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RESUMO DE MONETÁRIA – G2

Aula 10

1. As crises financeiras nos países emergentes se desenvolvem ao longo de dois


caminhos básicos:
a. Forte expansão de crédito é seguida por forte contração;
b. Desequilíbrios fiscais graves e trajetória insustentável para a dívida
pública.

2. Fatores que contribuem para a eclosão de crises financeiras em países


emergentes:
a. Aumento das taxas de juros nas economias desenvolvidas pode
aumentar a aversão ao risco dos investidores que, por sua vez, deixam de
investir nas EM
b. Declínio nos preços dos ativos e deterioração dos balanços dos bancos
c. Aumento na incerteza de forma geral e maior aversão ao risco

3. Canal de transmissão de choque no sistema financeiro:


a. Contágio entre mercados e instituições domésticas
b. Congelamento de liquidez, incluindo mercado interbancário e linhas de
crédito do exterior
c. Queda expressiva de preços e ativos financeiros domésticos, inclusive
garantias
d. Aumento da aversão ao risco e de incerteza, afetando decisões correntes
de consumo e investimento
e. Queda de confiança dos depositantes, incluindo movimentos
caracterizados com flight-to-safety
f. Fuga de capitais e/ou depreciação cambial relevante
g. Downgrade de rating de crédito de forma ampla e disseminada

4. Ações que podem prevenir crises financeiras:


a. Aumentar a regulação bancária
b. Requisitos de capital adequados
c. Sistemas de medição e monitoramento de riscos
d. Políticas para limitar a tomada de riscos
e. Prevenção de fraude
f. Regulação independente
g. Limites de crescimento de crédito
h. Limites de exposição dos bancos ao setor imobiliários
i. Requisitos de capital anti-cíclicos
j. Restrições de alavancagem
k. Limites ao descasamento entre ativos em moeda doméstica e passivo em
moeda estrangeira
Aula 11

1. A estabilidade de preços fornece benefícios substanciais para a economia, sendo


uma pré-condição para o crescimento de longo prazo. Ela reduz tanto distorções
distributivas como as relativas à interação do sistema tributário com a inflação.
Além disso, amplifica o horizonte de previsibilidade dos agentes econômicos,
aumenta o nível de recursos produtivamente empregados na economia e pode
contribuir para o crescimento do PIB potencial no longo prazo.

2. Inconsistência intertemporal:
a. Diferença no horizonte temporal das decisões de política monetária dos
bancos centrais em relação a opção política dos governos.
b. Proximidade excessiva entre os governos e a autoridade monetária pode
resultar em pressões sobre o BC.
i. No longo prazo, estimular a taxa de crescimento do PIB via juros
baixos resultam em maior inflação;
ii. BCs independentes geram taxas de inflação mais baixas do que
BCs sob controle político.
c. Problema: incentivos para o policymaker explorar o trade-off de curto
prazo entre emprego e inflação.

3. Credibilidade do BC:
a. A credibilidade do BC reduz os atritos produzidos pelos diversos eventos
que afetam a evolução do nível de atividade e preços
b. O objetivo do BC será alcançado com mais rapidez e com menores custos
quando o BC tem credibilidade.
c. Se o BC tem credibilidade, as expectativas de inflação ficam ancoradas
nas metas

4. Dupla missão institucional do BCB: assegurar a estabilidade do poder de compra


da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.

5. Funções do Banco Central:


a. Monopólio da missão: atende as necessidades de numerário do sistema
bancário e, consequentemente, do público;
b. Banco dos bancos: recebe os depósitos dos bancos, fornece crédito a
instituições com problemas de liquidez, intervém em casos de problemas
maiores e supervisiona o sistema de pagamentos brasileiro;
c. Banqueiro do governo: atua em nome do Tesouro Nacional, administra
as reservas internacionais, representa o país junto a organismos
internacionais, recebe em depósito as disponibilidades de caixa da União;
d. Supervisor do Sistema Financeiro: obriga bancos a terem uma estrutura
organizacional para a gestão de cada fator de risco;
e. Executor da política cambial: normatiza as operações de política cambial,
reforça as reservas cambiais do país, preserva condições adequadas no
mercado de câmbio, faz a manutenção de ativos em ouro, títulos e
moedas estrangeiras;
f. Executor da política monetária: faz o controle de liquidez a partir de
recolhimento compulsório, assistência financeira de liquidez e operações
de mercado aberto

Aula 12

1. Principais fontes de criação ou destruição da base monetária


a. Movimentações na conta do Tesouro Nacional
b. Operações com títulos públicos federais
c. Operações do setor externo
d. Redesconto do Banco Central

