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REVISTA

ADVENTISTA

A Profecia
dos 1260 anos
11 18 22
A VERDADE E A CURAR O PLANETA DEIXAR ABERTA A PORTA
SANTIFICAÇÃO Como? DAS TRASEIRAS PUBLICADORA SERVIR
JUNHO 2020
O caminho para a santidade. Acabar com a apostasia. N. 877 | ANO 81 | €1,90
junho julho
D S T Q Q S S D S T Q Q S S
31 1 2 3 4 5 6 28 29 30 1 2 3 4
REVISTA PUBLICADORA SERVIR
JUNHO 2020 7 [8] 9 10 11 12 13 5 6 7 8 9 10 11
ADVENTISTA N. 877 | ANO 81
14 15 16 17 18 19 20 12 [13] 14 15 16 17 18
21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 [23] 24 25
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"Eis que cedo venho." A nossa missão é realçar Jesus DIAS ESPECIAIS E OFERTAS DIAS ESPECIAIS E OFERTAS
Cristo usando artigos e ilustrações para demonstrar
o Seu amor sem igual, dar as boas-novas do Seu tra- 6 DIA INTERNACIONAL DOS
balho presente, ajudar outros a conhecê-l'O melhor MINISTÉRIOS DA MULHER
e manter a esperança da Sua breve vinda. COMUNIDADE DE ORAÇÃO
7 SAL 6-10 ASSOCIAÇÃO CENTRAL
DIRETOR António Amorim
13 ASSEMBLEIAS ESPIRITUAIS RENANA (SGU)
DIRETORA DE REDAÇÃO Lara Figueiredo
20 DIA DOS REFUGIADOS 13-17 UNIÃO DO NORTE
COORDENADOR EDITORIAL Paulo Lima
21 SAL DA ALEMANHA (NGU)
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20-24 CENTRO MULTIMÉDIA STIMME
COLABORADORES DE REDAÇÃO Manuel Ferro COMUNIDADE DE ORAÇÃO DER HOFFNUNG (EUD)
DESIGN GRÁFICO Rita Mendes Sadio
1-5 SEMINÁRIO TEOLÓGICO DE 27-31 CASA PUBLICADORA
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Igreja Adventista
do Sétimo Dia®
A Revista Adventista, Órgão da Igreja Adventista do [FH] RTP2 ENTRE AS 15:00 E AS 15:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 22:47
Sétimo Dia em Portugal, é publicada mensalmente
pela União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia [C] RTP2 ENTRE AS 10:00 E AS 10:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 06:00
desde 1940 e editada pela Publicadora SerVir, S. A.. ESTES HORÁRIOS DE EMISSÃO PODEM SER ALTERADOS PELA RTP2 SEM AVISO PRÉVIO.
Índice
04
EDI TORI AL
DESCOBRIR
Reabertura das igrejas

33 05
A profecia dos 1260 anos
ES PA ÇO JU VENIL
Uma nova perspetiva sobre
O Profeta Daniel
uma antiga profecia.
Conhece um dos grandes profetas da Bíblia.

36 11
A verdade e a santificação
T EST EMUNHO
Que papel tem a verdade bíblica
Quando passares pelas águas... na nossa santificação?
Uma aventura que poderia
ter acabado mal.

38 DESENVOLVER

ES PÍ RI TO DE PR OFECIA
Ellen G. White durante uma epidemia
18
Curar o Planeta
O exemplo de Ellen G. White pode
ajudar-nos em tempos de Covid-19. O vegetarianismo e a ecologia.

40
PÁ G I N A DA FAMÍLIA
DAR
Sogra... um bem necessário
Aprenda a amar a sua sogra.

42 22
Deixar aberta a porta das traseiras
Notícias Internacionais. O Discipulado como solução
para a apostasia.

43 29
PLA NO
Fé que move montanhas
Plano de Reabertura Gradual das
Uma mulher reformada faz o improvável
Igrejas depois da Fase 3 (texto parcial) para plantar uma igreja.
A preparação para o regresso às igrejas.

JUNHO 2020 | RA 3
EDITORIAL
na análise da conjuntura presente. A forma de
Pr. António Amorim
trazer tranquilidade não está em alimentar po-
Presidente da UPASD
lémicas, mas num procedimento comum que
inspire uma segurança de unidade por parte
Reabertura dos dirigentes e dos restantes membros das
das igrejas igrejas. Criar e manter esta frente comum para
abordar a necessidade do momento é responsa-
Depois de 11 semanas com as portas encerra- bilidade de cada Discípulo de Cristo. O “Plano
das, a Igreja Adventista em Portugal começou de Reabertura Gradual das Igrejas” foi votado
a receber público a partir do dia 30 de maio. pelo Conselho Diretor da UPASD, para ser
Agora, é com alegria que a Igreja volta a abrir aplicado em todas as igrejas do seu território.
as suas portas. A reabertura da totalidade das O Conselho Diretor da UPASD tem alguma
igrejas será gradual e progressiva. Este é o início latitude para, caso as condições o permitam,
de um processo, que queremos que nos conduza alterar, acrescentar ou retirar algum elemento
ao reencontro da normalidade do nosso funcio- do Plano nessa caminhada em direção à nor-
namento. No amor inato que a Igreja tem pelo malidade do funcionamento das nossas igrejas.
próximo, ela continuará a sacrificar-se na sua es- A Igreja também é um parceiro das
pontaneidade e atitude de proximidade frater- Autoridades do País na luta contra o con-
na, sujeitando-se às normas de contenção social. trolo desta pandemia. Esta parceria está for-
O regresso às igrejas, mesmo com condiciona- malmente comprovada pelos contactos que a
mentos, é motivo de alegria, pois a Família de UPASD tem tido com as Autoridades. A Igre-
Deus pode voltar a reunir-se, presencialmente, ja tem esse dever de solidariedade e de apoio
na Sua Casa (Salmo 122). Sim, sentimo-nos a nesta luta de Saúde Pública. Ao mesmo tempo
viver a alegria no retorno à igreja, expressada por que as Autoridades de Saúde e Governativas
David no Salmo 126:3: “Grandes coisas fez o reconhecem a necessidade e a validade da ação
SENHOR por nós, e, por isso, estamos alegres.” das Confissões Religiosas na Sociedade, pe-
A responsabilidade da Igreja perante a si- dem-nos uma colaboração responsável.
tuação pandémica implica o peso de ter de res- O contexto mundial, tanto a nível da
ponder perante a Sociedade, por pessoas e Co- própria Igreja Adventista, como a nível da
munidades de Igreja. A Igreja como um todo Sociedade em geral, mostra-nos que algo de
tem o dever de proteger os crentes, e proteger excecional está a acontecer. Precisamos de nos
o seu nome. Estamos a viver um momento es- perguntar em oração: “O que quer Jesus de
pecial da história da nossa Igreja em Portugal, e mim, neste momento?”, “Qual é o meu dever?”.
no resto do mundo. Esta situação de crise pan- Caminhar juntos num momento crítico como
démica é, em si mesma, controversa e cheia de este implica procurarmos aquela união que es-
contradições. Precisamos de encontrar um ca- tava no centro da oração pastoral do Mestre:
minho de coerência interna, nos nossos proce- “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és
dimentos eclesiásticos e administrativos, e ex- em mim, e eu, em ti; que também eles sejam
terna, na nossa atitude perante a Sociedade e as um em nós, para que o mundo creia que tu me
Autoridades. Há muita apreensão e ansiedade, enviaste” ( João 17:21). Caminhemos juntos e
tanto por parte dos membros de Igreja, como unidos. Falta pouco para lá chegarmos! Graças
da Sociedade em geral, e não existe consenso a Deus, porque o Senhor está connosco!

4
A PROFECIA
DOS 1260 ANOS
UMA SOLUÇÃO LEGAL
Creio que esta abordagem jurídica oferece uma
base mais segura para a interpretação da profecia
dos 1260 anos e, talvez, para outros períodos de
tempo profético.


Nicholas P. Miller
Professor de História da Igreja

Retirado da revista Adventist


World de janeiro de 2019.

DESCOBRIR » Deus e a Sua Palavra JUNHO 2020 | RA 5


O período profético de “um tempo, dois O problema era que essa “derrota”
tempos e metade de um tempo” (Dan. aparentava ser um pouco anticlimáti-
7:25) tem sido compreendido histori- ca, pois envolvia, por ação de Belisá-
camente pelos Adventistas como um rio, o rompimento do cerco ostrogodo
período de 1260 anos que ocorreu du- a Roma. Ora, este acontecimento foi
rante a Idade Média. Antes da Revo- apenas uma etapa de um conflito em
lução Francesa, os pensadores cristãos curso que continuou, pelo menos, du-
expressaram uma série de pontos de vis- rante duas décadas. Na década de 540,
ta diferentes quanto ao início e ao fim os Ostrogodos reconquistaram Roma
deste período. Mas, com a ascensão de e foi necessário expulsá-los outra vez.
Napoleão e com o exílio e o cativeiro do Os Ostrogodos só foram completa-
Papa às mãos do General francês Ber- mente vencidos em 553 d.C.. Então, o
thier, houve um momento raro de quase que tornaria a batalha de 538 profeti-
unanimidade profética entre os exposi- camente mais importante e decisiva do
tores Protestantes, que declararam que que as vitórias similares na década de
o período de 1260 anos terminara em 540 e do que a batalha final de 553?2
1798 d.C.. Depois disso, era apenas uma A falta de uma resposta clara fez
questão de recuar na linha do tempo com que alguns comentadores argu-
para descobrir o ponto inicial do referi- mentassem que o ano 538 não tinha
do período, que seria 538 a.C..1 um significado inerente e que tinha
No entanto, com a diminuição do sido escolhido simplesmente devido à
choque e da clareza dos acontecimen- sua relação conveniente com o fim de-
tos da década de 1790, alguns estu- cisivo identificado em 1798. Isto levou
diosos deixaram de conseguir ver um alguns estudiosos, incluindo alguns teó-
acontecimento decisivo em 538 d.C. logos Adventistas, a deixarem de ver a
que correspondesse à clareza do exílio profecia dos 1260 anos como tendo
e da morte do Papa na prisão. Alguns uma aplicação histórica literal, passando
concluíram que o início do período eles a compreender os 1260 anos como
que estamos a considerar foi marcado um número simbólico. Esta abordagem
quando o terceiro chifre de Daniel 7 também ganhou terreno na compreen-
foi arrancado, facto ocorrido quando são de alguns outros períodos proféti-
Belisário, General de Justiniano, ven- cos, como os encontrados na quinta e na
ceu os Ostrogodos em 538 d.C.. sexta trombetas de Apocalipse 9.

“No século VI, o Papado estabeleceu-se solidamente. Fixou-


se a sede do seu poder na cidade imperial e foi declarado que o
Bispo de Roma era a cabeça de todas as Igrejas. O paganismo
cedeu lugar ao Papado. O dragão dera à besta ‘o seu poder, o
seu trono e a sua grande autoridade’.”
6
General Louis-Alexandre Berthier; Revolução Francesa; Papa Pio VI

Neste artigo, eu argumento que, estabeleceu-se solidamente. Fixou-se


em vez de considerarmos os aconteci- a sede do seu poder na cidade impe-
mentos militares, devemos considerar rial e foi declarado que o Bispo de
a criação ou a dissolução de estrutu- Roma era a cabeça de todas as Igrejas.
ras legais. Creio que esta abordagem O paganismo cedeu lugar ao Papado.
jurídica oferece uma base mais segura O dragão dera à besta ‘o seu poder, o
para a interpretação da profecia dos seu trono e a sua grande autoridade’
1260 anos e, talvez, para outros perío- (Apocalipse 13:2, BBN). E começa-
dos de tempo profético. ram então os 1260 anos da opressão
papal preditos nas profecias de Daniel
A ABORDAGEM e Apocalipse (Daniel 7:25; Apocalip-
TRADICIONAL ADVENTISTA se 13:5-7).”3 Aqui, Ellen G. White
Os Pioneiros Adventistas adotaram a concentra-se no momento da obten-
interpretação desta profecia dos 1260 ção do poder com autoridade legal por
anos como parte da herança historicis- parte do Papado.
ta. A maioria dos expositores proféticos No entanto, alguns estudiosos Ad-
relacionou o tempo do início dos 1260 ventistas têm começado a pensar nos
anos com vitórias militares de Roma, 1260 anos em termos de períodos de
até que os três chifres de Daniel 7:8, tempo gerais ou, até, simbólicos, não
20, 24 foram finalmente arrancados estando excessivamente preocupados
pela ponta pequena. Isto é argumenta- com o início específico do tempo do
do em várias obras, como, por exemplo, fim. Esta mudança pende para uma po-
no livro Daniel and the Revelation (Da- sição simbolista ou idealista em relação
niel e o Apocalipse), de Uriah Smith, e no aos períodos de tempo do Apocalipse,
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo começando a desconectar o Apocalipse
Dia sobre o livro de Daniel. da História. Esse método é muito dife-
Os escritos de Ellen G. White rente da abordagem sobre as profecias
são uma importante exceção. No livro de Daniel e de Apocalipse defendida
O Grande Conflito, ela escreveu sim- pelos nossos Pioneiros ou apresentada
plesmente: “No século VI, o Papado no livro O Grande Conflito.

