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REVISTA

ADVENTISTA

Ventos de
Doutrina
14 20 37
O CORAÇÃO DA O MILAGRE DO DISCIPULADO O MILAGRE DA LUZ
TEOLOGIA ADVENTISTA Como ser um Discípulo. Os milagres acontecem! PUBLICADORA SERVIR
A G O STO 2 0 2 0
A verdade do Santuário. N. 879 | ANO 81 | €1,90
agosto setembro
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REVISTA PUBLICADORA SERVIR
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ADVENTISTA N. 879 | ANO 81
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"Eis que cedo venho." A nossa missão é realçar Jesus DIAS ESPECIAIS E OFERTAS DIAS ESPECIAIS E OFERTAS
Cristo usando artigos e ilustrações para demonstrar
o Seu amor sem igual, dar as boas-novas do Seu tra- 30/07-09/08 JOVENS POR JESUS 5 DIA DE SENSIBILIZAÇÃO E
balho presente, ajudar outros a conhecê-l'O melhor PREVENÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA
e manter a esperança da Sua breve vinda. COMUNIDADE DE ORAÇÃO DOMÉSTICA (ONLINE)
DIRETOR António Amorim 3-7 ASSOCIAÇÃO DA HANSA (NGU) 6 FORMAÇÃO PARA PASTORES SOBRE
DIRETORA DE REDAÇÃO Lara Figueiredo 10-14 CASA PUBLICADORA ROMENA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (ZOOM)
COORDENADOR EDITORIAL Paulo Lima (RU) 12 LANÇAMENTO DO LIVRO MISSIO-
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ASSINATURA ANUAL 19,00€ [14] SEGUNDA-FEIRA
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ISENTO DE INSCRIÇÃO NO E. R. C.
DR 8/99 ARTº 12º Nº 1A ISSN 1646-1886
São bem-vindos todos os manuscritos, solicitados
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escrito dos editores.

Igreja Adventista
do Sétimo Dia®
A Revista Adventista, Órgão da Igreja Adventista do [FH] RTP2 ENTRE AS 15:00 E AS 15:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 22:47
Sétimo Dia em Portugal, é publicada mensalmente
pela União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia [C] RTP2 ENTRE AS 10:00 E AS 10:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 06:00
desde 1940 e editada pela Publicadora SerVir, S. A.. ESTES HORÁRIOS DE EMISSÃO PODEM SER ALTERADOS PELA RTP2 SEM AVISO PRÉVIO.
Índice

DESCOBRIR
04
EDI TORI AL
“Varão perfeito” versus “menino
06
Ventos de Doutrina
inconstante” As ameaças à fé na sã Doutrina

37
ao longo da história da nossa Igreja.

T EST EMUNHO 14
O coração da teologia Adventista
O milagre da luz
Deus escreve direito por linhas tortas! A importância da nossa

38
Doutrina sobre o Santuário.

ES PÍ RI TO DE PR OFECIA
Ventos de Doutrina DESENVOLVER
O conselho de Ellen G. White
sobre as ameaças à sã Doutrina.
20
39 O milagre do Discipulado
Eis como podemos ser verdadeiros
ES PA ÇO JU VENIL
Discípulos de Jesus.
Constrói a tua casa na rocha
Não te deixes abalar pelos
ventos de Doutrina.

42
DAR

PÁ G I N A DA FAMÍLIA
O Grande Conflito não é ficção!
28
Não importa o custo!
Estamos todos envolvidos
no Grande Conflito. Uma história de total dedicação à Missão.

44 32
Na “linha da frente”
Notícias Nacionais.
em tempos de pandemia
Uma homenagem a dois grupos de pessoas
em ação durante a Covid-19.

AGOSTO 2020 | RA 3
EDITORIAL
2. Crescimento espiritual em Jesus
Pr. António Amorim
Cristo, na verdade e no amor. “Crescimen-
Presidente da UPASD
to” implica a ideia de progressão contínua
entre estágios de maturidade. O crescimento
“Varão perfeito” versus espiritual de que Paulo fala é um crescimen-
“menino inconstante” to da relação pessoal com Jesus Cristo, que é
a Cabeça do corpo, que é a Igreja. Cristo é a
A introdução de controvérsias doutrinárias, Verdade ( João 14:6) e a Palavra ( João 1:1-3,
ou de heresias, no seio da Igreja Cristã co- 14), revelada nas Sagradas Escrituras pela
meçou a ocorrer logo no primeiro século do Profecia, pela Doutrina ( João 5:39) e pelo
Cristianismo. O apóstolo Paulo faz, várias Amor de Deus ( João 3:16). O crescimento
vezes, menção a esse perigo de introdução “em tudo” é um crescimento em Cristo, na
de doutrinas estranhas (Heb. 13:9), ou de Sua Doutrina e no Seu Amor partilhado.
um “outro evangelho” (II Cor. 11:4; Gál. 1:8 3. Não perder de vista a estrutura
e 9), porque estava ciente da fragilidade da espiritual da Igreja que tem Cristo como
Igreja, e desejava que ela se fortalecesse em Cabeça. Não há crescimento apenas no
Jesus Cristo e na Palavra de Deus. domínio das ideias, das crenças e das dou-
Na sua Epístola aos Efésios (4:11- trinas, separado de Cristo (a Cabeça), e da
16), Paulo dá a esta igreja (e a toda a Cris- Igreja (o Seu corpo). Separada da Cabeça
tandade) as orientações para evitar perdas ou do corpo, a controvérsia torna-se nega-
e derivas causadas por desvios doutriná- tiva e perversa, um engodo para o engano.
rios. Para Paulo, o objetivo fundamental do A Igreja Adventista do Sétimo Dia
crescimento da Igreja é conduzir à maturi- continua a estar debaixo desta tensão de um
dade espiritual de cada crente, em oposição “movimento pendular” entre a ortodoxia e o
à imaturidade, que pode ser revelada pela progressismo. A tensão é positiva, se nos leva
exposição aos “ventos de Doutrina”. Este a uma reflexão que mantenha a fidelidade e a
texto apresenta três fatores fundamentais lealdade à Verdade Bíblica, e que conduza à
para essa edificação espiritual: eficácia de uma apresentação compreensível e
1. Participação ativa nos Ministérios atualizada às mentalidades e às necessidades
da Igreja segundo os dons espirituais. O contemporâneas. A tensão é negativa, quando
“aperfeiçoamento dos santos” não se adqui- afasta da Doutrina Bíblica pura, produz cri-
re de forma extática ou puramente contem- ticismo destrutivo e divisionista, polarizando
plativa, mas na exteriorização por meio de numa atitude moralista de superioridade e
um ministério ao serviço de Deus, da Sua arrogância espirituais. A única forma de man-
Igreja e do próximo. Este movimento de termos um espírito crítico saudável, quan-
Missão tem como meta a “unidade da fé”, o to aos movimentos tendenciosos internos
“conhecimento do Filho de Deus” e, conse- da Igreja, num sentido ou no outro, está em
quentemente, o estágio de “varão perfeito à mantermos uma relação viva e autêntica com
medida e estatura completa de Cristo”. A Cristo, mediante o estudo, a oração, e foca-
perfeição cristã não se adquire na teoria da dos na eficácia da Missão. Mantenhamos esta
crença, mas na coerência prática da relação atitude desperta pelo Espírito Santo, sempre
com Deus e com a Sua Palavra. em comunhão com Cristo e com a Sua Igreja!

4
Serviço
CRISTÃO

8€
Livro + Guia
de Estudo

“Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os


em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a
guardar tudo o que vos tenho dito.” Mateus 28:19 e 20.

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VENTOS DE
DOUTRINA


Alberto R. Timm
Diretor-Associado do
Ellen G. White Estate

Retirado da Revista Adventista


brasileira de outubro de 2019.

Conheça cinco crises teológicas, causadas


por visões desequilibradas, que abalaram a
Igreja Adventista do Sétimo Dia.

6 DESCOBRIR » Deus e a Sua Palavra


A história do Cristianismo, em geral, e Creio que estas reflexões podem aju-
da teologia cristã, em particular, tende dar-nos a compreender melhor os de-
a seguir um movimento pendular entre safios atuais, e futuros, da Igreja nestes
dois extremos. De um lado, encontra-se últimos dias da história humana.
a tentação, quase irresistível, da Cultura
contemporânea. Aqueles que se encon- MOVIMENTOS PENDULARES
tram nesse extremo creem que, com o A Igreja Adventista do Sétimo Dia
passar do tempo, a Igreja tem a tendên- sempre enfrentou crises ao longo da sua
cia de se fechar em si mesma e acaba por História, que oscilaram entre o liberalis-
ficar cada vez mais obsoleta e irrelevante mo e o tradicionalismo. Mencionaremos
para o mundo em que vivemos. Usando apenas algumas de maior relevância.
a Cultura contemporânea como ponto A apostasia de D. M. Canright.
de referência, este grupo quer moderni- Uma das mais dramáticas crises Adven-
zar a Igreja, ainda que isso leve ao aban- tistas com ênfase liberal foi gerada por
dono de importantes componentes da Dudley M. Canright (1840-1919), um
identidade doutrinária da Denominação. influente Pastor Adventista que tinha
No outro extremo do movimento sido ordenado em 1865. Caracterizado
pendular estão aqueles que, para evitar por uma forte instabilidade espiritual e
a perda da identidade denominacio- emocional, Canright abandonou defini-
nal, se apegam à tradição eclesiásti- tivamente o Ministério e a Mensagem
ca antiga. Preocupado com a suposta Adventista em 1887, unindo-se à igreja
“modernização” da Igreja, este grupo Batista de Otsego, no Michigan.
procura resgatar e preservar os ensinos No seu livro Seventh-day Adventist
e o estilo de vida dos Pioneiros. Com- Renounced [O Adventismo do Sétimo Dia
ponentes bíblicas e tradições não-bí- Renunciado], Kalamazoo Publishing
blicas passam a ser usadas para medir Co., 1888, e Fleming H. Revell, 1889,
a espiritualidade dos demais. Os que Canright rejeitou a Mensagem Adven-
seguem tais tradições são considera- tista, incluindo (1) a teologia do San-
dos bons Cristãos, enquanto os que tuário; (2) a interpretação Adventista
não as seguem são vistos como estan- das três mensagens angélicas; (3) a va-
do em apostasia espiritual. lidade do Decálogo e do Sábado; (4) o
Este fenómeno pode ser observa-
do tanto na história do Cristianismo
ao longo dos séculos, como na traje- A Igreja Adventista
tória histórica da Igreja Adventista do Sétimo Dia sempre
do Sétimo Dia. Neste artigo, consi-
deraremos alguns exemplos deste fe-
enfrentou crises ao
nómeno, colocando-se a ênfase nas longo da sua História,
suas implicações. O objetivo é identi- que oscilaram entre
ficar e descrever algumas tendências,
o liberalismo e o
sem avaliar o grau de sinceridade das
pessoas envolvidas (Mateus 7:1, 20). tradicionalismo.
AGOSTO 2020 | RA 7
Dudley M. Canright; Uriah Smith; George I. Butler; A. T. Jones; e E. J. Waggoner. Fotografias: centrowhite.org.br

estado de inconsciência do ser humano a sua identidade, rejeitando os postu-


na morte; e (5) o dom profético de El- lados deste dissidente. As mais impor-
len G. White. Esta última foi acusada tantes respostas às críticas de Canright
por ele de plágio, de erros doutrinários foram publicadas no livro de William
e de enriquecer ilicitamente com os H. Branson, intitulado In Defense of the
seus escritos. Canright tornou-se num Faith [Em Defesa da Fé], Review and
dos mais influentes dissidentes do Ad- Herald, 1933. Neste livro, o autor per-
ventismo, forjando, em grande parte, o mite que o próprio Canright responda
pensamento da maioria dos críticos do a si mesmo, valendo-se dos argumentos
Adventismo que lhe sucederam. que ele tinha usado em artigos e livros
Se a Igreja tivesse aceitado as publicados antes da sua apostasia para
propostas de Canright, teria perdido defender a Mensagem Adventista. As
a sua identidade profética, e ter-se-ia críticas levantadas por Canright contra
tornado apenas mais uma Denomina- Ellen G. White foram respondidas por
ção evangélica. Mas a Igreja manteve Francis D. Nichol, em Ellen G. White
and Her Critics [Ellen G. White e os Seus
Críticos], Review and Herald, 1951.
Se a Igreja tivesse A crise de Minneapolis (1888). Em
aceitado as propostas de contraste com a postura liberal de Can-
Canright, teria perdido a right, a crise de Minneapolis, em 1888,
foi gerada, em grande parte, pelas ten-
sua identidade profética, dências tradicionalistas de Uriah Smith e
e ter-se-ia tornado apenas George I. Butler. Existia uma forte ênfa-
se apologética entre Pastores e membros
mais uma Denominação Adventistas. Ellen G. White chegou a
evangélica. advertir: “Como um povo, pregámos a

