que
Deus por todas as bênçãos recebidas. o pecado entrou no mundo? Não foi.
Mas, é isso que a Bíblia ensina? Foi porque um deles roubou ao outro
A argumentação que se segue po- alguma coisa? Também não. Foi por-
derá não ser a solução do problema para que Adão começou a gostar de outra
muitos Cristãos que se lembram, um dia, mulher que não Eva? Será que ele cobi-
de ocupar a sua mente a pensar sobre çou alguma coisa ou fez uma imagem e
o assunto. O Cristianismo é, acima de adorou-a, ou desonrou o seu pai terreno
tudo, uma experiência e não tanto uma (que afinal nem tinha)? Não... Então
filosofia ou uma teoria. Muitos Cris- como entrou o pecado no mundo? Foi
tãos, atualmente, põem em dúvida mui- precisamente por causa de um manda-

12
mento ilógico, difícil de compreender “É assim que Deus diz?” Esta foi a
para a mente humana e que dava espaço pergunta da serpente que soou naquele
a questionamento. dia no Jardim do Éden. “É assim que
Faz sentido haver algum mal em Deus é?” Esta é a pergunta que soa atual-
comer fruta, se esta até foi criada para mente na boca de muitas almas. O pro-
esse propósito? Que diferença faz co- blema do pecado começou precisamente
mer desta árvore e não daquela? Aos por se suscitar a dúvida na Palavra de
olhos humanos este mandamento pode Deus com base na lógica de seres cria-
não fazer sentido nenhum. Eva e Adão dos. A seguir a esta dúvida é que vieram
até poderiam ter dito a Deus: “Muito o roubo, a idolatria, a desonra a Deus, ao
bem, queres que nós não comamos fruta pai e à mãe, o adultério, o homicídio, a
de uma das árvores do Jardim; pois bem, cobiça e o falso testemunho. Foi preci-
nós escolhemos aquela ali. Não quere- samente por Eva e Adão pensarem que
mos que esta aqui seja objeto da proi- a sua lógica, afinal, era a correta e rivali-
bição, porque, à nossa vista, ela é mais zava perfeitamente com a de Deus, que
bonita e o seu fruto mais apetitoso.” o mal veio ao mundo. Satanás disse-lhes:
Este cenário, aos olhos de um “Comam do fruto e os vossos olhos vão
Cristão crente e sincero, é horrível! Ele abrir-se e serão semelhantes a Deus.”
pode dizer: “Mas foi uma palavra ine- Não quiseram que Deus fosse Deus, que
quívoca da parte de Deus! A nossa vida tudo sabe, que tudo vê e cuja Palavra, que
de crentes alimenta-se da Sua Palavra. tudo criou, é eterna. E mostraram esta
Se O amamos, obedecemos. Deus convicção pecaminosa comendo o fruto.
dá-nos tudo; que necessidade tinham É por esta razão que, como Adven-
eles de comer do fruto proibido?” No tistas do Sétimo Dia, guardamos o Sá-
entanto, como alguém também pode bado. Desafiamos assim a lógica huma-
dizer: “Que mal tem trabalhar ao Sá- na e temos o Sábado como um sinal que
bado? É um dia como outro qualquer. nos distingue como aqueles que vivem
Que diferença faz trabalhar ao Sábado de toda a Palavra de Deus: quer a que é
e dedicar outro dia ao Senhor?” lógica e consensual no mundo religioso,
O problema não está na essência
do ato em si. Não é por comer fruta
que alguém está a pecar, porque esta
Não é por comer fruta que
foi criada por Deus com esse propó- alguém está a pecar, porque
sito. Também não é o trabalho que é esta foi criada por Deus com
problema, porque este foi dado por
esse propósito. Também não
Deus como uma bênção para o Ho-
mem. O problema está no significa- é o trabalho que é problema,
do do ato. É um sinal para nós, para porque este foi dado por
Deus, para os anjos e para todos os Deus como uma bênção para
seres criados, que determina se acre-
ditamos na Palavra de Deus ou se o Homem. O problema está
duvidamos. no significado do ato.
ABRIL 2020 | RA 13
político e económico, quer a que é ilógi- CONCLUSÃO
ca e desadequada neste mundo pecami- Ainda que alguém perca um emprego,
noso, relativista e interesseiro. uma remuneração ou uma carreira por
Ao guardarmos o Sábado, estamos querer guardar o Sábado, está a dizer a
a dar um sinal, escolhido por Deus, para si mesmo, a Deus e ao mundo que acre-
demonstrar que Ele é o nosso Criador dita e que vive na dependência total do
(Êxodo 20:11 e 12); é o nosso Redentor Senhor que tudo pode. O Senhor tem
(Deuteronómio 5:15); é Quem nos san- o domínio sobre todas as coisas que
tifica (Êxodo 31:13); e é o nosso Deus e existem e os Seus filhos podem viver
Senhor (Apocalipse 14:7, 12). O Sábado acima de qualquer conjuntura econó-
é também o símbolo de um relaciona- mica, ambiente de trabalho ou neces-
mento estreito com Deus (Hebreus 4:1- sidade que o contexto social e cultural
-13) e, ainda que muitos não o consigam cria para as pessoas. Isto é apenas retó-
ver, é um sinal da justificação pela fé na rica ou filosofia? Não. É a experiência
vida do crente (Romanos 2:14-16). So- de muitos crentes nas nossas igrejas.
mos frequentemente acusados de querer Se o pecado entrou no mundo em
ser salvos pelas obras, quando o objeto resultado de uma prova baseada num
pelo qual somos assim acusados é preci- sinal de obediência (não comer do fru-
samente um mandamento que nos pede to da Árvore da Ciência do Bem e do
para cessar toda a obra. Ao guardarmos Mal), terá como seu fim outro sinal.
o Sábado, estamos a dizer que não há O Sábado nos últimos dias da história
obras humanas que nos salvem, mas que pecaminosa deste mundo determinará
acreditamos na graça e no ministério de quem crê e aceita Deus como Deus, e
Jesus que, por meio da fé, nos salva de quem prefere a lógica política, religiosa e
todo o pecado. Nisto, o diabo tem conse- económica que será altamente perigosa,
guido deturpar a lógica de tudo... pois aponta para a adoração daquele que
ousou, um dia, duvidar de Deus.
Seja Deus louvado todos os Sába-
dos na nossa vida e nas nossas igrejas,
para sempre!

Ao guardarmos o Sábado,
estamos a dizer que não
há obras humanas que
nos salvem, mas que
acreditamos na graça e no
ministério de Jesus que,
por meio da fé, nos salva
de todo o pecado.
14

Victor Parachin
Psicólogo

Retirado da revista
Signs of the Times de
maio de 2009.

ENCORAJEM-SE
MUTUAMENTE
O mundo pode ser dividido em doadores de vida e consumidores
de vida. Algumas pessoas sabem como construir a esperança,
enquanto outras parecem mais hábeis em destruir sonhos.

Pouco tempo após o fim da I Guerra O oficial respondeu que os outros


Mundial, o Príncipe de Gales fez uma estavam em condições físicas tão más
visita a um hospital militar, onde fi- que nunca poderiam deixar o hospital.
cou a saber que 36 soldados estavam Querendo poupar o Príncipe a uma
a recuperar de feridas de guerra. Na experiência possivelmente desagradá-
primeira enfermaria, visitou os feri- vel, ele sugeriu que seria melhor dei-
dos cama a cama, agradecendo a cada xá-los em paz.
homem pelo seu sacrifício. Ao deixar Sem se atemorizar, o Príncipe
a enfermaria, disse ao seu anfitrião: insistiu em visitar os sete e foi levado
“Disse-me que havia 36 soldados aqui, à sua enfermaria. Uma vez ali, visi-
mas eu contei apenas 29. Onde estão tou soldado a soldado, cama a cama.
os outros sete?” Quando terminou de visitar todos os

DESENVOLVER » Aptidões e Relacionamentos ABRIL 2020 | RA 15


Os encorajadores sabem
que não conseguem
iluminar o mundo todo,
mas trabalham para
iluminar a sua pequena
parte do mundo.

homens, voltou a dirigir-se ao seu anfi- uma escassez de pessoas encorajadoras


trião: “Disse que havia sete, mas apenas e animadoras na nossa vida. É por isso
vi seis. Onde está o outro soldado?” que a Bíblia nos encoraja a fazer todo o
Algo hesitantemente, o anfitrião bem que pudermos, sempre que puder-
explicou: “Vossa Alteza, esse homem mos. O apóstolo Paulo escreveu: “Não
está só num pequeno quarto escuro. vos canseis de fazer bem” (II Tessalo-
Ele é cego, surdo e está completamen- nicenses 3:13). Em seguida apresento
te paralisado devido aos ferimentos algumas formas de se praticar o poder
que sofreu. Ele está à espera da liber- positivo do encorajamento.
tação que a morte lhe trará.” O Prín-
cipe de Gales insistiu em visitar esse AFIRMAÇÃO
último paciente. Os encorajadores dizem: “Sim!” Di-
Em silêncio, o Príncipe abriu a zem-no de variadas formas: “Sim,
porta e entrou no quarto escuro, onde acredito em ti.” “Sim, vou ajudar-te.”
viu o homem deitado na cama. O Prín- “Sim, estarei lá.” “Sim, podes contar
cipe não podia expressar verbalmente comigo.” “Sim, virei.” “Sim, irei ver-
a sua simpatia e a sua gratidão, porque -te.” “Sim, tu consegues fazê-lo!”
o homem era surdo, nem podia aper- Um bom exemplo de uma pessoa
tar-lhe a mão, porque ele estava parali- encorajadora é Ruth J. Simmons, que
sado. Assim, num gesto incrivelmente marcou a história educacional quando
magnânimo, o Príncipe aproximou-se se tornou na primeira mulher Presi-
do soldado ferido, debruçou-se sobre dente da Universidade de Brown em
ele e beijou-o na testa. Providence, Rhode Island, e, simulta-
É evidente que o Príncipe de Gales neamente, na primeira Presidente ne-
era exímio na arte do encorajamento. gra de uma instituição da Ivy League, o
O mundo pode ser dividido em grupo das mais prestigiadas Universi-
doadores de vida e consumidores de vida. dades dos Estados Unidos da América.
Algumas pessoas sabem como construir Ruth Simmons, a décima segunda
a esperança, enquanto outras parecem filha de um trabalhador agrícola, expe-
mais hábeis em destruir sonhos. Há rimentou pessoalmente a pobreza e as
sempre uma abundância de pessoas de- dificuldades da vida. O seu pai era um
sencorajadoras e desanimadoras, mas há agricultor subcontratado que cultivava