JUNHO 2020 | RA 7
UM ENQUADRAMENTO LEGAL
PARA OS 1260 ANOS
Um estudo cuidadoso do texto de Da-
niel 7:24-26 e de algumas passagens
proféticas com ele relacionadas revela
que os acontecimentos decisivos dos
momentos finais dos 1260 anos devem
ser compreendidos primordialmente
como eventos legais, e não militares.
Uma vez que esse quadro legal seja
compreendido e seja reconhecido o seu
devido peso, torna-se mais claro como
o acontecimento de 538 está relaciona-
do com o acontecimento de 1798. Em
síntese, podemos dizer que o Código de
Justiniano, concluído em 534, “promul-
gou como lei o Cristianismo ortodoxo”,
colocando formalmente o Papa como
cabeça da Cristandade; “ordenou que
todos os grupos cristãos se submetessem caiu outra vez, sob o poder dos Ostro-
à [sua] autoridade” e deu-lhe o poder ci- godos, estes não controlaram o Papado,
vil de condenar à morte os hereges.4 que, nessa época, já estava a atuar fora de
No entanto, esse Código não foi le- Roma. Na sua tese de Doutoramento,
galmente promulgado, nem sancionado, o teólogo Jean Zukowski afirmou que
até ao fim do cerco de Roma, em 538. “depois de 538, o Papado nunca mais
Belisário, o General de Justiniano, tinha foi submetido ao controlo dos reis ostro-
entrado na cidade sem oposição no fim godos”.7 Estabelecido como cabeça da
do ano 536, mas pouco depois – em 537 Cristandade pelo Código de Justiniano,
– os Ostrogodos voltaram e sitiaram o sistema papal passou a ter o controlo
Roma. Aproximadamente um ano de- sobre a vida e a morte dos hereges. Esse
pois, o cerco foi rompido e Belisário as- decreto permaneceu em vigor no Oci-
sumiu o controlo de Roma e dos seus ar- dente por mais de mil anos, recebendo
redores.5 Só então o Código que atribuía um grande impulso nas revoluções legais
poderes ao Papado pôde ser realmente dos séculos XI e XII, e formando a base
posto em vigor por Belisário além das legal de muitos Estados modernos.8 A
fronteiras de Roma. A Guerra Gótica sua influência estendeu-se até às revolu-
continuou até 553, quando, finalmente, ções dos séculos XVIII e XIX, quando o
os Ostrogodos foram expulsos de Itália.6 Código de Justiniano e o seu caráter re-
Porém, essas batalhas e esses cer- ligioso foram explicitamente rejeitados.
cos posteriores não anularam o sistema Estas revoluções seculares começa-
do poder papal que tinha entrado em ram com a Revolução Francesa, que le-
vigor em 538. Mesmo quando Roma vou à captura e ao exílio do Papa Pio VI

8
surgimento da ponta pequena, o texto
bíblico não enfatiza a questão militar
como fator decisivo no tempo da pro-
fecia dos 1260 anos. Pelo contrário, o
versículo-chave é Daniel 7:25, onde se
Os acontecimentos diz que os santos “lhe serão entregues
decisivos dos nas mãos, por um tempo, dois tempos
e metade de um tempo”. O momento-
momentos finais dos -chave relacionado com o período de
1260 anos devem tempo não é uma ação realizada pela
ponta pequena para conquistar algo ou
ser compreendidos para se afirmar; o foco está no tempo
primordialmente em que foi “entregue” certa autoridade
como eventos legais, e certo domínio à ponta pequena. Esta
profecia seria melhor cumprida por um
e não militares. ato legal de um terceiro que outorgasse
autoridade ao Papado, o que foi exata-
mente o que fez o Código de Justiniano.
Assim, a Igreja de Roma recebeu
pelo General Berthier, em 1798. Mas, autoridade graças a uma combinação
mais uma vez, a substituição do Có- de eventos legais, eclesiásticos e mi-
digo de Justiniano, de cunho religioso, litares. Os Godos permaneciam em
pelo Código Napoleónico, de cunho Roma e na Itália antes da chegada de
secular, também foi mais importante Belisário, em 536. O Papa Silvério ti-
do que o acontecimento político-mi- nha sido escolhido pelo rei godo Teo-
litar da captura e do exílio do Papa. O dato. Por sua vez, Justiniano escolheu
Código secular foi implementado pelo a dedo o diácono romano Vigílio para
famoso projeto de lei número 8, de 15 ser o Papa. Em 537, Belisário enviou
de fevereiro de 1798, no qual o General o Papa Silvério para o exílio, e para a
Berthier declarou Roma como sendo morte, e colocou Vigílio no seu lugar.
uma República independente, pelo que, O Papa Vigílio foi o primeiro Papa
“consequentemente, foi suprimida qual- inquestionavelmente leal a Justiniano
quer outra autoridade temporal, emana- e ao seu novo Código, que se tornou
da do antigo governo do Papa, e este não efetivo pela primeira vez em 538.10
mais exercerá qualquer função”.9 Há um paralelo claro e simétrico
Creio que este foco nos factos le- no início e no fim do período dos 1260
gais, e não nos acontecimentos milita- anos, se considerarmos que ele come-
res, é justificado – e até exigido – pelas ça com o exílio do Papa e com a sua
passagens bíblicas ao redor do período substituição por outro Papa, escolhido
dos 1260 anos. Embora o facto de os a dedo pelo Imperador do Oriente, sob
três chifres terem sido arrancados seja os auspícios de um novo Código legal
realmente importante e esteja ligado ao (o Código de Justiniano), e termina com

JUNHO 2020 | RA 9
o exílio do Papa e com a substituição A perspetiva
do Código de matriz religiosa por um
Código secular (o Código Napoleónico,
legal oferece uma
um sistema secular que rejeita a ideia de interpretação
um lugar especial para a Igreja).
da profecia
CONCLUSÃO: UM FOCO LEGAL que é mais
A história das relações entre Igreja
e Estado é extremamente útil para a
unificada e mais
compreensão da profecia. A remoção historicamente
dos três chifres representa um processo
histórico que decorre durante o período
fundada no
que vai da década de 470 até à década de mundo real.
550 d.C.. Mas as instituições legais po-
dem oferecer um limite de tempo mais
1
preciso para se lidar com os desenvolvi- Ernest R. Sandeen, The Roots of
Fundamentalism (Grand Rapids:
mentos históricos. Por esta razão, creio Baker, 1978).
que a Bíblia, quando lida com períodos 2
Veja Will Durant, The Age of Faith
históricos na profecia, com frequência (New York: Simon and Schuster,
1950), pp. 108-110.
foca-se nos decretos legais. Visto pelo 3
prisma legal, o acontecimento de 538 Ellen G. White, O Grande Conflito (Sa-
bugo: Publicadora SerVir, 2009), p. 47.
destaca-se como um verdadeiro supor- 4
Durant, p. 112.
te para o início do período que culmina 5
com o evento de 1798. Idem, p. 109.
6
Considerar um enquadramento Idem, p. 111.
legal para a interpretação profética não 7
Jean Carlos Zukowski, “The Role and
é sugerir que a visão tradicional dos Status of the Catholic Church in the
Church-State Relationship Within the
acontecimentos militares e das batalhas Roman Empire from A.D. 306 to 814”
seja irrelevante, mas a relevância des- (Tese de Doutoramento, Andrews
University, 2009), p. 160.
ses acontecimentos é principalmente a 8
Idem, p. 114.
de ajudar a implementar e a derrubar 9
os regimes governamentais e legais. A Constitution of the Roman Republic,
traduzida pela Edição Italiana
perspetiva legal oferece uma interpre- Autêntica (1798), é uma “Declaração
dos Direitos e Deveres do Homem
tação da profecia que é mais unificada e e dos Cidadãos”, com uma série de
Artigos de (1) Direitos e (2) Deveres,
mais historicamente fundada no mun- seguido pelo texto da Constituição
do real. Não seria este um foco mais Romana. (Título orginal: Consti-
tuzione della Repubblica Italiana,
apropriado para um Livro e para um adottata per acclamazione nei
comizi nazionali in Lione, Anno I, 26
Deus menos preocupados com a força Gennaio 1802.)
10
e com a coerção, e mais preocupados O primeiro ano do governo de Vigílio
com a exposição de formas de governo sob o Código de Justiniano teria sido
538. De facto, a sua soberania, em
baseadas nos princípios contrastantes termos práticos, não teve efeitos
senão após o rompimento do cerco
do amor e do poder? em 538. Zukowki, p. 160.

10

António Domingues
Pastor

A VERDADE E A
SANTIFICAÇÃO

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.


Fotografia: Unsplash priscilla du preez

Assim como tu me enviaste ao mundo, também


eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me
santifico a mim mesmo, para que eles também sejam
santificados na verdade” ( João 17:17-19, ARA).

DESCOBRIR » Deus e a Sua Palavra JUNHO 2020 | RA 11


INTRODUÇÃO tigo Testamentos. Ambos são indissociá-
O tema da santificação foi, é e con- veis, na medida em que se complemen-
tinuará a ser, um dos temas de maior tam um ao outro. Ambos revelam Jesus
interesse para muitos Cristãos. Enten- e as Suas ações no Céu e na história
dê-lo nem sempre tem sido fácil. No deste mundo criado por Ele.1 Também
âmbito da doutrina da salvação, a san- revelam a Sua vontade para os seres hu-
tificação poderia ser considerada como manos. Mais, enquanto, no Antigo Tes-
o aspeto prático da vida cristã; para uns, tamento, existem textos proféticos que se
como uma possibilidade muito custosa, referem a Jesus como o Messias vindou-
para outros, nada custosa. ro, no Novo Testamento revela-se como
Neste artigo, vamos interessar-nos Ele viveu e mostra-se que Ele era o Mes-
pela doutrina bíblica da santificação, tal sias prometido no Antigo Testamento.2
como ela surge expressa nas palavras de Neste texto da oração de Jesus re-
Jesus e dos apóstolos. Veremos também gistada em João, entre as duas utilizações
como a santificação resulta da ação do do termo “santificação”, encontramos
Espírito Santo e da nossa tomada de referida a missão de Jesus e a missão
posição quanto à aceitação da vontade que Ele legou aos Seus discípulos. Isto
de Deus para o ser humano. mostra-nos que, no processo de santifi-
cação, existe lugar para o cumprimento
NAS PALAVRAS DE JESUS da missão também por nós, como Seus
Há um momento da vida terrestre de discípulos modernos, que ouvimos a
Jesus que é muito interessante, porque se Sua Palavra. A missão parece ser uma
trata de uma oração Sua registada num boa ajuda para o desenvolvimento do
só Evangelho – o Evangelho de João. progressivo processo da santificação,
Nesta oração, em determinado momen- porque nos ajuda a estudarmos mais a
to, Jesus diz o seguinte: “Santifica-os Palavra de Deus e a orarmos mais, de
na verdade; a tua palavra é a verdade. modo a permanecermos em contacto
Assim como tu me enviaste ao mundo, com o Jesus que nos santifica.3
também eu os enviei ao mundo. E a fa- A santificação proveniente de Jesus
vor deles eu me santifico a mim mesmo, pode ser vista como resultando do facto
para que eles também sejam santificados de que só Deus é santo. No texto bíblico
na verdade” ( João 17:17-19, ARA). de Josué 24:19 está escrito: “Então Jo-
Nesta oração, Jesus faz um pedido sué disse ao povo: Não podereis servir ao
ao Pai para que santifique os discípulos. Senhor, porquanto é Deus santo, é Deus
Também identifica a santificação com zeloso, que não perdoará a vossa trans-
o conhecimento da verdade, tal como gressão, nem os vossos pecados.”4 Logo,
ela é revelada na Bíblia, pois esta é a perante um Deus santo, é necessário
Sua Palavra. Atendendo a que o co- que aqueles que O adoram sejam por
nhecimento da verdade é progressivo, Ele santificados. Assim, o Deus que Se
também a santificação será progressiva. santifica a Si mesmo requer também a
Esta Palavra de que fala Jesus é, santificação dos Seus discípulos. Deve-
hoje, a Bíblia, tanto o Novo como o An- mos referir ainda que é o próprio Deus,

12
Fotografia: Unsplash warren wong

O Deus que Se santifica a


Si mesmo requer também a
santificação dos Seus discípulos.

em Jesus, que disse: “Eu sou o caminho, 5:23). A Bíblia ensina claramente o que
e a verdade e a vida; ninguém vem ao é a santificação, e como deve ser alcan-
Pai, senão por mim” ( João 14:6). çada. O Salvador orou pelos discípulos:
Podemos concluir até aqui que a ‘Santifica-os na verdade: A tua palavra
santificação é um dom de Deus, que é é a verdade’ ( João 17:17).”6
Sua vontade que todos os Seus discípu- Não poderíamos nós, hoje, en-
los passem por ela, mas com Ele na sua quanto Seus discípulos, honrá-l’O e
direção, sabendo que Ele é, então, “o ca- santificá-l’O, desejando ter a vida que
minho, a verdade e a vida” para eles. Po- Deus pretende para nós?
deremos ainda dizer que a santificação, Pesquisemos mais sobre o as-
nas palavras de Jesus, é o processo de sunto da santificação nas palavras do
aceitação incondicional, por parte dos apóstolo Paulo.
Seus discípulos, da Sua Palavra como
“Guia” para a vida.5 Por fim, encontra- NAS PALAVRAS DO APÓSTOLO PAULO
mos outro aspeto importante para o de- Nas Epístolas de Paulo, podemos ve-
senvolvimento da santificação: o cum- rificar, mais uma vez, de acordo com o
primento da missão que Jesus deixou ensino de Jesus, que Deus deseja a san-
aos Seus discípulos de todos os tempos, tificação dos Seus discípulos. Paulo de-
incluindo os Seus discípulos de hoje. clara, na Epístola aos Tessalonicenses,
Ellen G. White resume em poucas o seguinte: “Porque esta é a vontade de
palavras tudo o que acabámos de dizer, Deus, a vossa santificação” (I Tes. 4:3).
ainda que, nos seus escritos, este assun- No tempo do apostolado de Paulo,
to preencha muitas páginas. Ela escre- Jesus já Se encontrava no Céu. Contu-
ve: “A verdadeira santificação é doutri- do, Ele revelou aos doze apóstolos que
na bíblica. O apóstolo Paulo, na Carta ficaria no Seu lugar a Terceira Pessoa
à igreja de Tessalónica, declara: ‘Esta é da Divindade, o Espírito Santo.7
a vontade de Deus, a vossa santificação’ Paulo, o apóstolo, reconhecia na
(I Tes. 4:3). E roga: ‘E o mesmo Deus sua missão a importância da ação do
de paz vos santifique em tudo’ (I Tes. Espírito Santo sobre os crentes por

