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AULA 1.1/1.

2 – PESSOA NATURAL

PERSONALIDADE JURÍDICA:

 Conceito: é a aptidão para ter direitos e deveres. Pessoa é quem tem personalidade
jurídica.

 Aquisição: se adquire no nascimento com vida.

OBS – Nascituro – não tem personalidade jurídica, mas tem direitos


protegidos. Tem expectativa de direitos – pode ser beneficiado com um
direito, é condicional, só se nascer com vida. Até posso agraciar um nascituro
com um direito, mas para ele titularizar esse direito, só quando nascer com
vida. Ex: posso fazer uma doação pro nascituro, se nascer com vida vira dono,
se houver abortamento, o bem retorna para o doador.

 Fim da Personalidade Jurídica: se dá com a morte. Há dois tipos de morte, a real e a


presumida.

I. Morte Real: é quando não há duvida que a pessoa morreu, existe um cadáver

II. Morte Presumida: não tem certeza que a pessoa morreu, mas tudo indica. É possível
presumir em dois casos:

A) Morte Presumida COM Prévia Declaração de Ausência: Quando uma


pessoa, em regra, desaparece, é motivo para declarar a ausência. Ausente
é aquela pessoa que desaparece sem deixar notícias. Vai no Juiz para que
seja declarada sua ausência para que seu patrimônio possa ser gerido.
Com o passar do tempo, se a pessoa não aparecer aí é declarada a morte
presumida. Se autoriza nos casos em que a lei autorizar a abertura da
sucessão definitiva – 3 processos: (1º curadoria do ausente; 1 ano depois
2º sucessão provisória; 10 anos depois 3ª sucessão definitiva – 10 anos
depois do transito em julgado da sucessão provisória, abre-se a sucessão
definitiva e presume-se a morte. OBS: se a pessoa for maior de 80 anos no
tempo do desaparecimento, o prazo não é de 10 anos e sim de 5 anos.

B) Morte Presumida SEM Prévia Declaração de Ausência: quando é muito


provável que a pessoa morreu, que quando ela some já se declara a morte
presumida, sem necessidade de passar pelo processo de ausência. Se dá
em dois casos: 1º se for extremamente provável a morte de quem esta em
perigo de vida (ex. caiu avião e não acham o corpo); 2º se a pessoa foi feita
prisioneira ou sumiu numa guerra e não apareceu 2 anos depois do
término da guerra. -> Para ambos os casos tem um requisito essencial:
pode presumir a morte sem passar pela ausência, SÓ DEPOIS DE
ENCERRAR AS BUSCAS E AVERIGUAÇÕES.

 Direitos da Personalidade: direitos mínimos, sem conteúdo econômico, que todas as


pessoas devem ter desde o nascimento com vida para ter dignidade humana. Se
agredir algum direito da personalidade pode cobrar danos morais e materiais.
I) Características dos Direitos da Personalidade:

- Irrenunciáveis pode ter exceção, a lei pode estabelecer que algum direito
da personalidade seja renunciável;
- Intransmissíveis: (salvo exceção prevista em lei, não podendo seu
exercício sofrer limitação voluntária);
- Extrapatrimoniais: não tem conteúdo econômico imediato;
- Impenhoráveis;
- Imprescritíveis;
- Oponíveis contra todos (erga omnes): ou seja, todo mundo tem que
respeitar;
- Decorrentes: pois decorre da personalidade.
EXEMPLOS:
- tenho direito ao próprio corpo, não posso abrir mão quando afetar os bons costumes
e a minha integridade física, quando tiro gordura numa lipoaspiração, corto as unhas – não vai
contra tais preceitos. Tem exceção, quando for por exigência médica – ex: cortar o dedo de
um diabético.
- Pós-morte: posso dispor do meu próprio corpo. – Faço um testamento e deixo
gratuitamente (JAMAIS VENDER, TEM QUE SER GRATUITAMENTE/ DOAR – com finalidade
científica ou altruística). – Eu dispus do meu próprio corpo para pós morte, posso revogar?
Pode, pois testamento pode ser revogado a qualquer momento.
- Não posso ser submetido a tratamento médico ou intervenção cirúrgica que coloque
em risco a minha vida sem eu AUTORIZAR.

 Direito ao Nome:

- Nome: compreende o prenome + sobrenome ou cognome ou nome patronímico.

- Agnome: é aquela partícula que integra o nome diferenciando parentes com mesmo nome
(ex: neto, filho, sobrinho).

- Proteção ao Nome: 1º: ninguém pode expor meu nome ao desprezo público, mesmo quando
não haja intenção difamatória; 2º: não pode usar meu nome para fins comerciais sem a minha
autorização; 3º: o pseudônimo (é como a pessoa é conhecida no meio social), recebe a mesma
proteção do nome quando adotado para atividades lícitas.

CAPACIDADE JURÍDICA

 Conceito: é a aptidão para praticar atos da vida civil relativo aos seus direitos e
deveres (ex: vender, alugar, emprestar, doar).

OBS: a pessoa que não tem capacidade jurídica (ex: criança que tem um apartamento)
pode praticar atos da vida civil, desde que esteja representada ou assistida.

Representação e Assistência: são institutos de suprimento da incapacidade

 Capacidade DE FATO/DE EXERCÍCIO: é a capacidade de praticar os atos da vida civil


PESSOALMENTE (por si só). Em regra é só aos 18 anos.

 Capacidade DE DIREITO/DE GOZO: é aptidão de praticar atos da vida civil desde que
esteja representado ou assistido.
 INCAPACIDADE: quando não tem capacidade de fato. Há dois tipos:
Incapacidade ABSOLUTA: quem é absolutamente incapaz é REPRESENTADO. A
ideia aqui é que eu não tenho o menor discernimento, logo eu preciso que alguém me
substitua. Ex: meu pai assina o contrato.
Incapacidade RELATIVA: quem é relativamente incapaz é ASSISTIDO. A ideia
aqui é que eu até tenho discernimento, mas meu discernimento é reduzido, logo eu
preciso que alguém me assista/me ajude. Ex: eu assino o contrato e meus pais
também.

 TUTELA e CURATELA
Tutela: é representação ou assistência do menor incapaz. Só vai ter um tutor
se não tiver pais.
Curatela: é a representação ou assistência do maior incapaz.
EX: posso ser incapaz menor de idade, não tenho discernimento, pois sou
muito novo, ou posso ser incapaz maior de idade (louco). Se eu sou incapaz menor de
idade, eu sou representado ou assistido pelos meus pais, na falta deles será nomeado
para mim um TUTOR. Se eu sou incapaz maior de idade, eu sou representado ou
assistido por um CURADOR.

 IDADE:
Menor de 16 anos: Absolutamente Incapaz.
Entre 16 e 18 anos: Relativamente Incapaz.
Maior de 18 anos: Absolutamente/Plenamente Capaz. Pode praticar sozinho
os atos da vida civil.

 EMANCIPAÇÃO: é a antecipação da capacidade civil plena. Fazer com que o menor de


idade seja absolutamente capaz. A emancipação é IRREVOGÁVEL, uma vez concedida,
por um ato de vontade não pode voltar atrás. OBS: se o ato que me emancipa é um
Ato Inválido – ai eu volto a ser incapaz, na realidade nunca fui capaz pois o ato inválido
não produz efeitos (ex: meus pais me emanciparem por instrumento privado = ato
inválido).
Existem três tipos de emancipação:
1ª Voluntária: não precisa ir ao Juiz. É aquela que é concedida pelos PAIS(tem
que ser os dois), tem que ser por instrumento público (é o documento lavrado
em cartório) e tem que ser maior de 16 anos.
2ª Judicial: é aquela que eu tenho que pedir ao Juiz, a emancipação se dá por
sentença e tem que ser maior de 16 anos. Proponho uma ação judicial e o Juiz
da uma sentença concedendo ou não a emancipação. É aquela onde o TUTOR
quer me emancipar, ou aquela onde há divergência entre os pais, só um dos
pais (pai ou mãe) quer emancipar, quem decide é o Juiz.
3ª Legal: é aquela automática, basta acontecer um dos casos previstos em lei
que eu estou automaticamente emancipado. Quais sejam: casamento;
exercício de emprego público efetivo; colação de grau em curso de ensino
superior; pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação
de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 ANOS COMPLETOS,
tenha economia própria.

AULA 1.3/1.4 – PESSOA JURÍDICA

 Pessoa: é o ente dotado de personalidade jurídica.

PESSOA JURÍDICA: é um ente abstrato (não tem existência concreta) que pode ter direitos e
deveres próprios por ser dotado de personalidade jurídica (ex: Estado, sociedade).

 Pessoa Jurídica pode ser:

 A: Pessoa Jurídica de Direito Público: que se divide em Interno e Externo.

Interno: são os Entes Federativos; as Autarquias e; as Associações Públicas.

Externo: são aquelas pessoas regidas pelo Direito Internacional Público, reconhecidas
pela comunidade internacional, que tem representatividade internacional (ex: os Estados
estrangeiros; a República Federativa do Brasil {União é interno – Estado brasileiro, Brasil é
externo}; os organismos internacionais, ONU, OEA...).

 B: Pessoa Jurídica de Direito Privado: são 6.


1º: Sociedades – visa ao lucro. Seu ato constitutivo ou tem um contrato social ou
um estatuto social, depende do tipo societário (ex: limitada tem contrato social;
S.A. tem estatuto social).
2º: Associações – não visa ao lucro. É formada por um conjunto de pessoas (ex: eu
me junto com você para dar aula grátis para pessoas carentes). É estruturada sob a
forma de Universitas Personarum – conjunto de pessoas. Seu ato constitutivo é um
estatuto.
3º: Fundações – não visa ao lucro. É formada por um conjunto de bens (ex: eu
pego alguns bens do meu patrimônio e separo não dando uma destinação
econômica. Estruturada sob a forma de Universitas Bonorum – conjunto de bens.
Seu ato constitutivo é um estatuto.
4º: Partidos Políticos – é espécie de associação.
5º: Organizações Religiosas – é espécie de associação.
6º: EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – nada mais é do
que uma sociedade formada por apenas um sócio, a minha responsabilidade é
limitada ao que eu coloquei na sociedade.

- Regras Gerais da Pessoa Jurídica de Direito PRIVADO: tais regras valem para todas.

 AQUISIÇÃO da Personalidade Jurídica: adquire com a assinatura, o Registro do


seu Ato Constitutivo em Cartório, não é com a elaboração do ato constitutivo que
adquire personalidade, é com o REGISTRO de tal ato – “é o arquivamento de seus
atos constitutivos no devido cartório, precedida, quando necessário, de prévia
autorização do governo (do poder executivo), averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo” ex: para criar um Banco eu preciso
ter uma prévia autorização do Banco Central; Faculdade, prévia autorização do
MEC.

A constituição irregular, por defeito no ato constitutivo de uma Pessoa Jurídica


convalesce (torna-se válida pelo decurso de tempo)? Convalesce, se nenhuma pessoa pedir
sua invalidação no prazo de 3 anos (é o prazo para pedir a invalidação da constituição de uma
pessoa jurídica com defeito no ato constitutivo), se não pedir neste prazo, torna-se válido.

 PERDA da Personalidade Jurídica: se dá através da DISSOLUÇÃO, é um processo


dissolutório, só pode perder a personalidade jurídica depois de pagar todos os
seus credores.

- Vai ter a fase de LIQUIDAÇÃO, é fase onde vai ser nomeado o liquidante que tem a
função de arrecadar todos os bens da pessoa jurídica, negocia-los e com o dinheiro
obtido pagar os credores. Se pagar e faltar dinheiro, numa sociedade gera a falência;
se sobrar dinheiro, numa sociedade divide entre os sócios conforme a participação de
cada. “A Pessoa Jurídica subsiste para fins de liquidação até que esta se conclua”.

- Só depois de encerrada/concluída a fase de liquidação é que a Pessoa Jurídica perder


a Personalidade Jurídica.

- Dissolução Administrativa de uma Pessoa Jurídica: se da naquelas pessoas que


necessitam de autorização para existir, se o governo pode dar tal autorização, também
pode tirar (ex: faculdade com péssimo nível de ensino. -> É caçada a autorização de
funcionamento. Aqui também subsiste para fins de liquidação dos credores.

Pessoa Jurídica tem proteção dos Direitos da Personalidade? Sim, pois tem personalidade
jurídica e os direitos da personalidade vem junto, mas nem todos se adaptam a ela, aplica-se
no que for cabível as pessoas jurídicas, devido a sua natureza abstrata.

Pessoa Jurídica pode sofrer DANO MORAL? SIM, pois pessoa jurídica pode sofrer dano
moral quando atacam sua honra objetiva. Súmula 227 STJ.

Dano moral é uma ofensa a honra/a dignidade, honra subjetiva – é a minha


autoestima/minha honra interior/o que eu penso de mim mesmo; honra objetiva – é o que as
pessoas pensam de mim/é a honra exterior.
 ASSOCIAÇÃO: seu ato constitutivo é o estatuto, basta registrar esta criada a associação.
Conjunto de pessoas, fins não econômicos (não vem $/lucro para os membros). Nada
impede que receba dinheiro dos seus membros ou de 3º externo, desde que o dinheiro seja
investido na própria associação. Não há direitos e deveres/obrigação recíprocos entre
associados, se houver obrigação é com a associação.

 Em regra numa associação, todos os associados devem ter iguais direitos, todavia a
lei permite que o estatuto da associação crie categorias especiais de associados com
vantagens especiais.
 A qualidade de um associado numa associação, em princípio é Personalíssima e
Intransmissível, tanto inter vivos quanto causa mortis. Entretanto, pode haver uma
associação que não exija uma qualidade especial para fazer parte (ex: associação
para ajuda de pessoas de acidente de trânsito) e que o estatuto possibilite a
transmissão da associabilidade.
 Quem fala em nome da Associação? É o Administrador, no entanto os associados
podem estabelecer alguns atos que o administrador não pode praticar, essas
decisões são tomadas pela Assembleia Geral (é um órgão deliberativo formado por
todos os associados que vão tomar as decisões mais importantes e as incompatíveis
com a administração) – quais sejam: destituir os administradores e alterar o estatuto.
Caso queiram outros, coloquem no estatuto.
 A Assembleia Geral – pode ser promovida e convocada pelo administrador ou pelo
quórum de ¹/5 dos membros associados.
 Dissolvida a associação, o dinheiro não vem para o bolso dos associados, haja vista
não ter finalidade lucrativa. O patrimônio dela será incorporado em outra entidade
sem fins econômicos designada no estatuto, se este for omisso, por deliberação dos
associados, à instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou
semelhantes.

 FUNDAÇÃO: conjunto de bens, fins não econômicos (não vem $/lucro para os membros).
Nada impede que receba dinheiro dos seus membros ou de 3º externo, desde que o
dinheiro seja investido na própria fundação. Não há direitos e deveres/obrigação recíprocos
entre associados, se houver obrigação é com a fundação.
 São 4 etapas para criar a fundação
 1º: Ato de Dotação – é o ato no qual destino bens do meu patrimônio para criar a
fundação, ocorre antes de fazer o estatuto. Esse ato tem que ser feito por escritura
pública ou por testamento. É obrigatório já neste ato de dotação deve vir à
finalidade da fundação (ex: educacional, assistencial, religiosa...), ainda deve ser
estipulado prazo para elaboração do estatuto, se eu não der prazo, a lei disciplina
que o prazo é de 180 dias.
 2º: Elaboração do Estatuto – documento onde terá as regras disciplinares daquela
fundação, pode ser feito pelo próprio dotador, ou alguém que ele designe a fazer.
Se o estatuto não for feito no prazo, aquele determinado no ato de dotação, o MP
faz, pois este tem um papel institucional de fiscalizar/de zelar as fundações.
 3º: Aprovação – o MP precisa aprovar. Se o MP não aprovar, posso
recorrer/recurso ao juiz para suprir a aprovação que o MP não deu.
 4º: Registro – da aprovação, adquire personalidade jurídica.
 Dissolução da Fundação, por ilicitude, impossibilidade ou inutilidade da finalidade
que visa, ou vencido o prazo de sua existência, MP ou qualquer interessado pode
promover a extinção, seu patrimônio será incorporado, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo
juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

VIDE DOMICÍLIO – LER EM CASA!

AULA 2.1/2.2 – BENS

 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS – pode ser móvel ou imóvel; fungível ou infungível;


consumível ou inconsumível; divisível ou indivisível; singular ou coletivo; principal ou
acessório; público ou particular.

o BEM MÓVEL ou IMÓVEL – cada um tem suas regras específicas.

- BEM IMÓVEL, vira dono do registro público em cartório (do contrato em cartório). Se
for vender BEM IMÓVEL paga-se ITBI. BEM IMÓVEL -> NÃO SE MOVE.

- BEM MÓVEL, adquire-se a propriedade com a tradição (quando ENTREGA o bem


móvel adquire-se a propriedade). Se for vender BEM MÓVEL PAGA-SE ICMS. BEM MÓVEL - >
SE MOVE, é aquele que se move sem perder as suas características, pode se mover por força
alheia ou por movimento próprio (chamado de BENS SEMOVENTES – que são os animais – se
movimentam por força própria).

CONTRATO – ACORDO DE VONTADES DE NATUREZA PATRIMONIAL (quer comprar? Quero -> já existe o
contrato, não precisa ser escrito).

Exceção: são os CONTRATOS REAIS, é aquele que se forma NÃO quando há um acordo de vontades,
se forma quando há a TRADIÇÃO (entrega do bem). Só há 3 contratos reais: 1º: Mútuo – empréstimo de
dinheiro, só se da quando o dinheiro cai na conta; 2º: Comodato; 3º: Depósito. -> tirando estes 3
contratos, o restante se forma por acordo de vontades.

o OBS – OUTORGA UXÓRIA OU MARITAL - se eu sou CASADO preciso da VÊNIA


CONJUGAL (autorização do cônjuge) para praticar alguns atos, dentre eles,
vender bens imóveis, salvo se for no regime de separação de bens. Se for
bem móvel não precisa da autorização.
 BENS INCORPÓREOS/IMATERIAIS: são os DIREITOS. Quando estou diante de
um direito (de um bem imaterial), eu não consigo dizer se um bem é móvel ou
imóvel com a definição. Ex: se eu vendo um direito de crédito para você, eu
não falo em venda, eu falo em CESSÃO DE CRÉDITOS. Posso vender, doar...

 Se a cessão de um direito for mais burocratizada/difícil/amarrada


dizemos que é um bem imóvel. Se a cessão for mais simples/não
precisa de tanta burocracia, dizemos que é um bem móvel. -> e quem
diz se um direito é bem móvel ou imóvel é a LEI, são chamados de
BENS IMÓVEIS POR DETERMINAÇÃO DA LEI e BENS MÓVEIS POR
DETERMINAÇÃO DA LEI.

 Ex: INVENTÁRIO – abre-se a sucessão com a morte do de cujus. Só é


dono quando acabar/ao final do inventário, e durante o inventário
quem é o dono dos bens? Neste lapso temporal aplica-se o PRINCÍPIO
DE SAISINE – os herdeiros adquirem a propriedade dos bens do morto
no exato momento em que ele morrer, todos os herdeiros são donos
em condomínio do espólio (todos os herdeiros são donos de todos os
bens, tudo ao mesmo tempo em condomínio). Tem o inventário para
que no final deste venha um documento, o formal de partilha, que vai
dizer o que é de cada um, vai cessar o condomínio, vai individualizar o
que é de cada um.
 Antes do FORMAL DE PARTILHA PODE VENDER ALGUM BEM?
Pode vender para B o DIREITO que tem na sucessão que fora
aberta (ex: 3 herdeiros, cada um tem ¹/3 do espólio), quando
vier o formal de partilha, este ¹/3 que seria para mim, vai para
B. Não estou vendendo, estou cedendo minha parte para B ->
chamado de contrato de cessão de direitos hereditários. ->
essa cessão (“venda”) é considerada “venda” de bem imóvel
(art. 80, II CC) – direito a sucessão aberta (direito de herança)
é bem imóvel.

VIDE ARTIGOS 80 E 83 DO CÓDIGO CIVIL!!!!!!

ATENÇÃO -> BENS MÓVEIS e BENS IMÓVEIS – 1º: EDIFICAÇÃO SEPARADA DO SOLO - compro
uma casa que sai do solo é acoplada num caminhão e finca num outro terreno, comprei um
BEM IMÓVEL (não perdem o caráter de imóvel as edificações que separadas do solo, mas
conservando a sua unidade forem transportadas para outro local).

2º: MATERIAL DE CONSTRUÇÃO – depende do


momento em que você analisa. ANTES de empregar na construção é BEM MÓVEL. DEPOIS de
empregar na construção é BEM IMÓVEL. -> OBS: RETIRADO DA CONSTRUÇÃO pode continuar
bem imóvel ou pode tornar-se bem móvel. Se eu retirar fruto de uma Demolição, volta a ser
bem móvel. Se eu retirar Provisoriamente para reempregar, não perde o caráter de imóvel
(ex: tirei uma telha para consertar uma infiltração, depois vou coloca-la de volta).

BEM FUNGÍVEL E BEM INFUNGÍVEL

 FUNGÍVEL é BEM SUBSTITUÍVEL. ex: garrafa de whisky.


 INFUNGÍVEL é BEM NÃO SUBSTITÍVEL. ex: obra de arte (não tem
como substituir, é única).
BEM CONSUMÍVEL – é o bem que se consome com o uso/bem com o uso importa
destruição imediata de sua substância, ou seja, quando eu uso destruo ele, como é o
caso da comida, perfume, combustível.

BEM INCONSUMÍVEL – é o bem que não se destrói com o uso, como o carro, cadeira,
mesa.

BEM DIVISÍVEL – pode dividir (terreno).

BEM INDIVISÍVEL – não pode dividir (carro).

OBS: um bem naturalmente divisível pode se tornar indivisível tanto por


vontade das partes como por determinação da lei. Ex: um terreno não pode ser mais
dividido pois a lei proíbe.

BEM SINGULAR e BEM COLETIVO – cada bem tem um regime jurídico, ás vezes a lei
quer dar, neste mesmo bem, um regime jurídico ao grupo de bens e aí não
necessariamente o regime jurídico do grupo de bens será o mesmo do bem singular,
ou seja, “uma coisa é eu dar um tratamento jurídico para uma árvore, outra coisa é eu
dar um tratamento jurídico para uma floresta inteira”, aí trata esse conjunto de bens
reunidos como sendo 1 bem, esse bem (formado por vários bens) tem tratamento
jurídico próprio).

o BEM SINGULAR: é a árvore.

o BEM COLETIVO = UNIVERSALIDADES: é a floresta. É um bem formado por


vários bens dentro dele. Faz-se isso para que este bem (conjunto) tenha um
tratamento jurídico próprio. Há 2 tipos de bens coletivos ou universalidades.

 BEM COLETIVO/ UNIVERSALIDADE DE FATO: pensa em “PARTE de um


patrimônio”.

 BEM COLETIVO/UNIVERSALIDADE DE DIREITO: pensa em “TODO o


patrimônio”. Ex – espólio, massa falida, herança jacente; herança
vacante.

PATRIMÔNIO – É O CONJUNTO/COMPLEXO DE RELAÇÕES JURÍDICAS DE UMA PESSOA DOTADAS DE


VALOR ECONÔMICO, desta forma, os direitos da personalidade não integram o meu patrimônio, pois não
tem valor econômico.

FORMADO POR BENS CORPÓREOS E BENS INCORPÓREOS (NÃO SÓ CRÉDITOS, COMO DÉBITOS – TEM O
ATIVO E O PASSIVO DO MEU PATRIMÔNIO).

 BEM PRINCIPAL – é o bem que existe sobre si mesmo, não precisa de outro
para existir.
 BEM ACESSÓRIO – é o bem que existe em função do bem principal, só existe
porque existe o bem principal. Ex: laranja presa na árvore é um bem acessório em
relação à árvore.

 -> como o bem acessório existe em função do bem principal: “o bem


acessório segue a sorte do bem principal”, ou seja, o que acontece com o bem
principal acontece com o bem acessório. Ex: se eu cortar a árvore, as laranjas
vão junto.
 -> Essa REGRA NÃO É ABSOLUTA, tem 1 EXCEÇÃO: os negócios
jurídicos que dizem respeito a bem principal, em regra não atinge/abrange as
PERTENÇAS, salvo se resultar da vontade das partes, da lei ou das
circunstâncias do caso. Ex: vendo minha casa e tiro os móveis e o ar
condicionado (pertenças), em regra, pois podemos combinar – “me paga um
pouco mais e pode ficar com tudo.

