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RIQUEZA DO BRASIL %

EM MADEIRAS
D E CONSTRUCÇÃO E CARPINTARIA.

.'OPPEEECIDO .

SUA MAGESTADE IMPERIAL.


V O R

BALTHAZAR DA SILVA LISBOA,

11 1 . 0 D E J A N E I R O.

NA TYPOGRAPHIA NACIONAL, M. DCCC XXIII.

POR ORDEM SUPERIOR.


SENHOR*

© Prodigioso desvelo com que VOSSA MA-


GESTADE IMPERIAL Tem começado a le-
vantar Monumentos da sua Gloria, Dando
tão activas providencias para resuscilar a
Marinha deste Império, antes reduzida a de-
cadência e mina, animou-me a supphcar a
VOSSA MAGESTADE IMPERIAL a Gra-
ça de Permittir-me Dedicar d Seo Augusto
JVome esta singela Colleçao de Madeiras, que
form&o hum dos ramos mais interessantes da
riqueza natural do seu Império, e que parece
susceptível de indevido progresso sob »s aus-
pícios da Creadora 'Politica , 'court que VOSSA
MAGESTADE IMPERML tem mfmdo cm
todos os espiritas o mais inflamado ardor do
Bem Publico. Espero da Imperial Benignida-
de o accolhimento favorável deste teme esen-
vto, que , pela importancia da materia, po-
de servir de estimulo aos Cidadãos energicos
para effeituarem exames mais dignos , e ufets
d Cama Brasílica.

Balthazar da Silva Lisboa.


P R E F A C I O .

N o tempg., era que fui empregado no


Serviço Nacional nesta Corte do Rio de J a -
n e i r o , no lugar fie Juiz de Fora por nove
a n n o s , exercendo por vezes o de Ouvidor
da C o m m a r c a ; por ter feito os estudos re-
gulares na Universidade Reformada de C o -
imbra sobre os objectos da Historia Natu-
r a l , diligenciei adquirir conhecimentos práti-
cos de hum dos mais importantes objectos
da riqueza do B r a z i l , que incontestavelmen-
te demonstrão as madeiras de Coustrucção
e Carpintaria. Continuei em igual diligencia,
quando S. M a j e s t a d e Fidelíssima ( que D e o s
g u a r d e ) H o u v e p o r bem empregar-me, qua-
si por vinte a n n o s , nos Lugares de Ouvidor
e Conservador das.Matas da. Caramarea dos
Ilheos. Persuado-me , que na repartição da
Inspecção das Matas fiz fulgura serviço á M a -
rinha., e ao E s t a d o o que não só consta de
notoriedade publica,, mas tãobem de officios
multiplicados , que se acfoão nas Secretarias de
Estado respectivas, e não menos na do Gor
verao da B a h i a , e Intendência alli creada.
p o r Carta R e g i a , para promover as Cons-
trucçoes Navaes. Havendo gravemente enfer-
mado no, penozo exercício do Corte das M a -
tas , © Augusto Senhor D . J o ã o V I me fez
a Mercê 2 a Apozentarloria no Conselho da
Fazenda desta Corte; não deixei com tudo ,
nas minhas circunstancias valetudinarias, de
fazer breve extracto das Memorias sobre os
meos trabalhos litterarios na longa carreira
(•«)

Ho S e r v i ç o , tanto dos Jnnaes do Rio ãe


Janeiro, de que fiz Deposito na Biblioteca
Publica da mesnia C o r t e , como das obser-
vações sobre a Physiea dos R o s q u e s , que
intentei dar á l u z ; o que até ao prezente nao
se pôde effeifcuar, pelas occorrencias sobre-
vindas depois do regresso de E l R e y á Por-,
tugal.
A g o r a p o r é m , que a fyrannia, com que
está dcssolada a Bahia, me obrigou a vir a
Corte, onde, como era Milagre P o l i t i c o , S.
M . I. tem feito súbita Creaçao de Imma
Marinha para debellar os inimigos do seo
tão bem Creado Império do Brasil, o que
dá a mais esperançosa expectativa de rápido
progresso dos Estabelecimentos Navaes ne-
pessaries a consolidar a estabilidade do T h r o -
no Imperial, entendi que não seria mutil
despertar a attença© do, P u b l i c o , para c o o -
perar com os Sábios Desígnios de b . M* 1.,
fazendo huma Si/tupse das madeiras , que
examinei, na certeza, de que ainda existem
muitas outras nas diversas Provindas do Im-
pério que reelamao dos Naturalistas e curi-
osos Fiais perfeito conhecimento. Restringi-
me a apontar os usos da vida, reservando
para em maior descanso individual, e so-
c e t r o ' de E s t a d o , -conferir com as pessoas
professionals ,c praticas, a respeito do que
for mas interessante ao assumpto, que ve-
"nelmente ocupará -os cuidados do nosso
(Corpo Legislativo, para as saudaveh Regiila-
cÕes. q u e , conciliando o system a liberal no
exercício da propriedade dos Cidadãos com
qg Direitos, não menos Sagrados, do Iate-
c f y

resse geral do I m p é r i o , previna a destrui-


ção , e promova a reproducção das M a t a s , e
com especialidade das Madeiras de Construe-
c ã o , q u e , em reconhecido abuso do domí-
nio absoluto «dos particulares, tem j á , não
inconcideravelmente, diminuido esta grande
fonte dk R i q u e z a Nacional e F o r ç a do Estado.
•He supérfluo mostrar a utilidade que os
habitantes deste Illustre ímperio do Brasil
immediatamente experimentão do uso das
madeiras-, c o m que o Benefico Creador tan-
t o énriqueceo a este p a i z : p o r isso unica-
mente offereço aos compatriotas o seguinte
catalogo em ordem alphabetica, com os n o -
mes vulgares das Arvores d e C o n s t r u c ç ã o , e
Carpintaria, indicando por fim as cascas e
ervas, de que se estrahem tintas úteis ás A r - *
tes. Reservai para hum Appendice as descri-
pç5es Botanicas, que só podem interessai'
aos curiosos da Historia Natural.
Este raeo t r a b a l h o , amda que em si ári-
do , se acha ornado c o m ás graças Poéticas do
nosso Brazileiro o Reverendo Fr. José de S.
Rita Dürao no seo Poema Épico dó B e s e o -
brimento da Bahia , ou Caramurú canto 7.°
Estancia 4 7 e seguintes.

Troncos vários em e ô r , e qualidade,


Que inteiriças nos fazem as canoas ,
B a n d o a grossura tal capacidade,
Que andao remos quarenta, e cem pessoas:
E há p o r * t o d o o Brasil em quantidade
Madeiras para fabricas tão b o a s ,
Que trazendo-as ao mar por vastos r i o s ,
Pode enchei* toda a Europa de navios.
. (8)
Quaes ricas vegetáveis amethystas
A s a g o as do Viole te em varia casta,
O áureo Pequiá com claras vistas,
Que n outros lenhos p o r matiz se e n g a s t a :
O vinhatieo p á o , que quando A v i s t a s ,
Massa de ouro parece extensa, e v a s t a ;
O duro p á o , que ao ferro competira,
O A n g e l i m , T a t a i p e v a , o Supopira.

H á de balsamos arvores c o p a d a s , ^
Que p o r l e g o a s , e legoas se dilatao ;
Folhas cinzentas , c o m o a m u r t h a , obradas
B em grato aroma os troncos se desatãó:
Sc neiíes pelas luas são sangradas ;
E uso vario fazendo os que c o n t r a t ã o ,
L a v r ã o remédios m i l , e obras histrozas,
^Contas de c h e i r o , e caixas preciosas.

A. Cupaíba em curas applaud ida ,


Que a Medica S ciência estima t a n t o ,
A Bicuiba no oleo<, c o n h e c i d a ,
A Almeciga que se "usa no q u e b r a n t o ,
A p r e c i o z a madeira appetecida,
Q u e o nome nos merece de p á o S a n t o ,
O salsafrás c h e i r o z o , de que as Praças
S e vem cobertas com formozas taças.

Oiirucú , fructo d' arvore p e q u e n a ,


C o m o lima em pyramide elevada,
D e que hum extracto a diligencia ordena,
Q u e a escarlata p r o d u z mais nacarada.
D e immortal tronco a Tarajaba amena
R e n d e a aurea cor das Belgas d e z e j a d a ;
O p á o Brasil, de que o esigenhozo Norte
Costuma extrahir cor de toda a sorte.
( 9 )

$ a s preciozas arvores se conta


O C a c á o , droga e m Hespanha tão commua*
Pouco n altura mais que arbusto m o n t a ,
E rende n o v o fruto em eada L u a :
A Baunilha nOs Sipós desponta ,
Que tem no Chocolate a parte s u a ;
Nasce em bainhas, c o m o páos de lacre,
D e hum succo o l e o z o , g r a t o o cheiro, e acre*

Optimo Anil de planta pequenina


Entre as brenhas incultas se r e c o l h e ;
T e c e - s e a roupa do algodão mais fina,
Q u e em copia abundantíssima se colhe:
Que se á abundancia a industria se conbina,"
Cessando a inércia, que mil lucros t o l h e ,
H o u v e r a no a l g o d ã o , que alli se t o p a ,
H o u p a , com que vestir-se toda a Europa.
RIQUEZA DO BRASIL
EM, MADEIRAS
D E CONSTRUCÇÃO E C A R P I N T A R I A ,

1. t / í Moreira do amago preto he huma


arvore de 25 palmos de c u m p r i d o , e 2 de
g r o s s u r a : he macia a madeira no serrar e
lavrar; os seos poros são f e c h a d o s : florece
em Setembro: usa-se para as obras de mar-
chetaria: das cinzas se extrahe excellent^
Só da.
2. Amoreira de amago branco he de 40
p a l m o s , dous de gHQSSMTay macia a madeira
no serrar e lavrar, -Serve J a r a cossueiras , es-
teios , e v i g a s : florece egà Setembro : o seo
fructo he agradavel.
3. Amoreira amarela ou Tatagiba he ar-
vore de 40 p a l m o s , dous a tres de grosso.
Serve para obras de marchetaria : em toros
s e . exporta aos Inglezes para se extrahir a
tinta amarela. (1)
4. Acd he arvore de 40 a 50 p a l m o s ,
c o m dous de grossura: macia a madeira no
serrar e lavrar : tem os poros abertos: florece
em Novemtyro: serve para frechaes e vigas*
5. Araticum verdadeiro (2) he arvore de
40 a 50 palmos de 2 a 2-| de grossura:
muito macia no serrar e lavrar a madeira :
iiiisíi no c o r t a r : serve para caibras e f r e -
2 ii
( 12 )
xaês, e taboados de caiãocv paru assucar: flo-
re ce em Setembro.
6. Araticum apé (3) he de 30 palmos d e
cumprido , e dois de g r o s s u r a . J l è r e c e em Se-
tembro : Serve o taboado para caixões. O fruc-
t o he hum a pinha do mais grato sabor; ,
" 7. Araticum Embira he de «30 palmos
de cumprimento. Faz-se somente uso da cas-
ca para cabos das embarcações de cabota-
gem.
8. Almecegueira be arvore dè 20 a 30
palmos r de hum a hum e meio de grossu-
ra r revessa a madeira no serrar e lavrar ;
t e m os poros abertos. Serve para freehaes „
e taboados inferiores, por ser sugeita a m a -
deira á ponilha: florece em Outubro ; do t r o n -
c o rebenta huma resina, que tem o nome de
almecegaque, alem do seo uso na pharma-
c o p e a , serve pjira brear^as embarcações.
9. Almeeicassw he <Té 40 palmos , e d e
grossura dois. S e i V para o mesmo uso dar,
antecedente.
10. Arariba macho he arvore de 60
palmos de comprimento, com 2 a 3 de g r o s -
s u r a ; macia a madeira no cortar : tem os,
poros fechados: faz-se delia uso nas obra»
de ornatos e utensilios das Salas , e marcheta?
r i a : florece em O u t u b r o : delia se extrahe
huma tinta cor de r o s a , com que os índios
pintão as suas esteiras,, p e n n a s , e outras
pbras. , '
11. Arariba femea. Tem as mesmas di-
mensões e préstimo: porém a sua cor he
mais viva e bella.
12. Angelim verdadeiro (4) he arvore de
( 13 )

cem e mais palmos de cumprimento, de três


a doze e mais de grossura, tendo seo tronco
tortuoso e pardo : floreee em Setembro , nascen-
do as flores ejjfre* ° s gídho&e ramos em lindos
caixos ; dá huma üruta oval. de sabor a m a r g o s o ,
i n g r a t o , e adstringente, q u e , reduzida a
pó^, mata os vermes dos intestinos: o sumo
do èhtrecasco da arvore he applicado com
b o m successo contra as mordeduras das c o -
bras & Jaravacussüs S : d o seo amago corre
hum licor amargo e espirituozo, que em-
bebeda. Serve a madeira limpa do branco ,
que he p o d r e , para peças de l e a m e s , v ã o s ,
c a d a s t e s , eoráes, e contas.
13. 0 Angelim de coco tem as mesmas
dimensões , e a sua madeira presta os mes-
mos usos da antecedente.
14. 0 Angelim eanafstula (5) tem as
mesmas dimensões fWTP^f P a s Construc-
e õ e s ; alem das dentacjlras para rodas de
Engenhos d ' a g o a , e p a ^ diversas maquinas
e Àrchiteetura.. Floreee em S e t e m b r o , nas-
cendo as flores em caixos arramalhatados p e -
los galhos de hum roxo. elaro.
15. Angelim Graveto he arvore de 60 e
mais palmos de cumprimento , de 2 a 3 de
g r o s s u r a , macia a madeira no serrar e la-
vrar. Serve para caixões*
16. Angelim tento he arvore de 80 pal-
mos e mais de cumprido , de 2 a 6 de g r o s -
sura. Ser.ve para caixões : floreee em Setem-
b r o , e dá por fructo humas sementes encar-
nadas com hum ponto preto , que servem para
tentos.
17. Aiidá (6). he arvore de 25 palmos 5
C u))