JUNHO 2020 | RA 13
quem trabalhava, o que condiz com A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
a oração de Jesus que vimos anterior- No Seu trabalho, o Espírito Santo tem
mente. Em Romanos 15:16, Paulo es- uma ação primordial no processo de
creve: “Que [eu] seja ministro de Jesus santificação. Foi o que Jesus nos revelou,
Cristo para os gentios, ministrando quando disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele
o evangelho de Deus, para que seja vos dará outro Consolador, para que fi-
agradável a oferta dos gentios, santi- que convosco para sempre; o Espírito de
ficada pelo Espírito Santo.” verdade, que o mundo não pode receber,
Sobre este raciocínio Ellen G. porque não o vê nem o conhece; mas
White comenta o seguinte: “E Paulo vós o conheceis, porque habita convos-
ensina que os crentes devem ser santi- co, e estará em vós. […] Disse-lhe Judas
ficados pelo Espírito Santo (Romanos (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem
15:16). Qual é a obra do Espírito Santo? que te hás de manifestar a nós, e não ao
Disse Jesus aos discípulos: ‘Quando vier mundo? Jesus respondeu, e disse-lhe: Se
aquele Espírito de verdade, ele vos guia- alguém me ama, guardará a minha pa-
rá em toda a verdade’ ( João 16:13). E o lavra, e meu Pai o amará, e viremos para
Salmista declara: ‘A tua lei é a verdade’.”8 ele, e faremos nele morada. […] Mas
Nestes textos bíblicos, podemos aquele Consolador, o Espírito Santo, que
ver que é na missão, no estudo da Pa- o Pai enviará em meu nome, esse vos en-
lavra e na obra do Espírito Santo que sinará todas as coisas, e vos fará lembrar
encontramos os segredos para o pro- de tudo quanto vos tenho dito. […] Mas
cesso da santificação que Deus deseja é para que o mundo saiba que eu amo o
ver realizado. É afirmado, sem dúvida, Pai, e que faço como o Pai me mandou”
que o processo ou a obra da santifica- ( João 14:16 e 17, 22 e 23, 26, 31).
ção são um trabalho para o Espírito Ellen G. White ajuda-nos a com-
Santo realizar com as pessoas que se preendermos esta obra do Espírito
tornam discípulas de Jesus. Santo. Ela escreve: “Pela Palavra e pelo

É na missão, no estudo
da Palavra e na obra
do Espírito Santo que
encontramos os segredos
para o processo da
Fotografia: Unsplash awmleer

santificação que Deus


deseja ver realizado.

14
Espírito de Deus, os grandes princípios “As Escrituras revelam
de justiça incorporados na Sua Lei são claramente que a obra da
revelados aos homens. E uma vez que a
santificação é progressiva.
Lei de Deus é santa, justa e boa, e cópia
da perfeição divina, segue-se que o cará- Esta obra só pode ser
ter formado pela obediência àquela Lei efetuada pela fé em Cristo,
será santo. Cristo é um exemplo perfeito pelo poder do Espírito de
de semelhante caráter. Diz Ele: ‘Eu te-
Deus a habitar em nós.”
nho guardado os mandamentos do meu
Pai’ ( João 15:10). ‘Eu faço sempre o que – Ellen G. White.
lhe agrada’ ( João 8:29). Os seguidores de
Cristo devem tornar-se semelhantes a tante contra ele. Aqui é que o auxílio de
Ele. Pela graça de Deus devem formar Cristo é necessário. A fraqueza huma-
um caráter em harmonia com os princí- na une-se à força divina, e a fé exclama:
pios da Sua santa Lei. Isto é santificação ‘Graças a Deus, que nos deu a vitória
bíblica.”9 E o apóstolo Paulo chega mes- por meio de nosso Senhor Jesus Cristo’
mo a dizer: “Já estou crucificado com (I Coríntios 15:57, BBN).”11
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo O apóstolo Paulo escreve: “E certo
vive em mim; e a vida que agora vivo na estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a
carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o vosso respeito, de que estais possuídos de
qual me amou, e se entregou a si mesmo bondade, cheios de todo o conhecimen-
por mim” (Gálatas 2:20). to, aptos para vos admoestardes uns aos
Assim, chegamos à parte final desta outros” (Romanos 15:14-16, ARA). Tia-
pesquisa, em que discutimos a ação dos go declara: “Meus irmãos, que aproveita
discípulos de Cristo dos nossos dias. se alguém disser que tem fé, e não tiver
as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
A AÇÃO DOS DISCÍPULOS DE JESUS E, se o irmão ou a irmã estiverem nus,
A ação dos discípulos de Jesus é abor- e tiverem falta de mantimento quotidia-
dada na Epístola de Paulo aos Filipen- no, e algum de vós lhes disser: ‘Ide em
ses,10 onde ele escreve sobre os aspetos paz, aquentai-vos, e fartai-vos’; e não lhes
práticos da vida do Cristão. Ao comen- derdes as coisas necessárias para o corpo,
tar este tema, Ellen G. White também que proveito virá daí?” (Tiago 2:14-16.)
escreve: “Esta obra só pode ser efetuada O discípulo de Cristo é estimulado
pela fé em Cristo, pelo poder do Espí- pelo Espírito Santo a crescer na santifi-
rito de Deus a habitar em nós. Paulo cação, a progredir positivamente na san-
admoesta os crentes: ‘Trabalhem pela tificação. Sendo esta um processo contí-
vossa salvação com humildade e temor, nuo de progressão, até que o caráter do
pois Deus está sempre a ajudar, fazen- crente chegue a ser uma cópia do caráter
do com que desejem e realizem o que de Jesus, os passos nela exigidos terão
é da sua vontade’ (Filipenses 2:12 e 13, de ter o compromisso de Deus. Cito
BBN). O Cristão sentirá as insinuações de uma forma particular as palavras do
do pecado, mas manterá uma luta cons- profeta Jeremias: “Porque eu bem sei os

JUNHO 2020 | RA 15
pensamentos que tenho a vosso respeito, Escrituras. Estudará a Bíblia sozinho.
diz o Senhor; pensamentos de paz, e não Se possível, com a ajuda do Consola-
de mal, para vos dar o fim que esperais. dor, também estudará a Bíblia com os
Então me invocareis, e ireis, e orareis a seus familiares e colegas. Isto fará com
mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, que desenvolva o seu conhecimento de
e me achareis, quando me buscardes Deus. Poderá usar estudos já feitos ou
com todo o vosso coração” ( Jeremias preparar os seus próprios estudos. Tam-
29:11-13). Outro texto relevante, que bém orará mais, para agradecer a aten-
os discípulos de Jesus sabem de memó- ção e o cuidado de Deus manifestados
ria, está no Evangelho de João: “Porque através da presença e do ensino que o
Deus amou o mundo de tal maneira que Consolador lhe ministra. Pedirá ajuda
deu o seu Filho unigénito, para que todo para o estudo pessoal da Palavra ou para
aquele que nele crê não pereça, mas te- o estudo da Palavra com a família, com
nha a vida eterna” ( João 3:16). os amigos e com os colegas. Há de con-
Sendo assim, poderíamos dizer siderar que o seu trabalho é um dom de
que o verdadeiro Cristão, discípulo de Deus para se tornar num Missionário
Jesus, aceitou Cristo como seu Senhor Voluntário. Assim como na Lei de Deus
e Deus, passou pelo arrependimento há momentos no tempo para descansar,
e pelo batismo, e passou, assim, a per- também o discípulo descansará, terá fé-
tencer ao Seu povo. De seguida, deverá rias com a família, terá um momento à
continuar ligado a Jesus ao longo da sua parte com Jesus, gerirá a sua agenda de
vida. Isto acontece porque o Consola- acordo com a orientação de Deus.
dor está ao seu lado para o ensinar e O discípulo de Jesus desenvol-
ajudar. Prosseguindo o seu caminho, o verá a sua fé. Esta, juntamente com
discípulo de Jesus continua a aprender a graça, é um dom de Deus. “Porque
pelo estudo da Sua Palavra, descobrin- pela graça sois salvos, por meio da fé;
do mais acerca de Deus, da Sua dou- e isto não vem de vós, é dom de Deus”
trina, do estilo de vida proposto pelas (Efésios 2:8). A graça, a fé e outros
Fotografia: Unsplash alexander milo

“Faço uma coisa: esqueço-me do que ficou para trás


e esforço-me por atingir o que está diante de mim.
Deste modo, caminho em direção à meta para obter
o prémio que Deus nos prometeu dar no céu, por
meio de Cristo Jesus” (Filipenses 3:13 e 14, BBN).
16
dons e talentos são dádivas de Deus siva. Quando, na conversão, o pecador
para a salvação das pessoas. encontra a paz com Deus através do
Por fim, há de notar-se que a vida sangue expiatório, apenas iniciou a
do discípulo se prenderá mais ao seu Se- vida cristã. Deve agora aperfeiçoar-
nhor por laços que Ele nunca quebrará. -se, crescer até à ‘medida da estatura
Ele manterá o Seu discípulo seguro para completa de Cristo’. Diz o apóstolo
a Sua Segunda Vinda. Jesus há de voltar Paulo: ‘Faço uma coisa: esqueço-me
e pretende ter discípulos prontos para do que ficou para trás e esforço-me
O receber. Ele levá-los-á para morarem por atingir o que está diante de mim.
com Ele eternamente, para descansarem Deste modo, caminho em direção à
das suas fadigas, para a comunhão com meta para obter o prémio que Deus
o Senhor, para aprenderem com Deus, nos prometeu dar no céu, por meio
para viverem com o Criador, mesmo de- de Cristo Jesus’ (Filipenses 3:13 e 14,
pois de colocados nesta Terra renovada BBN). E Pedro apresenta-nos os pas-
por Ele. Que bom seria que os discípu- sos necessários para que a santificação
los de Jesus quisessem fazer destes pas- bíblica seja atingida: ‘Por isso, esfor-
sos o hábito da sua vida! cem-se por juntar à vossa fé, o bom
procedimento; ao bom procedimento,
CONCLUSÃO o conhecimento; ao conhecimento, o
Como conclusão deste artigo, gostaria, domínio de si próprio; a esse domí-
primeiro, de convidar o Leitor a ler todo nio, a paciência; à paciência, o apego
o capítulo 27 do livro de Ellen G. Whi- a Deus; ao apego a Deus, a dedicação
te intitulado O Grande Conflito. Depois, fraterna, e à dedicação, o amor. [...] Se
convido o Leitor a ler o texto seguinte fizerem assim, não voltarão a cair no
como um resumo desta reflexão. mal’ (II Pedro 1:5-10, BBN).”12
“As Escrituras revelam claramen- Assim somos santificados pela
te que a obra da santificação é progres- Palavra e pelo Espírito Santo.

1 e do povo de Deus como seu povo. No 6


Ver II Samuel 22:31; Deuteronómio livro de Rute (1:16), a protagonista Ellen G. White, O Grande Conflito,
5:5; I Pedro 1:25. expressa, muito sinteticamente, cap. 27, p. 389, ed. P. SerVir.
este processo de aceitação: “Disse,
2 porém, Rute: Não me instes para que 7
Ver, por exemplo, Isaías 61:1-3 te abandone, e deixe de seguir-te; Ler João 14:16-26.
(comparar com Lucas 4:18); Isaías porque aonde quer que tu fores irei 8
53:1-3 (comparar com João 12:38; eu, e onde quer que pousares, ali Ellen G. White, O Grande Conflito,
Mateus 8:17). pousarei eu; o teu povo é o meu povo, cap. 27, p. 389, ed. P. SerVir.
3 o teu Deus é o meu Deus.” Este último
9
O apóstolo Paulo refere esta vontade passo – “o teu povo é o meu povo,
Ibidem.
que Deus tem: “Porque esta é a von- o teu Deus é o meu Deus” – é, sem
tade de Deus, a vossa santificação” dúvida, muito importante, porque 10
(I Tessalonicenses 4:3). requer que o crente aceite Jesus Também Tiago o faz, numa Epístola
como seu Senhor e Deus e passe pelo cheia de exemplos da vida prática.
4 batismo para entrar no povo de Deus.
Ver ainda Salmo 99:9. 11
Acreditamos que este povo, nestes Ellen G. White, O Grande Conflito,
5 últimos dias, é integrado, numa cap. 27, pp. 389 e 390, ed. P. SerVir.
É assim diferente da “redenção”, boa parte, pelos crentes reunidos
que tem a ver mais com o processo na Igreja Adventista do Sétimo Dia, 12
legal de arrependimento e conversão, composta por aqueles que, entre os Ellen G. White, O Grande Conflito,
enquanto aceitação, por parte do Cristãos, guardam os mandamentos cap. 27, p. 390, ed. P. SerVir.
redimido, de Jesus como seu Senhor de Deus e têm a fé de Jesus.

