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Nutrição em diferentes

ciclos da vida
Nutrição na Gravidez e
na Lactação
Prof. Leandro Andrade
Pós-Doutor pela UERJ
Programação metabólica e
acompanhamento nutricional no
pré-natal • O estado nutricional
adequado tanto da mulher
como do homem envolvidos
em uma futura gestação é
fundamental para o sucesso
dos processos de fertilidade
de ambos, além de garantir
o desenvolvimento
adequado do embrião.
Programação
metabólica e
acompanhamento
nutricional no pré-natal

• O termo programação metabólica refere-se à


interferência no desenvolvimento ou ao ajuste de
sistemas fisiológicos fetais por estímulo ou
agressão precoce, com consequências de longo
prazo para as funções sistêmicas.
• Essa programação tem sido cada vez mais
associada à etiologia de questões como baixo
peso ao nascer, baixos padrões de crescimento
durante a infância, risco de obesidade, síndrome
metabólica e doenças cardiovasculares ao longo
da infância e da idade adulta, risco de alergias e
alterações cognitivo comportamentais da criança.
Importante

• As evidências de tais relações cresceram especialmente


na última década, de maneira que o cuidado pré-natal
inadequado é considerado um dos fatores de risco
associados à atual epidemia de obesidade infantil e às
altas taxas de fome oculta em nível mundial.
Curiosidade
• Tanto o excesso de peso como a desnutrição
gestacional podem ter impacto negativo sobre o
desenvolvimento fetal;
• Cabe também ressaltar a influência da alimentação
saudável durante a gestação na formação do paladar
infantil, uma vez que o bebê desenvolve maturidade de
receptores gustativos por volta de 16 semanas
gestacionais, e maturidade olfatória por volta da 28a
semana.
• A partir dessa fase, o bebê já é capaz de identificar
características quimiossensoriais da dieta materna
através do líquido amniótico (e, posteriormente,
através do leite materno), o que influenci
epigeneticamente sua sensibilidade a odores e aos
sabores doce, amargo e umami, impactando na
propensão/preferência alimentar futura.
Nutrição nos processos
de fertilidade
• A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a
infertilidade como falta de gestação clínica ou hormonal
após 12 meses de relações sexuais sem uso de qualquer
método contraceptivo. Dentre as causas mais comuns de
infertilidade possivelmente associadas a processos
nutricionais estão: endometriose,
• doença celíaca,
• obesidade,
• hábitos alimentares inadequados e
• fatores externos como álcool, drogas ilícitas e tabaco.
• Há evidências de que mulheres com endometriose
tenham maior estresse oxidativo e de que a dieta rica em
nutrientes antioxidantes configure um fator de risco
modificável para a redução dos padrões inflamatórios e
redução da proliferação e adesão do endométrio no
peritônio.
Nutrição nos processos
de fertilidade

• Hábitos de vida e fatores ambientais interferem


também na fertilidade. Tanto a obesidade
como o baixo peso interferem diretamente no
padrão de ovulação das mulheres e, conse
• Dentre os nutrientes/compostos com restrição
recomendada constam a cafeína e a soja.
Alguns estudos demonstram que consumo
superior a 300 mg/dia de cafeína associa-se a
tempo retardado para concepção.
Avaliação
nutricional
• O objetivo da avaliação nutricional na gestante é possibilitar o tratamento
de desvios ponderais, a assistência a comorbidades específicas, a
recuperação e/ou a manutenção do estado nutricional, o acompanhamento
Avaliação da vitalidade fetal, a preparação para a lactação, a correção de erros
alimentares e as orientações sobre os principais tabus alimentares dessa
nutricional fase.
• A avaliação adequadasubsidia intervenções eficazes e precoces nos hábitos
de vida e na rotina da paciente.
Sinais clínicos de carência
nutricional a serem observados
durante a fase de gestação e
lactação
Aconselhamento
nutricional para a
gestante de baixo risco

• Após avaliação nutricional, a


gestante deve ser orientada
quanto às práticas de higiene
adequadas, ao consumo de
macro e micronutrientes, à
suplementação compulsória e
opcional do período gestacional,
bem como quanto aos sintomas,
às queixas típicas do período e
aos tabus alimentares.
Higiene com
alimentos
• As principais preocupações acerca de doenças
transmitidas por alimentos no período
gestacional estão relacionadas com a infecção
pela bactéria Listeria monocytogenes (listeriose)
e a suscetibilidade à toxoplasmose.
• A listeriose pode elevar o risco de aborto,
prematuridade, baixo peso ao nascer e
comprometimento cognitivo fetal.
• A contaminação ocorre por meio do consumo de
carnes, aves ou frutos do mar contaminados, e
derivados do leite não pasteurizados.
Higiene com
alimentos
Sintomas típicos • Os principais sintomas e queixas
típicas do período gestacional são
decorrentes dos ajustes
fisiológicos da gestação e
adaptação hormonal, uma vez
que mais de 30 hormônios estão
relacionados com a adaptação do
organismo materno à gestação.
• Dentre estes, as queixas mais
comuns são causadas
principalmente por ação da
progesterona no organismo
(responsável pela desaceleração
do metabolismo e pelos
processos fisiológicos, de maneira
geral). As principais orientações
para dúvidas e queixas maternas
típicas são sumarizadas a seguir.
Lactação e
amamentação
• A amamentação não traz benefícios apenas
para a criança, mas também influencia
positivamente a saúde materna.
• O início imediato do aleitamento materno
(AM) reduz o risco do aparecimento de
fissura ou ingurgitamento das mamas, bem
como o desenvolvimento de anemia, por
prevenir a hemorragia pós-parto.
Mitos e crenças alimentares
• A ingestão alimentar durante a lactação está sujeita a diversas crenças populares que
proíbem ou recomendam o consumo de determinados alimentos para aumentar a
produção de LM. Os alimentos ou as preparações que muitos acreditam estimular a
lactação, como canja de galinha, canjica, leite e preparações com fubá, são chamados
lactogogos, e não há comprovação científica da sua eficácia.
• Outra crença muito comum é de que a ingestão de álcool favoreça a produção de LM,
especialmente a cerveja preta. Contudo, diferentes órgãos de saúde recomendam evitar
o consumo de bebidas alcoólicas durante a fase de lactação ou pelo menos não
amamentar imediatamente após a ingestão do álcool. Estudos mostram que o consumo
de bebidas alcoólicas está associado a menor resposta da ocitocina à sucção do bebê,
podendo inibir a lactação, além de ser excretado no LM na mesma concentração dos
níveis séricos da nutriz.
• https://www.youtube.com/watch?v=nUaxJ_NAgsg

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