16
algodão. Quando a família se mudou panhar os outros”, ela responde ime-
para Houston, ele trabalhou como em- diatamente: “Sim, consegues!”
pregado fabril e como Pastor da Igreja
Batista Missionária de Monte Hermon. ILUMINANDO O CAMINHO
A mãe de Ruth trabalhava como do- Os encorajadores fazem brilhar a luz em
méstica e passava a ferro para fora, ao lugares escuros. Os encorajadores sabem
mesmo tempo que cuidava dos filhos. que não conseguem iluminar o mun-
Ao olhar para os seus humildes come- do todo, mas trabalham para iluminar
ços, Ruth diz: “É uma grande vantagem a sua pequena parte do mundo. Estão
ter passado por um período de carência decididos a iluminar os lugares escuros
na vida. Eu tenho pena das pessoas que que encontram. Em 1921, Lewis La-
sempre tiveram uma vida fácil, porque wes tornou-se no Diretor da Prisão de
não sabem tão bem como eu que é pos- Sing Sing, que estava cheia de crimi-
sível ultrapassar as dificuldades.” nosos endurecidos e experientes. La-
Em resultado das suas próprias lu- wes trabalhou duramente para tornar a
tas, Ruth é capaz de encorajar outros, instituição num lugar mais humano. Ao
especialmente os seus jovens alunos. Ela seu lado no cumprimento dessa tarefa
diz: “Frequentemente vêm ter comigo estava a sua esposa, Catherine, que tam-
estudantes que não se sentem ajustados bém era mãe de três crianças pequenas.
numa ‘Universidade de elite’. [...] Uma Os trabalhadores experientes da prisão
coisa que eu gosto muito de poder fazer aconselharam-na a nunca colocar o pé
é falar com os estudantes que têm essa dentro dos muros da prisão. Catherine
crença errada. Porque, como é óbvio, ignorou esse conselho. Ela estava deter-
toda a gente pode fazer parte de uma tal minada a fazer o maior bem que pudes-
Universidade. Mas há um momento crí- se pelos homens encarcerados.
tico na tua vida em que precisas de que Quando o primeiro jogo de bas-
alguém te explique a razão por que fazes quetebol foi realizado na prisão, ela
parte de tal instituição.” esteve presente, trazendo os seus três
Quando os alunos lhe dizem: “Eu filhos com ela. Eles sentaram-se nas
não pertenço aqui”, ela diz-lhes rapi- bancadas com os prisioneiros. Durante
damente: “Pertences, sim!” E quando o mandato do seu marido como Dire-
os alunos dizem: “Não consigo acom- tor, a senhora Lawes procurou ativa-

ABRIL 2020 | RA 17
mente familiarizar-se com os presos. seus talentos e o seu dinheiro. Fran-
Quando descobriu que um assassino ces Sellers e a sua família encontraram
condenado era cego, ela ensinou-lhe um destes encorajadores na década de
Braille, para que ele pudesse ler. Noutra 1960. Nessa data, ela, o seu marido e
ocasião, ela visitou um prisioneiro que os seus seis filhos estavam numa das
era surdo. Ela organizou tudo para que suas raras férias, em Lynchburg, Vir-
ele pudesse aprender a língua gestual. gínia. O dinheiro era limitado. O pe-
De 1921 a 1937, a senhora Lawes ofe- queno-almoço era sempre tomado no
receu amizade e esperança aos presos. motel e o almoço era tomado com a
Mas, um dia, ela faleceu em conse- ajuda da sua pequena caixa-frigorífica
quência de um acidente de viação. numa paragem ao lado da estrada por
A notícia sobre a sua morte es- onde viajavam.
palhou-se rapidamente entre as celas. Num desses piqueniques, o seu
Grupos de prisioneiros reuniram-se marido partiu um dente ao morder
no pátio da prisão, muitos deles com uma barra de chocolate. Ficaram ex-
as lágrimas a caírem. Um dos auxi- postos nervos sensíveis, que lhe cau-
liares do Diretor Lawes sabia que os saram imediatamente uma dor aguda.
prisioneiros estavam tristes e de luto. Sem terem dinheiro para uma cara
Dado que o corpo da senhora Lawes reparação dentária, eles pensaram
estava depositado num caixão no seu que seria melhor voltar para casa. “As
lar, a cerca de um quilómetro da pri- crianças ficaram desapontadas ao se-
são, o Diretor permitiu aos prisioneiros rem informadas de que as suas férias
que caminhassem até à casa, dizendo- iriam acabar quando mal tinham co-
-lhes: “Apenas garantam que voltarão meçado”, lembra-se Frances: “Mas o
à prisão.” Os portões da prisão foram meu marido estava a sofrer considera-
abertos e uma longa fila de prisionei- velmente.” Estando relutante em pôr
ros caminhou, sem guardas, até à casa fim às suas férias, ela sugeriu que pro-
dos Lawes, onde prestaram uma última curassem um hospital com um dentis-
homenagem a Catherine Lawes. Todos ta no seu quadro de pessoal. Encon-
os prisioneiros regressaram à prisão no traram um, e explicaram o seu dilema
fim do dia. Esta foi a suprema expres- ao dentista. Frances garantiu ao den-
são do seu respeito pela mulher cuja tista que eles eram pessoas honestas e
vida tinha feito brilhar a luz nas trevas que estavam dispostas a pagar.
da Prisão de Sing Sing. O dentista conduziu-os pela ci-
dade até ao seu consultório pessoal,
PARTILHAR O QUE TÊM onde levou 45 minutos a resolver o
Os encorajadores não se detêm para problema do senhor Sellers. Quando a
perguntar: “O que posso eu poupar?” senhora Sellers perguntou quanto de-
Pelo contrário, operam com base no viam, o dentista apenas abriu os braços
princípio: “O que posso eu partilhar?” e disse: “Bem-vindos à Virgínia!”
Eles partilham rápida e naturalmen- Frances Sellers relata: “Eu não me
te o seu tempo, os seus recursos, os lembro do nome dele, mas nunca o es-

18
Há muitas formas
de praticar o
poder positivo do
encorajamento. Vontade
e sensibilidade é tudo
o que é necessário
para recarregar as
baterias emocionais de
outra pessoa e dar-lhe
esperança!

quecerei, nem esquecerei o sentimento ram cabo do que restava do seu veícu-
agradável que tenho quando ouço o lo. Benitez, que sustentava três netos
nome ‘Lynchburg, Virgínia’.” com o seu pequeno salário, ficou sem
o transporte que era vital para poder
AJUDA DE GRUPO sustentar a sua família.
Os encorajadores mobilizam os ou- Sem que Lídia soubesse, as no-
tros. Por vezes, um esforço combina- tícias sobre a sua pouca sorte circula-
do pode promover um encorajamento ram na Escola. Os alunos e o pessoal
maior do que aquele que apenas um recolheram dinheiro suficiente para
indivíduo pode fornecer. Os encora- comprar um carro usado para Lídia,
jadores sabem como e quando formar com dois anos de seguro automóvel
alianças e mobilizar equipas para da- incluídos. O professor de mecânica da
rem uma ajuda. Escola e a sua turma inspecionaram o
Lídia Benitez foi assistida por carro, para garantirem que estava em
uma destas equipas de encorajadores. boas condições. Uma semana antes
Benitez tem trabalhado na cafetaria de do Natal, a Escola em peso ofereceu
uma Escola Secundária do Estado do a Lídia as chaves do seu “novo” carro.
Illinois. Tendo um sorriso acolhedor Com lágrimas de surpresa e gratidão,
e amigável, ela tornou-se querida dos ela disse: “Tenho tanta sorte e estou
professores, dos membros do pessoal e tão feliz. Tenho tantos amigos!”
dos alunos. Mas o seu moral foi de- Há muitas outras formas de pra-
safiado quando o seu carro ficou to- ticar o poder positivo do encoraja-
talmente destruído num acidente. Ela mento. Vontade e sensibilidade é tudo
ia tentar reparar o carro com peças o que é necessário para recarregar as
usadas obtidas num ferro-velho, mas, baterias emocionais de outra pessoa e
antes de o poder fazer, vândalos de- dar-lhe esperança!

ABRIL 2020 | RA 19

Paolo Benini
Diretor do Departa-
mento dos Ministérios
Pessoais e da Escola
Sabatina da Divisão
Inter-Europeia

PEQUENOS
GRUPOS:
PORQUÊ?
PARA QUÊ?
COMO?

“Melhor é serem dois do que um, porque têm


melhor paga do seu trabalho” (Eclesiastes 4:9).