JUNHO 2020 | RA 17
Percy Bysshe Shelley, o poeta britâ-
nico do século XIX, escreveu: “Não
há doença, física ou mental, que não

tenha sido infalivelmente mitigada
Victor Parachin
com a adoção de uma alimentação ve-
Escritor free-lancer
getariana e do consumo de água pura,
Retirado da revista Signs of desde que esta experiência tenha sido
the Times americana. corretamente tentada.”
Hoje, um crescente número de
cientistas e de investigadores sociais
estão a apelar às pessoas para que
“Não há doença, física ou considerem adotar uma alimentação
vegetariana por razões ecológicas. Em
mental, que não tenha seguida, apresento os destaques de es-
sido infalivelmente tudos recentes que esboçam as razões
por que a alimentação vegetariana é
mitigada com a adoção boa para o ambiente e diminui a pres-
de uma alimentação são sobre o nosso Planeta.

vegetariana e do O VEGETARIANISMO PODE


consumo de água DIMINUIR A FOME NO MUNDO
Todos os anos, 36 milhões de pes-
pura, desde que esta soas, a maior parte mulheres e crian-
experiência tenha sido ças, morrem por causa da fome e dos
seus efeitos, especialmente em países
corretamente tentada.” subdesenvolvidos. Embora haja muitas

CURAR O PLANETA
18 DESENVOLVER » Aptidões e Relacionamentos
razões inter-relacionadas para isto, de água. No entanto, meio quilo de soja
como a guerra, a fome e os problemas requer apenas 1000 litros, enquanto meio
na distribuição de alimentos, o remédio quilo de trigo requer somente 100 litros.
para esta tragédia é muito simples. A produção de carne é um emprego mui-
Somente nos Estados Unidos da to ineficiente dos recursos hídricos, que
América, se os cidadãos reduzissem a são consumidos durante meses e anos a
quantidade de consumo de carne em fio até que produzam um produto ali-
apenas 10 por cento, libertar-se-ia ter- mentar que possa ser consumido.
ra suficiente para produzir 12 milhões A água usada para produzir ape-
de toneladas de cereal. Isso é suficiente nas um hambúrguer permitiria a um
para salvar a vida de milhões de crian- indivíduo tomar um prolongado duche
ças e de adultos que morrem de fome todos os dias durante duas semanas e
no nosso Planeta, todos os anos. meia. A criação de animais consome
Esta questão está centrada na pro- uma quantidade de água equivalente a
dutividade da terra. Meio hectare de todos os outros usos de água combina-
terra pode produzir 20 000 quilos de dos nos Estados Unidos da América.
batatas ou 125 quilos de carne. A cente-
na de quilos de carne alimentaria umas O VEGETARIANISMO REDUZ A
poucas pessoas, enquanto os milhares DESFLORESTAÇÃO DA FLORESTA TROPICAL
de quilos de batatas alimentariam mui- Para satisfazer a procura anual dos con-
tas. Considere este facto: 80 por cento sumidores de carne nos Estados Uni-
do milho e 95 por cento da aveia produ- dos da América, a nação importa cem
zidos nos Estados Unidos da América milhões de quilos de carne da América
são comidos pelos animais criados para Latina. Para se prover a alimentação
abate. O mesmo cereal poderia ser usa- necessária para estes animais, é neces-
do para alimentar os famintos ao redor sário abater extensas áreas de floresta
do mundo, em vez de ser dado como arbórea e de floresta tropical. Um estu-
alimento para animais criados tendo em do de 2002, realizado pelo Smithsonian
vista a produção de carne. Institute, estima que a necessidade para
mais terra de pasto significa que, a cada
O VEGETARIANISMO PRESERVA minuto de cada dia, é destruída uma
O FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL área de terra equivalente a sete campos
A criação de animais exige grandes quan- de futebol na Bacia do Amazonas.
tidades de água quando comparada com Para cada hambúrger que tem a
a produção agrícola. Metade de toda a sua origem na carne de animais cria-
água usada para os diversos fins nos Es- dos em terra de floresta tropical, fo-
tados Unidos da América é empregue na ram destruídos aproximadamente cin-
criação de animais. Toda a água necessá- co metros quadrados de floresta. Para
ria para produzir uma vaca é suficiente além da destruição da floresta tropical,
para fazer flutuar uma fragata da Mari- 1000 espécies de seres vivos são eli-
nha de Guerra. Os estudos mostram que minadas ou estão ameaçadas devido à
meio quilo de carne requer 10 000 litros destruição do seu habitat.

JUNHO 2020 | RA 19
Se mais pessoas
adotassem uma
alimentação vegetariana,
não só melhorariam a sua
saúde, mas o Planeta, e
tudo o que nele há, seria
favorecido e curado.

De facto, estes países estão a ser carcaças são levadas em camiões frigorí-
exauridos dos seus recursos para pôr ficos para uma fábrica de processamen-
comida na mesa do Americano médio, to. Finalmente, a carne é transportada
enquanto, dependendo do país, entre para as superfícies comerciais.
20 a 50 por cento de todas as crianças Da próxima vez que estiver a
da América Central com menos de conduzir numa autoestrada, observe
cinco anos estão malnutridas. A adicio- a quantidade de camiões que estão a
nar a isto há ainda o facto de que não transportar alimento animal ou os pró-
são apenas as florestas tropicais que são prios animais. Adotar uma alimentação
afetadas. Nos Estados Unidos da Amé- vegetariana reduz mais as emissões po-
rica, mais de 130 milhões de hectares luentes dos veículos do que conduzir
de floresta têm sido devastados tendo um carro elétrico. Com a energia pro-
em vista a produção agropecuária. veniente de combustíveis fósseis ne-
cessária para produzir um único ham-
O VEGETARIANISMO DIMINUI A búrguer, o Leitor poderia conduzir um
DEPENDÊNCIA DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS carro pequeno durante 32 quilómetros.
Hoje, o processamento, empacotamento
e transporte dos alimentos consomem O VEGETARIANISMO DIMINUI
10 calorias da energia de combustíveis A POLUIÇÃO DA ÁGUA
fósseis para que se produza uma caloria A produção agropecuária é uma das
de alimentos para os seres humanos. mais prejudiciais causas da crescente es-
A agropecuária requer quantidades cassez dos recursos hídricos da Terra. A
massivas de combustíveis fósseis, porque agropecuária leva diretamente à polui-
cada animal que acaba por ser abatido ção da água por causa dos excrementos
deve primeiro ser alimentado com ce- animais, das hormonas e dos antibióti-
reais, soja e outros produtos vegetais. A cos dados aos animais, dos químicos das
produção destes alimentos requer um fábricas de curtumes, dos fertilizantes
certo consumo de energia. Por sua vez, e dos pesticidas usados no cultivo dos
estes alimentos para os animais devem produtos que servem de ração.
ser colhidos e transportados para os es- Segundo a Agência de Proteção
tábulos. Dos estábulos, os animais são Ambiental dos EUA (APA), a agricul-
transportados para os matadouros; as tura americana é a principal causa de

20
poluição da água, ultrapassando todas ideal de Deus, representado no livro de
as outras indústrias. Um terço desta Génesis pelo Jardim do Éden, não ha-
poluição é devida à produção pecuária. via sofrimento, exploração ou violência.
E o problema está amplamente disse- Os seres humanos e os animais eram
minado, não se limitando a alguns rios vegetarianos, como lemos no primeiro
isolados. A APA declara que entre 35 capítulo de Génesis. [...] Imediatamen-
e 45 por cento dos lagos da América te depois de criar este mundo belo, não
do Norte estão poluídos e as emissões violento e sem exploração, Deus des-
agrícolas são consideradas as maiores creve-o como sendo ‘muito bom’. Esta
contribuidoras para essa poluição. é a única vez na narrativa que Deus diz
Estas questões exigem uma con- que a Criação é ‘muito boa’, em vez de
sideração e uma resposta da parte dos apenas ‘boa’ – e isto acontece imediata-
Cristãos. Ao contrário de religiões como mente depois de Deus dar a Sua ordem
o Hinduísmo e o Budismo, que têm cla- sobre a alimentação vegetariana.”
ras prescrições contra o consumo de car- O Dr. Andrew Linzey, Diretor do
ne, a Bíblia é ambígua quando se trata Centro para o Estudo da Teologia na
de estabelecer o vegetarianismo. Universidade de Essex, no Reino Unido,
entre 1987 e 1992, e autor da obra Cris-
VEGETARIANISMO E CRISTIANISMO tianismo e Direitos dos Animais, escreve:
É certo que pessoas citadas na Bíblia “Portanto, o argumento cristão em favor
comeram carne. No entanto, o primei- do vegetarianismo é simples: dado que
ro livro da Bíblia sugere a adoção de os animais pertencem a Deus, têm valor
uma alimentação vegetariana. Génesis para Deus e vivem para Deus, segue-se
1:29-31 diz: “E disse Deus: Eis que vos que a sua destruição desnecessária é um
tenho dado toda a erva que dá semente, pecado. Em resumo: os animais têm al-
que está sobre a face de toda a terra; e gum direito à sua vida.”
toda a árvore, em que há fruto de árvore Se mais pessoas adotassem uma
que dá semente, ser-vos-á para manti- alimentação vegetariana, não só me-
mento. E a todo o animal da terra, e a lhorariam a sua saúde, mas o Planeta,
toda a ave dos céus, e a todo o réptil da e tudo o que nele há, seria favorecido
terra, em que há alma vivente, toda a e curado.
erva verde será para mantimento. E as- Na sua época, o Presidente Her-
sim foi. E viu Deus tudo quanto tinha bert Hoover prometeu a todos os
feito, e eis que era muito bom: e foi a Americanos “uma galinha em cada
tarde e a manhã o dia sexto.” panela e um carro em cada garagem”.
Quando Deus nos criou, os se- Mas, com as questões ambientais e
res humanos deviam comer plantas e ecológicas que estão a afetar o Plane-
frutos, enquanto os animais deveriam ta, as pessoas começam a ponderar o
alimentar-se de erva verde. tipo de veículos que conduzem. Para
John Dear, um sacerdote e escritor além disso, talvez mais pessoas deves-
Católico, comenta esta passagem com as sem estar preocupadas com a galinha
seguintes palavras: “No mundo inicial e na panela e com o frango no forno.

JUNHO 2020 | RA 21

Jim Howard
Diretor-Associado dos Ministérios Pes-
soais da Conferência Geral

Retirado da revista missionária


GROW.

Ficamos contentes por


ter os nossos membros
sentados num banco
de igreja, a acumular
pó como os velhos
dossiês de registos
financeiros? O nosso
objetivo supremo é
apenas garantir que os
membros da Igreja não
deixam a Igreja?

DEIXAR ABERTA
A PORTA DAS
TRASEIRAS
22 DAR » Testemunho da Sua Fé
Estava a caminho de uma conferên- Ao preparar-me para falar acerca
cia sobre “Retenção dos Membros da do tópico da “retenção”, perguntei-me:
Igreja”, onde iria falar, quando comecei “O que fez a Igreja para me reter?” Não
a meditar naquela palavra – “retenção”. pude encontrar grande coisa. E, no
Até há poucos anos, penso que a úni- entanto, nunca considerei seriamen-
ca vez que usei essa palavra foi quando te deixar a Igreja. Ao longo dos anos,
trabalhava como contabilista. “Reten- especialmente ao procurar partilhar a
ção de registos” significava o período minha fé com outros, tive de me deba-
de tempo em que devíamos guardar ter para saber o que é verdade e para
os dossiês de registos financeiros – três responder a muitas objeções contra
anos, sete anos, 15 anos, etc.. Quando a Ellen G. White e contra as crenças da
“data de destruição” de um dossiê tinha nossa Igreja. Em cada caso, o peso das
passado, nós triturávamos os documen- provas tornou-me ainda mais confian-
tos do dossiê e, assim, criávamos espaço te na fé Adventista. Os meus próprios
para mais dossiês. estudos e trabalhos convenceram-me
Ao pensar sobre a retenção de re- de que esta é a Igreja Remanescente,
gistos, não podia deixar de me interro- que o Senhor suscitou, e de que a sua
gar sobre se a “retenção” era a fasquia mensagem é poderosamente verdadei-
certa a estabelecer para os membros ra. Assim, porque haveria eu de sair?
da Igreja. Ficamos contentes por ter Focarmo-nos apenas na retenção,
os nossos membros sentados num ou em fechar a porta das traseiras, não
banco de igreja, a acumular pó como responde ao problema real. Não quere-
os velhos dossiês de registos financei- mos que os membros fiquem na Igreja
ros? O nosso objetivo supremo é ape- apenas por causa da atenção que lhes
nas garantir que os membros da Igreja damos ou por causa do ambiente que
não deixam a Igreja? criamos para eles – por mais importan-
tes que estas coisas possam ser – porque
DEIXAR ABERTA tais coisas podem ser apenas temporá-
A PORTA DAS TRASEIRAS rias. Queremos que eles fiquem por cau-
É frequente vermos pessoas serem ba- sa do seu amor por Cristo, e por causa do
tizadas na Igreja e, após alguns anos, seu compromisso com a missão e com a
ou, mesmo, após alguns meses, verifi- mensagem bíblica da Igreja Adventista
carmos que elas desapareceram. Nos do Sétimo Dia. Eis algo que os mante-
últimos 50 anos, uma média de quatro rá na Igreja, mesmo quando a porta das
entre cada 10 novos membros deixa- traseiras estiver totalmente aberta!
ram a Igreja. Pelo que, há já alguns
anos, tem havido uma firme ênfase DE CONSUMIDORES A PRODUTORES
sobre a importância de fecharmos a Então, como podemos ajudar os novos
proverbial porta das traseiras da Igreja. membros a obterem a convicção pro-
Mas, interrogo-me, deveria ser funda que os manterá na Igreja? Para
esse o nosso objetivo? Trancar a porta, começar, temos de mudar o nosso foco
para que ninguém possa sair? da “retenção” para o “Discipulado”. Je-