8
Lei até nos tornarmos tão áridos como tros ou indecisos sobre o assunto. Nos
os Montes de Gilboa, que não tinham anos que se seguiram, Ellen G. Whi-
nem orvalho, nem chuva” (Review and te, A. T. Jones e E. J. Waggoner con-
Herald, 11 de março de 1890). Ela insis- tinuaram a enfatizar a natureza cris-
tia que se devia pregar Cristo na Lei. tocêntrica da Mensagem Adventista.
A partir de 1886, A. T. Jones e Ellen G. White enaltecia “os incom-
E. J. Waggoner começaram a enfati- paráveis encantos de Cristo” (Conselhos
zar, nas páginas da revista Signs of the sobre Mordomia, p. 298) e “a verdade
Times, a doutrina da justificação pela tal como é em Jesus” (Evangelismo,
fé. Mas essa nova ênfase deparou-se p. 189). Se a Igreja Adventista do Sé-
com uma forte oposição de George I. timo Dia tivesse seguido o tradiciona-
Butler e Uriah Smith, cuja compreen- lismo de Smith e Butler, teria perdido
são mais legalista da salvação era vei- muito da ênfase cristocêntrica que ca-
culada na revista Review and Herald. racteriza a Mensagem Adventista.
A tensão entre os dois grupos acabou
por culminar na Assembleia Geral da Se a Igreja Adventista
Conferência Geral em Minneapolis,
no Minnesota, em 1888. Houve mui-
do Sétimo Dia tivesse
ta discussão, mas não foi tomado ne- seguido o tradicionalismo
nhum voto aceitando ou rejeitando a
de Smith e Butler,
mensagem da justificação pela fé.
Os delegados da Assembleia dei- teria perdido muito da
xaram Minneapolis divididos entre: ênfase cristocêntrica que
(1) os que alegremente aceitaram esta
mensagem; (2) os que a ela se opuse-
caracteriza a Mensagem
ram; e (3) os que permaneceram neu- Adventista.
AGOSTO 2020 | RA 9
John H. Kellogg e M. L. Andreasen. Fotografias: centrowhite.org.br

A crise panteísta de John H. Kellogg. onde Deus está, e Deus está em todos os
Outra forte crise teológica liberal foi ge- lugares – na relva, nas árvores, em toda
rada no início do século XX pelas ideias a Criação”.
panteístas do Doutor John H. Kellogg As ideias panteístas de Kellogg
(1852-1943). Tendo construído uma obtiveram a sua mais importante ex-
brilhante carreira médica, ele foi-se dis- pressão na sua obra The Living Temple
tanciando, eclesiástica e teologicamente, (O Templo Vivo), escrita com o objetivo
da Igreja Adventista do Sétimo Dia, de prover fundos para a reconstrução
(1) assumindo o controlo do Sanató- do Sanatório de Battle Creek, que ti-
rio de Battle Creek e (2) infiltrando as nha sido destruído pelo incêndio de 18
suas ideias panteístas na Denominação. de fevereiro de 1902. Os preparativos
A noção da transcendência de Deus (o para a publicação da obra pela Review
Criador como um ser pessoal separado and Herald acarretaram, de acordo com
da Criação) foi sendo gradualmente Ellen G. White, os juízos divinos sobre
obliterada na mente de Kellogg na me- a Editora, que também foi completa-
dida em que enfatizou desmedidamente mente destruída por um incêndio no
a imanência de Deus (a Divindade como dia 30 de dezembro de 1902. A despei-
um ser omnipresente). Kellogg cria que to destes sinistros, Kellogg continuou
Deus estava nele, fazendo com que to- a disseminar as suas teorias panteístas
dos os seus atos pessoais fossem atos nos círculos de Battle Creek, fazendo
criativos divinos. A presença de Deus de E. J. Waggoner um dos seus mais
era descrita como estando no ar que res- notáveis discípulos.
piramos, na luz do Sol, na erva, nas ár- Ellen G. White advertiu reiteradas
vores, nas plantas, por todo o lado. Além vezes contra as teorias liberais panteís-
disso, a literalidade do Céu era negada tas de Kellogg. Por exemplo, em 1904,
através da alegação de que “o Céu está ela declarou: “Tenho-me preocupado

10
com possíveis mal-entendidos a respei- e no Santuário celestial Ele apenas
to da minha posição sobre o livro The aplica os méritos dessa expiação. Para
Living Temple. Este livro contém de- M. L. Andreasen (autor do livro O Ri-
clarações equivocadas e jamais deveria tual do Santuário), estas posições teo-
ter sido publicado. Nele encontram-se lógicas conduziam à apostasia da fé
as bases da teoria que, se levadas às histórica do Adventismo. As suas críti-
suas conclusões lógicas, destruiriam a cas foram difundidas inicialmente por
confiança no tema do Santuário e na meio de uma série de nove cartas circu-
Expiação. Não creio que o Dr. Kellogg lares intituladas The Atonement (A Ex-
tenha percebido isto claramente” (Car- piação), enviadas a muitos Pastores nos
ta 33, 1904). Sem se reconciliar com a Estados Unidos da América, e depois
Igreja, Kellogg foi eliminado do rol de em seis Letters to the Churches (Cartas às
membros da Denominação em 1907. Igrejas), enviadas diretamente às igrejas.
As acusações de M. L. Andreasen. Diante da belicosidade de An-
Uma das mais acirradas e duradouras dreasen, a liderança da Igreja decidiu
controvérsias doutrinárias foi alimen- retirar o livro Questions on Doctrine de
tada pela postura tradicionalista de circulação e, em 1961, suspendeu a cre-
M. L. Andreasen (1876-1962) em re- dencial ministerial dele. Pouco antes da
lação ao conteúdo do livro Questions on sua morte, ele reconciliou-se com os
Doctrine (Review and Herald, 1957), líderes que tinha acusado e a sua cre-
publicado em português sob o título dencial ministerial foi-lhe devolvida
Questões sobre Doutrina (Casa Publica- postumamente. As críticas de Andrea-
dora Brasileira, 2009). A obra reuniu sen continuam a ser ecoadas ainda hoje
respostas de alguns líderes Adventistas pelos Ministérios Independentes com
(LeRoy E. Froom, W. E. Read e Roy Al- tendências perfecionistas.
lan Anderson) às perguntas de Pastores A crise de Desmond Ford. Outra
evangélicos (Walter R. Martin, George crise Adventista de natureza liberal foi
E. Cannon e Donald G. Barnhouse) so- nutrida pelo teólogo australiano Des-
bre as crenças Adventistas. Organizada mond Ford (1929-2019). Para ele, a jus-
pela Associação Ministerial da Confe- tificação pela fé era apenas “forense”, ou
rência Geral e com ampla distribuição, a seja, no momento da conversão, Deus
obra passou a ser o alvo de fortes críticas
por Andreasen e pelos seus aliados com
tendências perfecionistas.
As críticas de
Nos seus diálogos com os Evan- Andreasen continuam
gélicos, os líderes Adventistas do Sé- a ser ecoadas ainda
timo Dia afirmaram que a Igreja cria
que (1) a natureza de Cristo durante a hoje pelos Ministérios
incarnação era semelhante à de Adão Independentes com
antes da Queda, sem propensão para o
pecado, e que (2) a expiação pelo peca-
tendências
do foi completada por Cristo na cruz, perfecionistas.
AGOSTO 2020 | RA 11
simplesmente declara-nos justos (cf. temas correlacionados. Isto desenca-
Romanos 5:1; Colossenses 1:13 e 14). O deou uma enorme produção literária,
assunto foi discutido numa conferência em termos de teses de Doutoramen-
em Palmdale, na Califórnia, em 1976, to, livros e artigos, que confirmaram
com a participação dele e de outros teó- e aprofundaram a base bíblica deste
logos Adventistas. Mas Ford continuou tema fundamental da fé Adventista.
a nutrir a sua teoria de uma justificação
pela fé apenas forense, o que o levou a GLOBALIZAÇÃO FINAL DAS CRISES
rejeitar finalmente a doutrina Adventis- Deus tem permitido que surjam crises
ta do Santuário, especialmente o aspeto dentro da Igreja para (1) confiarmos
do Juízo Investigativo pré-Advento. na liderança divina do Movimento
Numa monografia de quase mil Adventista; (2) para nos apegarmos
páginas, intitulada Daniel 8:14, the Day mais a Deus e à Sua Palavra; e (3) para
of Atonement and the Investigative Judg- que os dissidentes definam claramente
ment (Daniel 8:14, o Dia da Expiação a sua posição. Ellen G. White adver-
e o Juízo Investigativo), Ford negava te: “O facto de não haver controvérsias
(1) a validade do princípio “dia-ano” ou agitações entre o povo de Deus não
de interpretação profética; (2) o con- deveria ser olhado como prova con-
ceito da contaminação do Santuário clusiva de que todos estão a manter
celestial pelos pecados dos santos; (3) a com firmeza a sã Doutrina. [...] Deus
tradução do termo hebraico nistaq, em despertará o Seu povo; se outros meios
Daniel 8:14, como “purificar”; e (4) a falharem, serão introduzidos entre eles
autoridade profética dos escritos de El- heresias, as quais os hão de peneirar,
len G. White. O conteúdo da referida separando a palha do trigo” (Testemu-
monografia foi analisado criticamente nhos para a Igreja, vol. 5, p. 707).
por 114 teólogos e administradores Se, no passado, as crises eram su-
Adventistas, representando o campo cessivas e mais localizadas, antes do re-
mundial, numa reunião de estudo, na gresso de Cristo elas serão simultâneas
sede do Acampamento Adventista de e mais globalizadas. Em 1882, Ellen G.
Glacier View, no Colorado, em agosto White escreveu: “Estão rapidamente a
de 1980. Mesmo em face de todas as aproximar-se dias em que haverá gran-
evidências bíblicas contrárias aos seus de perplexidade e confusão. Satanás,
postulados, Ford não abriu mão deles. trajado com vestes angelicais, enganará,
A crise de Ford teve consequên- se possível, os próprios escolhidos. Ha-
cias negativas e positivas. Por um lado, verá muitos deuses e muitos senhores.
ele e vários dos seus seguidores aca- Soprará todo o vento de Doutrina. [...]
baram por deixar o Ministério Ad- Não está longe o tempo em que a pro-
ventista e a própria Igreja. Por outro va envolverá todos” (Testemunhos para a
lado, as suas críticas desafiaram muitos Igreja, vol. 5, pp. 80 e 81). E isto está a
teólogos Adventistas a realizarem um cumprir-se nos nossos dias!
estudo mais profundo da base bíblica No mundo pré-Internet, as dis-
da doutrina do Santuário e de outros torções doutrinárias e as críticas à li-

12
“Deus despertará o Seu povo; se outros meios
falharem, serão introduzidos entre eles heresias, as
quais os hão de peneirar, separando a palha do trigo.”
– Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 707.

derança da Denominação tinham uma nossos dias (ver II Timóteo 4:1-5). A


circulação mais limitada, sendo difun- Igreja Adventista do Sétimo Dia en-
didas oralmente e através da Impren- frentou várias crises ao longo da sua
sa. Porém, com a popularização da In- História, que oscilaram entre o libera-
ternet, elas receberam novo impulso, lismo e o tradicionalismo. Mas Deus
estando hoje disponíveis num âmbito conduziu a Sua Igreja em segurança
global tanto para Adventistas como no passado, e, certamente, também o
para não-Adventistas. fará no futuro. Ellen G. White asse-
Muitas das crises do passado que gura: “Não há nenhuma necessidade
já tinham sido superadas estão a res- de duvidar, de estar temeroso de que
surgir hoje com maior intensidade, a Obra não será bem-sucedida. Deus
numa época em que muitos novos (e está à testa da Obra, e porá tudo em
indefesos) conversos estão a ingressar ordem. Caso haja coisas a necessitar
na Igreja sem conhecimento suficien- de serem ajustadas na direção da Obra,
te para responder a tais desafios. Em Deus atenderá a isso, e trabalhará para
muitos casos, as distorções acabam por endireitar todo o erro. Tenhamos fé de
chegar antes das interpretações corre- que Deus vai conduzir a nobre nau que
tas e equilibradas. As nossas famílias e transporta o Seu povo, em segurança,
as nossas igrejas necessitam de voltar para o porto” (Mensagens Escolhidas,
a ser núcleos de estudo da Bíblia, para vol. 2, p. 390). Que Deus nos ajude a
enfrentarmos os grandes desafios dos confiarmos na Sua infalível liderança!