;2 de g r o s s u r a ; a madeira leve e esponjosa


«serve para jangadas , tamancas. Florece em
Outubro : seo frueto he huma amêndoa ole-
ísoa e purgativa y^mbejjedaoi^içiata o peixe.
18 Azulão (Í7) lie arvore de 30 palmos,
2 de grosso: florece em Setembro. Serve a
madeira para obras de marchetaria, e desca-
mas.
19 Pao de arco (8) preto he arvore de
«altíssima g r a n d e z a , que cresce de cem e
•mais palmos em comprimento , com 6 a 24
«palmos de grossura; florece em Dezembro
com flores em grandes caixos de carmim cla-
ro. Faz-se uso da madeira para G i o s , e ou-
itras obras de construcção, além das cavilhas.
Nos Engenhos de assucar são buscados para
os cylindros vulgarmente chamados moendas :
emprega-se taobem nas obras de varáes de
Seges , vigotas, r .je . ^ ^ « ^ d e cazas. H á tão-
bem huma diversa èjípecie deste pao pela sua
cor amarella, bem tépmo as flores, que flo-
recem em Outubro antes de se vestir de fo-
lha n o v a , brotando as flores amarelas no lu-
gar em que se incruzão os pediculos das f o -
lhas. Tem iguaes préstimos na construcção,
© architectura civil.
20 Pao d\ arco da moda he arvore de
igual dimensão; varia na sua cor esbranque-
çada. He menos procurado que os anterio-
res , mas serve tãobem nas obras de constru-
ção dos Navios e cazas.
21 Pao de arco mijão he arvore igual-
mente de alta grandeza no cumprimento, de
menos grossura que os antecedentes. Florece
em Outubro. Serve para esteios e obras de
cazas.
((isty

22 Arco de Pipa he árvore mediana de


30 palmos, hum e meio de grossura. Serva
para arco de pipas. Florece em Novembro.
23 Aderno verdadeiro he arvore de 60*
palmos e tres W g i ' O S l t H ^ f l e m os poros fe-
chados. Florece em Outubro e Novembro. Ser-
ve para vigas , frechaes, e estacadas , pois;
durà idez annos na terra.
"24 Aderno Mar canalha he arvore de 50
palmos , 2 do grossura. Florece no mesmo»?
tempo: serve para obras dos edifícios urbanos.
25 ( 9 ) Acacia he arvore de 30 p a l m o s ,
dois de grossura; a sua madeira he macia, e
de poros fechados; florece em Setembro; o
seo uso na Pharmacopea he contra as febres.
26 Araçá-poca he arvore de 30 palmos
de cumprido, dois de grossura: florece em
Setembro. Serve para frechaes.
27 Araróba he arvore de 30 palmos de
cumprido , de dois a TlfsJ de grossura: flore-
ce em Agosto. Serve p a A t a b o a d o s © cossuei-
j*4is: no ventre ou abertura natural que tem 1
' ÍIÉ
no amago se manifesta hum p ó de cor de en-
x o f r e , que se applica externamente para des-
truir as impinges.
28 Amamona he arvore de 50 e mais
palmos de cumprido, e dois de grossura.
Serve para as obras de Architetura civil e
marchetaria. Florece em Agosto.
29 Arataia he arvore de quarenta pal-
mos , hum de grossura. Florece em Outubro.
Serve parà obras de adorno e marchetaria.
30 Artinguy he arvore de 60 palmos , de
hum a dois de grossura. Florece em Setem-
bro, Serve para as mesmas obras da anterior.

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T9

mtrg»
( I* )

31 Arariba da Serra, lie arvore de 40


palmos com dois de grossura. Floréce em
Setembro e Outubro: serve para os mesmos
u s o s : da sua razura em eosimento com os
saés se extralie'
32 Araruna he de 50 e mais palmos
a a r v o r e c o m dois de g r o s s u r a : florece p n
Setembro. Serve para as obras dos Edifiòios
t 33 Araeira de catinga he arvore dé 30
palmos , eom hum a dois de g r o s s u r a : flo-
rece em A g o s t o . Serve para obras de ador-
no , e esteiadura. Arueira dos Bosques vi-
zinhos ao mar lie de 50 e mais palmos:
florece em Outubro : serve para t a b o a d o s ,
e esteios : a sua casca he adstringente, e da
fructa se extrahe a cor de roza.
34 Araçá do mato grosso he arvore de
40 palmos de c o m p r i d o , c o m dois de grosso :
florece em Setembro ^ macia a madeira no
serrar e lavrar. ' vigas e vigotas.
35 Araçá piróia he arvore de 40 pal-
mos , com dois de g r o s s u r a : florece em O u -
tubro. Serve aos mesmos usos.
26 Aráçás cultivados são arvores media-
nas : florecem em J u l h o : os fructos são dif-
ferentes, como as mesmas arvores que p r o -
duzem , deiiominando-se p o r isso os araçás ,
huns por b r a n c o s , pretos o u t r o s , guaiabas
outros , merins o u t r o s , etc.
37 Brasil Páo ( 9 ) he hum a A r v o r e de
60 e mais p a l m o s , de tres a dois de grossu-
r a , armado de curtos espinhos; florece em
Dezembro com flores arramalhatados de car-
mim : o seo grande préstimo he b e m conhe-
cido na Tinturaria, e marchetaria, e até nas
( 17*5)

Fharmacopéas. C o m o seja prohibido ao uso


c u m m u m , he huraa p o r ç ã o destruída na quei-
mada dos Bosques para aroteaçíio das diver-
sas Lavouras noa flails - remotos em que tem
a sua existencía, «HAÍÇHJRÍ W s e n p prédios
rústicos uso do tronco p a r a Esteyòs.
38 Bálsamo chamado catholico he huma
A r v o r e de alta grandura de 8 0 , 100 e mais
palmos de c u m p r i m e n t o , de d o i s , seis, e mais
de grossura , de huma casca cinzenta gros-
s a , que contem hum licor l o u r o ; ferida na
L u a cheia de Fevereiro e M a r ç o , destilla
hum oleo conhecido p o r bálsamo do Peru: a
madeira he macia no serrar e lavrar. S e r v e
para obras de o r n a t o , asemelha-sè ao m o -
h e g a m o : brota huma rezina que no cheiro
se confunde com a pastilha.
39 Bacumivá he arvore de 40 palmos
de c u m p r i d o , « d o i s d ^ r o s s u r a florece em
S e t e m b r o , a madeira m ® i a no Serrar e la-
vrar serve para vigas e H-echáes.
40 Batinga branca *he arvore de medi-
ana grandeza de 25 a 30 p a l m o s , c o m dois
a dois e m e i o - d e g r o s s u r a : florece em A g o s -
t o , , a madeira rija no Cortar serve para f r e -
e z e s vigas , portas e caxilhos.
41 5 Batinga vermelha he arvore de 60
palmos com 2 a 3 de g r o s s u r a : florece em
Setembro. Serve para Cumieira de C a z a s , e
mais obras d e l i a s , e para remos de voga,
42 Batinguasu he a r v o r e de 40 p a l m o s ,
com l a i de g r o s s o : florece e m Setembro :
a madeira macia no Serrar e lavrar serve
p a r a vigas e f r e c h á e s .
43 Batinga Tucano he arvore de 40 e
3
(418 )

mais palmos, com dois dc g r o s s u r a : florece


em Setembro, serve para os mesmos fins.
44 Burahem macho he arvore de 60 pal-
mos com 2 a 3 de g r o s s o i f l o r e c e em Outu-
b r o ; a m a d e i r a ' T f e n ^ ^ ' & ^ e ^ a r e lavrar lie
encomendada para Varáes de Sege pela sua
elasticidade; faz-se tíioheni uso nas obras*dos
edifícios : a especie femenina tem aindar liiais
elastica a madeira.
45 Bycuiba branca he arvore de 80 pal-
mos ; com 2 a 3 de g r o s s u r a ; florece em Ou-
tubro : o am ago molle, a madeira, macia no
serrar e lavrar , serve para Caixões.
46 Bycuiba vermelha he das mesmas di-
mensões e u s o s , diversa no f r u c t o , de cuja
amêndoa se forma a manteiga ou bálsamo de
Bycuiba para as moléstias da pelle.
47 Bicuibossu he arvore de 50 e mais
palmos de cumprimento, com 2 de grossura
até quatro-;' flc^Ê&n^íSesmo t e m p o ; serve
para C a i x õ e s , freoltáes, e remos.
48 Bacopari hé arvore de 30 a 50 pal-
mos , com hum e oito de grossura: florece
em Outubro. Serve para esteios e obras de
cazas.
49 Bacumivã he arvore de 60 palmos
com dois de grosso. Serve para o mesmo fim.,
BamvuLvci-assw só se differença nas folhas e
flores que brotao em N o v e m b r o ; serve para
o mesmo fim.
50 Bafava he a r v o r e de 50 e mais p a l -
mos de c u m p r i d o , com 2 a 3 de^ g r o s s u r a :
florece em Setembro: a madeira -macia de
poros f e c h a d o s , serve para obras de utensí-
l i o s , mãos de pillar arroz t e obras dos edi-
fícios.
( 19:)

51 Bory he huma especie de palmeira


de 25 palmos. Serve para ripas e contas.
52 Brasiléte he arvore de 60 palmos
com hum *a d o ^ ^ e j ^ g m ^ K a . Florece em
Outubro. Serve püfrnT cJfiras de marchetaria,
e ornatos lindos de cazas.
53 Baga de Louro ( 1 1 ) lie arvore de
60 palmos de cumprido , com 2 a 3 de grossu-
ra : florece em A g o s t o ; o fructo he applica-
d o para cólicas , e dores de estomago? Ser-
ve para taboados e frechaes.
54 Baga amarella he de igual dimen-
são. Serve a madeira aos mesmos usos.
55 Bacazy he arvore de 40 p a l m o s ,
dois de grossura : florece em Outubro. Serve
para obras de architectura,
56 Barboleta he arvore de 40 p a l m o s ,
dois de grossura. T e m igual destino.
57 Bengala ^ J j j m p a l m o s ,
c o m dois de g r o s s u r a : i w ece e m Setembro.
Serve para molduras e obras d e marchetaria:
he de cores variadas.
58 Biriba he arvore de 50 a 100 pal-
m o s : de hum amago preto duríssimo: he a
pederneira dos Indígenas, para extrahir f o g o
pejo attrito. Florece em Outubro em ramos
de flores cheirozas. Serve para mastros de
Barcos , e para taboado de forro de embar-
cações; he menos atacado dos esfaimados B u z a -
n o s : serve igualmente para esteios de cazas :
da casca se extrahe a estoupa para o calafeto ,
que tem o nome de estoupa da terra.
59 Copahiba oleo preto ( 1 2 ) he huma
das arvores de altíssima g r a n d e z a , pois chega
á 150 palmos de cumprido, e vinte quatro e
2 ii
( 20 )
mais de grossura; de huma casca cinzenta,
esbranqueçada, entre casco amare.Ilo, e pro-
ximo ao amago, vermelho. Florei e em Outu-
bro e No ve m b a ^ f i o im miuíí is sima na
extremidade dos rltmí/íf^ formando muitos
remalhetés. Ferida na conjunção da Lua cheia
de Janeiro, corre copiosa quantidade de hum
oleo com cheiro de terebenthina, em tanta
c o p i a , que em duas horas se obtém doze
livras»; e tapando-se a ferida com cera ou
argilla, se consegue na outra Lua ainda
maior quantidade: aquelle oleo tem a virtu-
de digestiva e adoçante para curar as feri-
das , e o veneno de algumas cobras: e be-
bido algumas gotas em o v o , as gonorrheas ;
e até externamente applicado em uncturas
aos elephantisieos, diminue a terrível acrimo-
nia dos humores. Os pintores delle usão tãobem
para dar q o n s ^ e i ^ ^ ^ c ô r verde, e com
preferencia para p i m e n t o s de encarnar. Nas
construcç5es se empregao os troncos roliçós,
ou quadrejadòs para mastros das Naos e
Fragatas, mastareos e vergas. Antes de morrer
a arvore, se lava do seo oleo.
60 . / Copaiba vermelha, goza da mesma
prodigiosa grandeza; diversifica nas folha,s e
flores , sendo estas de cor a marella claro.
Tem os mesmos préstimos da antecedente.
G1 Copaiba branca, differe das outras
pela sua folhagem e flores brancas, com as
quaes se embelleza em Novembro em re-
malhetes pelas pontas dos galhos.' Serve nas
construeçÕes da mesma maneira, e tanto
mais por ser mais elastica; tendo eterna
duração sendo cortada nos minguantes da
í (21.)

