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PSICOLOGIA DIFERENCIAL E DA PERSONALIDADE

Psicologia da personalidade ou psicologia diferencial é a parte da psicologia que se dedica a


descrever e explicar as particularidades humanas duradouras, não patológicas e que
influenciam o comportamento dentro de uma determinada população. Além disso, tem essa
disciplina o objetivo de integrar os resultados empíricos em uma teoria da personalidade e de
desenvolver métodos para o psicodiagnóstico e fundamentá-los teoricamente. Enquanto
alguns autores usam ambos os termos como sinônimos, outros preferem tratá-los como duas
disciplinas diferentes. O termo psicologia diferencial foi introduzido pelo psicólogo alemão,
que expressava com ele um dos três diferentes campos de estudo em que ele dividia a
psicologia: uma "psicologia individual", que se dedica ao estudo do indivíduo, uma
"psicologia especial", que se deveria dedicar ao estudo de características de grupos e uma
"psicologia diferencial stricto sensu", que deveria estudar as diferenças entre indivíduos e
entre grupos. Importantes temas são o diagnóstico de inteligência, a criatividade, bem como a
questão mais genérica a respeito da origem de tais diferenças, por exemplo, se elas se devem
mais a diferenças genéticas (ver hereditariedade) ou mais à experiência de vida de cada um. O
uso científico do termo personalidade pela psicologia diferencial difere daquele típico da
psicologia do senso comum. A psicologia científica busca a formação de um modelo teórico
de personalidade, enquanto as teorias do senso comum se baseiam muitas vezes em processos
de atribuição subjetivos: por exemplo, a partir de determinado comportamento de alguém, se
diz que ele tem uma "personalidade forte". Exemplos de paradigmas científicos para o estudo
da personalidade são: o paradigma psicoanalítico, o interacionista, o comportamental, o
evolucionista e o cognitivista.

2. DESCRIÇÃO DA PERSONALIDADE
A Psicologia da Personalidade conhece três maneiras distintas para classificar a
personalidade: a em dimensões, a classificação em tipos e a classificação baseada nos
transtornos de personalidade. O objetivo deste método de classificação é reduzir a variedade
quase infinita de personalidades a um número mínimo de dimensões estatisticamente
independentes. O ponto de partida para gerar tais dimensões é normalmente uma análise do
vocabulário que um determinado idioma tem para descrever características da personalidade
de alguém. Um grupo representativo da população desse idioma recebe então a tarefa de
separar essas palavras em categorias de palavras. Os resultados são então analisados através
de um método estatístico chamado análise fatorial. A classificação atualmente mais em uso no
mundo científico e é conhecida como "Big Five", por descrever a personalidade através de
cinco fatores ou dimensões: Extraversão - refere-se a quanto uma pessoa busca contatos, é
auto confiante e espontânea; Amabilidade - refere-se a quanto uma pessoa é gentil, empática,
mostra consideração pelos outros; Conscienciosidade (ou Responsabilidade) - refere-se a
quanto uma pessoa é cuidadosa, atenciosa, perseverante, empenhada naquilo que faz;
Instabilidade emocional (ou Neuroticismo) - refere-se a quanto uma pessoa tende a preocupa-
se, ser nervosa, ter medo e estar tensa; Abertura para novas experiências (ou Intelectualidade,
ou ainda Cultura) - refere-se a quanto uma pessoa tende a refletir, ser imaginativa, curiosa e
original. A personalidade de uma pessoa pode assim ser descrita na forma de um perfil
composto de valores em cada uma dessas dimensões, que são colhidos através de um
questionário psicológico. A pesquisa do Big Five foi originalmente feita em inglês mas foi
repetida com sucesso em vários outros idiomas. A vantagem desse tipo de classificação é a
capacidade que ela tem de descrever a personalidade, em geral complexa e multifacetada,
através de poucas dimensões variáveis. Seu maior problema é a falta de uma base teórica, que
justifique essas dimensões, afinal as dimensões foram geradas através de uma análise
linguística e estão assim intimamente ligadas à psicologia do senso comum e as suas
limitações.

