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A FOTOPROTEÇÃO COMO MEDIDA PREVENTIVA NO

ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

Arileide Pereira da Conceição; Iara Almeida Lima Sento Sé; Maria Alves de
Santana; Thaís Araújo de Oliveira 1

RESUMO

Neste artigo propomos a expansão e divulgação acerca do exercício profissional do


fisioterapeuta, atuando de forma primária sobre o envelhecimento precoce do tecido
tegumentar. Utilizando a fotoproteção como medida preventiva e terapêutica a partir
do uso de agentes químicos, vestimentas e acessórios, ferramentas essenciais para
desacelerar esse processo biológico. Percebe-se a necessidade de se alertar sobre a
saúde coletiva devido à falta de informação adequada. Para elaboração do trabalho
utilizou-se como metodologia, a pesquisa de revisão bibliográfica, que possibilitou
através de outros trabalhos compreender que a pele, o maior órgão do corpo humano,
exerce várias funções biológicas de suma importância para a manutenção da saúde.
Enaltecendo as medidas educativas, desde o princípio, que ajudem a evitar os sinais
do fotoenvelhecimento, alertando dos riscos da radiação ultravioleta, do seu efeito
cumulativo na pele que só serão percebidos muito tempo depois, sendo um dos
principais responsáveis pela modificação na estrutura da pele e do sistema
tegumentar como um todo. Portanto, a conscientização das pessoas deve ocorrer
antecipadamente através de medidas sócio educativas, em que a prevenção torna-se
o melhor caminho a ser adotado para combater o envelhecimento precoce na busca
da qualidade de vida.

Palavras-Chave: Pele. Radiação. Fotoenvelhecimento. Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

A diminuição da camada de ozônio tem provocado o aumento da intensidade


da radiação ultravioleta solar na superfície terrestre. O efeito acumulativo da radiação
durante a vida não somente pode intensificar o envelhecimento da pele, mas também
pode gerar sérios danos à saúde (WWF BRASIL).
Segundo Montagner & Costa (2009) “a radiação ultravioleta (UV) penetra a
pele, e de acordo com o comprimento de onda interage com as diferentes células
localizadas nas diferentes camadas [...].” A radiação UVB (280 – 320 nm) apresenta
ondas curtas que afetam diretamente a epiderme, está relacionada ao
desenvolvimento de queimaduras e ao longo prazo o surgimento de neoplasias, sendo

1Graduandos do Semestre I e II do Curso de Bacharelado em Fisioterapia – Faculdade Regional de


Alagoinhas – UNIRB, 2016. E-mail: graduandosdefisioterapia@gmail.com
esta a mais prejudicial à saúde humana. As radiações UVA consistem em ondas mais
longas (320 – 400 nm), atingindo de modo mais profundo as células da epiderme e
derme provocando além das queimaduras o envelhecimento precoce (INPE, 2016).
O Fotoenvelhecimento ocorre devido à superexposição dos raios UV que
ultrapassa as camadas da pele atingindo as proteínas (queratina, colágeno, elastina,
enzima) causando a perda da estrutura inicial dessas proteínas, originando novas
ligações que darão continuidade ao fotoenvelhecimento desses tecidos. A pele passa
a sofrer alterações apresentando grandes pigmentações, linhas de expressão,
formação de sulcos, rugas entre outros (BALOGH et al., 2011).
A fotoproteção é o meio mais eficiente na prevenção contra os efeitos danosos
da radiação ultravioleta, realizada através da utilização de vestimentas protetoras, uso
de protetores solares e exposição restrita à luz solar (BALOGH et al., 2011).
Numa perspectiva sustentável os filtros de proteção solar de extratos vegetais
devem ser os mais indicados, uma vez que dispõem de substâncias menos agressivas
ao meio ambiente satisfatório na sua utilização em comparação com os filtros
inorgânicos, por serem seguros e ecologicamente correto (HANZEL; BORGES; PAIM,
2013).
A prevenção através da atuação primária do Fisioterapeuta desempenha um
importante papel na sociedade na busca da qualidade de vida a partir da educação e
conscientização dos malefícios da radiação ultravioleta e suas consequências.