 -> EXISTEM 4 TIPOS DE BENS ACESSÓRIOS:

1º: FRUTOS – bem acessório que é produzido pelo bem principal -> É
RENOVÁVEL, se eu tirar um fruto, eu não diminuo o bem principal, pois ele se
renova – ex: tirar uma laranja da árvore, tirar um bezerro de uma vaca, álcool
(pois vem da cana);

2º: PRODUTOS - bem acessório que é produzido pelo bem principal -> NÃO É
RENOVÁVEL, se eu tirar um produto, eu diminuo o bem principal, pois ele não
se renova – ex: tirar ouro de uma mina, tirar petróleo (gasolina);

3º: BENFEITORIAS – são obras ou despesas que eu faço em um bem – pode ser
NECESSÁRIA (é aquela que é para conservar o bem/manter ele existente), ÚTIL
(eu não preciso fazer pro bem continuar a existir, faço para melhorar a utilidade
do bem); VOLUPTUÁRIA (é aquela meramente para
embelezar/divertimento/recreio);

4º: PERTENÇAS – são bens acessórios que são afetados de forma duradoura à
um bem principal para servir aos seus fins, ou seja, destinados ao seu uso,
serviço ou aformoseamento (embelezamento). -> é um bem naturalmente
móvel que eu vou incorporar de forma duradoura a um bem principal para
servir a este bem principal. Ex: ar condicionado, mesa, cadeira, quadro na
parede. Também pode ser incorporado em bem móvel (como é o caso de um
aparelho de CD que eu coloco num carro).
Só são PERTENÇAS se eu incorporar de forma duradoura pois passa a
pertencer ao bem principal, ou seja, não pode ser de forma transitória.
Se for PARTE INTEGRANTE do BEM NÃO são PERTENÇAS. Ex: pego um
volante e acoplo no carro, o volante é parte integrante do carro então não é
pertença. -> Se é essencial ao bem é parte integrante.
Em regra é um bem acessório que NÃO segue a sorte do bem
principal.
AULA 2.3/2.4 – NEGÓCIO JURÍDICO

 FATO JURÍDICO – qualquer acontecimento que gere um efeito jurídico.

o 1ª – Ato Jurídico: quando tem ATUAÇÃO DO HOMEM, é qualquer atuação


humana que gera efeitos jurídicos. É lato sensu (em sentido amplo), pois
existem 3 espécies de Ato Jurídico.

 A) Ato Jurídico – é uma visão mais restrita – strictu sensu. Aqui eu não
escolho os efeitos que serão produzidos, eles estão previamente
definidos em lei. Ex: reconhecer um filho, emancipar, adotar...
 B) Negócio Jurídico – eu escolho os efeitos que serão produzidos. Ex:
contratos. Existe negócio jurídico tanto UNILATERAL (ex: testamento)
quanto BILATERAL.
 C) Ato Ilícito – é o ato que vai contra a lei de alguma forma, é o ato
gerador da responsabilidade civil. Gera responsabilidade do agente
que pratica, ou seja, ato ilícito civil (causar um dano a alguém) gera
responsabilidade civil (assumir as consequências do seu ato, tem a
obrigação de indenizar).

 NEGÓCIO JURÍDICO

o ELEMENTOS DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO – são 3 requisitos para ser


válido.
 1º AGENTE CAPAZ.
 2º OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL.
 3º FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI – às vezes a lei exige
determinada forma/ proíbe uma forma.

OBS – CONTRATO – em regra NÃO tem forma especial. É feito de forma livre salvo
quando a lei exige forma especial (ex: na compra de um apartamento com valor acima
de 30 salários mínimos, a lei exige que tenha que ser por escritura pública). NAS
DECLARAÇÕES DE VONTADE/DE INTERPRETAÇÃO DE UM CONTRATO MAIS VALE A
INTENÇÃO DAS PARTES DO QUE O SENTIDO LITERAL DA LINGUAGEM (ex: vou no
restaurante e pede - me dá um X-Salada, não estou ganhando o X, terei que pagar),
muitas vezes usamos o português atecnicamente, não é me dá um X e sim me vende
um X.

Há 2 CONTRATOS que a INTERPRETAÇÃO tem que ser + Restritiva – “é isso,


não interpreta além disso”. 1º: Negócios Jurídicos Benéficos – são as liberalidades/os
contratos gratuitos (ex: doação) e a 2º: Renúncia de Direitos (abrindo mão de um
direito).

SILÊNCIO - ART. 111 C.C. – “quem cala nada diz”. Como regra, o silêncio não pode ser
considerado uma citação, entretanto em alguns casos pode ser considerado
(excepcionalmente pode valer como uma citação), o silêncio importa anuência
quando as circunstâncias do caso indicarem ou os usos do lugar autorizarem essa
presuncção.

ACEITAÇÃO – há 2 tipos de aceitação, expressa e tácita. EXPRESSA – pode ser falada


(‘aceito`), pode ser escrita, pode até ser gestual (como é o caso do leilão). TÁCITA – é a
aceitação presumida a partir das circunstâncias e usos do lugar e desde que a lei não
exija uma aceitação expressa (como é o caso da doação por encargo – tem que ser
expressa).

____________________________

 ATO VÁLIDO – é um ato que está de acordo com a lei

 ATO INVÁLIDO – é ato que está contra a lei.

 ATO EFICAZ – é aquele ato que produz seus regulares efeitos.

 ATO INEFICAZ – é aquele ato que não produz seus regulares efeitos.

Em regra um ATO VÁLIDO é EFICAZ, pois está de acordo com a lei


e produz seus regulares efeitos. Por outro lado, um ATO INVÁLIDO
é INEFICAZ, pois se não está de acordo com a lei, não produz seus
regulares efeitos.
Excepcionalmente pode-se ter um ATO VÁLIDO e INEFICAZ, ou
seja, o ato está de acordo com a lei mas não produz seus regulares
efeitos, porque nós colocamos no contrato uma condição, um
termo ou um encargo.
CONDIÇÃO, TERMO e ENCARGO – são elementos que uma vez
inseridos nos contratos, afetam a regular produção de efeitos
jurídicos deste contrato. Não é obrigatório vir algum desses
elementos, depende de nossa vontade colocá-los.

 CONDIÇÃO, TERMO e ENCARGO - AFETAM A REGULAR PRODUÇÃO DE EFEITOS.

o CONDIÇÃO – é um EVENTO FUTURO e INCERTO. É algo que pode ou não


acontecer no futuro. A condição deve ser de ACORDO COM A LEI, de ACORDO COM A
ORDEM PÚBLICA e de ACORDO COM OS BONS COSTUMES, colocando uma condição
não nestes moldes, invalida o negócio jurídico. Há 2 tipos de condição:

 1º CONDIÇÃO SUSPENSIVA: Ex: faremos um churrasco se não chover; lhe dou


meu carro se você passar na OAB em dezembro. Hoje esse ato não produz
efeitos, só produz efeitos a partir do momento que passar na OAB. Enquanto
não adquirir a condição suspensiva, não adquire o direito.
 A pessoa não é dona (carro), mas pode praticar atos de conservação desse
direito. -> pendendo condição suspensiva, eu não posso praticar um ato
incompatível (não posso vender para 3º o carro que é para ser seu quando você
passar na OAB, se eu praticar, este ato não vai ter valor). Se 3º comprar o seu
carro, você por meio de ação pode pegar o carro para você – EVICÇÃO (que é a
perda judicial do bem em razão do defeito jurídico) – quem vendeu não podia
vender, quem comprou perdeu (se passado na OAB). Esse 3º que comprou não
terá prejuízo ,poderá cobrar de mim (alienante) uma indenização (dinheiro de
volta).

 2º CONDIÇÃO RESOLUTIVA: o ato começa produzindo efeitos normalmente,


vem a condição e não produz mais efeitos (cessa). ex: dou mesada para você
até que você passe na prova da OAB, assim, hoje o ato produz efeitos
normalmente, quando passar na prova, não irá receber mais mesada, de agora
em diante não produz mais efeitos. A pessoa já é dona do direito e pode
praticar atos de conservação. – como no caso, final do ano passou na OAB, não
dou mais mesada, você vai ter que devolver as mesadas? Em regra NÃO, pois a
condição resolutiva não atinge os atos anteriores, só produz efeitos para
frente (efeitos retroativos). Salvo se fora estipulado expressamente no
contrato “te dou mesada até você passar na OAB, mas depois que você passar
você me devolve o que te dei – aí atinge os atos anteriores”.

o TERMO – é EVENTO FUTURO e CERTO. Ex: te dou o carro daqui 2 meses – hoje
esse ato não produz efeitos, passou 2 meses, passa a produzir efeitos – TERMO
INICIAL. Outro caso, te alugo meu apartamento até quando ‘x` morrer – hoje produz
efeitos, mas quando ‘x`morrer não produzirá mais – TERMO FINAL.

o ENCARGO – é um ÔNUS, uma PRESTAÇÃO IMPOSTA. Ex: te dou um carro


(doação simples) – te dou uma casa mas quero que você contribua com R$: 1.000 no
próximo criança esperança -> DOAÇÃO com ENCARGO -> você já é dono desde agora,
já pode morar na casa, pois o ENCARGO NÃO SUSPENDE NEM a AQUISIÇÃO do
DIREITO (já é dono desde agora) NEM o EXERCÍCIO DO DIREITO (já pode morar desde
agora). Salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico como sendo uma
condição suspensiva – ex: te dou a casa se você contribuir com R$: 1.000 no próximo
criança esperança (só quando você contribuir será dono e poderá morar nela).
CONDIÇÃO SUSPENSIVA – SUSPENDE tanto a AQUISIÇÃO do DIREITO quanto o EXERCÍCIO. Pois é um evento futuro e incerto,
pode ou não acontecer, ou seja, você não pode ser dono desde agora, só vai ser dono quando e se acontecer à condição.

TERMO INICIAL – NÃO suspende a aquisição do direito. Suspende só o exercício (dono você já é, mas praticar atos em relação a
eles só depois). Pois é um evento futuro e certo, ou seja, você já é dono desde agora. No termo eu não lhe entrego a
propriedade, eu lhe entrego a POSSE.

ENCARGO – NÃO suspende NEM a AQUISIÇÃO do DIREITO (já é dono desde agora) NEM o EXERCÍCIO do DIREITO (já pode
morar desde agora).

Qual a consequência de eu colocar uma CONDIÇÃO IMPOSSÍVEL? NEM SEMPRE INVALIDADA O NEGÓCIO JURÍDICO, SÓ SE
FOR SUSPENSIVA.

EX CONDIÇÃO SUSPENSIVA: dou-lhe um carro se você pular e alcançar o sol com o dedo (nunca vai acontecer a condição, ou
seja, nunca vai produzir efeitos) – é uma condição proibida, portanto invalida o negócio jurídico, pois priva de todo efeito o
negócio jurídico.

EX CONDIÇÃO RESOLUTIVA: te dou mesada até você alcançar o sol com o dedo. -> é uma condição impossível a consequência
será que vou lhe dar mesada até você morrer, pois desde já produz efeitos. -> Desta forma, vai virar um Negócio Jurídico
Simples, é como se não existisse a condição, vai sempre produzir efeitos.

Se eu colocar uma CONDIÇÃO ILÍCITA, a consequência é que INVALIDA O NEGÓCIO JURÍDICO. Ex: dou-lhe uma casa se você
matar alguém, você não pode me cobrar a casa, pois coloquei uma condição ilícita e esta invalida o negócio jurídico.

Se eu colocar um ENCARGO ILÍCITO, a consequência é que NÃO INVALIDA O NEGÓCIO JURÍDICO, apenas ele é tido por NÃO
ESCRITO. Ex: dou-lhe uma fazenda, mas quero que 1 vez por semana você reúna as crianças e ensine sobre tráfico para elas. ->
você pode cobrar de mim a fazenda, mas eu não posso cobrar de você que ensine as crianças, pois é ilícito, cabe também para
casos impossíveis. Salvo se o encargo for motivo determinante da doação (por exemplo) aí invalida.

OBS: se o Juiz perceber que o cumprimento da obrigação é o motivo determinante da doação, aí nesse caso, vai INVALIDAR
TUDO, pois virou condição e a condição invalida. Ou seja, está muito ligado o cumprimento do encargo á doação que eu estou
fazendo. Ex: te dou a casa mas quero que você mate “x”.
AULA 3.1 – NEGÓCIO JURÍDICO

ATO EFICAZ – ATO QUE PROSUZ SEUS REGULARES EFEITOS.

ATO INEFICAZ – ATO QUE NÃO PRODUZ SEUS REGULARES EFEITOS.

ATO INVÁLIDO – ATO QUE NÃO ESTÁ DE ACORDO COM A LEI, NORMALMENTE INEFICAZ.

ATO VALIDO – ATO QUE ESTÁ DE ACORDO COM A LEI, NORMALMENTE EFICAZ.

 ATO INVALIDO – a lei graduou a invalidade em + e + Grave. A Lei diz quando um ato é
nulo ou anulável.

o +GRAVE = NULO -> NULIDADE: JUIZ deve declarar de OFÍCIO. Não


CONVALESCE. Não pode ser confirmado/ratificado.

o - GRAVE = ANULÁVEL -> ANULABILIDADE: a PARTE deve pedir, o Juiz não pode
agir de Ofício. O ATO CONVALESCE pelo decurso do tempo– tem prazo para
pedir sob pena de tornar-se válido. Pode ser confirmado/ratificado

A DIFERENÇA de ato nulo para ato anulável é que o ATO NULO é


NULO (acabou/não tem discussão) e o ATO ANULÁVEL é
ANULÁVEL (está ali esperando alguém pedir para anular, e tem
tempo para pedir senão convalesce – torna-se valide pelo decurso
de tempo).

SE A LEI PROIBIR A PRATICA DE UM ATO SEM DIZER SE O ATO É NULO OU


ANULÁVEL? NULO - EX: Pacta Corvina – contrato que tem por objeto herança de
pessoa viva. -> é proibido, não pode ser objeto de contrato. E se alguém vender? É
nulo ou anulável? -> a lei proíbe a pratica mas não diz se é nulo ou anulável, mas é
NULO, pois toda vez que a lei proibir a prática de um ato sem dizer se é nulo ou
anulável, chega-se a conclusão de que é NULO.

A LEI DIZ QUE É ANULÁVEL O ATO, MAS NÃO DA PRAZO, E AÍ? PRAZO É DE 2 ANOS -
EX: venda de ascendente para descendente sem a autorização dos demais
descendentes, é anulável essa venda, mas no artigo não traz prazo. SE NÃO DÁ O
PRAZO, O PRAZO É DE 2 ANOS.

AULA 3.2 - NEGÓCIO JURÍDICO


 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICOS – são VÍCIOS que INCIDEM no NEGÓCIO JURÍDICO
FAZENDO com que o ATO se torne INVÁLIDO - ANULÁVEL.

o O ATO tornou-se ANULÁVEL e tem 4 ANOS para pedir para anular, senão convalesce.

o 2 TIPOS DE DEFEITOS NO NEGÓCIO JURÍDICO -


 1º VÍCIO DA VONTADE (CONSENTIMENTO) – são 5 vícios: erro, dolo, coação,
estado de perigo e lesão. EX: ou você assina esse contrato agora ou eu te mato – neste
TORNA O caso coação.
ATO
ANULÁVEL  2º VÍCIO SOCIAL – não há nada de errado com a minha vontade, eu sei o que
faço e faço o que quero. O problema é na Intenção, quando pratico um ato para
prejudicar alguém. Ex: devo dinheiro para 10 pessoas, pego meus bens e doo para
minha mãe, mas continuo usando os bens, eu fiz doação por liberalidade? NÃO, eu fiz
doação para fraudar/prejudicar meus credores.

TORNA O  OBS – SIMULAÇÃO – não é mais defeito do Negócio Jurídico, pois hoje a
ATO NULO Simulação não torna o ato anulável, mas sim NULO. É causa PRÓPRIA/AUTONÔMA de
NULIDADE, TORNA O ATO NULO.

AULA 3.3 - NEGÓCIO JURÍDICO

VÍCIOS DA VONTADE (CONSENTIMENTO) – DEFEITO DO NEGÓCIO JURÍDICO, TORNA


O ATO ANULÁVEL.

 1º ERRO – deve ser um ERRO SUBSTANCIAL (relevante, que foi a causa do negócio,
causa da realização do ato). Ex: quero comprar uma joia de ouro, comprei e depois
descobrir que é folheada.

o ERRO é uma falsa percepção da realidade fática. ERRO DE DIREITO, é uma


falsa percepção da realidade jurídica, ou seja, desconhecimento da Lei.

o EU POSSO ALEGAR DESCONHECIMENTO DA LEI EM MINHA DEFESA? A regra


de que não podemos alegar desconhecimento da Lei NÃO É ABSOLUTA. Há
EXCEÇÕES: PARA ANULAR CONTRATO, alegando que só contratei, pois NÃO sabia que
tinha tal Lei, desde que o fiz de BOA-FÉ, ou seja, se tiver de boa-fé anula o contrato.
EX: João quer casar com ANA, para João casamento é amor, quero ter Comunhão
Universal de Bens, acontece que João tem 1 apartamento herdado de família e quer
que esse apartamento seja só seu, todavia casa no Regime de Comunhão Universal de
Bens. Posteriormente descobre que poderia misturar os Regimes por meio de um
Pacto Nupcial, poderia ter casado no Regime de Comunhão e especificado separação
para o Apartamento, neste caso João errou, pois não sabia, foi um erro de direito (de
desconhecimento da lei), errou de boa-fé. Pode anular este ato e fazer um novo com
as novas disposições. ERRO DE DIREITO TORNA O ATO ANULÁVEL DESDE QUE ESTEJA
DE BOA-FÉ.

 2º DOLO – ALGUÉM INTENCIONALMENTE PROVOCA O MEU ERRO. EX: vou comprar


uma joia de ouro, o vendedor pega uma joia folhada e diz que é de ouro, comprei, ficou
preta com o tempo, volto na loja reclamar para devolverem meu dinheiro.
o DOLO pode ser:

 DOLO COMISSIVO – por ação (o vendedor pega uma joia de folhada e diz que é
de ouro) ou;

 DOLO OMISSIVO – é quando a pessoa intencionalmente SILENCIA por fato


relevante que a outra parte haja ignorado (João sabia que aquele relógio não era da
minha família e eu pensava que era, João sabia, não falou nada e me vendeu – só
comprei pois pensava ser da minha família).

 DOLO DE TERCEIRO – quando houver este tipo de dolo, tem que ver se o
outro contratante sabia ou não sabia. Se sabia anula o ato (má-fé), se não sabia não
anula o ato (boa-fé), porém a vítima poderá cobrar indenização do terceiro que lhe
enganou. Marcos sabe que eu quero comprar uma joia de ouro e me indica a Loja de
Ana, Marcos sabe que Ana só vende joia folhada, chego na loja de Ana e compro a
joia, com o tempo fica preta a joia, volto a loja e peço meu dinheiro de volta, Ana diz
“o que eu tenho a ver com isso”, Ana (contratante) não teve dolo, o dolo foi de
Marcos (terceiro). Neste caso, o ATO será ANULADO? Em princípio NÃO, pois a boa-
fé tem que ser preservada, no caso de Ana. Mas se não houvesse boa-fé, Marcos
estava mancomunado com Ana anularia o ato.

 DOLO RECÍPROCO – TORNA O ATO VÁLIDO, pois nenhum poderá pedir para
anular e nem reclamar indenização (eu te enganei e você me enganou).

 3º COAÇÃO – obtém a vontade mediante violência ou grave ameaça. Para a coação


tornar o ato anulável, só se esta coação NÃO FOR COAÇÃO MORAL IRESISTÍVEL, ou
seja, seu tiver como resistir a coação, não pode pedir para anular – ex: criança de 10
anos chega pra você e diz “tio, compra essa bala pra mim senão te bato” -> você foi
coagido? NÃO, pois tinha como você resistir.

o Você deve aluguel, o dano da casa chega e diz “ou você me paga o aluguel até
amanhã, ou vou te colocar na rua”, você paga o aluguel, mas pede que este
ato seja anulado pois você foi coagido -> NÃO houve coação, houve ameaça
que não configura coação, pois NÃO SE CONFIGURA COAÇÃO A AMEÇA
REGULAR DO DIREITO.

o Também NÃO se considera coação o SIMPLES TEMOR REVERENCIAL, ou seja,


o medo de uma pessoa que você deve obediência.

o COAÇÃO DE TERCEIRO – mesma regra do dolo de terceiro. Se você sabia ou


deveria saber da coação de terceiro, anula. Se você não sabia e não tinha
como saber, o ato é válido, mas pode cobrar indenização do terceiro que
enganou.
São SEMELHANTES, pois tanto a LESÃO quanto o ESTADO DE PERIGO, haverá um CONTRATO entre nós dois que em razão de
uma determinada situação, não só eu me vejo forçado a contratar com você, mas mais do que isso, assumir uma prestação
excessivamente onerosa (pagar mais caro do que deveria). OU SEJA, em situações normais não teria contratado nestas
condições. -> OBS: NÃO é que eu seja OBRIGADO A CONTRATAR, eu ME VEJO SEM ESCOLHAS, FORÇADO A CONTRATAR e
ainda PAGANDO MUITO MAIS CARO DO QUE DEVERIA.

 Quando isto vai configurar ESTADO DE PERIGO?


 Quando isto vai configurar LESÃO?

- A DIFERENÇA entre LESÃO e ESTADO DE PERIGO é qual foi a SITUAÇÃO que gerou essa EXCESSIVA ONEROSIDADE.

OBS – se se REEQUILIBRAR AS PRESTAÇÕES O CONTRATO SE MANTÉM. Ex do mecânico: devolva me 900 reais, aí ele fica com
100 reais, o valor normal, aí o contrato se mantém.

MACETE – PREMITO DA NECESSIDADE DE SALVAR-SE = ESTADO DE PERIGO; PREMENTE NECESSIDADE ou INEXPERIÊNCIA =


LESÃO.

 4º ESTADO DE PERIGO – é quando alguém PREMIDO da NECESSIDADE de SALVAR-SE


ou ALGUÉM da SUA FAMÍLIA à GRAVE DANO CONHECIDO pela outra PARTE ASSUME
PRESTAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA. Não tem opção, precisa se salvar ou a
família. Tem 4 ANOS para pedir para ANULAR este ATO.

 5º LESÃO – ocorre quando alguém por PREMENTE NECESSIDADE ou INEXPERIÊNCIA,


ASSUME PRESTAÇÃO MANIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL ao VALOR da
PRESTAÇÃO OPOSTA.

o PREMENTE NECESSIDADE – necessidade urgente, é uma NECESSIDADE


CONTRATUAL, ou seja, eu estou saindo bem cedo de casa para fechar um
negócio fundamental de trabalho, saindo carro estraga, tenho que trocar a
bateria do carro, só tem um mecânico aberto nesse horário, ligo pra ele, me
cobra R$: 1.000 (10x o valor normal). Posso reclamar, pois passei a ter uma
NECESSIDADE CONTRATUAL, ou seja, ou eu contrato com você ou não
contrato com ninguém, aí se vê for forçado a contratar por ser a única opção.

o INEXPERIÊNCIA – em razão da inexperiência eu paguei muito mais caro.

 FRAUDE CONTRA CREDORES – EX: devo dinheiro para 10 pessoas, pego meus bens e
doo para minha mãe, mas continuo usando os bens, eu fiz doação por liberalidade? NÃO, eu fiz
doação para fraudar/prejudicar meus credores, ficar sem bens no meu nome e não pagar
meus credores. -> O QUE PODEM FAZER OS CREDORES? Pode ajuizar uma Ação Judicial
pedindo para Anular esta Doação para que os Bens Retornem para mim e com consigam
cobrar de mim a dívida.
o Qual o nome da AÇÃO PARA ANULAR O ATO? AÇÃO PAULIANA.
o AÇÃO PAULIANA – ação que os credores tem ao seu dispor para ANULAR
ATOS EM FRAUDE CONTRA CREDORES. Nem todos os credores podem propor
essa ação, só podem propor essa ação os CREDORES QUIROGRAFÁRIOS.
PRAZO 4 ANOS para propor essa ação.
o CREDOR QUIROGRAFÁRIO – é o CREDOR SEM GARATIA ESPECÍFICA. Se o
CREDOR TEM GARANTIA ESPECÍFICA, ele não pode pedir para anular ato, pois
ele pode ir atrás da garantia.

o QUANDO SE CONFIGURA A FRAUDE CONTRA CREDORES?


 ATOS GRATUITOS – BASTA PROVAR A INSOLVÊNCIA DO CREDOR:
NÃO pode praticar atos gratuitos a PESSOA INSOLVENTE ou a PESSOA
SOLVENTE, mas que com a prática do ato se torna insolvente, ex: doar
todo o patrimônio para a mãe. NÃO IMPORTA se tenha praticado de
boa ou má-fé.
 NÃO NECESSÁRIAMENTE PRECISA SER GRATUITO – podem ser
anulados também ATOS ONEROSOS. Para anular o Ato Oneroso, tem
que provar a: - INSOLVÊNCIA do CREDOR e a (+) – MÁ-FÉ dos
PRAZO ENVOLVIDOS.
 A MÁ-FÉ SE PROVA quando a INCIDÊNCIA FOR NOTÓRIA (ex:
é minha mãe, pai, tio...) ou QUANDO HOUVER MOTIVO PARA
SABER.
 CONSILIUM FRAUDIS – é o CONLUIO DE FRAUDES entre os
dois, ex: João, compra meu carro pois os credores estão me
pressionando – estamos mancomunados para prejudicar os
credores. Só precisa provar o Consilium Fraudis quando o
ATO for ONEROSO.

ANULAR ATO E QUALQUER DEFEITO DO NEGÓCIO JURÍDICO o PRAZO É DE 4 ANOS A PARTIR DA PRÁTICA
DO ATO.

OBS – NO CASO DE COAÇÃO, O PRAZO NÃO COMEÇA DA PRÁTICA DO ATO, mas COMEÇA QUANDO CESSAR A
COAÇÃO.

