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初めまして!山田太郎です!

KANA: o guia definitivo de hiragana e katakanaを手に取って頂


き、ありがとうございます‼

Olá, sou o Tarou Yamada!


Fico muito grato por você ter adquirido o KANA: o guia defini-
tivo de hiragana e katakana!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO6
AGRADECIMENTOS 8
COMO USAR ESTE LIVRO? 8
OS PERÍODOS DA HISTÓRIA JAPONESA 9

OS SONS DO JAPONÊS 10
A ESCRITA JAPONESA 15
AS FUNÇÕES DO KANJI 17
AS FUNÇÕES DO HIRAGANA 18
AS FUNÇÕES DO KATAKANA 19

USANDO OS KANAS23
A DIREÇÃO DA ESCRITA 24
A TABELA DOS 50 SONS 26
SEION 28
OS CARACTERES WI E WE 28
HATSUON 29
DAKUON E HANDAKUON 30
USO ESPECIAL DO DAKUTEN E HANDAKUTEN 31
YOUON 33
CHOUON 34
PROLONGAMENTO SONORO 36
SOKUON 37
USO ESPECIAL DE っ E ッ 39
ESCREVENDO FONEMAS ESTRANGEIROS 39
KATAKANA E KANJI NA MESMA PALAVRA 48
HIRAGANA E KATAKANA NA MESMA PALAVRA 48
DIFERENÇAS ENTRE A PRONÚNCIA E A ESCRITA 49
AS PARTÍCULAS WA, O E E 49
O USO HISTÓRICO DOS KANAS 49

A HISTÓRIA DOS KANAS52


O KANJI 53
A GAMBIARRA QUE DEFINIU A ESCRITA JAPONESA 56
SURGEM OS KANAS 57
O MAN’YOUGANA 58
O HIRAGANA E O KATAKANA 60
DAKUTEN E HANDAKUTEN 64
O HENTAIGANA 66

COMO TREINAR A LEITURA E ESCRITA 68


MATERIAIS RECOMENDADOS 69
ETAPA 1 - FUNDAMENTOS (3 DIAS) 69
ETAPA 2 - LEITURA E CÓPIA (3 DIAS) 71
ETAPA 3 - ESCRITA LIVRE (1 DIA) 72

TREINO DE TRAÇADO DO HIRAGANA73


TREINO DE TRAÇADO DO KATAKANA122
FOLHA PARA TREINAR 171
OMAKE173
OS SONS DO JAPONÊS ANTIGO 174
KATAKANAS USADOS PARA ESCREVER PALAVRAS ESTRANGEIRAS 176
FACHADA DA NINTENDO (1889) 177
PROPAGANDA DA ASAHI BEER (1937) 178
ESTAÇÃO HANWA-TANNOUJI (1938) 179
KANATEN DO JOUJITSURON 180
FUJIWARA NO ARITOSHI MOUSHIBUMI 181
FIRAGANA - VOCABVLARIO DA LINGOA DE IAPAM 182
CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO JAPONÊS (1889) 183
MAINICHI HIRAGANA SHINBUNSHI 184
MANGÁ 01 - DRAGONBALL KANZENBAN VOL. 01 185
MANGÁ 02 - HINOMARUZUMOU VOL. 02 186
MANGÁ 03 - YAKUSOKU NO NEVERLAND VOL. 01 187
MANGÁ 04 - YU YU HAKUSHO VOL. 03 188
MANGÁ 05 - YOTSUBA TO! VOL. 08 189
MANGÁ 06 - DR. STONE VOL. 03 190
MANGÁ 07 - DEATH NOTE VOL. 02 191
MANGÁ 08 - ONE PIECE VOL. 92 192