METODOLOGIA

Na construção do presente trabalho, utilizou-se como metodologia, a pesquisa


de revisão bibliográfica. Elaborado a partir do método dedutivo e qualitativo, através
da seleção de livros e artigos científicos entre os anos de 1991 a 2016 sobre o tema
proposto. As informações foram construídas por meio de estudo sistematizado, desse
modo possibilitando ao leitor uma percepção pontual dos aspectos abordados sobre
o assunto proposto, apresentando inicialmente a anatomia do sistema tegumentar,
destacando a pele como estrutura a ser estudada, os efeitos nocivos da radiação
ultravioleta ao longo do tempo e de que forma podemos prevenir e combater o
envelhecimento precoce. O segundo momento abordou sobre a utilização da
fotoproteção como medida na prevenção aos efeitos danosos da radiação ultravioleta
na saúde e a atuação do fisioterapeuta de forma primária, desenvolvendo programas
de promoção da saúde, como ferramenta eficaz na conscientização com as pessoas
através da orientação dos cuidados diários com a pele.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

ANATOMIA DO TECIDO TEGUMENTAR

O sistema tegumentar assume uma importância vital para o organismo, uma


vez que pertence a ele estruturas que interferem em numerosos processos orgânicos.
A pele, juntamente com as estruturas anexas, tais como as unhas, os pelos e as
glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias formam esse sistema que reveste todo
o organismo (MONTANARI, 2016).
Em linhas gerais a pele apresenta-se composta por uma camada epitelial,
chamada de epiderme, cujo grupo de células se diferencia e renova constantemente,
e por outra mais profunda de tecido conjuntivo denso de suporte denominado derme,
que se encontra conectada com a fáscia dos músculos subjacentes, por uma camada
de tecido conjuntivo frouxo conhecida hipoderme. Considerado o maior órgão do
corpo, a pele, apresenta diferentes aspectos de texturas de acordo com a necessidade
de nosso corpo adaptar-se. Observa-se uma pele grossa nas mãos e nos pés, devido
essas regiões sofrer um atrito maior e uma pele fina nas demais partes (SPENCE,
1991).
A epiderme é a porção mais superficial da pele, deriva-se do ectoderma e é
constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Adere-se fortemente
à derme através de uma camada basal a que é atribuída à função de regular as trocas
metabólicas e nutritivas, uma vez que a epiderme é desprovida de vasos sanguíneos,
sendo alimentada por difusão pelos capilares da derme papilar. Quatro camadas
fazem parte da epiderme: o estrato basal, o estrato espinhoso, o estrato granuloso e
estrato córneo. O estrato basal ou germinativo assim denominado devido à grande
atividade mitótica é onde apresenta as células tronco da epiderme. Pela grande
quantidade de células dessa camada observa-se que as mesmas possuem formato
colunares e a presença dos melanócitos e das células de Merkel. Os melanócitos são
responsáveis em oxidar a tirosina em 3,4-di-hidroxifenilalanima (DOPA) através da
enzima tirosinase e transformam a (DOPA) em melanina. Pela fagocitose da
extremidade dos prolongamentos os grãos de melanina são introduzidos nas células
do estrato basal e do estrato espinhoso. A melanina concentra-se sobre o núcleo,
protegendo o material genético da radiação ultravioleta. As células de Merkel estão
em menor quantidade no estrato basal. Na base da célula formam-se junções
sinápticas com terminações nervosas sensitivas, como receptores táteis
(MONTANARI, 2016).
O estrato espinhoso é constituído por células cuboides, ligeiramente achatadas,
de aspecto poliédrico. Tal formato confere ao estrato resistência ao atrito. Sob o
microscópio parecem que possuem extensos citoplasmáticos que interconectam as
células, por causa dessas extensões recebem o nome de espinhosa (JUNQUEIRA E
CARNEIRO, 2013). Ainda de acordo com Montanari (2016) as células de Langerhans
presentes, são as responsáveis em fagocitar e processar corpos estranhos na pele,
dando inicio a ocorrências das respostas imunológicas do organismo.
O estrato granuloso as células são pavimentosas em virtude da pressão.
Ocorre a síntese de citoqueratinas, gerando outras três novas proteínas envolvidas
no processo de queratinização. Observa-se também a síntese de ácidos graxos livres,
onde eles são transportados para o meio intracelular originando uma barreira
impermeável a água, impedindo a perda da mesma para que não haja o estado de
extrema secura. A presença de células de schwann que são responsáveis pelos
receptores de temperatura e de dor (MONTANARI, 2016).
O estrato córneo é o mais superficial da epiderme, formado de vários planos de
células achatadas, intimamente ligadas e mortas. Essas células são referidas como
corneificadas, que não só protegem o corpo contra invasão por substâncias do meio
externo como também ajudam a restringir a perda de água do corpo. No entanto, o
autor descreveu a existência de outra camada conhecida como transparente ou lúcida
composta de várias camadas de células achatadas bem unidas que não possuem
núcleo nem organelas no citoplasma, somente filamentos de queratina, compactados.
Ricas em oleidina, quando visível, têm aspecto de uma linha clara, brilhante e
homogênea, daí sua denominação (SPENCE, 1991).
A derme é constituída por duas camadas: a papila e a reticular. A derme papilar
é formada por tecido conjuntivo frouxo e a derme reticular é de tecido conjuntivo denso
não modelado. Sendo ambas as camadas constituídas por fibras colágenas em
diferentes posições que dão resistência e fibras elásticas que dão elasticidade. Sendo
a derme formada por tecido conjuntivo, ela é altamente vascularizada, observando a
presença de vasos sanguíneos e linfáticos. Além da presença de terminações
nervosas, células musculares lisas e esqueléticas (MONTANARI, 2016).
A hipoderme é o tecido que faz a ligação entre a pele e a fáscia dos músculos
subjacentes, o que permite aos mesmos contrair-se sem repuxar a pele. É constituída
em sua maior parte por células adiposas depositadas entre suas fibras de colágeno e
de elastina e essa região é bem suprida de vasos sanguíneos e terminações nervosas
(SPENCE, 1991).
Quanto às funções o sistema recobre nossa estrutura músculo-esquelético,
protegendo-o, não permite a perda de água que é tão vital para nosso corpo, quanto
á infecções ocasionadas por invasões de microorganismos e a radiação ultravioleta.
Desempenha importante papel no aspecto sensorial, na absorção de vitamina D
através dos raios solares, na temperatura corporal e na secreção através de suas
glândulas. Sendo assim, os principais mecanismos do tecido tegumentar estão
ocorrendo principalmente na epiderme, desde respostas imunológicas chegando até
a proteção do núcleo das células das radiações solares através da melanina,
enquanto a derme oferece um apoio aos tecidos, resistência, elasticidade, nutrindo as
demais camadas, dentre outros (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2013).