20 DAR » Testemunho da Sua Fé


PORQUÊ? -se nos Pequenos Grupos. Sugerimos,
“Melhor é serem dois do que um, por- a seguir, a leitura de algumas citações
que têm melhor paga do seu trabalho” de Adventistas e de não-Adventistas:
(Eclesiastes 4:9). Este curto texto bí- Thom S. Rainer, presentemente
blico refere uma das boas razões para um dos estudiosos da Igreja mais re-
se organizar a Igreja e a sua missão conhecido, escreveu: “Igrejas saudáveis
com base nos Pequenos Grupos: os têm a estrutura de Pequenos Grupos.
Pequenos Grupos facilitam o trabalho. Para muitas igrejas, o Pequeno Grupo
Há muitas mais razões que fazem primário é aquele que é organizado na
com que os Pequenos Grupos facilitem Escola Dominical” (“Seven Secrets of
a missão e o crescimento da Igreja, po- Healthy Churches”, Adventist Review,
dendo-se apresentar a seguinte lista: 11 de outubro de 2009).
1. A minha casa: um lugar de Christian A. Schwarz, autor mui-
hospitalidade e de comunhão fraterna. to conhecido na Europa depois de ter
2. Implementam o crescimento efetuado durante anos uma pesquisa
espiritual e humano em geral. em mais de 5000 igrejas, escreveu: “Se
3. Facilitam a liberdade de ex- me perguntassem sobre qual é o prin-
pressão. cipal fator de crescimento da Igreja, eu
4. Promovem o florescimento de responderia sem hesitar: os Pequenos
novas ideias. Grupos” (Natural Church Develop-
5. Promovem o desabrochar de ment: A Guide to Eight Essential Qua-
talentos e de dons espirituais. lities of Healthy Churches, 1996, p. 41).
6. Fornecem um momento-chave George Rice, académico Adventis-
para a confissão da fé e para o teste- ta jubilado, e Neal Wilson, Presidente
munho renovado sobre a própria fé. da Conferência Geral jubilado, no li-
7. São a “morada” ideal para aque- vro The Power of the Spirit, escrevem: “A
les que são novos na fé. Igreja necessita de estruturas de apoio
8. São um “lugar” de solidarieda- que permitam ter uma experiência de
de para se enfrentar as dificuldades e reconsagração, de reavivamento, de
os problemas. compromisso com o serviço e de teste-
9. Aumentam a eficácia do traba- munho. Manter e consolidar as estru-
lho pastoral e previnem a apostasia. turas de apoio dos Pequenos Grupos é
10. São um lugar para se ler, ouvir fundamental” (N. Wilson e G. Rice, The
e partilhar a Palavra de Deus. Power of the Spirit, 1988, pp. 120, 130).
11. A minha casa: uma casa de Na Bíblia encontramos um dos
oração. conselhos mais inspiradores alguma
Muitos estudos sobre Eclesiologia vez dados: o conselho que Jetro deu
sublinham e enfatizam estes resultados, a Moisés, o seu genro. Ele disse-lhe:
e, por causa da sua eficácia na promoção “Ouve, agora, a minha voz; eu te acon-
do crescimento da Igreja em todas as selharei, e Deus será contigo: Sê tu pelo
partes do mundo de hoje, quase todas povo diante de Deus, e leva tu as coisas
as Denominações cristãs estão a focar- a Deus; e declara-lhes os estatutos e as

ABRIL 2020 | RA 21
leis, e faz-lhes saber o caminho em que “Se me perguntassem
devem andar, e a obra que devem fazer.
E tu, dentre todo o povo, procura ho- sobre qual é o
mens capazes, tementes a Deus, homens principal fator de
de verdade, que aborreçam a avareza; e
põe-nos sobre eles por maiorais de mil, crescimento da Igreja,
maiorais de cem, maiorais de cinquenta,
e maiorais de dez; para que julguem este
eu responderia sem
povo, em todo o tempo; e seja que todo hesitar: os Pequenos
o negócio grave tragam a ti, mas todo o
negócio pequeno eles o julguem; assim Grupos.”
a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a
levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to
mandar, poderás, então, subsistir; assim, gando-se uns aos outros com amor e
também, todo este povo em paz virá ao unidade, animando-se mutuamente
seu lugar” (Êxodo 18:19-23). para avançar, adquirindo cada qual âni-
Comentando este conselho, Ellen mo e força do auxílio dos outros” (Tes-
G. White foi perentória. Ela escreveu: temunhos Seletos, vol. III, p. 57).
“Deus deu a Moisés especial orienta-
ção para a direção do seu trabalho. Le- PARA QUÊ?
vou Moisés a associar homens consigo, Fundamentalmente, um Pequeno Gru-
como conselheiros, para que as suas po produz três efeitos principais: alimen-
responsabilidades pudessem ser alivia- ta a fé pessoal e a experiência com Jesus,
das. Por meio de Jetro foi dada a men- cria companheirismo e facilita o teste-
sagem: [...]. É para nós este conselho. munho pessoal. Nos meios Adventistas,
Deve ser atendido pelos nossos ho- estas três dimensões foram designadas:
mens que têm responsabilidades” (Tes- “Alcança o Alto”, “Alcança dentro”, “Al-
temunhos para Ministros, pp. 340 e 341). cança ao teu redor”. Estes são os três
Ellen G. White escreveu especi- objetivos principais da Divisão Inter-
ficamente sobre este tema: “A forma- -Europeia para o presente Quinquénio.
ção de Pequenos Grupos como base Eis três parágrafos do Enquadramen-
do esforço cristão foi-me apresentada to Estratégico adotado pelo Conselho
por Aquele que não pode errar. Se há Executivo da Divisão Inter-Europeia na
na igreja grande número de membros, sua reunião anual realizada em 2016:
convém que se organizem em Peque- “Alcança o Alto até Deus” exprime
nos Grupos, a fim de trabalhar, não so- a importância do encontro, do conhe-
mente pelos membros da própria igre- cimento e da experiência pessoal com
ja, mas também pelos incrédulos. Se o Senhor da vida. Alcançar o Alto é
num lugar houver apenas dois ou três buscar Deus porque sabemos que, por
que conheçam a verdade, organizem-se natureza, estamos separados d’Ele; não
num grupo de obreiros. Mantenham estamos automaticamente com Ele;
indissolúvel o seu laço de união, ape- devido à nossa natureza pecaminosa,

22
“Alcançar ao redor com Deus”
capta a dimensão da missão da vida
cristã. Gostaríamos de alcançar os ou-
tros, começando por aqueles que estão
mais próximos de nós e prosseguindo
com os que estão mais distantes, par-
tilhando o amor por Deus e a fé em
Deus. Ao alcançarmos ao nosso redor,
levamos a sério o mandato missio-
nário dado à Igreja e expressamos a
nossa preocupação com a salvação dos
outros seguindo o método de Cristo.

somos afastados d’Ele. Alcançar o Alto COMO?


é querer a Sua presença; é querer perma- Voltamos a citar o livro The Power of
necer n’Ele. A Bíblia declara esta verda- the Spirit: “A Igreja necessita de es-
de. Jesus disse: “E a vida eterna é esta: truturas de apoio que permitam ter
que te conheçam, a ti só, único Deus uma experiência de reconsagração, de
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem en- reavivamento, de compromisso com o
viaste” ( João 17:3). Alcançamos o Alto serviço e de testemunho.” Devido às
até Deus através de práticas espirituais razões por que foi organizada, devido
pessoais e coletivas ensinadas na Palavra à sua missão, devido à sua organização,
de Deus, incluindo a leitura, a medita- tal como está delineada nos nossos
ção, o estudo e a partilha da Bíblia. documentos oficiais (Manual de Igreja
“Alcançar dentro com Deus” sig- e Working Policy), cremos que a Esco-
nifica cuidarmos uns dos outros en- la Sabatina é uma estrutura de apoio
quanto membros da Sua família. É a fundamental. O Manual da Igreja de-
busca pela fraternidade, pela unidade clara: “A Escola Sabatina, o principal
com os nossos irmãos e com as nossas programa de educação religiosa da
irmãs, pela aceitação, pela comunhão e Igreja, tem quatro objetivos: estudo
pelo amor fraternal. Significa oferecer das Escrituras, comunhão, trabalho
perdão, abrigo e afeto. Significa ofe- missionário na comunidade e ênfase
recer um lar aos que estão perdidos e na missão mundial” (p. 106).
sós, àqueles que se desviaram. Ao al- Como facilmente se pode ver, es-
cançarmos dentro da Igreja, estamos a tes objetivos da Escola Sabatina con-
promover intencionalmente o Discipu- cordam com os lemas “Alcançar o Alto”
lado e estamos a construir a Igreja com (o estudo da Escritura), “Alcançar den-
base no conforto, na escuta mútua, na tro” (a comunhão) e “Alcançar ao redor”
simpatia e no amor. Jesus disse: “Nisto (evangelização comunitária e ênfase na
todos conhecerão que sois meus discí- missão mundial). Se um Pequeno Gru-
pulos, se vos amardes uns aos outros” po, como vimos, é uma estrutura de
( João 13:35). apoio para a missão da Igreja, o mesmo