AGOSTO 2020 | RA 13
Quando Hiram Edson e um companheiro Millerita
estavam a passar por um campo cultivado, ocorreu-lhe
com grande clareza que no dia anterior, 22 de
outubro, em vez de vir purificar a Terra, Jesus, o nosso
Sumo-Sacerdote, entrou, pela primeira vez, no Lugar
Santíssimo do Santuário celeste.


Jud Lake
Historiador

Retirado da Adventist Review


de outubro de 2018.

O CORAÇÃO
DA TEOLOGIA
ADVENTISTA
14
Estávamos em 22 de outubro de 1844,
e milhares de Milleritas perscrutavam o
céu em busca de um sinal da vinda de
Jesus. William Miller tinha ensinado,
a partir do texto-chave “Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs e o santuário
será purificado” (Daniel 8:14), que o
Santuário era a Terra, que seria purifica-
da pelo fogo na Segunda Vinda de Jesus.

ABATIDOS, MAS NÃO DESTRUÍDOS!


Durante todo aquele dia inesquecível,
os crentes esperaram pelo fogo puri-
ficador; no entanto, para seu grande
desapontamento, nunca chegaram a
ver as chamas: Jesus não voltou! “O
que aconteceu?”, interrogaram-se eles.
No rescaldo confuso, alguns dos santos
desapontados sabiam que não deviam
duvidar da correção dos seus cálculos
históricos. Assim, decidiram descobrir
respostas bíblicas que explicassem o
que tinha acontecido em 22 de outubro
de 1844. Este grupo de pesquisadores
da verdade, crentes na Bíblia, acabaria
por constituir a Igreja Adventista do
Sétimo Dia na década de 1860.
A sua investigação começou no
dia seguinte ao Desapontamento. Hi-
ram Edson, um lavrador Metodista re-
sidente em Port Gibson, Nova Iorque,
“chorou e chorou, até que o dia ama-
nheceu”, por Jesus não ter regressado.
Na manhã após o Desapontamento, ele
e vários amigos passaram alguns mo-
mentos em oração no seu celeiro, e en-
contraram coragem para partilhar a sua
esperança com outros. Segundo o seu
próprio relato manuscrito, quando ele
e um companheiro Millerita estavam a
passar por um campo cultivado, ocor-
reu-lhe com grande clareza que no dia

AGOSTO 2020 | RA 15
O estudo combinado de tais da Doutrina que se tornaria num
Edson, Crosier e Hann pilar principal da teologia Adventista
do Sétimo Dia. No coração das suas
estabeleceu os princípios conclusões estava a realidade do San-
fundamentais da tuário celestial e a sua purificação por
sangue, em vez da teoria ensinada por
Doutrina que se tornaria William Miller a respeito da purifica-
num pilar principal da ção da Terra pelo fogo. Além do mais,
teologia Adventista do tal como os sacerdotes terrenos tinham
um Ministério dividido em duas fases
Sétimo Dia. no Santuário terrestre, também Cris-
to tinha um Ministério em duas fases
anterior, 22 de outubro, em vez de vir no Santuário celeste. A primeira fase
purificar a Terra, Jesus, o nosso Sumo- começou no Lugar Santo, após a Sua
-Sacerdote, entrou, pela primeira vez, ascensão, enquanto a segunda fase teve
no Lugar Santíssimo do Santuário ce- início a 22 de outubro de 1844, quando
leste. Ele começou, assim, uma obra ali, Ele Se mudou do primeiro recinto do
que teria que ser completada antes de Santuário celeste para o segundo recin-
Ele regressar à Terra. Esta nova intui- to. A primeira fase do Ministério de
ção tornou-se num tópico de vigorosa Cristo focava-se no perdão, enquanto a
discussão entre Edson e os seus amigos segunda fase envolvia a eliminação dos
crentes, F. B. Hann, um médico, e O. R. pecados e a purificação do Santuário.
L. Crosier, um pregador e editor. Cristo não regressaria até que
Durante o ano seguinte, este trio completasse a Sua obra no segundo
colaborou na realização de um estudo recinto do Santuário. Daí em diante,
detalhado da Bíblia sobre o tema do o foco estava posto no Ministério Su-
Santuário, focando-se em livros como mo-Sacerdotal de Cristo no Céu.
Hebreus, Levítico, Daniel e Apocalipse.
Por volta do início de 1846, a sua posi- AVANÇANDO JUNTOS
ção tinha amadurecido e fornecia uma De 1848 a 1850, grupos de Adventistas
resposta sobre aquilo que tinha ocorrido Sabatistas reuniram-se no que, mais tar-
em 22 de outubro de 1844 e acerca do de, foram chamadas as “Reuniões sobre
Santuário que necessitava de purifica- o Sábado”, nas quais estabeleceram os
ção. A 7 de fevereiro de 1846, Enoch Ja- pilares da sua fé, sendo estes maravilho-
cobs publicou as descobertas de Edson samente integrados através da Doutrina
e dos seus amigos no jornal Day-Star sobre Cristo no Santuário celeste. Nos
Extra, com o título “A Lei de Moisés”.1 fins da década de 1840, eles estavam de
Este artigo foi um importante acordo quanto à natureza do Santuário
marco no início da história da Igreja e vieram a clarificar ainda mais o signi-
Adventista do Sétimo Dia. O estudo ficado da “purificação do Santuário” ao
combinado de Edson, Crosier e Hann longo das décadas seguintes. Duran-
estabeleceu os princípios fundamen- te este período de tempo, Elon Everts

16
propôs, pela primeira vez, a ideia da Este tempo de apagamento dos pecados
existência de um “Juízo Investigativo” não é “o tempo em que eles serão per-
envolvendo os justos falecidos. “Eu creio doados”. Em vez disso, “devemos olhar
solenemente”, escreveu ele na Review para o grande Dia das Expiações como
and Herald de 1 de janeiro de 1857, “que o tempo em que Jesus oferece o Seu
o Juízo tem estado em curso no Santuá- sangue para apagamento dos pecados. É
rio celeste desde 1844, e que esse Juízo no tempo da purificação do Santuário”.3
[...] tem abrangido os justos falecidos”.2 Esta purificação do Santuário ce-
Passado menos de um mês, Ja- leste envolvia a purificação do registo
mes White usou o mesmo termo. Ele do pecado, segundo o pioneiro Goo-
escreveu que tanto os ímpios como os dloe Harper Bell, em 1878.4 Assim, no
justos “serão julgados antes de serem
ressuscitados de entre os mortos. O Juí- Cristo não regressaria
zo Investigativo da Casa, ou Igreja, de
Deus decorrerá antes da primeira res-
até que completasse a Sua
surreição; do mesmo modo, o Juízo dos obra no segundo recinto
ímpios terá lugar durante os 1000 anos
citados em Apocalipse 20, e eles serão
do Santuário. Daí em
ressuscitados no termo desse período”. diante, o foco estava
Ele explicou ainda que, no grande Dia posto no Ministério
das Expiações, em curso desde 1844, “os
pecados de todos os que participarão na Sumo-Sacerdotal de
primeira ressurreição serão apagados”. Cristo no Céu.
AGOSTO 2020 | RA 17
final do século XIX, havia um acordo do, para confirmar a importância do
básico sobre diversos pontos funda- assunto que eles estavam a estudar.
mentais: o Juízo começou em 22 de ou- Há alguns anos, Paul Gordon, an-
tubro de 1844, e, portanto, ocorre antes tigo Diretor do Ellen G. White Estate,
da Segunda Vinda de Cristo. Esse Juí- reuniu num só volume todos os artigos
zo tem a natureza de uma investigação; relacionados com o Santuário que foram
inclui os justos; envolve a purificação publicados em publicações Adventistas
dos registos dos pecados; e Cristo está entre 1846 e 1905 (mais de quatrocen-
no seu centro. Os Adventistas iriam ex- tos artigos). Uma leitura cuidadosa deste
pandir e desenvolver estes conceitos no documento, com 1007 páginas, revela
século XX, e para além dele. como o processo de firmar, desenvolver
e clarificar a Doutrina do Santuário foi
VISÕES E CONTESTATÁRIOS sempre o resultado da exploração e da
Ellen G. White teve, pelo menos, onze explicação da verdade bíblica.5
visões sobre o tema do Santuário en- No entanto, desde o início, tem
tre os anos de 1844 e 1851; visões que havido detratores da Doutrina do San-
funcionaram mais como confirmação tuário, como D. M. Canright, Albion
do que como iniciação da discussão. Fox Ballenger, Louis Richard Conradi
A Bíblia foi sempre a autoridade para e, mais recentemente, Desmond Ford
que se apelou durante o estudo dou- e Dale Ratzlaff.
trinário sobre o Santuário. As visões O mais erudito e influente de to-
de Ellen G. White serviram, sobretu- dos estes foi Ford, cujas preocupações

A Doutrina do Santuário celeste, incluindo o Juízo


Investigativo pré-Advento, tem sido, e continuará a ser,
o coração da teologia Adventista.