L u a , depois do fructo sazonado, e descas-


cada no tempo do Sio ou Séva hum anno
antes; o qxie produz geralmente era todas as
arvores a f t o a qualidade d j j j g a d e i r a , nao ra-
charem, e c o 5 ^ S * ^ S # m r e e a s c o em pao
perfeito. Faz-se taobem uso das Copahibas pa-
ra . c a i x õ e s , que conservão a boa qualidade
do assucar. _ , . .
62 Cambuí ( 13 ) he arvore de trinta
p a l m o s , e 1 de g r o s s o : florece em Setembro.
Serve para tamancas a madeira: ha de o
diversidades r que dão fructas agradaveis de
diversas c o r e s , b r a n c o , n e g r o , e encarnado.
63 Canella ( 1 4 ) he arvore de dO pal-
m o s , 2 de grossura ; a madeira macia jao
Serrar e lavrar, aromatiea, de poros fecha-
dos , florece em Setembro. Serve para obras
de ornato, e a casca nas Phasmacopéas, ©
C0XmU^Canella fW/lffll aívore de 40
palmos, com 2 de g r o s a r a ; a madeira ma-
cia no serrar e lavrar,* de poros fechados,
florece em Outubro. Serve para, cabos de ma-
c h a d o , vigotas e fiecháes. -
65 Canella de velha he arvore de 40 pal-
mos com 1 a 2 de grossura: lie durissima a
madeira; florece era Outubro. Serve para
esteios, cabos de machado, e vigas.
66 Canella Capitão he de igual dimen-
são e préstimo: florece em Setembro. ^
67 Canella Jacu de dita dimensão e
préstimo M o r e c c Limão
68 Canella em Novembro.
de. dita dimensão e
préstimo: florece em Setembro.
69 Canella do Brejo he arvore de &
A í:.22 )
p a l m o s , com 1 de g r o s s u r a : florece em Se-
tembro. Serve para ehjimasseiras de c a r r o s ,
e taboado inferior. *
70 Caixeta he a r v o r e j e dita/dimensão;
*f florece em A g o S o ^ B e í W K p S r a taboádo de
f o r r o de Cazas, e portas inferio res do interior.
71 Camassary he arvore de 80 e mais
palmos de c u m p r i d o , 2 a 3 de g r o s s u r a ;
revesso e duro no lavrar e lascadisso; de p o -
ros abertos : florece em Setembro. Serve p a -
ra taboados de andames, Soalho de embar-
c a ç õ e s , e d e T e r c e n o s , v i g a s , frecháes, e v e r -
gas de embarcações miüdas.
72 Copahiba ( 15 ) he arvore de 60 pal-
mos de cumprido, 2 de grossura: florece em
Setembro. Serve para taboados e vigotas.
73 Copohiba he arvore de 25 palmos
de c u m p r i d o , 2 de g r o s s o , a madeira macia
no serrar e l a v r a r u f l o r e c e em Agosto. Ser-
ve p a r a t a b ^ d ? í ? , ? ^ t g o t a s .
74 Capararoca^ie arvore de 60 palmos
de cumprido com 2* de grossura , macia no
serrar e l a v r a r : florece em Setembro. Ser-
ve p a r a r e m o s , f r e c h á e s , e ripas.
75 Cocão he arvore de 60 palmos, 2 de
g r o s s u r a ; a madeira macia no serrar e lavrar,
e de poros a b e r t o s : florece em Setembro.
Serve para cossueiras de p o r t a s , Canzis e
xavelhos dos Bois.
76 Couço he arvore de 60 palmos 2 de
grosso ; florece em Outubro. Tem i^ual prés-
timo. .
77 Cedro { 16 ) he arvore de maravi-
lhosa grandeza de 100 e mais palmos de c u m -
prido, de 3 a 24 de g r o s s o ; florece em S e -
( 23 )
tembro em pequenos ramalhetes de 6 a 7 flo-
res verde-gaias: pela sua c o r tomou o t r o n -
co o nome i e Cedro vermelho, de que se faz
uso em c o s t a d o ^ g r ^ p d ^ ^ N a v i o s , figuras,
cachilhos, taboattoi^lV f o r r o , obras de enta-
l h a d o r , e canoas.
78 Cedro branco tem iguaés dimensões :
e préstimo: só differe pela sua c o r esbran-
queçada. sij; aiiAfe"
79 Cedro da costa do mar he arvore de
60 e mais p a l m o s , com 2 a 6 de grossura.
Serve igualmente para os mesmos u s o s , e
principalmente para o cintado g r o s s o , em r a -
zão das suas fibras não se partirem; emba-
cão as balas nellas, e não rompem pela sua
natureza estoupenta.
80 Cedro bravo he arvore do 40 pal-
mos , 2 de g r o s s u r a ; florece em Agosto, Ser-
ve para molduras de Cazas.
81 Commumba verm0no, que se asseme-
lha a Jetahipeba, he arvore de 60 p a l m o s ,
com 3 de g r o s s u r a ; a m'adeira macia tto ser-
rar e l a v r a r ; tem poros fechados : florece
em Setembro. Serve para frecháes e v i g o t a s ,
cintas, e váos de embarcações miúdas.
82 Commumbd fêmea, differç só na c o ç
esljranqueçada: tem as mesmas dimensões,
e préstimo.'
83 Conduru he arvore de 60 palmos de
cumprido de 1 a 2 de g r o s s o : florece em
Agosto,: Serve a m a d e i r a , que lie encarna-
da tirando^a r o u x o , para obras de utensilios
das Salas e m a r c h e t a m . O Conduru das
Ilhas tem o amago mais encarnado,
84 Claraíba he arvore de 60*palmOs de
( 24 )
cumprimento, com 3 e 4 de g r o s s u r a ; flo-
rece em S e t e m b r o ; a madeira macia no ser-
rar e l a v r a r , de poros abertos, f e r v e para
Cossueiras e c & n Q q j L * * * ^ , ™
J 85 Coré he a r v ò r e l e 60 palmos? com
2 de grossura; florece em O u t u b r o ; a ma-
deira macia no serrar e l a v r a r , de poros, te-
c l a d o s , que recebe excellente polimento. Ser-
ve para obras de A r c h i t e c t u r e
86 Coractío de negro he arvore de bü
p a l m o s , com 2 de grossura; florece elm Ou-
tubro. Serve para igual destino.
87 Cascudo he arvore de 45 p a l m o s , e
de grossura 2 a 3 ; florece em Setembro. Ser-
ve para frecháes e vigotas.
88 Cajueiro bravo he arvore de 4U pal-
m o s , e 2 de grossura; florece em Outubro:
tem igual serventia.
89 Carneira wJtm&U 13 ) lie arore de

20 a 30 palmos" 1 a 2 d e S r o s ® a;
u r

florece em Julho e A g o s t o ; o seo fruCto


amarello ou encarnado tem sobreposta hu-
ma castanha, que contem huma amêndoa de
excellente s a b o r : a sua casca he urente e
caustica; do summo da fructa se extrahe
hum vinho agradavel, v i n a g r e , e aguarden-
t e : a fructa he de reconhecida utilidade na
h y d r o p i z i a , e mal c é l t i c o : a reziria, que
espontaneamente rebenta pelo tronco, he em
tudo igual no préstimo á goma arabica Ser-
ve a madeira para cabos de machado. _
90 Casquinha vetmelha he arvore de dU
palmos, com 2 de grossura: florece em Se-
tembro. Sçrve para as obras de Architecture.
91 Caubi he arvore de 60 palmos, com
( 25 )

dois a ires de grossura ; florece em Outu-


b r o . Sorve para taboados inferiores, e canôas.
92 Caroba a r v o r e de 40 a 5o
palmos ; floreei egif A g o s t o ; O sumo das
f o l h a s 3 ou seccas 'reduzidas a p ó , serve
para a cura das Bobas ; do t r o n c o se a b r e m
Canoas Ligeiras j e taboados.
93 Carobossú he a r v o r e de 40 a 5o
p a l m o s , com dois de grossura ; florece era
Setembro. Serve para taboados e frechaes.
9 4 Çcimgabixa he a r v o r e de 40 p a l -
mos , c o m dois de grossura ; florece em Se-
t e m b r o . Serve para esteios e freebaes.
95 Capiangossú he a r v o r e de 5o pal-
mos j c o m 2 de grossura ; florece eni Outu-
b r o . Serve para o mesmo fim da antecedente.
96 Çaetano lie a r v o r e de 4 0 palmos
c o m hum de grossus*^ floree®»enh S e t e m b r o ;
s e r v e para frechaes, ««
97 Cravo he a r v o r e de 40 a 5o pal-
mos 3 c o m dois de grossura ; florece em Ou-
t u b r o ; c o r t a d o de f r e s c o , recende o c h e i r o
de c r a v o q u e as suas folhas igualmente con-
tém. Serve para freehaes.
•98 Cajueiro da Costa be a r v o r e de
5 o p a l m o s , com 2 de grossura ; florece em
A g o s t o . Serve para as ôbras de embarcações
miúdas.
99 Capianga de folha miúda he a r v o -
re de 5 o p a l m o s , coni 2 de grossura ; ílore-
ce em Outubro. Serve para frechaes j e ta-
boados inferiores.
1 0 0 Casca de Caubi he arvore de 60
4
( 26 )

palmos > com 2 de grossura; fiorece em


Agosto. Serve para freehaes.
íox Cueira Cüité ( i 5 ) he arvore de
5o palmos, com hum è^meio de grossura.,
florece em Setembro. Serve para frechaes..
1 0 a Gaikarina conga he arvore de
4 0 palmos de cumprido , com dois de gros-
sura ; florece em Outubro. Serve para fre-
tshaes. ^ _ .
103 Canjerana he arvore de 50 pal-
mos , com a de grossura ; florece em Setem-
bro. Serve pára Bolandeiras de Rodas de
Engenho , frechaes, e obras de embarcações;
a sua madeira he fechada de póros, ma-
cia, e durável.
1 0 4 Cutucaêm hefarvore de 40 pal-
mos de cumprido, com dois de grossura ; flo-
rece em &3te$»bro e Ô»tubro. Serve para
taboados, vigas , frechaes, peruas e obras
do mar. c

105 Camará lie a r v o r e de ao p a l m o s ,


com hum de grossura; florece era Setem-
b r o ; lie de muita duração nas cercas , e
excellente para fachos , obras de t o r u o ,
poliame niíudo , e cavernas das embarcações
miúdas. V , , . , ,
1 0 6 Ceriiba ( 1 6 ) he huma variedade
de mangue ; esta arvore cresce a 50 pal-
mos , cora dois de grossura; florece em Se-
tembro. Serve para caibros; enterrado dois
mezes no mangue , toma a tor do Evano.
1 0 7 Cuipuna ( 1 7 ) he arvore de media-
ma grandeza , florece em Setembro com lin-
( 27 )
das flores amarellas ; o s u m o , cozido na
acroa da fonte , serve para lavar e curar as
chagas inveteradas e purulentas: do entre-
casco se extrahe / h u m sumò glutuiozo ,
com que os Indígenas^ envernisão as cuias ,
e muitas obras. ,
108 Espinheira macho he arvore de
5o e mais palmos de cumprido , com dois
de erossüra I florece em Setembro ; a madeira
lie r e v e j a no lavrar , de hum aroarello asi-
tinado ; serve para cadeiras, é outras obras
de ornato 5 dá tinta amarelia no Chimento
com os saes, .
109 Espinheiro feme a tem as nicsroâs
dimensões , e préstimo ; só digere na c o r ,
que he mais agemada.
110 Embira verdadeira he aryore de 40
palmos , de hum e meio de grossura ; flore-
ce em Setembro. Sefve para^afcoá de embar-
cações , e a madeira taboados inferiores.
HI Embirossú he*arvore de 60 e mais
p a l m o s , com 4 de grossura; revessa no ser-
rar- serve para Canoas, frechaes* r i p a s ,
e v i g a s : florece em Setembro; do frueto
se# colhe huma 13a fina pardenta , e excel-
lente'para Colxòes.
112 Embira araticum he arvore de
4 0 palmos , com a d* grossura : florece em
Outubro. Serve para taboadoíf.
* * 113 SÍEmhirossú da Costo he arvore de
60 palmos, cam 4 <*e grossura; florece em
Setembro ; he revessa a madeira no serrar
ç lavrar ; serve para canoas.
4 íi
( 28 )
ir4 Estou pa Boi be aryore de 5o
palmos s corn dois de grossura ; florece em
A g o s t o • serve para frechaes e v i g o tas,
115 Erva de rato •{}.&) be a r v o r e de 5o
p a l m o s , c o m 2 de grossura. Serve p^ra f r e -
c h a e s ; o sumo mata os r a t o s ; florece e m
Setembro. N o s subúrbios se encontra huma
piaut>a d o mesmo n o m e , c u j o sumo mata os
r a t o s : assim providaraente a Natureza sub-
• ministra ao homem nas povoações e no de-
serto meios de destruir aquelles animaes.
116 Ferro-páo he a r v o r e de 6 o e mai<s
palmòs , c o m 2 de grossura ; florece em Se-
tembro. Serve para as obras de duração
na Architectura Civil»
117 Fava he arvore de 60 p a l m o s ,
c o m dois. de grossura; florece era O u t u b r o ;
a sua frueta he huma fava redonda , c o r de
rosa luzemt^v^e duríssima. Serve p a r a as
mesmas obras da an fcCè dente.
118 Faià lie a f v o r e mediana de 5 o pal-
mos , com hum de grossura ; florece era Agos-
to. Serve para fazer instrumentos de m u z i c a .
119 Gabtraba vermelha lie a r v o r e de
6 0 palmos, com dois de g r o s s u r a ; florece
S e t e m b r o ; a madeira macia no serrar e la-
v r a r , i]e poros fechados * serve para as
obras de Architectura , ç para cabos de
machados. •
1 2 0 Genipnpo ( r g ) he a r v o r e " d e 0 0 ' a
4 0 palmos , c o m dois de grossura ; florece era
A g o s t o ; d;í p o r frueto hum p o m o agro-do*
ce^ de que se faz v i n h o : h e . a d s t r i n g e n t e
4 29 )

