1a edição – 1a impressão

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Direção Editorial:
Edwaldo Junior

Autor:
Amândio Santos

Projeto Gráfico e Design:

Edwaldo Junior

Ilustrações:
Karen Brito

Editoração Eletrônica:
Natália Holanda

Revisão:
Claudiene Braga
Maria Aparecida Cláudio

1a edição – 1a impressão

Rua Rodrigues Junior, NO 935 A | Centro | Fortaleza | Ceará |

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 VAMOS CONHECER A HISTÓRIA DE
UM PEQUENO INDIOZINHO QUE FAZ
MUITAS COISAS QUE VOCÊ TAMBÉM
FAZ, MAS COM UMA DIFERENÇA,
ELE NÃO PERDEU O CONTATO COM
A NATUREZA E SABE ESCUTAR OS
SINAIS DA FLORESTA.
SEU NOME ERA ÊUAK.

ÊUAK ERA UM NOME AO CONTRÁRIO DE

KAUÊ, QUE SIGNIFICA MENINO BONDOSO.

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 O MENINO MORAVA NA SERRA
DE ARATANHA E ADORAVA CAÇAR.

CERTO DIA, DESCENDO O RIO

NA SUA CANOA DE MADEIRA DE
JATOBÁ, PELAS ÁGUAS DO COCÓ,
NAVEGANDO PELAS CURVAS
E VOLTAS, NAVEGANDO
POR ENTRE AS SOMBRAS,
O PEQUENO ÊUAK DECIDIU
IR CAÇAR.
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 NO DECORRER DESSA VIAGEM, DIVERSOS
PASSARINHOS, COMO ARAPAÇUS,
PERIQUITOS-CARA-SUJA, SAÍRAS-MILITARES,
CANTAVAM AO SEU REDOR E DIZIAM:
––– NÃO ATIRE EM NÓS, ÊUAK! NÓS SOMOS
SEUS AMIGOS.

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 PELA CORRENTEZA DO RIO,
LÁ IA DESCENDO O PEQUENO ÊUAK.

MAS DE REPENTE, EM UM REDEMOINHO NA

ÁGUA, A CANOA DE MADEIRA DE
JATOBÁ GIROU, GIROU, ATÉ QUE VIROU.
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 OS ANIMAIS NA MARGEM
RIRAM DE ÊUAK NA ÁGUA,
MOLHADO. ELE FICOU
FURIOSO, MAS NÃO DESISTIU,
POIS ELE TINHA SAÍDO PARA
CAÇAR, CAÇAR UM TATU-BOLA,
COM TODAS AS HABILIDADES
DE UM CAÇADOR.

E ÊUAK SABIA ONDE ENCONTRAR.

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 APÓS ALGUM ESFORÇO,
CONSEGUIU SUBIR NA CANOA
NOVAMENTE E CHEGAR
À MARGEM DO RIO.

NA FLORESTA, VIU UMAS PEGADAS

E COMEÇOU A RASTEJAR.
CONHECIA BEM AS PEGADAS DOS
ANIMAIS E LÁ FOI RASTEJANDO.

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DEPOIS DE ALGUM TEMPO DE
BUSCA E JÁ CANSADO,
ENCONTROU UMA FAMÍLIA
DE TATUS-BOLA,
A MÃE E SEUS QUATRO
FILHOTES.

ERA SEU DIA DE SORTE,

PENSOU. FICOU
OBSERVANDO, POIS NÃO
SABIA QUEM ATACAR.
CORREU ATRÁS DE UM,
ATRÁS DE OUTRO,
ATRÁS DE OUTRO... E A
POBRE MÃE SEM SABER
A QUEM PROTEGER.

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 QUANTO MAIS CORRIA,
MAIS CANSADO
ESTAVA, MAS CONSEGUIU
DEIXAR UM TATUZINHO
SEM SAÍDA.

COMEÇOU A RODOPIAR
E A FAZER UNS SONS
ESTRANHOS COM A BOCA,
ERA A DANÇA
DOS ÍNDIOS DE VITÓRIA.

––– AWÊ-HE-HE... AWÊ, AWÊ...

AWÊ-HE-HE...
ÊUAK PEGOU SEU ARCO
E FLECHA E APONTOU.

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 QUASE DISPARANDO, O BICHINHO
ESTAVA A TREMER E A CHORAR.
––– POR QUE VOCÊ CHORA? –– PERGUNTOU ÊUAK
––– PRECISO CAÇAR PARA COMER!
––– SNIF... BUÁÁÁ... SNIF... COFF... COFF...
ATCHIM, POR FAVOR, NÃO ME MATE.
––– VOCÊ ESTÁ DOENTE? –– PERGUNTOU O INDIOZINHO.

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 ––– SNIF... SNIF... COFF... COFF...
ATCHIM! SIM, ESTOU MUITO
CONSTIPADO, NÃO SIRVO PARA
SUA REFEIÇÃO.