POSFÁCIO193
REFERÊNCIAS195
ÍNDICE197
INTRODUÇÃO
はしがき

6
INTRODUÇÃO
E aí, tranquilo?
Este livro tem como objetivo ensinar tudo o que você precisa
saber para não apenas aprender a ler e escrever o hiragana e o ka-
takana, mas também conseguir entender a lógica por trás da escrita
japonesa e poder tirar sentido das coisas que são feitas para os na-
tivos, e não para os estrangeiros.
Para fazer isso ele está dividido em quatro partes. São elas:
1. Os sons do japonês;
2. A escrita japonesa;
3. Usando os kanas, e;
4. A história dos kanas.
Os sons do japonês mostra de forma básica como a fala da
língua japonesa funciona, para que depois seja possível entender
como isso impacta na escrita. A escrita japonesa mostra quais são
os tipos de caracteres que são usados no japonês e também que
função cada um normalmente tem no texto. Usando os kanas de-
monstra como o hiragana e o katakana são usados para representar
os sons da fala na escrita. Por fim, a história dos kanas explica a
evolução do sistema de escrita da língua japonesa que culminou no
desenvolvimento do hiragana e do katakana.
Além da parte teórica, o livro também tem conteúdos voltados
para a prática da leitura e da escrita, para que você consiga apren-
der de forma eficiente. São eles:
1. Como treinar a leitura e a escrita;
2. Treino de traçado do hiragana e do katakana;
3. Folha para treinar, e;
4. Materiais extras.
Como treinar a leitura e a escrita vai te mostrar o passo a pas-
so para aprender a ler e escrever de forma eficiente. Para isso, vai
ter o auxilio do treino de traçado do hiragana e do katakana, em
que todos os kanas foram escritos à mão por um nativo, para que
você possa aprender a escrever de uma forma natural. Para praticar
a sua escrita, há também a folha para treinar, que pode ser impres-
sa quantas vezes for necessário. Por último, há materiais extras no
site, como os áudios dos kanas, comparação de pronúncias, e víde-

7
INTRODUÇÃO

os que podem ser acessados ao adquirir a versão completa do livro!

AGRADECIMENTOS
Este livro não teria sido escrito sem o apoio das pessoas que
acreditam na proposta do canal! Por isso gostaria de deixar registra-
do meu agradecimento a todos os apoiadores do canal, que acredi-
tam no projeto e mês a mês contribuem para que eu consiga produ-
zir mais e mais conteúdos de qualidade. Se você também quiser se
tornar um apoiador do canal, basta acessar o site ta68mada.com/
apoio!
Além disso, quero agradecer ao pessoal que comprou este livro
na pré-venda, e em especial aos que compraram a edição de cole-
cionador! Por isso fica aqui um obrigado especial para:
Alexandre Gomes Almeida, Anna Carolina A. Santos, Chander
Cavalheiro, Diego Santos da Costa, Ederson Vieira Grandi, Fábio Luís
Ferreira, Guilherme Mathias, Jacqueline Britto, Jéssica Amaral Dias
Andrade, Jessica Cristhyanne Peixoto Nascimento, Jorge Caldeira
Junior, Jorge Souza Sá Brito, Karla Gonçalves, Louise Oikawa, Ma-
rina Yukari Gonbata, Matheus Tanimoto, Paulo Henrique Fonseca
Queiroz, e Thiago Rodrigues Furquim!
Vocês são TOP!

COMO USAR ESTE LIVRO?


Este livro pode ser usado de duas maneiras diferentes. Se você
quiser entender a lógica por trás do uso dos kanas desde o começo,
então leia o livro desde o início. Assim você vai entender como a fala
do japonês é transformada em escrita e porque os kanas são usados
da forma que são. Isso vai te dar uma base sólida para conseguir
interpretar diversas situações que você certamente encontrará ao
consumir materiais que foram feitos para nativos, como mangás, li-
vros, revistas, vídeos e sites.
Entretanto, caso você esteja ansioso e queira partir para a par-
te prática, você pode começar a partir do capitulo “COMO TREINAR
A LEITURA E A ESCRITA” na página 68, pois lá você vai aprender
tudo o que precisa saber para conseguir ler e escrever com os kanas.

8
INTRODUÇÃO

OS PERÍODOS DA HISTÓRIA JAPONESA


A história japonesa é comumente divida em diversos períodos,
ou jidai (時代). Como este livro apresenta a evolução da escrita japo-
nesa ao longo do tempo, diversos períodos são citados no decorrer
do texto. Tais períodos correspondem aos seguintes anos:
1. Yayoi (?1000 a.C. – 300 d.C.)
2. Nara (712 d.C. – 794 d.C)
3. Heian (794 d.C. – 1185 d.C.)
4. Kamakura (1185 d.C. – 1333 d.C.)
5. Muromachi (1333 d.C. – 1573 d.C.)
6. Edo (1603 d.C. – 1868 d.C.)
7. Meiji (1868 d.C. – 1912 d.C.)