18
espelhavam questões semelhantes às damentais daqueles que primeiro des-
dos anteriores detratores. Em agosto de bravaram as Escrituras, de formas que
1980, ele apresentou as suas conclusões fortalecem a fé na Palavra inspirada de
numa reunião de administradores e de Deus e aprofundam o nosso amor por
académicos da Igreja, ocorrida em Gla- Cristo, o foco da Doutrina, o centro da
cier View, no Colorado. A edição de nossa convicção e o clímax da nossa
outubro de 1980 da Revista Ministry, esperança.8 A Doutrina do Santuário
um número especial, fornece um sumá- celeste, incluindo o Juízo Investigativo
rio minucioso deste evento, incluindo o pré-Advento, tem sido, e continuará a
contexto, o procedimento, os argumen- ser, o coração da teologia Adventista.9
tos e os contra-argumentos e, mesmo,
a correspondência relevante trocada
entre as partes envolvidas. Embora as 1
O. R. L. Crosier. “The Law of Moses”,
suas principais posições tenham sido Day-Star Extra, 7 de fevereiro de 1846.

achadas nada persuasivas, e ele tenha 2


Elon Everts, “Communication from
perdido as suas credenciais ministeriais, Bro. Everts”, Review and Herald, 1 de
janeiro de 1857.
o benefício do desafio lançado por Ford 3
James White, “The Judgement”,
foi o facto de ele ter levado os acadé- Review and Herald, 29 de janeiro
micos Adventistas a aprofundar o estu- de 1857.
4
do das Escrituras, o que resultou num Goodloe H. Bell, “The Cleansing of
the Heavenly Sanctuary, Continued”,
acréscimo de crítica compreensão sobre Review and Herald, 12 de dezembro
o tema do Santuário e do Juízo. de 1878.
5
Paul Gordon, “Pioneer Articles on the
Sanctuary, Daniel 8:14, the Judgement,
CRESCER NA GRAÇA 2300 Days, Year-Day Principle, Atone-
ment: 1846-1905” (Silver Spring, MD:
Desde o início da década de 1980, o Ellen G. White Estate, 1983).
Juízo de 1844 tem recebido uma sig- 6
Veja, por exemplo, o conjunto de sete
nificativa atenção em publicações de volumes da Comissão sobre Daniel
e Apocalipse, em www.adventist-
académicos Adventistas do Sétimo biblicalresearch.org/shop; Frank
Dia.6 Construindo sobre os cuidadosos Holbrook, The Atoning Priesthood of
Jesus Christ (Berrien Springs, Mich.:
fundamentos lançados pelos Pioneiros, Adventist Theological Society Publi-
cations, 1996); Roy E. Gane, Who’s
estes académicos abriram novas pers- Afraid of the Judgement? (Nampa,
Ida.: Pacific Press, 2006.)
petivas e descobriram novas profundi- 7
dades a partir dos dados bíblicos sobre Veja Gerhard F. Hasel, “Divine
Judgment”, in Raoul Dederen, ed.,
o Ministério de Cristo no Céu. Elas in- Handbook of Seventh-day Adventist
Theology (Hagerstown, MD: Review
cluem o reconhecimento emocionante and Herald, 2000), p. 834.
e acalentador de que o veredicto do 8
Veja Richard Davidson, A Song for the
Juízo pré-Advento favorece os justos Sanctuary, manual sobre a Doutrina
do Santuário para o Ensino Superior a
(Daniel 7:22).7 Os académicos de hoje aparecer brevemente, comissionado
pelo Instituto de Pesquisa Bíblica da
continuam a apresentar estas novas Conferência Geral.
ideias obtidas a partir do seu meticulo- 9
Veja Roy Adams, The Sanctuary
so estudo da Bíblia. As suas descobertas Doctrine: Understanding the Heart of
Adventist Theology (Hagerstown, MD:
servem para validar as conclusões fun- Review and Herald, 1993).

AGOSTO 2020 | RA 19
A Igreja existe para congregar os
Discípulos, para adorar Deus e servi-l’O
no cumprimento da Missão. Não podemos
distrair-nos neste momento sobre a razão
de ser da Igreja.

O MILAGRE DO
DISCIPULADO


António Amorim
Presidente da UPASD

Texto-base da pregação realiza-


da nas Assembleias Espirituais
de junho de 2020.

20 DESENVOLVER » Aptidões e Relacionamentos


A Igreja em Portugal, e no mundo, nível pessoal, familiar, eclesiástico e,
encontra-se em desconfinamento mesmo, a nível da União. Algumas
progressivo. No sábado 6 de junho, questões de fundo destacam-se para
25 igrejas tinham já reaberto as suas nossa reflexão:
portas ao público, apesar dos gran- – Como podemos continuar a
des condicionalismos. Infelizmen- ser Igreja, mesmo quando não temos
te, a doença Covid-19 também é acesso aos templos?
uma realidade no nosso meio, com – Como posso continuar a ser
38 casos conhecidos. Lamentamos um membro ativo do corpo eclesiásti-
a morte de três membros de Igreja co que é a Igreja, mesmo quando não
e oramos para que o Senhor con- posso congregar-me?
sole os familiares. Agradecemos a – Como posso ser um Discípulo
Deus pela recuperação dos restantes que faz Discípulos, mesmo que não
doentes. Até ao momento, não ti- tenha acesso ao templo?
vemos casos nem nos nossos Lares Se encontrarmos as respostas
para Pessoas Idosas nem nas nossas certas para estas questões, poderemos
escolas. Agradecemos a Deus pela então permitir que o Senhor trans-
Sua proteção. Agradeço também forme, durante esta crise pandémica,
pela compreensão e pela colabora- a nossa mentalidade eclesiástica, para
ção dos parceiros na gestão desta adquirirmos a visão correta do Dis-
crise, como a Comissão Técnica que cipulado.
dá apoio ao Departamento de Saúde Não podemos falar de Discipu-
e Temperança, e agradeço aos Mi- lado sem falar do Plano do Mestre,
nistros do Culto e aos membros de Jesus Cristo. Para Jesus, o objetivo
Igreja pelo alto sentido de responsa- do Discipulado vinha imediatamen-
bilidade cívica, pelo amor fraterno e te depois do Seu objetivo de salvar a
pela solidariedade institucional que Humanidade. Jesus estruturou o Seu
têm demonstrado. Plano de Ação no Discipulado ao
Nesta fase de reabertura das igre- escolher doze Discípulos, porque o
jas, não podemos perder de vista a Discipulado dá continuidade ao Seu
razão de ser da Igreja. A Igreja exis- objetivo de Salvação. Para Jesus Cris-
te para congregar os Discípulos, para to, o Discipulado era tão importante
adorar Deus e servi-l’O no cumpri- que Ele realizou um milagre especial
mento da Missão. Não podemos dis- para ensinar, através dele, o que é ser
trair-nos neste momento sobre a razão Seu Discípulo. Esse milagre está en-
de ser da Igreja. volto em enigmas, para obrigar a uma
reflexão profunda. Qual é o “Milagre
INTRODUÇÃO do Discipulado”?
A situação em que, ainda, vivemos, Para descobrirmos a lição do
marcada pelos efeitos da crise da Co- “Milagre do Discipulado”, precisamos
vid-19, faz-nos repensar a forma como de construir um puzzle, com três gran-
temos vivido a orgânica da Igreja, a des peças.

AGOSTO 2020 | RA 21
Para Jesus, o objetivo
do Discipulado vinha
imediatamente depois
do Seu objetivo de
salvar a Humanidade.

1. O ENIGMA: PASSEIOS SOBRE ÁGUAS num acontecimento em que eles par-


TEMPESTUOSAS (MARCOS 6:45-52) ticiparam ativamente. As condições
A primeira peça deste puzzle do “Mi- pareciam estar reunidas para a afir-
lagre do Discipulado” é a narrativa da mação do Reino de Jesus Cristo, onde
tempestade, quando Pedro caminhou os Discípulos ocupariam lugares de
sobre as águas juntamente com Jesus. destaque. As suas agendas não eram
Vamos analisar a explanação do coincidentes com a agenda do Mestre.
enigma contido nesta narrativa: O uso da palavra “obrigar” revela a
a) Logo depois do milagre da mul- importância do que estava para aconte-
tiplicação dos pães, Jesus obrigou os cer. Jesus iria ensinar, de maneira vívi-
Seus Discípulos a entrarem no barco. da, a lição fundamental do Discipulado.
Esta é a única vez em que esta pa- Mostra também o objetivo fundamen-
lavra é utilizada no Novo Testamen- tal da ordem de Jesus Cristo: passar
to (anangkazo), e significa “compelir adiante, permanecendo juntos, para
veementemente”, “insistir de forma preparar a chegada do Mestre.
diretiva”, “forçar”, “obrigar”. Sim, Jesus A lição que os Discípulos iriam
obrigou os Seus Discípulos a continua- aprender naquela tempestade seria tão
rem a Missão que lhes tinha concedido. importante que Jesus Cristo ficou no
Eles ficaram contrariados, porque Monte a orar por eles. Na Sua oração,
queriam viver aquele que parecia ser o Seu espírito estava com os Discípu-
o momento da Apoteose Messiânica, los. No final da terceira vigília da noi-

22
te, perto da quarta vigília, ou seja, por o Salvador veio imediatamente ao seu
volta das três da manhã, o que via Je- encontro, segurando-lhe a mão. Ago-
sus em espírito, durante a Sua oração? ra, com a sua mão na mão de Cristo, o
b) Jesus viu uma forte tempes- Discípulo era um com o Mestre, forte
tade que impedia o barco dos Seus e seguro na fé. Aquela grande fé que
Discípulos de avançar, e que punha lhe permitiu caminhar sobre as águas
em perigo a vida deles. Os Discípulos revoltas, indo em direção a Jesus Cris-
estavam com as suas forças esgotadas to, tinha-se revelado uma pouca fé,
e não conseguiam coordenar esforços porque não foi perseverante. Porém,
para avançarem segundo a ordem de o Mestre compensou esta fraqueza, ao
Jesus. Jesus decidiu, então, aproximar- segurar a mão fraca da fé do Discípulo.
-Se deles, caminhando sobre as águas d) Quando Jesus entrou no barco,
revoltas. As águas turbulentas e os para estar com os Discípulos, o vento
ventos contrários, que impediam os acalmou. Sem uma ordem, sem uma
Discípulos de avançarem, constituíam palavra, o vento acalmou quando Jesus
uma passarela para o Mestre. Jesus colocou o Seu pé no barco onde se en-
caminhava de forma determinada em contravam os Seus Discípulos. Nesse
“passar adiante”, ou seja, determinado instante, apesar de os Discípulos adora-
em cumprir a Missão dada aos Discí- rem Cristo como o verdadeiro Filho de
pulos. Eles não estavam a ser eficazes Deus, eles estavam confusos, alarmados
no cumprimento da Missão recebida e perplexos. Por que razão? A resposta
– Missão essa tão fácil de ser cum- é desconcertante e aparentemente des-
prida pelo Mestre, impossível de ser contextualizada. Na conclusão desta
contrariado pelas circunstâncias. Os narrativa, é anunciado um enigma:
Discípulos tiveram medo, mas Jesus Marcos 6:51: “E subiu para o
tranquilizou-os, aproximando-Se com barco para estar com eles, e o vento se
voz mansa e segura, dizendo: “Sou eu, aquietou; e, entre si, ficaram muito as-
não temam!” sombrados e maravilhados, pois não ti-
Sabemos o que se passou de se- nham compreendido o milagre dos pães;
guida por meio da narrativa de Ma- antes, o seu coração estava endurecido.”
teus 14:28-33. Se tivessem compreendido o mi-
c) Pedro teve muita fé para ousar lagre da multiplicação dos pães, o seu
caminhar sobre as águas em direção a coração não estaria endurecido.
Jesus, para O seguir. Mas logo desviou
a sua atenção do Mestre, para olhar
para os outros Discípulos, para olhar Os Discípulos estavam num
para si mesmo, para se focar na tem- estado de perplexidade não
pestade e no perigo da situação. En- pelos acontecimentos vividos
tão, da satisfação própria passou para a
durante esta tempestade, mas
insegurança do medo. Com o medo, a
fé de Pedro esfumou-se e ele começou porque não tinham com-
a afundar-se. Ao clamar por salvação, preendido o milagre dos pães.
AGOSTO 2020 | RA 23
Se tivessem compreendido o 2. JESUS DEU A RESPOSTA IMEDIATA-
milagre dos pães, não estariam nem MENTE A SEGUIR, NA NARRATIVA DA
assombrados nem maravilhados. Es- PREGAÇÃO ACERCA DO PÃO DA VIDA.
tavam nesse estado de perplexidade ESTA É A SEGUNDA PEÇA DO PUZZLE DO
não pelos acontecimentos vividos DISCIPULADO.
durante esta tempestade, mas porque Quando o barquinho chegou ao des-
não tinham compreendido o milagre tino daquela viagem, do outro lado do
dos pães. lago, os que foram alimentados na vés-
Aqui está o enigma: O que tem pera vieram de novo ouvir Jesus. Aguar-
o milagre dos pães a ver com os acon- davam outro milagre da multiplicação
tecimentos passados durante esta tem- dos pães. Em vez de corresponder às
pestade? Qual era a lição do milagre suas orações, Jesus denunciou a hipo-
dos pães que os Discípulos não ti- crisia, o formalismo, a incoerência e os
nham compreendido, e que Jesus interesses egoístas que moviam esta
achou ser fundamental que apren- multidão. O Seu discurso foi fraturan-
dessem, obrigando-os a viverem, de te, de tal modo que muitos deixaram
forma prática, esta experiência tão de O seguir. Por que razão as pessoas
intensa? procuravam ser Discípulos e Discípulas

Quem vem a Cristo para


O assimilar como Pão
da Vida torna-se Seu
Discípulo e tem a Vida
Eterna. Alimenta-se
diariamente de Jesus
Cristo, de forma a
assimilá-l’O no mais
profundo do ser. Assim,
torna-se um com Cristo.