AULA 3.4 – NEGÓCIO JURÍDICO

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA – são PRAZOS que existem para que eu EXERÇA um DIREITO
meu. Eu até posso ter direitos, mas em nome da segurança jurídica, da paz social, do equilíbrio
das relações sociais, eu devo ter um PRAZO para EXERCER estes DIREITOS. Quando é que o
prazo que eu tenho para cobrar este direito (ajuizar a ação) é de Prescrição? E quando é de
Decadência? A diferença é: qual ação judicial você vai propor para cobrar este direito!

 PRESCRIÇÃO – se for uma AÇÃO CONDENATÓRIA, é aquela ação que eu proponho


pedindo para o Juiz condenar a fazer alguma coisa. Ex: cobrança de dinheiro - Juiz, condene o
réu ao pagamento de 10 mil reais que me deve.

o Direito que cobro numa Ação Condenatória chama-se – DIREITO SUBJETIVO,


é o direito a uma prestação, o direito sobre o qual corresponde um dever
jurídico.
 DECADÊNCIA – se for uma AÇÃO CONSTITUTIVA, é aquela que eu NÃO peço para o
Juiz condenar você a fazer nada, eu peço para o JUIZ CONSTITUIR uma NOVA SITUAÇÃO
JURÍDICA, Ex: anulação de contrato - você colocou uma arma na minha cabeça, “assina o
contrato ou te mato”, eu vou a juízo e proponho Ação Anulatória alegando que fui coagido.

o Direito que cobro numa Ação Constitutiva chama-se – DIREITO


POTESTATIVO, é o direito ao qual corresponde a MERA SUJEIÇÃO da outra
parte, Ex: direito de pedir divórcio – você não tem que fazer nada, você tem
que aceitar; anular contrato, pois vou com uma ação constitutiva, o Juiz anula
e você terá que aceitar.

 DIFERENÇAS ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

 ÓTICA MATERIAL – Direito Subjetivo ou Direito a uma Prestação, se sujeita à


Prescrição. Direito Protestativo se sujeita à Decadência.

 ÓTICA PROCESSUAL – Pretensão Condenatória se sujeita à Prescrição.


Pretensão Constitutiva se sujeita à Decadência.

Na DECADÊNCIA PERCO o PRÓPRIO DIREITO (ex: ato anulável que convalesceu),


ainda, é NULA a RENÚNCIA da Decadência.

o CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL - ele COMEÇA E NÃO PARA MAIS


(começa e ninguém segura). Ex: se tenho um prazo de 3 anos que começa
hoje, daqui 3 anos ele acaba. NÃO PODE SER ATACADO, ou seja, NÃO pode
ser SUSPENSO ou INTERROMPIDO, SALVO EM EXCEÇÃO PREVISTA EM LEI, ou
seja, a menos que a Lei traga uma exceção, o prazo decadencial não pode ser
suspenso e nem interrompido.
 EXCEÇÃO PRAZO DECADENCIAL – só existe 1 caso onde o prazo fica
parado (suspenso): Art. 208 – NÃO CORRE DECADÊNCIA CONTRA
ABSOLUTAMENTE CAPAZ.

Na PRESCRIÇÃO PERCO a PRETENSÃO (o Poder de Cobrar Judicialmente) e a EXCEÇÃO


(ou seja, a defesa, quando prescreve eu perco não só poder de cobrar judicialmente,
mas de alegar em minha defesa), NÃO PERCO o PRÓPRIO DIREITO, eu ainda tenho o
Direito, mas não posso cobrar judicialmente.

o EX: minha dívida com você já estava prescrita, mas você amigavelmente ou
por engano pagou essa dívida prescrita, o PAGAMENTO É VÁLIDO e você NÃO
PODE PEDIR REPETIÇÃO, ou seja, DEVOLUÇÃO DE QUANTIA PAGA POR
DÍVIDA PRESCRITA.

o RENÚNCIA DA PRESCRIÇÃO – pode ser RENUNCIADA, desde que JÁ


CONSUMADA e NÃO PREJUDIQUE A TERCEIROS a prescrição, no contrato (lá
atrás) não pode escrever “as partes abrem mão da prescrição”, Pode ser
EXPRESSA – quando você escreve “abro mão da prescrição”, ou TÁCITA –
quando você paga a dívida prescrita.
o CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL – já o prazo prescricional de 3 anos
que começa hoje pode acabar daqui 3, 4, 5, 6 ... anos, pois PODE SER
ATACADO, ou seja, pode ser SUSPENSO ou INTERROMPIDO.

 SUSPENDER O PRAZO: começou o prazo, FICOU UM TEMPO PARADO,


e VOLTA A CONTAR DE ONDE PAROU.

 INTERROMPER O PRAZO: começou o prazo, PAROU, e aí começa a


contar tudo novamente, ZERA O PRAZO E COMEÇA DE NOVO.

ARTS. 197, 198, 199 (SUSPENSÃO); 202 (INTERROMPEM) -> PRESCRIÇÃO + 207 DECADÊNCIA

ABSOLUTAMENTE INCAPAZ – NÃO PERDE PRETENSÃO PELA PRESCRIÇÃO E NEM PELA


DECADÊNCIA.

RELATIVAMENTE INCAPAZ – PODE PERDER A PRETENSÃO PELA PRESCRIÇÃO, E AÍ PODERÁ


COBRAR UMA INDENIZAÇÃO DO ASSISTENTE QUE DEVERIA TER AJUDADE E NÃO AJUDOU.

JUIZ PODE AGIR DE OFÍCIO PARA RECONHECER?

PRESCRIÇÃO: o JUIZ DEVE agir de OFÍCIO, conheceu o ato, tem a obrigação de dizer que está
prescrito.

DECADÊNCIA: DEPENDE, existem 2 tipos de DECADÊNCIA:

1º DECADÊNCIA LEGAL – é aquela que é fixada por Lei (ex: 4 anos para anular contrato
se houver um defeito no negócio jurídico). JUIZ só reconhece de OFÍCIO quando dor LEGAL,
pois a Lei estabeleceu o prazo e desta forma o Juiz tem a obrigação de reconhecer de ofício.

2º DECADÊNCIA CONVENCIONAL – é quando a Lei NÃO coloca um prazo decadencial,


mas nós (particulares) colocamos um prazo no nosso contrato. O JUIZ NÃO pode RECONHECER
de OFÍCIO, pois NÃO foi a Lei que estabeleceu o prazo. Então o Juiz só pode declarar a
decadência se nós pedirmos, se for provocado -> é possível pedir em qualquer grau de
jurisdição.

AÇÃO DECLARATÓTIA – NEM PRESCRIÇÃO e NEM DECADÊNCIA, pois nessa ação não se
pede para o Juiz condenar ninguém a nada e nem a constituir uma nova situação jurídica. Na
Ação Declaratória eu peço para o Juiz apenas DECLARAR uma SITUAÇÃO que JÁ EXISTE.

AULA 4.1 a 4.4 – POSSE

 PODERES INERENTES À PROPRIEDADE – são os poderes inerentes do proprietário, são


aqueles poderes que o proprietário tem sobre o que é seu. São: Uso; Fruição ou Gozo;
Disposição; Sequela.
 USAR – praticar atos de acordo com a finalidade, se eu tenho um
apartamento, eu posso usá-lo, morar neste apartamento.
 FRUIÇÃO ou GOZO – é tirar frutos do bem. Se eu tenho um apartamento, eu
posso usar ele morando, como também posso colocar para alugar (fruir).
 DISPOSIÇÃO – poder que o proprietário tem de ter o bem a sua disposição, ou
seja, dentro dos limites legais, fazer o que quiser com o bem. Ex: apartamento,
posso morar, alugar, vender, emprestar, doar...
 SEQUELA – é o poder que o proprietário tem de buscar o que é seu, reclamar o
que é seu de quem quer que injustamente esteja com o bem. A Ação para
exercício do Poder de Sequela é a AÇÃO REIVINDICATÓRIA.

POSSE – não é o contato físico com o bem, é ter o EXERCÍCIO de qualquer dos Poderes
Inerentes à Propriedade. Se eu sou possuidor de um bem, é porque estou exercendo algum
desses poderes. Quem tem a posse de um bem, aparenta ser proprietário. O simples fato de
ter posse de um bem já é motivo para ter proteção jurídica.

 AÇÕES POSSESSÓRIAS – ação que o Possuidor tem para Reclamar Agressão a sua
Posse. O Possuidor tem LEGITIMIDADE ATIVA para propor Ação Possessória. NÃO confundir
Ação Reivindicatória (ação que o proprietário tem para exercer seu poder de sequela – discute
propriedade) com Ação Possessória (discute posse e não propriedade).

 Posso ter o Contato Físico com o bem e NÃO ter a posse! Pois eu tenho mera
DETENÇÃO. DETENÇÃO – são os chamados Casos de Degradação da Posse, ou seja, é um fato
que era para ser posse, pois o detentor está exercendo poder de proprietário, mas a lei
marginalizou, se eu tenho detenção, eu NÃO tenho LEGITIMIDADE ATIVA para PROPOR AÇÃO
POSSESSÓRIA. Principal caso é o FÂMULO DA POSSE – que é o servidor da posse, é a pessoa
que exerce a posse em nome alheio, cumprindo a posse em nome alheio. Ex: eu tenho um
motorista, e pedi para ele buscar meu filho no colégio, o motorista está usando o carro em
meu nome, cumprindo minhas ordens, logo ele é um fâmulo da posse.

 Posso NÃO ter Contato Físico e ter posse! Ex: comprei uma fazenda e mandei cercar
tal fazenda, pronto já tenho posse, mesmo estando em outra cidade, o meu uso foi cercar. Ex:
apartamento, o inquilino (Posse Direta) tem posse por estar no USO e o proprietário (Posse
Indireta) tem posse por estar FRUINDO.

 CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

 TEORIA DE IHERING – posse é ter o exercício dos direitos de proprietário.

 POSSE DIRETA e POSSE INDIRETA – fala-se toda vez que houver um desmembramento
dos poderes de proprietário, ou seja, quando eu entrego pra você um ou algum dos poderes
de proprietário, permanecendo com os outros. O Possuidor Direto pode defender a posse
inclusive contra o Possuidor Indireto.

 POSSE DIRETA – quem RECEBE momentaneamente.

 POSSE INDIRETA – quem CEDE temporariamente.

 POSSE JUSTA e POSSE INJUSTA – se classifica deste modo, pois caso haja agressão à
minha posse, posso propor ação possessória. O critério é que ganha quem tem posse justa e
perde quem tem posse injusta, pois a Posse Justa é a Posse Legítima – olha somente para
Critérios Objetivos. Quem pode propor a ação possessória é quem tem a posse e está sendo
agredido, ou quem tinha a posse e foi agredido. Desta forma, é requisito para propor a Ação
Possessória: ter a posse ou pelo menos ter tido a posse e estar sendo ou ter sido agredido.

 POSSE JUSTA – é a Posse Legítima/Legal.

 POSSE INJUSTA – é a Posse Ilegítima/Ilegal. Ex: o ladrão de carro. A Posse é


Injusta quando:
o VIOLENTA (é aquela obtida mediante violência);
o CLANDESTINA (é aquela obtida às escuras/às escondidas);
o PRECÁRIA (se configura a partir da recusa de devolução do bem).

 POSSE DE BOA-FÉ e de MÁ-FÉ – olha para Critérios Subjetivos.

 POSSE DE MÁ-FÉ – é aquela posse que é INJUSTA e EU SEI da injustiça da


posse (do vício que macula essa posse).

 POSSE DE BOA-FÉ – é a Posse que é INJUSTA, mas EU NÃO SEI da injustiça que
contamina ela (não sabia que era injusta).

o Ex: ‘A’ tem um terreno, ‘B’ coloca uma arma na cabeça de ‘A’ e diz “se
manda senão eu te mato”, assim ‘A’ é expulso e ‘B’ fica lá. ‘B’ tem uma
Posse Injusta, pois é violenta, e tem má-fé, pois ‘B’ sabe da injustiça de
sua posse. Aí ‘B’ resolve falsificar uma escritura pública e vende para
‘C’, que não sabe que comprou um terreno que foi fruto de uma
violação dessas, assim, ‘C’ tem uma posse injusta, mas como ‘C’ NÃO
sabe da injustiça da posse, a posse é de boa-fé. ‘A’ entra com ação
reivindicatória, o Juiz manda ‘C’ entregar para ‘A’ -> quem vendeu (‘B’)
não podia vender, quem comprou (‘C’) perdeu para um terceiro (‘A’) =
EVICÇÃO. ‘C’ (evicto), ‘A’ (evictor) -> ‘C’ poderá cobrar uma
indenização de ‘B’. Caso ‘C’ não encontre ‘B’, restará a ele “sentar e
chorar”, pois não terá o que fazer se ‘B’ sumir.

 AQUISIÇÃO DA POSSE – não é quando se segura o bem, tem contato com o bem, mas
sim, adquire a posse de um bem quando adquire algum dos poderes inerentes à propriedade.
“Exercício em nome próprio de qualquer dos poderes inerentes à propriedade”, tem que ser
em nome próprio, pois se for em nome alheio não adquire posse mas sim detenção.

 TRADIÇÃO – entrega do bem. Há 3 tipos de tradição:


o TRADIÇÃO REAL – é quando eu entrego o próprio bem para você.
o TRADIÇÃO SIMBÓLICA – é quando eu te entrego um símbolo que
representa o bem. Ex: as chaves de um carro.
o TRADIÇÃO FICTA – é a Tradição por Ficção Jurídica, ou seja, não existe
uma entrega do bem no mundo concreto, não entrega símbolo que
representa o bem. É uma entrega no Mundo Abstrato. Ex: te devo 10
mil e você me deve também 10 mil, vamos compensar as dívidas, no
mundo jurídico houve que eu te dei 10 mil, você pegou os 10 mil e me
devolveu (me pagou), mas no mundo concreto ninguém pagou
ninguém, houve compensação. Ocorre Tradição Ficta quando MUDAR
A NATUREZA DA POSSE DO POSSUIDOR.

 POSSE ALIADA A PROPRIEDADE: é o proprietário exercendo a


posse do que é seu. Ex: eu usando minha própria camisa.
 POSSE PURA: é aquela Posse sem Propriedade (ex: inquilino).

 Se eu tinha uma Posse de Proprietário e passei a ter uma


Posse Pura (SEM Propriedade), chama-se essa Tradição Ficta
de CONSTITUTO POSSESSÓRIO.

 Se eu tinha a Posse Pura e passei a ter uma Posse de


Proprietário, chama-se essa Tradição Ficta de TRADITIO BREVI
MANU.

 Ex: esse apto que eu estou é seu, você é o dono, eu sou o


inquilino. Aí você decide colocar a venda esse apto, e eu
(inquilino) decido comprar, comprei o apto , não tem sentido
ter uma entrega do bem, nem que seja simbólica, para
justificar a minha nova aquisição e minha nova posse, passei
de posse pura para posse de proprietário, por meio de uma
tradição ficta.

 TIPOS DE AGRESSÃO À POSSE -> SÃO 3:

 A) ESBULHO – haverá quando o possuidor perder a posse. Perderá a possibilidade


de exercer poder de proprietário.

 B) TURBAÇÃO – são atos concretos que dificultam o exercício da posse. Existem


atos concretos de agressão.

 C) AMEAÇA – é promessa de agressão. NÃO existem atos concretos de agressão, a


partir do momento que ocorre a agressão, deixa de ser ameaça e se torna turbação.

 EFEITOS DA POSSE – são 4 os Efeitos da Posse:


o 1º PROTEÇÃO POSSESSÓRIA – há 2 tipos de proteção: Autotutela e Heterotutela.

 AUTOTUTELA - eu mesmo me protejo, com minhas próprias forças. Não posso me


defender da ameaça, pois não há nenhum ato concreto contra mim. Tem proteção
contra a TURBAÇÃO (posso me defender com minhas próprias forças – LEGÍTIMA
DEFESA DA POSSE -> meio moderado, sem excesso, não pode prosseguir na agressão
quando esgotar o poder ofensivo da outra parte) e contra o ESBULHO (eu fui expulso e
posso fazer esforço para voltar, contanto que eu faça logo -> este é o requisito -> é o
DESFORÇO IMEDIATO, se deixar de ser logo, não tem mais a autotutela, aí terá que ir
para a heterotutela).
 HETEROTUTELA - um 3º (o Estado) me protege, tenho que propor uma ação
possessória para defender a minha posse. Tem proteção contra os 3 (esbulho,
turbação e ameaça), logo existem 3 AÇÕES POSSESSÓRIAS, uma para cada tipo de
agressão.
o ESBULHO – Ação de Reintegração de Posse (peço para ser reintegrado na posse).

o TURBAÇÃO – Ação de Manutenção de Posse (peço para ser mantido/manutenido


na posse).

o AMEAÇA – Interdito Proibitório (peço para o Juiz fixar uma Multa,


suficientemente alta, para tentar coibir a concretização da ameaça).

o - Nas AÇÕES POSSESSÓRIAS, existe a FUNGIBILIDADE das Ações Possessórias, ou


seja, o Juiz pode substituir uma ação possessória por outra. O Juiz pode receber
uma Ação Possessória com sendo outra.

o - Só existe Fungibilidade entre as 3 Ações Possessórias.

o - São AÇÕES DÚPLICES, ou seja, o réu pode na própria Contestação formular


pretensão contra o autor, sem precisar fazer Reconvenção (como é
normalmente).

o NÃO se admite EXCEÇÃO DE DOMÍNIO nas Ações Possessórias, ou seja, não pode
alegar propriedade em defesa, não se discute propriedade em Ação Possessória.

o Ações Possessórias podem ser: - DE FORÇA NOVA: se sou agredido em minha


posse e rapidamente proponho uma ação, ATÉ ANO e DIA – segue Procedimento
Especial do Livro IV do CC; - DE FORÇA VELHA: se sou agredido e demoro muito
para propor a ação, DEPOIS de ANO e DIA da agressão – segue Procedimento
Comum Ordinário.

o 2º POSSE E FRUTOS – Ex: A tem a posse de um bem e A está colhendo frutos deste
bem, B propõe uma Ação Possessória ou Reivindicatória contra A e toma esse terreno
de A, só que A passou algum tempo colhendo frutos, o possuidor (A) que perde o bem
deverá indenizar B pelos frutos que colheu? DEPENDE se a posse de A é de boa ou má-
fé.
 “O possuidor faz seus os frutos colhidos enquanto durar a boa-fé”, ou seja, se eu
tenho POSSE DE BOA-FÉ, eu NÃO VOU TER QUE INDENIZAR PELOS FRUTOS QUE
EU COLHI.
 Se eu tenho POSSE DE MÁ-FÉ, eu TEREI QUE INDENIZAR, NÃO SÓ OS FRUTOS
COLHIDOS, MAS TAMBÉM AQUELES QUE SE PERDERAM POR MINHA CAUSA, no
entanto, serei INDENIZADO pelo CUSTO da PRODUÇÃO e CUSTEIO, para evitar
enriquecimento sem causa.

o 3º POSSE E BENFEITORIAS – há 3 tipos de benfeitorias: a) NECESSÁRIAS – tem que


fazer para conservar o bem; b) ÚTEIS – é a que melhora a utilidade do bem; c)
VOLUPTUÁRIAS – para mero deleite/embelezamento ou recreio.

 DIREITO DE RETENÇÃO – é o direito que eu tenho de legitimamente


reter o bem até você me indenizar.
 Na POSSE DE BOA-FÉ serão indenizadas as Benfeitorias Necessárias e
Úteis, as Voluptuárias NÃO pode exigir, pode levantá-las/tirá-las,
desde que não prejudique o bem principal. Se a pessoa quiser a
Voluptuária ela terá que indenizar. Tem Direito de RETENÇÃO. Terá
que Indenizar com o Preço Atual da Benfeitoria.

 Na POSSE DE MÁ-FÉ serão indenizadas só as Benfeitorias Necessárias,


pois esta tinha que fazer, era para conservar o bem. É para evitar o
enriquecimento sem causa. NÃO tem Direito de RETENÇÃO. Você
poderá Escolher entre o Valor Atual ou o que Teve a Benfeitoria
Necessária quando for Indenizar.

o 4º POSSE E A RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DO BEM – eu


tenho a posse de um bem e perco a posse para você. Só que o bem não existe mais, se
perdeu, ou ele está deteriorado. O possuidor tem que indenizar pela perda ou
deterioração do bem? TANTO NA BOA-FÉ QUANTO NA MÁ-FÉ TEM QUE INDENIZAR.

 POSSE DE BOA-FÉ – terá que INDENIZAR somente se DER CAUSA a


PERDA ou a DETERIORAÇÃO, ou seja, se foi acidental/não deu causa,
NÃO precisará indenizar.

 POSSE DE MÁ-FÉ – terá que INDENIZAR se DER CAUSA e até mesmo


se for ACIDENTAL/NÃO DEU CAUSA.

 Posse de Má-Fé só NÃO INDENIZA quando PROVAR que a


perda ou deterioração TERIAM SE DADO DA MESMA FORMA
COMO SE O BEM ESTIVESSE COM VOCÊ. Ex: houve um
terremoto e matou todas as vacas das fazendas, ela morreu
comigo, mas ela também morreria se estivesse com você -> é
um Rompimento do Nexo de Causalidade.

AULA 5.1 – PROPRIEDADE

 PROPRIETÁRIO – tem 4 Poderes sobre o Bem: Uso, Fruição, Gozo e Sequela.

 AÇÃO REIVINDICATÓRIA – ação que o Proprietário propõe para reclamar do que é seu
de quem quer que injustamente esteja com o bem.

 DIREITOS DO PROPRIETÁRIO - Proprietário de um terreno, eu sou dono só da lamina


de terra? Ou eu também sou dono do subsolo e do espaço aéreo? De TUDO. Se sou dono de
um pedaço de terra, eu sou dono do espaço aéreo e do subsolo correspondente. Todavia, não
é ilimitada para cima e nem para baixo, é apenas dono de uma altura e profundidade úteis ao
exercício do proprietário, ou seja, não pode impedir nenhuma atuação nem além e nem
aquém desse limite.
o PROPRIEDA DO SOLO NÃO ABRANGE as JAZIDAS, MINAS e demais RECURSOS
MINERAIS, os Potenciais de Energia Elétrica, Monumentos Arqueológicos e
outros bens referidos em Lei Especial -> se tiver no terreno, é BEM PÚBLICO,
apenas vai receber royalties pela exploração.
COOPROPRIEDADE – QUANDO A PROPRIEDADE TEM MAIS DE UM DONO.

 QUANDO EU ADQUIRO A PROPRIEDADE DE UM BEM? Comprei uma casa, quando eu


assino o contrato de venda eu já sou dono? Não. Comprei um carro, quando eu assino o
contrato de venda eu já sou dono? Não. -> Adquire-se a propriedade diferentemente para
quando for bem móvel e para quando for bem imóvel.
o BEM IMÓVEL – Adquire a Propriedade com o REGISTRO, ou seja, pega o
PRINCIPAIS contrato de compra e venda e registrar em cartório.
FORMAS o BEM MÓVEL – Adquire a Propriedade com a TRADIÇÃO, ou seja, se dá com a
entrega do bem (carro ou das chaves do carro).

SÃO 3 AS FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA:


o REGISTRO
o USUCAPIÃO
o ACESSÃO

SÃO VÁRIAS AS FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL:


o TRADIÇÃO – entrega do bem.
o ACHADO DE TESOURO
o ESPECIFICAÇÃO
o OCUPAÇÃO
o CONFUSÃO
o COMISTÃO
o ADJUNÇÃO
o USUCAPIÃO

 PROPRIEDADE IMÓVEL – a Principal forma de Aquisição da Propriedade Imóvel é o


Registro em Cartório. Além do registro há o Usucapião e a Acessão.

o Ex: ‘A’ compra apto de ‘B’, ‘A’ vai ao cartório, mas não registra, pois acha muito caro
para registrar, fica só com o contrato, desta forma, no cartório este apto continua no
nome de ‘B’. Aí ‘A’ vendo o mesmo apto para ‘C’, ‘C’ vai ao Cartório e registra. Quem
é dono desse apto? ‘C’, pois se adquire a propriedade com o registro em cartório. ‘A’
não adquire a propriedade, pois está não se dá só pela assinatura do contrato.

o REGISTRO EM CARTÓRIO – faz PRESUNÇÃO RELATIVA de PROPRIEDADE, ou seja,


você está registrado dono lá, você é o dono mas admite-se prova em contrário, eu
provando que eu usucapi eu vou desconstituir o registro.

o USUCAPIÃO – independe de registro, independe até mesmo de ação judicial de


usucapião, adquire a propriedade por usucapião no exato momento em que
completar o prazo de usucapião. Propõe a Ação Judicial de Usucapião para que a
sentença valha como documento para levar para cartório e mudar o nome.
A SENTENÇA de uma Ação de Usucapião tem NATUREZA DECLARATÓRIA e
não constitutiva, pois a ação não me constituí dono, pois dono já sou, o que ela faz é
declarar uma situação que já existe.

o ACESSÃO – é forma de aquisição da propriedade que independe de registro, pois


Acessão significa ‘soma’, aqui o dono de um terreno adquire a propriedade do que é
somado ao seu terreno. Existem 5 formas de acessão: construção e plantação;
aluvião; avulsão; formação de ilhas; abandono de álveo.
 Abandono de Álveo – ex: álveo é a terra que está por baixo do rio
(água) no seu volume normal de água. Abandono de Álveo, ex:
fazenda e um rio no meio e outra fazenda do outro lado do rio, por
algum motivou houve desvio das águas e o álveo que estava abaixo
das águas apareceu, quem vai ser dono do álveo (porção de terra)? Irá
se dividir o álveo ao meio, cada lado pertence ao seu ribeirinho.

