O significado da palavra “dicotomia” segundo dicionário diz que são coisas
opostas/contrárias, porém se completam. As questões apresentadas aqui são
referentes a identidade nacional e as teorias racistas em nosso país, portanto entrando num contexto nacional o Brasil é um país totalmente miscigenado do Nordeste ao Sul, devido a enorme vinda de escravos nos séculos passados e a entrada de imigrantes, não esquecendo também dos nativos indígenas que já ocupavam as terras antes da colonização portuguesa (com esse fato houve uma grande mistura de “raças”, mistura de culturas diferentes, desde os europeus aos asiáticos, com os africanos e indígenas). Baseando-se inicialmente em um contexto histórico em 1888 após a declamação da Lei Áurea assinada pela princesa Isabel, os escravos (negros) foram libertos de seus senhores, no entanto como não havia possibilidades de voltarem as suas terras natais, então ficaram e sobreviveram no país as margens da sociedade na época, e sendo assim criaram as primeiras periferias. No século seguinte houve um Congresso Nacional de raças, que o representante brasileiro foi João Batista Lacerda e após a reunião elaborou uma tese que nas próximas gerações o país seria composto por um total de 0 negros. Seguindo essa mesma linha política que agravava, no ano de 1945 com a estruturação da Ditadura Militar houve um decreto realizado pelo presidente Getúlio Vargas, que dizia sobre a admissão de imigrantes europeus no Brasil, com a necessidade de preservar e desenvolver as características convenientes a ascendência europeia, ou seja, a ideia de “branqueamento” da população. Apesar de ser um país grande, e repleto de culturas maravilhosas, ainda existem estereótipos e preconceitos referentes a cor da pele, religião etc., enraizados na cultura das grandes metrópoles brasileira, como por exemplo das religiões umbanda e candomblé que são heranças dos africanos nessa terra e atualmente são praticadas por sua maioria por Baianos, já os não praticantes geralmente pessoas que moram no Sul/Sudeste que ridicularizam a prática como se fossem coisas do “diabo”. Outro exemplo bastante pertinente, é referente as pessoas que moram nas favelas brasileiras que são diariamente julgados pela maneira de vestir, e se portar, cor de pele, trago exemplos como o caso do João Pedro de 14 anos, negro, que foi baleado dentro de sua própria casa numa favela no Rio de Janeiro, temos também o caso do exército que disparou 80 tiros contra o carro de uma família por “confundirem”, e quem estava no volante era o músico Evaldo dos Santos Rosa, também negro. Somos atacados dia a dia nos telejornais com programas como “Brasil Urgente”, “Balanço Geral” que apresentam a dura realidade principalmente das favelas e das pessoas negras em si. A questão de mudar esse cenário é a desconstrução desses preconceitos que foram enraizadas aqui séculos atrás, e são sentidos por inúmeras pessoas todos os dias e a cada a dia, hora alguém morre e sofre por esses motivos. Inicialmente a transformação deve ocorrer no convívio familiar, depois nas práticas escolares, pois é ali que ensinam o ser humano a viver em sociedade, e sempre praticar boas condutas que arrebatam o preconceito, para viver em si em um lugar melhor, fazer do mundo melhor.