24
de Jesus? Por interesse nos Seus mila- Cristo. Mão na mão, sem nada a sepa-
gres? Para terem uma vida com as car- rar, sem qualquer distanciamento.
gas aligeiradas pelo poder divino? Para Quando Jesus disse ser o Pão da
encontrar segurança? Finalmente, Jesus Vida, todos os Seus Discípulos com-
desfaz o enigma e afirma que Ele é o preenderam que não era suficiente para
Pão do Discipulado: a eficácia da Missão estarem juntos, a
João 6:35-37: “E Jesus lhes disse: esforçarem-se para fazer avançar a Igre-
Eu sou o pão da vida; aquele que vem ja, se Cristo não estivesse no meio deles.
a mim não terá fome; e quem crê em Tampouco seria suficiente estarem jun-
mim nunca terá sede. Mas já vos disse tos para adorar o Filho de Deus, se Jesus
que também vós me vistes e, contudo, não estivesse no seu coração, com eles,
não credes. Todo o que o Pai me dá dentro do barco, e dirigindo a embar-
virá a mim; e o que vem a mim de ma- cação. Quando Jesus entrou no barco, a
neira nenhuma o lançarei fora.” tempestade parou. Agora, voltaram a re-
João 6:47 e 48: “Na verdade, na lembrar o que se passou no milagre dos
verdade vos digo que aquele que crê pães, inserindo a chave do Discipulado:
em mim tem a vida eterna. Eu sou o Jesus é o Pão da Vida Eterna.
pão da vida.”
Aqui está a explicação do que é o 3. O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
Discipulado na dimensão da relação DOS PÃES É O MILAGRE DA LIÇÃO
com Deus através de Jesus Cristo. Está DO DISCIPULADO.
aqui a resposta clara ao enigma do mi- O evangelista Marcos chamou a este
lagre dos pães: Jesus é o Pão – o Pão milagre não “milagre da multiplicação
da Vida Eterna. Quem vem a Cristo dos peixes e dos pães”, como parece-
para O assimilar como Pão da Vida ria ser o mais correto, mas “milagre
torna-se Seu Discípulo e tem a Vida dos pães”. Assim, dá ênfase aos pães,
Eterna. Alimenta-se diariamente de ignorando os peixes. Analisemos este
Jesus Cristo, de forma a assimilá-l’O milagre, em Mateus 14:14-24.
no mais profundo do ser. Assim, tor- No prelúdio deste milagre, Jesus
na-se um com Cristo. deu uma ordem de Missão aos Seus
De repente, os doze Discípulos Discípulos: “dai-lhes de comer.” “Vo-
compreenderam o que se passou na cês são os Meus Discípulos, alimen-
tempestade. tem a Humanidade faminta.” Esta
Pedro compreendeu que, como Missão parecia impossível aos olhos
Discípulo de Jesus Cristo, apenas per- dos Discípulos. Não tinham recursos;
manece salvo, se tiver o seu olhar, o não tinham capacidade para tamanha
seu pensamento, o seu coração, foca- Missão. Não tinham dinheiro; não ti-
dos em Jesus Cristo. Pedro compreen- nham géneros alimentícios. No mo-
deu que apenas conseguiria vencer os mento inicial, nem sequer tinham ain-
obstáculos intransponíveis que a vida da os cinco pães e os dois peixes, que,
apresenta, e manter uma fé estável, se depois, vão ser trazidos. Não tinham
permanecesse um com Cristo, um em absolutamente nada!

AGOSTO 2020 | RA 25
João dá-nos mais uma pista na nos Grupos. Imaginem 5000 homens,
compreensão do “Milagre do Disci- mais as mulheres e as crianças, orga-
pulado”, em João 6:5-9. nizados em grupos de igrejas de 50 e
Filipe fez um orçamento e che- de 100 membros! Talvez uma centena
gou à conclusão de que seriam ne- de igrejas e grupos, como temos em
cessários 200 denários – 200 salários Portugal. Deste modo, os Discípulos
diários – para cumprir aquela Missão. distribuíram os pães e os peixes. Todos
Nos valores de referência do salário se saciaram, e, no final, ainda sobrou,
mínimo atual, seriam necessários, no para cada Discípulo, um cesto cheio
mínimo, 30€ x 200, o que faria 6000€. do milagre de Jesus.
Se considerarmos a diária a 50€, o Não nos esqueçamos da chave des-
valor sobe para 10 000€. A Igreja dos ta lição: Jesus é o Pão da Vida! Jesus é o
Discípulos não tinha esse dinheiro! milagre da Salvação! Jesus é o Pão que
André, um dos Discípulos, obser- Deus dá a cada Discípulo, com a Missão
vador e perspicaz, distinguiu parcos re- de partilhar com a Humanidade.
cursos no lanche de um menino. O Dis-
cípulo André trouxe um menino a Jesus CONCLUSÃO
– um menino disposto a dar o pouco Qual é o foco da lição do Discipulado
que tinha para colaborar na Missão de implícita nos acontecimentos relacio-
alimentar uma multidão. André esta- nados com o milagre dos pães? Realço
va a exercer os Ministérios da Criança, seis pontos importantes:
conduzindo este menino a Jesus, para 1. O Discípulo recebeu a Missão
que ele se tornasse Seu Discípulo e par- dinâmica de entrar no barco do Disci-
ticipasse na Sua Missão. O que tinham pulado e passar adiante, para preparar
agora, com a oferta do menino, era pou- a vinda de Jesus Cristo.
co; mas, nas mãos do Mestre, era o su- 2. Há um imperativo da Missão
ficiente para alimentar aquela multidão para os Discípulos que impele a pas-
– cinco pães e dois peixes. sar adiante, para preparar a chegada de
Jesus aceitou estes parcos recursos Jesus Cristo; ir ao encontro de outros;
e fez o milagre da multiplicação. En- fazer novos Discípulos; ensinando a
tregou, então, este milagre nas mãos Palavra de Jesus, e batizando. Nada
dos Discípulos, para que eles o distri- nos pode distrair, de forma a desviar-
buíssem. Esta era a Missão dos Discí- -nos da ordem de Missão.
pulos – distribuir e partilhar o milagre 3. Para cumprir esta Missão, é
de Jesus – o Pão da Vida! Os Discí- necessário o Discípulo ser um com
pulos organizaram dezenas de Peque- Cristo; permitir que Crista viva no
seu pensamento; ter a mentalidade e a
Esta era a Missão dos visão de Cristo, porque Cristo é o Se-
Discípulos – distribuir nhor pessoal.
4. Para cumprir esta Missão, o
e partilhar o milagre de grupo de Discípulos, que é a Igreja, ne-
Jesus – o Pão da Vida! cessita de ter Cristo entre eles, espelha-

26
do nos seus relacionamentos, nas suas te no cumprimento da Missão? Não
decisões e na sua ação. A Igreja, como desviem o pensamento de Jesus Cristo
embarcação do Discipulado, só pode para vocês mesmos, para a direção da
avançar no cumprimento da Missão, se Igreja, para a tempestade da Covid-19.
Jesus estiver ao leme dos seus planos. Se o fizerem, como Pedro, irão naufra-
5. O Discípulo e a Igreja dos Dis- gar na vossa fé e no cumprimento da
cípulos só podem dar o que têm. Na Missão. Deixem Jesus entrar no vosso
Missão de preparar um povo para a coração, no seio da vossa família e da
Vida Eterna, só podem dar o que re- vossa igreja. Com Cristo ao leme, esta
ceberam do Mestre. embarcação chegará ao seu destino!
6. O Discípulo alimenta-se de Je- Partilhem Jesus Cristo com outros,
sus Cristo, e cresce espiritualmente ao conduzindo-os à Salvação. Jesus pode
envolver-se na Missão de partilhar com contar convosco?!
outros o Pão da Vida. Ao partilhar o Respondam a Cristo neste mo-
dom de Cristo, as bênçãos de Deus são mento, no silêncio do vosso pensamen-
multiplicadas em grande abundância. to. Comprometam-se com Cristo, no
Seu corpo, que é a Sua Igreja, envolvi-
APELO dos na Sua Missão de Discipulado.
O milagre dos pães é o “Milagre do Que esta Assembleia Espiritual,
Discipulado”. O milagre de Cristo par- neste contexto específico, sirva para re-
tilhado pelos Discípulos em Missão. vitalizar a Igreja de Discípulos de Jesus
Estimado irmão, estimada irmã, Cristo, em Portugal, na coerência do
homem, mulher, criança, adolescente, genuíno Discipulado de Missão.
jovem, crentes de todas as idades, estão Que Deus vos abençoe e vos pro-
a ouvir a ordem de Jesus Cristo? Es- teja, e dirija a Sua Igreja em meio a
tão a entrar no barco e a passar adian- águas revoltas!

O milagre dos pães


é o “Milagre do
Discipulado”. O
milagre de Cristo
partilhado pelos
Discípulos em
Missão.

AGOSTO 2020 | RA 27
NÃO IMPORTA
O CUSTO!


Beth Thomas
Escritora freelancer

Retirado da Revista Adventista


brasileira de abril de 2019.

A história de um casal
norte-americano que
deixou tudo para servir
no Irão.

28 DAR » Testemunho da Sua Fé


Incrédula, Florence observou ao seu Aceitar o desafio de
redor. A sua cabana de barro de dois
andares em Maragha, na Pérsia (o atual
ser missionário é um
Irão), era confortável para os padrões compromisso para o resto
locais. Tinha uma cozinha pequena da vida!
com janelas que permitiam a entrada
de uma brisa suave. No primeiro andar,
havia espaço para reuniões, enquanto, aceitavam este desafio naquela época,
no piso superior, mais quatro quartos eles sabiam que o seu compromisso
ofereciam a possibilidade de ativida- era para o resto da vida.
des paralelas. No entanto, ela interro-
gava-se sobre como iria manter limpos VIDA EM FAMÍLIA
o chão e as paredes de barro. Os seus Graças ao correio, a relação entre
olhos humedeceram-se ao lembrar-se Frank e Florence tornou-se séria de-
da sua casa e da sua família. Ela sentia- pois de ele ter partido. Por meio de
-se muito sozinha ali. uma enxurrada de cartas, eles concluí-
Frank Oster, com quem tinha ram que tinham sido feitos um para
acabado de se casar, estava acostu- o outro e que poderiam ser parceiros
mado à vida missionária. Ele já tinha na Missão. Os dois jovens casaram-se
trabalhado no campo missionário du- em Londres, onde moravam os pais de
rante quatro anos. Florence lembra- Florence. Em seguida, o casal embar-
va-se bem do seu primeiro encontro. cou para o Médio Oriente e passou a
Tinham-se sentado um ao lado do lua-de-mel a caminho da Pérsia. Está-
outro na reunião da equipa da mis- vamos no ano de 1913.
são internacional do Professor Harry A introdução do livro To Persia,
Washburn, na Faculdade de Walla With love, um esboço biográfico sobre
Walla, nos Estados Unidos da Améri- o trabalho de Oster, diz o seguinte:
ca. Eles juraram que seriam missioná- “O Islão [...] desde o seu início criou
rios no estrangeiro. Surgiu entre eles um nível de fervor e de lealdade entre
uma amizade casual, até que Frank o seu povo que tem sido visto ape-
partiu para além-mar, em 1909. nas ocasionalmente noutras religiões.
Ele e muitos outros jovens Ad- Tem-se provado que, aqui, talvez seja
ventistas foram escolhidos, no início o maior desafio missionário em todo o
do século XX, para servirem em luga- mundo. Nos primeiros cinquenta anos
res distantes e desconhecidos. Após a do trabalho dos Adventistas do Séti-
Assembleia da Conferência Geral de mo Dia na Pérsia (iniciado em 1911),
1901, um novo impulso foi dado às houve um total de 29 missionários.
missões transculturais. Frank e o seu Frank e Florence Oster trabalharam
amigo Henry Dirksen foram os pri- ali sozinhos durante 11 anos (1914-
meiros missionários Adventistas resi- -1925).”1 No total, Frank trabalhou
dentes a penetrar na Pérsia. Como a no Médio Oriente durante 35 anos;
maioria dos Norte-Americanos que 27 deles no Irão.