ABRIL 2020 | RA 23
se passa com a Escola Sabatina; mas há SETE PASSOS PARA ORGANIZAR A
mais: o Pequeno Grupo da Escola Sa- SUA IGREJA EM PEQUENOS GRUPOS
batina deve ser uma estrutura de apoio 1. Partilhe a visão sobre a priori-
para o Pequeno Grupo que se reúne em dade dos “Pequenos Grupos”.
casa durante a semana. 2. Motive a liderança da igreja.
A Escola Sabatina, como um “siste- 3. Partilhe o plano e motive toda
ma fundamental de educação religiosa”, a igreja.
tem a função de edificar e de fortalecer 4. A prioridade de treino: os líde-
a fé, criando condições que promovam o res dos Pequenos Grupos.
estudo das Escrituras; ela cimenta e for- 5. No funcionamento do plano: ani-
talece a comunhão fraternal, a unidade me os participantes com boas perguntas.
entre irmãos e irmãs, oferecendo apoio 6. Planeamento de tempo: dê indi-
pastoral aos que estão sós ou em sofri- cações claras sobre como organizar a re-
mento e criando laços de amizade. união, reservando tempo para a oração.
Finalmente, apoiando-se na dinâ- 7. Mantenha continuamente o foco
mica de grupo que ocorre cada manhã da igreja e dos líderes nos objetivos.
de Sábado, ela motiva e mobiliza o cren-
te a testemunhar. Em consonância com O QUE NOS FOI DITO:
o funcionamento dos Pequenos Grupos “A Escola Sabatina deveria ser um dos
que se reúnem nas casas, há um tempo maiores instrumentos e o mais eficaz
reservado na manhã de Sábado para se em trazer almas para Cristo” (Ellen G.
partilharem as experiências vividas no White, Testimonies on Sabbath School
Pequeno Grupo, orando-se por aqueles Work, p. 20).
que fazem parte dele e, especialmente, “Há também muito a ser feito na
por aqueles que queremos convidar a obra da Escola Sabatina, no que respei-
conhecer o Evangelho de Cristo. ta a levar o povo a sentir a sua obriga-
ção e a fazer a sua parte. Deus chama-
-os para que trabalhem para Ele, e os
Pastores devem guiar-lhes os esforços”
(Ellen G. White, Testemunhos para a
Igreja, vol. V, p. 256).

24

Dustin Serns
Pastor

Retirado da revista
Adventist World de
fevereiro de 2019.

PARTILHANDO A
PALAVRA DE DEUS NO
MUSEU BRITÂNICO
“Olá! Vou conduzir uma Foi assim que eu me coloquei nas es-
cadarias principais de um dos mais
visita guiada gratuita às prestigiados museus arqueológicos do
sete principais atrações mundo, recrutando visitantes para que
verificassem o interesse da minha visita
do Museu Britânico. guiada. “O que ganha você com isso?”,
era a pergunta colocada por todos. “Eu
Vamos dar uma vista de sou um estudante prestes a terminar o
olhos a 4000 anos em 45 meu Mestrado”, expliquei. “Acabei de
passar dois meses a efetuar pesquisa
minutos. Começaremos arqueológica na Grécia e na Turquia.
dentro de cinco minutos. Tenho de passar uma semana aqui em
Londres antes de regressar aos Estados
Não se aceitam Unidos da América para concluir os
gratificações.” meus estudos, pelo que pensei que po-

ABRIL 2020 | RA 25
Nós orávamos para “guia-assistente”, Caitlin era a fotógra-
fa, e Dan e Austin desempenhavam o
que Deus usasse as papel de participantes na visita guiada.
visitas guiadas para Nós orávamos para que Deus usasse as
visitas guiadas para abrir o coração das
abrir o coração das pessoas à Sua Palavra.

pessoas à Sua Palavra. GRUPOS CADA VEZ MAIORES


As pessoas aderiam às visitas guiadas,
deria partilhar um pouco daquilo que formando grupos que iam de oito a
descobri através do estudo.” 45 participantes. Nessa semana, nós
O que eles não sabiam era que eu orientámos mais de 400 pessoas em
estava em Londres numa viagem mis- 12 visitas guiadas ao Museu Britânico.
sionária com a minha mulher, Caitlin, A minha “Visita Guiada às Sete
com o meu irmão, Jacob Serns, com o Principais Atrações” visitava um arte-
meu pai, Dan Serns, e com o meu ami- facto de cada uma das principais civili-
go Austin McKey. Durante as manhãs, zações do mundo ocidental: (1) Egito,
a nossa pequena equipa distribuía mi- (2) Assíria, (3) Babilónia, (4) Pérsia,
lhares de folhetos sobre a Bíblia às mul- (5) Grécia, (6) Roma e (7) Europa divi-
tidões nas áreas de turismo. Durante as dida. O meu objetivo era usar a Histó-
noites, uníamos forças com uma igreja ria e a Arqueologia para, gradualmen-
local para ajudarmos a dar estudos bí- te, validar a Bíblia como a Palavra de
blicos nas suas vizinhanças. Durante as Deus. Para o Egito e a Assíria, eu es-
tardes, eu conduzia visitas evangelís- tabelecia ligações com José e Ezequias.
ticas no Museu Britânico. Jacob era o Nos artefactos de Babilónia, apresenta-

26
va a grande imagem de Daniel 2. No O objetivo do rei era conquistar Israel
restante da visita guiada, víamos essa ( Judá) e provar que era mais forte do
profecia cumprida, artefacto a artefac- que o Deus de Israel. A sua campanha
to. No final, partilhava o facto de que de conquista foi extremamente bem-su-
a profecia bíblica continuava em dire- cedida. Ele capturou cidade após cidade
ção ao futuro. Encorajava as pessoas do em Israel – 46 cidades no total. Laquis
meu grupo de visita a lerem Daniel 2 era a última paragem antes de Jerusalém,
na Bíblia para descobrirem o que vinha a capital de Israel. Os relevos de Laquis
a seguir. Também oferecíamos pacotes retratam a história da absoluta devasta-
de estudos bíblicos do Amazing Facts, ção que Senaqueribe causou aos Israeli-
para um estudo mais aprofundado. tas na batalha por Laquis. Agora nada
Tínhamos pessoas de muitos impedia o caminho para os Assírios
países, de muitas culturas e de muitas capturarem a capital e a nação de Israel.
religiões diferentes. Alguns dos par- Os 185 000 soldados de Senaque-
ticipantes nas nossas visitas guiadas ribe cercaram Jerusalém. Eles enviaram
vinham de países onde é ilegal falar uma carta malévola, que ameaçava o
abertamente sobre os temas que eu povo de Israel. “Não ouçam o vosso
apresentava na visita. Era entusias- Deus! Ele não vos pode salvar! Não
mante ver Deus abrir a mente das pes- ouçam o vosso rei! Ele também não vos
soas e desafiar a sua mundividência. pode salvar! É melhor renderem-se já!”
O rei Ezequias recebeu a carta
LIÇÕES DE EZEQUIAS com angústia de coração. Levou-a ao
Quando o meu grupo de visita chega- Templo e abriu-a perante o Deus de
va aos relevos assírios sobre Laquis, eu Israel. Orou então: “Deus, Tu esco-
contava a história do rei Senaqueribe. lheste-nos como nação para represen-

ABRIL 2020 | RA 27
tarmos o Teu caráter perante as nações “Acredita realmente que a Bíblia é a
ao nosso redor. Toma em consideração Palavra de Deus?” “Bem, isso é o que a
estas ameaças dos nossos inimigos, que própria Bíblia declara ser”, disse eu. “É
pretendem ser mais fortes do que Tu. uma pretensão única e ousada. Ou é
Agora, Senhor, salva-nos, para que to- uma mentira completa ou é a verdade.
dos os reinos da Terra possam saber que Por tudo o que eu já estudei, as evidên-
apenas Tu és Deus” (veja II Reis 19). cias parecem sugerir que é verdade.” Os
Depois, eu mostrava aos parti- artefactos perante os seus olhos leva-
cipantes na visita guiada o Prisma de vam-na a considerar seriamente – talvez
Taylor, que conta a história do ponto pela primeira vez – que poderia existir
de vista de Senaqueribe. A inscrição de um Deus que comunica com as pessoas
Senaqueribe diz que ele capturou 46 de um modo claro, seguro e acessível.
cidades em Israel e fechou o rei Eze-
quias em Jerusalém “como um pássaro ENFRENTANDO RESISTÊNCIA
numa gaiola”. Mas, por que razão ele se Deus estava a operar através destas
deteve? Por que razão se foi embora? visitas guiadas. No entanto, não de-
Na manhã seguinte à oração de morou muito tempo até que surgis-
Ezequias, todos os 185 000 soldados se alguma resistência. O pessoal do
que rodeavam a cidade de Jerusalém Museu Britânico começou a reparar
foram encontrados mortos. “Expli- em nós. O museu oferece as suas pró-
quem como é que eles morreram”, prias visitas guiadas gratuitas, que fre-
dizia eu aos visitantes, “mas posso di- quentemente não atraem mais do que
zer-vos que não morreram às mãos de meia dúzia de participantes. “Quem era
soldados israelitas”. Alguns dos visi- este tipo que estava a guiar verdadeiras
tantes ficavam chocados ao serem for- hordas de pessoas pelo museu duas vezes
çados a considerar inteligentemente a em cada tarde?” Eu estava a partilhar
existência de um Deus que intervém abertamente algumas ideias bíblicas
milagrosamente na história humana. impopulares. Assim, nós começámos a
Durante uma das visitas, uma se- receber cada vez mais atenção da parte
nhora de Inglaterra perguntou-me: do pessoal do museu e a tensão conti-