3. DESCRIÇÃO TIPOLÓGICA DA PERSONALIDADE


Enquanto o método dimensional classifica características de uma pessoa, o método tipológico
classifica a pessoa. Isso pode se dar de duas maneiras diferentes: ou se definem as
características próprias de cada uma das classes, ou se descreve para cada uma delas um
protótipo, ou seja, uma pessoa fictícia que representa essa classe de forma ideal. A definição
das características ou dos protótipos de cada classe é feita a partir dos pressupostos teóricos
dos diferentes autores. Por exemplo, pode-se usar o Big-Five como base de um sistema
tipológico, levando em conta o perfil da pessoa como parâmetro. Freud e Jung, com base em
outros parâmetros relevantes para suas teorias, propuseram outras classificações tipológicas.
Os transtornos de personalidade são um determinado tipo de transtorno psíquico definidos nos
dois sistemas de classificação mais difundidos hoje em dia. Tais transtornos - ao contrário do
que o nome dá a entender - não se definem pelos parâmetros típicos da psicologia da
personalidade, como o Big-Five ou outros, mas pela presença ou não de determinados
sintomas, como é típico nos sistemas de classificação para diagnose médica. Do ponto de
vista da psicologia da personalidade é importante notar que o limite entre cada um dos oito
tipos de transtorno de personalidade descritos na CID 10 e variações normais da
personalidade é um limite gradual e a diferença entre "normal" e "doente", nesse caso, é antes
uma diferença quantitativa do que qualitativa. Isso significa, em outras palavras, que uma
determinada variação de personalidade pode ser normal até um determinado ponto e a partir
daí tornar-se patológica, observação que já havia sido feita por Freud. Assim, mesmo as
pessoas que não apresentam uma alteração patológica da personalidade podem ter um "estilo
de personalidade" que tende mais ou menos na direção de um dos transtornos da
personalidade.

4. A PERSONALIDADE
Na Psicologia a Personalidade é uma organização dos vários sistemas físicos, fisiológicos,
psíquicos e morais que se interligam, determinando o modo como o indivíduo se ajusta ao
ambiente em que vive. Para o Espiritismo a personalidade está na Alma da pessoa. Veremos
mais sobre isto mais adiante, no artigo sobre Psicologia. A personalidade vai se fazendo ao
longo do tempo, desde o nascimento até a idade adulta, porém, devido à interação com o meio
em que vivemos e à intenção inata de nos comportarmos como os outros desejariam que
fôssemos, esse desenvolvimento poderá não levar a pessoa à auto-realização, no sentido de
seu Eu real, mas em outras direções menos saudáveis para o bem estar do indivíduo, tais
como a do Eu-orgulhoso, a do Eu-coitadinho ou a do Eu-fatalista. Para uma criança se
desenvolver normalmente ela tem que se sentir aceita da forma que é. Ela pode ser corrigida e
castigada se for preciso, mas deve se sentir aceita apesar disso, de modo a não afetar o
conceito que tem de si mesma. A corrigenda e o castigo devem ser impessoais, sem ofensas à
criança. Use mais a palavra Eu do que a palava Você. Diga "Eu não quero" mas nunca "Você
é um burro". O importante não é se estamos aplicando o castigo justo mas a nossa
generosidade na sua aplicação. Caso contrário, se a criança se sentir rejeitada, poderá
construir, quando mais crescida, um novo conceito distorcido de si mesma, onde tenta criar
uma falsa idéia de superioridade, entendendo, por exemplo, que a agressividade passa a ser
força, a indiferença passa a ser sabedoria e onde a piedade é vista como algo inferior. O Eu-
submisso se transformaria falsamente, nestas circunstâncias, em perfeição cristã e santidade.

5. ASPIRAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DA AUTOREALIZAÇÃO


As aspirações normais nascem do desenvolvimento da auto-realização harmoniosa e não da
necessidade de realizar um Eu-idealizado. As atitudes que a criança desenvolve no Lar
tornam-se seus futuros comportamentos mais tarde como adulto. O traço de personalidade é
uma característica constante do indivíduo em situações variadas. Jung propôs dois
agrupamentos de traços que compreendem em si todas as características pessoais, a
Introversão e a Extroversão. A extroversão consiste na tendência de focalizar o interesse no
mundo exterior, vivendo mais no presente, dando mais valor às pessoas e ao êxito social,
sendo mais práticas. A Introversão consiste em concentrar interesse nos pensamentos e ideias
próprias, visualizando mais o futuro, sendo mais intuitiva. A frustração ocorre quando algo
impede a realização de um objetivo desejado e a pessoa reage emocionalmente de forma
perturbada e insegura, com agressividade. A saúde e o ajustamento mental estão relacionados
com o tipo de conduta adotado pelo indivíduo para expressar sua agressividade. As energias
recalcadas pela frustração procurarão sempre uma válvula de escape. A pessoa normal é
aquela que encontra derivativos para os recalques ao passo que a pessoa neurótica não
encontra saída para os mesmos.