AGOSTO 2020 | RA 29
O casal Oster fundou escolas, alimentou
e vestiu órfãos, ministrou a refugiados.
E, pouco a pouco, a Igreja ia crescendo no
Médio Oriente. Uma pessoa de cada vez!

O casal Oster criou um método chegavam as cartas dos Estados Uni-


de trabalho naquele país. Frank reali- dos da América indicando o perío-
zava reuniões de estudo da Bíblia na do de férias na pátria, eles escolhiam
sua casa, usando os materiais da Esco- permanecer no campo missionário.
la Sabatina, enquanto Florence procu- Afinal, após tantos anos de trabalho,
rava estabelecer contactos por meio do a Igreja estava prestes a ganhar vida
ensino e da aprendizagem de idiomas.2 naquele lugar.3 “Não, Frank! A Obra
Ela procurou aprender a língua local, de Deus vai sofrer, se partirmos. Não
usando a Bíblia como manual. Floren- podemos ir agora”, disse, certa vez,
ce reuniu rapidamente um grupo de Florence ao marido.4
meninas do bairro e começou a ensi- O casal Oster fundou escolas, ali-
nar-lhes inglês. Enquanto as meninas mentou e vestiu órfãos, ministrou a
aprendiam o seu idioma, ela praticava refugiados. E, pouco a pouco, a Igreja
o delas, explicando os textos bíblicos ia crescendo no Médio Oriente. Uma
que estavam a ler. Como resultado da pessoa de cada vez! Quando foram
sua habilidade linguística, e da sua transferidos para Istambul, na Tur-
vontade de acolher os seus vizinhos, quia, o trabalho tinha saído da “esta-
algumas meninas começaram a guar- ca zero” para se tornar numa Missão
dar o Sábado. consolidada e estável, com uma equipa
A vida não foi fácil para os Oster. competente formada por funcionários
Eles enfrentaram doenças graves; fu- locais e ocidentais.5
giram de invasores curdos, durante a Finalmente, seguindo ordens
I Guerra Mundial; perderam dois fi- expressas para que deixassem o país
lhos devido à doença; sobreviveram durante a II Guerra Mundial, eles ti-
com recursos limitados; e diariamente veram de voltar para os Estados Uni-
enfrentaram a solidão. Porém, foram dos da América. O trabalho deles no
fiéis no seu posto de dever. Quando Médio Oriente teve pontos altos e

30
Quem tomará a bandeira e seguirá
nos passos dos Pioneiros, realizando,
para Deus, coisas difíceis?

também pontos baixos. Se forem ana- de 1970. A “Obra naquela terra antiga
lisados apenas os números, aparente- permanece inacabada, e os desafios são
mente foi gasto muito tempo e muita ainda maiores do que antes. Como será
energia para resultados tão pequenos.6 terminada a Obra de Deus [...] perma-
nece nas mãos de novos Pioneiros, que
LEGADO DURADOURO trabalhem sob a Providência Divina”.9
Os Oster podem ter sido tentados a Quem tomará a bandeira e seguirá nos
pensar que o seu sacrifício foi em vão; passos dos Pioneiros, realizando, para
contudo, nas páginas finais da história Deus, coisas difíceis?
da sua vida, disseram que nada teriam
feito de diferente. Certa vez, pergun- 1
Kenneth Oster e Dorothy Min-
taram a Florence: “‘O seu fardo foi chin-Comm, To Persia, With Love,
Mountain View, Calif.: Pacific Press,
muito grande? O preço de tudo isto 1980, pp. 9 e 10.
foi muito alto? Teria dedicado a sua 2
vida e os seus talentos a uma causa Advent Review and Sabbath Herald,
7 de agosto de 1952.
melhor?’ A sua resposta foi: ‘Não, mil
3
vezes não’!”7 “Vivendo num compro- To Persia, With Love, p. 69.
metimento com a vontade de Deus 4
durante todos estes anos, [eles viram] Ibidem.

a Sua mão orientadora muitas vezes e 5


To Persia, With Love, p. 160.
[...] sentiram o conforto suavizante do
6
Seu Espírito vezes de mais para dese- Idem, p. 188.
jar que qualquer coisa tivesse sido de 7
Idem, p. 190.
outra forma.”8
A centelha da chama espiritual 8
Ibidem.
acesa pelos Oster foi varrida completa-
9
mente na Revolução Iraniana da década Idem, p. 4.

AGOSTO 2020 | RA 31

António Amorim
Presidente da UPASD

NA “LINHA DA FRENTE”
EM TEMPOS DE PANDEMIA
Como Presidente da UPASD, quero lembrar e honrar
dois grupos queridos à nossa Igreja que estiveram na
“linha da frente”.
No início da crise pandémica provocada pírito de sacrifício maior em esforço de
pela Covid-19, em Portugal, ouvia-se carga laboral. A estes acrescentaram-se,
falar muito daqueles que estavam “na li- depois, os camionistas, os cantoneiros,
nha da frente”. Estes eram os profissio- os polícias... Pessoas e grupos profissio-
nais de Saúde, que arriscavam a sua vida nais que não pararam durante o Estado
em contacto mais direto com pessoas de Emergência, porque não podiam pa-
infetadas, e a quem se lhes pedia um es- rar. Honramos estes profissionais que se

32
expuseram, para assegurar a segurança ritório nacional deram de si mesmos no
e o bem-estar da Sociedade. Sabemos atendimento pessoal de famílias caren-
que muitos outros também não para- ciadas que vivem em situações de grande
ram em variados setores empresariais e stresse e precariedade. Algumas destas
laborais. Como Presidente da UPASD, pessoas manifestavam sintomas preocu-
quero lembrar e honrar dois grupos pantes. Vi voluntários do “Grupo de Ris-
queridos à nossa Igreja que estiveram co” a apoiarem na logística em Matosi-
na “linha da frente”. Esta homenagem nhos, na Póvoa de Santa Iria e no Seixal.
vem na continuidade do que presenciei Os voluntários da ADRA não pararam,
ocularmente na minha digressão pelas porque sentiram o chamado do sofri-
diferentes Regiões Eclesiásticas de Por- mento do próximo e o apelo do Senhor
tugal Continental, durante todo o mês Jesus. Não conseguiram ficar em casa, em
de maio, mês que antecedeu a reabertu- isolamento voluntário, porque sentiam o
ra das igrejas. sofrimento de um maior número de pes-
1. Delegados da ADRA. A ADRA, soas e famílias. Algumas recorreram à
de norte a sul do país, assim como nas ADRA pela primeira vez, buscando um
Ilhas das Regiões Autónomas, não parou apoio desesperado, como testemunhei
durante a pandemia. Pelo contrário, foi na Delegação de Aveiro. O chamado dos
chamada a ter mais serviço a partir do necessitados grita cada vez mais forte,
mês de abril. Os voluntários da ADRA com o aumento do desemprego e com
estiveram, e continuam a estar, na “linha a quebra dos pequenos trabalhos ocasio-
da frente”. Os voluntários do “Grupo de nais. Era preciso mais! Mais voluntários,
Risco” apoiam na retaguarda, com a lo- mais recursos. E o Senhor Jesus fazia esse
gística. Centenas de voluntários no ter- milagre da multiplicação dos alimentos,

AGOSTO 2020 | RA 33
proporcionando mais e mais, através ADRA. Fiquei sensibilizado quando
do Banco Alimentar; da contribuição vi os voluntários não-Adventistas de
de cadeias de distribuição alimentar; Portimão a chamarem o Ministro do
de doações de empresas e particulares, Culto por Pastor. Fiquei a saber que
Adventistas e não-Adventistas. Em al- estavam a ter Estudos Bíblicos com ele,
gumas Delegações, voluntários jovens juntamente com as suas famílias. Nas
não-Adventistas juntaram-se aos volun- reuniões pastorais regionais, constatei
tários regulares, oferecendo a necessária que uma grande maioria dos Pastores
compensação em recursos humanos. Vi continuou a sair para visitar; alguns
esta situação em Portimão e na Figueira para fazerem compras para as pes-
da Foz. Os Escritórios Centrais e a sua soas do “Grupo de Risco”; outros para
Diretora, Dra. Cármen Maciel, desdo- transportarem sacos de alimentos aos
braram-se em esforços de coordenação, necessitados. Alguns destes Ministros
recolha de fundos, acompanhamento de do Culto deveriam estar nas suas casas,
casos especiais trabalhosos e desesperan- pois apresentam doenças crónicas, que
tes. A todos estes corajosos homens e fazem deles pessoas do “Grupo de Ris-
mulheres, Discípulos de Jesus Cristo que co”. Sim, houve também alguns Pasto-
estão na “linha da frente”, o nosso muito res que ficaram nas suas casas. Estes,
obrigado! como os restantes, desdobraram-se em
2. Ministros do Culto. Quase em esforços, para contactarem os membros
todas estas Delegações vi Pastores inte- de Igreja por telefone; estarem em con-
grados no serviço. Reparei que estavam tacto com os Anciãos e a Liderança da
perfeitamente integrados na ação da Igreja. Muitos tiveram de aprender a

34
lidar com a Tecnologia das Redes So- sede firmes e constantes, sempre abun-
ciais, para continuarem a dar Estudos dantes na obra do Senhor, sabendo que
Bíblicos. Homenageio aqui o casal Do- o vosso trabalho não é vão no Senhor.”
lores e Albino Vieira, um jovem Pas- Acredito que muitas centenas, ou, mes-
tor com 80 anos. Este Pastor teve que mo, milhares, de membros de Igreja,
aprender a usar o ZOOM e o Messenger, Discípulos de Jesus Cristo no nosso
para manter contacto com os membros país, também estiveram e continuam
de Igreja e com os interessados. Logo a estar na “linha da frente”, lutando na
depois da reabertura da igreja, em Pon- Missão de Salvação ao lado de Jesus
ta Delgada, batizou duas pessoas, como Cristo. Fazem-no através da sua ativi-
recompensa, dada pelo Senhor Jesus, dade profissional, do seu testemunho e
da sua dedicação à Missão, para a qual do seu serviço abnegado. A ressurreição
Deus chamou este Casal Pastoral. Sim, e a Vida Eterna – este é o alvo da vida
os Ministros do Culto estão na “linha do Cristão. Como Discípulos de Cris-
da frente”. A UPASD honra o esforço to, somos chamados a servir e a envol-
e a dedicação destes Ministros do Cul- ver-nos na Missão. Sejamos “firmes e
to, que continuam na “linha da frente” constantes, sempre abundantes na obra
perante pressões, críticas e riscos. do Senhor”. Sempre na “linha da fren-
As Escrituras Sagradas apelam- te” neste conflito entre o Bem e o Mal,
-nos a servir por amor. Lemos, no versí- ao lado de Jesus Cristo, oferecendo-
culo final do capítulo 15 de I Coríntios, -Lhe as nossas mãos e a nossa palavra.
este que é o “tratado sobre a ressurrei- Sim, “sabendo que o vosso trabalho não
ção”: “Portanto, meus amados irmãos, é vão no Senhor”!