2. Fatores que determinam e afetam a oferta monetária


a. Operações do BC – operações de mercado aberto, compra/venda de
divisas, movimentações na conta do tesouro nacional
b. Variações na alíquota de recolhimento compulsório sobre depósitos a
vista
c. Preferência dos bancos em manter reservas excedentes
d. Empréstimos de redesconto
e. Preferência do público em manter DV

3. Oferta monetária em uma crise financeira


a. Falências bancárias são, geralmente, antecipadas por retiradas de
depósitos nas IFs, levando a um aumento na preferência do público em
manter papel moeda.
b. Retração na oferta de crédito: aumento da preferência dos bancos por
manter reservas excedentes ao invés de conceder empréstimos.
c. Oferta monetária é retraída

Aula 13

1. Instrumentos de política monetária e mercado de reservas


a. Operações de mercado aberto: afeta a oferta de reservas por meio da
compra e venda de títulos públicos
b. Redesconto: afeta a oferta de reservas por meio da taxa cobrada sobre o
empréstimo de redesconto
c. Compulsório: afeta a demanda por reservas dos bancos por meio da
alíquota de compulsório
i. Vantagens: permite ampliar rapidamente a liquidez bancária em
momentos de crise e funciona como um “colchão de liquidez”
para o sistema financeiro
ii. Desvantagens: aumento nas alíquotas podem causa problemas
de liquidez para os bancos, mudanças frequentes causam
incerteza para os bancos, recolhimentos compulsórios não
remunerados funcionam de forma equivalente a um imposto para
os bancos – o que gera ineficiência econômica
d. Remuneração de depósitos de reservas voluntários: estabelece um piso
para a taxa de juros no mercado interbancário
i. Vantagens: permite conciliar a necessidade de manter o nível de
liquidez elevado com a meta para a taxa de juros de CP e pode ser
um substituto das OMA
e. Remuneração das reservas requeridas: elimina o custo dos
recolhimentos compulsórios
f. Remuneração das reservas excedentes: estabelece um piso para a taxa
de juros

2. Demanda no mercado de reservas


a. Rd: valor de reservas demandado em função da taxa de juros do mercado
interbancário de reservas iff ; inclui reservas compulsórias e excedentes
b. Custo de oportunidade de manter RE = iff – ior, onde iff é a taxa de juros
do mercado interbancário e ior a taxa de juros paga sobre RE pelo FED.
i. Iff = ior : bancos não emprestam no overnight e preferem manter
RE remuneradas no FED

3. Oferta no mercado de reservas


a. Rs = NBR + BR
i. NBR: non borrowed reserves – operações de mercado aberto do
BC afetam o nível de NBR
ii. BR: borrowed reserves – taxa de juros de redesconto id afeta nível
de BR por meio dos empréstimos de redesconto
b. Id > iff : bancos não tomarão emprestado do FED e BR = 0
c. Id <= iff : bancos vão captar reservas pagando a taxa id ao BC

4. Operações de mercado aberto


a. Dinâmica: feita para alterar nível de reservas e base monetária de forma
definitiva
b. Defensiva: feita para neutralizar outros fatores que afetam a base
monetária e para atingir a meta para a taxa de juros
c. Definitivas: tem impacto definitivo sobre a liquidez
d. Compromissadas: tem impacto temporário sobre a liquidez e a taxa de
juros, pois, quando a operação é revertida, seu impacto desaparece
e. Vantagens das OMA em relação ao redesconto, compulsório e
remuneração sobre RE: BC tem controle completo, é flexível e precisa,
facilmente reversível e tem implementação rápida

5. Instrumentos não convencionais de política monetária


a. Podem ser classificados em dois grandes grupos:
i. Facilidades de liquidez: se destinam a melhorar o funcionamento
dos mercados interbancários
ii. Facilidades de crédito e programas de aquisição de ativos:
melhoram o funcionamento das empresas e dos mercados de
capitais
b. Vantagens: Efeito sobre a inclinação da ETTJ, propiciam ajustes rápidos
no nível de liquidez da economia, aliviam pressões sobre o balanço das
instituições financeiras, proporcionam uma provisão de liquidez nos
segmentados mais afetados pela crise
c. Desvantagens: podem enfraquecer o controle sobre a medida da oferta
monetária, reversão do QE pode resultar em uma reestruturação custosa
ao sistema financeiro, possíveis efeitos inflacionários