 Formação de Ilhas – ex: tenho um terreno, dentro desse terreno tem


um rio, esse rio secou e surgiu uma ilha, o dono dessa ilha sou eu, pois
a ilha está dentro da minha propriedade. E se surge uma ilha no limite
das propriedades, quem é o dono da ilha? Divide-se o álveo no meio, e
cada fica com uma parte.

 Construção e Plantação – o dono do terreno é dono de tudo que é


construído ou plantado no seu terreno. A diferença é que se eu
construí de boa-fé e tiver que sair, sou indenizado pelo material que
eu empreguei, má-fé nem isso eu sou.

 Aluvião e Avulsão – são partes de um mesmo fenômeno, a força das


águas traz um pedaço de terra que se soma ao terreno.

 Aluvião – é quando acontece de forma lenta e gradual, ou


seja, a força da água, com o passar do tempo vai tirando
micropartículas que vão se incorporando ao terreno, é
imperceptível naquele momento, só percebe com o passar dos
anos pelo acúmulo de partículas. Para virar dono/adquirir a
propriedade dessa porção de terra que se somou ao terreno
NÃO vai precisar indenizar, pois não foi um pedaço de terra
perdida, foram micropartículas.

 Avulsão – é quando acontece abruptamente. É perceptível.


Para virar dono/adquirir a propriedade dessa porção de terra
que se somou ao terreno vai precisar Indenizar, pois foi um
pedaço de terra. Ocorre que pode ser também sem
indenização, pois a pessoa terá 1 ano para cobrar a
indenização, se passar 1 ano e não cobrar, aí vira dono sem
indenizar.
A obrigação que o proprietário tem de indenizar é uma
OBRIGAÇÃO PROPTER REM (em razão da coisa), ou seja,
obrigação que tem, relação devedor-credor, que surge em
razão da aquisição de um direito real, indenizar para adquirir a
propriedade.

 FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL

o OCUPAÇÃO – perde-se a propriedade por abandono, quando você abandona o bem,


você perde a propriedade, esse bem abandonado recebe o nome de RES DERELICTA
(coisa abandonada). Quando uma pessoa se assenhorear de coisa sem dono (RES
NULLIUS – ex: peixe no rio) ou coisa abandonada (RES DERELICTA), adquire a
propriedade, em se tratando de bem móvel, essa forma de aquisição chama-se
OCUPAÇÃO.
 OBS – só vale para bem móvel, pois no caso de bem imóvel se você
abandonar um terreno e eu entrar nesse terreno eu não viro dono do
mesmo.

o ACHADO DE TESOURO – você achou um tesouro no terreno, a lei estabelece que para
premiar você que achou o tesouro, você fica com metade do tesouro, ou seja, você
que achou fica com metade e o dono do terreno com a outra metade.

o ESPECIFICAÇÃO – é quando o trabalho humano modifica a matéria-prima e a


transforma num produto. Ex: pego o couro e transformo num sapato; pego um
material qualquer e faço uma escultura.
Se o material não é meu, e eu fizer a transformação de boa-fé, sem saber que
a coisa era alheia, eu adquiro a propriedade desde que eu indenize você pelo material.
Se eu estiver de má-fé eu não adquiro a propriedade.

o CONFUSÃO – é quando se une dois elementos, virando um elemento único. É quando


mistura líquidos. Ex: misturo 2 vinhos, resultando numa outra espécie de vinho. Não
há um bem principal e não há um bem acessório
Quem é o dono? Os dois serão donos em condomínio.

o COMISTÃO – é quando se une dois elementos, virando um elemento único. É quando


mistura sólidos. Ex: tenho 1 café e você tem outro tipo de café, misturamos os 2 e
criamos um novo tipo de café. Não há um bem principal e não há um bem acessório.
Quem é o dono? Os dois serão donos em condomínio.

o ADJUNÇÃO – é quando se une dois elementos, virando um elemento único. É a


justaposição de uma coisa em outra sem você poder separar. Tem um bem principal e
junta com outro acessório. Ex: uma peça que é incorporada no motor. Existe um bem
principal e um bem acessório
Quem é o dono? Tem que ver se foi feito de boa-fé ou má-fé. Ex: Daniel
roubou de mim uma peça e vendeu para você incorporar num motor. Você incorporou
e agora não dá mais para separar, se você fez de boa-fé, o dono do principal é o dono
do acessório, você só tem que me indenizar pela peça. Mas se foi feito de má-fé (você
sabia que era roubada), o outro (eu) poderá escolher entre ficar com o bem e
indenizar pelo restante (o motor) ou não ficar com o bem e receber a indenização pela
sua parte (a peça).

 DO DIREITO DE VIZINHANÇA – são OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER que o Proprietário


assume em razão da necessidade de preservação de direitos dos vizinhos.
o São várias os tipos de obrigação assumidas em razão do Direito de
Vizinhança. Aqui também há Obrigações Propter Rem, são obrigações de
devedor que eu assumo perante você credor no sentido de só ter essa
obrigação por ter Direito Real (ex: a propriedade do prédio), ex: obrigação de
construir algo com o propósito de prejudicar o meu vizinho
o Essas obrigações se traduzem em: uso anormal da propriedade; árvores
limítrofes; passagem forçada; passagem de cabos e tubulações...
o Árvores Limítrofes: ex: ‘A’ tem um terreno e ‘B’ tem outro terreno, no meio
destes tem uma árvore. Quem é o dono desta árvore? Essa árvore será em
condomínio de ‘A’ e de ‘B’. ex: ‘A’ tem uma árvore em seu terreno, mas os
galhos se prolongam e atingem o terreno de ‘B’, caiu uma fruta desses galhos
no terreno de ‘B’. Quem é o dono do fruto, onde a fruto caiu ou o dono da
árvore? É o dono onde o fruto caiu, ‘B’. Ainda, ‘B’ pode cortar raízes e galhos
que avancem sobre o seu terreno.

o Direito de Construir: art. 299 e s/s: são regras que devem ser observadas na
hora em que for construir no terreno. Ex: não pode construir uma
janela/varanda a menos de 1.5m do vizinho.

o CONDOMÍNIO: é a co-propriedade, ou seja, mais de um dono ao mesmo


tempo de um bem. É mais de um dono de tudo ao mesmo tempo, não há
fração/delimitação.
 Condomínio Pro Diviso: é quando cada condômino exerce, com
exclusividade, posse em áreas delimitadas. Todos são donos de tudo
ao mesmo tempo, o que se delimita são áreas de exercício exclusivo
da posse.
 Condomínio Pro Indiviso: é quando não há a área de delimitação da
posse exclusiva. Todos são donos de tudo ao mesmo tempo e todos
exercem posse sobre tudo.
 São 3 os Principais Deveres que o Condômino tem e são 3 os
Principais Direitos que o Condômino tem:
Direitos – 1º todos os condôminos tem direito de usar a coisa
conforme a sua destinação, exercendo todos os direito compatíveis
com a divisão, respeitando igual direito dos demais; 2º reivindicar a
coisa comum bem como defender a posse; 3º vender ou gravar a sua
fração ideal.
Deveres – 1º não alterar a coisa comum nem dar posse a
estranhos sem a autorização dos demais condôminos; 2º dever de
arcar com as despesas comuns na proporção de suas frações ideais; 3º
responder perante os demais pelos frutos colhidos, pois pertencem a
todos.

 PROPRIEDADE RESOLÚVEL – é aquela sujeita a Condição Resolutiva (é a condição que


resolve o direito, ou seja, eu tenho o direito, mas se acontecer à condição, eu não tenho mais
o direito) ou a Termo Final (quando põe fim a produção de efeitos). Ex: a pessoa desapareceu,
é declarada a ausência, e anos presume sua morte e é aberta a sucessão definitiva, aí os
herdeiros adquirem a Propriedade Resolúvel, mas perderão a propriedade dos bens se ocorrer
uma Condição Resolutiva, se o “morto” voltar.

 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA – é quando você compra um bem através de


um financiamento bancário, de modo que você transfere a propriedade em confiança para o
Banco que terá a Propriedade Resolúvel do Bem, ou seja, perderá a propriedade caso você
pague toda a dívida. Se não for pago, o Banco tem aquele bem em garantia.
Só pode ser objeto de de alienação fiduciária em garantia bens imóveis ou bem móvel
desde que seja infungível, os fungíveis não podem.

 OBS – STJ diz que o CARRO é um BEM INFUNGÍVEL, devido ao nº do chassi, que só
existe um.
CLASSIFICAÇÃO EXCLUSIVA DE BENS MÓVEIS – FUNGÍVEL e INFUNGÍVEL

Bem Fungível – é aquele bem substituível, tem outros iguais. Ex: garrafa de whisky.

Bem Infungível – é aquele bem insubstituível, não tem outros iguais. Ex: obra de arte.
Qualquer Direito Real sobre um BEM IMÓVEL se adquire com o REGISTRO.

Qualquer Direito Real sobre um BEM MÓVEL se adquire com a TRADIÇÃO.

 DIREITOS REAIS – PROPRIEDADE; SUPERFÍCIE; SERVIDÃO; USUFRUTO; USO;


HABITAÇÃO; DIREITO RELA DE PROMITENTE COMPRADOR DE IMÓVEL; HIPOTECA; PENHOR;
ANTICRESE; CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA E; CONCESSÃO DE
DIREITO REAL DE USO.
OBS – POSSE NÃO é DIREITO REAL, é um Fato protegido pelo Direito.

 PODERES DE PROPRIETÁRIO – USO; FRUIÇÃO; DISPOSIÇÃO; SEQUELA.

 DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS – eu proprietário vou entregar/CEDER para


você um ou alguns dos meus poderes de proprietário, permanecendo com outros, razão pela
serei chamado de nu-proprietário. Ex: direito real de usufruto – eu vou ceder pra você o direito
de usar e fruir e eu permaneço com o poder de disposição e de sequela.
o Sempre tem dois atores: o Proprietário e o Titular do Direito Real sobre Coisa
Alheia.
o Quando cede um ou alguns dos poderes, NÃO tem mais a Propriedade Plena,
por isso quando é cedido, não é mais chamado de proprietário, mas de NU-
PROPRIETÁRIO (não tem mais a propriedade, tem a nua propriedade), pois
está despido de algum dos poderes.
o OBS – Disposição e Sequela NUNCA são cedidas.

 DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE – aqui o Nu-Proprietário recebe o nome de FUNDEIRO e o


Titular do Direito Real sobre coisas alheias de SUPERFICIÁRIO. É quando eu cedo para
você um terreno para você realizar alguma construção ou plantação. É cedido
temporariamente. Ex: você quer construir um hotel, eu cedo um terreno meu para você
fazer a construção e explorar essa atividade durante um tempo, de modo que ao final do
tempo eu retomo a propriedade com a construção do bem.

o Quando cede-se o terreno, o Superficiário só pode usar a superfície, não


podendo explorar o subsolo do terreno, só pode usar naquilo que for
indispensável para a plantação ou construção.

o Pode ser ONEROSO, se for oneroso, você paga uma quantia para ter o Direito
Real de Superfície (ex: te cedo meu terreno por 40 anos, mas você me paga 1
milhão de reais) e essa quantia paga se chama CANON SUPERFICIÁRIO – é o
valor que o superficiário paga ao fundeiro para ter um Direito Real de Superfície
durante um tempo.

o Pode ser GRATUÍTO, pois eu posso ceder de graça para você o Direito Real de
Superfície sobre o meu terreno.

o Aquisição do Direito Real de Superfície: é Direito Real sobre um Bem Imóvel, se


adquire com o Registro. Registro do contrato de superfície

o Qualquer Direito Real nasce de um contrato (de um acordo de vontades)

o Os Direitos Reais são Oponíveis ERGA OMNES.


o O NU-PROPRIETÁRIO pode vender a propriedade, mas o adquirente tem que
respeitar a estada da pessoa como superficiária pelo período de tempo antes
combinado.

 DIREITO REAL DE SERVIDÃO – quando tem um prédio (imóvel) a serviço de outro


prédio. O prédio que serve é chamado de serviente e o prédio que se serve de dominante.
Nasce esse direito real de servidão pelo Registro do Contrato de Servidão, se dá pelo acordo
de vontade entre as partes.

o Que tipo de Servidão é essa? Infinitos, são infinitas a possibilidades, ex:


servidão de pasto (os meus animais vão pastar no seu terreno); servidão de
cacimba (vou buscar água no seu terreno); servidão de trânsito/passagem
(posso passar pelo seu terreno para chegar no meu); servidão de aqueduto
(vou construir um aqueduto no seu terreno para trazer água até o meu);
servidão de vista.

o A e B tem servidão, se A vender o terreno para C, C vai ter que respeitar a


servidão de B.

o Para ter Servidão tem que ser Prédios de Donos Diversos.

o Direito Real de Servidão: NÃO é Temporário, estabelecido Direito Real de


Servidão, ele NÃO tem um prazo para acabar, ele também não é eterno. A lei
estabelece algumas circunstâncias que fazem acabar o direito real de servidão,
se acontecer alguma dessas circunstâncias aí acaba, senão é eterno (não terá
prazo para acabar).
 Art. 1387: Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada,
só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.Parágrafo
único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se
mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar,
o consentimento do credor.

 Art. 1.388: O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios


judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio
dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua
servidão; II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a
utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da
servidão; III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão.

 Art. 1.389: Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio


serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da
extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma
pessoa; II - pela supressão das respectivas obras por efeito de
contrato, ou de outro título expresso; III - pelo não uso, durante dez
anos contínuos.

o Se tiver um prédio encravado dentro de outro prédio, sem ter acesso a via
pública, nascente ou porto, o dono do terreno é obrigado a dar passagem ao
dono do terreno encravado. Isto aqui NÃO é Direito Real de Servidão de
Trânsito, pois aqui não nasce de um acordo de vontade entre as partes, aqui
há uma obrigação, é imposição de lei, o que ocorre nesse caso é uma
Limitação do Direito de Vizinhança – que é a Passagem Forçada. O que pode
ser reclamado do proprietário do terreno encravado é uma indenização, por
este estar passando no meio do terreno de outro.

 DIREITO REAL DE USUFRUTO – de um lado terá o Nu-proprietário (pois não tem mais
os poderes de usar e fruir, permanecendo com disposição e sequela) e contrapondo a ele tem-
se o Usufrutuário, onde aquele cede para esse o Direito de Usar e Fruir do seu Bem.

o Pode existir Usufruto tanto de Bem Móvel quanto de Bem Imóvel.

o Características:

 Usufruto é Temporário – cedo para você temporariamente um bem meu para que
você possa usar e fruir, acabou o tempo, você me devolve o bem tal como você
recebeu, razão pela qual posso Cobrar uma Caução de você como garantia de que
serei reestabelecido na minha situação anterior, pode ser uma Garantia Real
(uma coisa é dada em garantia) ou uma Garantia Fidejussória (é uma garantia
pessoal, é quando uma pessoa garante o pagamento).
No Usufruto DEDUCTO ou RESERVADO NÃO cabe a exigência da Caução, não
é obrigado à caução o doador que se reservar o usufruto da coisa doada. Não
posso doar bens de modo que eu fique na miséria, então posso doar todos os
meus bens, mas enquanto eu estiver vivo reservo para mim o usufruto, ou seja,
transferi a propriedade, mas reservei a propriedade para mim.
Posso ceder um Bem meu em Usufruto para uma Pessoa Jurídica? Posso, o
problema é que a Pessoa Jurídica pode nunca “morrer” (deixar de existir), aí pode
se ter a configuração de um usufruto eterno, desta forma a lei coloca um Prazo
Máximo, que é de 30 ANOS. Ainda, pela extinção da Pessoa Jurídica acaba o
Usufruto, em razão da intransmissibilidade.

 Usufruto é Intransmissível – se eu ceder um bem meu em usufruto para você,


você não pode transferir esse direito de usufruto para outra pessoa, pois esse
Direito é Personalíssimo. A Morte da Pessoa Extingue o Usufruto, é
intransmissível tanto inter vivos como causa mortis.
OBS – a Morte do Nu-proprietário NÃO põe fim ao Usufruto, os herdeiros
herdarão a nua propriedade.

 Art. 1393 – Não se pode transferir o usufruto por alienação, mas o seu Exercício
(os direitos que decorrem do usufruto) pode ceder-se por título gratuito ou
oneroso.

 Usufruto Impróprio ou Quase Usufruto– é possível haver Usufruto de Bem


Consumível, desde que seja também um Bem Fungível (é o bem substituível, tem
outros iguais). Ex: uma garrafa de vinho. Não é bem um usufruto, pois você
transfere a propriedade.

 Usufruto Próprio – é o Usufruto que NÃO tem por objeto bens consumíveis e
fungíveis. São Bens Móveis ou Imóveis Inconsumíveis.
 DIREITO REAL DE USO – eu cedo para você o Direito de Usar e Fruir. Você além de usar
pode fruir, desde que seja indispensável para a sua subsistência.

 DIREITO REAL DE HABITAÇÃO – quando o Direito de Uso recaia sobre habitar e for
gratuito, aí você não pode alugar, você só poder viver/morar com sua família.

 DIREITO REAL DE CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA E


CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO – Poder Público ceda para Particular bens públicos para
que possam neles morar ou usar. Ex: casas populares.

 DIREITO REAL DE PROMITENTE COMPRADOR DE IMÓVEL – nasce do Contrato de


Promessa ou Compromisso de Compra e Venda. É um Pré Contrato (não precisa ter a mesma
forma do definitivo) = Contrato Preliminar = Pacto de Contraendo, é um contrato onde eu
assumo a obrigação de celebra no futuro um Contrato Definitivo. Ex: contrato de compra e
venda de um apartamento em construção parcelado em 10x, para nascer o Direito Real tem
que registrar a promessa de compra e venda em cartório, direito real você não tem, mas você
tem direito real de promitente comprado de imóvel. Paguei todas as parcelas, quando vou
celebrar o Contrato Definitivo de Compra e Venda a construtora não quer celebrar, aí posso
propor uma Ação de Adjudicação Compulsória, ou seja, vou a juízo pedir ao Juiz que force a
Entrega do Bem para mim, o Juiz vai dar uma Sentença transformando o Pré Contrato em
Contrato Definitivo.

 DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS – são 2 os tipos:

o 1º) DIREITOS REAIS DE FRUIÇÃO – permite usar e fruir do bem de diferentes formas
(superfície, habitação, uso, fruição...);

o 2º) DIREITOS REAIS DE GARANTIA – não tem o bem para usar e fruir, tem o direito de um
bem apenas que não lhe pertence como uma garantia, ou seja, se você não me pagar eu
tenho o bem como garantia. Esses Direitos são 3:

 HIPOTECA: da um bem como garantia, é quando dou um Bem Imóvel em Garantia.


Ex: dou para o Banco minha casa em BC como garantia. Esse meu Bem Hipotecado
eu posso vender para 3º, é Nula a Cláusula que proíbe a venda. Mas também o
Banco depois caso eu não pague pode opor contra esse 3º, haja vista o Direito Real
ser Oponível Erga Omnes (contra todos e não só contra o contratante).
Embarcações e Aeronaves são Bens Móveis, mas que por força de lei são
dados como Garantia de Hipoteca.
Na Hipoteca o Devedor continua com a Posse do Bem. A hipoteca nasce com o
Registro do Contrato em Cartório de Imóveis.
O Bem dado em Hipoteca chama-se Bem Hipotecado. O Credor que tem como
garantia hipoteca chama-se Credor Hipotecário.

 PENHOR: da um bem como garantia, é quando dou um Bem Móvel em Garantia. O


Devedor Transfere a Posse dos Bens para os Credores.
Bem dado em Penhor NÃO pode ser Vendido. O Penhor nasce com a Entrega
do Bem, mas tem que Registrar o Penhor no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos.
NÃO pode dar mesmo Bem para garantia de 2 dívidas.
Bem dado em Penhor chama-se BEM EMPENHADO. O Credor que tem como
garantia o penhor chama-se Credor PIGNORATÍCIO.
Existem alguns casos em que o Devedor Continua na Posse do Bem, tal como
na Hipoteca, em regra quando eu Empenhar um Bem meu eu tenho que transferir a
posse para o Credor Pignoratício. A EXCEÇÃO é o PENHOR EMPRESARIAL.
Penhor Empresarial é o conjunto de bens que o Empresário reúne para
explorar a empresa. Ex: maquinas da indústria, se transferir a posse desses bens
não tem como o empresário trabalhar, nesse caso não há entrega efetiva do bem
para o Credor Pignoratício. Existe uma Tradição Ficta, pois o devedor continua com
os Bens Empenhados.

NÃO confundir com Penhora (que é uma fase no processo de execução de


constrição judicial de um bem para posterior venda) = Bem Penhorado.

 ANTICRESE: eu dou como Garantia de uma Dívida um Bem Imóvel em Garantia,


mas não é para ele ser vendido e com o dinheiro você receber o que eu lhe devo, é
para você Tirar Frutos do Bem até você ser Pago, até a dívida ser adimplida.

PACTO/CLÁUSULA COMISSÓRIO – é uma Cláusula no Contrato estabelecendo que o


Credor irá Adquirir a Propriedade do Bem dado em Garantia caso o Devedor não lhe
pague. NÃO se admite no Brasil, a Lei diz que é Nulo o Pacto Comissório, o correto é
venda o Bem e o Credor tira o dinheiro que lhe cabe.

DAÇÃO EM PAGAMENTO – é meio anormal de extinção da obrigação. O CREDOR NÃO é


OBRIGADO a Aceitar como forma de pagamento Obrigação Diversa, ainda que mais
valiosa. Caso queira receber pode, configurando o instituto chamado de DAÇÃO EM
PAGAMENTO.

 HIPOTECA – o mesmo bem pode ser dado em garantia para + de 1 credor? Pode, é
o que se chama de SUB-HIPOTECA ou HIPOTECA de 2º GRAU – é quando hipoteco o mesmo
bem para mais de uma dívida, pode ser com o mesmo credor ou com credor diferente. A
Preferência para receber o dinheiro não é para quem celebra 1º o contrato, a preferência é
para quem 1º Registra a Hipoteca.

BEM DE FAMÍLIA: a Família NÃO precisa Residir no Imóvel. Se é o único imóvel de uma
família e eles alugarem e a renda obtida for para sustento da família é Bem de Família. O
Bem de Família pode ser hipotecado, pois se eu hipotecar o meu bem de família, eu
estou abrindo mão da Impenhorabilidade desse bem.

Existem 3 tipos de Hipoteca: Convencional; Legal; Judicial.


o Hipoteca Convencional: é aquela Hipoteca que nasce do Acordo de Vontades.

o Hipoteca Legal: é aquela que decorre de Lei, independe da vontade das partes.
Independe até mesmo de registro.

o Hipoteca Judicial: aquela que decorre dentro de um Processo Judicial, como garantia
de que o vencedor do processo receberá o que lhe é devido.

 PENHOR –
o Penhor Convencional – é o que surge do Acordo de Vontades
o Penhor Legal – quando vou a um hotel e não pago a diária, quando alugo um
apartamento e não pago o aluguel. A lei permite que o dono do hotel, que o
proprietário do apartamento RETENHA BENS MÓVEIS MEUS como GARANTIA
PIGNORATÍCIA.

AULA 7.1 – DIREITO DE FAMÍLIA 18 min

 A CF prevê 3 Modelos de FAMÍLIA protegidos pelo Direito:

o 1º Família Fruto do CASAMENTO:

o 2º Família Fruto da UNIÃO ESTÁVEL: é Relação Fática SEM Casamento, vivem como se
marido e mulher fossem, com o objetivo de constituir família, é modelo de convivência
sem constituir casamento. NÃO tem Tempo para Configurar a União Estável. O principal
elemento para a configuração da União Estável é a RELAÇÃO MORE UXORIU (é Relação
com Objetivo de Constituir Família), o importante é que a Relação seja
Pública/Duradoura, tenha estabilidade.
Exceção: existe um caso em que haverá União Estável mesma havendo Impedimento
para Casar: é quando uma Pessoa é Casada, mas está Separada Judicialmente ou de Fato
(homem não vive mais com a mulher, já tem outra, só que não se divorciou da 1º, por
isso é impedido de casar, mas configura-se a União Estável), ou seja, eu vivo com uma
mulher como se marido e mulher fossemos, sem casamento, nós temos impedimento
para casar, mas mesmo assim é União Estável.

o OBS – CONCUBINATO – NÃO pode virar Casamento, pois tem algum Impedimento Legal.
NÃO é protegido pelo Direito. STJ entende que o Concubinato é Protegido como se fosse
uma Sociedade, ou seja, pode apurar o que foi obtido pelos concubinos durante o
Concubinato e ter uma divisão desses valores (é como se fossem sócios).

o 3º Família MONOPARENTAL: é quando só existe 1 dos Genitores vivo exercendo o Poder


Familiar.

o FAMÍLIA –
 CASAMENTO/UNIÃO ESTÁVEL
 RELAÇÃO DE PARENTESCO

 CASAMENTO – o que vale para o Direito é o CASAMENTO CIVIL, NÃO é o


Casamento Religioso. O Casamento Civil é realizado perante Autoridade Competente, o JUIZ,
no Cartório. Eu quero casar, vou no Cartório e inicio o procedimento de Habilitação para o
Casamento, se apura nesse procedimento administrativo feito em Cartório a minha
Capacidade (que eu posso casar) para casar e a minha Legitimidade para casar.

o Capacidade para Casar – os Maiores de 16 ANOS – IDADE NÚBIL (entre 16 e 18 tem que
ter autorização dos pais; depois dos 18 é livre). Se os pais não autorizam, sem uma justa
razão, o Juiz pode suprir essa autorização.

o Legitimidade para Casar – Tem legitimidade? Depende, como quem vai casar?

o OBS – existe um caso em que se permite o casamento Antes dos 16 anos, é em caso de
GRAVIDEZ com Autorização Judicial.
TIPOS DE CASAMENTO:

CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS – é fazer o Casamento Religioso, pegar o


Documento desse Casamento e levar em Cartório para Registro.