9
A ESCRITA
JAPONESA
日本語の表記体系

10
A ESCRITA JAPONESA
Ao invés de utilizar um sistema de escrita simples como o alfa-
beto latino, que é usado para escrever o português e vários outros
idiomas, a escrita japonesa acabou evoluindo para o que hoje em
dia é conhecido como kanji kana majiribun (漢字仮名交じり文), ou
seja, escrita mista de kanji e kana.
Isso significa que, na prática, o sistema de escrita japonês é
composto por três tipos de caracteres distintos: os kanjis (漢字), que
são ideogramas, ou seja, representam ideias e conceitos por vezes
abstratos, e o hiragana (平仮名) e o katakana (片仮名), que são co-
letivamente chamados de kana (仮名) e são fonogramas, o que sig-
nifica que eles representam os sons da fala1. Essa forma de escrita,
na verdade, não é algo recente: existem registros dos três tipos de
caracteres sendo usados juntos desde o período Heian, embora a
forma de utilização fosse diferente.
Assim, atualmente o japonês é escrito da seguinte forma:

Boku no Hiiroo Akademia - v. 1, p. 15

Observe que existem três padrões de design diferentes nos ca-


racteres: os que estão destacados em azul e tem a aparência nor-
malmente mais complexa, com mais traços, são os kanjis. Os carac-
teres mais simples e curvilíneos, destacados em vermelho, são os
1 Há quem inclua também o roomaji (ローマ字), o alfabeto latino, como um sistema de escrita do ja-
ponês. Porém ele não é utilizado rotineiramente, aparecendo mais em placas, logotipos ou conteúdos para
estrangeiros e, por isso, não será abordado no livro.

11
A ESCRITA JAPONESA
hiraganas, e os mais retilíneos e angulares são os katakanas. Além
disso, todas as palavras são escritas sem espaço entre elas.
Apesar de serem usados ao mesmo tempo nas frases, cada um
deles tem funções bastante específicas. Sendo assim, embora este
livro tenha como foco ensinar os kanas, não é possível explicar as
funções do hiragana e do katakana sem explicar, também, as fun-
ções dos kanjis.

AS FUNÇÕES DO KANJI
Pela sua aparência mais complexa e, também, pela grande
quantidade existente, o kanji é, geralmente, o pesadelo de quem
está começando a aprender japonês. Porém essa apreensão é injus-
tificada, pois embora existam, sim, bastante kanjis (um adulto sabe,
em média, entre 2000 a 3000 kanjis), os 200 mais comuns corres-
pondem a mais ou menos 50% dos caracteres que aparecem nos
jornais japoneses. Os 500 mais usados correspondem a quase 80%,
e os 1000 mais comuns, a 90%.
No entanto, em um primeiro momento, tão importante quan-
to aprender os caracteres é entender quais são papéis que o kanji
pode desempenhar dentro de uma frase, pois só assim será possível
compreender a mensagem.
Basicamente, os kanjis são utilizados para:
1. Escrever substantivos, pronomes e adjetivos;
2. Escrever a raiz de palavras conjugáveis, e;
3. Escrever nomes de pessoas e lugares.
Na primeira função, os kanjis são usados para escrever a maior
parte das palavras que podem ser entendidas como substantivos,
pronomes e alguns adjetivos. Por isso ore (俺) que significa “eu”,
kougaku nouzeisha (高額納税者), que significa “pagador de grandes
impostos”, e é uma forma de dizer que uma pessoa é muito rica, e na
(名), que tem o sentido de “nome”, foram escritos com kanji.
A segunda função dos kanjis é escrever a gokan (語幹), a raiz das
palavras que são conjugáveis, como verbos, adjetivos e advérbios.
Por raiz da palavra se entende que é a parte de uma determinada pa-
lavra que não vai variar quando o verbo ou o adjetivo for conjugado.
Esta é a razão pela qual ko (超), do verbo koeru (超える), que significa

12
A ESCRITA JAPONESA
“ultrapassar”, na (成), do verbo naru (成る), que significa “se tornar”,
kana (必), do advérbio kanarazuya (必ずや), que passa o sentido de
“certamente”, e kiza (刻), do verbo kizamu (刻む), que significa “gra-
var”, “entalhar”, foram escritos com kanji.
Por último, mas não menos importante, é com kanji que os no-
mes japoneses são escritos. Sobrenomes praticamente sempre vão
ser escritos com kanjis, e nomes próprios também são, na maioria
das vezes, escritos com kanji, embora também seja comum ver no-
mes escritos apenas com kanas.
Cabe lembrar que o kanji não é uma escrita fonética, e sendo as-
sim um único caractere pode representar duas ou mais moras. Isso
fica claro ao observar as palavras kizamu (刻む) e kanarazuya (必ず
や), onde os kanjis representam o som de duas moras.