va càsca e a meèma fructa , com as quaes se


1 forma hum emplastro para as 'roturas do
virilhas ; serve a madeira para as Jujuças
das Bombas.
_ 121 (j enipapo áo mato de folha de f u -
m o , he a r v o r e de 5o e mais p a l m o s , coin
a ,de grossura ; ílcrece em Seteftibro: a ma-
deira elastica , branda no cortar , de poros
fechados,* serve para frechaes e cabos de
machados.
122 Gameleira vermelha he arvore
,de 6o a i o o p a l m o s , cora 4 e ma] Í3 de gros-
sura ; floreee em Setembro e O u t u b r o ; ser-
v e para gamelas e canoas;
125 Gameleira branca tem igual di-
mensão e p r é s t i m o ; ferida , deita uma r e .
zina fluida láctea , de que se fáz uso para
curar a h y d r o p e z i a no seu p r i n c i p i o , que
vulgarmente chamão opilaço~es , e cravos
dos pés dos b o b a t i c o s /
1 2 4 Gameleira de pré go s tem as mes-
mas dimensões ; he de m e l h o r qualidade
na serventia de taboados e canoas.
% 125 Graveto he a r v o r e de 3 o palmos
a . 4 0 j com dois a tres de grossura ; floreee
e m Setembro ; serve para caixões.
126 Graveto vermelho he a r v o r e de
60 palmos com 2 a 3 de grossura ; üorece
em S e t e m b r o ; serve para caixões,
r ^-^Wj^G^abiraba fçmePhe a r v o r e de
5o palmos de cumprido , com dois de gros-
sura; floreee em Setembro. Serve para ca-
bos de machado.
( 30 )

tag Giboia do Bréjo lie arvore de 3 o


a 40 palmos , com 2 de grossura ; florece em
Agosto. Serve para caixões,
i3o Garapiapunha\ lie arvore de So
palmos e mais, com o de grossura ; florece
em Outubro^ serve para caimbras de carros*
reparos de Artilharia , vigas , e frecháes.
i5i Groçahi azeite he arvore de 4 0
palmos , com hum a dois de grossura ; flore-
ce em Outubro. Serve para frecháes.
Guaracioa he arvore de 5o pal-
mos , hum dois de gfossura ; florece era.
Agosto; serve par» ripas.
i 5 3 Guararema he arvora de 5o pal-
mos, com 5 de grossura 1 florece cm Setem-
bro? Serve para caixões.
134 Guarrassahj vermelho he arvore
de 4 0 palmo?* com dois de grossura; flore-
ce em Outubro; serve para as obras dos
edifícios,
135 Garahunà he arvore de 6 0 pal-
mos com dois de grossura, florece em Se-
tembro, tera igual serventia da anterior.
136 Grumichameira ( 2 0 ) he arvore de
40 palnros com dois de grossura ; florece
em Setembro , pelo tronca e ramificação dos
ramos : esta formoza eugenia dá huma fruc-
ta agro-doce, de que se faa excellente
v i n h o , e licores.* não se fa* uso de sua
madeira.
137 Gonçalo Ateares be arvore de 2a
pabnos, com hum a dois de grossura; flo-
rece era A g o s t o ; pela dureza , polimento
( 31 ) ;;
brilhantíssimo de suas ondeaçòes ,/az-seV uso
para trastes de ornatos , molduras, e obras
de marchetaria.
i38 Inhabatàn he arvore de 5o e mais
palmos ; com a a 6 e mais palmps de gros-
sura ; no tronco e raízes «e parece com a
Sapucaia ; florece em Setembro , ornando
as poatas dos galhos de botões amarei los
claros; serve para -mastros de Sumacas e
Galeras,
1 4 9 íngd ( a i ) he arvore de 40 pal-
mos , com dois de g r o í s u ^ ; florece em
Agosto ; o seu fructo è e huma «Siliqua, co-
berta de hum* polpa branca , como o algo-
dão , adocicada; «erve para frechaes.
140 Inguasú he arvore de 4 0 a 5o
palmos, com a de grossura ; florece em Se-
tembro; macia a madeira no |gljar e lavrar,
de póros abertos,. s e ^ e para vergas m i u d s
e taboados. ' .
141 Ingá facão he arvore de 5o
palmos; com hum a dois de grossura. Tem
a mesma serventia.
14a Ingá sipó he arvore de 3o pal-
uíos com hum de grossura ; florece em Se*
tembro, serve para vergas e ripas*
145 lngahi he. arvore de 60 palmos
com 2 a 5 de grossura ; florece em Setem-
; iL madeira amarella , macia no
afrrar e lavrar, de póros fechados , serve
para canoas, e taboados.
1 4 4 Jnhahiba amarella he arvore de
*)« e mais palmos de cumprido 3 com dois a
( 32 )
/ S
o de'grossura ; florece em Setembro; serve
para t a b o a d o s , frechatís 3 e vigas.
145 Inddossú he a r v o r e de 3 o a 40
palmos j c o m hum de grossura; florece em
A g o s t o ; serve a madeira para fôrmas s e o
seu f r u c t o lie p u r g a n t e .
146 lpémerim he a r v o r e de 5o e mais
palmos j com dois e mais de grossura ; flo-,
rece em Outubro; serve para as obras de
architecture , e nas Pharmaeopéas com ó
nome de Pão Santo, 1
147 Ipé^ffa he a r v o r e de 5o e mais
palmos de c u m p r i m e n t e , com dois e mais
de grossura ; florece em Outubro ; serve
para as obras de edifícios.
148 Jacarandà ( 2 2 ) he a r v o r e de 60
e main palmos , com doís a 1 6 de grossura
e m a i s ; floreop. em Setembro 1 p o r entre as
articulações dos rarço*. em ramalhetes dá
botões pardos claro?,,' serve para todas as
obras de decorações e ornatos das Salas ; a
sua cor lie preta luzente.
159 Jacarandá pitanga he arvore de
Igual grandeza , e préstimoJ p r e f e r i d o ao
Jacarandá p r e t o pelo seu brilhantismo atax-
ia rugado.
I 5o Jacarandá pardo he de ignaes di-
mensões e préstimos : a a r v o r e se difíeren-
ça nas ondeaçÕes e mesclas de preto^ spbpe^
o fundo pardo»
151 Jacarandà branco lie arvore de 60
palmos com s ds grossura; serve para esteios,
e c a r v ã o 3 que he de grande ardor e d u r a ç ã o .
( 33)

152 Jacavandarana he arvoije deViOO


6 mais palmos de c u m p r i m e n t o , c o m s e i s ,
oi Lo 3 e mais de grossura; florece em N o -
v e m b r o p o r eplre as pontas dos galhos com
flores brancas : a madeira duríssima , serve
para esteios p o r se não cortar na t e r r a ,
e s.erve igualmente para toras , dentes de
moendas 3 e rodas de machínas.
i5o Joiba he á r v o r e de 5o palmos de
cumprido 3 c o m três de g r o s s u r a ; florece
em S e t e m b r o ; a madeira macia no serrar
e lavrar , de poros fechados , serve para
cliamproes e vigas.
154 Joeiraria vermelha he a r v o r e de 6 0
a 3o palmos de c u m p r i d o , com tres a dez de
grossura ; florece em N o v e m b r o ; a madeira
macia no serrar e l a v r a r a v e r m e l h a d a , de
poros abertos, serve para canoas e caixões.
155 Joeirana branca ffcift iguaes d i -
mensões e serventia T^n^as a sua qualidade
he i n f e r i o r , p o r q u e logo a p o d r e c e .
156 Joeirana prégo he a r v o r e de igual
dimensão ; he d?e m e l h o r qualidade das an*
tecedentes , tem igual serventia.
• 157 Jundihiba he a r v o r e de 60 p a l -
mos , c o m dois e. mais de g r o s s u r a ; florece
eni A g o s t o , macia a* madeira no serrar e
l a v r a r , de poros f e c h a d o s ; serve para v i -
tv cas , f r e c h á e s i e'caixões.
he a r v o r e de 60 p a l m o s ,
com 2 a 4 de g r o s s u r a ; florece em Outubro,
serve para jangadas p o r sua leveza sobre a
agua. • • .',»•. /<%v..-> *..ill
•, ( 34 )

Í 5 g •Jetahy ( 2 3 ) he a r v o r e de 6o a
100 e Juais, palmos , de quatro a doze de
grossura ; despida em Setembro , se c o b r e de
flores aniarellas donde V e m , e pela c o r da
m a d e i r a , denomínar-se Jetahy amarello;
a madeira compacta e duríssima s luzente ,
serve para taboados de alcaixe , rodas de ma-
chinas , poleame , e obras de A r c h i t e c t u r a ;
Da casca e rasura da madeira , c o z i d a c o m
os saes , se obtém a tinta ama relia.
i 6 o Jetahy preto he arvore de igual
g r a n d e z a ; as suas flores sáo de c a r m i m ; a
madeira r í g i s s í m a , e revessa no serrar e
l a v r a r , he m u i t o e x c e l l e n t e : serve para
dentes de maquinas e rodas , f o r r o dos Na-
v i o s ; he a única que se conhece fúpenet r a v e l
ao buzano.
.i6t Jataubd h© a r v o r e de maravilho-
za g r a n d e z a ^ c l e t o o ; e mais palmos de cum-
p r i m e n t o , com dez e mais de grossura ;
florece em Outubro com flores nanniculadas
e brancas , tfue dão por f r u c t o huma capsu-
l a oval parda tuberculoza -j contendo huma
e duas sementes, cobertas de huma massa
farinacèa 3 eôr de tabaco , cheiroza e d o c e ,
e de agradavel sabor. P e l o t r o n c o e raízes
rebentão grandes pedaços de huma Rezina
transparente 3 que se dissolve em espirito de
vinho 3 ficando lanibreada e espirituosa
cheiro b a l s â m i c o 9 no gosto a c r e e íevetòeli-
te amargozo 3 com o qual se prepara hum
lindo v e r n i z , contendo sua Retina substan-
cias o l e o s a s , e espirituozas, que se separão
(35) ,

na digestão ; e serve p a r a massas /Jheir<Ws 3


unguentos b a l s a m i c o s , e e m p l a s t r o s , p e l a
virtude q u e lhe a t t f i b u e m os Professores de
M e d i c i n a de fortificante , n e r v i n a » cephali-
ca :9 anti-catarral $ e vulneraria. Os construc-
tores fazem uso desta madeira para c i n t a d o
dos N a v i o s , e os Artistas para moendas dos
Engenhos, e rodas, e os C a r p i n t e i r o s
para portas e obras de Cazas e das igrejas.
1 6 2 Jetahypéba he a r v o r e de 6 0 a iQO
p a l m o s , de 2 a 8 de grossura; florece em
Dezembro' de flores que imitão a ^ A n g e l i c a ' ,
serve para Cadastes de Barcos 3 Çurvas àe
N a v i o s , Cossueiras, Cavilhas de p o r t a s ; a
madeira tem os póros fechados 3 e he ma-
cia no serrar e lavrar»
163 Jetahypebossú he a r v o r e de igual
grandeza e préstimo ; só se j^LIJ^rença »as
flores v folhas , e c ô r ^
1 6 4 J el a hyp eh a ih erim he a r v o r e de
5o e mais palmos de c u m p r i d o , com 4 ?
mais de grossura ; florece em O u t u b r o : a
sua f o l h a he miúda. Serve para construcções
miúdas 5 e esteios de Cazas.
• 165 Jequitibá he arvore de i 0 0 a mais
p a l m o s de c u m p r i d o , com 4 e mais -de gros-
sura. Florece em N o v e m b r o ; serve p a r a
mastros dos Navios , p o r ser l e v e e elasti-
ncm a madeira ; por^m apodrece ejn poucç»
carlinga ; e tgobem geralmente
se usa de f a z é r canoas e c a i x õ e s : he p r e f e r i d a
á de outras madeiras > p o r conservar o a g u -
çar em b o m estado.
5 ii
,a\ ( 36 )

^166 l-Jundíba he arvore de 60 e mais


palmos de c u m p r i d o , de 2 a 6 de grossura ;
floreco em Setembro; a, madeira macia no
serrar e l a v r a r , de póros fechados , serve
para v i g a s , frechaes, e caixões.
167 Jaqueira dura he a r v o r e de 40
a 5o palmos de c u m p r i d o , com 4 e mais de
grossura; dá hum f r u c t o oval de 2 e mais
p a l m o s , que coutem muitas sementes fari-
náceas, cobertas de huma polpa d o c e , m e l -
liflua , e agradavel ; serve para as obras de
Construções n a v a e s , e poleame : o f r u c t o be
o geral sustento dos pretos e gentes pobres,
e a semente assada ou cozida serve para pão.
168 Jaqueira molle he de igual di-
mensão e usos; differe no f r u c t o , p o r con-
t e r a polpa m o l l e , da mesma sorte melliflua,
e ser meno& Jjjdigesta-
1 6 9 Jahoticabe,im{z4) he huma arvo-
re de 25 a 3o palmps'e m a i s , c o m 2 e mais
de grossura ; florece em Agosto , e dá p o r
todo o tronco e ramos hum f r u c t o a g r o - d ó c e ,
de sabor gratíssimo , que fermentado , p r o -
duz hum excellente v i n h o e licores. Serve
para as obras de cazas a madeira-
170 Janaúba he a r v o r e de 40 palmos
hum de grossura ; florece em M a i o , e da
pór f r u c t a huma banana , que plzada , f ô r -
ma hum emplasto contra r o t u r a serve f ~Q <
çumo de purgante , e a madeira para" refilós.
171 Jandiroba lie hutu a r b u s t o rasteiro;
florece em Agosto 3 e dá huma fructa redonda ,
de que se extrahe o mais e x c e l l e n t e azeite para
luzes..
(37 )

