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CONCRETO

ARMADO 3

RESERVATÓRIOS

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Paulo S. Kunzler
ESCOLA POLITÉCNICA, PUCRS
CONCEITOS PARA
DIMENSIONAMENTO DE
RESERVATÓRIOS
•  DIMENSIONAMENTO DE LAJES
–  FLEXÃO SIMPLES
–  FLEXO-TRAÇÃO
•  DIMENSIONAMENTO DE VIGAS
–  VIGA CONVENCIONAL
–  VIGA PAREDE
•  COMPENSAÇÃO DE MOMENTOS FLETORES

DIMENSIONAMENTO DE LAJES
•  DETERMINAÇÃO
DAS REAÇÕES
EXTERNAS

§  K=q.a.b
§  Ra = Va.K/(1000.a)
§  Rb =.Vb.K/(1000.b)

R à KN/m
sobre o bordo de apoio
DIMENSIONAMENTO DE LAJES

DETERMINAÇÃO
DOS
MOMENTOS
FLETORES

M=0,001.q.ly².__

M à KN.m
no centro
e bordos engastados
DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO
DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO
COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES
•  Para facilitar o entendimento pega-se como exemplo
uma viga de dois vãos contínua. Esta pode ser
calculada de 2 maneiras:
A)
a b c

B) a b b c
•  Embora para uma viga calcular vãos separados é algo
estranho. Lajes vizinhas comumente são calculadas
isoladamente, muitas vezes sem levar em conta a
influência de suas lajes adjacentes.
COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES
•  Repare nos momentos fletores em cada caso:
A)
a b c
B)
a b b c
•  Caso A: que é correto por ser o comportamento real da viga.
•  Caso B: está incorreto pois o ponto ‘b’ apresenta 2
momentos fletores diferentes e isto é impossível
fisicamente.
•  Este é o problema encontrado ao se solucionar elementos
contínuos de maneira isolada. Para contornar este problema
deve-se realizar a compensação de momentos.
COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES

•  A compensação passa por uma COMPATIBILIZAÇÃO de


mementos fletores negativos no ponto a ser contínuo (‘b’). O
modelo mais comum adotado é a realização de uma média
simples entre os 2 momentos. (neste caso Xc = 66,9kNm)
•  Logo a viga esquerda terá um ΔX = 66,9 – 40 = +26,9kNm e a
viga da direita ΔX = 66,9 – 93,8 = -26,9kNm. Esta variação de
momento negativos provoca uma alteração nos momentos
positivos que devem ser COMPENSADOS.
COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES
•  Deve-se calcular os ΔM dos momentos fletores positivos que
aparecem nos diagramas. Em geral calcula-se apenas os +ΔM
pois este processo é pouco trabalhoso e assim poupa-se
trabalho ficando a favor da segurança.
COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES
•  A compensação de momentos fletores em lajes é mais complexa, pois
possui 2 momentos fletores positivos Mx e My, que são interdependentes
entre si e 2 momentos negativos X e Y. Além disto a laje pode ter 1, 2, 3 ou
4 bordos com continuidade que gere a necessidade de compensação dos
momentos.
•  Mesmo que apenas 1 bordo seja engastado provocando um –ΔX e por
consequência um +ΔMx, que deve ser compensado, irá surgir também um
+ΔMy como consequência da interdependência entre Mx e My.
•  Felizmente há tabelas que simplificam bastante este processo!
•  É importante ressaltar que em caso de lajes com momentos fletores
baixos, a omissão da compensação de momentos
fletores não é grave pois as variações ΔX, ΔY, ΔMx
e ΔMy são muito pequenas. Apenas em casos de
cargas elevadas, como RESERVATÓRIOS, sua
consideração se torna relevante.
COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES
•  LEMBRANDO QUE SEMPRE Lx > Ly
•  SE A LAJE POSSIU APENAS 1 ΔX
ΔMx = γx1. ΔX
ΔMY = γY1. ΔX