CASAMENTO EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE – moléstia grave é aquele que impede


que 1 ou os 2 nubentes saiam de casa, essa pessoa não tem como ir no Cartório fazer
solicitação de casamento, então esse casamento dispensa o processo de habilitação e é feito
na própria casa da pessoa, vai o Juiz realizar e tem que ter a presença de 2 testemunhas.

CASAMENTO NUNCUPATIVO – é aquele em que pelo menos 1 dos nubentes está em


risco de vida, está na iminência de morrer. É feito SEM Prévia habilitação para o casamento e
SEM Autoridade Celebrante (não tem Juiz). Aí pode casar na presença de 6 testemunhas, que
depois deverão ir ao Cartório confirmar o Ato.

 CAUSA IMPEDITIVA DO CASAMENTO – art. 1521 CC – NÃO PODEM CASAR – Se casar


o Casamento é Inválido (ex: você com sua mãe).
Art. 1.521. CAUSAS IMPEDITIVAS – NÃO PODEM CASAR
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive (então com primo
pode casar);
V - o adotado com o filho do adotante (são irmãos);
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer
pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será
obrigado a declará-lo.
 CAUSA SUSPENSIVA DO CASAMENTO – art. 1523 CC – NÃO DEVEM CASAR – Não é
que você não pode casar, você não deve. Se você casar o Casamento é Válido, mas você vai
sofrer uma punição, qual? Obrigatoriamente a adoção do REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS .

Art. 1.523. CAUSA SUSPENSIVA – NÃO DEVEM CASAR:

I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha
aos herdeiros – (além de ter que casar no Regime de Separação de Bens, ainda terá que Bens do Casal serão Hipotecasos
em Favor dos Filhos);
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal – (acabou meu casamento, não devo casar nos 10 meses seguintes, para
evitar a presunção de paternidade, pois há 9 meses de gestação);
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal – (para evitar a
confusão patrimonial);
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada
ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas
nos incisos  I, III e IVD deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-
cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou
inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um
dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou
afins.
CAUSA SUSPENSIVA – existe a possibilidade de eu afastar a punição se eu violar a
causa suspensiva, ou seja, é caso de causa suspensiva, eu caso, e não
necessariamente preciso casar no Regime de Separação de Bens, ocorre se eu
Provar que Não vai Ter Nenhum Prejuízo. Ex: me divorciei de minha mulher,
deixo a partilha para depois, mas provo que não tem nenhum bem para partilhar,
neste caso tem a aplicação do Inventário Negativo, é quando você faz o
inventário sem ter nenhum bem a ser partilhado.

 INVALIDADE DO CASAMENTO – art. 1548 CC – o Ato Nulo é Nulo e o Ato Anulável


é Anulável. Tem se o Casamento Nulo e o Casamento Anulável. Tem 2 peculiaridades a
Invalidade do Casamento:
o 1º o Juiz NÃO pode atuar De Ofício. Até mesmo diante de um Casamento Nulo, o Juiz
não pode atuar de ofício, só pode a Requerimento. (Diferente da teoria gera, onde
nulo pode agir de ofício e anulável não pode).

o 2º CASAMENTO PUTATIVO - em matéria de casamento, um Ato Inválido pode


Produzir Efeitos Válidos, pode-se ter até Casamento Nulo produzindo Atos Válidos.
Putativo: significa crer/acreditar. É aquele Casamento que é feito de BOA-FÉ, existe o
Impedimento para casar, mas as partes não sabiam. O casamento é putativo só para
quem está de boa-fé, e é sempre pros filhos.

o Quando o Casamento é Nulo, NÃO tem Prazo para ser Invalidado. Se o Casamento é
Anulável, tem Prazo para ser anulado.

o Atuação do MP: só pode Pedir a Invalidade de um Casamento quando for um


Casamento Nulo. Se o Casamento é Anulável, o MP NÃO pode pedir, pois é interesse
das partes.

o Quando o Casamento é NULO? É em 2 casos, 1º) o Casamento contraído pelo Enfermo


Mental SEM necessário discernimento para os Atos da Vida Civil (Absolutamente
Incapaz); 2º) quando Infringir Causa Impeditiva de Casamento (NÃO pode casar, se
casar é Nulo o casamento).

o Quando o Casamento é ANULÁVEL? Art. 1.550. É anulável o casamento:

 I - de quem não completou a idade mínima para casar;


 II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante
legal;
 III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
 IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento;
 V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
 VI - por incompetência da autoridade celebrante.
 Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato
judicialmente decretada.
 Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou
gravidez.

 SEPARAÇÃO JUDICIAL – põe fim a Convivência Conjugal, ou seja, ainda é casado, mas
não tem mais os deveres do casamento (coabitação, fidelidade).
 DIVÓRCIO – põe fim ao Vínculo Matrimonial, acaba com o casamento. Divórcio
Direto: NÃO precisa passar por uma separação judicial para depois virar divórcio, era
assim: comprovando 2 anos de separação de fato, estava divorciado, mas a EC 66
mudou isso.
EC nº 66: NÃO SE EXIGE MAIS 2 ANOS DE SEPARAÇÃO DE FATO PARA
OBTENÇÃO DO DIVÓRCIO, EU POSSO CASA E NO DIA SEGUINTE PEDIR O DIVÓRCIO.
Desta forma, a EC 66 deu fim a Separação.

o TEM-SE 2 TIPOS DE DIVÓRCIO: CONSENSUAL E LITIGIOSO.

 DIVÓRCIO CONSENSUAL – é quando há Consenso/Acordo não só no divorciar, mas


também nos termos do divórcio. 4 Elementos devem constar nos termos do Divórcio:
1º) Descrição dos Bens e a Partilha; 2º) Alimentos Conjugais (dever de mútua
assistência); 3º) Nome; 4º) Guarda e Sustento dos Filhos Menores ou ainda que seja
maior, é Incapaz.

 DIVÓRCIO LITIGIOSO – Pode ser até mesmo quando os 2 queiram se divorciar.

 Lei 11441 – trata da possibilidade do Divórcio Extrajudicial (é o Divórcio feito em


Cartório), para tanto é necessário que seja Consensual e NÃO podem ter Filhos
Menores ou Incapazes. Nos termos desse Divórcio, deve constar 3 elementos, os
mesmos do divórcio consensual, com exceção do elemento da guarda, isto devido ao
Divórcio Feito em Cartório não é possibilitado para quem tem filhos menores ou
incapazes.

 REGIME DE BENS – EXISTEM 4 REGIMES: Todo Casamento tem Regime de Bens, mas
nem todo casamento tem um Pacto Antenupcial, pois existe o Regime Legal de Pacto de
Casamento, ou seja, é o Regime que será aplicado caso não seja feito o pacto ante nupcial. Se
escolhe através de um Ato Jurídico, um Documento, o PACTO ANTE NUPCIAL, o qual é
elaborado em Cartório.
 Erro de Direito: é Justa Causa para Alterar o Regime.

o UNIÃO ESTÁVEL – tem Regime de Bens, tem um documento análogo ao Pacto


Antenupcial, é o PACTO DE CONVIVENTES, a diferença é que não precisa ser feito
por instrumento público, pode ser por instrumento particular. Inclusive, existe o
Regime Legal da União Estável, ou seja, se não escolherem nada (se não fizeram o
pacto, aí vigora a Comunhão Parcial de Bens (é o mesmo que do Casamento).
 Se a União Estável NÃO puder virar Casamento, então é União Estável.

o REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS – nada impede que haja bens que são só
meus e bens que sejam só da minha mulher, isso acontece quando eu coloco uma
Cláusula de Incomunicabilidade, aí não entra no patrimônio comum do casal.

o REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS – tem-se 3 patrimônios. O Patrimônio Comum;


o Patrimônio Somente do Homem; Patrimônio Somente da Mulher. O que
Comunica/Forma um Patrimônio Comum são os Aquestos (são os Bens Adquiridos
Onerosamente durante o Casamento), assim sendo, se alguém me doa uma casa, essa
casa é só minha, foi a título gratuito, não precisa de Cláusula de Incomunicabilidade.
Então, o que eu tinha antes do Casamento é só meu, o que eu Adquiri Gratuitamente
durante o Casamento é só meu, o que eu Adquiri Onerosamente Durante o Casamento é
Nosso.
o Se eu vendo um Bem que é só meu, e com este dinheiro compro um apartamento (estou
casado), este bem não será do casal, mesmo tendo sido adquirido na constância do
casamento, esse bem será só meu, pois foi adquirido pelo dinheiro de um bem que era só
meu. Foi Sub-rogado, ou seja, substituído. Ainda, se eu vendi bem só meu por 100 mil, aí
comprei outro bem por 150 mil, 100 mil desse novo bem é meu, 50 mil é do casal, será só
meu do limite da venda do que era meu.
o Fato Eventual – é um Fato que você não poderia prever. Faz com que o ganho advindo um
fato eventual seja do casal. Ex: durante o casamento ganhei na loteria, fato eventual, não
poderia se prever, o prêmio é do casal.

o REGIME SEPARAÇÃO DE BENS – o que é meu é meu, o que é seu é seu. São 2 patrimônios,
1 do homem e outro da mulher, não se misturam. Esse regime pode ser de 2 tipos:
 1º Convencional – nós escolhemos, por nossa vontade o Regime de Separação de
Bens para o nosso casamento, nós fazemos um Pacto Antenupcial. Resulta do acordo
de vontade entre nós.

 2º Obrigatório ou Legal – é quando a lei impõe. Eu não faço o pacto antenupcial e a


lei obriga esse regime. Em 3 casos a lei obriga esse regime, ou seja, em 3 casos eu
posso casar, mas obrigatoriamente adota o regime da separação de bens.
 1º quando for Violada Causa Suspensiva do Casamento – não deve casar.
 2º se eu Casar com Pessoa Maior de 70 ANOS;
 3º dos casos que Dependerem para Casar de Suprimento (autorização)
Judicial.

OUTORGA UXÓRIA ou MARITAL – é a Autorização do Cônjuge para que uma


Pessoa Casada pratique alguns atos. Quando é o Regime de Separação de
Bens, NÃO precisa dessa Autorização. Quando precisa dessa autorização:
 Alienar ou Gravar de Ônus Reais Bens Imóveis, ex: vender
ou hipotecar um apartamento.
 Pleitear como Autor ou Réu acerca desses Bens ou
Direitos.
 Prestar Fiança ou Aval;
 Fazendo Doação, não sendo remuneratória de Bens
Comuns ou que possam integrar Futura Meação;
 OBS – Salvo no Regime de Separação de Bens, tem que
haver a vênia, mesmo se o bem era meu antes do
casamento.

o REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTROS – é uma Mistura de 2 outros regimes.


Um deles vai valer durante o casamento e o outro vai valer depois do casamento. Mistura
o Regime da Separação de Bens e da Comunhão Parcial de Bens. Se caso nesse regime,
durante o meu casamento vigora o Regime da Separação de Bens e quando termina o
casamento aplica o regime da Comunhão Parcial de Bens (ou seja, apura-se o que se
adquiriu onerosamente durante o casamento
RELAÇÃO DE PARENTESCO – são 2 as formas de parentesco:
PARENTESCO EM LINHA RETA: são os meus parentes que estão em linha reta, ou seja, os
parentes em linha ascendente e descendente. Pais, avós, filhos, netos. O Parentesco vai até o
infinito.

PARENTESCO EM LINHA COLATERAL ou TRANSVERSAL: não estão na minha linha reta, mas
são meus parentes por descenderem de um ancestral comum. Tio. Só vai até o 4º grau.
 1º Grau: NÃO existe
 2º Grau: Irmão (que é filho do meu pai)
 3º Grau: Tio e Sobrinho
 4º Grau: Primo (filho do tio)

Os PARENTES de minha Mulher/Companheira são Meus Parentes -> PARENTESCO POR


AFINIDADE, quem são: Pais (Sogro(a), Filhos, Irmãos (Cunhados).
Se eu me Divorciar de minha Mulher, o Parentesco por Afinidade Continua ou Termina? o
Parentesco por Afinidade só acaba com o Fim do Casamento na Linha Colateral, ou seja,
somente para os Cunhados (Sogra é para sempre, Filho dela continua sendo meu enteado,
só o irmão dela não continua sendo meu cunhado). Logo, se eu me divorciar de minha
mulher, não posso casar com essa minha “ex” sogra, filha só dela (afins em linha reta não se
extingue), pois continuam com o Parentesco por Afinidade.

FILIAÇÃO – Princípio da Isonomia da Filiação: Filho é tudo igual em termos de direito,


não há diferenciação de filhos no que se refere aos Direitos que ele tem por ser meu filho. É
Vedado o Uso de Expressões Discriminatórias, ou seja, não se fala em Filho Legítimo ou
Ilegítimo, filho é filho.
 Art. 1596 CC: Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção,
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.

 PRESUNÇÃO PATER IS EST – é a Presunção de que o Marido da Mãe da Criança é o


Pai dessa criança. Se a minha mulher tem um filho, eu não preciso reconhecer essa
criança como meu filho, pelo simples fato de ser casado, esse filho é presumido meu.
Só que essa Presunção é RELATIVA, pois admite Prova em Contrário.
 Eu vou ser PRESUMIDO pai não somente quando o filho nasce durante o
casamento, a lei estabelece um período de tempo: os filhos que nascem até
10 meses depois do Fim da Convivência Conjugal, presume-se meu a partir
de 180 dias (6 meses) de Estabelecida a Sociedade Conjugal, ou seja, nascem
após 180 dias de Estabelecida a Convivência Conjugal e até 10 meses depois
do fim dessa convivência.

 AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE – faço o exame de DNA, provo que o filho não é
meu, e aí será desconstituído o registro deste filho no Cartório.

 Se saio 1x vez com 1 mulher, meses depois ela liga dizendo que está grávida, neste
caso Não há Presunção de Paternidade. Eu posso reconhecer, caso eu não queira, a
mulher tem entrar com uma AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE para provar
que eu sou o pai, faz-se o exame de DNA, prova que sou o pai e aí registro o filho no
meu nome.

 Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:


 I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a
convivência conjugal;
 II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do
casamento;
 III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o
marido (o material genético é do marido). O filho é do marido
automaticamente;
 IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga (é quando a
fecundação artificial NÃO está no Corpo da Mulher, se dá externamente,
In Vitro, pega-se o material genético do homem e da mulher e faz-se a
fertilização in vitro;
 V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia
autorização do marido (o material genético não é do marido, é de um 3º).
Só será filho do Marido se o mesmo tiver autorizado.

 Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide
a presunção da paternidade, ou seja, afasta a presunção de paternidade.

 Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a
presunção legal da paternidade.

 RECONHECIMENTO DE UM FILHO: é um ATO IRREVOGÁVEL. Art. 1.609. O


reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
 I - no registro do nascimento;
 II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
 III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
 IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
 Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou
ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
 OBS – se o Testamento for Revogado, a Cláusula de Reconhecimento do Filho
NÃO será Revogada.
 NÃO pode haver Condição e nem Termo para o Reconhecimento de um Filho.

 ALIMENTOS – o Fundamento é a Dignidade da Pessoa Humana. Os Alimentos são para


atender as necessidades mínimas de uma pessoa. “Paga quem pode, recebe quem necessita”.
Tem-se 4 tipos de Alimentos, e cada um deles tem a sua utilidade própria:

o ALIMENTOS ENTRE PARENTES: é a ideia dos meus parentes (pessoas que estão muito
próximas a mim) dividirem com o Estado a obrigação que ele tem de garantir a minha
dignidade humana. Posso pedir alimentos para qualquer parente em linha reta, mas na
linha colateral eu só posso pedir até o 2º grau (meu irmão).
 Eu + 2 Irmãos meus: Através do Chamamento ao Processo, eu chamo
as pessoas que estão na mesma classe que eu, para dividir comigo a
obrigação de alimentos.
 Meu Filho + Meu Neto: os + Próximos (filho) excluem os + Remotos
(Neto) na Obrigação de Alimentos.

o ALIMENTOS ENTRE CONJUGÊS/COMPANHEIROS: é o dever de mútua assistência entre os


cônjuges, que sobrevive após o fim do casamento. É obrigado a dar alimentos até que
essa pessoa tenha uma nova relação, seja casamento, seja união estável e até mesmo
concubinato.

o ALIMENTOS PARA FILHOS MENORES OU MAIORES INCAPAZES: paga alimentos para o


próprio filho. Aos Filhos Menores os Alimentos Devidos vão até os 18 anos, mas se estuda,
aí se estende até os 24 anos.

o ALIMENTOS GRAVÍDICOS: antes de nascer já há despesas. Estou pagando alimento, nasceu


a criança, fiz o DNA, não é meu filho, eu não posso pedir devolução do que eu paguei a
título de alimentos

o OBS – é possível Cumular o Pedido de Alimentos, a Mulher pode pedir Alimentos Conjugais
para ela e Alimentos para o Filho.

o Há 2 tipos de Alimentos:
 Alimentos Processuais: são alimentos que eu devo ao longo do processo, pois você
ajuíza uma ação contra mim pedindo que eu te pague alimentos, se você for esperar a
sentença sair, você já “morreu de fome”, pois alimentos são necessidades básicas da
pessoa. Então pede alimentos durante o processo, são os Alimentos Provisórios
(antecipação de tutela) e os Alimentos Provisionais (é uma cautelar).
 Alimentos Definitivos: são aqueles Alimentos Devidos depois de uma Sentença
Transitada em Julgado.

 PAGAMENTO DOS ALIMENTOS – normalmente se dá pelo Binômio Possibilidade-


Necessidade. No que se refere ao VALOR a ser pago, os Alimentos podem ser:

 ALIMENTOS CIVIS OU CÔNGRUOS: é quando o valor que eu pago se baseia no


Binômio Possibilidade-Necessidade (quanto você precisa e quanto eu posso pagar)

 ALIMENTOS NECESSÁRIOS OU NATURAIS: o valor é o mínimo necessário para


atendimento da dignidade humana da pessoa que recebe alimentos (eu não pago pra
você o quanto eu posso, eu pago pra você o mínimo que você precisa para viver). Serão
deste modo quando houver Culpa do Alimentando (quem recebe alimentos) na
Situação Financeira em que ele vive para agora receber alimentos.

 OBS – Nem sempre os Alimentos mantém o mesmo padrão da pessoa, como é o caso
do §2º
 Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos
outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com
a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação.
 § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
 § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a
situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

 CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS – os Alimentos são:

 DIREITO PERSONALÍSSIMO: se você paga alimentos para mim, são para mim, ou
seja, eu não posso transmitir esse meu direito para outra pessoa. Não pode ser
transmitido nem Inter Vivos e nem Causa Mortis.
o Na ótica de quem Recebe Alimentos são Intransmissíveis, pois é
personalíssimo.
o Na ótica de quem Paga Alimentos são Transmissíveis, pois se você me
paga alimentos mas você morrer, eu poderei cobrar dos seus herdeiros
que continuem pagando para mim alimentos.

 RECIPOROCIDADE: paga quem pode para quem precisa.


 IRRENUNCIABILIDADE: são Irrenunciáveis
o OBS – STJ: entende que em 1 caso se Admite a Renúncia de
Alimentos: nos Alimentos Conjugais quando vier Expresso nos
Termos do Divórcio, “no divórcio – as partes abrem mão do pedido de
alimentos”, aí no futuro não poderá pedir.

 IMPRESCRITÍVEIS: não prescrevem. Só pede quando precisa.

 VARIABILIDADE: o valor é variável, baseado no binômio possibilidade-


necessidade.

 IRREPETÍVEIS: Não pode Repetir o Pagamento (é devolver o pagamento), ou seja,


Alimentos uma vez pagos, não se pode pedir Devolução.

DIREITO DAS SUCESSÕES – refere-se na Transmissão de Bens de uma Pessoa para


Depois de sua Morte, uma Transmissão de Bens Causa Mortis.

SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL – é quando, ex: seu pai morreu, você recebe uma
universalidade de bens, ou seja, um conjunto de bens. É quando recebe na Sucessão, todo um
Patrimônio ou uma Fração dele. É quando recebe todo o patrimônio do morto (único sucessor)
ou uma fração do patrimônio (+de 1 sucessor).
o Se é Sucessor a Título Universal Recebe uma HERANÇA – quando recebe uma
fração de um patrimônio ou todo o patrimônio.

SUCESSÃO A TÍTULO SINGULAR – é quando recebe na sucessão um Bem Específico. Ex:


você está prestes a morrer, faz um testamento deixando esta casa para João, o resto será
dividido normalmente, mas você quer separar essa casa para João. É como se fosse uma
doação para depois da morte. Pode ser até mesmo para um Conjunto de Bens, desde que
estes sejam determinados (ex: um carro, uma moto, uma casa...).
o Se é Sucessor a Título Singular Recebe um LEGADO – recebe um bem
específico ou um conjunto determinado de bens.

 PRÉ-LEGADO: é quando você deixa um Legado para um Sucessor Legitimo. Ex:


você tem 3 filhos, morreu, não fez testamente, aí é ¹/3 para cada um. Mas se
fez testamento, pode deixar a casa de praia para o filho ‘X’ e o restante divide
igual entre os 3 filhos (¹/3 para cada filho e o filho ‘X’ também recebe a casa de
praia.

SUCESSÃO LEGÍTIMA ou LEGAL – a lei estabelece como será a sua sucessão se você morrer
e não deixar um testamento, a lei estabelece uma ordem dentro da sua família para dizer
quem vai herdar. A legítima tem aplicação subsidiária, ou seja, só vale se a pessoa morreu e
não deixou um testamento válido. Podem ficar com os bens: - descendentes; - ascendentes; -
cônjuge ou companheira; - colateral até 4º grau.
o OBS: só pode falar em Legado diante de uma Sucessão Testamentária, pois a Lei
jamais vai definir bens, desta forma, só existe Sucessão Universal – Herança.
o Os Familiares são agraciados pelos Bens, a Pessoa Jurídica não, a lei nunca vai dizer
para deixar com a pessoa jurídica.

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA – é quando você morre deixando um testamento válido, pois


você tem direito de estabelecer quem vai ficar com os seus bens depois de sua morte.
o No Testamento pode ser estabelecido o Legado.

 Há LIMITES para o TESTAMENTO: se eu tiver Herdeiros Necessários (descendentes,


ascendentes e o cônjuge), eles terão garantido para eles uma reserva de metade (¹/2) do
meu patrimônio, então só posso fazer o que eu quiser com metade do meu patrimônio.
Essa Metade Indisponível do Patrimônio é chamada de DIREITO A LEGÍTIMA (é a reserva
para os Herdeiros Necessários). Caso não tenha nenhum desses herdeiros necessários, aí
pode fazer o testamento com todos os bens e o que bem entender.
 Quem NÃO é Herdeiro Necessário? O Colateral (irmão) e a Companheira.

QUANDO É ADQUIRIDA A PROPRIEDADE DOS BENS DO MORTO? Aplica-se o Princípio da


SAISINE, diz que os Herdeiros Adquirem a Propriedade dos Bens do Morto no Exato
Momento em que ele Morrer.

PARA QUE O INVENTÁRIO? Para Individualizar o que é de cada um, pois quando a pessoa
morre, os herdeiros são donos de tudo ao mesmo tempo, configura-se o Condomínio, que
é mais de um dono nesse conjunto de bens. No Final do Inventário vem o Forma de
Partilha que vai dizer o que pertence para cada um, e aí vai cessar a indivisão do
condomínio, agora cada um é dono de bens específicos.

PELO PRINCÍPIO DE SAISINI: os HERDEIROS adquirem a propriedade e também a Posse dos


Bens do Morto.
Quanto aos LEGATÁRIOS, o Princípio da Saisini se aplica Parcialmente ao Legado, de
acordo com o Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa
certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva. Adquire a
Propriedade, mas a Posse NÃO, o Legatário só adquire a Posse no Final do Inventário.

LUGAR DA ABERTURA DA SUCESSÃO: quando morre abre a sucessão, o lugar dessa


abertura (onde vai se Proceder o Inventário) é no ÚLTIMO DOMICÍLIO DO DE CUJUS
(morto), pois a presunção é que lá estejam os bens dele. Aplica-se a lei vigente de quando
morreu, de quando abriu a sucessão, então Aplica a Lei do Tempo da Morte.

Para Vender um Bem Determinado do Espólio/do Acervo Hereditário, só pode ser feito se
for da vontade de todos os herdeiros, pois todos são donos de todos os bens. Nessa
venda todos tem que concordar, o inventariante também, e ainda tem que ter uma
atuação Judicial (essa venda é feita em Juízo).