172 Jararaca he arvore dej 5o fc 40


palmos , com hum de grosso; floreee em Se-
tembro. Serve pajjt as obras dos edifícios.
175 Jods be arvore de 5o e mais pal-
mos de c u m p r i d o , còra dois de grossura;
floreee em Setembro ; tem igual serventia.
174 Jambeiro § a5 ) lie arvore de 25
palmos ; floreee em D e z e m b r o , com hum a
2 palmos de grosso ; o seo f r u c l o a l v o co-
Torado cheira á r o z a s ; enxertado torna mais
delicada e saboroza a sua p o l p a : a casca
cozida serve na s dysenterias, e a madeira
para tamancas, o outras obras.
175 Joeiraria he arvore de 3o a 40.
palmos , com 6 e mais dé grosso ; floreee em
Setembro. Serve para caixões. •
176 Louro verdadeiro ( 2 6 ) he arvore
de 60 e mais palmos , de dois aseis de g r o s s o ;
floreee em Setembro ; macia a V f d e i r a no ser-
r a r e l a v r a r , de portfs* fechados , exhalando
n o serrar hum cheiro d'esagradavel de caput
mortuum, serve para taboados -de duração.
.177 Louro casca preta he arvore de
60 palmos de c u m p r i d o , com 2 a 4 de gros-
sura ; floreee em Outubro ; macia a madeira
110 serrar e l a v r a r , de póros f e c h a d o s ; ser-
ve para tabuados.
178 Louro Giboia he arvore cie 60 e
má is p a l m o s , de 2 3 4 de grossura ; floreee
Í rija a madeira e algum tan-
to revessâ no serrar e - l a v r a r ; serve para
canoas , e taboado dos altos de Lanchas e
on iras o b r a s , e de muita duração nas que
hcâo sobre a terra.
( )
• ; Vr7$ .Louro marfim he arvore de 40 pai-
mós s com 2 a 3 de grossura ; florece em Ou-
tubro ; a madeira liza de póros fechad.os :
serve para enfeites das camaras de embar-
cações, molduras , e obras de marchetaria.
18,0 Louro1 annul ba oleo he a r v o r e
de 60 palmos de c u m p r i d o , com dois de
grossura , serve para taboados e esteios.
181 Louro annuiba he arvore de 60
palmos j com dois de grossura ; serve para
t a b o a d o s , e de sua rasura e c a s c a , se extra-
hé a tinta amarella ; florece em Setembro.
iSa Louro amarello he arvore de 60
palmos , com dois e mais de grossura ; flo-
rece em Outubro : serve pará taboados e
vergas. • >
183 Louro sabão he arvore de 40 pal-
mos de cumprido 3 dois de grossura ; flore-
ce em Setetf0i : ò ; a sua .fjüicta na lavagem
toma escuma como o^sabao; serve para ta-
boados,
184 Louro annuiba do brejo he ar-
vore de 5o palmos , com dois de grossura;
florece em S e t e m b r o ; serve para taboados,
enchimentos e frecháes. «
185 Louro pimenta he a r v o r e de 4 °
a 5o palmos de c u m p r i d o 3 com 2. de g r o s s o ;
florece era Setembro; serve para taboados.
186 Louro batata he arvore de 5o >
mais palmos de cumprido , com dofs^aií*gros-
sura ; florece em Outubro ; serve para ta-
boados.
1&7 Louro virote he arvore de 60 p a i -
i 89 )
\
mos de c u m p r i m e n t o , c o m dois á tres de
g r o s s u r a ; serve para o mesmo fim; florece
em igual t e m p o .
188 Louro Salsafrás lie a r v o r e de 8 o
e mais p a l m o s , c o m a a 4 de g r o s s u r a ; flo-
r e c e em Outubro , macia a madeira n o serrar
e l a v r a r , de poros fechados*; serve para
tabcados de a d o r n o ; feito o e x t r a c t o em
agoa q u e n t e , se pede tomar p e l o mais de-
licado c h á , pelo agradavel e aromatieo gos-
to que recende.
189 Louro Baraia he de 5o palmos
de c u m p r i m e n t o , com dois de grossura ; f l o -
rece em Agosto ; serve para taboados.
Í90 Louro Labruge lie a r v o r e de igual
dimensão e uso | florece em Setembro.
191 Landirana he a r v o r e de 3o pai*
mos de c u m p r i d o , com hum j ^ n ^ i o de gros*
sura ; florece eia Aggs^o ; macia a madeira
no l a v r a r ; serve p a r a , t a b o a d o s de f o r r o ,
imitando ao Tapinhoaes, e para remos e
canoas l i g e i r a s ; do t r o n c o rebenta huma
rezina amarela eiastica.
19a Locury lie a r v o r e d e 5o palmoa
de* c u m p r i d o , com dois de grossura; flore,
ee em S e t e m b r o ; serve p a r a frechaes e
vigotas,
193 Larangeira do matto he a r v o r e de
palmas de c u m p r i d o , com hum e mais
Se "grossura ; florece em A g o s t o ; a madeira
de póros f e c h a d o s , serve para t i r a n t e s ,
m o l d u r a s , e obras d e a d o r n o .
194 Moricj ( 2 6 ) he a r v o r e de w a 40
( 40 )

palmos de cumprido 3 com 2 e meio de gros-


sura ; florece ein Agosto ; a madeira macia
no serrar e l a v r a r , de .p.óros fechados | ser-
ve para v i g a s , e cossueiras. O seu f r u c t o
he. agro-doce ? assenielhando-se ás uvas.
195 Muriassú he arvore de 40 pal-
m o s , com 2 dfe grossura ; florece em A g o s t o ;
1

serve para vigas e frechaes,


196 Mücúba he arvore de 60 e mais
p a l m o s , com 2 a 3 de grossura; florece em.
Setembro ; serve para taboados.
197 Mocubussá he arvore de 40 pal-
mos j cpm hum a 2 de grossura ; florece em
Agosto. Serve para vigas e frechaes.
° 198 Mocorí he arvore de 5o palmos
de c u m p r i d o , com' 2 de grosso ; florece era
S e t e m b r o ; serve para cossueiras e f o r r o
das embarcações.
199 M*cndi/ahty.hv a r v o r e de 40 pal-
mos , com 2 de groslura ; florece era Agos-
t o ; serve para e s t e i o s , v i g a s , e f r e c h a e s .
200 Mocerengue he a r v o r e de 4 0 a
5 o palmos de c u m p r i d o , com 2 a 5 de gros-
s u r a ; florece em S e t e m b r o ; serve para va-
ras,, e s t a c a s , e vigas. '
201 Mocerengos.su be arvore de 40 a
60 palmos ; tem as mesmas dimensões e
usos ; florece em Setembro.
202 Murt-ha he a r v o r e de^ 20 a ^ Q <
palmos de cumprido 9 com b u m á dois ~üe
g r o s s u r a ; florece em A g o s t o ; serve'para
vigas , e frechaes.
203 Murta de facho he arvore de 40
< 41 )

palmos de c u m p r i d o , c o m hum a dois* de


grossura ; florece em Setembro , tem o mes-
mo préstimo.
2 0 4 Murta do campo tem as mesmas
dimensões e usos.
205 Moenza he arvore de 60 palinOs
de cumprido , com dois de grossura; florece
em Outubro ; serve para canoas, e tamancas.
206 Mingú preto he arvore de 5o
palmos , com linm de grossura ; florece em
Novembro ; serve pára as obras de molda-
ras, e marchetaria, pela sua côr ondeada
de preto e amareilo assetinada.
207 Mingú pardo he arvore de igual
dimensão e u s o , ainda que de menos bel-
là c ò r .
208 Mingú roxo he de ditas dimensões
e usos ; a sua ondulação tende para roxo.
209 Mussutahiba^) W B u m a arvo-
re semelhante a o C a r v a l h o , c o m 60 a 10O
palmos de c u m p r i d o , c<5m 2 , 4 e mais de
grossura; florece em O u t u b r o ; serve para
e s t e i o s , eixos de machina , poleame , obras
d e o r n a t o de S a l l a s , e marchetaria.
• 210 •fflussttitíkibossú fitf a í v b r e dè igual
dimensão e u s o s , diversifica tias folhas e
flores*
211 Mondururú he a r v o r e de 20 a 3 o
palmos de c u m p r i d o , e h u m de grossura ;
• f l o r é è ^ e l i i Setembro v, serve para varame de
cercas.
212 Marinheiro lie a r v o r e de 3 o a 40
palmos de c u m p r i d o , c o m 2 de grosso;
( 42 }
florece em A g o s t o ; s e r v e para talabardoes
das Lanchas- y e frecháes.
a i 3 Marinheiro carrapeta be a r v o r e
de 40 palmos de c u m p r i d o , , c o m dois de
g r o s s o ; florece em Setembro ; tem o mesmo
préstimo da antecedente ; d o f r u c t o se ser-
v e m os meninos pela sua fôrma para c a r -
rapetas..
214 Massaranduba ( 2 $ ) he a r v o r e de
altíssima grandeza,, de 10Q e mais, palmos
de c u m p r i m e n t o , c o m 5 1 e mais de
grossura- Elorece em Outubro e N o v e m b r o
t e n d o as flores na. conjugação dos r a m o s ,
brancas ,, que produzem huina c e r e j a , co-
berta. de huma pellicula grossa , quando o
f r u c t o he ainda i m m a t u r e , . quasi encarna?
d o , que na madureza fica de hum r o x o es-
c u r o , contém hum licor l á c t e o dulcisci*
m o , qpe- títòfce du^s. seraent.es chatas e lur
zentes e áquella ffcúcta se altribue a v i r -
tude de nutriente ° p e i t o r a n t e , e em o 11%
ente,. Serve a madeira, para sobre-quílhas
das Náos Fragatas > e o u t r o s vasos..
215 Massaranduba apraii h e a r v o r e
de igual grandeza e préstimo , e se differen-
ça na sua c â r a m a d e i r a q u e he vermelhada.,
2*6 Matataúba he a r v o r e de 25 a 3 o
p a l m o s , dois de grossura; florece em Se-
tembro. Serve para carv&O bom , e das c i n -
zas póde-se c o l h e r boa, p o r ç ã o
217 Macaco he a r v o r e de 60 palmos
de c u m p r i d o , 2 de grossura ; floreee em
Outubro ; serve para vigas 3 e f r e c h á e s .
( 43 )
2*8 Murussúca lie arvore de igual
cTatidera « préstimo ; florece em Novembro,
gTa1:; Mlngue ^Cernba be ^
de 25 l 3o palmos , de bum a dois de gros
s o ; serve para vigas, -e caibros ; floiece
e m Setembro. . ,
220 Mangue commum dos Eios que de-
semboca© ao war ; lie arvore de 25 palmos ,
com hum a dois de grosso; serve a sua cas-
ca adstrmgen^ para as fabricas do « a i tu-
n e ; deitada na agoa, «iate » marisco que se
c r k nos mangáes ; «erre « Madeira pata '«ai-
br os 4 das cinzas se extrahe «bastante al kale,
221 Mangue cabula he arvore de 20
palmos de cumprido, com hum de grosso.
Serve ID ara varame.
222 Mondurutinga b e arvore de 20
a So palmos , hum de grosa i fl<)rece

Setembro ; serve p a ^ v a r a m e .
223 Mondururú he arvore de 20 . * 4 0
palmos de cumprido, hum de grosso ; flore-
ce em Outubro ; serve para varame.
2 2 4 Monâumrú .fidalgo tem as mes-
mas dimensões e préstimo.
• 225 Murtinho he arvore de oO a 40
palmos de cumprido, hum de grosso; flore-
ce era Setembro ; e o fructo he docemente
grato ; serve para varame.
* J22.& Mocogé he arvore de 50 a 40
palmos de cumprido , com 2 e mais de gros-
sura ; florece em Setembro; o fructo oval
he semelhante á Sôrva, e de mais delica-
do sabor* Serve para vigotas.
O 11
(44)