28
“Esta foi uma das Percebi, nesse momento, o que se
melhores apresentações estava a passar. Ele não tinha autori-
zação para me impedir de dizer o que
que já ouvi! Nunca eu quisesse, mas apenas podia impedir

tinha ouvido a Bíblia que as pessoas bloqueassem a via de


passagem. O meu grupo era grande
e a História serem de mais para aquela área tão pequena.
Pelo que respondi: “Não há problema;
misturadas desta de qualquer modo já estávamos pron-
forma!” tos para nos dirigirmos para o arte-
facto seguinte.” Virando-me para os
nuava a aumentar. Finalmente, a meio participantes na visita, disse: “Vamos
da semana, deu-se o confronto. ver agora a Pedra de Roseta.”
Os 40 participantes na minha visi- Dois empregados “à paisana” do
ta guiada e eu aglomerámo-nos ao re- museu juntaram-se à nossa visita, nessa
dor da estátua de Afrodite, a deusa gre- tarde. Eu notei os seus tele-comunica-
ga da sexualidade. Eu expliquei como dores sob o casaco. No fim da visita, um
o Templo de Afrodite, em Corinto, dos guardas foi o primeiro a aplaudir en-
abrigava entre 300 e 1000 prostitutas tusiasticamente. Depois ele disse: “Esta
sagradas. Partilhei a experiência de foi uma das melhores apresentações que
um recém-chegado à cidade chamado já ouvi! Nunca tinha ouvido a Bíblia e a
Paulo, que deu aos Coríntios algumas História serem misturadas desta forma!”
novas e desafiantes ideias sobre o sexo, Dois dias depois eu dei-lhe um exem-
e comecei a ler a história na Bíblia (veja plar do livro de Ellen G. White intitula-
I Coríntios 6). Pelo canto do olho po- do The Great Hope (A Grande Esperança).
dia ver que o pessoal do Museu estava Nunca mais tivemos qualquer
cada vez mais desconfortável. “Paulo problema no museu durante o resto da
acreditava que as pessoas podem mu- semana. Deus assegurou-Se de que a
dar, não pelo seu próprio poder, mas Sua mensagem seria ouvida. Deus fala a
pelo poder de Jesus Cristo, que, segun- qualquer pessoa que O queira ouvir. Ele
do ele, tinha morrido e ressuscitado, fala através da Bíblia. Ele fala por meio
sendo o Salvador da Humanidade”, da História e da Arqueologia. Ele fala
continuei eu a dizer. Estas palavras mal através das pessoas – mesmo por inter-
tinham saído da minha boca quando médio de um guia não oficial com as-
um dos empregados do museu avan- peto de adolescente num museu famo-
çou deliberadamente na minha direção. so. Deus irá assegurar-Se de que a Sua
“Pare! Pare! Não pode fazer isso aqui!”, Palavra é ouvida. Será que o Leitor está
interrompeu ele, com um ar zangado. disposto a deixá-l’O falar através de si?
Perguntei-me se este não seria o fim
das minhas visitas guiadas ao Museu Veja os vídeos da nossa
Britânico. Mas, então ele disse: “Vocês visita guiada em www.
estão a bloquear a passagem.” youtube.com/top7tours.

ABRIL 2020 | RA 29
DECLARAÇÃO
Para as pessoas cuja vida é orientada humano pode expiar o pecado. Só o
pela Bíblia, a realidade da morte é re- sofrimento de Jesus Cristo é suficiente.
conhecida como fazendo parte da atual A Escritura exorta os Cristãos a não
condição humana, afetada pelo pecado desesperarem nas aflições, incitando-os
(Génesis 2:17; Romanos 5; Hebreus a aprender a obediência (Hebreus 5:7 e
9:27). “Há tempo de nascer, e tempo 8), a paciência (Tiago 1:2-4; 5:10 e 11)
de morrer” (Eclesiastes 3:2). Embora e a resistência nas tribulações (Romanos
a vida eterna seja um dom concedido 5:3). A Bíblia também testifica do poder
a todos aqueles que aceitam a salva- vencedor de Jesus Cristo ( João 16:33) e
ção por intermédio de Jesus Cristo, os ensina que o ministério da assistência no
Cristãos fiéis esperam a Segunda Vin- sofrimento humano é um importante
da de Jesus para completar a realização dever cristão (Mateus 25:34-40). Foram
da sua imortalidade ( João 3:36; Roma- estes o exemplo e os ensinos de Jesus
nos 6:23; I Coríntios 15:51-54). (Mateus 9:35; Lucas 10:34-36), e é esta
Enquanto esperam que Jesus volte, a Sua vontade a nosso respeito (Lucas
os Cristãos podem ser chamados a cui- 10:37). Os Cristãos anteveem um novo
dar dos que estão a morrer e a encarar dia em que Deus porá definitivamente
pessoalmente a sua própria morte. A fim ao sofrimento (Apocalipse 21:4).
dor e o sofrimento afligem cada vida Os avanços conseguidos na medici-
humana. Os traumas físicos, mentais e na moderna vieram acrescentar a com-
emocionais têm caráter universal. No plexidade das decisões acerca do cuidado
entanto, o sofrimento humano não tem a ministrar aos moribundos. Em tempos
qualquer valor expiatório ou meritório. passados, pouco se poderia fazer para
A Bíblia ensina que nenhuma quan- prolongar a vida humana, mas o atual
tidade ou intensidade do sofrimento poder da medicina para protelar a morte

ASSISTÊNCIA AOS
MORIBUNDOS
30
levanta questões morais e éticas muito
difíceis. Que constrangimentos coloca a
Os Adventistas do
fé cristã sobre o uso desse poder? Quan- Sétimo Dia creem
do deverá o objetivo de protelar o mo-
mento da morte ceder o lugar ao objetivo
que permitir que um
de aliviar o sofrimento no fim da vida? doente morra por
Quem poderá apropriadamente tomar
estas decisões? Que limites deverá ou
ausência das habituais
não o amor cristão impor a ações desti- intervenções médicas,
nadas a pôr fim ao sofrimento humano?
Tornou-se habitual discutir este
que apenas prolongam
tipo de questões sob o título de eutaná- o sofrimento e adiam
sia. Existe muita confusão acerca desta
expressão. O sentido original e literal
o momento da morte, é
deste termo era “boa morte”. Agora, o moralmente diferente
termo “eutanásia” está associado com
a expressão “golpe de misericórdia”,
de ações que tenham
ou tirar intencionalmente a vida a um como principal
doente para evitar uma morte dolorosa
ou para aliviar o fardo que pesa sobre
intenção tirar
a família do doente ou sobre a própria diretamente a vida.
sociedade. Os Adventistas do Sétimo
Dia creem que permitir que um doente
morra por ausência das habituais inter- a vida eterna àqueles que creem ( João
venções médicas, que apenas prolon- 3:15; 17:3). Apoiam, assim, a utilização
gam o sofrimento e adiam o momento da medicina moderna para prolongar a
da morte, é moralmente diferente de vida humana neste mundo. No entanto,
ações que tenham como principal in- este poder deve ser usado de um modo
tenção tirar diretamente a vida. compassivo, que revele a graça de Deus,
Os Adventistas do Sétimo Dia através da minimização do sofrimento.
procuram abordar os aspetos éticos do Dado que têm a promessa divina de
fim da vida de uma maneira que de- vida eterna na Terra renovada, os Cris-
monstre a sua fé em Deus como Cria- tãos não precisam de se apegar ansio-
dor e Redentor da vida e que revele o samente aos últimos vestígios de vida
modo como a graça de Deus os tornou nesta Terra. Tão-pouco é necessário
capazes de praticar atos de amor ao pró- aceitar ou oferecer todos os possíveis
ximo. Os Adventistas do Sétimo Dia tratamentos médicos que meramente
afirmam a criação da vida humana por prolonguem o processo de morrer.
Deus, um dom maravilhoso merecedor Dado o cuidado que dedicam à
de ser protegido e sustentado (Génesis pessoa na sua integralidade, os Adven-
1 e 2). Também afirmam o maravilho- tistas do Sétimo Dia interessam-se pela
so dom divino da redenção, que provê assistência física, emocional e espiritual

ABRIL 2020 | RA 31
daqueles que enfrentam a morte. Com ser tomadas por alguém já escolhido pela
esta finalidade, propõem os seguintes dita pessoa. Se ninguém tiver sido esco-
princípios baseados na Bíblia: lhido, a determinação deverá ser toma-
1. Uma pessoa que se aproxima da por alguém próximo do moribundo.
do fim da vida, e que tenha capacidade Salvo circunstâncias extraordinárias, os
de compreender, merece saber a verda- profissionais médicos ou legais deverão
de acerca da sua condição, das escolhas submeter-se às decisões sobre interven-
do tratamento e possíveis resultados. ções médicas numa pessoa moribunda,
A verdade nunca deve ser escamotea- tomadas por aqueles que são mais pró-
da, mas sim apresentada com amor ximos da dita pessoa. Desejos ou deci-
cristão e com sensibilidade, tendo em sões da própria pessoa serão mais bem
conta as condições pessoais e culturais expressos por escrito e deverão estar de
do doente (Efésios 4:15). acordo com as disposições legais exis-
2.  Deus deu a liberdade de esco- tentes localmente, tendo em conta as di-
lha aos seres humanos, e pede-lhes que retivas relativas ao progresso médico, ou
assumam a respetiva responsabilidade. um documento semelhante.
Os Adventistas do Sétimo Dia creem 4. O amor cristão é prático e res-
que esta liberdade se estende às deci- ponsável (Romanos 13:8-10; I Corín-
sões sobre os cuidados médicos. Após tios 13; Tiago 1:27; 2:14-17). Tal amor
haver procurado a orientação divina e não nega a fé nem nos obriga a oferecer
considerado os interesses daqueles que ou aceitar intervenções médicas cujos
serão afetados pela decisão (Romanos inconvenientes suplantem os prováveis
14:7) assim como os conselhos médi- benefícios. Por exemplo, quando os cui-
cos, uma pessoa que seja capaz de tomar dados médicos meramente preservem
decisões deverá determinar se aceita ou as funções corporais sem esperança
rejeita intervenções médicas destinadas de o doente poder recuperar o estado
ao prolongamento da vida. Tais pessoas consciente, são fúteis e podem, em boa
não devem ser forçadas a submeter-se consciência, ser suspensos ou retirados.
a um tratamento médico que elas mes- De modo semelhante, os tratamentos
mas considerem inaceitável. médicos para o prolongamento da vida
3. O plano de Deus é que as pessoas poderão ser omitidos ou interrompidos,
sejam objeto de cuidado no seio de uma quando apenas aumentem o sofrimen-
família e de uma comunidade de fé. As to do doente, ou prolonguem desneces-
decisões sobre a vida humana são mais sariamente o processo de morrer. Qual-
apropriadamente tomadas num contex- quer ação empreendida deverá estar em
to de sãs relações familiares, após consi- harmonia com os princípios divinos
deração dos conselhos médicos (Génesis relativamente à santidade da vida.
2:18; Marcos 10:6-9; Êxodo 20:12; Efé- 5. Embora o amor cristão pos-
sios 5 e 6). Quando uma pessoa a morrer sa levar à suspensão ou à supressão de
seja incapaz de dar o seu consentimento intervenções médicas que apenas au-
ou de exprimir preferências acerca da in- mentem o sofrimento ou prolonguem
tervenção médica, tais decisões deverão o processo da morte, os Adventistas do

