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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1

PROFESSOR: ROBERT CUTRIM

O GLOBO – ATÉ QUE A PANDEMIA NOS SEPARE: NÚMERO


DE DIVÓRCIOS EM CARTÓRIO BATE RECORDE NO BRASIL
Levantamento do Colégio Notarial do Brasil contabilizou 43,8 mil processos em
2020; número 15% superior ao mesmo período de 2019. Desde que começou,
a pandemia de Covid-19 trouxe efeitos inesperados, para além das questões
diretamente relacionadas à saúde e ao combate à doença que, só no Brasil, já
matou mais de 500 mil pessoas. Nesse contexto, cresceu enormemente a
procura por divórcios extrajudiciais no país. Mas, nesses casos, o que é preciso
para se precaver e evitar aborrecimentos futuros? É melhor esperar, ou agir
logo? Leia também: Com medo do ‘coronadivórcio’, japoneses repensam uma
das sociedades mais machistas do mundo. A resposta mais simples e direta é:
sim. Após a decisão do casal de se separar, quanto mais rápido se der início aos
trâmites burocráticos melhor para todos. Isto porque, pelo Código Civil, o
casamento representa uma série de amarras, que vinculam decisões a dois,
como, por exemplo, a necessidade de autorização para venda de um bem
imóvel mesmo que o casal esteja separado de fato. Só com o divórcio esse
vínculo é desfeito, ou seja, nesse ínterim, ambos ficam reféns da boa vontade
do outro. Embora muitos ainda não saibam, desde a edição da Lei Federal
11.441, em 2007, é permitida a realização de separações em cartórios. Desde
então, o número de divórcios vem crescendo progressivamente no país.
Conforme os dados do IBGE, o aumento foi de 75% em cinco anos e, no meio
do ano passado, o total saltou para 7,4 mil apenas em julho, um incremento de
260% em cima da média de meses anteriores. No Brasil, em 10 anos, o
crescimento foi 63%. O segundo semestre de 2020 assinalou o maior número
de divórcios já registrados em cartórios no Brasil. Foram 43,8 mil processos
contabilizados em levantamento do Colégio Notarial do Brasil — Conselho
Federal (CNB/CF). O número foi 15% maior em relação ao mesmo período de
2019. A alta foi constatada em nada menos que 22 estados e no Distrito
Federal. A entidade também divulgou balanço que aponta que quase 20% das
separações no Brasil já são feitas por meio de cartórios de notas. A tendência
de alta se confirmou em 2021. Foram 29.985 separações nos cinco primeiros
meses de 2021 contra 23.621 de janeiro a maio do ano passado, crescimento
de 26,9% entre janeiro e maio. São Paulo ocupa o primeiro lugar do ranking,
seguido do Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Os dados
são robustos e falam por si mesmos. Explicar os efeitos e vislumbrar as causas
do tamanho da mudança que eles indicam será tarefa para sociólogos,
psicólogos e historiadores, trabalho que não vai se esgotar rapidamente. De um
lado, a tecnologia já possibilita a criação de startups que oferecem uma série
de serviços e soluções para quem passa por um processo de separação; do
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outro, infelizmente, presenciamos ainda a persistência da violência intrafamiliar,
que vitima historicamente principalmente mulheres e crianças.
(Disponível em https://cnbmg.org.br/o-globo-ate-que-a-pandemia-nos-separe-
numero-de-divorcios-em-cartorio-bate-recorde-no-brasil/ - Publicado em
23.07.2021)

A respeito do tema abordado acima (divórcio extrajudicial), discorra


sobre 05 (cinco) itens relevantes que se encontram previstos na
Resolução n.º 35 do Conselho Nacional de Justiça.

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