227 Monduhy he a r v o r e de 40 p a l -
mos , c o m dois de g r o s s o , de póros abertos;
floreee em O u t u b r o ; macia a madeira no
serrar e l a v r a r ; serve para freebaes e vigas.
2 2 8 Mangueira ( 3 q ) he a r v o r e de 5o
palmos de c u m p r i d o , com 2 , 4 , e mais de
g r o s s u r a ; floreee em S e t e m b r o ; e o f r u c t o
f o r m o z o , como o pecego , contém huma ma-
ça saborozissima , sobre-posta á hum carosso
filamentozo ; enxertada dá hum f r u c t o tão
b e l l o e g r a t o á v i s t a , c o m o ao sabor, que
com algum outro se p ô d e c o m p a r a r ; a sua
madeira compacta começa a ser já empre-
gada em obras de trastes , e as que dão páos
tortos para as construcçóes.
2 2 9 Matataúba he a r v o r e d e 25 p a l -
mos de c u m p r i d o , com d o i s de g r o s s u r a ;
floreee em Aggsto • servem as cinzas para se
e x t r a h i r a Sóda.
3 3 o Mamóna h e a r v o r e de 4 0 e mais
palmos a coin dois e mais de grosso ; a ma-
deira de p ó r o s f e c h a d o s , e rija ; floreee
em S e t e m b r o ; serve para estelhadura , mol-
duras , obras de ornato das Salas.
23r Mangaló he a r v o r e de 4 0 e mais
palmos , c o m dois de g r o s s u r a ; floreee em
Setembro ; serve para as obras de Architee-
tura c i v i l .
202 Mariapreta he a r v o r e de. 5o p a i - %
m ó s , com dois de g r o s s o ; f l o r e e e em Setem-
b r o ; duríssima a m a d e i r a , de póros fe-
c h a d o s ; serve para estelhadura e mais
obras de ornato das Salas,
< 45 )
233 Mangabeira ( 3 i ) h e a r y o r e de 2©
palmos com hum a dois de grosso , florece em
A g o s t o ; a f r u c t a oval qiie. subministraV he
semelhante á d a s ô r v a , tão agradavel a v i s -
ta c o m o ao s a b o r ; não se faz uso da madeira.
234 Oity ( 3 3 ) he a r v o r e de 5o e mais
palmos de comprido de 2 a 4 e mais de
grosso ; florece em Setembro com flores
b r a n c a s , donde produz p o r f r u c t a hum p o -
m o a semelhança de limão, d o c e , de c o r v e r -
de escura , tirando á p a r d o > cheio de tu-
bérculos eom huma massa que cobre o c a r o -
ç o , que he l o u r a , tirando para v e r d e , de
gosto doce e- a g r a d a v e l , balsâmico com a l -
guma a d s t r i n g ê n c i a ; serve o entrecasco c o -
z i d o para d y sen terias de sangue ; he d i u r é -
tica a mesma f r u c t a ; o tronco serve p a r a ta-
boados d e f o r r o e f u n d o da-s embarcações :
exposto ao tempo , a * d e , p o r é m se conserva
perfeitamente d e n t r o d* a g u a : este he çhá-
mado comjnuramente Oyti coroya ;.. contas-
se várias especies, das quaes huma he c o -
nhecida p o r Oyti verdadeiro, e p r ó p r i o
para taboados de f o r r o das embarcações 9
servindo igualmente ao mesmo objecto a que
t e m o nome de Oyti et d , p o r t e r f r u c t o
pequeno; o Oyti merim, Oyti caboculo ;
Oyti passuarè, Oyti etüo ; e todas são ar-
ai v o r e s de 60 e mais palmos de c u m p r i d o ,
dois a 3 de grosso.
235 Oiticica he arvore de 80 e mais
palmos de cumprido, com 2 a 10 12, palmos
de grossura ; florece era Setembro ^ quando
( 46 )

«e ve despida de suas Folhas, prqáuzindo


vistozos ramos de espigas floridas de flores
amarellas; a madeira rezítiosa , macia no
serrar c lavrar , serve para cintas dos Na-
vios , e curvas, poíeames; e na carpintaria
para as obras de cazas ; do entrccasco e ra-
íura se obtém , pelo cozimento com os saes ,
a tinta atnareUa* .- r

a 3S Orucurana be arvore de 6o a roo


•palmos , com dois e mais de grossura ; flo-
rece em Novembro; serve a madeira para
as construcçòes , rodas á' agoa , e obras de
-carpintaria»
s ã ? o Orvacza "he a r v o r e dc 40 p a l m o s
de cumprido, com dois de grosso; florece em
Setembro; a madeira macia no serrar e la-
vrar , serve para obras de carpintaria.
s38 (Meo- cmnmumbá h© arvore de 60
palmos de c u m p r i d o ^ com três de grosso ;
florece em Outubro; a madeira pezada e
compacta, macia no serrar e lavrar, serve
pára coronhas de espingardas, masiareos, <e
caixões. , ,
- i , a 3q Olea Caborahiba, sendo árvore das
mesmas dimensões a usos, não tem tão boa
•qualidade , como a antecedente,
240 Olandim Carvalho he arvore de
60 palmos de cumprido, com 2 a 4 de gros-
so ; floreee em Outubro; serve para vaus c
das cobertas, e latas das embarcações, por
ser a madeira leve, „ V-S> • . •
y. zAi Olhos-pdo he arvore de oO pai,
mos de cumprido', com 2 de grosso ; floreee
ei?* Setemferp;. s e r v e ? $ara ©bray de, c a r -
píntaíiiporem .;o ^ $umo fa^ ;çégart,m
C0l^á&G iBiquy arvore- ieríafei grapd^
xa q u e e l a e g a as p a l m o s de c u m p r i d o *
e ao è e ^pílfcM .âe feun*
licor branc© e e s p i r i t u o s o , -fQfé&i amargo]»
cora que se a a l a p peixe: nos R i o s florece:
em O u t u b r o e Ivoyeiubra e m grossos r a m a -
libefees;na e x t r e m i d a d e dps ranios ^ com v ,flfí5
í e s brancas t i r a n d o amafrelílo de cujo o v a - -
r i p se f o r m a ^huma eépsute esj>inhozá, qiíç
contém liuma. d o c e amençloa ^ çjgfcerta d e
linpia , passa, v e r d e *,§e,.sftfe^apgia* çe^a ;
tendo assim a amêndoa c o m p a^cápsula a.
f o r m a , de rim-;, serve a madeira • p a r a talão
dei q u i l h aa das N á o s > c u r v a s de T u r c o , £
outras j grand es peças de e e n s t r u e ç ã o d a sua
ca§ca se e&trahe bel la tinta pretax ^ ,1
FWuinujú ^ ãas> beÊas .e linda®
a r v o r e s d$s Bosque^ / t p $ ; : s e > eutranba m u i »
tas legoa» no interior so'bre os R i o s centráes
d e i p o f roais palmos- d e c u m p r i d o , de 16 a
2 4 palmos.: de g r o s s o ; florece em A g o s t o
c o m grandes espigas c o r de ouro no liado o p -
p o s t o dos r a m o s ; s e r t e a madeira para c i n -
t a d o grosso d ó s grandes N a v i o s , e outras
obras ; os taboados são indestruetiveis, mesmo
expostos ao sol 5 ; elle iguala ao jeke da
Asia , e se une ao p r e g o , que o c o n s e r v a ;
serve igualmente em todas as ©bras de oiv
nato das S a l a s , e a-rcbitetura: o P u t u m u j ú
p e z ado b e mais l i n d o na variedade das c o -
r e s , que- o a g e m a d o e esbranquecent©-
( 48 )

- ztà ' Pindahybà he arvore de 40 pal-


mos a 6 0 , com a a 4 de grosso; florece em
jttiiho com flores solitarias, e entre a>s asteas
e : folhas das quafeS procedem seis, viu-
I m ê Mais cápsulas c o m 6 grãos sobre-postos ,
«ue dãô o fructo aromatico e picante, de
L e se faz uso nas cozinhas; serve a ma-
deira para mastros de lanchas baleeiras, t
outras semelhantes^ b4
^ Pinhctd hé arvore de 6.0 palmo»
a - to® j de 3 a 8 de grossura ; florece em Se*
tembro de lindas flores cm grandes caixos
por entre as pontas dos galhos', serve pa-
ra curvas , cintas y cussueiras, e vigas.
• ; 536 Peroba (34) he arvore de 6ó pal-
mos , com 2 de grossura; floreei em Setem-
bro- Serve para taboado de fundo de Em-
barçóes, leitos domésticos, p o r n ^ o receber
òs percevejos i - im^utra^ variedade averme-
lhada que serve tãobert pa'ra os mesmos ta-
boados de f a n d o . ^ ' ^ X
« 247 Peréiráná bran&a ^ arvore dfe a o
gíAó p a l m o s , c o m hiim r meio d é grossura;
florece em Agosto ; serve par* tahoados, in-
fériores , ripàs V freeháes.^ - y - .
' 248 Pereirana Vermelha somen té se
differença na cór rubrâ > tendo oS^ mesmos
V T C S t ^Tq S 'piranduba
he árvore de 5o pal-
mos com 2 de grossura; florece em Se tem*
bró; serve para mastros dé Láuclias, e obras
de ' carpintaria.
25d Pitombo he a r v o r ^ dc 40 palmos
( 49 )

hutófe 5 de grossed ;i florêce ~ <?«i Agosto 3

serve p a r * f r e c h a i s e v i g a s . - ~
,51 Pcauiá amàrellQ he a r v o r e de 8 o
palmos , de a * 6 d e grosso ; ü o r e c e em Ou-
t u b r o , m a c i a a madeira no serrar e l a v r a r ,
de póros fechados; serve P a r a
nato das Salas , m a r c h e t a r a y e mais obras

arvore de 56

palmos de cumprido, com 2 ^ 4 ^


florecei em- Setembro, e p ^ u Z U W
to redondo da grandeza de huma f r a n j a ,
cheio de m e ^ no gosto saeharino com -
ias seirientes pretas, que serve para m e -
tias de p e i t o , é a madeira para as obra*
dos E d i f í c i o s ; " x ^ w f L i L a*
»53 Pitomba ( 3 6 ) h e a r v o r e dé< o d
p a l m o s c o m * d e g r o s s u r a ^ florece Se-
l e m b r o j e dá hum f r ^ l o de figura eliptu
ca , q u e c o n t e m p o f p a . branca de coirns-
tencia g e l a t i n o s a ,í de sabor, acido grato
e a d s t r i n g e n t e s Serve- p a r a obras de casas.
i-'i.HTaôÍ v rPÜo* PtíMia&ib*- a r v o r e de 50
-palmos , c o m dois do grossura ; serve p a r a
fcfrro das salas s - p o r ser m u i t ô a; lTv: ô , >è p a -
. ,1 t)wv: „ . -aKcti a-to • MJíí • l. > í' /í Cf üfí* , J •
ra taiiiancas. r • -J^,.,
2 5 5 / Palmeira Piassãva lie arbusto d c
30 palmos , c o m hum• de g r o s s o ; florece e m
•Julho- S e r v e a piassãva para amarras e c a *
b o s , â palha para a c r e n a das embarcações>
o s í talos para c e r c o dos peixes , o q a e eh a-
mão ~ gamboas - ou armadilhas , em t que
o p e i x e e n t r a , e n ã o p o d e sahir ; o coqui-
( SO )

lho tem i m p o r t a ç ã o para fora , e da noz


se extrahe o azeite para luzes. ,
256 Palmeira Jussara ( 5 y ) he arbusto
jde 25 a 3 o , cora m e i o d e g r o s s u r a ; d o
t r o n c o h a t i d o se formão eabos para se ar-
r a s t a r as madeiras nas m a t a r i a s , que fres-
.cas tem superior resistência ao ç^nbamo; d o
o l h o se tira hum palmito q n e admit te t o -
rdos os a d u b o s , e que toma delicado s a b o r ;
he huma variedade o p a l m i t o amargo ; as-
.sado c o m m o l h o de v i l ã o , he d o mais ex-
quizito perrixil.-.D fes'-'Lucix l\
ír: 257 Palmeira Paty he de ditas dimen-
sões ; serve para r i p a s , e são <de d u r a ç ã o ,
q u a n d o a a r v o r e esteja .madura.
258 Palmeira Oricury he arbusto de
a ,3o p a l m o s , c o m hum de grossuras ser-
v e m as palhas para c r é n a s , esteiras > e cha-
p e o s , e o tronco p a i a -estrado das ^estre-
b a r i a s . 5jb irmiüO!> "Jfip .
, t ; 25g Palmeira ( 3 8 ) ou Coco'da {Bahia
he a r v o r e de 4 0 p a l m o s , dois de grossura-
.Serve a casca para cabos > a de fora para
escovas ; o f r u c t o contém huma agoa clara
r e f r i g e r a n t e .; o c o c o ou amêndoa se coins? ,
e se e m p r e g a nos guizados , e confeitaria ,
dá exce'llente azeite p o r expressão.
260 Palmeira Coco de Indaihá he ar-
busto de 20 a 25 p a l m o s ; servem as suas
as teas para os crubapaes e ponteiros de ga-
iolas ; as folhas das Palmas se dão no Do-
m i n g o de Ramos em memoria do M y s t e r i o
d.o dia.
( si )

261 Palmeira Coco de Induyàssú be


arbusto maior ; servem os palmitos do gre-
lo para comer , e do c o c o se extrahe azeite
para ' t o s . \ u\ , ^
' 262 Palmeira Coco de Catarro ; ser-
ve de comida o fructa, que he o miollo do
Car°2°63 Palmeira Coco de Giràha\ serj«
para? e ^ s i u õ ^ ^ i como o Sf^aii?»