•  SE A LAJE POSSIU APENAS 1 ΔY
ΔMx = γx2. ΔY
ΔMY = γY2. ΔY

•  SE A LAJE POSSIU 1 ΔX E 1 ΔY
ΔMx = γx1. ΔX + γx2. ΔY
ΔMY = γY1. ΔX + γY2. ΔY

•  SE A LAJE POSSIU 2 ΔX E 2 ΔY
Livro Curso de Concreto Armado
ΔMx = (γx1. ΔX1 + γx2. ΔY1) + (γx1. ΔX2 + γx2. ΔY2) Autor: JM Araújo
ΔMY = (γY1. ΔX1 + γY2. ΔY1) + (γx1. ΔX2 + γx2. ΔY2) Volume 4. Página 122

COMPENSAÇÃO DE MOMENTO
FLETORES
•  Lajes de fundo de reservatório são lajes engastadas nos 4 bordos,
simétrica ΔX1=ΔX2=ΔX e ΔY1=ΔY2=ΔY, logo a situação mais comumente
encontrada é:
•  2 ΔX E 2 ΔY
ΔMx = 2(γx1. ΔX + γx2. ΔY)
ΔMY = 2(γY1. ΔX + γY2. ΔY)

•  Os momentos finais da lajes serão então:
Xc e Yc – Momentos negativos compatibilizados (média)
Mx,c e My,c – Momentos positivos compensados.

Mx,c = Mx + ΔMx
My,c = My + ΔMy
RESERVATÓRIO DE CONCRETO
RESERVATÓRIOS DE CONCRETO
•  Reservatórios são elementos de concreto armado
tridimensionais complexos. A solução deste elemento como
um todo é possível apenas utilizando métodos sofisticados de
cálculo como Método dos Elementos Finitos (MEF)
disponíveis apenas no final da década de 90.
•  O cálculo “a mão” pode ser feito de maneira simplificada
utilizando um MODELO DE CÁLCULO que divide o reservatório
(complexo) em varias subestruturas (simples) como lajes e
vigas que podem ser calculadas com mais facilidade
isoladamente.
•  Após cada subestrutura ter sido calculada, é fundamental sua
“união”, onde compensação de momentos fletores se faz
necessária.
Reservatório Elevado de Concreto Armado
2 células
RESERVATÓRIOS DE CONCRETO

Para um reservatório
de 2 células temos,
por exemplo, o
modelo ao lado:
RESERVATÓRIOS DE CONCRETO
MODELOS SIMPLIFICADOS
•  LAJE DE TAMPA
- A carga é o peso próprio, impermeabilização e carga
acidental
- Pode ser considerada apoiada (rotulada) sobre as paredes
laterais. Em geral o esforço de tração é baixo e pode ser
desprezado.
- Podem ser dimensionadas como lajes com flexão simples.
- Suas reações são cargas verticais nas paredes laterais
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MODELOS SIMPLIFICADOS
•  LAJE DE FUNDO
- Recebe a carga do peso da água (1000Kgf por metro quadrado
por metro de lâmina d’água). Além de peso próprio e
impermeabilização.
- Deve ser considerada engastadas sobre as paredes laterais
para reduzir o momento positivo. Em geral, o esforço de tração é
alto e deve ser considerado.
- Devem ser dimensionadas como lajes com flexão composta.
- Suas reações são cargas verticais nas paredes laterais.
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MODELOS SIMPLIFICADOS
•  PAREDE LATERAL
- Recebe a carga do empuxo da água HORIZONTAL (1000Kgf por
metro quadrado por metro de lâmina d’água). VERTICALEMENTE
seu peso próprio e reações das lajes.
- Deve ser considerada engastada com a laje de fundo e
rotulada ou engastada com laje de tampa. Da mesma forma
pode ser engastada ou rotulada com as paredes adjacentes.
- Deve ser dimensionado 2x – dois Estados de Carga.
ü  EC1: como uma laje para a carga horizontal.
ü  EC2: Como uma viga para cargas verticais.
- Suas reações são cargas verticais nos pilares e horizontais de
tração nas lajes de tampa, fundo e paredes adjacentes.
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CASOS POSSÍVEIS