CAMADA DE OZÔNIO E SEUS EFEITOS NOCIVOS AO SER HUMANO

Segundo o WWF Brasil “Envolta da Terra há uma frágil camada de um gás


chamado ozônio (O3) que protege animais, plantas e seres humanos dos raios
ultravioletas emitidos pelo sol”. Sendo essa camada tão frágil e necessária para a
continuidade da vida, observando os crescentes problemas de saúde se faz um
questionamento acerca de que forma estamos cuidando do planeta.
A diminuição desta camada está provocando um aumento na quantidade de
radiação UV que atinge o planeta (BALOGH et al., 2011). Há fortes indícios que várias
substâncias químicas estão diminuindo essa camada da estratosfera e
potencializando o efeito estufa no planeta.
A ação refletora dessa camada de gases influencia na medida em que mais da
metade da radiação acaba por ficar retido na superfície do planeta devido à emissão
de muitos gases poluidores como o dióxido de carbono e outros que causam o efeito
estufa. Dessa forma, esses gases funcionam como isolantes por captar a energia
irradiada, gerando uma cobertura térmica em torno do planeta, impossibilitando que o
calor volte para o espaço, provocando uma elevação na temperatura de todo o
planeta, denominado como aquecimento global (WWF BRASIL).
O lançamento de gases poluentes na atmosfera, principalmente os que são
expelidos pelos exaustores dos veículos e o CO2 produzido pela queima de
combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo tem sido os causadores da
destruição da camada de ozônio. No entanto, uma das principais causas é o uso do
CFC (clorofluorcarbono), gás de efeito destruidor emitido por alguns produtos usados
na indústria (INPE, 2016).
Essas ocorrências têm gerado em nível mundial, uma preocupação em busca
de equilíbrio ambiental, através da sustentabilidade. Propondo o desafio de manter o
desenvolvimento tecnológico sem esgotar os recursos naturais do planeta, de
encontrar uma forma de desenvolvimento que atenda às necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as próprias
necessidades (BALOGH et al., 2011).

RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E O ENVELHECIMENTO PRECOCE

Os aspectos ambientais como a concentração de ozônio, presença ou ausência


de nuvens, poluição do ar dentre outros estão fortemente interligados com a
intensidade de radiação UV que chega ao planeta. Com a evolução humana a camada
protetora da Terra tem diminuído anualmente com o passar dos anos (INPE, 2016).
A radiação ultravioleta é constituída por três intervalos no espectro
eletromagnético, que variam de acordo com a faixa de energia e o comprimento de
onda. A primeira é a UVC (100 - 280nm) que fica retida na camada da estratosfera. A
segunda é a UVB (280 - 320nm) são ondas de médio alcance que conseguem
ultrapassar a camada de ozônio atingindo a superfície terrestre, causando danos à
saúde humana como queimaduras em longo prazo o câncer de pele. A terceira é a
UVA (320 - 400nm) são ondas de longo alcance durante todo o dia presente em todas
as estações do ano. A penetração de suas ondas pode ocasionar nas pessoas desde
queimaduras e seus efeitos acumulativos desencadeiam o envelhecimento precoce.
A radiação UVA penetra profundamente na pele, produzindo efeitos diretos na
epiderme e na derme. Além disso, a UVA é 10 a 100 vezes mais abundante na luz
solar do que a UVB, dependendo da estação do ano e da hora do dia (HANZEL;
BORGES; PAIM, 2013).
Atualmente devido às radiações solares o tecido tegumentar vem sofrendo
alterações. De acordo com Balogh (2011) “Diversas moléculas na pele podem