Palmeira Coco de airèrí; serve


para c a r r a p e t a s , birío.f, füzos, bastões, bo^

.. *2m p-àtmeira Coev baêèltiãé1 ae*ve o


coed d!e \ «^tlwimii £
266 Palmeira* €oc& de -derive s e r v e o
a z e i t e . . p a r a ^ z e s ^ ^ m M 4 ^ n i p e T , da
coziuna» d • , . • «arisii*
Padmétrct m m ^ (o9) serve para
crômida^ s ü ^ da casca.
, 0*468tofrfifhélW ébó&WèWMlgaMr<tba"\
serve a as,téa d ^ M ê a s ^ ^ a g c ^ W-cOthem 8*

269 Palmeira C^mrd^m^e- para


tipmp^i frherò étítòeitf o% n V^fto^j^T?*10'
i f t P t i t a t t é ^ o . p a l m i t o s . " st
0

nputMèm resce
pelas r e s í i > H | â r m i 4 r â Ç à f : W » ós co-
c o s , e sao ctierosos. ^ Rr» i
> èo£§Wf P a l m e i r c í ^ p i t f W m ^ o
mos ; serve para e a t e ^ p í a s s a ^ V ê ^ a m c n ^
doa -pato 4 s e q e X í r ^ ^ z e f f ó a f < • 6
f r Todas as Palm'eiTa^ / s i n g r a d a s , dei-
n li
(49 )
tão hum licor que fermenta , e de que os
Indígenas usão por bebida espirituosa s e de
que se pode fazer v i n h o ? >licor,es»:. • l o v»
2 7 2 Per Laca he arvore de 4 0 palmos >
com hum a dois de grossp .; , flprece em Se-
tembro,; serve para obras* »de cázas^ ; jb
273 Pão Pombo de igual dimensão* e
préstimo. ^ q ^ O v/msu^t Zòí '
274 Pào de Mamão he arvore tde igual,
dimensão, e uso.
275• Pitangueira ( 40 ) he arbusto de
s5 palmos, com bum de grossp; florece em
Agosto; dá hum fructo de diíferentes colo-
ridos , semelhante á cereja, agro-doce-; as
folhas são aromaticas ; sesvem para banhos
nas moléstias, de encalhe e torpor. ?(
51 b Pinho hejarvore de ,6p kíQO palfe
mos de cumprido, com 6 a 12 de grossura ;
cresce em grande çopia na cOmmar,ca d.e Per-
na goá , donde &e condv&sio para este Dpp&r*
tamento a mastriaçãó da Náo i ) . Sebastião,
no Governo do Conde d^. r Cunha y e he de
excellente préstimo i preferíveluás ^e mais
madeiras para mastros. v >V' H ? 1
... 277 Query h® arvore, de 8o p a l m o f ,
de 3 a 1 2 de. gr£s?í!ra;; ^flo-reee: em • SeteH&ro.
em cumpridos ramalhetes pelas pentas ama-
rellos: serve para váos 4as embarcações, cos-
sueiras , vigas, e obras de , cazas.
2 7 8 Quina he arvore^ de 5o palmos,
com 2 a 3 de grossnra ; florece em .Setem-
bro em ramalhetes solitários spelas pontas
dos galhos ; sery;e a casca que seca e se en-
( 53 )

rosca como a Canela , para as febres remi-


tentes e intermitentes; a madeira compacta
e liza serve para obras de adorno das Sai-
las. Quando a Corte estava em Lisboa , me
foi ordenada a remessa de alguns caixões-
desta Quina; e experimentada nos Hospitaes,
se julgou pelos Facultativos applicavel ás fe-
bres contra a qual se empregava a Quina
do Perií > e que ficando muito barata , pa-
rece conveniente não se deixar destruir pe-
lo ferro e fogo na roteação dos terrenos que
a cria e produz.
279 Sicupira ( 4 1 ) be huma arvore de
çem e mais palmos de cumprido , com 8 IO,
e mais de grossura ; depois de se despir das
folhas em Julho e Agosto , florece em Se-
tembro e Outubro de ramalhetes de flores,
que cada ramo contem i5 a 20. flores; ser-
ve a madeira para oliame dos Navios, ro-
das de machina, e poliame ; o çumo lie con-
tra o Veneno das Jararaca» ; os banhos do seo
cozimento adstringente servem para moléstias
chamadas — Currimentos — , e em bebida
contra o mal venereo e moléstias.* cutâneas
chtuna-se a madeira SicupiramerUn.
280 Sicupirossú he arvore de igual
grandeza ; florece pelo mesmo tempo he ma-
cia no serar e lavrar ; serve para as cons-
trucções e obras de casas3 mas não he bus-
cada como a primeira.
281 Sicupira acariy he de igual di-
mensão; a» das matas do Sul são até supe-
riores em qualidade á Sicupira merim > e
( )
serve optimamente nas peças de leames, e cin-
tados! das Embarcações.
282 Sapucaia ( 4 2 ) be arvore de 100
e mais palmos de c u m p r i d o , com 6 , 12 e
i s d eg fossara ; entra de folha nova e m
A g o s t o , depois ílorece pelos galhos 11a ex-
tremidade dos ramos de cor de amethista ,
donde v e m h u m a capsula o v a l , l i g i i o z a , re-
donda na parte i n f e r i o r , ^ c o n v e x a na su-
perior , que se abre na madureza pela sua
t a m p a , contendo nelta vinte e mais amên-
doas oblongas, apertadas, e eobertas.de huma
massa branca adocicada ; serve a capsula de
cocos de< beber a g o a , e lhe he attribuida a
virtude d i u r é t i c a , e antivenerea ; a amên-
doa saborosa he de excel lente effeito para
irepellir da garganta a espinha de p e i x e nel-
hr enterrada.; e a madeira" para mastros de1
mezena das Gale r ã s , e^ grandes Suínaeas, -e
as cossueiras para obras de carpin taria: o
carvão he de grande força f da casca bati-11
da se extrahe- a e s t o u p a , quê muito a p o d r e p
ee na agoa. D o cozimento da casca c o m os1
sáes se obtém tinta preta ? feni ó nome ésta
madeira de Sapucaia verdadeira' '
283 Sapucaia merim he a r v o r e de
igual grandeza; diversifica no frueto , que
tem as amêndoas miúdas, e capsula verde
semelhante á fruetd do Oil y ; serve para as
c o n t r a c ç õ e s , e obras dos edifícios.
284 Sapucairana he arvore de igual
grandeza ; diversifica nas folhas flores, e
a m ê n d o a s , que são maiores, obtusas i a n g u -
< 55 )

losas , e m é t i c a s ; serve .^capsula ^m pó pa-pa


p a i a l y z a r a força emetica d e l i a s , e a madei-
ra para as c o n s t r u c ç ó e s , e s t e i o s 3 e mais obras
de c a r p i n t a r i a .
285 S. Thomé be a r v o r e de 80 a TOO
palmos de cumprido ; florece em Outubro ;
b r o t a huma resina que imita ao Bejuiin ; a
.madeira compacta e bel la , serve .para obras
de decoração das Salas.
286 Sâie-coturvs be de 60 palmos a
a r v o r e c o m 2 de grossura florece era Ou-
tubro ;, serve para taboados e -cossueiras.
287 SohrQ Ke de ig^al dimensão e uso.
288 Sucussú he a r v o r e de 40 >palnios,,
c o m 2 de grossura ; serve para caixões.
289 Sebastião de Arruda lie arvore
de 20 a 25 palmos , com hum a dois de
-grosusra; florece em -Agosto ; # serve para
molduras , obras de d e c o a a ç á o , e m a r c h e -
taria.- í 07TJ otdfii' , ' Hl
290 Tapinhoam lie a r v o r e de 60 p a l -
mos de alto com 2 a 6 de grossura ; florece
em Outubro ; serve p a r a f o r r o dos N a v i o s o
taboadOj e para tonéis d', a goad a.
* 291 Tamarindo ( 4 3 ) he a r v o r e de 40 a
5o palmos de c u m p r i d o , 2 a 4 ede g r o s s u r a ;
florese ein N o v e m b r o ; o f r u c t o he Jauma
siliqua coberta de huma massa acida , de
grande uso nas p h a r m a c o p é a s ; serve a sua
-madeira para obras das casas.
292 Tatuapecá he a r v o r e de 5o pal-
mos de cumpl-ido , c o m d o i s do grossura ;
ílorece cm S e t e m b r o ; a madeira macia no
( 56 )

serrar e l a v r a r , de .póros fechada, serve pa-


ra v i g a s , e outras obras das Casas.
i í 293 Taipóca Pinho lie arbusto de 25
p a l m o s , c o m hum e meio de g r o s s u r a ; flo-
rece ein A g o s t o ; serve para f o r r o dos tectos,
í Q-KÍifctóp Taipocaassu be a r v o r e de 4 0 pál-
mOs de ciimprido , com doiá de grosso ; flo-
rece em A g o s t o ; serve para o mesmo ob-
jecto.
295 T Taperod be arvore de 5o palmos
à® cumprido , com dois de grosso ; florecè
em Outubro; serve para ; vigotas e frechaes.
296 Tento be a r v o r e de 5o p a l m o s ,
com dois de grosso; florece em S e t e m b r o ; e
do o v á r i o sabem humas sementes luzentes
encarnadas, que servem de t e n t o s , e a ma-
deira para as obras de carpintaria.
-q 2 9 7 Tvmbãhíba be arvore de 6 0 p a l -
mès de cumprido r c o m dois* a q u a t r o de
grosso : florece em Setembro ; serve a madei-
ra duríssima , ondeada de preto e amarello,
para estelhadura , cadeiras, obras de mol-
dura é m a r c h e t a r i a ; dá tinta escura e azul
era cozimento com sáes metálicos. r ^ !

. o;. 298 ' Tapanhuno be a r v o r e de 6 0 pal-


m o s , com 2 a 5 de grosso; florece em Ou-
t u b r o ; serve a madeira dé poros fechados
para as obras de a r c h i t e c t u r e c i v i l .
299 Tucahên he arvore de 5o palmos
com dois de grosso ; fl?or.ece em A g o s t o ; ser-
v e para c niesmo objecto. / <- M
5oo 1 Tatu he arvore de igual dimensão
e préstimo ; florece era Setembro.
( 57)

301 Urubu He arvore de 8o e mais


p a l m o s , com 4 e mais de grossura ; florece
em O u t u b r o ; despida de toda a folhagem
em espigas de flores amarellas; a madeira
resinosa , macia no serrar e l a v r a r , serve
para as obras do canto quebrado dos navios,
e para frechaes , varaes de Seges , raios das
r o d a s , e reparos de artilharia. P e l o cozi-
mento com os saes, se obtém a c o r roxa.
302 Urucú ( 4 4 ) he h u m arbusto que
florece em Setembro; a madeira he b r a n c a ;
d o f r u c t o se extrahe a tinta encarnada, ou
carmim.
303 Umbu ( 4 6 ) he a r v o r e mediana das
catingas ; florece em Agosto ; o f r u c t o he
do mais agradavel doce , p a r t i c i p a n d o de
hum agrodoce ; esprimido no leite forma
Jium creme talvez digno das mezas dos
P r í n c i p e s : fasse vinho e licor da fructa de
excellence sabor : a \ madeira he branca , e
náo se faz uso delia. •
504 Vai na Villa he arvore de 40
palmos , com dois de g r o s s o ; florece em Se-
t e m b r o ; serve para v i g a s , e mais obras das
casas- _
505 Vácd he a r v o r e de 3 o palmos de
c u m p r i d o com hum de g r o s s u r a ; florece em
Agosto ; serve para remos.
506 Vieira lie arvore de 40 palmes
c o m dois de grosso; florece em S e t e m b r o ;
serve para obras de casas.
507 Violète he a r v o r e de 40 palmos
com dois de grosso ; florece em Outubro í
8
( 58 )

gfcr-ye p a r a obras de o r n a t o , cadeiras , mol-


dura , e marchetaria.
3p8 Vinha tico he das arvores mais
elegantes e magestozas das matas ; chega a
Jj5p palmos de c u m p r i d o , a 3a d^i grossu-
r a ; florece ^m Dezembro pelos galhos que
se c o b r e m de flores em espigas c u m p r i d a s . ,
brapeas miudissiinas. Serve para cintados #
alçaixes , e taboados de cobertas y e o b r a s
das Salas; para serem duráveis as o b r a s ,
se carece p r e g a r as taboas com pregos de
Pobre; porque os de f e r r o abrem com a fer*
r u g e m buracos no lugar p r e g a d o : o vinha*
t i c o p e z a d o , q u e vai ao f u n d o , e que não
p o d e v i r por a g o a , senío depois de ser y
p r a n x ã o exposto seis mezes ao S o l , he de
pieJhor qualidade ; a madeira revessa ; são
•variegadas as suas cores com fitas de carmim ,
luzentes e feeilas,.
30.9 Xicá lie á r v o r e de 40 palmos cora
d o i s de grossura; florece em Setembro • s e »
v e para as obras das casas.
N. B. Muitas outras, lexistem que não
são ainda c o n h e c i d a s , e a p p l i c a d a s , alias
mui notáveis e úteis para todas as .obras
de i n d u s t r i a , e bem cummiim , que indicão
as amostras que tenho em c o l l e ç ã o prinefc.
piada.

Cascas 3 e Ervas de que se exirake tinta.

Da casca da Ar a rib a pízada em cozi-


mento com os sáes obtém a cor de reza.
( y
Ba raiz de Genzibre. de dourar a tinta
ama rel ia* E

Da da Tinctoria -pérola a tinta ver-


melha*
Da Ruiva o mesmo.
Bas folhas do Maracujá a tinta verde^
- Das fructas verdes do Jenipapo a tin-
ta preta. ? »
Do çumo da Cana do Brejo a tinta es-

Da casca do Mangue a tinta vermelha^


Das rasuras do lpé a tinta rubra.
Das rasuras do Pào roxo a tinta rnbra.
Das folhas da Povana a tinta amarella.
Da casca e rasura do Aratingui a de
cor de roza.
Das bagas da Coiraüa a tinta roxa e
carmim. t •
|)a Erva de BiJto a tinta escurai
Do entrecasco do Pequia, e Sapocaia
a tinta preta-
. , Do Brazilete Cesalpina a cor de pur-
pura. . . • . loot i f'v 3 • ' » >
. # Das bagas da Inhanga Pexericatint
ta escura. • • >••, •
Do Urucú a tinta rubra.
Da Amoreira amarella ou Tata giba a
tinta amarella.
Da Oiticica e Jaqueira a tinta ama»
relia. ••! •.
Do suco das Esporas a tinta azul.
Do Anil braço e cultivado a tinta azuJH
Das flores e grelos ào Trevo a tinta verde.;
8 ii
( 60 )
? Da casca da Aruelra a tinta vermelha,
Da Tambahiba cor escura e azul.
Da Orcella a tinta vermelha.
D o Pão Brasil a tinta vermelha.
2V. B ' Muitas outras arvòres e plantas
dão tinta que ainda não estão examinadas
e e x p e r i m e n t a d a s , e que he de esperar dos
curiosos amantes do Bem do Império ,. pu-
b l i q u e m suas applicações neste ramo de Ins-
düstria, donde v e m tantas utilidades ao Com.
m e r c i o , artes e manufacturas.

Observação ia sobre o Pào Brasil.