32
Dado o cuidado que
dedicam à pessoa na
sua integralidade, os
Adventistas do Sétimo
Dia interessam-se
pela assistência
física, emocional e
espiritual daqueles que
enfrentam a morte.

Sétimo Dia não praticam o “golpe de aos moribundos deve basear-se nas suas
misericórdia” nem ajudam ao suicídio necessidades espirituais e médicas e nas
(Génesis 9:5 e 6; Êxodo 20:13; 23:7). suas escolhas expressas, em vez de em
Eles opõem-se à eutanásia ativa, o ato perceções da sua categoria social (Tiago
de tirar intencionalmente a vida a uma 2:1-9). Enquanto procuram aplicar estes
pessoa que está a morrer. princípios, os Adventistas do Sétimo Dia
6. A compaixão cristã reclama o encontram esperança e coragem no fac-
alívio do sofrimento (Mateus 25:34-40; to de que Deus responde às orações dos
Lucas 10:29-37). No cuidado dos Seus filhos e pode agir miraculosamente
moribundos, é uma responsabilidade para o bem-estar deles (Salmo 103:1-5;
cristã aliviar a dor e o sofrimento, na Tiago 5:13-16). Seguindo o exemplo de
maior medida possível. Quando seja Jesus, também oram para aceitar a von-
claro que a intervenção médica não tade de Deus em todas as coisas (Mateus
curará o doente, o principal objetivo 26:39). Têm a confiança de poder recla-
do cuidado a prestar deverá passar a mar o poder de Deus para os ajudar no
ser o de aliviar o sofrimento. cuidado a ter com as necessidades físicas
7. O princípio bíblico da justiça e espirituais das pessoas que sofrem e
determina que se dê uma atenção acres- que estão a morrer. Sabem que a graça
cida às necessidades daqueles que são de Deus é suficiente para os tornar ca-
indefesos e dependentes (Sal. 82:3 e 4; pazes de resistir à adversidade (Salmo
Provérbios 24:11 e 12; Isaías 1:1-18; Mi- 50:14 e 15). Acreditam que a vida eterna
queias 6:8; Lucas 1:52-54). Devido à sua para todos os que têm fé em Jesus está
condição de vulnerabilidade, deve ter-se garantida pelo triunfo do amor de Deus.
um cuidado especial para que as pessoas
Esta declaração foi aprovada e votada pelo Conselho Execu-
que estão a morrer sejam tratadas com tivo da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia na
respeito pela sua dignidade e sem injus- sessão do Concílio Anual em Silver Spring, a 9 de outubro de
1992. Revista pelo Conselho Executivo da Conferência Geral em
ta discriminação. O cuidado dispensado 9 de maio de 2013.

ABRIL 2020 | RA 33

Maria da Luz Cordeiro
PÁGINA da Diretora da Área Depar-
Família tamental da Família da
UPASD

Momentos antes de Jesus ser preso, a de maior agonia e aflição, Jesus projeta
Sua necessidade de estar com o Pai le- a Sua mente no único conforto possível
vou-O ao Monte das Oliveiras. Entre- naquele instante – a lembrança de que
gando os Seus cuidados, as Suas preo- está nas mãos do “Abba”, do “Papá”, do
cupações e as Suas ansiedades a Deus, Seu “Pai querido”.
dirigiu-Se ao Pai numa das expressões A resolução da maior pandemia da
mais bonitas encontradas no Evangelho Humanidade – o pecado – passava pela
de Marcos: “Abba.”1 “Abba” é um termo inexplicável atitude de um “Pai querido”
aramaico para se referir carinhosamen- que entrega o Seu Filho amado,2 para que
te a figura do pai, significando: “papá” tivéssemos vida, e vida em abundância.3
ou “meu pai querido”. No momento Como “compreender... qual é a largura, e
mais difícil da Sua vida, sentindo a ba- o comprimento, e a altura, e a profundida-
talha feroz do Grande Conflito no Seu de e conhecer o amor de Cristo, que excede
corpo, na Sua alma e no Seu espírito, todo o entendimento”?4 Deus é amor! Não
Jesus procura, nas Suas próprias pala- compreendemos, aceitamos; e Ele sabe
vras, o abraço de Deus. No momento o quanto precisamos desse amor. Hoje,

NOS BRAÇOS
DO “ABBA”

34
estamos a viver um dos momentos mais com uma alegria singela, porque esse
solenes da história do nosso Planeta. A dia vai ser vivido ao lado dos seus “pais
pandemia mundial COVID-19 ameaça queridos”. Têm a certeza de que, junto de
toda a Humanidade. Não há exceções nós, tudo será bem melhor. A garantia
de status, de raça, de género, de idade, desse amor paterno e materno continua
de classe social, de classe económica, de a fazer com que a vida valha a pena. Sen-
morbilidade... De repente, consciencia- tem-se tranquilos graças à história que o
lizamo-nos de que somos todos iguais, pai lhes conta antes de adormecerem ou
de que estamos todos no mesmo barco graças ao beijo com que eu os acaricio
e de que todos nós ansiamos pelo maior quando os deito e lhes digo: “Descansem.
de todos os dons – a vida! Nestes dias de Amo-vos muito. Deus vos guarde!” Tudo
quarentena, na simplicidade da sua vida, isto me faz pensar: se, apesar das nossas
os meus filhinhos têm sido instrumen- imperfeições como pais terrenos, Deus,
tos de Deus para me recordarem algo. na Sua misericórdia, nos torna numa
Desde o carinhoso abraço matinal que referência e num conforto na vida dos
o meu primogénito, de treze anos, me nossos filhinhos, quanto mais serenos e
dá até aos inúmeros carinhos que o meu confiantes deveríamos nós estar graças à
mais pequenino, de sete anos, me ofe- garantia do amor e do cuidado do nos-
rece, percebo a serenidade no coração so “Abba”? Sentir a presença do nosso
de ambos. Apesar da ameaça que paira “Papá”, do “nosso Pai querido”, faz, com
no exterior, os meus filhinhos transmi- certeza, toda a diferença. Não estamos
tem-me paz e confiança. É verdade que sós! Não se esqueça: “No amor não exis-
poderemos justificar a sua atitude pelo te medo; antes, o perfeito amor lança fora
facto de, sendo tão jovens, não alcança- o medo.”5 O nosso amor não é perfeito,
rem o real perigo que paira sobre eles. É mas o de Deus é. Deus – Pai, Filho e
um facto. Creio, no entanto, que a razão Espírito Santo – já ativou o lenitivo para
pela qual os seus dias decorrem pacata a pandemia do pecado. Seguramente,
e serenamente é porque, acima de tudo, n’Ele está a solução, também, para esta
não estão sós. Para além do amor e da pandemia da COVID-19. É verdade
proteção de Deus que, pela Sua graça, que o Grande Conflito ainda não ter-
lhes tentamos transmitir diariamente minou, mas prossigamos com alento e
através da leitura da Bíblia e da oração, coragem, um dia de cada vez. E se hou-
a presença da mãe e do pai traz-lhes ver um dia em que o coração aperta e
conforto, confiança e segurança. Estar os pensamentos nos atemorizam, lem-
presente faz toda a diferença. Na nos- bremo-nos de que vamos ficar bem, pois
sa frágil humanidade, debaixo da mes- estamos NOS BRAÇOS DO “ABBA”!
ma ameaça e sentindo-nos impotentes
diante desta pandemia, mesmo assim 1 4
Deus torna o nosso abraço de pais num Marcos 14:36. Efésios 3:18 e 19.

porto seguro para os nossos filhos. Per- 2 5


Mateus 3:17; João 3:16. I João 4:18.
cebem minimamente o que se passa no
3
mundo, mas levantam-se cada manhã João 10:10.

ABRIL 2020 | RA 35
Paula Amorim
Diretora-Associada da Área da Família da
UPASD para os Ministérios da Criança

A PRIMEIRA
PÁSCOA
» VERSÍCULO 3D «
“Este é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou as ca-
sas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e
livrou as nossas casas.”[Êxodo 12:27.]