6. Forward Guidance: ferramenta que tem sido usada por alguns bancos centrais
para guiar, por meio do anúncio das suas projeções, as taxas de juros de mercado
a. Condicional: é condicional ao comportamente de alguma variável
econômica
b. Incondicional: período fixo no tempo
i. Vantagem: fornece maior transparência e certeza sobre a
trajetória da política monetária, o que torna mais fácil para
investidores tomarem decisões sobre o futuro em um momento
de aversão ao risco
ii. Devantagem: representa um compromisso implícito do banco
central; manter o compromisso pode ser desestabilizador frente
a mudanças no cenário para a inflação e crescimento que
justificariam uma revisão na orientação da política monetária

Aula 14

1. Objetivos da política monetária:


a. Estabilidade de preços
b. Elevar o nível de emprego
c. Promover o crescimento econômico
d. Promover estabilidade dos mercados financeiros
e. Promover estabilidade da taxa de juros
f. Promover estabilidade nos mercados cambiais

2. A prioridade da política monetária é a estabilidade de preços. Uma vez que isso


é alcançado, os outros objetivos podem ser perseguidos.

3. Metas monetárias
a. Vantagens: informação rápida sobre o cumprimento do target. Sinal claro
e direto, podendo ajudar a controlar expectativas
b. Desvantagens: para funcionar, precisa de uma relação forte e confiável
entre a variável objetivo e o target

4. Meta para inflação


a. Vantagens:
i. Não depende unicamente da relação entre agregados monetários
e inflação
ii. Altamente transparente
iii. Ajuda a contornar problema de inconsistência intertemporal e
fixa o debate nos objetivos de longo prazo dos BCs, ajudando a
blindar o BC de pressões políticas
b. Desvantagens:

5. Implicit Nominal Anchor


a. Vantagens: maior discricionariedade
b. Desvantagens: falta de transparência e dependência da reputação de um
indivíduo

6. Estratégias da política monetária: é dividida em 4 partes – ferramentas,


instrumentos operacionais, metas intermediárias e objetivos
a. Ferramentas de PM: OMA, compulsórios, redesconto, depósitos
remunerados, QE, forward guidance
b. Instrumento operacional: NBR e taxa de juros de curto prazo
i. Indica a postura da PM (restritiva ou expansionista)
ii. Critérios para escolha do instrumento operacional: deve ser
mensurável e indicar a postura da PM, deve ser passível de total
controle por parte do BC e deve apresentar um efeito previsível
sobre o objetivo da política monetária
iii. Banco Central não pode escolher ao mesmo tempo a taxa básica
de juros e as reservas NBR como instrumentos operacionais de
políticas monetária. Se o BC escolher NBR, ele perde o controle
sobre a taxa de juros; se o BC escolher uma meta para a taxa
básica de juros, ele perde o controle sobre os agregados
monetários.
c. Metas intermediárias: permitem o acompanhamento dos efeitos da
política monetária

7. Bolhas nos preços dos ativos


a. Ocorrem quando o preço do ativo fica muito acima dos seus
fundamentos e volta ao valor fundamental muito rapidamente
b. Tipos de bolhas nos preços dos ativos:
i. Credit-driven bubble: aumento na oferta de crédito impulsiona o
preço do ativo e, na medida que o preço aumenta, incentiva-se o
empréstimo
ii. Exuberância racional
c. Os BCs devem atuar frente a bolhas nos preços dos ativos?
i. Doutrina Greenspan: os BCs não devem atuar dado que há uma
dificuldade de identificar se é ou não bolha, que mudanças na
taxa de juros tem impacto de amplo espectro, que o impacto
sobre o nível do produto e desemprego pode ter consequências
mais adversas do que os efeitos da bolha por si só.
d. Como os BCs deve atuar frente a bolhas nos preços dos ativos?
i. Aumento nos requerimentos de capital, monitoramento de
procedimentos de gerenciamentos de riscos e supervisão e
requerimentos de capital anticíclicos para lidar com credit-driven
bubble.

Aula 15

1. Política discricionária: o instrumento de política é determinado após as decisões


do público
a. Kydland & Prescott: mesmo se houver uma função objetiva social fixa e
acordada, a política discricionária definida por meio de uma teoria de
controle ótimo não resulta na maximização do bem-estar da sociedade

2. Proposição de Barro e Gordon: se o BC tem um viés inflacionário existe certeza,


o uso de uma regra crível de política monetária é preferível ao de uma política
discricionária, pois esta irá contornar o viés inflacionário do BC
a. O problema da inconsistência temporal e viés inflacionário é um
argumento para justificar a implementação de regras na condução da
política monetária e de mecanismos de comprometimento por parte da
autoridade monetária na estabilidade de preços.