AGOSTO 2020 | RA 35
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Deus quer fazer algo de muito importante na nossa vida. Não deseja
apenas ter um relacionamento profundo connosco; Ele anseia tam-
bém transformar-nos e preparar-nos para a Sua breve Vinda!
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O MILAGRE que cada um tinha destinado manter er-


guida. O tempo passava e a azáfama dos
ateliers era constante, tendo em vista as saí-

DA LUZ das noturnas para a vila. Divulgação, Mí-


mica, Bíblia, Música e Saúde eram os ate-
liers visitados pelos transeuntes, movidos
por alguma curiosidade, ou, mesmo, pelo
Anabela Lima
desejo de obter mais conhecimento acerca
Licenciada em Antropologia
de Jesus. O dia do concerto final aproxi-
mava-se e, apesar de todas as privações e
contrariedades, o Senhor abençoava-nos!
Os jovens tomaram a Então, aconteceu algo de que não
iniciativa de dobrar os estávamos à espera. O uso do local do
joelhos e orar ao Senhor concerto final foi cancelado praticamen-
te no dia. Os jovens tomaram a iniciativa
por uma resposta.
de dobrar os joelhos e orar ao Senhor por
Decorria o verão de 1994, e a vila de Pe- uma resposta. Os Pastores que lideravam
niche acolhia cerca de 50 jovens Adven- o Acantonamento pediam as nossas ora-
tistas impelidos pelo amor de Cristo para ções para os contactos com diversas Enti-
a pregação do Evangelho. Dos muitos dades. Após algumas respostas negativas,
Acantonamentos de Evangelização, não foi-nos concedido o Quartel dos Bom-
me lembro de nenhum ter provado tanto a beiros, mas este não estava localizado no
fé dos participantes. O alojamento costu- centro da vila, como desejávamos. Entre-
ma ser uma escola preparatória ou secun- tanto, se Deus nos tinha conduzido até ali,
dária. No entanto, foi-nos concedida uma deveríamos confiar n’Ele. Foram feitos
pequenina e antiga escola primária. Sendo convites, e estes foram distribuídos pelos
a duração do Acantonamento 10 dias, foi moradores. Na verdade, estávamos céticos
deveras complicado adaptar a escola para quanto ao número de presenças no con-
nos albergar: ajustar as pequenas salas de certo. No entanto, Deus “escreve certo por
aula a quartos para rapazes e para raparigas linhas tortas”, e o inesperado aconteceu!
(sendo que dos velhos soalhos de madeira Pouco tempo antes do início do concer-
brotava todo o tipo de bicharocos), impro- to, houve um corte de eletricidade na vila,
visar duches (originalmente inexistentes), e, pasme-se, só o Quartel dos Bombeiros
entre outras coisas, não foi fácil. Recordo- tinha luz, devido a um gerador. As pes-
-me de que, a dada altura, um vírus infetou soas acorreram ao Quartel e vivemos um
a maioria dos jovens. Febre, vómitos, di- momento muito especial. Sentimos que o
senteria foram os sintomas que prostraram Espírito de Deus nos abençoou. Deus é
muitos, mas nunca baixámos a bandeira bom em todo o tempo!

AGOSTO 2020 | RA 37

ESPÍRITO DE PROFECIA Ezequiel


Quintino
Diretor do Serviço
“Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para de Espírito de
guiar homens e mulheres à luz maior.” – EGW, Evangelismo, p. 257. Profecia da UPASD

VENTOS DE DOUTRINA
Jesus advertiu: “Hão de aparecer mui- […] Esses agentes estão a incutir no
tos falsos profetas que enganarão muita espírito do Homem o que, na rea-
gente” (Mat. 24:11). Paulo lembra: “O lidade, é um erro fatal. A influência
Espírito Santo diz claramente que, nos hipnótica de Satanás repousará sobre
últimos tempos, alguns apostatarão da os que se afastam da clara Palavra de
fé, para prestar atenção a espíritos men- Deus para fábulas agradáveis.
tirosos e seguir doutrinas de demónios” “Aqueles que receberam mais luz é
(I Tim. 4:1 e 2). que Satanás procura mais assiduamen-
Ellen G. White avisa: te apanhar. Ele sabe que, se conseguir
“Vivemos numa época de muita enganá-los, eles, sob o seu domínio, re-
luz. Mas muita coisa a que se chama vestirão o pecado com trajes de justiça,
luz está a abrir o caminho para a sabe- levando muitos a desviarem-se.
doria e para as armadilhas de Satanás. “Digo a todos: Estejam de so-
[…] A senda do erro parece muitas breaviso, pois, como anjo de luz, Sa-
vezes estar bem perto da vereda da tanás está a percorrer todas as reu-
verdade. Ela quase não é distinguível niões de obreiros cristãos, e em cada
da verdade que leva à santidade e ao igreja procura ganhar para o seu lado
Céu. Mas a mente iluminada pelo Es- os membros. Ordena-se-me dar ao
pírito Santo sabe discernir que essa povo de Deus a advertência: ‘Não
senda diverge do caminho reto. […] erreis; Deus não Se deixa escarnecer’
“No futuro, as superstições de Sata- (Gál. 6:7).” (TS 3, pp. 268-272 – em
nás assumirão novas formas. Erros serão 1904.)
apresentados de maneira agradável e li- “O inimigo está a procurar des-
sonjeira. Falsas teorias, revestidas de tra- viar as mentes dos nossos irmãos e ir-
jes de luz, apresentar-se-ão ao povo de mãs da obra de preparar um povo que
Deus. Assim procurará Satanás enganar, subsista nestes últimos dias. Os seus
se possível, até os escolhidos. […] enganos destinam-se a desviar a men-
“Agentes satânicos estão a envol- te dos perigos e deveres do momento”
ver teorias com aparências atraentes. (T 8, p. 296 – em 1904).

TS 3 – Testemunhos Seletos, volume 3. T 8 – Testimonies, volume 8.

38
Paula Amorim
Diretora-Associada da Área da Família da
UPASD para os Ministérios da Criança

CONSTRÓI A TUA
CASA NA ROCHA
Ilustrações: Revista Nosso Amiguinho.

» VERSÍCULO 3D «
“Assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque
estava edificada sobre a rocha.” [Mateus 7:25.]
Pinta uma rocha com tinta acrílica e, depois, escreve o versículo. Se fores artista, até
podes desenhar a casa que não desabou.

AGOSTO 2020 | RA 39
» HISTÓRIA 3D «
Jesus estava no Monte quando contou a história das duas casas. Abre a tua Bíblia e lê
Mateus 7:24-27. Agora, observa as imagens das duas casas em baixo, e descodifica as
frases, para veres o que aconteceu a cada uma. Usa o código de imagens da página 41
para completares esta atividade.

A ________ na ________ ficou _________ na _________.


Nenhum ________, ________ ou _____ pôde ___________.

Mas a ________ na ________ foi ________ pela _________.


Assim é com o _________ que _____, mas não __________ à _______________.

Nesta história, Jesus ensinou-nos a confiarmos na Sua Palavra e a obedecer-


-lhe, pois ela é a rocha firme sobre a qual devemos construir a nossa vida.

» DESCOBRE MAIS « » DESENVOLVE SEMPRE «


Há muitas semelhanças nesta história. Jesus chama prudente ao homem que
Lembras-te de algumas? Dois homens, constrói sobre a rocha. A prudência é
duas casas, duas construções, duas uma inteligência dada por Deus para
tempestades, etc.. Mas só há uma dife- distinguir o bem do mal, e, assim, po-
rença! Sabes qual? Essa diferença aca- dermos decidir afastar-nos de todos os
bará por ter uma grande importância ventos de Doutrina e de confusões do
na história! A casa que não caiu porque erro. Tu és prudente, quando:
estava firme na rocha foi a grande sur- • Oras a Deus e buscas orientação
presa. Isso significa que qualquer me- na Palavra de Deus.
nino, menina ou pessoa, face aos ven- • Pensas e decides obedecer ao que
tos ou às tempestades fortes de ideias é correto.
erradas, pode vencer, ficando firme na • Evitas o mal, mesmo que tal te
Palavra de Deus. seja difícil.

40
Cada vez que obedecemos a Jesus fia uma na areia e outra nas rochas. Agora,
estamos a construir a nossa casa, ou com uma garrafa, despeja muita água. Ve-
vida, na rocha firme das boas escolhas rifica o que acontece. Escreve ou desenha
da Palavra de Deus. o resultado. Partilha o versículo na rocha e
a tua experiência com um amigo.
» MÃOS NA MISSÃO «
Faz a seguinte experiência: Numa bacia co- » ATIVIDADE 3D «
loca, de um lado, areia, e, do outro, pedras. Descobre as oito diferenças entre estas
De seguida, faz duas casas de cartão e en- duas imagens.
Ilustrações: Revista Nosso Amiguinho.

PALAVRA FIRME DESTRUÍDA OBEDECE DESTRUÍ-LA TEMPESTADE RIO


DE DEUS

CASA VENTO HOMEM ROCHA AREIA CHUVA OUVE

AGOSTO 2020 | RA 41

Maria da Luz Cordeiro
PÁGINA da Diretora da Área Depar-
Família tamental da Família da
UPASD

Há umas semanas, era notícia nacional termo à sua vida, quando ainda está no
o fim trágico de um chefe de família. vigor da mesma; quando é muito amado
Um homem relativamente jovem, de pelo cônjuge; quando é tão importante
rosto simpático, uma figura pública e, para os filhos; quando é apreciado pelos
pelas “aparências”, com tudo para ser amigos; quando tem uma profissão de
bem-sucedido. De acordo com os fa- que gosta; quando tem um lar e comida
miliares e amigos, era uma pessoa exce- sobre a mesa? Porquê? Cada vez mais, as
lente, um bom profissional, um ótimo palavras do apóstolo Paulo aos Efésios
marido e um pai extraordinário. Um realçam uma realidade por muitos igno-
ator do Teatro e da Televisão de porte rada: “Pois, nós não estamos a lutar contra
formoso, de gestos cândidos e altruís- seres humanos, mas contra as forças espi-
tas. Um homem cuja “encenação” do rituais do mal que vivem nas alturas, isto
último episódio da sua vida real deixou é, os governos, as autoridades e os poderes
corações incrédulos e chocados. que dominam completamente este mundo
Como entender a interrupção de escuridão.”1 Neste palco, que é a vida,
abrupta de uma vida que tinha tan- não estamos sós! São vários os perso-
to para dar, e que já tinha dado tanto? nagens que contracenam connosco. A
Onde encontrar uma resposta completa vida não se resume ao nosso quotidia-
e satisfatória à pergunta que se faz numa no singular de tarefas múltiplas, de di-
só palavra: “Porquê?” Porque põe alguém versas responsabilidades e de interações