» HISTÓRIA 3D « gue passado nas ombreiras das portas


Depois de leres Êxodo 12, pinta os dese- de cada casa.
nhos da história, coloca cada frase junto 7. O anjo da morte passaria por
do desenho que lhe corresponde e corta alto as casas que estavam marcadas
para dobrares e encontrares a cruz. com o sangue.
8. Ninguém morreria nas casas que
1. Durante 430 anos, o povo de Is- celebrassem a Páscoa segundo as or-
rael esteve no Egito e, por último, foi dens de Deus.
prisioneiro de Faraó. 9. Na Páscoa comiam o cordeiro
2. Deus enviou Moisés, Miriam e assado, o pão sem fermento e as ervas
Aarão para libertar o povo, mas o Faraó amargas que apontam para a liberta-
não os deixava sair. ção trazida por Jesus.
3. Deus deu ordens a Moisés para 10. Todos comeram calçados e
preparar o povo para sair do Egito com vestidos, para saírem rapidamente ao
a última praga. sinal de Deus.
4. Nessa noite, o anjo da morte 11. Todos obedeceram às ordens de
passaria e todos os primogénitos mor- Deus e saíram preparados para a longa
reriam. viagem.
5. Deus disse-lhes para celebra- 12. A Páscoa será sempre o dia em
rem o culto da Páscoa. que Deus libertou o povo para o levar à
6. Um cordeiro era morto e o san- Terra Prometida.

36
dobra
» DESCOBRE MAIS «
A primeira Páscoa devia ser
sempre lembrada como um dia
de libertação. Toda a festa tinha
imagens que não deixam esque-
cer que é Jesus que nos liber-
ta e limpa do mal. Entre essas
imagens, temos o cordeiro, um
animal de um ano, sem defei-
to, que fazia parte do ritual de
dobra
sacrifício oferecido no Templo
para perdão dos pecados. Je-
sus é o verdadeiro Cordeiro que
morreu na cruz para perdoar os
nossos erros.

O Pão sem fermento ou o pão


ázimo simboliza a saída à pressa
do Egito. Por causa disso, o pão
não teve tempo de fermentar.
Durante sete dias, os Israelitas
comiam pão sem fermento, após
a Páscoa, para demonstrar a sua
entrega a Deus com um coração
sincero e verdadeiro (I Coríntios
5:7 e 8).

» DESENVOLVE SEMPRE «
Com as ervas amargas, os Is-
raelitas lembravam a amargura
passada no Egito, enquanto es-
cravos: o sabor amargo dos du-
ros trabalhos do povo oprimido.
Na cruz, Jesus também passou
pela amargura e pagou pelos
nossos erros (Isaías 53).

» DÁ-TE À OBRA «
Ensina um amigo a fazer a cruz,
ao mesmo tempo que lhe contas
a história da primeira Páscoa.

38

ESPÍRITO DE PROFECIA Ezequiel


Quintino
“Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para Diretor do Serviço
de Espírito de
guiar homens e mulheres à luz maior.” – EGW, Evangelismo, p. 257.
Profecia da UPASD

CRISTO,
O NOSSO CORDEIRO PASCAL
“Lancem fora o velho fermento, para submeter-se ao Espírito Santo deve
que sejam nova massa, como [de fac- ser implantado um princípio de vida
to] são asmos [sem fermento = sem novo; a perdida imagem de Deus deve
pecado]; pois também Cristo, nossa ser restaurada na Humanidade.
Páscoa, foi imolado” (I Cor. 5:7 – tra- Mas o Homem não se pode trans-
dução literal). formar pelo exercício da sua vontade.
Não possui uma faculdade por meio da
“Jesus contou ainda outra parábola: ‘O qual essa mudança possa ser efetuada.
reino dos céus é como o fermento que O fermento – algo totalmente exterior
uma mulher misturou em três medi- – precisa de ser introduzido na farinha,
das de farinha e assim fez levedar toda antes de se poder efetuar a alteração
a massa” (Mat. 13:33 – BpT). desejada. Do mesmo modo, a graça
de Deus precisa de ser recebida pelo
“Entre os Judeus, o fermento era, al- pecador, antes de ele ser tornado apto
gumas vezes, usado como símbolo para o Reino da glória. Toda a Cultura
do pecado. No tempo da Páscoa, o e Educação que o mundo pode ofere-
povo era instruído a remover da sua cer fracassarão em fazer de um degra-
casa todo o fermento, tal como deve- dado filho do pecado um filho do Céu.
ria banir do coração o pecado. Cristo A energia renovadora precisa de vir de
admoestou os Seus discípulos: ‘Acau- Deus. A mudança só pode ser efetuada
telai-vos... do fermento dos fariseus, pelo Espírito Santo. ...
que é a hipocrisia.’ Lucas 12:1. E o Como o fermento, misturado
apóstolo Paulo fala do ‘fermento da com a farinha, opera do interior para
maldade e da malícia’. I Cor. 5:8. Mas, o exterior, assim é pela renovação do
na parábola do Salvador, o fermento coração que a graça de Deus atua para
é usado para representar o Reino de transformar a vida. Não basta uma
Deus. Ilustra o poder vivificante e as- mera mudança exterior para nos pôr
similador da graça de Deus. em harmonia com Deus. ... O coração
Ninguém é tão vil, ninguém caiu precisa de ser convertido e santifica-
tão baixo, que esteja fora do alcance do.” – Ellen G. White, Parábolas de
desse poder. Em todos os que querem Jesus, pp. 55 e 56, ed. P. SerVir.

ABRIL 2020 | RA 39
NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

O Presidente da Igreja Adventista do sitam, de uma forma útil, apropriada e


Sétimo Dia insta à oração por causa consciente em termos de saúde.
da Covid-19 Alguns têm colocado questões re-
lativamente à Sessão da Conferência
23 MAR 2020 | TED N. C. WILSON, PRESIDENTE DA CONFERÊN-
CIA GERAL DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA
Geral 2020, a ser realizada em India-
nápolis, Indiana, de 25 de junho a 4 de
Como muitos estarão cientes, existe julho. (Nota de Redação: Em face da
uma situação grave na área da saú- Pandemia que vivemos, a Conferência
de que aflige várias partes do Globo: Geral achou por bem adiar a sua Sessão
a doença causada pelo coronavírus para maio de 2021.) Por favor, orem
da Covid-19. Isto tem causado uma pela orientação e pela direção de Deus
apreensão crescente no que diz res- em tudo quanto é feito e decidido.
peito a viagens, a negócios, a cuidados Achemos conforto e deposite-
de saúde, à marcação de reuniões e à mos toda a confiança no Senhor ao
vida em geral. Como muitos de vocês reclamarmos o texto do Salmo 37:3-5
sabem, recentemente solicitei oração nestes tempos desafiadores: “Confia
para se enfrentar esta doença peculiar no Senhor e faz o bem; habitarás na
e reitero agora um chamado especial terra, e verdadeiramente serás alimen-
à oração em relação aos desenvolvi- tado. Deleita-te também no Senhor, e
mentos globais relacionados com o te concederá os desejos do teu coração.
coronavírus da Covid-19. Continuem Entrega o teu caminho ao Senhor;
a orar pelos nossos membros de Igreja confia nele, e ele tudo fará.”
e pela população de muitos países em Enquanto Igreja Adventista do
redor do mundo, especialmente por Sétimo Dia mundial, estamos nas
aqueles que contraíram esta doença Suas mãos, sejam quais forem as di-
e por aqueles que já perderam entes ficuldades que enfrentamos na grande
queridos. Sejamos fortes testemunhas missão de proclamar Cristo, a tríplice
no Envolvimento Total dos Membros, mensagem angélica e a Sua Segun-
partilhando o amor e o cuidado de da Vinda. Obrigado por orarem pela
Cristo com aqueles que deles neces- Igreja mundial e pela sua obra.

40
NOTÍCIAS NACIONAIS
A Igreja Adventista do Sétimo
Dia tem uma prática de não inter-
venção em assuntos relacionados com
questões que possam ser interpretadas
como estando para lá da linha de se-
paração entre a Religião e a Política.
Considerou, no entanto, face à sensi-
bilidade do assunto em causa – o va-
lor da vida – e à clareza da posição da
Conferência Geral sobre a matéria, ser
sua responsabilidade participar neste
debate, no âmbito do Grupo de Tra-
balho, revelando e trazendo ao conhe-
cimento da opinião pública a sensatez
e a moderação da sua Declaração Ofi-
cial, baseada nos princípios bíblicos.
A Igreja deixa ainda claro que,
apesar de apresentar a sua posição
Igreja toma nova posição contrária à eutanásia, não apoiará nem
em favor da vida se oporá à realização de um referendo,
19 FEV 2020 | PAULO SÉRGIO MACEDO, DIRETOR DO DEPAR- pois considera que a vida é um dom de
TAMENTO DE LIBERDADE RELIGIOSA E ASSUNTOS PÚBLICOS
Deus e consequentemente não é refe-
O Grupo de Trabalho Inter-religioso rendável. Neste caso, como noutros
Religiões-Saúde reafirmou, no dia 12 assuntos de dignidade fundamental
de fevereiro, a sua posição de valori- humana, resta apelar à consciência de
zação da vida e de oposição à morte todos os seres humanos para o princí-
medicamente assistida, conhecida por pio da inviolabilidade da vida, que não
“eutanásia”, através de uma conferên- deveria ser sequer questionado.
cia de imprensa e da apresentação de A Igreja Adventista do Sétimo
um comunicado conjunto. Através Dia em Portugal foi representada nesta
desse texto, os nove elementos do conferência de imprensa pelo Presiden-
Grupo de Trabalho manifestaram, em te da UPASD, Pr. António Amorim,
nome das suas comunidades, a sua po- pelo Diretor do Serviço de Capelanias
sição de apelo a que a sociedade não da UPASD e representante da Igreja no
transponha a linha civilizacional de Grupo de Trabalho, Pr. Artur Machado,
permissão para a legalização da morte e pelo Diretor do Departamento de Li-
a pedido do doente, salientando que berdade Religiosa e Assuntos Públicos
ele é a admissão do fracasso em ofe- da UPASD, Paulo Sérgio Macedo.
recer condições de dignidade, alívio
e acompanhamento compassivo aos Para saber mais, consultar:
doentes em fim de vida. Declaração da CG IASD sobre