ÊUAK FICOU TRISTE. PENSOU,

PENSOU E TALVEZ O TATUZINHO
TIVESSE RAZÃO, POIS NÃO
PODERIA FICAR DOENTE.
APÓS PENSAR, DEIXOU O
TATUZINHO IR EMBORA.

COMO NÃO ERA DE DESISTIR,

LÁ CONTINUOU EM BUSCA DE
PEGADAS DE NOVOS ANIMAIS.

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 O PEQUENO INDIOZINHO
TINHA MUITA FOME,
PRECISAVA CAÇAR
PARA COMER.

MAS QUANDO ESTAVA

QUASE DESISTINDO,
VISTO QUE ESTAVA CANSADO
E O DIA JÁ CHEGAVA AO FIM,
ELE TEVE UMA SURPRESA...
––– AH!AH! AHHH! PEGUEI VOCÊ...
AH!AHHH! –– DISSE COM
ALGUM ENTUSIASMO.

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 AS PEGADAS ERAM ENORMES,
O BICHO DEVIA SER GRANDE,
IRIA DAR REFEIÇÃO PARA
MUITOS DIAS.

E, LÁ FOI RASTEJANDO. NÃO

ERA O TIPO DE ANIMAL QUE
QUERIA COMER, MAS COM O FIM
DO DIA QUALQUER UM SERVIA.

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 RASTEJOU, FAREJOU E NUMA
PEQUENA CLAREIRA LÁ ESTAVA O
BICHO.
––– UAU!... UAU! ––– PENSOU
BAIXINHO ––– EU NÃO ACREDITO!

NUNCA TINHA VISTO UM

ANIMAL ASSIM. ERA UM
FILHOTÃO DE ONÇA-PARDA.
MESMO DESCONFIADO, LÁ FOI
DE MANSINHO.

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 ––– CRACCC! CRACCC! ––– COM UM
DESCUIDO, TINHA PISADO NUM
GALHO, E... O BICHO, COM SEUS
GRANDES OLHOS, OLHOU PARA ELE.

––– GRRR!... GRRR!... GRRR!... AÚUUUU!

––– AI, AI, AI! PERNAS PARA QUE TE

QUERO ––– PENSOU ÊUAK.

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 E, ASSIM MAIS DEPRESSA, QUE AS
PERNAS DEIXAVAM, SE PÔS A CORRER.

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 SUAS COLEGUINHAS SABIAM,
SENDO A ONÇA UM ANIMAL
CARNÍVORO, ENGOLE ATÉ UM
INDIOZINHO.

––– GRRR!... GRRR!... GRRR! ––– LÁ VINHA O

BICHO FURIOSO ATRÁS DELE.

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 ESTAVA QUASE CHEGANDO AO
RIO, ONDE TINHA DEIXADO SUA
CANOA, QUANDO DE REPENTE,...
CATAPLAM! CA...TA...PLAM!
––– GRRR!... GRRR!... GRRR! –––A ONÇA
SE APROXIMANDO.

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 FOI NESTE MOMENTO QUE APARECEU
A FAMÍLIA DOS TATUS-BOLA, QUE
PRESSENTIU QUE O INDIOZINHO
ESTAVA EM PERIGO E PRECISAVA
DE AJUDA.

A MÃE TATU, FORTE E VIGOROSA,

DECIDIU ENFRENTAR A FERA.
––– TUM!... TUM!... TUM! ––– BATIA COM
SEUS PÉS NO CHÃO.

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 QUANDO A ONÇA VINHA CHEGANDO,
A MÃE TATU SE FECHOU E FICOU NO
FORMATO DE UMA BOLA.

O FILHOTÃO DE ONÇA-PARDA NÃO

ESTAVA PERCEBENDO O QUE ESTAVA
ACONTECENDO, QUANDO TENTAVA
MORDER A MÃE TATU NÃO CONSEGUIA,
POIS SUA CARAPAÇA ERA MUITO DURA.

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 ÊUAK ENTENDEU A SITUAÇÃO
E, APROVEITANDO-SE DA
OPORTUNIDADE, SALTOU PARA
DENTRO DE SUA CANOA.
––––ARF! ARF! ARF! –––– ESTAVA EXAUSTO.

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 CANSADO, ÊUAK CHEGOU AO
FIM DE UM DIA CAÇA, E A
FAMÍLIA DE TATUS O VIU COMO
UM AMIGO.

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 O PEQUENO INDIOZINHO VAI
TERMINANDO SUA AVENTURA
PENSANDO QUE DE AGORA EM
DIANTE EM ONÇA-PARDA, BICHO
MAU, ELE ACREDITA.

ÊUAK, ERA UM MENINO BONDOSO.

O QUE VOCÊ ACHOU DA HISTÓRIA DO

INDIOZINHO ÊUAK? APRENDEU MUITO COM
ELA? ESPERO QUE VOCÊ GUARDE-A BEM NA SUA
MEMÓRIA E QUE TENHA TIRADO UMA GRANDE
LIÇÃO: NUNCA DESISTIR, MAS SABER SEMPRE
ESCUTAR O QUE A FLORESTA QUER FALAR.

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