JUNHO 2020 | RA 23
“Todo o verdadei
sus disse: “Qualquer que procurar sal-
var a sua vida, perdê-la-á, e qualquer
que a perder, salvá-la-á” (Lucas 17:33).
ed. P. SerVir); “Todo o verdadeiro discí-
pulo é nascido no Reino de Deus como
um missionário. Aquele que bebe da

discípulo é nascid
Do mesmo modo, a única maneira de água viva torna-se numa fonte de vida.
garantirmos que alguém se mantém O recetor torna-se num dador” (Serviço
apegado à verdade está em treinar essa Cristão, cap. 1, p. 17, ed. P. SerVir).
pessoa para oferecer a verdade: “Quan- A chave para um Discipulado
to mais alguém tentar explicar a Palavra bem-sucedido consiste em o recetor se
de Deus a outros, com amor pelas pes- tornar num dador e o consumidor se

no Reino de Deus
soas, tanto mais clara ela se tornará para tornar num produtor: “Não são poucos,
essa pessoa” (Ellen G. White, Parábo- mas milhares, os seres humanos que
las de Jesus, cap. 25, p. 240, ed. P. Ser- vivem apenas para consumir os favores
Vir). Ellen G. White encoraja os novos que Deus, na Sua misericórdia, der-
membros a começarem imediatamente rama sobre eles. [...] Esquecem-se de
a partilhar a sua fé: “Quando as almas que, por negociarem sabiamente com

como um mission
se convertem, ponham-nas a trabalhar os talentos que lhes foram emprestados,
imediatamente. E, ao trabalharem, tor- devem ser tanto produtores como con-
nar-se-ão mais fortes” (Evangelismo, sumidores” (Ellen G. White, Atos dos
secção X, p. 355). “Que todos sejam Apóstolos, cap. 33, p. 249, ed. P. SerVir).
ensinados a trabalhar. Especialmente
os recém-chegados à fé devem ser edu- FAZER DISCÍPULOS

Aquele que bebe d


cados para se tornarem colaboradores Há demasiado tempo que o objetivo
de Deus” (Serviço Cristão, cap. 7, p. 85, supremo de muitas igrejas é a reali-
zação de batismos. Logo que alguém
é batizado, a atenção é desviada para
“Todo o verdadeiro outro lado. Embora nunca devamos
diminuir a importância do batismo,

água viva torna-


discípulo é nascido devemos lembrar-nos de que este não
no Reino de Deus é o nosso objetivo supremo. A Gran-
de Comissão não ordena que se façam
como um missionário. membros, mas discípulos (veja Mateus
Aquele que bebe da 28:19)! Depois de alguém ser batiza-

numa fonte de vi
do, ainda há muito trabalho a fazer
água viva torna-se para desenvolver estes novos conver-
sos, de modo que se tornem discípulos
numa fonte de vida. Adventistas do Sétimo Dia ativos.
O recetor torna-se Um discípulo é um seguidor de
Jesus, e Jesus disse o seguinte sobre
num dador.”

O recetor torna-s
aquele que O segue: “Então, disse Jesus
– Ellen G. White, aos seus discípulos: Se alguém quiser
vir após mim, renuncie-se a si mesmo,
Serviço Cristão. tome sobre si a sua cruz, e siga-me”

24
iro O nosso trabalho não
está completo até que
o consumidor se torne
(Mateus 16:24). “E Jesus lhes disse:
Vinde após mim, e eu farei que sejais
pescadores de homens” (Marcos 1:17).

do
Com estes dois pequenos versícu-
los, aprendemos que os discípulos de
num produtor; até que Cristo serão abnegados (“renuncie-se
aquele que é apanhado a si mesmo”) trabalhadores para Deus
(“pescadores de homens”). Agora, note
na rede do Evangelho o que Ellen G. White tinha a dizer

s
se torne num pescador acerca dos trabalhadores abnegados:
“É evidente que todos os sermões que
de homens. têm sido pregados não desenvolveram
uma grande classe de obreiros abnega-
dos. Este assunto deve ser ponderado,
pois envolve os mais sérios resultados.

nário.
O nosso futuro para a eternidade está
em jogo. As igrejas estão a definhar,
porque não usaram os seus talentos
para difundir luz” (Serviço Cristão,
cap. 5, p. 72, ed. P. SerVir).
Cumprir a Grande Comissão é

da
mais do que fazer membros através do
batismo – é fazer obreiros. Os mem-
bros podem encher os bancos da igreja,
mas os trabalhadores partilham uma
influência positiva, abençoam outros,
ganham almas e acabam sempre por

-se
ficar na Igreja. O nosso trabalho não
está completo até que o consumidor
se torne num produtor; até que aquele
que é apanhado na rede do Evange-
lho se torne num pescador de homens.

ida.
Fazer um discípulo é fazer um traba-
lhador abnegado para Cristo.

COMUNHÃO COM DEUS


Fotografia: Unsplash yue sue

Sendo assim, por onde devemos come-


çar os nossos esforços para garantirmos

se
que os novos membros se tornam discí-
pulos ativos? Tudo começa com o reco-
nhecimento da fonte da nossa vida e do
nosso poder espirituais. Os novos mem-

JUNHO 2020 | RA 25
bros devem ser encorajados a formar o Desenvolver
hábito da comunhão com Deus através
de oração e do estudo da Bíblia pessoais.
hábitos vitais de
Eles apenas podem dar aquilo que co- oração e de estudo
meçaram por receber através da sua re-
lação com Cristo como Salvador pessoal. da Bíblia diários
Muitos membros recém-batiza- deve ser uma
dos passaram recentemente por uma
série de palestras evangelísticas ou prioridade em
receberam uma série de estudos bí-
blicos. Em tais casos, é fácil para os
qualquer plano de
novos membros caírem no hábito de Discipulado.
dependerem de alguém com maior
experiência para os “alimentar” espiri-
tualmente. Deve ser ensinado a esses
membros que o único modo de man-
ter a vida espiritual é através de uma com Deus que sustenta a vida na alma”
comunhão pessoal com Deus. (Educação, secção 7, p. 258).
Quando os membros deixam a Não só é necessária a oração, mas
Igreja, eles indicam razões para isso, é necessário também o poder criador
como problemas na igreja, conflitos da Palavra de Deus. Não lemos a Bíblia
interpessoais ou desacordos doutrinais. apenas para obter conhecimento, mas
No entanto, para dizer a verdade, a cau- também para cultivarmos a própria vida
sa subjacente é, frequentemente, a ne- espiritual. Considere os seguintes textos:
gligência em passar tempo pessoal com “Sendo de novo gerados ... pela palavra
Deus. Muitos novos membros não per- de Deus” (I Pedro 1:23). “As palavras
cebem que uma forte vida espiritual não que vos disse são espírito e vida” ( João
é naturalmente algo nosso. Pensamentos 6:63). “Porque a palavra de Deus é viva e
e desejos mundanos voltarão em força, eficaz” (Hebreus 4:12). “Nem só de pão
caso negligenciemos alimentar a nossa viverá o homem, mas de toda a palavra
alma com a oração e o estudo da Bíblia. que sai da boca de Deus” (Mateus 4:4).
Note a ênfase que Ellen G. White co- Desenvolver hábitos vitais de ora-
loca sobre a importância da oração pes- ção e de estudo da Bíblia diários deve
soal para a vida espiritual: “Negligencie ser uma prioridade em qualquer plano
o exercício da oração ou empenhe-se na de Discipulado. Sem o estabelecimento
oração de forma espasmódica, de vez destes hábitos, os novos membros tor-
em quando, como parecer conveniente, nar-se-ão alvos fáceis para o inimigo:
e perderá a sua ligação a Deus” (Oração, “Satanás sabe bem que todos quantos
cap. 1, p. 13, ed. P. SerVir). “A oração é puder levar a negligenciar a oração e
uma necessidade, pois é a vida da alma. o estudo das Escrituras serão vencidos
A oração particular e em público tem o pelos seus ataques. Portanto, inventa
seu lugar; é, porém, a comunhão secreta todo o artifício possível para ocupar

26
da igreja e demais eventos não só é
uma bênção pessoal, mas é igualmen-
te um ministério que fortalece a igreja.
Note como o apóstolo Paulo enfatiza
este ponto: “E consideremo-nos uns
aos outros, para nos estimularmos ao
amor e às boas obras. Não deixando
a nossa congregação, como é costume
de alguns, antes admoestando-nos uns
aos outros, e tanto mais, quanto vedes
que se vai aproximando aquele dia”
(Hebreus 10:24 e 25).
Paulo aconselha-nos a que “consi-
deremo-nos uns aos outros”, reunindo-
-nos para a comunhão cristã. Não de-
vemos ser Ilhas. A nossa frequência da
a mente” (Ellen G. White, O Grande igreja não só aumenta a nossa fé, como
Conflito, cap. 32, p. 434, ed. P. SerVir). ajuda a encorajar e a promover a fideli-
dade nos outros membros da igreja.
COMUNHÃO COM A IGREJA Para além da comunhão experi-
Outro bloco de construção importan- mentada nas reuniões e nas funções da
te do processo de Discipulado do novo igreja, os novos membros necessitarão de
membro é a comunhão. Esta pode ser atenção pessoal: “Depois de as pessoas
incorporada num plano de Discipu- se haverem convertido à verdade, cum-
lado, pelo menos de duas formas: (1) pre que sejam cuidadas. [...] Os novos
enfatizando a importância de se fre- conversos necessitam de ser atendidos
quentar as reuniões da igreja; e (2) – vigilante atenção, auxílio, animação.
realizar esforços intencionais para tra- Não devem ser deixados entregues a si
var amizade com os novos membros e mesmos, presa das mais poderosas tenta-
para lhes servir de mentor. ções de Satanás; eles precisam de ser ins-
O Discipulado deveria incluir a truídos com relação aos seus deveres, ser
prestação de ajuda aos novos membros, tratados bondosamente, conduzidos e
para que desenvolvam o hábito impor- visitados, orando-se com eles” (Ellen G.
tante de frequentar a Escola Sabatina, White, Evangelismo, secção X, p. 351).
a igreja e a reunião de oração ou o Pe- Para garantir que este importante
queno Grupo de estudo da Bíblia. As conselho é seguido, as igrejas deve-
relações que estabelecem, especialmente riam adotar um plano de Discipulado
mediante a comunhão na Escola Saba- que associa membros mais experientes
tina e nos Pequenos Grupos, formarão com aqueles que foram recentemente
laços fortes que serão difíceis de romper. batizados. Estes mentores tornam-se
Os novos membros devem ser en- amigos chegados dos recém-batizados,
sinados que a frequência dos serviços fornecendo instrução útil, integrando-

JUNHO 2020 | RA 27
A nossa
frequência da
igreja não só
aumenta a nossa
fé, como ajuda
a encorajar e
a promover a
fidelidade nos
outros membros
da igreja.

-os na vida e na missão da Igreja, trei- Sem um plano como esse, para
nando-os para trabalharem em prol aconselhar e treinar os novos mem-
das almas, e ajudando-os a desenvol- bros, as igrejas continuarão a perder
verem hábitos espirituais fortes. membros recém-batizados pela pro-
verbial porta das traseiras. Podemos
FORMAÇÃO INTENCIONAL bloquear a porta, fechar a porta ou
E SISTEMÁTICA trancar a porta – ainda assim eles en-
O Discipulado não acontece por acaso. contrarão uma forma de sair.
Os novos membros não se tornam tra- Por outro lado, se ajudarmos os
balhadores abnegados por acaso. Deve- novos membros a desenvolverem há-
-lhes ser ensinado a importância da co- bitos espirituais vitais, e se os formar-
munhão com Deus e da comunhão com mos para que se tornem ativos ganha-
a Igreja, e eles devem ser treinados para o dores de almas, eles tornar-se-ão mais
serviço. Os mentores devem levar consi- fortes na fé e tornar-se-ão mais próxi-
go os novos membros ao servirem a Co- mos de Cristo. Abençoarão a Igreja e
munidade, ao distribuírem literatura, ao expandirão o Reino de Deus nos anos
darem estudos bíblicos, etc.. Eles devem futuros. E nós não necessitaremos de
fazer com que os novos membros parti- fechar a porta das traseiras para os im-
cipem nos serviços e nos Departamentos pedir de sair, porque eles estarão exa-
da igreja. Tal como um processo inten- tamente onde querem estar!
cional e sistemático prepara os candida-
Um plano simples e eficaz para o Ministério de Discipulado da
tos para o batismo, deveria também ser igreja local pode ser encontrado no Manual do Discipulado.
posto em prática um plano intencional Pode saber mais sobre este valioso recurso, que incorpora
todos os princípios-chave partilhados neste artigo, no site
de Discipulado após o batismo. grow.adventist.org.

28
FÉ QUE MOVE
MONTANHAS Assista a este testemunho:
https://www.youtube.com/
watch?v=RyuolCNjaQc


Danúbia França
Jornalista

Retirado da Revista Adventista


brasileira de dezembro de 2018.