6. CONFLITOS NEUROLÓGICOS
A ansiedade e a angústia são uma desordem emocional produzida pela perspectiva de uma
frustração. A angústia se apresenta como uma experiência de antecipação de uma situação
futura de perigo. A ansiedade é uma forma de medo em que o objeto é vago e indefinido.
Alguns conflitos neuróticos convertem grande parte da angústia em ação física no corpo da
pessoa. Dizemos que houve somatização e a tensão conflituosa pode afetar várias partes do
corpo. Se a região límbica for a atingida passarão a ocorrer emoções de medo, de angústia e
de depressão. Se atingir o hipotálamo e hipófise surgirão distúrbios da tireóide alterando o
desgaste celular, a pressão arterial e a taxa de açúcar no sangue. Se o diencéfalo for atingido
haverá perturbações na circulação, palpitações, hiperacidez no trato digestivo, cólicas
hepáticas, falta de ar e inibição da atividade sexual. Se a pessoa se fixasse demais em suas
deficiências, conflitos e frustrações perderiam sua autoestima, desintegrando sua
personalidade. É preciso se ajustar através de mecanismos de defesa. Os principais
mecanismos são o de compensação, de racionalização, de projeção, de identificação, de
regressão, de fixação, de idealização, de repressão, de sublimação, e de fantasia.

7. PERSONALIDADE SAUDÁVEL
Para o grande psicólogo, e profundo pensador Carl Jung a personalidade saudável é aquela
que consegue o equilíbrio entre o consciente e o inconsciente, entre a Vida interior e exterior.
Mais que qualquer outra escola psicológica, a psicologia analítica de Jung busca a unidade do
indivíduo no mais profundo de si mesmo, com uma técnica que conduz à individuação. A
Personalidade saudável é "Una" e dependemos em proporções angustiantes de um
funcionamento pontual do nosso psiquismo inconsciente, dos seus referentes e das suas falhas
ocasionais. Portanto, a personalidade de cada indivíduo apresenta traços próprios, ou seja,
modos originais de perceber e reagir ao mundo exterior, que se repetem em múltiplas
situações ao longo da sua Vida que de certo modo o individualizam e o distinguem das outras
pessoas. É só quando esses traços da personalidade se acentuam demasiado, tornam-se
incoerentes, inflexíveis, desadaptados à realidade habitual, prejudicando o bem-estar pessoal,
familiar ou social do indivíduo, apresentando até formas diversas de atuar perante as mesmas
situações, é que se considera que há um distúrbio de personalidade. A personalidade na sua
origem supõe, desde logo, a ideia de uma pessoa que não deixa de ser o que é, que é a mesma
no espaço e no tempo, que mantém a identidade para consigo e a diferenciação para com os
outros. Quando se fala de personalidades fortes e personalidades fracas, referem-se, a que as
primeiras são pessoas de comportamentos solidamente não contraditórios, e as personalidades
fracas são pessoas de comportamentos bastante irregulares.

8. DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA
A psicologia é tanto uma área de atuação (ciência aplicada) quanto uma área de pesquisa
(ciência acadêmica) que estuda basicamente o comportamento humano e o funcionamento da
mente humana. Os pesquisadores da psicologia têm como objetivo entender e explicar como
funcionam os pensamentos, comportamentos e as emoções. Dentre as aplicações práticas da
psicologia podemos citar como exemplos a seleção, recrutamento, ergonomia, tratamento de
distúrbios mentais, auto-ajuda, melhorar a auto-eficácia, dentre muitas outras áreas que se
envolvem diretamente com a saúde e o cotidianos das relações humanas. Esta nomenclatura
deve sua origem a um momento histórico em que os filósofos (gregos) acreditavam haver no
ser humano duas essências, uma material (soma ou corpo) e uma imaterial (psique ou alma).
Além da raiz filosófica a psicologia possui, também, uma raiz biológica na fisiologia, que
estudava a correlação entre os processos corporais (cérebro, sistema nervoso, hormônios) e os
processos mentais.

9. PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA


A psicologia para se tornar uma disciplina independente precisava se diferenciar da filosofia e
da fisiologia, o campo de estudo da psicologia surgiu quando Wilhelm Wundt criou o
primeiro laboratório de psicologia em Leipzig, Alemanha. Os estudos de Wundt se baseavam
na análise das sensações e sentimentos através do uso de introspecção, processos
extremamente subjetivos. Wundt acreditava que sujeitos treinados adequadamente poderiam
identificar precisamente os processos mentais que acompanhavam sentimentos, sensações e
pensamentos. Ao longo do tempo foram surgindo novos pensamentos que eram discordantes
do modelo de Wundt, e um grande número de “escolas de pensamento” foram surgindo na
medida em que se faziam diferentes tentativas de explicar o pensamento e comportamento
humano. Apesar de tais escolas serem vistas como forças que competem entre si, cada uma
dessas escolas apresentou sua parcela significativa de contribuição para o atual entendimento
da psicologia. Dentre as maiores escolas de pensamento em psicologia, destacam-se:
Estruturalismo; Funcionalismo; Psicanálise; Comportamentalismo; Humanismo;
Cognitivismo;

10. PSICOLOGIA NA ATUALIDADE


Nos dias atuais a psicologia utiliza-se de métodos mais científicos e objetivos para entender,
explicar e predizer o comportamento humano. Os estudos psicológicos são altamente
estruturados, começando com uma hipótese que é, então, empiricamente testada. A Psicologia
tem duas áreas principais: psicologia acadêmica (focada no estudo de diferentes subtópicos da
psicologia, incluindo personalidade, psicologia social, psicologia do desenvolvimento. Estes
buscam expandir nosso conhecimento teórico) e psicologia aplicada (Foca no uso de
diferentes princípios psicológicos para resolver problemas do mundo real. realiza pesquisa
aplicada que busca soluções para os problemas diários). Exemplos de áreas da psicologia
aplicada incluem psicologia forense, ergonomia e psicologia organizacional/industrial. Muitos
outros psicólogos trabalham como terapeutas, ajudando as pessoas a superar problemas
mentais, de comportamento e emocionais.
11. ÁREAS DA PSICOLOGIA
A Psicologia é um campo muito amplo e diversificado e com o passar do tempo vimos
emergir diferentes subcampos e especializações na área psicológica. Abaixo seguem as
principais áreas de pesquisa e aplicação dentro da Psicologia. Psicologia do Anormal - É o
estudo do comportamento anormal e das psicopatologias. Aqui o principal foco é a pesquisa e
o tratamento de uma ampla gama de distúrbios mentais e está ligada à psicoterapia e
psicologia clínica. Psicologia Biológica (Biopsicologia) - Estuda como os processos
biológicos influenciam a mente e o comportamento. Esta área está fortemente ligada à
neurociência e utiliza ferramentas para procurar por danos ou anomalias cerebrais. Psicologia
Clínica é focada na avaliação, diagnóstico e tratamento de distúrbios mentais. Psicologia
Cognitiva - é o estudo do processo de pensamento e cognição. A psicologia cognitiva costuma
estudar tópicos como atenção, memória, percepção, tomada de decisão, solução de problemas
e aquisição da linguagem. Psicologia Comparativa - ramo da psicologia relacionada ao estudo
do comportamento animal. O estudo do comportamento animal pode levar a um entendimento
mais amplo e profundo da psicologia humana. Psicologia do Desenvolvimento - ramo da
psicologia que pesquisa o desenvolvimento e progresso humano ao longo da vida. Suas
teorias são focadas no desenvolvimento de habilidades cognitivas, morais, funções sociais,
identidade e outras áreas relativas a vida.