Não he da minha intenção indicar Pla-


no algum sobre o Pao Brasil , cujo Com-
m e r c i o he hum dos Estancos Reaes, que
f o r ã o comprehendidos no a r t i g o 8. do T r a -
tado de Commercio de 1 8 1 0 com a Coroa
Britanica , Constituindo este Estanco hum
dos ramos das Rendas deste I m p é r i o , e ora
roais que nunca perci/.aiido-se de se consoli-
dar e extender as Estabelecidas Rendas do
Estado ; toda via espero não pareça desloca-
d o aqui transcrever as seguintas reflexões
do recente Historiador da Historia do Bra-
sil Roberto Southey, que vem no T o m o
5. Cap. 44 pag. 8 7 1 ; deixando á Sabedo-
ria do G o v e r n o decidir se con veria a liber-
dade do Commercio deste preciozo genero >
conio elle p r o p o e m , inquirindo-se os meios
mais adequados a substituição da Renda
$111 Direito de sabida , que compensem O
(61)

annual ordinária produclo liquido deste Es-


tanco. ,
ow o YFàv Brâsif, fote desde 6 desço-
1

•Q. b r i m è n t o y foi hurt a r t i g o de C o m m e r c e


" de tal importância 1 , íjüe d e ò à 'ndiiíe «ár
# este Grande Paiz s e redüzio á 'Moiioi
„ polio d o G o v e r n o , p o r c o n t a da C&rO'a:
, , A consequência deste System a , opressi-
, / v o e d e s t r u i d o r , tem sido o não se faze-
•f rem plantações cletaes a r v o r e s : estas são
] ] cortadas pelos Officiacs incumbidos d o ser-
j j v i ç o R e a l , onde quer que se achem y SÊmí
atLencção" ao - t e m p o , e crescimento ; o
sendo assim e x p o r t a d a s das c o s t a s , OiidC
^ antes erão tão abundantes , agora são
, , acaretadas de muitas legoas d o i n t e r i o r
para uso do G o v e r n o , a baixo do seo na.
tUral v a l o r . Os p r o p r i e t á r i o s dos terre-
£ n o s , em que se acligõ são expostos á mui-
„ tos retardos e v e x a m e s , alem de p o s i t i v o s
„ d amuos. Se se franqueasse este ramo de
industria a g r í c o l a , o s particulares planta-
^ r i ã o taes arvores em situações opportu-
, , nas a e x p o r t a ç ã o , e o G o v e r n o ganharia
„ . dando libêrdade do C o m m e r c i o ao g ê n e r o ,
„ impondo-lhe D i r e i t o s raciOnaveis, O ac-
„ tua! system a faz o t r a b a l h o , e o custo
, , delle muito maior do que seria em l i v r e
„ cultura , e p o r fim hade destruir o seo
„ Commercio»
(' 62 >

Observação,2 a sobremos Pinhaef dç Pernagóal

: .Çajjece dar. maior necessidade- p r o m o v e r


c u l t u r a fios ipinhajes. de P e r n a g ó a , <jue são
dte r e c o n h e c i d o préstimo, aq serviço da M a -
rinh.a n^s ;ma.striíiç6es, que s ã o , pela sua
leveza , de superior veiitagem aos qne lhe
são substituídos das madeiras pezadas p o r
f a l t a daquellas, que subministrão ao mesmo
t e m p o o PetrooJeo e fazendo resusci-
t a r aquclla p r o d u ç ã o tão i m p o r t a n t e , desa-
preciada j e inteiramente abandonada pela
injustiça e y i o l ç n c i a praticada no V i c e R e i -
n a d o do Conde da Cunha a ( diz-se no toria-
mente ) que não pagou os trabalhos do c o r -
t e e condução daque!la madeira , que pres-
t o u a mastriação do u l t i m o vaso de Guerra
c o n s t r u i d o no Arsenal desta Capital do I m -
p é r i o , sendo lançados os Procuradores da
Camara encarregados da cobrança das ma"
d e i r a s , crua e deshumanamente na Cadeia
p o r não p o d e r e m pagar a despeza que ha-
v i ã o feito com a sua sustentação, não h a v e n ,
d o quem quizesse receber em pagamento as
A p ó l i c e s d o . . T h e s o u r o , p e l o desci-edito, e m
que tinlia c a l i i d o , que não vai ião n e m o
terçQ d o seo valor.
• n : ;' ? .of; O
( t â )

' -IR"K O T A 'Si'


-11081*1 f W*ffl«ÍV»ta«i ínírfeíiúsliiíi • yvií -
C O He conhecida f o r M a ^ j g r a v e è
f*£?én p ô r bracifera Brasiliènsis ,
fructu tuberculis inuequalí s mori cemulá.
(2) Pison e M a regrave !a c o n h e c e r ã o
Pomif em - Indica frúctü! Á tonoide' \
~s(juámX)so viridi. p L. <«ir'f cj «js íq «i
. ( 3 ) gtü&htôf- 0>vi\èãb1 l o s * fkíàHsfôfó^ '
ralistâs* -i* t a v j u V i U . (_r») •
•f ( 4 ) Andirá Ibaca-fibw dos íiiesinôs f r-
SOü 'ivvwr^Y (f:. Í)
(5) núei'féíi á b r a s i l i w
l

s i s , f r u c t u o v i figura et niagnitudihe, PiSoft

(6) Â r b o r Brasilfetois ritièliPérttV


tu fetfiiníito nucleiàm imf^
Tíibs Botanistas.™ nU D. ' (B i ) .
( ? ) ' t Eigrfttm; AlAericaâtM TO^ÉJunl^-
d'Os- tMtentftKY go-jH.i b piüJÍ íiioêij êi;-:• >•:;•.')
<&) açtatf Pürúfiiba* wr-mà}}m%a«Ífeírè-
«Íl^enííitotis^ fLMàíis^ittftJ*
Maregra\Ae. m i ^ h U n m ^ L e ^ Ã f t ^ i 361
^ ^ a s y i o i ^ ^ ^ stli^tíííék s ^ l i í a l s
f o l f i s , f l o H b u á - M è » M fttftf áèlmihé Plato

^Sp. 87. " O i l l SI?. 80 . . f i i i r i o l í ) • v,0 .05 lb , • i>


{'0 m Piáttt é iVIarSêg^afé Ac^cfá 'An**.
ricana siliquis glabris. ícÍ
ÜWHlicUtti iighuM, Pèetiâô san-
tulum rub sum 3 sive arbor Brasílica I mm
pitan'ga < < Brasiliensis Matefraves 1trapi-

tanga y Wu Égriuiit fubram Piisòn.


( 04)
Balsamum ex Peru Ancaburei*
b a , sive B a l s a m u m Peruvianum, Pison ea,
buiba I b a S Maregrave.
, (n) U a r ú s vulgaris de ?ison e Ma-

r6gr ( 1 2 ) A r b o r balsamieo: fera Brasilícnsfs,


f r i i c t u p i o n o s p e r m o • balsa\nmix çertàram
quarundaruin p l a u t a r u m , quas copabibas v a -
cant Brasiliani? Pison e M a r e g r a v e .
v; (i3) Mir thus Americana, silvestris-r
Pisoa e Maregrav%^'m\l. M r
! hij Laurus Americartaodorada s Wg?
n u m aromaticum a s*vp çorte*. i ^ n a r ^ . Pi-
X f c a Maregrave. is V n ^ ' t i j ^ t i t e & p
" ( i ' 5 ) Pumtfera Brasiliensis fructu eapr
sulce insidepte , feminibus singulis ; duplici
pelliou 1 oà i n y o lu ti§ Pison e M a r e g r a v e .
' ( i 6 ) «Çedrela L i . m e o - O dorata flori-
bns p^nniculatis £ Junipayo Jupiperus
(Cedrus Liseia R a i o e' outros Iciaa ^altíssima
fttliis ampUssimis, imparl p i n g a i s , ( fruetu
racemoso. Flora de Çaesena T - l . pag. ? 4 a «
; (iô) Ponifera seu potiflfs Promtf.vrA
Indica, nuee ?enífornii summo p o m o in-
nascente. Pisou e M a r e g r a v e . C ^ y o " d i Ê t a ,
Anacardium alia çpecie§, A n a ^ a ^ m . o c c i -
dentaíe. Cajou dictum , ossiculo r e n l L e p o -
ris figura, Herman. Acajuiba M a r e g r a v e e
P i son. '::ú-ith v. *•
(14) Arbor siliquosa Braslliensls , ca-
roba dieta Pisou e Maregrave.
(15) Arbor Curcubifera Americana, tq-
l i o subrotundo. r r Pisou e M a r e g r a y e .
(M)

(16) A r b o r Brasiliana folíis s á l i c i s , in


^uibus sub c o n c r e s c i t floribus tetrapetris.
— Pison e. Ma regra v®. hré 'scchh: (3e.,
(17) Pisou e M a r e g r a v e a c o n h e c e r ã o ,
lua» não o seo préstimo.
(18) Tangaracá Pisoais;-Erva de ralo.
Maregrave — Frutex Brasíliensis , veneno-
sis floribus umbelatis rubris. {'-'••
( 1 9 ) Pomifera índia Jenipapo dieta —
Juni papeira Brasilianorum. r— Pisson e Ma*
• . i t{ í
regrave. , .
( 2 0 ) B a c c i f o r a Brasil iensis c o r t i c e sa-
p o n a r i o . — Pison e Maregrave* , ^v
( 2 1 ) A r b o r silíquosa Brasllíensis f o l i i f t
pinha tis , ad singula pinnarum p a r i a á p p e u -
dicibus. — Pison e M a r e g r a v e .
( 2 2 ) Jacarandá Brasitierisibus — Mare-
ara ve. .Jacarandá alba Pisonis /ructu ma-
Hus inagnitudine et crassilie.
(23) Arbor síliquosa , ex virgínea , lo-
bo fusco scabro — Jetahiba arbor Brasili-
ensis silíquosa, et gumraifera, gummi ani-
mse sipilis, Lobus a Wingande caoceo. J, B.
1 , 2 , 4 , 4 3 6 ' Courbaril-folia íl»ore píra-
m ida to Pluinm. n. p>. ara. gen, 49.
(24) A r b o r p o m i f e r a Brasiliensis f r u c -
tu ettubere p e r totam arboris longitudinem
extenso exeunt®. Pison e M a r e g r a v e ,
( 2 5 ) Prunus malabrica fruetu umbeli-
cato pyriformi, — Jambos dicta Pison, e
M a r e g r a v e . Eugenia folíis lauceolatis gla-
bris, pedunculis raroosis terminalibus glan-
di floris. - í »
9
< 66 }

( a 6 ) Laurus vtílgaris d e Pison e M a -


r e g j a v e , ; - t < ,nt\ü 1 oft •• : 1 r<s «vtr-ínn ' t : "h ; ' f 'Ytr,í, -
( 2 6 ) A r b o r bacifera Brasiliensi* flori-
bus spicatis uvae crispae f m c t u M a r e g r a v e
e Pison.
( 2 7 ) Münsabiba Brasilieusibus M a r e -
grave e Pison P i r i f o r m i s Brastfiensis.
( 2 8 ) Cera sus Brasiliensis Massa randiba
dicfra 11Q; Cap. 5. d e arboribus p r u n i f e r i s
Maregrave- í • is-ítotffj
(29) Arbor Brasiliana folii salicis ín
qui bus. sal c p n c r e s c i t ftoribus tetrapetalis
Maregrave.
* ( 3 0 ) Manga Indica fruetu m á x i m o re-
n i f o r m e Persicoe stmili putamine .yiHoso
Maregrave.
(3-1) A r b o r prunifera Brasilieusibus ,
f r u c t u ovali polispermo M a r e g r a v e .
( 5 5 ) A r b o r pomífera* Brasiliensis f r u c -
tu máximo , ossicmlo? Hígneo< Pison e M a r e -
grave..- ii ..t ' ' A. -
( 3 4 ) A r b o r tmfsdii^ BraMliensís p o p u -
li tremujoe soliis Pi?on e M a r e g r a v e . .
(55). M a i v a Bra$üi§nsis, arbor race*
mosa Brasiliana^ foliiâ Marlabathrii Piaôn e
M a r e g r a v e Çequea ou Pekla B k o n e Laet.
( 5 6 ) P o m i f e r a , Brasiliense? f r u c t u c o r -
t i c o s o ovali; m o n o s p e r m y Pitomba Brasilia
ens,is Maregrave*. í
( 3 7 ) Palma coei Fera m i n o r Brasilien-
sis. Pison o Maregrave^ »--- -
( 3 8 ) Palmeira Indica cocifera angulo-
sa j Palma Indica n u c i f e r a Pison e Miarei-
grave.
( 67 )

(5g) Palma Brasiliensis áeòulèata f r u c -


tu Pruni Damasceni niagnltudine et figura
Pison e M a r e g r a v e . -
( 4 0 ) Cerasus Brasiliensis M a r e g r a v e .
(41) A r b o r Brasiliensis floribus spe-
ciosis spicotis p e r i c a r p i o sico Cibipira Brasi-
liensibus M a r e g r a v e e Pison cibipirameri.
(42) L i c y t h i s Zabucaio f o i i s cordatis
seria t i s , fructu magno« núcleo eduli. Jaca-
p u c a i o Nucifera Brasiliensis c o r f i c e . f r u c t u
Ligneo , quatuor nuces continente Pison e
Maregrave.
(40) Tamarindus siliqua a r á b i c a , quoe
Tamarindus Pison e M a r e g r a v e .
(44) A r b o r Mechicana f r u c t u castanea
coei fera Pison e M a r e g r a v e .
( 4 5 ) íjrunus Brasiliensis f r u c t u flavo
núcleo, amil d â : l o e sapore Pison e . M a r e g r a v e .

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