Uma reformada de
quase 80 anos fez
o improvável para
implantar uma igreja.
Já sonhou com algo que julgou ser
impossível de realizar? O que fez para
tornar real o que planeou? Por di-
versos motivos, existem pessoas que
desistem antes de começar o que pla-
nearam. Outras renunciam perante a
primeira dificuldade. No entanto, há
quem enfrente e desafie as adversida-
des em busca da realização. É o caso
da Dona Maria do Carmo Carvalho.
Oriunda do Interior da Bahia,
Maria do Carmo nasceu no seio de uma
família religiosa. Aos 15 anos, conheceu
o Evangelho por intermédio de uma
amiga e tornou-se membro da Igreja

JUNHO 2020 | RA 29
Adventista do Sétimo Dia. O seu inte- truir uma igreja, a fim de estudar a Bí-
resse e o seu compromisso com os ensi- blia e de apresentar o amor de Deus à
nos bíblicos eram sinceros. Do dinheiro vizinhança, objetivo que parecia muito
que recebia por trabalhar na pensão da distante de alcançar. “Eu sabia, desde
sua irmã, Paula, devolvia fielmente o o início, que não seria fácil. Por mais
dízimo e doava outra parte como oferta que tivesse pressa, tive de ser paciente,
de gratidão a Deus. “Creio que devemos porque dependia de várias coisas.”
ser obedientes ao que a Bíblia nos pede”, Convicta do que pretendia, ela
observa ela. doou um terreno para que nele fosse
Aos 18 anos, com o consentimen- edificado um templo. “Eu sempre ima-
to dos pais, mudou-se para São Paulo ginei um lugarzinho onde a gente se pu-
e foi trabalhar na casa de outra família. desse reunir. Como tinha este lote, não
“No começo, chorei bastante de sauda- pensei duas vezes e doei-o à Igreja.”
des. Mas a minha patroa gostava muito O desejo de evangelizar impulsio-
de mim e eu adaptei-me à nova vida.” nou Maria do Carmo a dar outro grande
Maria do Carmo casou-se e teve passo. Otimista e cheia de energia, ela
duas gestações, infelizmente interrompi- fez a terraplanagem sozinha com ape-
das. “Na primeira, o bebé nasceu morto. nas uma enxada e um saco de cânhamo
Na outra, tive um aborto depois de uma para arrastar a terra. Recém-chegado à
queda. Sofri imenso, porque desejava cidade, Anderson Bernardes dos Reis,
muito ter filhos.” Aos 14 anos de casa- Pastor local, soube do caso de Dona
mento, veio o divórcio. “Fiquei muito Maria do Carmo. “Quando fui visitá-
dececionada. Depois de algum tempo, -la, fiquei perplexo. De acordo com os
conheci a cidade de Juquiá e fui morar na engenheiros, ela removeu, sem a ajuda
comunidade de Itopava. Foi ali que pude de nenhum equipamento motorizado,
dedicar o meu tempo ao trabalho missio- mais de 200 metros cúbicos de terra.
nário, que é o que eu mais gosto de fazer.” Isto equivale a, aproximadamente, de-
zoito camiões de terra.”
O SONHO Com o passar do tempo, o tes-
A reformada tem 79 anos e vive sozi- temunho desta “gigante” que tem um
nha num vilarejo de Juquiá, município metro e meio de altura e 50 quilos de
localizado a cerca de 170 quilómetros peso tornou-se conhecido mesmo fora
da capital paulista. Ela sonhava cons- do Brasil. Através de um vídeo divul-

30
gado na Internet, que já teve 35 000 se sentia bem. Percebi que estava di-
visualizações, a sua história chegou ao ferente do normal, pelo que levei-a às
outro lado do mundo. “Fiquei encanta- urgências. Constatou-se que ela tinha
da ao ver o testemunho da Dona Maria. tido um AVC”, relata o Pastor.
Percebi que a vontade dela de construir Maria do Carmo ficou internada
uma igreja vem do amor que ela tem por alguns dias e, quando teve alta, foi
por Jesus e pelo próximo. Esta histó- morar durante dois meses com a sobri-
ria teve um grande impacto na minha nha para prosseguir o tratamento. Ape-
vida”, comenta Márcia Mekuro Ohira sar da saúde fragilizada, ela continuava
Fukuroi, que reside no Japão. com o plano de construir a igreja antes
O Jardim Itopava, onde Maria do de chegar o ano de 2018. No entanto,
Carmo reside, tem aproximadamente outros desafios acabaram por surgir.
130 famílias e é considerado um bairro Havia pouco tempo para concluir o
pobre. Para se ter acesso à saúde, à edu- trabalho e o tempo chuvoso estava a
cação e à farmácia, entre outros serviços, dificultar o avanço da construção.
é necessário ir até Juquiá. Porém, boa Porém, depois de muita oração e
parte dos moradores não tem meio de muito trabalho, o que parecia ser im-
transporte. Então, percorrem um lon- possível tornou-se real. No dia 11 de
go e precário trajeto. “Quando vou ao novembro de 2017, Maria do Carmo,
mercado, caminho cerca de cinco qui- habitantes da região, membros da igreja
lómetros. O mesmo acontece quando Central de Juquiá, líderes da Associação
vou à igreja. Quando chove, vou com Paulista Sul e convidados testemunha-
botas e gabardine. Não gosto de perder
nenhum culto de Sábado, já que aos “De acordo com os
outros cultos à noite é complicado ir,
porque a estrada está cheia de buracos
engenheiros, Maria do
e não tem iluminação”, comenta Maria. Carmo removeu, sem a ajuda
Depois de terminar um serviço de nenhum equipamento
que estava a realizar, Maria do Car- motorizado, mais de 200
mo sentiu-se mal. Ela conseguiu falar
metros cúbicos de terra. Isto
com um vizinho, que a levou de carro
até à casa do Pastor Anderson. “Assim equivale a, aproximadamente,
que nos vimos, ela disse-me que não dezoito camiões de terra.”
JUNHO 2020 | RA 31
ram o momento da inauguração da igre- idade. “Nunca fiz questão de morar no
ja Adventista do Sétimo Dia de Itopava. luxo. Tudo o que tenho aqui é suficiente
A cerimónia de inauguração para mim”, assegura.
aconteceu no novo edifício e foi mar- Maria do Carmo não frequentou
cada por batismos. “Ver as pessoas a a Escola, mas gosta de comprar litera-
tomarem decisões e a serem batizadas tura e lê-la antes de a distribuir. Tudo o
faz com que este prédio realmente te- que aprende procura partilhar com os
nha significado e isso é maravilhoso. amigos. Já chegou a ministrar 13 estu-
Podemos ver que o sonho da irmã Ma- dos bíblicos ao mesmo tempo. Um dos
ria do Carmo está a realizar-se a do- frutos do seu trabalho missionário foi
brar. O templo foi inaugurado e, acima a família de Gonçalo Silva de Alencar.
de tudo, as pessoas estão a unir-se à “Certo dia, a irmã Maria do Carmo
Igreja”, ressalta o Pastor Reis. Além de bateu à nossa porta e perguntou se eu
um salão construído por Maria, que e a minha família queríamos estudar a
hoje é usado também para atividades Bíblia. Aceitámos e foi a melhor coisa
com crianças e jovens, o templo dis- que fizemos. Ela é muito dedicada e
põe de cozinha equipada, de estrutura atenciosa, o que nos ajudou muito na
adaptada para pessoas com necessida- decisão de seguir Cristo.”
des especiais e de uma área para con- Por se preocupar também com as
fraternização. crianças da comunidade, ela dedica um
dia por semana para realizar ativida-
VIDA SIMPLES des recreativas e educativas. Para ela, o
As mãos calejadas de Dona Maria reve- amor, o cuidado e a educação religiosa
lam que a sua vida sempre foi marcada devem ser ensinados e reforçados na
por muito trabalho e esforço. Quando infância, para que os valores permane-
passou a viver nesta comunidade rural, çam até à idade adulta.
a sua rotina tornou-se muito simples. A Para Maria do Carmo nunca é
sua paixão é lidar com a terra, de onde tarde para sonhar. Ela sente que ainda
ela também tira boa parte do que con- pode fazer muito mais. “Agora a mi-
some. A alimentação saudável, rica em nha responsabilidade aumentou. Sinto
frutas, legumes e tubérculos, explica de que o meu trabalho está apenas a co-
onde ela tira forças para realizar tarefas meçar. Há muitas pessoas que necessi-
improváveis para uma pessoa com a sua tam de conhecer Jesus!”

32
Paula Amorim
Diretora-Associada da Área da Família da
UPASD para os Ministérios da Criança

O PROFETA DANIEL

» VERSÍCULO 3D «
“E temos, mui (firmamento + metal) = (3 letras + 2 letras) =
__ __ __ __ __ , a (palavrar) = (8 letras - 1 letra) = __ __ __ __ __ __ __
dos (professor + tasco) = (5 letras + 3 letras) = __ __ __ __ __ __ __ __,
à qual bem fazeis em estar (atentar + osso)= (5 letras + 2 letras) =
__ __ __ __ __ __ __…” [II Pedro 1:19.]
Resolve os enigmas e completa o texto-chave.
JUNHO 2020 | RA 33
» HISTÓRIA 3D «
Lê a história em Daniel, capítulo 1, e ilustra as frases.

Daniel e os três amigos foram levados Em Babilónia, foram bem-tratados no


prisioneiros para Babilónia. palácio do rei. Comiam e estudavam para
serem ministros do rei.

Daniel decidiu ser obediente a Deus O rei viu que Daniel e os amigos eram
e pediu ao chefe para comer comida 10 vezes mais inteligentes. Deus deu a
saudável. Daniel a capacidade de entender sonhos
e visões. Ele foi um profeta de Deus.

» DESCOBRE MAIS « » DESENVOLVE SEMPRE «


Daniel, através da sabedoria dada por Daniel era membro de um grupo de
Deus, interpretou os sonhos e as visões conselheiros do rei Nabucodonosor, os
de reis, tornando-se numa figura impor- homens sábios do seu tempo. Ele foi
tante na corte do Império Babilónico. nomeado para cargos públicos sob vá-
Daniel interpretou o sonho do rei Na- rios reis dos dois grandes Impérios de
bucodonosor, no capítulo 2. Mais tarde, Babilónia e da Medo-Pérsia. Daniel foi
explicou outro sonho, no capítulo 4, ao um homem de Deus muito sábio. Ele re-
mesmo rei, avisando-o de que deveria cebeu mensagens de Deus que ainda se
deixar o pecado do orgulho, senão fica- estão a cumprir. Essas mensagens, que
ria louco e viveria como um animal. Tam- anunciam o fim, são firmes e devemos
bém interpretou “A Escrita na Parede” do estar atentos porque são a luz de Deus
rei Belshazar, no capítulo 5. Ele também para que, no nosso tempo, sejamos sá-
tinha visões do que iria acontecer no fu- bios como Daniel (II Pedro 1:19).
turo. A revelação do sonho do capítulo 2
que ele teve continuou nos capítulos 7 a » DÁ-TE À MISSÃO «
12, onde Deus lhe deu mais detalhes so- Procura ler mais sobre a profecia de
bre a história do mundo até ao fim. Daniel 2 e entender o que Deus reve-

34
lou. Faz a tua própria estátua do sonho » ATIVIDADE 3D «
dado por Deus e, num vídeo, explica Recorda a história de Daniel. Preenche
o sonho para partilhares com os teus as palavras cruzadas partindo da pala-
amigos e conhecidos. Neste link, podes vra já escrita.
tirar algumas ideias sobre a estátua:
https://youtu.be/m9aaz2wxfHs 4 LETRAS: 7 LETRAS:
Sete Mesaque
6 LETRAS: 8 LETRAS: 5 LETRAS: Três
Tequel Sadraque Dario Mene 9 LETRAS:
Parsim Fornalha Prata Mene Abedenego
Daniel Belsazar Leões Ouro
Festa Anjo 13 LETRAS:
Acesa Orar Nabucodonosor

M
E
S
A
Q
U
E

JUNHO 2020 | RA 35
TestemunhoUM ENCORAJAMENTO À IGREJA
Envie-nos o seu testemunho para:
revista.adventista@pservir.pt

QUANDO PASSARES
PELAS ÁGUAS...
Tom Gabriel
zer rafting e foi extremamente diver-
Licenciado em Estudos
tido. Após a descida do rio, que tinha
Africanos
mais força do que o normal, porque
tinha chovido muito na noite anterior,
almoçámos com o resto dos viajantes
“Jesus, se não me e com os guias. Um dos guias propôs-
salvares, vou morrer; -nos a “aventura” da tarde, que consistia
em descer uma cascata num escorre-
salva-me, por favor.” ga naturalmente esculpido na rocha.
Estiquei o braço Todas as pessoas recusaram, menos
eu. Fui com o guia para o topo da cas-
para fora da água cata (com mais água do que o normal),
olhei e perguntei-lhe: “E agora?” Ele
e a corda do guia respondeu: “Então, agora saltas.”  Ele
caiu exatamente na saltou primeiro e eu saltei logo a seguir.
Quando estávamos na água, ambos ti-
minha mão. vemos bastante dificuldade para sair de
debaixo da cascata, porque a força da
água era muita. O guia, tendo mais for-
Em 2017, fui de viagem para a Tai- ça do que eu, conseguiu sair. Eu não. 
lândia com dois amigos. Tinha pas- Lembro-me de ser puxado para
sado cerca de um ano desde o meu baixo de água, engolir água, nadar
batismo; tinha acabado a minha Li- para cima e repetir o mesmo ciclo al-
cenciatura; e estava numa relação com gumas vezes. Numa das vezes que vim
uma descrente. à tona, olhei para o guia, já em terra.
Numa das cidades, Chiang Mai, Sabendo que ele tinha uma corda de
os meus amigos e eu decidimos ir fa- salvamento, perguntei-me: “Mas por-

36
O pecado leva-nos
por caminhos que
pensamos serem
bons, mas que são
caminhos de morte,
ao ponto de estarmos
numa situação em
que nos afogamos e
queremos sair, mas
não conseguimos.

que não me atira a corda? Porque está gual? Porque acredito que a experiência
ele parado a olhar?” Fui então puxado de quase morte por afogamento foi uma
para baixo, sem ar, com os músculos analogia prática sobre a relação que eu
completamente sem forças. Medi- tinha e que não vinha de Deus. O pe-
tei na situação e, muito calmamente, cado leva-nos por caminhos que pensa-
pensei como seria fácil morrer sem mos serem bons, mas que são caminhos
dor. Só tinha que fechar os olhos e já de morte, ao ponto de estarmos numa
estava...  No último momento, pensei situação em que nos afogamos e que-
para mim mesmo: “Que estupidez... remos sair, mas não conseguimos. Só
Pelo menos, ora!” E assim fiz: “Jesus, se quando ganhamos consciência da nos-
não me salvares, vou morrer; salva-me, sa condição, e gritamos por socorro, é
por favor.” Estiquei o braço para fora que Jesus pode atirar a corda de resgate.
da água e a corda do guia caiu exata- Se nos iludimos, pensando que é amor
mente na minha mão. Fui puxado para o que sentimos, quando é, na verdade,
terra, graças a Deus.  paixão, afogamo-nos sem nos aperce-
Quando voltei para Portugal, o bermos, e morremos. 
Espírito Santo falou comigo acerca da Caro Leitor, caso esteja numa
minha relação de jugo desigual. Resisti- relação com um jugo desigual, não
-Lhe muito, dando desculpas, mas Deus se afogue. Sofrerá um pouco, mas
ganhou e eu terminei a relação. Por que agradecerá a Deus durante toda a
razão escrevo sobre a infeliz aventura na sua vida pela liberdade conquistada
Tailândia e também sobre o jugo desi- (Eclesiastes 7:26).