12. IMPOSSIBILIDADE DA NÃO COMUNICAÇÃO


O adulto ensina falando e a criança descobre que o ato e a palavra vêm juntos, e vários autores
concordam que “aquilo que exatamente se diz” adquire enorme importância para a criança,
passando a ter, desde muito cedo, um “sistema de crenças”, altamente complexo, que irá
regular muitas atitudes futuras ou contribuir para a evitação de situações que poderia
constrangê-la. Essas crenças dizem respeito à imagem do próprio eu, ou seja, do como se é:
corajoso ou covarde, esperto ou “bobo”, muito amado ou tolerado. Na relação humana não
existe a linguagem linear – aquela que tem por objetivo um significado estável, sem
distorções, ambiguidade ou emoção, ou seja aquela que não depende do contexto não-
linguístico, com separação entre significado e emoção. O desenvolvimento psicológico ocorre
paralelamente ao processo de crescimento físico e social que acompanha o ser humano, desde
o seu nascimento até a sua morte, com todas as adaptações possíveis, com sua história
pessoal, os dados biopsicológicos herdados, as idiossincrasias de seu meio familiar, suas
condições ambientais, sociais e culturais, os dados adquiridos na interação hereditariedade-
meio, as características e condições de funcionamento do indivíduo nessa interação,
possibilitando adaptações e mudanças em situações futuras.

13. PRIMEIRA IMAGEM DE SOCIEDADE


A família proporciona a primeira imagem de sociedade, no contexto de sua subcultura
específica, e será o padrão de relação que a criança encontrar o que servirá como um primeiro,
mas poderoso, vislumbre das possibilidades de interação entre pessoas. Todos os membros de
uma família são influenciados por seus padrões (ou leis familiares), que por sua vez sofrerão
influências das “agências de sociabilização” (escola, parque, creche, vizinhos, etc) e, em
contra partida, trarão esses padrões para dentro de casa, alterando o comportamento familiar,
desenvolvendo novos papéis, alterando alguns valores aprendidos de seus pais. Quando isso
não ocorre haverá grandes choques nas relações, que poderão interferir no desenvolvimento
psicológico de seus membros. Considera-se que a característica mais notável do Ser Humano
é a sua individualidade, e que todo o ser humano é portador de um genótipo singular, que faz
com que jamais dois seres humanos (com possível exceção dos gêmeos idênticos), tenham
sequer a potencialidade de um desenvolvimento idêntico, sobretudo quando a todas essas
diferenças genéticas acrescentarmos as diferenças que ocorrerão nos ambientes e nas
experiências de cada indivíduo. Estas peculiaridades, ou seja, os traços de personalidade são
perceptíveis a partir das reações diferenciadas das pessoas no grupo, determinando assim o
seu temperamento.

14. ABORDAGEM SOBRE O TEMPERAMENTO E TRAÇOS DE PERSONALIDADE


A origem da Teoria da Personalidade deve-se aos médicos e as exigências das práticas
médicas, visto que a formação dos pioneiros nesse campo é o resultado da combinação de
suas teorias da personalidade com a prática psicoterápica como meio de tratamento de
doenças mentais, na tentativa de entender tanto a natureza básica do Ser Humano quanto os
desvios e as peculiaridades de seu sistema nervoso. À medida que a psicologia progride de
uma análise introspectiva da mente humana, para uma ciência do comportamento humano
surge à necessidade do estudo da personalidade ser retirado do domínio médico e
psicoterápico para tornar-se parte integral de uma psicologia científica. Há também, os
processos motivacionais, assumem um papel importante e decisivo para o ajustamento do Ser
Humano ao meio. Essa relação pelo interesse dos processos funcionais e motivacionais gera
uma compreensão adequada do comportamento humano que só será possível a partir do
estudo da sua personalidade total. A Personalidade é a síntese integral das atividades
psíquicas, e atributo característico único dos Seres Humanos.