absorver a radiação UV e sofrer alterações químicas devido a essa absorção”. Sendo
assim um fator preponderante ao envelhecimento precoce fortemente ligada à reação
da composição genética, cor e fototipo da pele do indivíduo. A radiação solar vai
provocando reações fotoquímicas e secundárias a pele. Observa-se que ela é
absorvida pelos cromóforos sendo que os principais são a melanina, DNA, RNA,
aminoácidos, proteínas, dentre outros. Ela também apresenta seus efeitos benéficos
para a saúde, a exemplo do banho de sol moderado, é possível estimular a produção
de células ósseas através da vitamina D, beneficiando pacientes com patologias
dermatológicas.
Para Silva et al. (2015), as radiações ultravioletas A e B são componentes
essenciais da luz solar que geram severo estresse oxidativo nas células cutâneas via
interação, com cromóforos intracelulares e fotossensibilizadores, resultando em
danos genéticos transitórios e permanentes e na ativação de atalhos de sinais
citoplasmáticos de transdução relacionados ao crescimento, diferenciação,
senescência replicativa e degradação do tecido conectivo.
A pele é o órgão do corpo humano que mais revela seu envelhecimento. Ela
está continuamente exposta a inúmeros fatores que alteram como a poluição
atmosférica, fumaça do cigarro, instabilidade climática e principalmente as radiações
ultravioletas (RUV). Resende (2009 apud MEDINA; BEZ; PIAZZA, 2011), defende que
com isso o tecido cutâneo perde gradualmente suas propriedades defensivas e já não
pode contar com a barreira eficiente, alterando assim suas funções.
O envelhecimento cutâneo ocorre de modo intrínseco e extrínseco, em linhas
gerais o envelhecimento intrínseco é o cronológico, que afeta a pele de maneira similar
a outros órgãos. Todavia, o foco do trabalho é apresentar os fatores externos
(extrínsecos), sobretudo da radiação ultravioleta, como processo potencial do
envelhecimento precoce da pele (MONTAGNER & COSTA, 2009).
De acordo com Harris (2003 apud MEDINA; BEZ; PIAZZA, 2011), afirma que a
pele envelhecida apresenta uma aparência ressecada, com pigmentação irregular e
amarelada, sulcos profundos e pequenas rugas, frequentemente observando-se
telangiectasia, queratoseactínica e outras lesões pré-malignas.
Segundo Gilchrest e Krutmann (2007 apud MEDINA; BEZ; PIAZZA, 2011),
dizem que o fotoenvelhecimento caracteriza-se por um aumento de quantidade de
fibroblastos na derme, que se apresenta hiperplásica, e também ocorre uma contagem
aumentada de mastócitos, histiócitos e células monucleares.
Silva et al. (2015), afirmam que a principal causa das hipercromias é a
exposição inadequada e exagerada ao sol. Essa exposição resulta no estímulo aos
melanócitos, que produzem a melanina, células responsáveis pela cor da pele. A
melanina é importante para proteção contra lesão por UV, mas sua produção
desordenada pode levar a formação de manchas escurecidas que surgem
principalmente no rosto, colo, braços e mãos, regiões mais expostas.
Diante das agressões que a pele sofre em decorrência da exposição solar é
necessário que se faça um tratamento preventivo no combate aos males provenientes
dessa exposição. É ideal manter uma rotina de cuidados com a pele. De acordo com
Rebello (2005 apud MEDINA; BEZ; PIAZZA, 2011), para manter a pele com uma
aparência saudável é indispensável fazer sua limpeza diária, cujo intuito é renovar as
células mortas, secreções sebáceas, impurezas e maquiagem, bem assim realizar a
hidratação e nutrição da pele.