JUNHO 2020 | RA 37

ESPÍRITO DE PROFECIA Ezequiel


Quintino
Diretor do Serviço de
“Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para Espírito de
guiar homens e mulheres à luz maior.” – EGW, Evangelismo, p. 257. Profecia da UPASD

ELLEN G. WHITE
DURANTE UMA EPIDEMIA1
O exemplo de Ellen G. White pode ajudar-nos
nas nossas reações e ações em tempos de Covid-19.
Em 13 de agosto de 1894, Ellen G. número de páginas quase todos os
White escreveu uma carta a Stephen dias, apesar de tossir, espirrar e sangrar
Haskell, Pioneiro Adventista, expres- do nariz. O irmão Colcord tem estado
sando a sua preocupação pelas pessoas de cama. Quase todos à minha volta
que estavam a morrer vitimadas pelo têm sofrido, mas eu agradeço ao Se-
vírus influenza: nhor porque estou melhor e confiante
“Através de toda a Nova Gales n’Ele. Devemos fazer tudo o que pu-
do Sul, temos vindo a ser testados e dermos no nome do Senhor. (…) Não
provados com a epidemia da influenza. devo considerar a situação como de-
Quase todas as famílias têm sido afli- sesperada; apenas lamentar e orar ao
gidas nas cidades e nas vilas. Alguns ver os meus irmãos e as minhas irmãs
estão muito, muito doentes. As suas em sofrimento. (…) O povo de Deus
vidas estão suspensas. Nós oramos pe- tem sido provado e testado, e permita
los doentes e fazemos o que podemos Deus que eu possa ajudá-los durante
financeiramente; depois esperamos a provação (…) e, ao fazê-lo, que eu
o resultado. (…) Num dia da sema- possa unir-me a Jesus mais firmemen-
na passada, houve onze funerais. (…) te do que nunca.” – Carta 30, 13 de
As crianças parecem não sofrer tanto agosto de 1894.
como os adultos e os idosos. Eu tenho É importante notar que, quando
sido severamente atacada, e não tenho Ellen G. White escreveu a carta, tinha
possibilidade de participar nas reu- quase 67 anos, sendo, por isso, uma pes-
niões já há quatro semanas; mas ainda soa de alto risco. A sua confiança em
não desisti, nem sequer me meti na Deus e o seu estilo de vida ajudaram-na
cama um só dia. Tenho escrito o meu a enfrentar o momento da crise e a sair

38
vitoriosa. O que ela aprendeu durante nologias de comunicação para, à dis-
a epidemia pode agora ajudar-nos no tância, confortar os doentes e os en-
meio desta pandemia da Covid-19. lutados, dinamizar Pequenos Grupos,
dar mensagens de encorajamento e
LIÇÕES PRÁTICAS apoiar a Igreja nos lares (durante o
Podemos seguir o exemplo de Ellen tempo de confinamento).
G. White nalguns aspetos. Tenhamos a certeza de que este
1. Ellen nunca se desencorajou na Coronavírus irá morrer. Quando? Não
presença da doença. Dentro das suas sabemos. Só Deus o sabe. A realidade
possibilidades, ela ajudou, por todos é que ele não fará parte dos habitantes
os meios, a família e os irmãos, apoia- da Nova Jerusalém. Entretanto, lem-
da nas promessas de Deus (ver Isaías bremo-nos destas frases nas portas de
41:10; II Coríntios 4:7-9; Salmo 23). algumas igrejas nos Estados Unidos
2. Apesar de também estar doen- da América:
te, Ellen nunca parou de trabalhar, de “As igrejas estão abertas. Só os edifí-
cumprir as suas tarefas e os seus obje- cios fecharam.”
tivos – escrevia diariamente. Não per- “A igreja está aberta, porque a igreja
deu o sentido de missão. Jesus prome- és tu.”
teu-nos: “Estou convosco todos os dias até “Abrimos a nossa igreja digital.”
ao fim dos tempos” (Mateus 28:20). Vamos manter-nos conectados
3. Ellen manteve sempre uma pela Internet ou pelo Zoom. Por estas
atitude de oração e de confiança no tecnologias, para bem da Causa do
poder do Senhor. Olhava com entu- Mestre, louvado seja Deus!
siasmo para o futuro da Igreja. Se ela
vivesse connosco, neste século XXI, 1
Condensado e adaptado de Melchor Ferreyra, Inter-American
certamente também utilizaria as tec- Division News, Adventist Review, 4 de abril de 2020.

Ellen manteve
sempre uma atitude de
oração e de confiança
no poder do Senhor.
JUNHO 2020 | RA 39

Maria da Luz Cordeiro
PÁGINA da Diretora da Área Depar-
Família tamental da Família da
UPASD

“Disse-lhes Noemi: Ide, voltai cada uma as épocas, um tema complexo. Inspira-
à casa da sua mãe; e o Senhor use convosco ção de muitos filmes, anedotas, comen-
de benevolência, como vós usastes com os tários preconceituosos e, em muitos
que morreram e comigo. O Senhor vos dê casos, de algo mais grave: motivo de
que sejais felizes, cada uma em casa do seu ressentimentos e divórcios. O exemplo
marido. E beijou-as. Elas, porém, chora- bíblico que encontramos de uma mu-
ram em alta voz.”1 lher chamada Noemi e das suas duas
Duas foram as instituições trazidas noras, Rute e Orfa, surpreende-nos
para fora do Éden após o pecado: o Sába- com informações preciosas próprias
do e a família. Desde então, tornaram-se para fomentar relacionamentos aben-
objeto especial dos ataques de Satanás. çoados e sustidos por Deus.
Ao longo do tempo, tem o inimigo pro- “O Senhor use convosco de benevolên-
curado impedir a bênção que cada uma cia, como vós usastes com os que morreram
destas instituições comporta. Se, para os e comigo”, disse Noemi às suas noras.
Adventistas do Sétimo Dia, a verdade Duas jovens mulheres que, não sendo
acerca do Sábado serve até de “trunfo Israelitas, foram, segundo as palavras
espiritual”, o mesmo talvez não aconteça da sogra, um bom exemplo. Um bom
à igualmente solene e importante insti- exemplo enquanto esposas e não menos
tuição que é o casamento, o lar, a famí-
lia. Parece reconhecer-se, e muito bem,
o dever e a responsabilidade para com o
verdadeiro dia de descanso – o Sábado –
mas com maior dificuldade, infelizmente,
se reconhecem os solenes deveres e as so-
lenes responsabilidades na família.
Por exemplo, o relacionamento
entre sogras e noras tem sido, em todas

SOGRA...
UM BEM NECESSÁRIO
40
enquanto noras. De acordo com o di- maravilhosas. Uma atitude altruísta, des-
cionário de Língua Portuguesa online,2 prendida de qualquer egoísmo ao ponto
ser benévolo significa: “Desejar o bem de se esquecer de si mesma e preocupar-
dos outros”, ser “bem-disposto”, “benigno” e -se mais com a felicidade das suas no-
“bem-intencionado”. Que sogra não esti- ras. Numa época e numa cultura em que
maria a sua nora que, pelo poder do Se- uma mulher viúva e sem filhos estaria
nhor, mostrasse para com ela o desejo de “destinada” a um futuro sem nenhuma
lhe fazer bem? Que sogra recusaria um esperança, é humanamente inexplicável
sorriso sincero, uma atitude bem-dis- a postura desta mulher. Como as devia
posta e benigna da parte da sua nora? amar Noemi... sim, porque só o amor –
Como Deus seria louvado, se, no poder aquele que vem de Deus – consegue dar
do Espírito, todas as noras crentes tives- sem esperar nada em troca!
sem pensamentos, palavras e atitudes “E beijou-as.” Afetos. Doces afetos
bem-intencionados para com as suas que são tão raros nesta relação familiar.
sogras! Pessoalmente, tive o privilégio e Em vez disso, há nela palavras amargas,
a bênção de ter a minha sogra durante atitudes rudes, desprezo, abandono, críti-
alguns anos. Não foram muitos, infeliz- ca e tantos outros comportamentos que
mente! E apesar das nossas limitações, fragilizam e destroem um dos relaciona-
porque nenhuma de nós era perfeita, eu mentos mais abençoados que podería-
sempre dizia que lhe queria muito bem, mos ter. Noras e sogras que se digladiam
que lhe estaria sempre muito grata e que esquecendo-se de que a vida lhes trará da
sempre dela cuidaria, pois, se não fosse parte de Deus exatamente os mesmos
ela, eu não teria o meu marido. Se não ministérios: o de serem filhas, esposas,
encontrássemos outras virtudes, que mães e avós. Cruzamos as nossas vidas,
certamente existem, creio que esta era não para rivalidades, antes, para parcerias.
mais do que suficiente para termos mais Sim, Deus tem reservado uma bênção
apreço pelas sogras. especial para estes elementos da família,
Mas, se admiramos a postura de quando d’Ele recebem a compreensão, a
Rute e Orfa, não apreciamos menos paciência, o perdão e a gratidão.
o procedimento desta sogra: “Ide, vol- Que o poder de Deus preencha o
tai cada uma à casa da sua mãe.” Só o coração de todas as noras e sogras com
verdadeiro amor, que vem de Deus, é verdadeiro amor umas pelas outras. E,
isento de ciúme.3 Noemi compreen- se um dia a vida nos separar, que igual-
deu que, por mais que as pudesse amar mente “choremos em alta voz”, pois Deus
e querer-lhes bem, o amor de uma e a vida nos ensinarão que SOGRA...
mãe é insubstituível. Não há competi- É UM BEM NECESSÁRIO.
ção. Não tem como haver! Cada vida,
cada membro da família, é demasiado 1
Rute 1:8 e 9.
valioso e demasiado necessário para 2
ser substituído ou dispensado. https://dicionario.pribe-
ram.org/ben%C3%A9volo
“O Senhor vos dê que sejais felizes,
3
cada uma em casa do seu marido.” Palavras I Coríntios 13:4.

JUNHO 2020 | RA 41
NOTÍCIAS INTERNACIONAIS
recíveis, como arroz, feijão, farinha de
tortilha, massas, leite, óleo, sabão, papel
higiénico e outros bens semelhantes.
O Tesoureiro da União Mexicana In-
ter-Oceânica, António Rosas, declarou
que cada um dos 247 Distritos Pastorais
entregou cabazes a 30 das suas famílias
mais necessitadas. “A União, as Asso-
Igreja Adventista no México distribui
ciações e as Missões disponibilizaram
alimentos a 13 500 dos seus membros
os fundos e os Pastores e os membros
5 MAI 2020 | ANN/RA locais voluntariaram-se para realizar a
Cerca de 13 500 Adventistas do Sétimo distribuição”, disse Rosas.
Dia pertencentes à Igreja na sua região Miguel García, que pastoreia o
Mexicana Inter-Oceânica receberam Distrito Eclesiástico de Diaz Mirón,
alimentos e outros bens essenciais para na Veracruz do Sul, ajudou a entregar
a sua família, enquanto o país continua os cabazes a 30 famílias da localida-
sujeito a medidas de quarentena. As fa- de. “Pude ver lágrimas nos seus olhos,
mílias escolhidas para receberem o au- porque estes irmãos e estas irmãs sen-
xílio encontram-se entre as mais neces- tiram-se amados pela sua igreja”, disse
sitadas de auxílio na região, que conta García. “Percebi que muitos estavam a
com 203 400 membros batizados. lutar com dificuldades e ficaram muito
“Muitos dos nossos membros, que gratos pelo cabaz. Muitos perguntavam
têm os seus pequenos negócios, não dis- como podiam entregar o seu pequeno
põem da possibilidade de trabalhar, pelo montante de dízimo e de ofertas para a
que quisemos garantir que a Igreja fazia igreja.”
alguma coisa por eles”, disse o Pastor Fabiola Morales foi um dos mem-
Moisés Reyna, Presidente da Igreja na bros da cidade de Puebla que recebeu
União Mexicana Inter-Oceânica. De um cabaz em abril. Ela ficou atónita
facto, muitos dos nossos irmãos mais quando um ancião da igreja acompa-
necessitados dependem dos rendimen- nhado pela sua esposa a veio visitar. Ela
tos diários que recebem por vender bens frequenta a igreja Adventista de Las
no mercado ou nas ruas. “A Igreja é Cuartillas com os seus dois filhos há já
como uma família e este era o momento alguns anos. É mãe solteira e tem-se de-
para nos unirmos, de modo a apoiarmos batido com a doença. “Muito obrigada
os mais necessitados. É graças à fideli- por me trazerem este auxílio. Obrigada
dade dos nossos membros que a União a todos os membros que se empenha-
e as suas 11 Associações e Missões sem- ram em nos ajudar.”
pre tiveram os recursos necessários para
Notícia original: https://news.
fazer funcionar as suas igrejas.” adventist.org/en/all-news/news/
Os cabazes entregues entre os dias go/2020-05-05/adventist-church-
-in-mexico-distributes-food-to-
10 e 15 de abril incluíam bens não pe- -13500-of-its-members/