15. TEMPERAMENTO
O temperamento é a característica da personalidade que permite identificar as peculiaridades
dinâmicas dos processos psíquicos como intensidade, velocidade, cadência e ritmo. Dois
componentes do temperamento, atividade e emocionalidade, estão presentes na maioria das
classificações e teorias do temperamento. A atividade do comportamento caracteriza o grau de
energia, de impetuosidade, de velocidade, de inércia e de lentidão. A emocionalidade
caracteriza as peculiaridades da transcorrência das emoções, dos sentimentos, dos estados de
espírito e suas qualidades, como: o sinal (positivo/negativo) e a modalidade (alegria, mágoa,
medo, tristeza, cólera, etc). São conhecidos três sistemas básicos para explicar a essência do
temperamento, dos quais os dois primeiros têm somente interesse histórico. O primeiro
sistema (humoral), o qual já foi citado anteriormente, liga o estado do organismo com a
proporção dos sucos (os líquidos e humores) que circula pelo organismo. Pela prevalência dos
tipos de líquidos que circulam pelo organismo, foram destacados os seguintes temperamentos:
sanguíneo; colérico; fleumático e melancólico. O segundo sistema (constitucional) se apoia
nas diferentes constituições do organismo, sua estrutura física, proporções de diferentes partes
do corpo e proporções de diferentes tipos de tecidos. A constituição é o aspecto físico-
morfológico da personalidade. É a estrutura ou arquitetura do corpo humano. O estudo da
constituição é objetivo da Biotipologia, ciência que estuda os diversos tipos humanos com
suas particularidades somáticas e psíquicas, as quais se associam intimamente. Embora não
haja unidade de doutrina relativamente à classificação dos tipos constitucionais, pode-se
afirmar que há uma estreita relação entre a forma e o espírito, entre a figura e o caráter, entre
o soma e a psique. A relação entre os traços físicos e psíquicos também tem sido considerada
do ponto de vista de tipos constitucionais.

16. BASES BIOLÓGICAS


As bases biológicas para as tipologias “extroversão - Introversão” é descrita da seguinte
forma: os introvertidos se caracterizam por alta estimulação cortical, o que faz com que estes
formem melhores respostas condicionadas e, segundo o autor, as respostas condicionadas são
em parte responsáveis pela produção de desordens neuróticas, pois estas são respostas
emocionais condicionadas; consequentemente os introvertidos podem ser encontrados entre os
neuróticos. Já com os extrovertidos, o processo é inverso, ou seja, estes condicionam muito
pouco, porém, o comportamento socializado, segundo o autor, se deve largamente a respostas
condicionadas que adquirimos, sob o pretexto da consciência, quando crianças; por
conseguinte, os extrovertidos, podem ser encontrados com padrões de comportamento talvez
não muito aceitos pela sociedade. As dimensões primárias da personalidade, podem ser
observada a seguir:
• Introversão
• Extroversão
• Instabilidade
• Estabilidade Emocional
Pela curva de Gauss, os sujeitos normais se distribuem no centro, e os neuróticos e psicóticos
em lados opostos. No âmbito social é possível caracterizar os extrovertidos como ativos,
otimistas, impulsivos e capazes de estabelecer facilmente os contatos sociais. Em contraste, os
introvertidos estão caracterizados como reservados, ansiosos, precavidos e com dificuldades
para o estabelecimento de contatos sociais.

17. PROBLEMAS ÉTICOS NA PESQUISA DA PERSONALIDADE


A pesquisa científica oferece muitas situações eticamente problemáticas. Independentemente
do objeto de estudo, o pesquisador tem a obrigação de zelar pelo bem-estar dos participantes
de suas pesquisas. Ele é assim responsável por protegê-los de possíveis perigos durante todo o
processo de coleta de dados. Muitas vezes é necessário um parecer favorável de um conselhos
de ética oficialmente reconhecido para que uma pesquisa possa ser realizada. Uma vez
coletados os dados põe-se o problema de sua divulgação. Não apenas a publicação de dados
falsos, um problema infelizmente mais frequente do que o desejado, se coloca como um
problema ético, mas também e sobretudo o significado de preconceitos do pesquisador na
interpretação desses dados. Uma terceira área de importância cada vez maior é o uso de
métodos e conhecimentos psicológicos na vida pública (ex. testes psicológicos são utilizados
na escolha de pessoal, na distribuição de vagas em universidades etc.; resultados de pesquisas
psicológicas servem de base para decisões políticas). Essa situação exige dos pesquisadores o
maior cuidado na divulgação dos resultados de suas pesquisas.