FOTOPROTEÇÃO

As alterações provocadas na pele pela radiação ultravioleta podem ser


atenuadas ou evitadas através da fotoproteção com o uso de roupas apropriadas com
o tipo de tecido que ofereça proteção suficiente, uso adequado de acessórios como
óculos escuros, chapéus para exposição prolongada do sol, o uso de barreiras
químicas ou físicas e exposição segura ao sol, recursos eficientes para defesa do
organismo contra os efeitos nocivos dessa radiação (BALOGH et al., 2011).
Para proteção contínua da pele, sobretudo da defesa da radiação ultravioleta,
faz-se necessário o uso dos protetores solares, eles têm o objetivo de filtrar e bloquear
as radiações solares lesivas à pele conservando sua eudermia (REBELLO 2005 apud
MEDINA; BEZ; PIAZZA, 2011).
Os protetores solares podem ser formados de vários filtros UV, incluindo filtros
inorgânicos e orgânicos que contêm moléculas capazes de absorver, refletir ou
dispersar a radiação UV. Os filtros inorgânicos por sua vez formam uma camada
protetora de partículas sobre a pele e conseguem refletir e dispersar as radiações UV.
Enquanto que os orgânicos possuem moléculas absorvedoras da radiação solar e a
transforma em radiações com energias menores inofensivas aos seres humanos
(BALOGH et al., 2011).
Hanzel, Borges e Paim (2013) argumentam que a busca por uma vida
sustentável tem levado as pessoas a investirem em produtos biosustentáveis com
extratos naturais com função protetora. Os fotoprotetores naturais tem se tornado uma
vertente pouco conhecida entre as pessoas que devem ser conscientizadas dos
aspectos ambientais, e da composição desses produtos e suas vantagens. Dessa
forma, os fabricantes dos filtros solares naturais se preocupam com o meio ambiente,
desde a retirada da matéria prima, seguindo rigoroso controle de qualidade garantindo
a certificação ecológica dos seus produtos orgânicos. Os autores apresentados no
parágrafo destacam sobre os extratos naturais:
Dentre estes extratos, alguns vêm tendo maior notariedade, como por
exemplo, cáscara sagrada (Rhamnus purshiana), canela (Cinnamomum
zeylanicum) e principalmente o chá verde (Camellia sinensis), pois tem
concentrações expressivas de polifenóis e flavonóides, demonstraram a
atividade fotoprotetora deste metabólito.