O GRANDE CONFLITO
NÃO É FICÇÃO!
42
familiares, com amigos ou conhecidos. de cuidar de uma família. Abençoados,
Não há um “acaso” das coisas na vida por não ignorarem o Grande Conflito,
humana. Não sou apenas eu que estou e, por isso, entregarem diariamente a sua
a escrever o próximo capítulo da minha casa ao cuidado de Deus. “Ao prostrar-
existência ou da existência daqueles que -se, com a família, junto ao altar de oração,
eu mais amo. Muito mais importante e para oferecer a Deus os seus reconhecidos
solene do que uma peça de Teatro ou do agradecimentos, pelo Seu protetor cuidado
que uma encenação cinematográfica é a para com ele e os amados através do dia,
verdadeira história, o verdadeiro enredo anjos de Deus adejam no aposento, e levam
que se passa nos bastidores de cada vida para o Céu as ferventes orações dos pais te-
humana. O Grande Conflito é real, não mentes a Deus, qual incenso suave, e vem a
é ficção! Forças do Mal, comandadas resposta em forma de bênçãos.”10 Quando
por Satanás, tentam inibir as forças do a vida se apresenta difícil, quando as res-
Bem, comandadas por Deus. Dois per- ponsabilidades profissionais e familiares
sonagens reais que, independentemente parecem sufocá-lo e a angústia o leva a
da nossa crença, fazem parte do guião da crer que não há saída, tome tempo para
história da existência humana.2 Conhe- ler o roteiro da única história real que
cer e aceitar este ensino bíblico é estar vale a pena ser “encenada”. Nesse roteiro
preparado para a vida e para os diferen- sagrado, conheça o enredo da história
tes episódios da mesma. da Humanidade, da Luta Cósmica que
Desenganem-se todos os chefes ocorre dentro de si e da sua casa. Subli-
de família que creem que é a sua pró- nhe e memorize as suas deixas: “Mas em
pria força e o seu trabalho a razão das todas as coisas, somos mais que vencedores,
suas bênçãos materiais.3 Que creem por meio daquele que nos amou.”11 “Tudo
que o acumular de riquezas é a ga- posso naquele que me fortalece.”12 Mesmo
rantia do futuro.4 Que investem em que o temor persista em ficar, não de-
viagens, negócios e lucros grandiosos.5 sanime, não saia de cena! Fique. Lute.
Que tomam como certo e seguro o Confie. Desempenhe o melhor possível
amor conjugal.6 Que negam a existên- o “papel” que Deus lhe confiou, e aguar-
cia de Deus.7 Que se vangloriam pela de pacientemente... Pois, neste palco,
vida e pela saúde de forma arrogan- que é o mundo, veremos e participare-
te.8 Que acham que a vida se resume mos, em breve, no último ato!
a alguns anos, a algumas realizações, e
que a ninguém têm que prestar contas, 1 4 9
pois, na morte, tudo cessa.9 Efésios 6:12 – Lucas 12:19 e 20. Eclesiastes
Nova Tradução 12:14.
Saber, conhecer e aceitar que Deus na Linguagem
5
Tiago 4:13. 10
existe é o primeiro passo necessário na de Hoje.
Ellen G. White,
6
vida daqueles que almejam ver os seus 2 Provérbios 7:21.
Mensagens
Apocalipse Escolhidas,
lares protegidos e abençoados. Prote- 12:9. 7 vol. 2, p. 439.
Salmo 53:1.
gidos de atitudes néscias, que induzem 3 11
Deuteronómio 8 Romanos 8:37.
homens de família a levar sobre si todo 8:17. Salmo 102:11.
12
o peso e toda a responsabilidade de ter e Filipenses 4:13.

AGOSTO 2020 | RA 43
NOTÍCIAS NACIONAIS
nome da UPASD, na qualidade de Secre-
tário Ministerial, a receção e o acolhimen-
to da referida igreja. O programa da Esco-
la Sabatina foi conduzido pelos Pastores
Pedro Esteves e António Carvalho, respe-
tivamente Departamental de Escola Sa-
batina e Secretário-Executivo da UPASD.
O responsável pela pregação da Palavra foi
o Pastor António Amorim, que, na quali-
dade de Presidente da UPASD, conduziu
a Igreja Nacional numa reflexão sobre a
importância de nos envolvermos pessoal-
Discipulado e Missão – Assembleias mente na Missão. Através da narrativa
Espirituais 2020 de Marcos 6:45-52, refletimos acerca da
6 JUL 2020 |PR. DANIEL VICENTE, necessidade que cada um de nós tem de
ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL DA UPASD avançar, compelidos pelo Espírito Santo,
No passado dia 13 de junho tiveram lugar e como Discípulos de Jesus, tendo em
as Assembleias Espirituais, em formato vista a preparação de outros para a vinda
Nacional e Regional, cujo tema geral foi de Jesus Cristo. Para isso, necessitamos de
“Discipulado e Missão”. Devido à pande- nos envolver pessoalmente na Missão. Foi
mia da CoViD-19, as Assembleias foram nesse sentido o apelo final, para que dei-
transmitidas através do canal Youtube da xemos Cristo tomar conta da nossa vida e
TV Novo Tempo Portugal, na parte da ma- nos habilite a permanecermos firmes, sem
nhã, a partir da igreja de Lisboa-Central. desviar o olhar de Jesus. Os momentos
Tivemos um total de 1200 ligações, fora musicais da Escola Sabatina e do Culto
as ligações às retransmissões das igrejas. foram enriquecidos pelo Matheus Torcato
As Assembleias Regionais tiveram lugar e pelo Filipe Machado. O Ministério das
da parte da tarde, através de diferentes Necessidades Especiais não foi esquecido,
plataformas web, a partir de cada Região
Eclesiástica, com programa próprio.
Com os condicionalismos provoca-
dos pela pandemia, os serviços de Escola
Sabatina e de Culto decorreram, ainda as-
sim, com normalidade, aplicando-se todas
as medidas de segurança que fazem parte
do Plano de Contingência da UPASD
para a reabertura das igrejas. O Pastor
Júlio Carlos Santos deu as boas-vindas à
Assembleia, quer presencial, quer virtual,
em nome da igreja de Lisboa-Central, e
o Pastor Daniel Vicente agradeceu, em

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dos Pequenos Grupos. Além destes convi-
dados, tivemos como palestrante principal o
Pastor Mário Brito (Presidente da Divisão
Inter-Europeia da IASD), que nos brindou
com mensagens espirituais muito profun-
das e desafiadoras acerca desta temática tão
e o programa da manhã foi traduzido em importante que é a Missão. Entre a parti-
língua gestual pela irmã Cláudia Dias. lha da Palavra falada, contámos ainda com
A Região Eclesiástica do Norte teve quatro presenças musicais de grande relevo
como convidado especial o Doutor Ri- espiritual, que cantaram em louvor ao nosso
velino Montenegro. Ele abordou o tema Deus: o Quarteto de Aveiro; o Grupo de
dos relacionamentos, sendo o título da Coimbra; a Filipa e a Inês (de Sangalhos); e
sua intervenção: “Família Perfeita.” A se- a Eunice Ferreira (de Leiria).
gunda parte foi dirigida a todos os Des- Sob o tema “2020: Pandemia da In-
bravadores. Assim, todos beneficiaram de formação” decorreu a Assembleia da Região
um bom programa de Sábado à tarde.
A Assembleia Regional da Região
Eclesiástica do Centro contou com vários
convidados, que se fizeram presentes através
da plataforma ZOOM, gerida pelo nosso
técnico, Pablo Silva. O tema foi “O Disci-
pulado e a Missão”, e houve uma partilha
de experiências sobre quatro vertentes do
Evangelismo. Além da presença dos Pasto-
res da Região Centro, estiveram presentes,
como convidados, o Pr. António Amorim
e o Pr. Daniel Vicente, Presidente e Mi-
nisterial da UPASD, respetivamente; os
intervenientes na partilha das experiências
foram Viriato Ferreira (Diretor da APMP
e Adjunto do Departamento de Saúde e
Temperança da UPASD), que falou sobre
o Evangelismo pela Saúde; Paulo Peixoto
(Professor Universitário e Ancião da igreja
de Coimbra), que falou sobre Evangelismo
Digital; Paula Dias (Diretora da ADRA da
igreja da Figueira da Foz), que nos trouxe
experiências sobre o Evangelismo Social;
e Pr. Pedro Esteves (Departamental de
Evangelismo da UPASD), que partilhou a
sua perspetiva sobre o Evangelismo através

AGOSTO 2020 | RA 45
influência do tratamento e da disseminação
da informação na liberdade, na privacidade
e nas decisões pessoais do futuro. E, claro,
o potencial dos Meios Tecnológicos de In-
formação e de Comunicação na Missão da
Igreja e no Discipulado pessoal que visa a
transmissão da mensagem cristã.
Na Região Eclesiástica do Alente-
jo e Algarve, o convidado principal foi o
Dr. Rodrigo Silva, que apresentou dois te-
mas interessantes: a veracidade da ressur-
reição de Jesus e a existência de Deus, com
interação de quem estava a assistir através
das plataformas que transmitiram este pro-
Eclesiástica de Lisboa e Vale do Tejo, com grama da Assembleia. Houve ainda lugar
transmissão a partir da igreja de Setúbal. para participações musicais de vários irmãos
Apresentaram o programa a Miriam Cor- daquela Região Eclesiástica. Foram ainda
reia e o Daniel Faria, da igreja de Setúbal. O dirigidas algumas palavras pelo Presiden-
programa teve momentos musicais e vídeos te da UPASD, Pastor António Amorim, e
de testemunhos sobre as atividades das igre- pelo Ministerial, Pastor Daniel Vicente.
jas da Região durante a pandemia de Co- A Assembleia Espiritual das Regiões
ViD-19. O ponto principal da reunião da Insulares da Madeira e dos Açores teve
tarde foi um debate de fundo a respeito das igualmente o seu lugar por meio de várias
questões relacionadas com a informação, a plataformas digitais, com um programa
desinformação e a necessidade de procurar onde as igrejas daquela Região Eclesiásti-
o verdadeiro conhecimento, que, para além ca deram um importante contributo. Um
dos desafios dos Meios de Comunicação dos pontos altos foi a cerimónia batismal,
atuais, tem hoje o desafio adicional da pan- transmitida em direto, da igreja de Pon-
demia. O debate foi moderado por Paulo ta Delgada, em que foram batizadas duas
Sérgio Macedo, Diretor do Departamento pessoas. O convidado, Pastor Eduardo Tei-
de Liberdade Religiosa e Assuntos Públicos, xeira, falou sobre o tema “Um Povo, uma
e contou com a participação de Dulce Neto, Missão”, mostrando que cada Cristão tem
jornalista; Vera Ganhão, Procuradora do uma Missão particular da parte de Deus.
Ministério Público; e João Miguel Domin- A Pra. Milú Cordeiro apresentou a temá-
gos, empresário na área da Tecnologia da tica: “A falar é que a gente se (des)entende”,
Saúde. Ao longo desses momentos, foram acerca da importância da comunicação na
discutidas questões como a importância de vida familiar. Houve ainda lugar para vários
aferir a veracidade do que vemos, ouvimos testemunhos e para momentos musicais
e lemos nas Redes Sociais; a responsabili- das várias igrejas desta Região. As crianças
dade pessoal em não transmitir informação também não faltaram e tiveram uma parte
duvidosa e falsa; as expectativas quanto à importante neste programa, com uma apre-

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sentação especial. Para além disso, quem
assistiu a esta Assembleia teve o privilégio
de, no início do programa, lhes serem diri-
gidas algumas palavras pelo Ministerial, o
Pastor Daniel Vicente, e, no término, pelo
Tesoureiro da União Portuguesa, o irmão
Rui Dias. O Diretor desta Região Eclesiás-
tica, Pr. José Lagoa, transmite um voto de
agradecimento “ao nosso Deus pelo pro-
grama apresentado, bem como agradece Batismos em Ponta Delgada
o empenho de todos os irmãos das várias 20 JUN 2020 | JOSÉ ALBINO FREITAS VIEIRA, O PASTOR
OFICIANTE
igrejas, de todos os Pastores da Região, da
Administração e do Ministerial da nossa O sábado 13 de junho do corrente ano
União. Sem o envolvimento de todos, não foi cheio de bênçãos e de gozo para
teria sido possível realizar este programa. a Igreja Adventista do Sétimo Dia
Oramos para que o nosso Deus continue em Ponta Delgada. A igreja teve o
a abençoar os Seus filhos nas Ilhas, fazendo privilégio de realizar uma cerimónia
cumprir a Missão que Ele dá à Sua Igreja batismal. Nesta manhã de Sábado,
de ser e fazer Discípulos de Jesus”. duas preciosas almas, Keilla Karina
As visualizações dos programas das Rodrigues e Marcos Ávila, deram tes-
Assembleias Espirituais Regionais estive- temunho da sua entrega e da sua acei-
ram acima das 930 em direto, mas cresce- tação do nosso bom Deus, através do
ram nas horas e nos dias seguintes, quan- batismo. Estiveram presentes, nessa
do irmãos de diferentes Regiões puderam manhã, trinta e dois irmãos e irmãs,
visualizar o programa das outras Regiões. para testemunharem esta aliança entre
Damos graças a Deus por termos conse- estes dois queridos e Deus.
guido encontrar uma alternativa para as Oro ao Senhor para que ambos se
Assembleias Espirituais Regionais e pelo mantenham sempre unidos ao nosso
envolvimento das igrejas locais das dife- bom Deus e para que a sua fidelidade
rentes Regiões Eclesiásticas. seja mantida dia após dia!

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