42
Plano de Reabertura Gradual
das Igrejas depois da Fase 3
(texto parcial)

PREÂMBULO de de proximidade fraterna, sujeitando-se


A Igreja Adventista do Sétimo Dia re- às normas de contenção social. O retorno
gozija-se com a autorização para a rea- às igrejas, mesmo com condicionamento, é
bertura dos lugares de Culto a partir do motivo de alegria, pois a Família de Deus
dia 30 de maio, segundo comunicado pode voltar a reunir-se, presencialmente,
das Autoridades Governamentais da na Sua Casa (Salmo 122).
República e no respeito das orientações Respeitando as normas de higiene
emitidas pelas Autoridades de Saúde e segurança social, a Igreja continua a
(DGS). Como recomenda a Palavra de colaborar no esforço nacional e mundial
Deus, oramos por estas Autoridades, no de combate à progressão desta pandemia.
desafio que representa o ato governativo Fá-lo com um grande sentido de respon-
nestas áreas, e especialmente no contex- sabilidade e de exigência, expresso no seu
to do combate à crise provocada pela Plano de Reabertura Gradual das Igrejas,
pandemia da Covid-19 (I Tim. 2:1 e 2). que complementa o Plano de Contin-
A Igreja deve ser um lugar de encon- gência perante a crise da Covid-19, mas
tro entre os crentes e Deus (I Tim. 3:15). também com muita confiança. Cremos
Vimos à Igreja para orar, louvar, adorar e que Deus está com a Igreja, e confiamos
servir, com um espírito e uma atitude de nas Suas promessas (Isaías 41:10).
amor e alegria. O encontro com Deus na
Sua Casa, a Igreja, é também o encontro da CARACTERIZAÇÃO
Sua Família, a comunidade de fé (Efésios Risco muito elevado, declarado pelas
3:14 e 15). O estado normal da Igreja é, Autoridades competentes, OMS e DGS.
portanto, estar aberta para receber, louvar Propagação ativa na Comunidade.
e servir. Pensando na segurança daqueles Crise considerada pela DGS como con-
que recebe, a Igreja sacrificou-se neste seu trolada. Autorização governamental de
estado normal, fechando as suas portas no reabertura das igrejas segundo o Plano
dia 13 de março. Teve que se “reinventar” de Desconfinamento.
na forma de viver a comunhão fraterna e o
espírito de missão. MECANISMOS
Agora, é com alegria que reabre as Data de reabertura acionada por decisão do
suas portas. A reabertura da totalidade das Conselho Diretor da UPASD, de acordo
suas igrejas será gradual e progressiva a par- com a autorização e a orientação da DGS.
tir do dia 30 de maio. No amor inato que A Administração da UPASD avaliará as
a Igreja tem pelo próximo, ela continuará a igrejas caso a caso, no que diz respeito aos
sacrificar-se na sua espontaneidade e atitu- requisitos mínimos para reabertura.

JUNHO 2020 | RA 43
MEDIDAS – Sempre que possível, deve sina-
lizar-se percursos que evitem o cruza-
1. Intensificação das medidas das mento de pessoas na entrada, na saída e
Fases 1 e 2. Alerta para a necessi- na ida às casas-de-banho.
dade de se voltar à Fase 3. Moni- – Quando a lotação permitida for
torização semanal. atingida, deve colocar-se uma fita na
porta de entrada da igreja para indicar
2. Condições de utilização dos es- que o acesso está vedado.
paços de Culto:
A. Ventilação: C. Proteção individual:
– Deverá ser natural, com renovação – É obrigatório, e sem qualquer ex-
de ar. Recomenda-se a não utilização de ceção, o uso permanente de máscara nas
aparelhos de recirculação do ar (ventoi- instalações das igrejas.
nhas e afins). Os aparelhos de ar con- – Recomenda-se fortemente que to-
dicionado devem ser objeto de limpeza das as pessoas sejam avaliadas em termos
frequente dos filtros. de temperatura corporal na chegada às
– A eventual reabertura das insta- instalações. Pessoas com temperatura
lações que não possuírem ventilação igual ou superior a 38ºC serão aconse-
natural deverá ser analisada pela Admi- lhadas a não entrarem no lugar de Culto
nistração da UPASD, estabelecendo-se e a contactar a Linha Saúde 24 (808 24
que a taxa de ocupação deverá ser, nestes 24 24) ou a ADC (Área Dedicada CO-
casos, inferior aos números indicados VID-19) mais próxima da sua residência.
pela Direção Geral de Saúde. – Recomenda-se fortemente que as
pessoas consideradas como pertencendo
B. Distanciamento social: ao “Grupo de Risco” pela DGS, com pa-
– Sinalização física dos lugares que tologias não controladas, se abstenham de
não poderão ser ocupados. frequentar a igreja durante este período.
– Supressão alternada de uma fila Deverá assegurar-se uma atenção pastoral
de bancos, vedando-se o acesso aos lu- especial para estas pessoas. Esta recomen-
gares não utilizáveis. Nas filas de ban- dação é temporal e deverá ser reavaliada
cos utilizáveis, por cada lugar ocupado, por meio de outros pareceres, conforme a
deixar dois lugares vazios para fazer um evolução da situação pandémica. No qua-
distanciamento de dois metros. Prever dro atual, são considerados como perten-
um espaço devidamente assinalado para cendo ao “Grupo de Risco” pessoas com:
visitantes ocasionais. I. Idade superior a 65 anos
– Os membros da família que coa- II. Diabetes não controlada
bitam na mesma casa poderão sentar-se III. Doença cardiovascular não
juntos sem o referido distanciamento. controlada
– Manter uma distância de seguran- IV. Doença oncológica em curso
ça de dois metros, nos espaços de circu- V. Doença respiratória (bronquite,
lação da igreja, tanto os interiores como asma, DPOC)
os exteriores. VI. Doença autoimune ativa

44
VII. Medicação imunossupressora A. Ter o Plano de Contingência
– Todas as pessoas com sintomas atualizado, para entregar a cada pessoa
respiratórios (constipação, gripe ou que entrar no local de Culto.
outra) devem igualmente abster-se de
frequentar a igreja. Se estes sintomas B. Ter organizado e coordenado o
ocorrerem durante o serviço religioso, devido serviço de controlo e assistência
estas pessoas deverão retirar-se volunta- aos participantes nos serviços religiosos.
riamente do salão de Culto.
C. Assegurar a devida ventilação dos
D. Higienização das igrejas: espaços.
Deverá ser efetuada antes da primeira
reunião e depois de todas as reuniões de D. Ter dispensadores de álcool ou hi-
Culto. Recomenda-se fortemente a desin- drogel alcoólico a 70 graus, pelo menos,
feção de todas as superfícies, incluindo os no hall de entrada, nas casas-de-banho
espaços de circulação e as instalações sani- e na sala de apoio aos serviços de culto.
tárias. Deverão ser consideradas ainda as
medidas de segurança e a toxicidade dos E. Ter afixado cartazes da lavagem
produtos aplicados. A desinfeção poderá de mãos nas casas-de-banho, da eti-
ser realizada por pessoal/serviços especia- queta respiratória e do distanciamento
lizado/s. (Ver normativa da DGS.) Caso (DGS) à entrada da sala de Culto e de
se proceda a uma desinfeção completa dos outras salas utilizadas.
espaços interiores da igreja, esta poderá ser
reutilizada no mesmo dia, respeitando um F. Na medida do possível, ter pelo me-
tempo mínimo de quatro horas, e assegu- nos um termómetro de infravermelhos
rando uma boa ventilação. disponível, sendo recomendado ter dois.
Recomenda-se o uso exclusivo de
microfones fixos, instalados em tripés. G. Ter organizado a disposição
(layout) dos lugares assinalados a serem
E. Higienização pessoal: utilizados de acordo com a limitação
– Desinfeção das mãos à entrada dos decidida.
lugares de Culto e após cada ida às ins-
talações sanitárias. H. Ter informado os membros de
– Respeitar escrupulosamente as re- Igreja das condições de acesso ao lugar de
gras da etiqueta respiratória. Culto segundo o Plano de Contingência,
nomeadamente, as regras de distancia-
3. Requisitos mínimos para a rea- mento, de etiqueta respiratória e de acei-
bertura de um lugar de Culto: tação do acesso condicionado e limitado.
A autorização de reabertura de uma
igreja local só poderá ser concedida de- 4. Informação prévia a dar aos
pois da verificação do cumprimento dos membros de Igreja:
requisitos que garantam as seguintes As condições de acesso aos espaços
condições de utilização: de Culto devem ser previamente anun-

JUNHO 2020 | RA 45
ciadas aos membros de Igreja, nomea- – Evitar o intercâmbio de membros
damente: e frequentadores das nossas igrejas, com
– Uso obrigatório e permanente de o objetivo de limitar e monitorizar pos-
máscara enquanto se permanece nas síveis contágios.
instalações da igreja. – Pedir compreensão e tolerância
– Desinfeção das mãos com álcool para o cumprimento das medidas atrás
ou hidrogel alcoólico a 70 graus, ao che- referidas.
gar à igreja. – Estas medidas devem ser comuni-
– Etiqueta respiratória e distancia- cadas por todos os meios disponíveis.
mento social.
– Aceitar condicionar-se aos lugares 5. Serviços específicos:
marcados e limitados com acesso defini- A. Escola Sabatina
do por método escolhido pela igreja (por – De acordo com o Plano de Con-
exemplo, por ordem alfabética de apelidos). tingência da UPASD, a Escola Sabatina
– Recomenda-se a medição da tem- deverá realizar-se em Unidade Única.
peratura corporal em casa. Caso seja igual – A igreja poderá optar pela manu-
ou superior a 38ºC, ou apresente sintomas tenção da Escola Sabatina através de vi-
como tosse, dor de cabeça ou dificuldades deoconferência para os membros ausen-
respiratórias, não sair de casa e ligar para a tes, utilizando as ferramentas adequadas
Linha Saúde 24 (808 24 24 24). (Zoom, etc.).
– Recomenda-se fortemente a me-
dição da temperatura por infraverme- B. Escola Sabatina Infantil
lhos ao chegar à igreja, e, caso seja igual – Onde haja condições físicas, re-
ou superior a 38ºC, aceitar voluntaria- comenda-se que as Classes Infantis
mente não entrar na sala de Culto. tenham um programa completo, que
– Retirar-se da sala de Culto, caso inclua o período da Escola Sabatina e
tenha uma crise de tosse ou de espirros. do Culto, para simplificação de procedi-
– Respeitar a saída ordenada segun- mentos. Os grupos etários mais velhos
do a orientação do Diaconato, respei- poderão permanecer com os adultos.
tando o distanciamento de dois metros – Seguir as recomendações da DGS
e evitando aglomerações. Não permane- para Berçários, Creches e Jardins de In-
cer a conversar nos espaços interiores e fância.
exteriores da igreja.
– Encorajar as pessoas pertencentes C. Culto
ao “Grupo de Risco” a permanecerem – Os pregadores e oficiais de serviço
nas suas casas, assistindo aos serviços deverão seguir, sem restrições, todas as nor-
pelos canais das redes sociais da igreja mas de higienização e proteção individual.
local ou da Novo Tempo Portugal. Infor-
mar de que poderá ser organizado um D. Outros Departamentos de Igreja
serviço especial para este Grupo, uma – Outras reuniões de Departamen-
vez por mês, num sábado fixo a anun- tos da igreja ficarão suspensas no plano
ciar, onde as condições o permitam. presencial, até indicações em contrário.

46
– Ficam temporariamente suspensos nunca seja manuseado por outra pessoa
os Acampamentos, os Acantonamentos, além do diácono escalado para o efeito.
as Cerimónias de Investidura e os Retiros, Os princípios de higienização devem
até que haja orientações favoráveis por par- ser objeto de especial atenção durante o
te das Autoridades de Saúde e de voto do período de manuseamento do dinheiro.
CD da UPASD. As reuniões ao ar livre, de
caráter local, poderão ser realizadas, desde Orientação de saída
que salvaguardando as regras de distancia- – Os diáconos e as diaconisas orienta-
mento social e de proteção individual, e em rão a saída ordenada dos participantes nas
conformidade com as diretrizes da DGS. reuniões, a começar pelas filas junto à porta
Deverá respeitar-se o número máximo de de saída, fazendo respeitar o distanciamen-
participantes, caso seja indicado. to de dois metros e evitando aglomeração.

E. Serviço de Diaconato 7. Igrejas das Instituições


Receção – As igrejas que utilizam os espaços
– Coordenação das entradas e saídas de Instituições para idosos (ex.: LAPI) só
de acordo com os parâmetros de segu- poderão regressar novamente, depois do
rança estabelecidos: ventilação, distan- levantamento da limitação de visitas e das
ciamento, proteção individual, higieni- medidas de desconfinamento emitidas
zação de espaços e utilizadores. pela DGS e ISS, e em articulação com a
– Assegurar o cumprimento do limi- Direção da ASA. A igreja poderá reunir-
te estabelecido para a lotação permitida -se num outro lugar, desde que se respei-
em cada espaço. tem as normas do Plano de Contingência.
– Manter um registo de entradas no – No caso de outras Instituições
templo. (CAOD), o regresso poderá acontecer
em função das diversas medidas de des-
Recolha de Ofertas confinamento.
– As ofertas deverão ser recolhidas
preferencialmente através de um saco A UPASD continuará a acompanhar o
com vara ou poderá também ser utili- evoluir da situação, pelo que poderá propor no-
zado um outro recipiente, desde que vas medidas que possam vir a ser necessárias.

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conhecer aquilo que somos, mas para que sejamos
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descer até nós, mas eleva-nos até Ele."
– Ellen G. White

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