O FISIOTERAPEUTA E SUA ATUAÇÃO

Segundo a resolução do COFFITO nº10, relativo ao exercício profissional do


fisioterapeuta, refere-se em alguns de seus artigos, a atuação funcional nos
programas de assistência à comunidade, em âmbito nacional e internacional e
assistência ao homem participando da promoção, tratamento e recuperação.
A atuação do fisioterapeuta acerca do envelhecimento precoce é preconizada
através de um aspecto principal da saúde de atribuição primária, como destacado por
Rangasson et al. (2004):
A fisioterapia apresenta uma missão primordial, de cooperação, mediante a
nova realidade de saúde que se apresenta, através da aplicação de meios
terapêuticos físicos, na prevenção, eliminação ou melhora de estados
patológicos do homem, na promoção e na educação em saúde.

Sendo esse envelhecimento precoce determinado através da superexposição


solar, sem o uso das medidas fotoprotetivas, a educação torna-se primordial acerca
dos malefícios que essa patologia desencadeia no organismo. O profissional de
Fisioterapia deve exercer um papel esclarecedor do que é essa patologia e suas
formas de prevenção, deve-se utilizar da promoção da saúde, para dar qualidade de
vida aos seus pacientes, conforme Fonseca et al. (2016):
Foram predominantes os atendimentos individuais e as palestras educativas.
Este achado confirma a dualidade ainda presente na atividade da fisioterapia
junto ao nível primário que embora tente ajustar-se à prevenção e promoção
de saúde é redirecionada para atenção terciária devido à demanda existente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que uma das funções importantes da epiderme é proteger e promover


uma barreira protetora contra as agressões do ambiente, incluindo a radiação UV, que
é responsável por lesões cutâneas, queimaduras, cloasma, dermatite, efélides,
melasma e outras patologias, chegando a neoplasias ou carcinogênese de pele.
Vimos que além dos grandes males causados pela ação dos raios ultravioletas,
estes promovem o envelhecimento precoce que reflete no aspecto visual da pele de
forma negativa, causando alterações que prejudicam a arquitetura e à integridade
tecidual, culminando na perda da barreira de proteção da epiderme.
Todo esse processo evolutivo de reações fotoquímicas das radiações UV,
ligadas ao efeito patológico na pele, demanda ações vigorosas, com amplo poder
publicitário, através de campanhas educativas com profissionais de saúde, para
orientar e alertar a população como se proteger de maneira segura, correta e eficaz,
sendo a informação traduzida em conhecimento, uma ferramenta eficiente, simples e
efetiva, de ações primárias, na prevenção dos problemas relacionados às patologias
da pele, provenientes de exposição demasiada à luz solar, desde as vestimentas
adequadas, incluindo óculos de proteção, luvas, chapéus, bonés e protetores solares,
numa orientação que o uso desse protetores sejam de produtos contendo ativos
naturais, extratos de espécies vegetais da flora brasileira, numa perspectiva de
divulgação das potencialidades da flora local, sobretudo por apresentarem efeitos
colaterais reduzidos e menor agressividade ao meio ambiente, em comparação com
os filtros sintéticos.
Desse modo, certamente o índice de morbidade e mortalidade, diretamente
ligadas à exposição demasiada ao sol, diminuirá, além dos benefícios que a
população empoderar-se-á, resultando em qualidade de vida.

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