Aula 17

1. Quando há um choque negativo de demanda, os BCs podem responder de duas


maneiras:
a. Não fazer nenhuma ação de PM
b. PM ativa para estabilizar a atividade econômica e a inflação no curto
prazo
i. Nesse caso, não há trade-off entre a busca da estabilidade de
preços e estabilidade da atividade econômica

2. Quando há um choque de oferta de curto prazo, os BCs podem responder de


três maneiras:
a. Não ajustar a PM
b. PM restritiva para voltar a meta de inflação
c. PM expansionista para estabilizar o nível de produto
Choque de oferta temporário impões trade-off de curto prazo para
policymakers

3. Tanto para choques negativos de demanda agregada quanto para choques


negativos de oferta agregada de longo prazo, a política que estabiliza a inflação
no curto prazo também estabilizará a atividade econômica.

4. Implementação de PM e defasagens:
a. Defasagem na divulgação dos dados: tempo necessário para a obtenção
de dados indicando a posição da economia no ciclo econômico
b. Defasagem na decisão e implementação da PM: tempo necessário para
os policy makers reconhecerem a necessidade de mudança na postura
PM e ajustarem os instrumentos de PM
c. Defasagem dos efeitos da PM: tempo necessário para a PM exercer seus
efeitos sobre o nível de atividade e a inflação

5. Discricionariedade restrita
a. Impõe uma estrutura conceitual e uma disciplina de condução de PM
para os policy makers, mas sem eliminar toda a flexibilidade necessária
para um ajuste ótimo dessa política
b. IT seria um regime de PM de discricionariedade restrita – meta para
inflação com contínua avaliação das condições econômicas

6. PM não reage a choques de forma automática, uma vez que essa reação
depende da forma como o choque será transmitido às expectativas, às projeções
de inflação e ao balanço de riscos.

Aula 18

1. Mecanismos de transmissão de política monetária


a. Taxa de juros: Canal de transmissão da taxa de juros: taxa de juros reais
mais baixas levam ao aumento do investimento, o que produz o aumento
da produção agregada
b. Taxa de câmbio: Depreciação da moeda doméstica torna os bens
domésticos mais baratos do que os bens estrangeiros, o que causa um
aumento em NX e, portanto, em Y
c. Preço das ações / q de Tobin:
i. Q de Tobin: empresas levam em conta a relação entre o valor de
mercado do capital instalado (dado pelo mercado de ações) e o
custo de reposição do capital
ii. preço das ações é diretamente proporcional ao q de Tobin, logo
preços mais elevados de ações levam a um maior q, o que
aumenta o gasto com investimento e, portanto, aumenta Y
d. Efeito riqueza via preços das ações:
e. Canal de empréstimo dos bancos: PME ao aumentar as reservas
bancárias e os depósitos bancários, aumenta a oferta de empréstimos
disponíveis. Isso fará com que os investimentos das empresas e compra
de imóveis pelas famílias aumente e, por consequência, Y aumente.
f. Efeito balanço patrimonial: Quanto menor o PL das empresas, mais
graves são os problemas de AS e risco moral. Isso significa que se as
empresas estão com um PL baixo, elas têm menos credibilidade para
tomar empréstimos e, portanto, investem menos, o que acarreta numa
redução de Y
g. Canal fluxo de caixa: PM afeta o fluxo de caixa das empresas por meio
das taxas nominais de juros; a melhora no BP reduz problemas de AS e
risco moral, levando a um aumento nos empréstimos, investimentos e na
atividade econômica
h. Mudanças não antecipadas no nível de preços: PME que leva a um
aumento imprevisto do nível de preços aumento o PL real das empresas,
o que diminui a seleção adversa e os problemas de risco moral, levando
a um aumento do investimento e de Y
i. Efeito liquidez das famílias:

2. Modelo Samba: uma variação na taxa básica de juros afeta a inflação e o produto
basicamente por intermédio dos três canais seguintes:
a. Taxa de juros ou da demanda doméstica: um aumento na taxa de juros
reduz o consumo e o investimento, o que diminui o custo marginal das
firmas que é repassado aos preços, ou seja, a inflação recua
b. Taxa de cambio: elevação da taxa de juros determina apreciação da
moeda nacional que se transmite aos preços, ou seja, reduz a inflação. A
apreciação cambial também desestimula as exportações e estimula as
importações, o que reduz o produto agregado
c. Expectativas: inflação corrente dos preços livres depende das
expectativas dos agentes que são consistentes com o modelo. Redução
nos custos esperados reduz as expectativas e, por consequência, a
inflação

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