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Ao conUário, a montaria de André Vidal de Negreiros é luzidia, lisa, a

anca brilha numa superfície uniforme, o conjunto tem um certo aspa-to de rigide-z:

-se a alimária de Vemet se levanta do chão, a de Meirell_es está como que suspen-
sano ar, fixa, tendo alguma coisa dos cavalos de carrossel. Embora sem a veemên-

cia de um Géricault ou de um Delacroix, Vernet se articula às contribuições ro-


mânticas. Meirelles ignora-as e suas telas adquirem, ao lado das do mesrre de
i\1azzepa, um certo sabor arcaico.

Também aqui a lição n[o foi seguida. É possível verificar se as batalhas de


Vernet possuem alguma coisa em comum com Guararapes. Tomemos a Bataille de

Bouvines (fig. 36) e a Bataille de Fontenoy (fig. 37), dois adm.irabilíssimos quadros, e
dos mais importantes dentre ~ue se encontram na Galleríe des Batailles213. Em

realidade, trata-se de um antes e de um depois da luta propriamente dita.


Bouvines traz o momento no qual Felipe Augusto, colocando sua coroa sobre o
altar, é aclamado ao pedir que os barões entreguem-na ao mais digno; em
Fontenay, os troféus são trazidos a Luis XV. As cenas pressupõem, no entanto,
agitação, onde bandeiras e lanças são levantadas.

Elas não possuem, porém, a univocidade de ação de Guararapes. Bouvines


é mais concenb-ada num. triângulo largo, onde o grupo dos barões levanta os es-

tandartes em direção ao rei, criando um efeito visual de confronto. Mas em ambas,


os grupos paralelos ao acontecimento principal acrescentam diversões narrativas
que fascinam o olhar e neles o pitoresco é elemento inevitável. Victor Meirelle., se-
gundo o que pode ser lido com frequência, buscava com minúcia a fidelidade aos

28 .0 primeiro é de 1827, o segundo de 1836, ambos foram encomenda de Carlos X para o Louvre,
acabaram integrando o museu de Luis-Felipe de Versallies.

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