Herdeiro pode ceder para 3º o Direito que tem naquela Sucessão que já foi Aberta, se
chama CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS, ou seja, você tem 3 irmãos, cada um tem ¹/3
na Sucessão, você pode vender para “X” o seu ¹/3 da Sucessão. Isso é a Venda de um Bem
Imóvel, logo precisa ser por Escritura Pública. OBS – esse Herdeiro que quer ceder, tem
que dar preferencia para os outros herdeiros, somente caso esses outros não queiram, é
que poderá ceder a terceiro.

O DIREITO A SUCESSÃO ABERTA é considerado um BEM IMÓVEL para Efeitos Legais.

DÍVIDAS: os Herdeiros respondem pelas Dívidas do Morto Intra Viris Hereditatis, ou seja,
dentro das forças da Herança. Quem paga as dividas do morto é o Espólio.

Houve a Partilha aí Depois Apareceu uma Dívida do Morto – vão responder dentro das
forças da herança.

VOCAÇÃO HEREDITÁRIA – é a Aptidão para ser Sucessor (Herdeiro ou Legatário) em


uma Sucessão, ou seja, para receber os Bens da Herança e os Bens do Legado.

 QUEM TEM VOCAÇÃO HEREDITÁRIA:


o As PESSOAS, pois tem Personalidade Jurídica (Pessoa Natural e Pessoa Jurídica – se da
quando adquire personalidade, com o registro do seu ato constitutivo);

o NASCITURO tem Vocação Hereditária (aptidão para ser Sucessor), embora não tenha
personalidade jurídica, ele tem direitos protegidos desde a concepção;

o Exceção: Pessoa Natural antes de ser Concebida (antes de estar na “barriga da mãe”),
é no caso em que um Ente sequer foi concebido, ele pode ser agraciado com o Direito
– é a chamada VOCAÇÃO HEREDITÁRIA DA PROLE EVENTUAL, tem que indicar como
sendo um eventual filho de uma certa pessoa “deixo esse imóvel para Joana” – Joana
não tem filho e não está grávida, mas se ela vier a ter um filho, esse filho vai adquirir a
propriedade desse bem – esse “futuro” filho só terá esse direito se houver a
Concepção em 2 ANOS

o Exceção: Pessoa Jurídica antes de ser Registrada, quando é o caso de FUNDAÇÃO,


pois a Fundação pode ser constituída por Testamento.

o No TESTAMENTO posso deixar bens para a PESSOA JURÍDICA.

 ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA: Dentre aqueles que tem Aptidão para ser Sucessores,
a lei estabelece uma ordem:
o OBS – o que vai ser objeto de herança é o meu patrimônio, tenho 1 milhão, tem-se a
meação (500 mil para minha mulher), sobre 500 mil, esses 500 mil serão objetos da
herança.

o 1º DESCENDENTES: junto com os descendentes, Pode concorrer o Cônjuge, para


concorrer ou não concorrer, depende do regime de bens desse casamento.
 Em 3 Regimes de Bens o Cônjuge NÃO Concorre: -
 Comunhão Universal – não concorre, pois o cônjuge já foi muito bem
protegido na meação (já foi agraciada na meação);
 Comunhão Parcial de Bens, desde que o morto não tenha Bens Particulares,
quer dizer que eu casei com ela sem ter nada, tudo que nós temos, metade é
dela
 Separação de Bens Obrigatória ou Legal: é a Lei que impõem esse regime, a
Lei não quer mistura de patrimônio.
 Nesses 3 Regimes o Cônjuge não concorre, nos outros concorre.

Regime da Separação Convencional – como não há a proteção da Meação, então é


protegida na divisão com os Descendentes.

Comunhão Parcial de Bens – seu eu tiver Bens Particulares, ela só vai concorrer
nesses Bens Particulares (ex: tenho bens particulares 300 mil e patrimônio comum
de 1 milhão, desse 1 milhão, 500 mil é meu e 500 mil é dela, aí ela entra na divisão
com os filhos dos 300 mil referente aos meus bens particulares).

o 2º ASCENDENTE: se não tem descendentes vai para os Ascendentes. Aqui o CÔNJUGE


SEMPRE CONCORRE, INDEPENDE DO REGIME DE BENS.
 OBS – na Sucessão na Linha Ascendente tem-se a Divisão na Linha Materna e
na Linha Paterna, ambas as linhas recebem iguais, ou seja, o que a linha
paterna tem a linha materna também tem, é isonomia. Ex: 400 mil, fica 100
mil para cada avô e 100 mil para cada avó. Se já morreu o Avô Materno, só
tem Avó Materna, Avô Paterno e Avó Paterna, aí vai ficar 100 mil para cada
um dos Avós Paternos e 200 mil para a Avó Materna. LEMBRANDO QUE AQUI
TEM O CÔNJUGE, que irá receber fração igual.

o 3º CÔNJUGE: art. 1830 CC: “Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge


sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem
separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se
tornara impossível sem culpa do sobrevivente (se provar que não deu causa)”.

o 4º COLATERAIS ATÉ O 4º GRAU: o Parentesco na Linha Colateral só vai até o 4º grau,


sendo que o grau + próximo excluí o + remeto, ou seja, Colateral em 1º Grau NÃO Existe,
em 2º Grau são meus Irmãos, em 3º Grau são Tios e Sobrinhos, em 4º Grau é Primo/Tio Avô
e Sobrinho.
 Se sobrarem para a Herança Colaterais da Mesma Classe, ex: 200 mil,
tem só um Tio e um Sobrinho, neste caso, há uma Preferência do
Sobrinho em relação ao Tio, ou seja, 1º recebe o Sobrinho, neste caso
ficaria 200 mil para o Sobrinho e o Tio sem nada.
 Se no mesmo caso, sobrarem Tio Avô, Primo, Sobrinho Neto, NÃO tem
Ordem de Preferência, ou seja, aqui no 4º Grau a Divisão é Igual.
 Irmão Bilaterais (Germânicos) e Irmãos Unilaterais (ex: tenho um
irmão só por parte de pai), quando é irmão Unilateral, recebe metade
do que recebe o Irmão Bilateral.

o MEAÇÃO DO CÔNJUGE – NÃO é HERANÇA, é a parte do patrimônio do casal que a


minha mulher tem direito. Numa questão: verifica o regime de bens do casamento, verifica
se tem bens particulares ou não, para então extrair a meação do cônjuge.
o SUCESSÃO POR REPRESENTAÇÃO – tem que estar vivo para receber. Pré-Morto
tem direito a representação ex: vô morreu, pai é pré-morto, os filhos deste vem para
representar (na parte que cabia ao pai). Na linha ascendente não existe Sucessão por
Representação e na Linha Colateral só existe em favor dos Filhos dos Irmãos (sobrinho), se
um desses sobrinhos for pré-morto e tiver filhos, os filhos deste não sobem para
representação.

Vivo em União Estável, a minha Companheira pode Herdar meus Bens? Sim, mas
Companheiro NÃO é Herdeiro Necessário, ou seja, posso fazer um testamento e
deixar tudo para você, e ela não terá direito a nada por não ser Herdeiro Necessário.
Ainda, o Companheiro só Participa da Sucessão nos AQUESTROS (são os Bens
Adquiridos Onerosamente durante a União Estável), do resto não participa, o que eu
tinha antes da União Estável, nada é dela, o que eu Adquiri Gratuitamente durante a
União Estável, nada é dela.
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro,
quanto AOS BENS ADQUIRIDOS ONEROSAMENTE na vigência da união estável, nas
condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente (igual)
à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes (filhos) só do autor da herança, só irá
receber a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da
herança. Ex: eu vivo em União Estável há 30 anos com uma mulher, só tenho um
Sobrinho Neto, morri, quem fica com meus Bens? Tudo que eu tinha antes da União
Estável é tudo do meu Sobrinho Neto, tudo que eu Adquiri Gratuitamente durante a
União Estável é do meu Sobrinho Neto, tudo o que eu adquiri onerosamente durante a
União Estável vai ter ¹/3 para a minha companheira do que o meu sobrinho neto tiver
nesses bens adquiridos onerosamente – se for 120 mil: fica 90 mil pro sobrinho e 30
mil pra minha companheira.
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
OBS – se tiver filho só meu, e filho nosso (meu e da minha companheira), aqui
há uma Filiação Hibrida, a Lei é Omissa sobre isso, mas Prevalece no STJ que neste
caso a Companheira Recebe Cota Igual à dos Filhos.

ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DE HERANÇA – a ACEITAÇÃO da Herança NÃO exige


Forma Especial, pois é o estado de normalidade aceitar a herança. Já a RENÚNCIA da Herança,
como é um estado de anormalidade, aí necessita de Formalidade.

Aceitou ou Renunciou, este Ato é Irrevogável, não pode voltar atrás.

 ACEITAÇÃO DA HERANÇA – pode ser Expressa ou Tácita:


o Aceitação Expressa: é aquela aceitação inequívoca “aceito”, pode ser falada,
escrita.
o Aceitação Tácita: é quando você não aceita expressamente, mas da para
presumir que você aceitou pelo que aconteceu. OBS – ATOS OFICIOS (são atos
que naturalmente o parente de um morto tem que praticar, ex: funeral do
finado NÃO são considerados Aceitação Tácita da Herança.

 RENÚNCIA DA HERANÇA – tem que ser EXPRESSA, não se admite renúncia tácita.
Ainda, a Renúncia NÃO pode ser por Instrumento Particular, ou é por um Instrumento
Público ou nos Autos do Inventário.
A HERANÇA tem que ser Aceita, a Aceitação da Herança não tem Natureza Atributiva,
tem Natureza Confirmatória, ou seja, quando eu aceito a herança, eu não sou dono a
partir do momento em que eu a aceitei, eu sou dono desde a morte do De Cujus.
Aceitação da Herança também é chamada de ADIÇÃO DA HERANÇA.

Aceita a Herança, torna-se definitiva a sua Transmissão ao Herdeiro, desde a Abertura


da Sucessão.

RENÚNCIA DA HERANÇA também é chamado de REPÚDIO DA HERANÇA.

A Lei NÃO estabelece um prazo, que uma vez morta a pessoa, eu digo se aceito ou
renuncio a herança, não tem um prazo para isso.

Se passar 20 dias da morte do seu pai (de aberta a sucessão), e você não se manifestar
sobre a aceitação ou renúncia, um Interessado na sua Aceitação, pode ir ao Juiz para
que este estabeleça um prazo de até 30 dias para você se pronunciar, se não se
manifestar no prazo considera-se aceita.
 Art. 1813 CC: Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à
herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do
renunciante, pois isto é Fraude Contra Credores, quem Insolvente NÃO pode
praticar Atos Gratuitos (Renúncia de Direitos).

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a
termo. Ou aceita toda a herança ou renúncia toda a herança.
 OBS – você pode Renunciar o LEGADO e Aceitar a Herança, pode Aceitar a
Herança e Renunciar o Legado, pode aceitar ambos, pode renunciar ambos. O
que não pode é aceitar em parte ou repudiar em parte.
 § 2º: O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão
hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto
aos quinhões que aceita e aos que renuncia.

HERANÇA JACENTE – se você morrer e NÃO tiver Herdeiros Conhecidos. Passou 1 ANO,
e não apareceu nenhum sucessor, essa Herança será declarada Herança Vacante. É um estado
transitório, esperando que apareça algum herdeiro, no período de 1 ANO.

Esse Prazo de 1 ANO COMEÇA da PUBLICAÇÃO do 1º EDITAL depois de Arrecadado os


Bens e Ultimado o Inventário.
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão
expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira
publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança
declarada vacante.

HERANÇA VACANTE – quando a Herança é Declarada Vacante, ela passa à Propriedade


do Estado (vai para o Município em que ela estiver). Essa propriedade que o Município ou o DF
adquire na Declaração de Vacância NÃO é uma Propriedade Plena, é o que nós chamamos de
Propriedade Resolúvel (é aquela propriedade que se sujeita a alguma condição resolutiva ou
termo final), ou seja, quando a Herança é Declarada Vacante, o Município/DF com o eventual
termo ou condição podem perder a propriedade, essa Condição é no caso de APARECER
ALGUM HERDEIRO nos 5 ANOS Contados desde a Abertura da Sucessão, aí perde a
propriedade. Se passou 5 anos, aí é Propriedade Plena para o Município/DF.

É Declara a Vacância para tornar o BEM PÚBLICO, pois Bem Público NÃO pode ser
USUCAPIDO. Ainda, se o Colateral não se habilitou até a Declaração de Vacância, aí
os Colaterais serão EXCLUÍDOS da Sucessão, ou seja, mesmo que apareça um
Herdeiro Colateral, este não tem o Direito de Adquirir o Bem.

Um Pai, tem como únicos Herdeiros 3 Filhos, e os 3 Renunciaram a Herança, nesse


caso essa Herança será Declarada VACANTE, vai direto para a Declaração de
Vacância, pois havia herdeiros conhecidos e os mesmos renunciaram. Art. 1.823.
Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo
declarada vacante.

TESTAMENTO – uma vez registrado o testamento, as pessoas interessadas terão o Prazo


de 5 ANOS para pedir a Invalidade do Testamento, até mesmo quando for Nulo, pois em
Matéria de Testamento, a Nulidade Convalesce.

CAPACIDADE PARA TESTAR – a Idade Mínima para testar são 16 ANOS e é sem
assistência, pois Testamento é um Ato Personalíssimo, ninguém pode fazer um
testamento por mim, ninguém pode fazer um testamento comigo
 Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não
tiverem pleno discernimento.
 Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
 Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento,
nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.

SUBSTITUIÇÃO TESTAMENTÁRIA - tem-se 2 tipos: 1) Substituição Vulgar: 2)


Substituição Fideicomissária:

 SUBSTITUIÇÃO VULGAR – é quando eu faço o Testamento, indicando o Beneficiário, mas


eu já estabeleço alguém para substitui-lo caso ele não queira ou não possa aceitar.

 FIDEICOMISSO – ex: A faz um testamento e deixa um bem pra B, e diz o seguinte: “em
acontecendo alguma condição no futuro ou um termo no futuro, esse Bem deixará de ser
de B e passará a ser de C”
o Só se admite quando estiver envolvendo um caso de Prole Eventual. Ex: eu
deixo esse apto para você, mas se Davi tiver um filho, você perde a
propriedade pro Filho de Davi. Aqui não importa os 2 anos como na prole
eventual comum, no Fideicomisso pode ser a qualquer tempo.

14.1
RESPONSABILIDADE CIVIL – trata-se de um DEVER SUCESSIVO, pois surge com a
violação de um dever originário (que é o de não causar danos a outrem, surge o dever de
reparar o injusto sofrido).

DEVER ORGINÁRIO: baseado na NEMINEM LAEDERE, significa que você não pode causar
danos a outrem, se ocorrer, ai surge o dever de reparar o injusto sofrido.

REQUISITOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL:


 1º CONDUTA – pode estar vinculada a um Ato Ilícito, a um Ato Lícito, a uma Conduta
Comissiva (agiu), Conduta Omissiva.
 Ato Ilícito: conduta contrária ao ordenamento jurídico. Para ser formado esse ato
tem que haver: antijuridicidade, imputabilidade. Se for Subjetivo acarretará
Responsabilidade Civil Subjetiva. Já o Ato Ilícito Objetivo acarreta Responsabilidade
Civil Objetiva.
 Abuso de Direito é conhecido Ato Ilícito Objetivo, é um ato ilícito sem culpa.
A sua origem é Lícita, as suas Finalidades/Consequências é que são Ilícitas.
Ex: alienação parental – houve abuso de direito, pois a pessoa tem direito
de ter a guarda da criança que está com ela, mas ela não tem o direito de
abusar/extrapolar desse direito no momento em que é praticada a
alienação parental. Ex: empresa de cobrança que envia carta ameaçando de
representação criminal por emissão de cheques sem fundos, quando esse
documento não existe.

 Ato Lícito: afasta-se a ilicitude, mas não se excluí o dever de indenizar.

o 2º CULPA – pode ser: LATO SENSU: é aquela que abrange o DOLO. STRICTU SENSU: é a
mera Culpa, ou seja, o autor não visa o resultado, mas pela falta de cuidado pratica a
conduta.
 A Culpa é Exteriorizada pela negligência, imprudência, imperícia.
 A Culpa também pode apresentar Graus: levíssima, leve, grave, gravíssima –
todos esses graus de culpa levam a Indenização (a qual é medida de acordo
com a extensão do dano).
 Culpa Concorrente: não é causa de exclusão da responsabilidade civil e sim
uma Causa Minorante do Quantum Indenizatório.

o 3º NEXO DE CAUSALIDADE – é uma Relação de Causa e Efeito entre a Conduta do


Agente e o Resultado Danoso.
 Dano Direto e Imediato – a causa seria apenas o vínculo de necessidade para
o resultado danoso. Ex: o condutor de um automóvel que feriu uma pessoa
não é responsável pela morte dela, se essa resulta da falta do médico que lhe
assiste. Ou seja, tudo aquilo que concorre para o evento será considerado
causa.

o 4º DANO – pode ser:


 Dano Material: o Dano Material deve ser comprovado. Divide-se em Danos
Emergentes: é a Perda no Patrimônio já existente; Lucros Cessantes: é algo
futuro, aquilo que você deixou de ganhar.

 Dano Moral: é a Violação de um dos Direitos da Personalidade.

SÚMULA 37 – é a possibilidade de cumulação de Danos Morais com Danos Materiais.


SÚMULA 227 – a Pessoa Jurídica sofre Dano Moral.

SÚMULA 370 – a Apresentação Antecipada de Cheque Pré-Datado configura Dano


Moral. O Cheque é uma ordem de pagamento a vista, porém no momento em que você pré-
data/pós-data o cheque, ali é tatuado o Princípio da Confiança/Lealdade, aquele título tem
uma data para que seja descontado. Se o fizer antes, aí há Violação da Boa-Fé Objetiva. Dano
Moral In Reipsa é o Dano Objetivo, trata-se de um dano moral que é Presumido, ou seja, que
não precisa ser provado.

SÚMULA 388 STJ – a Devolução Indevida de Cheque caracteriza Dano Moral, ou seja,
vai buscar uma compensação por ter tido a imagem abalada no mercado de consumo. É Dano
Moral In Reipsa.

SÚMULA 385 – se houver uma pré-inscrição devida, NÃO cabe Dano Moral, caberá no
máximo cancelamento do registro.

SÚMULA 387 – DANO ESTÉTICO: é uma Lesão de Caráter Irreversível. É um Dano


Autônomo, assim como o Dano Material e o Dano Moral, ou seja, o Dano Estético pode ser
cumulado com os outros danos.

 PERDA DE UMA CHANCE – significa a perda de uma Chance Séria e Real. Vai acarretar
tanto Danos Morais quanto Danos Materiais. Ex: marido vai ao hospital e não é atendido, aí
morre, a esposa pode reclamar a perda da chance da cura.

 OBS – DANO MATERIAL: quando se trata de lucros cessantes levam em conta a


expectativa de vida da pessoa, que nacionalmente é 70 a 72 anos. – se o morto era menor, e
ajudava a família, como é calculada a indenização? Será levado em consideração o valor que
ele recebia. – se a vítima era menor e não trabalhava, os pais tem direito a indenização? Sim, é
indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho
remunerado, essa indenização será devido a família até os 25 anos, ainda o TJ entende que
pode haver uma redução e que será devido até quando a vítima completaria 70 anos.

 OBS – DANO MORAL – OBEJTIVO: é o IN REIPSA (que é o Presumido). – SUBJETIVO – é


aquele que necessita de comprovação. – RICOCHETE/INDIRETO: é aquele que atinge além da
vitima, uma terceira pessoa.

RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO PRÓPRIO – você pratica um ato, logo você
será o responsável. Aquele que demandar, ou seja, para a aplicação do art. 940 do CC, tem que
haver Lide (conflito de interesses).
Não confundir com o art. 42 do CDC que destaca que a Parte pode pedir em Dobro,
pouco importando se a cobrança é judicial ou uma cobrança extrajudicial.

Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as
quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor,
no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que
dele exigir, salvo se houver prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir
da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum
prejuízo que prove ter sofrido.

Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos
responderão solidariamente pela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as


pessoas designadas no art. 932.

Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a


herança.

RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO DE OUTREM – é Responsabilidade Civil


Indireta, ou seja, a vítima não precisa provar a culpa do terceiro (empregador), mas a vítima
tem que provar a culpa de quem fez o ato (neste caso, o empregado). A responsabilidade
dessas pessoas do Art. 932 é RESPONSABILIDADE OBJETIVA, ou seja, independe de culpa.
Respondem objetivamente pelos atos daqueles que eles tem a responsabilidade.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas


condições;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no


exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; - não há a exigência de
carteira assinada, basta que se configure um vínculo de subordinação;

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por


dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a


concorrente quantia.

O INCAPAZ Responde Civilmente? Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que
causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes. – é tanto o Incapaz Absoluto (art. 3º) como o Incapaz
Relativo (art. 4º). – Quem responde 1º são aqueles que o Representam ou que o Assistem,
aí se estes não tem condições, aí Subsidiariamente Responderá o Incapaz.
OBS – Poder haver Responsabilidade Solidária (aquela responsabilidade dos pais com
os filhos) quando houver Emancipação Voluntária (ato que antecipa a capacidade plena).

Relativamente Incapaz -> Atos Anuláveis


RIA
Absolutamente Incapaz -> Atos Nulos
DIREITO DE REGRESSO - Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode
reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz (do art. 932, I – os pais nunca terão
direito de regresso em face dos filhos).

RESPONSABILIDADE CIVIL INDIRETA – se divide em:


- Pelo Fato de Outrem: art. 932
- Pelo Fato do Animal: art. 936 – quem responde é o Dono ou o Detentor do Animal,
todavia a Culpa da Vítima ou a Força Maior excluem a responsabilidade – de acordo com a Lei.
Já de acordo com a Jurisprudência, admite-se o Caso Fortuito e o Fato de Terceiro (ex: instigou
o cão)
- Ruína: art. 937 – responde o Dono do Edifício ou da Construção
- Coisas Caídas ou Lançadas: art. 938 – a Responsabilidade é do Habitante daquela
Unidade (daquele apartamento). Quando NÃO se sabe quem é o Causador do Dano, aí é
direcionada uma Ação para o Condomínio, e aí todos os condôminos irão repartir essa
indenização – é a Teoria da Pulverização dos Danos, se o condomínio descobrir de onde foi
proveniente aquele dano (ex: de qual apto caiu o vaso de flor), aí o condomínio entra com
Ação Regressiva em face daquele condômino.
- OBS – todas as hipóteses mencionadas geram RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA,
ou seja, independe de culpa.

RESPONSABILIDADE CIVIL/CRIMINAL – Art. 935. A responsabilidade civil é


independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou
sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
OBS - Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não
correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
- As Jurisdições Civil e Criminal INTERCOMUNICAM-SE, a Criminal repercute de Modo
Absoluto na Civel, quando reconhece o Fato e Autoria. Neste caso a Sentença Condenatória
Criminal constituí Titulo Executivo no Civel. Destaco que quando a Ação se originar de fato
que deva ser apurado no Juízo Criminal NÃO ocorrerá Prescrição antes da Respectiva
Sentença Definitiva.

RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC – pode ser pelo VÍCIO ou pelo FATO.


- VÍCIO – recai sobre o Produto ou o Serviço, ou seja, possuí uma Natureza
Intrínseca (não causa dano ao consumidor). Apresenta Prazo Decadencial, a Responsabilidade
Civil será SEMPRE Objetiva, tendo em vista a aplicação da Teoria do Risco Proveito.

- FATO – FATO DO PRODUTO: é o Acidente de Consumo, é o dano que atinge o


Consumidor Strictu Sensu, bem como os Equiparados. A Responsabilidade Civil SEMPRE será
Objetiva, o Comerciante responde de forma objetiva, porém será SUBSIDIÁRIA a
Responsabilidade. O Prazo para a Propositura da Ação é de 5 ANOS Prescricionais, do
Conhecimento do Dano e de sua Autoria.
- FATO DO SERVIÇO: Dano (acidente de consumo) causado pela Má Prestação do
Serviço. Em regra a Responsabilidade é Objetiva, porém o art. 14,§4º informa que a
Responsabilidade do Profissional Liberal será SUBJETIVA (depende da Comprovação de
Culpa). Prazo para a Propositura da Ação é de 5 ANOS do Conhecimento do Dano + Autoria –
Teoria da Actio Nata.
OBS – somente ocorrerá Responsabilidade Civil SUBJETIVA no Fato do Serviço, em
todas as outras hipóteses, o Profissional Liberal vai Responder de forma Objetiva.

EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL (CC) –


- EXCLUDENTES DE ILICITUDE: geram Dever de Indenizar. LEGITIMIA DEFESA;
ESTADO DE NECESSIDADE; ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL;

- EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE: FORTUITO (o Fortuito INTERNO


NÃO Excluí Responsabilidade, pois se encontra relacionado com Causas Conexas a Atividade
Desenvolvida; somente o Caso Fortuito EXTERNO Excluí a Responsabilidade, ou seja, é uma
causa desconexa com a atividade desenvolvida). – Força Maior; - Culpa Exclusiva da Vítima; -
Fato Praticado por Terceiro.

TEORIA GERAL DO CONTRATOS – O CONTRATO é Negócio Jurídico formado por 2 ou


+ pessoas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos de natureza
patrimonial.

PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO: liberdade de contratar, todavia, a forma


desse contrato deve respeitar a Função Social do Contrato, ou seja, por mais que a pessoa
tenha uma liberdade de contratar ilimitada, a sua liberdade contratual é limitada pela
Função Social. Tem o objetivo de uma Justiça Contratual, o equilíbrio entre os parceiros
contratuais.
 Liberdade de Contratar (é Ilimitada) é DIFERENTE de Liberdade Contratual (é
Limitada pela Função Social).
 O Contrato de uma forma contemporânea, não gera efeitos somente para as
partes, além de gerar para as partes, gera para terceiro (s). Produz 2 Efeitos:
Eficácia Interna ou Endógena: entre as partes ; Eficácia Externa ou Exógena:
não pode ferir os interesses de 3º.
 Se a Função Social NÃO for Respeitada, haverá a Invalidade ou Ineficácia do
Contrato.

PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO – Res Inter Alios Acta.


Significa dizer que o contrato só gera efeitos entre as partes. OBS – esse Princípio não
pode ser analisado como um Dogma, é preciso mencionar que o mesmo é mitigado pela
Função Social (que engloba efeitos para 3ºs).

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO/MANUTENÇÃO DO CONTRATO – está ligado ao Dirigismo


Contratual, ou seja, é o intervencionismo do Estado na Relação Privada entre as Partes, a
resolução/extinção do contrato sempre será a última hipótese, o Magistrado vai sempre
que possível, buscar revisar o contrato/manutenir o contrato ao invés de resolvê-lo.

PRINCÍPIO DA PACTA SUNT SERVANDA – Força Obrigatória do Negócio Jurídico. Um


Contrato, em regra, uma vez assinado, se torna lei entre as partes. Mas se esse contrato
não for dotado de equilíbrio, função social aí não precisa cumprir, logo, a função social
mitiga o pacta sunt servanda.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA - as partes devem agir com dever de conduta de


maneira proba, com confiança, lealdade, ou seja, só há uma relação interna, só entre os
parceiros. Deve ser observado em todas as fases de formação do contrato, hoje o
contrato é dotado de 5 fases e todas essas fases devem ser contaminadas pelo Princípio
da Boa-fé Objetiva.

FASES DO CONTRATO:
 1º FASE DAS NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES OU PUNTUAÇÃO OU PROPOSTA
NÃO FORMALIZADA – nesta fase ocorre debates prévios, não há nada
formalizado ainda. Essa fase gera a vinculação a observância da confiança e da
lealdade, porém não gera a vinculação à realização do contrato (estão só
negociando). Caso não fechem um acordo, a parte que se sinta ofendida pela não
formalização do contrato, excepcionalmente pode propor uma Ação
Indenizatória, aí a Responsabilidade Civil será Aquiliana ou Extracontratual.

 2º: FASE DE PROPOSTA OU POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO – a proposta já é


formalizada, desta forma, em regra, obriga o proponente. x
 PROPOSTA/CONTRATO ENTRE PRESENTES – trata-se de uma situação em
que as partes têm uma Facilidade na Comunicação (mesmo estando um
no BR e outro nos EUA, fora tranquilo se comunicar).

 PROPOSTA/CONTRATO ENTRE AUSENTE – é aquele que há uma


Dificuldade na Comunicação. O contrato se torna perfeito entre as partes
quando a aceitação for expedida, com exceção da Recepção, ou seja, se
obriga a esperar a resposta.

 3º: FASE DO CONTRATO PRELIMINAR (PACTO DE CONTRAENDO) – tem que ter


todos os requisitos necessários para a realização do contrato definitivo, exceto a
sua forma, pois o contrato preliminar tem uma forma livre.

 ARREPENDIMENTO NO CONTRATO: o contrato preliminar pode conter


cláusula de arrependimento, tem que ser expresso, não pode ser
presumido. Se a pessoa se arrepender, aí não será realizado o contrato
definitivo.

 REGISTRO DO CONTRATO PRELIMINAR: para que ele possua eficácia em


face de 3º (s), precisa do registo, aí a Eficácia será Erga Omnes. Mas pode
ter Eficácia independentemente do Registro, mas aí a Eficácia NÃO será
Erga Omnes, mas sim INTER PARTES.

 Juiz pode dar Caráter Definitivo ao Contrato Preliminar? Pode, desde que
a parte lesada assim requeira.

 4º FASE DO CONTRATO DEFINITIVO – é a Conclusão do Contrato, o mesmo não


se extingue por essa conclusão.

 5º FASE DE EXECUÇÃO – é a Fase Pós-Contratual.

 STJ – para que haja o preenchimento completo da Boa-Fé Objetiva, é necessário


que preencha os seguintes deveres: CUMPRIMENTO DOS DEVERES PRINCIPAIS
(obrigação de dar, fazer, não fazer) + DEVERES ANEXOS (cooperação, informação,
proteção). Se descumprir Dever Principal, ocorre Inadimplemento
(TOTAL/ABSOLUTO/PARCIAL/RELATIVO). Se descumprir Dever Anexo ocorre
Inadimplemento (VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO).
FIGURAS CORRELATAS DA BOA-FÉ OBJETIVA:

 VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM – proibição do comportamento


contraditório (ex: prometer algo e depois mudar de ideia).

 SUPRESSIO – Supressão, se encontra relacionada a uma Omissão. É a Redução do


Conteúdo Obrigacional, tendo em vista uma inércia prolongada.

 SURRETIO – é a Ampliação do Conteúdo Obrigacional.

 TUQUOQUE – EX: exceção do contrato não cumprido, ou seja, se eu não cumprir


com a minha parte, não cabe a eu exigir o implemento da sua.

 DUTY TO MITIGATE THE LOSS – obrigação do credor mitigar o próprio prejuízo

 ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL – se aplica quando ocorre o cumprimento


substancial da obrigação.

TEMAS RELEVANTES DO ART. 423 AO ART. 426:


 D
 ART. 423 – PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO ADERENTE: se
aplica quando contrato for um contrato de ADESÃO.
 ART. 424 – ADESÃO – a cláusula que estabeleça renúncia será nula.
 ART. 425 – PRINCÍPIO DA AUTÔNOMIA: faz com que as partes realizem contratos
atípicos.
 ART. 426 – PACTA CORVINA: é a Proibição da Realização de Contratos que
envolvam Herança de Pessoa Viva.

VÍCIOS REDIBITÓRIOS – é um VÍCIO OCULTO. Somente se aplica aos CONTRATOS


ONEROSOS – ART. 441. § ÚNICO – estabelece um tipo de Doação Onerosa, é a DOAÇÃO
MODAL (Doação com Encargo).

 Vício Redibitório só se aplica aos CONTRATOS COMUTATIVOS que DIFEREM


dos CONTRATOS ALEATÓRIOS.
 CONTRATO COMUTATIVO – é aquele que NÃO possuí Risco.

 CONTRATO ALEATÓRIO – é o Contrato onde existe Risco. Pode dizer respeito


a:
o COISAS OU FATOS FUTUROS:

 VENDA DA ESPERANÇA – Venda Emptio Spei. Um dos


Contratantes Assume o Risco Total da Coisa Não vir a Existir.
Se o Contrato for Aleatório (de Risco), dizer respeito a Coisa
Futura (ex: plantar soja). Se o Contratado não agiu com dolo
ou com culpa, e na data combinada não consegue entregar a
coisa (ex: 500 k de soja) aí o Contratante terá que o que tinha
prometido. Se nada do avençado vier a surgir, venda haverá.
 VENDA DA ESPERANÇA QUANTO A QUANTIDADE – Venda
Emptio Rei Speratae. ex: eu contratei a Aline para me entregar
1 tonelada de soja pelo pagamento de 500 mil, mas eu
contratei com ela e assumi o risco de existir qualquer
quantidade, então se a Aline, na data pactuada, chegou com
Meia Tonelada de Soja, terei eu, assim mesmo, que pagar 500
mil, pois eu assumi o risco que a coisa venha a surgir em
qualquer quantidade. Agora, se nada do avençado (pactuado)
vier a surgir, venda NÃO haverá, e as partes retornam ao
status quo ante.

o COISAS JÁ EXISTENTES, MAS EXPOSTAS AO RISCO: ex: plantação


sujeita a pragas.

Se o Alienante atuou com dolo no caso concreto (vontade de enganar a outra parte), aí
a Venda será Anulada em todas as hipóteses (de coisas e fatos futuros ou de coisas já
existentes expostas a risco).

 O que fazer diante de um Vício Redibitório? Você vai propor as chamadas: AÇÕES
EDILÍCIAS, quais sejam:

 AÇÃO REDIBITÓRIA: visa a Resolução do Negócio Jurídico, havendo a


resolução, as partes retornam ao seu Status Quo Ante.
 Ex: você comprou um Apartamento, havia um Vício
Redibitório, aí você propõem a Ação visando o dinheiro de
volta que pagou pelo apartamento.

 AÇÃO ESTIMATÓRIA OU QUANTI MINORIS: visa um Abatimento, ou


seja, você comprou um Apartamento, havia um Vício Redibitório, aí
você propõem a Ação visando um abatimento, você fica com o bem,
só requer um abatimento

 OBS – Essas Ações Edilícias podem ser Cumuladas com Perdas e


Danos, desde que você PROVE a MÁ-FÉ do Alienante, ou seja, que o
Alienante já Conhecia o Vício.

 PRAZOS AÇÕES EDILÍCIAS – são DECADÊNCIAIS.


 30 DIAS para BENS MÓVEIS – contados da Entrega Efetiva do
Bem.
 1 ANO para BENS IMÓVEIS - contados da Entrega Efetiva do
Bem.

 OBS - Se a pessoa Já tem Posse do Bem, o PRAZO será


Reduzido a Metade. Considera-se toda pessoa que tem algum
dos poderes inerentes a propriedade (GRUD).

 O CC adota a Teoria OBJETIVA de Ihering – basta que a pessoa


tenha CORPUS, não há necessidade que tenha o animus, pois
este já está embutido no corpus.
 Art. 445, §2º - TRADIÇÃO FICTA – essas modalidades tem o
prazo pela metade, quais sejam:
o Traditio Brevi Manu: aquele que possuí em nome
alheio passa a possuir em nome próprio.
o Constituto Possessório: aquele que possuí em nome
próprio passa a possuir em nome alheio.

PARA QUE HAJA RELAÇÃO DE CONSUMO TEM QUE HAVER HABITUALIDADE. Ex: se eu
vendo meu carro para você NÃO é uma Relação de Consumo.

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS –


 EVICÇÃO – é sinônimo de perda. É PERDA de um Bem Móvel ou Bem Imóvel. Essa
perda vai se dar por uma Sentença ou por uma Apreensão Administrativa. Só vai se aplicar
frente a um Contrato Oneroso, ou seja, não se aplica em contratos gratuitos. Pode se dar,
mesmo que o Bem tenha sido Arrematado em Hasta Pública, ou seja, por Leilão ou Praça.
o ALIENANTE – aquele que compra.
o ADQUIRENTE – aquele que adquire. É o EVICTO/EVENCIDO.
o EVICTOR/EVENCENTE - 3º que Apresenta uma Melhor Fundamentação
Jurídica e toma o bem do adquirente. Aí o Adquirente, que perdeu o bem para
3º, ingressa com uma Ação em Face do Alienante

o Análise do Art. 359 CC – Modalidade de Pagamento Indireto – que é a DAÇÃO


EM PAGAMENTO – é uma modalidade de pagamento indireto, onde o Credor
Consente em Receber Prestação Diversa da que Fora Pactuada.
 Se houver a Evicção na Dação em Pagamento, ou seja, a perda do
bem, aí a Obrigação Originária será Reestabelecida, as partes irão
retornar ao seu status quo ante.

Podem as Partes por Cláusula Expressa, reforçar/diminuir/excluir a


Responsabilidade pela Evicção? SIM, segundo o art. 448 do CC, podem as
partes, por Cláusula Expressa. Podem, isto significa que as partes estão
entrando em um acordo/consenso. Então se essa Cláusula for Embutida num
Contrato de Adesão, a mesma (clásula) será Nula.
CONTRATO DE ADESÃO - é aquele contrato que você só assina, as cláusulas já
estão estabelecidas por uma das partes.

Art. 450 – DIREITOS DO EVICTO - Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o
evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos
frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e
pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários
do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será
o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso
de evicção parcial.
EVICÇÃO TOTAL – perda da totalidade do bem.

EVICÇÃO PARCIAL – pode ser:


 CONSIDERÁVEL (pode perder uma parte considerável do Bem). O Evicto poderá
optar entre a Rescisão do Contrato ou a Restituição da Parte do Preço
Correspondente ao Desfalque Sofrido.

 NÃO CONSIDERÁVEL (perde parte do bem que não seja considerável). Ao Evicto
caberá apenas Direito a Indenização.

EVICÇÃO

 Art. 451. Subsiste para o Alienante esta obrigação, ainda que a coisa esteja
deteriorada, exceto havendo dolo do Adquirente.

 Art. 452. Se o Adquirente tiver obtido VANTAGENS DAS DETERIORAÇÕES e NÃO


tiver sido condenado a indeniza-las, o valor das vantagens será deduzida da
quantia que lhe dá o Alienante, ou seja, aquela indenização será abatida tendo
em vista aquelas vantagens.

 Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a


evicção, serão pagas pelo alienante.

 Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas
pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

 RESPONSABILIDADE CIVIL NA EVICÇÃO é do Alienante Imediato ou de qualquer


dos Anteriores. Esses anteriores nada tem a ver com a situação, é uma Regra
Facultativa, pois poderá o adquirente em Ação Autônoma, buscar Reaver o que
Pagou.

 Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa
era alheia ou litigiosa, ou seja, se o cara comprou sabendo que o bem era de
outra pessoa, se o cara comprou um bem sabendo que era objeto de litígio.

EXTINÇÃO DOS CONTRATOS – o Contrato é um Negócio Jurídico, é uma


Obrigação. Motivos que acarretam a Extinção do Contrato (Negócio Jurídico):

 PAGAMENTO: é a morte natural da obrigação. Esse pagamento pode ser feito por um
Devedor ou um Terceiro que queira pagar, esse 3º pode ser:
o 3º Interessado (é aquele que tem interesse jurídico, como é o caso do Fiador que paga
a Dívida do Locatário quando paga, ele se sub-roga nos Diretos Creditícios) ou;

o 3º Não Interessado (é aquele que não tem interesse jurídico, como o Pai que paga a
dívida do filho, marido que paga a da esposa...; quando pagar, terá Direito ao
Reembolso).

o Esse Devedor ou esse Terceiro que Paga a Obrigação, pagam para o CREDOR (é quem
Recebe). Esse Credor pode ser chamado de ACCIPIENS. Também pode receber Alguém
que o Represente (Representante Legal, Representante Convencional, Representante
Judicial...).

o Pagamento feito ao Credor Putativo é Valido? é Valido desde que realizado de Boa-
Fé.

 TÉRMINO DO PRAZO: terminou o prazo, o contrato se extingue, menos se houver


cláusula que mencione que o contrato vai se prorrogar automaticamente, etc.

 CAUSAS ANTERIORES: VÍCIOS ANULÁVEIS: é Anulável no Prazo de 4 ANOS


Decadenciais - ex: os Vícios ou Defeitos do Negócio Jurídico; Vício de Consentimento ou da
Vontade (erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão); Vício Social (Fraude Contra Credores).
Vide arts. 166, 171, 178; OBS – COAÇÃO: para todos os outros vícios, salvo a coação, o prazo
da Ação Anulatória será Contabilizado da Data da Realização do Negócio Jurídico, já para a
Coação, o Prazo Começa a ser Contabilizado da Data da Cessação da Coação. Coação leva em
conta sexo, idade, condição, estado de perigo (cheque caução na Unimed para atender pessoa,
aí paga, essa causa anterior acarreta o desfazimento do negócio jurídico).

 CAUSAS POSTERIORES:
o DISTRATO – far-se-á da mesma forma exigida pelo Contrato, ou seja, se o
Contrato iniciou por Escritura Pública, far-se-á o seu Distrato por Escritura
Pública. RESILIÇÃO UNILATERAL – para que haja resilição unilateral tem que
haver um aviso prévio, uma prévia notificação, prévia denúncia.

o CLÁUSULA RESOLUTIVA – tem 2 modalidades: Cláusula Resolutiva EXPRESSA:


é aquela Cláusula que Opera de Pleno Direito (se você não me entregar o carro
até o dia X, automaticamente se extingue o contrato, ou seja, previamente as
partes já pactuaram motivo para a extinção); Cláusula Resolutiva TÁCITA: é
aquela de Depende de Interpelação Judicial para que o Juiz averigue o Grau de
Lesividade do Contrato.
 Se a Pessoa Adimpliu Substancialmente o Contrato, ou seja, faltam
poucas parcelas para adimplir o contrato. Aí o Juiz averigua a Função
Social.

o EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (Exceptio Nom Adimpleti


Contractus) – se aplica nos Contratos Bilaterais e de Prestações Simultâneas.
o Se eu NÃO cumprir com a minha parte, Não cabe eu exigir o implemento da
sua, pois caso eu exija o implemento da sua você poderá alegar como defesa a
Exceção do Contrato Não Cumprido.

o Exceção de Insegurança – Exceptio Nom Rite Addimplite Contractum – se


uma das partes passa por uma situação de dificuldade financeira, pode a
outra, tendo em vista essa insegurança, alegar como meio de exceção
(defesa), um Pedido de Caução.

o Cláusula Solve Et Repete – significa cumpra e depois cobre, se for inserida


essa cláusula num contrato, você não vai poder alegar a exceção do contrato
não cumprido, ou seja, mesmo que eu não tenha cumprido com a minha, você
vai ter cumprir com a tua.
o Resolução por Onerosidade Excessiva – encaixa-se a teoria da imprevisão,
lesão é uma causa concomitante, o Contrato já nasce equilibrado; já
Onerosidade Excessiva é uma Causa Superior, o Contrato se torna
Desequilibrado. Aplica-se nos Contratos de Execução Continuada (é aquele
que se dá todo mês, toda quinzena...) ou de Execução Diferida (se da/se
projeta no futuro de uma única vez somente). Reconhecida a Onerosidade
Excessiva no caso, a Sentença prolatada pelo Magistrado produzirá Efeitos Ex
Tunc (irá retroagir a data da citação).

 MORTE: é causa de Extinção dos Contratos PERSONALÍSSIMOS, aquele que são Intuito
Personae.

 NULIDADE ABSOLUTA: Atinge Interesse Público; Opera de Pleno Direito (Ope Legis);
são Legitimados o MP ou Qualquer Interessado; Não Admite Confirmação, mas Admite
Conversão (é a chamada Conversão Substancial, ou seja, o Ato Puramente Nulo será
transformado num Ato aí Aproveitado – art. 108); quando houver a Sentença produz Efeitos EX
TUNC (Retroage), a Sentença aqui é Declaratória; Não se sujeita a Prazos Prescricionais e nem
Decadenciais.

 ANULABILIDADE = NULIDADE RELATIVA: Atinge Interesse dos Particulares; Não


Opera (Ope Iudices – tem que haver requerimento); são Legitimados somente os Interessados;
Admite Confirmação, mas Não Admite Conversão; quando houver a Sentença produz Efeitos
EX NUNC, a Sentença aqui é Desconstitutiva; se Sujeita a Prazos Decadenciais.

OBRIGAÇÃO – trata-se de uma RELAÇÃO JURÍDICA formada entre o Credor e o


Devedor em torno de uma Prestação. Prestação essa que pode ser de dar, fazer, não fazer. É
formada entre os Elementos Subjetivos – Credor e Devedor. Também formada entre o
Elemento Objetivo – Prestação. E também formada por um Elemento Virtual – o Estudo do
Vínculo.

 VÍNCULO – adota-se a Teoria Dualista, segunda a mesma, a Obrigação de um lado


tem o Débito (DEBITUM/SHULD) e do outro a Obrigação por Pagar esse Débito
(OBLIGATIO/HAFTUNG).
o OBRIGAÇÃO CIVIL: é aquela formada pelo Débito + a Obrigação (Debitum + Obligatio
ou Shuld + Haftung). Se eu causo um dano a você, aí tem-se um débito, eu tenho a
obrigação de reparar esse débito.

o OBRIGAÇÃO NTURAL: trata-se de Modalidade Obrigacional em que existe a presença


do Débito, do Shuld, do Debitum, mas NÃO Existe a Obrigação, ou seja, é aquela
Obrigação SEM Exigibilidade. Como no caso quando ocorre prescrição, o débito ainda
existe, mas não tem como exigir essa indenização; débito feito por uma pessoa menor
de idade (aquele que é Relativamente Incapaz pratica Atos Anuláveis, o Absolutamente
Capaz pratica Atos Nulos).

o OBRIGAÇÃO DE GARANTIA: existe a presença do Haftung, Obligatio, Obrigação, sem


que ainda exista/haja o Débito. Como é o caso do fiador, ele assume uma
responsabilidade perante o locador caso o locatário venha a dever.
o OBRIGAÇÃO HIBRIDA: Obrigação PROPTER REM (Obrigação Ambulatória) – ela
acompanha o bem com quem ele estiver. Ex: você comprou meu ap, mas meu ap tinha
débitos condominiais, não foi você que criou essa obrigação (não foi sua vontade), mas
você adquiriu meu ap, essa obrigação é criada por você ser titular de um Direito Real
(neste caso a Propriedade), você será obrigado a quitar aqueles débitos condominiais,
pois é uma obrigação por causa do bem. Ex II: sou fazendeiro, você compra a minha
fazenda, mas eu tinha realizado um crime ambiental (queimadas), você não irá
responder criminalmente e nem administrativamente, mas vai responder civilmente
(obrigação propter rem de reparar aquele solo).
 Essa Obrigação NÃO surge em razão da Vontade conforme as outras
Obrigações. Surge por você ser Titular de um Direito Real (ex:
propriedade).

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: pode gerar a ideia de:


 TRANSFERIR: o credor recebe a coisa para nela ser instituído um direito real (ex:
compra e venda).
 ENTREGAR: o devedor transfere ao credor somente a Posse, e não o Direito Real de
Propriedade (ex: Comodato – Contrato de Empréstimo de Bem Infungível).
 RESTITUIR: a coisa é entregue e ao final restituída (ex: contrato de locação de um imóvel
urbano).
 Art. 233 Princípio da Gravitação Jurídica: A obrigação de dar coisa certa abrange os
acessórios. Em regra o Acessório segue o Principal. Pode ser que as partes pactuem que
o Acessório não siga o Principal. Esse Princípio não se aplica as Pertenças, pois esta é
uma parte não integrante do bem (serve para o uso, o serviço e o aformoseamento do
bem – USA).

 CONTRATO REAL – é aquele que se perfaz somente com a Entrega Efetiva do Bem. Até
a entrega do bem, quem é o dono do mesmo é o devedor. No caso de transferência, até
a entrega, o dono do bem é o devedor.

 OBRIGAÇÃO DE TRANSFERIR – o dono do bem é o devedor até a Tradição.

 PERDA DO BEM – art. 234 CC: Perda do bem:


 Sem Culpa: resolve-se a obrigação, ou seja, extingue a obrigação e as partes
retornam ao seu estado primitivo. A loja assume o prejuízo e devolve a
quantia.
 Com Culpa: responde a pessoa pelo equivalente + perdas e danos.

 DETERIORAÇÃO DO BEM – art. 235 e 236 CC:


 Sem Culpa:
 Com Culpa:

RES PERIT DOMINO – o risco corre por conta do dono, a coisa se perde para o dono.
Art. 237 – até a Tradição, pertence a coisa ao devedor, com seus devidos melhoramentos,
ou seja, se houver melhoramentos esse devedor pode cobrar por eles. Caso o credor não
queira pagar, resolve-se a obrigação e as partes vão retornar ao seu status quo ante.

 OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR – art. 238 e s/s: o dono do bem é o credor. O


devedor tem a obrigação de restituir.
 PERDA DO BEM – art. 238 CC: Perda do bem:
 Sem Culpa: o Credor assume o prejuízo, a coisa se perde para o dono.
 Com Culpa: responderá a pessoa (devedor) pelo equivalente + perdas e danos.

 DETERIORAÇÃO DO BEM:
 Sem Culpa: devolverá tal qual se ache;
 Com Culpa: responderá a pessoa (devedor) pelo equivalente + perdas e danos.

DA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA – art. 243 a 246 do CC. São indicadas ao
menos pelo gênero e pela quantidade. Não existe total indeterminação nas obrigações
incertas, elas são indicadas pelo gênero e pela quantidade.

Escolha cabe a quem nas Obrigações Incertas?

o Escolha = Momento de Concentração do Débito: a Escolha cabe ao DEVEDOR.

o Regra Favor Debitoris: pois a Escolha caberá ao Devedor.

o Princípio da Proporcionalidade: esse devedor não será obrigado a prestar coisa melhor e
nem será obrigado a dar coisa pior.

o Havendo a Escolha, a Obrigação deixa de ser Incerta e passa a ser Certa.

o OBS – Art. 246 CC – o GÊNERO Nunca Perece nas Obrigações Incertas. Art. 246. Antes da
escolha, NÃO poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por
força maior ou caso fortuito.

o Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

o Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa
pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

o Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.

o Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa,
ainda que por força maior ou caso fortuito.

OBRIGAÇÕES DE FAZER – ENVOLVEM UMA ATIVIDADE – pode ser:


INFUNGÍVEL: é aquela que só pode ser cumprida por uma determinada pessoa. São
aquelas Obrigações PERSONALÍSSIMAS.