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CASOS POSSÍVEIS

RESERVATÓRIOS DE CONCRETO
CASOS POSSÍVEIS

EXEMPLO DE CÁLCULO

Dados:
CAAII
fck=25MPa
cobrto=2,5cm
ESQUEMA DE MOMENTOS FLETORES
Desenvolvimento
Determinação das Solicitações
Cálculo das Armaduras
ARMADURAS – FLEXÃO SIMPLES

FLEXÃO SIMPLES

seção [cm] [cm] [kNm] [kNm] [Mpa] [cm²] [cm²]


b [cm] h [cm] d' d Mk Md fck As,min As,final
LAJE TAMPA 0
Asx 100 12 3 9 2,81 3,934 25 1,206 1,21
Asy 100 12 3 9 4,47 6,258 25 1,206 1,64
As'y 100 12 3 9 10,08 14,112 25 1,206 3,84
LAJE FUNDO
Asx 100 18 3 15 11,88 16,632 25 1,809 2,62
Asy 100 18 3 15 15,06 21,084 25 1,809 3,34
As'x 100 18 3 15 19,3 27,02 25 1,809 4,32
As'y 100 18 3 15 20,9 29,26 25 1,809 4,70
PAREDE LATERAL X
Asx 100 18 3 15 4,65 6,51 25 1,809 1,81
As'x 100 18 3 15 19,3 27,02 25 1,809 4,32
PAREDE LATERAL Y
Asy 100 18 3 15 4,65 6,51 25 1,809 1,81
As'y 100 18 3 15 20,9 29,26 25 1,809 4,70

100 12 2 10 5,97 8,358 20 1,206 1,99


ARMADURAS – FLEXO TRAÇÃO

FLEXO-TRAÇÃO

seção [cm] [cm] [kN] [kNm] [cm²] [cm²]


b [cm] h [cm] d' d Nk Mk As,min As,final

LAJE TAMPA
Asx 100 12 3 9 6,25 2,81 1,206 1,21
Asy 100 12 3 9 6,25 4,47 1,206 1,77
As'y 100 12 3 9 6,25 10,08 1,206 3,97
LAJE FUNDO
Asx 100 18 3 15 25 11,88 1,809 3,08
Asy 100 18 3 15 25 15,06 1,809 3,80
As'x 100 18 3 15 25 19,3 1,809 4,78
As'y 100 18 3 15 25 20,9 1,809 5,15
ARMADURAS – DETALHAMENTO
ARMADURAS FINAIS - DETALHAMENTO

Mi Fx Simples Fx Tração % Armaduras ( Φ ) Armaduras (cm2/m)


LAJE DE TAMPA

Mx 2,81 1,21 1,21 100%

My 4,47 1,64 1,77 108%


Y 10,08 3,84 3,97 103%
LAJE DE FUNDO

Mxc 11,88 2,62 3,08 118%

Myc 15,06 3,34 3,8 114%

Xc 19,3 4,32 4,78 111%


Yc 20,9 4,7 5,15 110%
PAREDE LATERAL

M 4,65 1,81

Xc 19,3 4,32 4,78 111%


Yc 20,9 4,7 5,15 110%
KN.m cm2 cm2 %
RESERVATÓRIO DE
CONCRETO ARMADO

Detalhamento
modelo de detalhamento

MODELO ILUSTRATIVO
MODELO ILUSTRATIVO
MODELO ILUSTRATIVO
CORTE YY
MODELO ILUSTRATIVO
CORTE XX
MODELO ILUSTRATIVO
MODELO ILUSTRATIVO

Tabela de Quantitativos de Aço


Disciplina
CONCRETO ARMADO 3
Prof. Eduardo Giugliani
Escola Politécnica, PUCRS

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