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FACULDADE DE SOROCABA
PEDAGOGIA
2019649695
SOROCABA
2021
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2019649695
SOROCABA
2021
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SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO.............................................................................................4
3.0 ENTREVISTA................................................................................................6
5.0 REFERÊNCIA................................................................................................12
6.0 ANEXOS.......................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
2. DADOS DO ENTREVISTADO
3. ENTREVISTA
1) Há quanto tempo você é professora de EJA? Como começou a sua
jornada? Até 9 min
R: Entrei faculdade um pouco mais velha, aos 38 anos e já tinha uma carreira
consolidada no comércio, fui gerente em várias lojas. Iniciei a carreira de EJA assim
que eu me graduei em pedagogia na UNISO eu já comecei a trabalhar com EJA em
um presídio de crimes sexuais e tem sido muito desafiador desde então. A minha
jornada no sistema prisional começou em Junho de 2019 e continuo até hoje.
2) Qual formação você acredita ser necessária para lecionar em EJA? 8-10
min
R: A maioria dos meus alunos são idosos, lembre que eu atuo em uma prisão de
crimes sexuais e o perfil dos alunos são pessoas mais velhas e experientes. Já tive
alunos de 20 anos e alunos de 74, mas a grande parte esta entre 40-50, atualmente
a maioria está na casa dos 60 anos, ou seja, há muitos pedófilos com quem eu
trabalho.
R: A minha sala é multisseriada e não existe uma metodologia única, uma receita
de boa, algo como: “vou chegar e fazer isso, isso e aquilo”. Eu faço uso de vários
autores mas a melhor forma que eu descobri de se trabalhar com isso é conhecendo
o seu próprio aluno, você saber com quem você está trabalhando e adequar as suas
‘
R: Muitos dos meus alunos têm uma baixa autoestima baixíssima, muitos deles se
arrependem dos seus crimes bárbaros e outros não. Alguns dos alunos são
abandonados a própria sorte pelo familiar em decorrência dos seus crimes, outros
terão de cumprir pena prisional de 20 anos, então há pouca perspectiva de futuro
para esse aluno. A forma como eu encontrei de trabalhar com esses alunos é por
meio da realidade dele. Os presos que não sabem ler e escrever, a motivação que
encontro é para ler as cartas de seus familiares, pois uma vez que esse preso não
sabe ler, ele tem de pedir para outro preso ler a sua carta e com isso a sua
intimidade fica exposta. Outros presos eu trabalho muito com um viés de ensino
bíblico. Muitos dos presos se apegam a Deus e a motivação de saber ler uma bíblia
se torna a principal motivação desses alunos, além disso, existem cultos na igreja e
isso também serve de motivação. Há uma grande necessidade da minha parte em
contextualizar o conhecimento e trabalhar o emocional desse estudante para que eu
consiga motivá-lo a estudar.
6- O que você faz quando os seus alunos não estão no mesmo ritmo de
aprendizagem? Como você lida com as defasagens?
Então, quando você começa a trabalhar lá na Penitenciária você não tem uma
formação de como você vai trabalhar , você depende dos seus colegas que já estão
trabalhando lá algum tempo. Não existe receita pronta, precisamos analisar nossos
alunos, suas dificuldades, para saber como vamos trabalhar para ensina-los da
melhor forma. As aulas são expositivas, não temos acesso a computador, celular ,
se caso aluno fizer uma pergunta e eu não souber responder, não posso acessar ao
celular.
8-Eles também são avaliados ? Se sim como você elabora as avaliações das
suas turmas ?
Para não manter contar no mês de março trabalhamos em rodízio por uma semana,
porém o SAPE não aprovou e ficamos em casa, com isso preparamos a atividade e
mandamos para o presídio imprimir elas. Como temos um auxiliar e esse auxiliar é
um presidiário, passamos essa atividade para ele entregar aos alunos e depois
disso era mandado para nós professores corrigir. Então, nesse tempo era o nosso
único contato com os alunos, por meio dessa atividade repassada.
Sim, eles falam sobre seus sonhos, desejos para a vida, trabalhos novos, de estar
em busca de uma vida nova. Normalmente ali na prisão é quando eles chegam ao
fundo do poço e conseguem refletir sobre suas vidas, ali alguns tem o
arrependimento, outros nenhum. Somos feitos de muitas coisas, mas o que
passamos na infância reflete muito em quem nos tornamos. Por exemplo, existem
estupradores que acham que a criança precisa pagar de alguma forma o que ela
come, por exemplo, e a forma que ele encontra é de ser o abusador.
Você falou sobre a falta de recursos, como a tecnologia, você acredita que se
houvesse acesso a mesma, faria uma diferença positiva?
O seu trabalho trás para a sua vida pessoal um significado? Ou uma lição?
5. REFERÊNCIAS
6. ANEXOS