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SEMINÁRIO

DELITERÁRIASVIRTUAL
LEITURAS
Olhos D´água

Eduarda Chiapetti
SUMÁRIO
Obra e autora Análise do
conto
A Autora Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em uma

CONCEIÇÃO
favela de Belo Horizonte em 29 de novembro de 1946. É
graduada em Letras pela UFRJ, mestre em Literatura Brasileira
pela PUC do Rio de Janeiro, quando defendeu a dissertação:

EVARISTO
“Literatura negra: uma poética da nossa afro-brasilidade” e
doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal
Fluminense, desde 2011, após a defesa e aprovação da tese que
procurou “investigar a produção de autores africanos de língua
portuguesa em diálogo com a literatura afro-brasileira”

Em “Olhos D’água” Conceição Evaristo constrói uma série de


narrativas, composta por 15 diferentes contos, que se
entrelaçam ao relatarem a história de mulheres e homens
negros que sofreram e sofrem os mais diferentes tipos de
A AUTORA AINDA É MUITO ATIVA EM PAUTAS violência e depreciação na sociedade.
RACIAS, MINISTRA PALESTRAS E PARTICIPA DE No entanto, desde o primeiro conto que leva o mesmo título do
EVENTOS COM ESSA TEMÁTICA, EM SUAS REDES livro, percebemos que a autora vai além de uma construção
SOCIAIS É BASTANTE ATIVA vinculada apenas ao sofrimento, ela conduz o leitor a um
aspecto da ancestralidade e identidade afro-brasileira que
decorre em alguns momentos até acalenta a dura realidade de
seus personagens.
RELAÇÃO
AUTOR/OBRA/LEITOR
O conto narra o questionamento acerca da cor A relação entre o autor/obra/leitor, foi muito presente para mim (acredito que
dos olhos da mãe da personagem. Diferente para todo homem ou mulher negra seja), pois eu me via, enquanto mulher negra em
dos demais contos que trazem em sua alguns personagens, via amigos, familiares, conhecidos, negros, que por algum
estrutura uma narrativa em 3ª pessoa, esse é momento passaram por uma situação que permeia o livro todo, o racismo e a
construído em 1ª pessoa, sugerindo um viés de brutalidade com a população negra, a ancestralidade africana está presente em
proximidade com uma narrativa praticamente todos os contos, alguns dos trechos que deixam isto presente é:
autobiográfica.

“Assim fiz. Voltei, aflita, mas satisfeita. Vivia a sensação de estar cumprindo um ritual, em que a
oferenda aos Orixás deveria ser descoberta da cor dos olhos de minha mãe. (EVARISTO., 2014, p. 13)”

[…] A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe Oxum! Rios calmos, mas
profundos e enganosos para quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim, águas de Mamãe
Oxum. (EVARISTO., 2014, p. 13)
RESISTÊNCIA SOCIAL
O conto que dá o título ao livro relata o sofrimento de uma mãe negra
e pobre, que fazia sacrifícios para cuidar dos filhos. Narrado por uma
das sete filhas dessa mulher, o texto cria uma empatia entre o leitor e
as personagens. A menina relembra histórias da infância da própria
mãe, mas admite que as lembranças se confundem com suas próprias
vivências.

A grande questão de sua filha era: “qual a cor dos olhos de


minha mãe?”. Conceição Evaristo reforça que a desigualdade
social é um problema latente no país e que acaba sendo
herdado pelas gerações futuras.

“Eu me lembrava também de algumas histórias da infância de minha mãe. Ela


havia nascido em um lugar perdido no interior de Minas. (…) Às vezes as
histórias da infância de minha mãe se confundiam com as de minha própria
infância. Lembro-me de que muitas vezes, quando minha mãe cozinhava, da
panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse, ali, apenas o nosso
desesperado desejo de alimento. (EVARISTO., 2014, p. 11)”
DESLOCAMENTOS
Os deslocamentos do conto são bem claros de perceber,
uma mulher negra na sociedade que mudou um pouco
de vida, contrariou as estatísticas da época, mora em
uma casa melhor que a da sua infância, não passa fome
como passava quando era criança, porém em alguns
outros contos isso não acontece.

Em Duzu-Querença, onde vemos a vida de duzo pelos


olhos da neta, em como ela foi negligenciada desde
criança, trabalhando desde pequena, sendo abusada e
consequente entrando para a prostituição, ou como no
conto “Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos” que
desde que nasceu talvez nunca teve a oportunidade de
viver, vivendo no morro, no meio de violências e outras
tantas atrocidades, só queria sua carta mas no final entrou
para a estatistica que, infelizmente boa parte da
população negra no brasil está inserida.
ERFERENCIAS
HTTP://WWW.LETRAS.UFMG.BR/LITERAFRO/AUTORAS/188-CONCEICAO-
EVARISTO

HTTPS://AGENCIABRASIL.EBC.COM.BR/GERAL/NOTICIA/2020-08/ATLAS-DA-
VIOLENCIA-ASSASSINATOS-DE-NEGROS-CRESCEM-115-EM-10-ANOS

HTTPS://BLOG.ESTANTEVIRTUAL.COM.BR/2018/05/30/RESENHA-A-
SENSIBILIDADE-DE-CONCEICAO-EVARISTO-EM-OLHOS-DAGUA/

HTTPS://CENASPREVESTIBULAR.COM.BR/OLHOS-DAGUA-CONCEICAO-EVARISTO/

HTTPS://WWW.ARABNEWS.COM/NODE/1840931

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