ABRIL 2020 | RA 41
assistência aos moribundos (https:// Mais do que começar o ano com
www.adventistas.org.pt/uploads/ uma cerimónia batismal, a nossa satis-
ckeditor/attachments/1969/Declara- fação foi poder ver a alegria e a decisão
c_a_o_Assiste_ncia_aos_Moribun- tomada pela irmã Albertina Teixeira,
dos.pdf ). uma jovem natural de Cabo Verde,
Declaração “Cuidar até ao fim que aceitou Cristo no seu coração e
com Compaixão”, de maio de 2018 que, por meio das águas batismais, de-
(https://www.adventistas.org.pt/ sejou fazer a sua declaração pública de
uploads/ckeditor/attachments/1963/ fé e seguir Jesus Cristo, tornando-se
CUIDAR_AT__AO_FIM_COM_ mais uma discípula 3D no nosso país.
COMPAIX_O.pdf ). Esta cerimónia foi dirigida pelo Pas-
Declaração da UPASD sobre as- tor Jorge Duarte, tendo as duas igrejas
sinatura da Declaração “Cuidar até ao recebido, nesse mesmo Sábado, o seu
fim com Compaixão” (https://www. novo Ministro do Culto, o Pastor An-
adventistas.org.pt/uploads/ckedi- tónio Domingues.
tor/attachments/1964/Declara__o_ Certos de que Deus continuará a
UPASD.pdf ). abençoar o trabalho e a missão nestas
Comunicado do Grupo de Traba- duas igrejas, reiteramos os votos sin-
lho “Religiões-Saúde”, de fevereiro de ceros de muitas bênçãos para o mais
2020 (https://www.adventistas.org.pt/ recente membro do Grupo de Casal
uploads/ckeditor/attachments/1965/ de Cambra, a irmã Albertina Teixeira.
Comunicado_GTIR.pdf ).

Primeiro batismo de 2020 em Portugal Retiro Espiritual na Tocha


6 JAN 2020 |DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA IASD DE
10 JAN 2020 | DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA ICAOD
CASAL DE CAMBRA

No primeiro Sábado deste novo ano, dia A ICAOD (igreja do Colégio Adven-
4 de janeiro, o Grupo de Casal de Cam- tista de Oliveira do Douro) reuniu-se
bra, agregado à igreja Adventista do num retiro espiritual, que teve lugar na
Sétimo Dia da Póvoa de Santo Adrião, Tocha, de 4 a 6 de outubro de 2019.
teve o grato privilégio de se juntar com O retiro foi aproveitado para a reali-
alegria aos anjos no Céu, realizando o zação de um seminário orientado por
primeiro batismo nacional em 2020. Ricardo Lopes, membro da IASD de

42
Cascais, que tratou o tema “O minis- alegria e de entusiasmo na igreja de
tério dos anjos”. Porto Santo. A nossa mais recente
Nas quatro palestras realizadas, irmã, Simone Sousa, decidiu descer
o orientador apresentou sólida e clara às águas batismais, testemunhan-
fundamentação, bíblica e do Espírito de do publicamente da sua decisão de
Profecia, capaz de dar resposta às ques- fazer de Cristo o seu Senhor e Sal-
tões: O que sei sobre os anjos? Como vador pessoal. Foram vários anos de
é que Deus e os anjos procedem? Que frequência assídua à igreja, de estudo
relação há entre mim e os anjos? Como da Bíblia (não sem algumas dificul-
é que eu e os anjos estamos implicados dades), que culminaram neste Sábado
no cumprimento da missão? com a grande festa de entrega a Cris-
Foram vividos momentos provei- to. Professora de língua portuguesa, a
tosos e abençoados de aprendizagem, irmã Simone revela um grande gosto
de reflexão e de oração, que deram a pela leitura da Bíblia e pela transmis-
todos novo ânimo espiritual. Foram são dos seus conhecimentos e da sua
experimentados instantes de descon- vivência àqueles que a rodeiam.
tração e de convívio, que reforçaram a O envolvimento dos irmãos na
amizade e fortaleceram os afetos. preparação desta cerimónia não nos
A igreja do CAOD sentiu-se pri- deixou indiferentes. Desde a repa-
vilegiada e agradece, mais uma vez, a ração do batistério, da pintura, da
disponibilidade e os ensinos do irmão limpeza e da decoração da igreja em
Ricardo Lopes que, graciosamente, se tempo record até à organização do
uniu a este retiro para partilhar os re- almoço-convívio, todos eles demons-
sultados do seu estudo e da sua pesqui- traram o seu carinho e a sua aceitação
sa sobre o tema. A ICAOD agradece da irmã Simone na família espiritual
também à família do nosso irmão, que de Porto Santo.
deixou de participar num aconteci- A cerimónia foi conduzida pelo
mento relevante da sua igreja para o Pr. Eurico Correia, terminando com
acompanhar e desenvolver com ele este um apelo, ao qual mais duas pessoas
importante ministério. Os participan- responderam favoravelmente, deci-
tes no retiro expressam, acima de tudo, dindo receber a instrução bíblica e
a sua enorme gratidão a Deus, que lhes dar futuramente o passo do batismo.
facultou uma tão valiosa oportunidade
de aprendizagem e de reflexão.

Batismo em Porto Santo


18 MAR 2020 | EURICO CORREIA,
PASTOR DA IASD DE PORTO SANTO

O Sábado 22 de fevereiro de 2020


foi marcado por uma atmosfera de

ABRIL 2020 | RA 43
PLANO DE AÇÃO
EXCECIONAL DA UPASD
MARÇO E ABRIL 2020
INICIATIVAS LANÇADAS 27 Lançamento do site
NO MÊS DE MARÇO “Revista Adventista”
www.revistaadventista.pt
14-21 Semana de Oração Especial –
Emissões Novo Tempo Portugal. 28 Site e Campanha Digital “Sinais dos
Tempos”: www.sinaisdostempos.pt
21 Distribuição digital do livro “O Cami-
nho para a Esperança”
Faça o download
gratuito do livro
“O Caminho para
a Esperança”

adventistas.pt/
caminhoesperanca

INICIATIVAS LANÇADAS
27 Lançamento da “Linha Esperança” NO MÊS DE ABRIL
1 Emissão Novo Tempo Portugal: Lança-
mento do Concurso de Histórias Bíblicas.
Inscrição no
Concurso Nacional
de Histórias
Bíblicas:
https://forms.gle/
ZRTXTW2EEkr5cm8W9

44
Novo Tempo @Novo Tempo novotempo.pt
Portugal Portugal

4 Lançamento do site so- PROGRAMAÇÃO SEMANAL


bre o Culto Familiar: DOMINGO
www.familiacomDEUS.pt 20H30
“Vamos Falar de Saúde”
21H00
5-12 Campanha de Evangelismo – Se- Escola Bíblica
mana da Páscoa (Emissão Novo Tempo
Portugal) QUARTA-FEIRA
20H30
Reunião de Oração
SEXTA-FEIRA
20H30
"Famílias Felizes"
21H
"Tempo de Louvar"
SÁBADO
10H
Escola Sabatina
11H15
Culto Divino

RECURSOS
12 Distribuição digital do Livro Missio-
nário 2020 “A Maior Esperança”

www.adventistas.org.pt

– Plano de Contingência da UPASD


– Recursos de Tesouraria "Mordomos,
Sempre!"
– Lição semanal da Escola Sabatina di-
gital do Rol do Berço aos Adolescentes

ABRIL 2020 | RA 45
COMPLEMENTO

DEPARTAMENTO
DE JOVENS
DOMINGO MAIS...
17H
Conecta-te: Reflexões Espirituais JA – Quarentena JA com Propósito: Desafios
semanais JA através das Redes Sociais
TERÇA-FEIRA
10H – Encontro JA on-line: Fim de semana da
FIT8: Desporto Páscoa (10 a 12 de abril)

QUARTA-FEIRA – Desbravadores on-line: Reuniões do


18H Clube local| por vias digitais
FIT8: Dicas de Culinária
– Projetos JA on-line: Escola Sabatina JA
QUINTA-FEIRA local; Reunião de Jovens local; Pequenos
10H Grupos local; Missão JA local | por vias
FIT8: Desporto digitais
18H
Conecta-te: Reflexões Espirituais JA – Voluntariado JA em parceria com a
ADRA
SEXTA-FEIRA
15H Info: www.juventudeadventista.pt
FIT8: Dicas de Culinária
21H30
JA Talks

SÁBADO
16H
Concertos JA

Juventude @Juventude @Juventude


Adventista Adventista Adventista.pt

46
#realyou

(perto de Veneza), Itália


Lignano Sabbiadoro
seguidor de JESUS hoje

ra-p a de D e
a oCbristorim
Jesus, u
q u e D e u s pl a par a
todas a as ob o emos
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Congresso Internacional AMiCUS

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E l e cr i o u -
24 - 27 setembro 2020

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Inscrições 7 jan – 31 jul

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