AS FUNÇÕES DO HIRAGANA
O hiragana, que são os caracteres mais simples e curvilíneos, é
um sistema de escrita fonético, onde cada simbolo vai representar
um determinado som da fala. Existem, atualmente, 48 hiraganas em
uso, e com eles todos os mais de 100 sons da língua japonesa são
escritos.
Sendo assim, o hiragana possui duas funções principais:
1. Escrever palavras em geral, e;
2. Escrever as partes gramaticais do japonês.
Por ser um sistema de escrita fonético, é possível escrever qual-
quer coisa em japonês usando somente o hiragana e, por isso, ele
é considerado o conjunto de caracteres mais básico, sendo a pri-
meira forma de escrita que tanto as crianças aprendem nas escolas
japonesas quanto os aprendizes de japonês como segunda língua
aprendem ao iniciarem seus estudos.
Por isso a primeira função do hiragana é justamente escrever
palavras em geral, seja porque elas não têm kanjis, seja porque o
kanji é muito complexo ou caiu em desuso, ou, simplesmente, por
uma opção pessoal de quem escreveu.
Porém o hiragana tem também uma função muito mais especí-
fica e importante: ele serve para escrever as partes gramaticais da
língua japonesa, ou seja, as partes que são usadas para conjugar

13
A ESCRITA JAPONESA
verbos e adjetivos, as partículas, e palavras auxiliares.
Observando a frase de exemplo, é possível identificar todas es-
sas situações: ano (あの), que passa mais ou menos o mesmo senti-
do da palavra “aquele”, é normalmente ensinada para os estrangei-
ros como uma única palavra. Porém, na verdade é uma expressão
composta pela palavra a (彼), cujo kanji nesse contexto caiu em de-
suso, e a partícula no2 (の), que possui apenas função gramatical. Da
mesma forma, as palavras wo (を), te (て), mo (も), wa (は), to (と) e
ni (に) também são todas partículas gramaticais e por isso também
foram grafadas com hiragana.
Já ri (り) em nari (成り), zuya (ずや) em kanarazuya (必ずや) e mu
(む) em kizamu (刻む) estão escritos com hiragana pois são as partes
das palavras que mostram a conjugação desses verbos e advérbios.
Por fim, da (だ) também está em hiragana pois se trata de uma cópu-
la, um tipo de palavra auxiliar.
Por causa dessa característica de ser usado para escrever as pa-
lavras gramaticais do japonês, muitas vezes palavras que normal-
mente são escritas com kanji passam a ser grafadas apenas com o
hiragana quando desempenham um papel auxiliar. Um exemplo
disso é a palavra miru (見る), que significa “ver”. Quando usada de
forma auxiliar, passando o sentido de “ver de fazer algo”, ou “tentar
fazer algo”, ela é escrita apenas com hiragana. Sendo assim, frases
como “vou ver se vejo”, “vou tentar ver” em japonês ficam mitemiru
(見てみる), com o primeiro verbo, que representa a ação principal,
escrito com kanji e o segundo, que é auxiliar, escrito com hiragana.

AS FUNÇÕES DO KATAKANA
O katakana também é um sistema de escrita fonético que pos-
sui 48 caracteres usados para representar os sons do japonês, sendo
diferente do hiragana apenas na forma, mais angular e retilínea, e
na sua utilização, que se concentra em:
1. Escrever palavras de origem estrangeira;
2. Substituir kanjis complexos;
3. Escrever gírias;
4. Ser um recurso estilístico.
2 O hiragana no (の) aparece com duas funções distintas na frase. Para não complicar o entendimento
de quem está iniciando no japonês o funcionamento das partículas não será abordado.

