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O comodato é gratuito , ou seja, a gratuidade é da sua essência.

Não existe
comodato oneroso sob pena de virar aluguel. O mútuo, por sua vez pode ser
gratuito ou oneroso (feneratício, em que há cobrança de juros)

No comodato há uma mera transferência de posse , enquanto o mútuo


transfere a propriedade . Ex.: se no mútuo te empresto R$100,00 você passa
a ser o dono. Ex2: no comodato se houver roubo do carro, a coisa perece
para o dono pois não houve culpa.

O comodato é empréstimo de bem infungível , e o mútuo de bem fungível ,


geralmente dinheiro.

Comodato é chamado de empréstimo de uso , e mútuo de empréstimo de


consumo .

Espécie de empréstimo de consumo. As partes são chamadas de mutuante e


mutuário.

gratuito ou oneroso
temporário
fungibilidade da coisa emprestada
transmissão de domínio da coisa emprestada
não-solene (informal)

Direito do mutuante de exigir garantia de restituição

É possível exigir uma garantia (seja um fiador, seja garantia real, exemplo:
empenho) pela mudança da situação econômica.

Prazo do contrato
Mútuo (empréstimo de consumo) (arts. 586 a 592

Espécie do gênero empréstimo;


• É o empréstimo de coisas fungíveis (art. 586);
Que podem ser substituídas por outras de mesma espécie, qualidade e quantidade
Mútuo – empréstimo de bem fungível e consumível, em que a coisa é consumida e desaparece,
devendo ser devolvida outra de mesma espécie e quantidade (empréstimo de consumo).
• Partes (mutuante e mutuário);
Mutuante (aquele que cede a coisa) e o mutuário (aquele que a recebe).
• O domínio da coisa é transferido ao mutuário (art. 587);
. Por transferir o domínio da coisa emprestada, por conta do mutuário correm todos os riscos da
coisa desde a tradição
• O mutuário tem que entregar uma coisa que tenha as mesmas características.
do que o recebido (gênero, qualidade e quantidade), mas não necessariamente o mesmo recebido.

Características

Gratuito ou oneroso (feneratício);


• Unilateral (em regra);
• Comutativo;
• Real;
• Temporário;
• Não solene.

Partes do contrato o mutuante (aquele que cede a coisa) e o mutuário (aquele que a recebe).

Tal qual o comodato, o mútuo é também um contrato Não solene (não se exigindo forma
específica);

Real
(só se aperfeiçoa com a entrega da coisa), nos termos do art. 587.
Por ser um contrato real, correm por conta do mutuário todos os riscos da coisa a partir da
tradição (contrato translativo de propriedade). Atenção, porém, porque sendo destinado a
fins econômicos, presumem-se devidos juros ao mutuante, permitida a capitalização anual.
A transferência da propriedade implica no res perit domino : a coisa perece para o mutuário, que se
tornou dono com a tradição.

Unilateral
(em regra não exige contraprestação, salvo no mútuo a juros)

Comutativo
(já que que as partes conhecem a extensão da prestação).

Gratuito (em regra) ou Oneroso (feneratício)

Se não há juros, gratuito. Exemplo: livro emprestado a um amigo.

(feneratício, em que há cobrança de juros)

Presume-se o mútuo oneroso, portanto, em sendo ele destinado a fim econômico. O Enunciado 34
do CJF/STJ, da I Jornada de Direito Civil, vai exatamente no mesmo sentido, estabelecendo que
quaisquer contratos de mútuo destinados a fins econômicos presumem-se onerosos, ficando a taxa
de juros compensatórios limitada ao disposto no art. 406, com capitalização anual.

Exemplo: empréstimo consignado no banco.

Temporário
Se não fosse temporário, seria contrato de doação.

Pode-se convencionar o mútuo por qualquer prazo. Não se o tendo convencionado, o prazo
será, segundo o art. 592:

I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como
para semeadura;
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.

Para os demais casos envolvendo coisa fungível,


presume-se o prazo como o que declarar o mutuante
de qualquer forma. Esse prazo será fixado por aquele
que emprestou a coisa por meio de interpelação
judicial feita pelo mutuário, o que não obsta que o
magistrado venha a aumentá-lo se as circunstâncias
fáticas trouxerem evidências de que o prazo
estabelecido pelo mutuante é insuficiente.

Mas, e qual é o prazo prescricional para cobrança de dívida oriunda de mútuo? Depende. De quê?
Se o mútuo é cartularizado ou não.

Se cartularizado em instrumento, público ou particular, prescreve a pretensão de cobrança no prazo


quinquenal do art. 206, §5º, inc. I (“dívidas líquidas constantes de instrumento público ou
particular”).
Se meramente verbal, não há que se falar em “instrumento”, pelo que inaplicável o dispositivo, mas
o prazo geral decenal do art. 205. É a posição do STJ, inclusive (REsp 1.510.619/SP).

Acrescente-se, para findar este tópico, que, havendo valor de empréstimo fixado
em instrumento particular ou público de forma líquida – certo quanto à existência e
determinado quanto o valor –, o prazo prescricional para a pretensão de cobrança
será de cinco anos, a contar do vencimento da obrigação, como preconiza o art. 206, §
5.º, inciso I, do Código Civil.

Por fim, em havendo mudança notória na situação econômica do devedor, o mutuante pode exigir
do mutuário garantia de que poderá cumprir sua obrigação de pagar o mútuo (por força do art. 590,
seguindo orientação de proteção ao credor, prevista no art. 333). Não apresentando garantia real ou
fidejussória, vence antecipadamente o contrato.

O artigo 590 ratifica o 477 14 . Exceção de inseguridade. Visa trazer uma segurança
para o mutuante.

Art. 477 CC-02. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se
obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe
compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

Temporário
Se não fosse temporário, seria contrato de doação.

Enunciado 34, primeira jornada de Direito Civil.

Prazo do contrato Art. 592

O mútuo oneroso, comum no empréstimo de dinheiro, também denominado mútuo


feneratício, está tratado pelo art. 591 do CC/2002

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