18. A PESQUISA CORRELATIVA E EXPERIMENTAL


O principal objetivo da pesquisa correlativa é determinar a relação entre duas ou mais
variáveis observadas. A estratégia de pesquisa neste caso é medir duas ou mais variáveis em
uma determinada população e calcular através de métodos estatísticos o quanto essas
variáveis variam juntas. Esse tipo de pesquisa permite responder a perguntas do tipo "pessoas
felizes vivem mais?", "fumantes morrem mais cedo?", "pessoas otimistas sofrem menos de
depressão?". Como se vê, esse tipo de pesquisa permite que se analise um grande número de
variáveis e a direção da relação entre elas e permite que se pesquise grandes populações; por
outro lado a pesquisa correlativa não permite determinar a causa de uma correlação, a
validade, a religabilidade e a objetividade precisam ser muito melhores, aumentando as
dificuldades metodológicas, e as pessoas pesquisadas não são vistas em sua completude, mas
somente como "portadores de dados". A pesquisa experimental caracteriza-se pelo princípio
do laboratório: o pesquisador tenta controlar ("desligar") todas as influências externas, de tal
modo que ele possa observar o que acontece com uma variável quando ele modifica outra. Por
exemplo, para saber se as pessoas trabalham melhor com música ambiente, o pesquisador
procura um grupo de pessoas disposta a participar do seu projeto, define uma mesma tarefa
para todas as pessoas (de preferência na mesma sala, com o mesmo material) ele define
através do acaso ("randomização") quais pessoas vão realizar essa tarefa com música e quais
sem. Dessa forma, se as pessoas que trabalharam com música trabalharem melhor, o
pesquisador saberá que é por causa da música e não por outra razão qualquer. Como se vê,
esse tipo de pesquisa permite a observação detalhada e objetiva de apenas algumas variáveis
relevantes e, sobretudo, permite que se possa afirmar se uma variável é causa da outra; por
outro lado isso implica que fenômenos que não possam ser realizados em laboratório não
podem ser pesquisados, a situação é artificial e, por isso, pode ser que as pessoas se
comportem de maneira diferente quando estão fora do laboratório.

19. ESTUDO DE CASO


O estudo de caso tem por fim descrever uma pessoa, em seu pensar, sentir e agir. Para muitos
pesquisadores essa é a única maneira de fazer jus à complexidade do ser humano. Os estudos
de caso, apesar de servirem à pesquisa de diferentes áreas, foi sobretudo utilizado na pesquisa
clínica. Apesar de permitir a observação do comportamento humano em situações naturais, da
complexidade da inter-relação entre a pessoa e seu ambiente e de possibilitar uma
compreensão mais aprofundada do indivíduo, os estudos de caso têm alguns problemas sérios:
a observação, o mais das vezes, não é sistemática, a interpretação dos dados tende a ser mais
subjetiva e a relação entre as diferentes variáveis observadas não é claro.

20. DEFINIÇÃO DE PERSONALIDADE


Personalidade é um termo que apresenta muitas variações de significado. Em geral representa
uma noção de unidade integrativa do ser humano, pressupondo uma idéia de totalidade. No
senso comum é usada para se referir à capacidade de rápidas tomadas de decisão, para se
referir a uma característica marcante da pessoa, como timidez ou extroversão por exemplo, ou
ainda para se referir a alguém importante ou ilustre: “uma personalidade”. A personalidade
atribuída a uma pessoa pode definir, para o senso comum, se esta pessoa é boa ou má. A
psicologia evita este juízo de valor. A personalidade seria um conjunto de características que
diferenciam os indivíduos. Estes atributos seriam permanentes e dizem respeito à constituição,
temperamento, inteligência, caráter, um jeito específico de se comportar. Para as teorias que
utilizam o conceito de personalidade, ela significa a “organização dinâmica dos aspectos
cognitivos, afetivos, fisiológicos e morfológicos do indivíduo”. Fala-se também em
personalidade básica, que seriam as atitudes, tendências, valores e sentimentos dos membros
de uma sociedade. A personalidade pressupõe a possibilidade de um indivíduo se diferenciar,
ser original e ter particularidades. Através desta idéia pode-se predizer o que a pessoa fará em
determinada situação, pode-se ter idéia de como ela reagiria. Nem todas as teorias trabalham
com este conceito porque ele tem uma noção implícita de estrutura, de estabilidade e portanto
de características que não mudam. No entanto, ela é fruto de uma organização progressiva do
ser humano e não apenas entendida como um fenômeno em si. Ela evolui de acordo com a
organização interna do indivíduo. A psicanálise afirma que a estrutura da personalidade já
está formada aos quatro ou cinco anos de idade, enquanto que, para Piaget, ela começa a se
formar entre os oito e doze anos. O caráter, temperamento e os traços de personalidade são
termos que se referem a esta noção. Alguns distúrbios podem se relacionar à personalidade,
gerando conceitos patológicos, como é o caso da personalidade múltipla.

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