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A ESCRITA JAPONESA
5. Frisar que a fala não soa como a de um japonês nativo;
6. Escrever palavras técnicas;
7. Escrever nomes de plantas e animais;
8. Escrever onomatopeias, e;
9. Escrever onomatopeias e interjeições.
A principal função do katakana é escrever palavras estrangei-
ras ou que foram criadas para parecerem estrangeiras, o que inclui
também nomes de pessoas e lugares. É por isso que Ooru Maito (オ
ールマイト), nome que vem do inglês “All Might”, toppu hiiroo (トップ
ヒーロー), do inglês “top hero”, e rankingu (ランキング), que vem de
“ranking”, estão escritas com katakana.
Vale lembrar, porém, que, apesar de serem tecnicamente es-
trangeiras, palavras chinesas costumam ser escritas com kanji devi-
do à influência do chinês no idioma japonês.
O katakana também é usado para substituir kanjis que são mui-
to complicados ou não muito usados no dia a dia. Um bom exemplo
é a palavra sekken (石鹸), que significa sabão e tem seu segundo
kanji substituído algumas vezes, ficando 石ケン.
Além disso, muitas vezes as gírias também são escritas com ka-
takana, como por exemplo yabai (ヤバい), uma palavra com uso am-
plo cujo sentido se aproxima ao adjetivo “foda” do português, com
sentido tanto negativo quanto positivo.
O katakana também é usado como um recurso estilístico. Por
ter uma imagem um pouco mais nítida e marcante, muitas vezes
palavras são escritas com katakana para que elas tenham destaque
dentro da frase e passem algum tipo de nuance. Alguns autores, in-
clusive, escrevem apenas parte das palavras com katakana. Obser-
ve o seguinte trecho do livro Miyamoto Musashi (宮本武蔵), escrito
por Yoshikawa Eiji (吉川英治)3:
武蔵は精いッぱいな声でどなった
Takezou wa seiippai na koe de donatta
Takezou bradou ferozmente com todas as suas forças

O caractere marcado em negrito em seiippai (精いッぱい) re-


presenta o sokuon e poderia estar escritos com hiragana, da forma
como aparece em donatta (どなった). Porém, provavelmente para
3 Disponível em https://bit.ly/2VPo78A

15
A ESCRITA JAPONESA
fortalecer o sentido da palavra seiippai, que significa algo como
“com todas as suas forças”, o autor escolheu marcar apenas uma
parte da palavra com o katakana.
Esta percepção de ser algo mais marcante é o que leva, também,
a diversas marcas escolherem usar o katakana na hora de escrever
seus nomes.
É comum, também, usar o katakana para marcar dialetos e para
passar a imagem de que o japonês que está sendo falado não soa
nativo. Por isso muitas vezes a fala de estrangeiros na televisão, You-
Tube, revistas e livros são escritas com katakana, e é devido a isso
que robôs e alienígenas podem ter suas falas grafadas da mesma
forma. Este trecho do mangá Tetsuwan Atomu (鉄腕アトム) deixa
isso claro: o alienígena tem suas falas escritas com katakana para
demonstrar que ele não é japonês, enquanto o Atomu, apesar de ser
um robô, tem suas falas escritas normalmente pois é o protagonista
percebido como um nativo.

Tetsuwan Atomu - v. 9, p. 17

Por fim, o katakana também é bastante usado para escrever pa-


lavras técnicas e nomes de animais, plantas e minerais, e também
onomatopeias e interjeições.
É comum, também, ver frases com o katakana sendo usado de
várias formas diferentes ao mesmo tempo. O personagem Tonio, do
mangá Jojo no kimyou na bouken - Daiyamondo wa kudakenai (ジョ
ジョの奇妙な冒険 ダイヤモンドは砕けない) diz:
石ケンで手を洗いなサイッ!
Sekken de te wo arainasai!
Lave as mãos com sabão!

Sekken está grafado com katakana provavelmente para substi-


tuir o kanji complicado, e sai foi escrito com katakana para deixar

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A ESCRITA JAPONESA
claro que o personagem, que é italiano, está falando com sotaque4.

Jojo no kimyou na bouken - daiyamondo wa kudakenai- v. 5, mangá digital

Obviamente estas funções devem ser entendidas como reco-


mendações, e não regras rígidas. Por isso, ao invés de ficar decoran-
do, o mais importante é que você leia bastante em japonês para se
acostumar com a língua.

4 O sotaque do personagem é facilmente percebdo ao assistir o anime baseado no mangá

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