FUNGÍVEL: é aquela que pode ser cumprida por um 3º, ou seja, não tem uma
qualidade especial da pessoa (não determinou a pessoa).

Art. 249, § Único: em caso de Urgência, nas Obrigações de Fazer Fungíveis, poderá o
Credor independente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato
sendo depois ressarcido.
OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER – é aquela que envolve um Dever de Abstenção,
este dever de abstenção pode ser fundamentado/fixado na Lei ou no Contrato.
 LEI: haverá um dever de não fazer legal (ex: atos emulativos – são aqueles atos que o
proprietário do bem utiliza a propriedade com o fim de prejudicar outrem).

 CONTRATO: como é o caso do dever de Sigilo estipulado no contrato, violada essa


situação, haverá Perdas e Danos.

OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS – podem ser chamadas de DISJUNTIVAS. Essa


obrigação difere da Cumulativa (Conjuntiva) e também difere das Obrigações Facultativas.
 É uma Obrigação COMPOSTA, pois desde o seu início, existe + de um elemento
prestacional (pode entregar uma moto, um carro, um caminhão...). Cumprido qualquer
desses elementos prestacionais, a pessoa se desobriga. Ex: tem que entregar um carro
ou uma moto, perdi o carro, automaticamente a obrigação subsiste sobre a moto.

 Difere da Cumulativa, pois nesta deve ter o preenchimento de todos os elementos.


 Difere da Facultativa, pois esta é uma Obrigação Simples, porque desde o seu início
existe um único elemento prestacional. Se há a perda do elemento principal, não
subsiste sobre elemento facultativo, aí se resolve a obrigação, e as partes retornam ao
estado primitivo.

 ESCOLHA – Obrigação Alternativa: a escolha cabe ao Devedor, se outra coisa não


estipulou (pode se pactuar que a escolha caiba para outra pessoa).

 Obrigações Divisíveis – Concurso Partes field: havendo + de um credor ou devedor em


obrigação divisível, esta presume-se dividida em partes entre os mesmos.

TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES – pode se dar:


 CESSÃO DE CRÉDITO: É a Transferência de um Negócio Jurídico Unilateral, Gratuito ou
Oneroso, pelo qual o Credor de uma Obrigação (Cedente) transfere, no todo ou em parte, a 3º
(Cessionário), independente de consentimento do devedor (Cedido), sua posição na relação
obrigacional com todos os seus acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que
se opere a extinção do vínculo obrigacional.
o O Devedor continua sendo devedor, não se extingue a obrigação anterior para
a criação de uma nova. Ocorre que o Devedor continua sendo Devedor, só que
agora de um Novo Credor.
o OBS – para que seja válida, Independe de Consentimento do Devedor, mas
para que ela seja EFICAZ, é necessária a Notificação do Devedor

 OBS - NOVAÇÃO: aqui se extingue a Obrigação anterior e cria-se uma nova:


o Art. 360. Dá-se a novação:
 I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e
substituir a anterior;
 II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o
credor;
 III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído
ao antigo, ficando o devedor quite com este.
 CESSÃO DE DÉBITO ou ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: é um Negócio Jurídico Bilateral, pelo
qual o Devedor com Anuência Expressa do Credor, Transfere a um 3º os Encargos
Obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, substituindo-o.
o OBS – Substituição do Devedor SEM Alteração na Substância do Vínculo
Obrigacional, pois se houvesse alteração, estaríamos diante da regra que se
refere ao Instituto da Novação Subjetiva Passiva.

 CESSÃO DA POSIÇÃO CONTRATUAL: aqui tem-se uma Cessão em Bloco, pois aqui
ocorre Assunção das Dívidas, mas ao mesmo tempos dos Créditos, a parte assume os Créditos
e os Débitos.

TEORIA DO PAGAMENTO – REMIÇÃO: pode ser Direto e Indireto.


PAGAMENTO DIRETO: é a forma normal de Extinção da Obrigação, se dá na forma como
foi pactuado entre as partes.

PAGAMENTO INDIRETO: é forma Especial de Cumprimento da Obrigação, pois ocorre de


forma diferente do que foi pactuado. Esse pagamento pode ser Iniciado com um SINAL,
esse Sinal é denominado ARRAS.
 ARRAS – é o Sinal do Pagamento.
 ARRAS CONFIRMATÓRIAS: nesta modalidade de arras NÃO cabe o
Arrependimento, mas cabe Indenização Suplementar.
 ARRAS PENITENCIAIS: aqui Cabe o Arrependimento, mas NÃO cabe
Indenização Suplementar.
 OBS: para ambos os Arras, se aquele que deu arras desistir do contrato,
poderá aquele que as recebeu, desfazer o mesmo e reter o valor, porém se
foi aquele que recebeu arras desistir do contrato, poderá o que as deu,
desfazer o mesmo, pedir o valor de volta e mais o equivalente. EX: X vai
realizar negócio com B, vai compra o apto de B pelo valor de 400 mil, vai dar
de sinal para B 10% (40 mil), se X (que deu o Arras) desistir do contrato,
poderá B (que recebeu o arras) desfazer o contrato e reter o valor (40 mil).
Porém, se B (quem recebeu Arras) desfizer o contrato, poderá X (que deu o
Arras) desfazer o mesmo, pedir o valor de volta e + o equivalente.
 OBS – se for mencionado o arrependimento no contrato na questão da
prova, é Arras Penitencial. 4.19

o CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: o Devedor quer pagar, mas o Credor não quer


receber.

o QUEM DEVE PAGAR? É o DEVEDOR (SOLVENS), mas outras pessoas podem


pagar: o herdeiro, o representante legal, o representante contratual, aquele que
assumiu dívida, um 3º.

o 3º QUE REALIZA O PAGAMENTO:


 3º INTERESSADO: é aquele que Possuí Interesse Jurídico. Ex: Fiador, Avalista.
Se o 3º Interessado paga, se Sub-roga nos Direitos Creditícios do Credor.
 3º NÃO INTERESSADO: é aquele que NÃO tem Interesse Jurídico. Ex: Pai que
paga a dívida do filho. Se paga, tem Direito ao Reembolso daquilo que foi
pago.

o A QUEM SE DEVE PAGAR? Ao CREDOR (ACCIPIENS) ou a alguém que o


represente (herdeiro, representante legal/contratual, credor putativo).
 O Pagamento feito ao CREDOR PUTATIVO é Válido, desde que feito de Boa-
Fé.

o OBJETO DO PAGAMENTO – Princípio da Correspondência do Pagamento – o


Credor não é obrigado a consentir a receber prestação diversa daquela que fora
pactuada.
 A Dívida em Dinheiro $ deve ser paga em Moeda Nacional/Corrente –
Princípio do Nominalismo.

 Teoria da Imprevisão: Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier


desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de
sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que
assegure, quanto possível, o valor real da prestação – Regra da Rebus Sic
Stamtibus, ou seja, o Juiz vai visar reestabelecer o equilíbrio.

 Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda


estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da
moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.

o LOCAL DO PAGAMENTO – Princípio da Autonomia das Partes, significa dizer que


as partes podem optar/escolher em que local irão realizar o pagamento.
 Lugar de Pagamento Queráble ou Quesível: é aquela que se dá no Domicílio
do Devedor.
 Lugar de Pagamento Portable ou Portável: é aquela que se dá no Domicílio do
Credor.
 OBS – quem opta por essas regras são as Partes.
 OBS – em caso de SILÊNCIO, se aplicará a Regra Favor Debitórius, ou seja, o
Pagamente dar-se-á no Domicílio do Devedor.
 OBS – se designado 2 ou + lugares, o Credor irá escolher entre eles.
 OBS – no caso de TRADIÇÃO far-se-á SEMPRE no Local onde estiver situado a
Coisa.

Descumprimento da Obrigação: pode se dar a CLÁUSULA PENAL, onde as


partes estabelecem uma Prefixação das Perdas e Danos em caso de
Inadimplemento.

 Cláusula Penal COMPENSATÓRIA: vai ser aplicada no caso de INEXECUÇÃO


TOTAL DA OBRIGAÇÃO.

 Cláusula Penal MORATÓRIA: vai ser aplicada no caso de uma INEXECUÇÃO


PARCIAL (MORA).
 OBS – a Cláusula Penal pode ser feita de Forma Conjunta ou estabelecida de
uma Forma Posterior.

 Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o
da obrigação principal.

CONTRATO DE COMPRA E VENDA – é um Contrato que NÃO tem Eficácia Translativa


da Propriedade, ou seja, não é espécie de transferência da propriedade. Você compra um Bem
Móvel, você só será dono com a Tradição, de um Bem Imóvel com o Registro, então o Contrato
de Compra e Venda Transfere um Compromisso.
O mesmo deve ocorrer mediante o Pagamento de um Preço ou Algo que o
Represente (como um título de crédito).

Esse Contrato de Compra e Venda envolve um BEM CORPÓREO, se for Bem


Incorpóreo, estaremos diante de um Contrato que envolve uma Cessão de Crédito ou
de Direitos Hereditários.

NATUREZA JURÍDICA –
 1) é um Contrato Bilateral ou Sinalagmático, pois existe Reciprocidade das
Obrigações entre os Contratantes;

 2) se trata de um Contrato Oneroso, não há forma gratuita;

 3) Contrato Aleatório ou Comutativo, este, é o que envolve risco, já aquele as


partes já sabem dos riscos, já sabem o que pode acontecer;

 4) Pode ser um Contrato Paritário, estes as partes estão de comum acordo,


chegaram ás clausulas juntos;

 5) Pode ser um Contrato de Adesão, é aquele, as cláusulas já são estipuladas por


uma das partes ou as cláusulas foram estabelecidas por uma autoridade
competente.

 6) Contrato Consensual, pois nasce no momento do consenso, do acordo entre os


parceiros contratuais

 7) Contrato de Longa Duração, bem como pode ser um Contrato Instantâneo


(comprei um sanduba, paguei e recebi).

ELEMENTOS DA COMPRA E VENDA – art. 482 CC.


 PARTES: precisam ser capazes. Capacidade das Partes para que o Contrato seja
Válido, ou seja, Contrato de Compra e Venda de Relativamente/Absolutamente
Incapaz pode ser feito, mas não será válido. Ainda, é preciso que as partes tenham
a devida Legitimação (é uma aptidão específica, ex: outorga uxória da esposa).
 OBS – Capacidade é DIFERENTE de Legitimação, esta é uma aptidão
específica, enquanto aquela é uma aptidão genérica.

 COISA/OBJETO: tem que haver um objeto/coisa à ser vendido, esse Bem deve ser
Alienável, o Bem tem que estar dentro do Comércio.
 PREÇO: pode ter diversas modalidades:
 Preço por Avaliação – é fixado ao arbítrio de 3º. OBS: esse Preço tem que ser
estabelecido em Moeda Nacional Corrente.
 Preço Taxa de Mercado ou de Bolsa – art. 486.
 Preço por Cotação – é fixado em índice, parâmetros.
 Preço Tabelado e Médio – art. 488
 Preço Unilateral – art. 489, é NULO o Contrato quando deixado a Arbítrio
Exclusivo de uma das Partes a Fixação do Preço, é Vedado o Preço
Cartelizado (grupo de empresas que se reúnem para fixar preço, com o fim
de dominar o mercado – é Abuso do Poder Econômico).

 DESPESAS E OS RISCOS
 Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e
registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.

 Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do
vendedor, e os do preço por conta do comprador – se o vendedor tem que
entregar coisa certa, e perder o Bem antes da Tradição, ele (vendedor) vai
responder pela perda.

 RESTRIÇÕES AO CONTRATO DE COMPRA E VENDA -


 VENDA DE ASCENDENTE À DESCENDENTE – Art. 496: É anulável a venda de
ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do
alienante expressamente houverem consentido. Sem o devido
consentimento é anulável. Para a propositura da Ação Anulatória é de 2
ANOS DECADENCIAIS (se a questão não menciona o prazo da anulabilidade,
vale-se do prazo de 2 anos decadenciais).

 VENDA DE BENS SOB ADMINISTRAÇÃO – art. 497. Sob pena de NULIDADE,


não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens
confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa
jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou
indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender
a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam
encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de
crédito.

 VENDA ENTRE CÔNJUGES – é Lícita a Compra e Venda entre Cônjuges em


Relação a Bens Excluídos da Comunhão. Aplica-se ao caso da União Estável.

 VENDA DE PARTE INDIVISA EM CONDOMÍNIO – art. 504: Não pode um


condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro
consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der
conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob
pena de decadência. Tem-se aqui o Direito de Prelação/Preempção, ou seja,
de PREFERÊNCIA. Se não for observado o Direito de Preferência, 2 ações
podem ser propostas, no prazo de decadencial de 180 DIAS, pode propor
uma Ação Anulatória e também pode propor uma Ação Adjudicatória.
OBS – no caso de Pluralidade de Condôminos, preferirá o que tiver
benfeitorias de maior valor, e na falta de benfeitorias, quem tiver o quinhão
maior.

NULIDADE – pode ser alegada a qualquer tempo. Não se sujeita a Prazos Prescricionais e
nem se Sujeita a Prazos Decadenciais.

REGRAS ESPECIAIS
 VENDA POR AMOSTRA/PROTÓTIPO/MODELO – Art. 484: Se a venda se realizar à
vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura
ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Trata-se do Princípio do Vínculo da Melhor Oferta, ou seja, se foi feito daquela
forma, deverá ser cumprido daquela forma, sob pena de Inadimplemento Contratual.

 VENDA A CONTENTO – Art. 509: A venda feita a contento do comprador entende-se


realizada sob Condição Suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não
se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.

 VENDA SUJEITA À PROVA – Art. 510: Também a venda sujeita a prova presume-se
feita sob a Condição Suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo
vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. -> ocorre a transferência da
propriedade, mas a lei fala que aquele que recebe o Bem será tido como
Comodatário, ou seja, ele tem a Posse (o que se transfere é a posse).

o Aquele que Recebe o Bem: Se não manifestar o seu contento/agrado, pode


ter sido estabelecido um prazo para a pessoa se manifestar, se não se
manifestar, aquele que recebeu o bem cai em mora, a Mora Ex Re (397,
Caput), é a Mora Automática.
Podemos estar diante de Mora Ex Persona (397, § Único), ou seja,
deverá haver uma notificação daquele que tem a posse do bem para
que ele devolva. Se não houver essa manifestação do agrado, será
cabível a Reintegração de Posse.

 VENDA AD MENSURAM – é aquela em que o Preço do Imóvel é determinado pela


Área.
o Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por MEDIDA DE
EXTENSÃO, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em
qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o
complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do
contrato ou abatimento proporcional ao preço.
 Medida por Extensão = Preço
 Direitos do Comprador = - Complementação (Ação Ex Empto); -
Resolução do Negócio (Ação Redibitória); - Reclamar Abatimento
(Ação Estimatória).
 Prazo das Ações: Decai do direito de propor as ações o vendedor ou o
comprador que não o fizer no PRAZO de 1 ANO, a contar do registro
do título.
 Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao
alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência – o Prazo de
Decadência em regra Não é Suspenso (NÃO é Interrompido).

 Essas Ações NÃO serão cabíveis diante de Ação Ad Corpus.

 VENDA AD CORPUS – é aquela em que as Metragens e a Área são indicadas apenas


para Localizar o Imóvel, mas NÃO influem no Preço.
o Não é estabelecida nenhuma modalidade de Ação. Não haverá complemento
de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa
e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões,
ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.

CLÁUSULAS ESPECIAIS – PACTOS ADJETOS – é ACESSÓRIO ao Contrato Principal. Dentro do


Contrato de Compra e Venda tem essa Cláusula Acessória. Se o Contrato for Nulo, a Cláusula
Especial também será. Se o Pacto Adjeto (Cláusula Especial) é Nula, o Contrato Principal não
será.

Cláusula de RETROVENDA ou Resgate ou Retrato – é uma Cláusula em que o Vendedor


de Coisa Imóvel pode reservar-se de Resgatar o Bem Imóvel. Somente se aplica para os
Bens Imóveis no Prazo Máximo de 3 ANOS DECADENCIAIS. Exercido o Resgate, terá o
Vendedor que Reembolsar as Despesas do Comprador.
 OBS – é possível que o Direito de Retrato é Cessível e Transmissível à Herdeiros e
Legatários? SIM, não se trata de um Direito Personalíssimo.
 Em caso de Descumprimento da Cláusula Inserida, o que pode ocorrer? Cabe
Ação de Resgate (Rito Ordinário), proposta pelo Vendedor.
 Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só
uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem,
prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que
seja integral – esse Direito não pode ser dado de forma parcial, para que haja o
seu Exercício tem que haver o Depósito Integral do Valor, prevalece aquele que
tiver feito o depósito.
 Só se aplica para BENS IMÓVEIS.

 EX: A vende bem para B e estabelece a Cláusula de Retrovenda (prazo máximo de


3 anos), B durante esse prazo, assume uma Propriedade Resolúvel (ainda não
tem a propriedade plena), só terá a Propriedade Plena quando esse prazo
estabelecido por A ser ultrapassado. Caso no meio desse prazo, se B quer vendo o
Bem Imóvel para C ele poderá, só que C também assumira uma propriedade
resolúvel. A nesse prazo pode resgatar o bem como qualquer um que este bem
estiver.

CLÁUSULA DE PREFERÊNCIA/PRELAÇÃO/PREEMPÇÃO – pode ser aplicada tanto para


Bens Móveis quanto para Bens Imóveis.
 Prazos: Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação
de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento,
para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
 Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá
exceder a 180 DIAS, se a coisa for móvel, ou 1 ANO, se imóvel.
 PRAZO para Bens Móveis: 180 DIAS
 PRAZO para Bens Imóveis: 1 ANOS
 Pode ser estabelecido prazo inferior, mas não superior.
 Inexistindo Prazo Estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa
for MÓVEL, não se exercendo nos 3 DIAS, e, se for IMÓVEL, não se
exercendo nos 60 DIAS subsequentes à data em que o comprador tiver
notificado o vendedor.

 Art. 520. O direito de preferência NÃO se pode CEDER nem passar aos
HERDEIROS. É PERSONALÍSSIMO.

 EX: A vende bem para B e estabelece a Cláusula de Preferência, bem


esse, Imóvel, tendo Prazo de 2 ANOS Decadenciais, passados 1 ano, B quer
vender o Bem para C, todavia, ele não pode vender o Bem antes de oferecer o
Direito de Preferência para A (o Vendedor), se A não exercer a preferência, aí B
pode vender para C.

CLÁUSULA COM RESERVA DE DOMÍNIO – é aplicada para os Bens Móveis.


Ocorre: uma pessoa vende um Bem Móvel para outra pessoa, ocorre que aquele
que recebe o Bem Móvel (que comprou) NÃO tem a Propriedade, só tem a
Posse, pois o Vendedor Reservou o Domínio para ele (vendedor) até que o
preço esteja integralmente pago. É Propriedade Resolúvel, pois a qualquer
momento o comprador poderá integralizar o pagamento das parcelas.
A TRANSFERÊNCIA vai se dar quando o Preço estiver Integralmente
Pago.
 O RISCO corre por conta de quem é o Possuidor.

 Essa é uma Cláusula Formal, pois será estipulada por escrito e depende de
REGISTRO do domicílio do comprador para valer contra terceiros.

 Execução da Cláusula: O Vendedor somente poderá Executar essa


Cláusula, após a Constituição em Mora ou Mediante Protesto do Título ou
mediante ou interpelação judicial.

 O que o Vendedor pode fazer em caso de Mora?


 Ação de Cobrança;
 Busca e Apreensão.
 OBS – é uma ação ou outra.

Reserva de Domínio – Ação de Cobrança ou Ação de Busca e Apreensão.


Alienação Fiduciária – Ação de Busca e Apreensão.
Leasing – Ação de Reintegração de Posse.

 OBS – Reserva de Domínio – Possibilidade (faculdade) de RETENÇÃO DAS


PARCELAS, ocorrem quando for para Cobrir a Depreciação do Bem. É
facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir
a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for
devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será
cobrado, tudo na forma da lei processual.

 OBS – a Cláusula de Perdimento/Retenção será Abusiva nas Relações de


Consumo, quando houver retenção de todas as parcelas. Não haverá
abusividade se a Retenção for Parcial.

EMPRÉSTIMO
 EMPRÉSTIMO DE USO: regra que se refere ao COMODATO, este contrato tem 2
partes: Comodante – aquele que empresta; Comodatário – aquele que recebe o Bem.
 É um Contrato Real, pois é um Empréstimo Gratuito de Coisas NÃO Fungíveis e
perfaz-se com a Tradição do Objeto.
 É um Contrato Gratuito, NÃO se admite a Modalidade Onerosa no Comodato;
 Envolve Bens Infungíveis, mas a Doutrina admita a realização de um contrato que
envolva Bem Fungível, é Comodato Ad Pampam Vel Ostentatione.
 É um Contrato Informal, ou seja, NÃO Solene, não existe nenhuma exigibilidade
para a sua ocorrência. Pode até mesmo ser estabelecido verbalmente entre as
partes.
 É um Contrato Personalíssimo, pois haverá a sua extinção com a Morte do
Comodatário.
 Contrato Fiduciário: é baseado na Confiança/Lealdade. Violada a Confiança,
aquele que está na posse do bem se transforma no possuidor de Má-Fé.
 Contrato Unilateral: só confere obrigações/responsabilidade para o Comodatário.
 O Comodante NÃO precisa ser Proprietário para fazer este Contrato de
Empréstimo.
 É SEMPRE GRATUÍTO, nunca será oneroso.
 Admite a Cobrança de um Aluguel Penal quando o Comodatário Descumprir o Contrato
de Comodato. Esse Aluguel Pena é Arbitrado pelo Comodante, nunca podendo ser
superior a 2x o valor trabalhado na localidade, caso ultrapasse, o Juiz deverá reduzi-lo.

 EMPRÉSTIMO DE CONSUMO: regra que se refere ao MÚTUO. É o Empréstimo de


Bens FUNGÍVEIS, para que ocorra o Mútuo, é necessário que o Mutuante seja
Proprietário do Bem.

 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE MÚTUO:


o Contrato Unilateral, só ocorre Responsabilidade para o Mutuário (aquele que
recebe o bem);
o Contrato Gratuito, mas aqui é admitida a Modalidade Onerosa (Mútuo Feneratício
– é Empréstimo de Dinheiro a Juros);
o Vide Súmula 592 e 596 STF – não se aplica a Lei de Usura
o Contrato Real, o mesmo se perfaz com a Tradição do Bem (a Entrega Efetiva do
Bem).
o Contrato Informal e NÃO Solene: a Lei não prevê nenhuma solenidade para a sua
ocorrência.
o Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja
guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores –
Teoria do Mútuo Fato (ex: menina de 5 anos, é absolutamente incapaz, compra
chicle no mercado, este ato não será nulo, pois é de valor irrisório, o negócio
jurídico é de pequena importância).
o Os Relativamente Incapazes, quando praticam atos, Praticam Atos Anuláveis, mas
nem toda será um ato anulável, como é o caso: quando ele mente sua idade ou
oculta a mesma, aí não ocorrerá anulabilidade do negócio jurídico – art. 180 CC.
o OBS – acerca da Obrigação Natural: é aquela que existe a presença do Débito, mas
não existe a possibilidade de Cobrança do mesmo. É aquela que não possuí
exigibilidade.

o Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:


 I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim
para o consumo, como para semeadura;
 II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
 III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer
outra coisa fungível.

FIANÇA – é uma Garantia Pessoal ou também chamada de Caução Fidejussória. Pelo


contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo
devedor, caso este não a cumpra.
o É um Contrato realizado entre o Fiador e o Credor – Relação Interna. Existe também a
Relação Externa, que é entre o Fiador e o Devedor (por exemplo).

o Como regra geral, essa Garantia da Fiança serve para garantir qualquer modalidade
obrigacional.

o NÃO confundir Fiança com Aval:


 FIANÇA: Contrato Acessório, se o Contrato de Fiança for Inválida, o Contrato
Principal NÃO será. Há o chamado Benefício de Ordem. Pode ser estipulada a
Fiança SEM o Consentimento do Devedor ou contra a sua vontade.

 AVAL: Relação Autônoma. É uma Obrigação Cambial. Existe Solidariedade.

o NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE FIANÇA:


 Trata-se de um Contrato Unilateral, pois em regra só gera obrigações para
o Fiador.
 É um Contrato Gratuito como regra geral, mas admite a modalidade
onerosa. NÃO admite como regra, Interpretação Extensiva, pois trata-se
de um Contrato Benévolo (Gratuito). Normalmente a Fiança que é
Onerosa, é aquela reputada Fiança Bancária, a qual é formal (exige a
forma escrita). Todavia, apesar de ser formal, NÃO é SOLENE, pois NÃO
exige Escritura Pública.
 É um Contrato Acessório: arts. 824, 136
 Contrato Típico – pode assumir a Forma Paritária (aquele que as partes
chegam num acordo) ou a Forma de Adesão (aquele autorizado por uma
autoridade competente ou que as cláusulas são pré-estipuladas por uma
das partes).
 SE A FIANÇA SE ESTENDER ALÉM DO PERÍODO CONVENCIONADO? Ex: eu
pactuei um contrato de locação em que há a figura de um locador, e o
contrato de locação tem o prazo ‘X’, esse contrato de locação é
prorrogado, a fiança também será prorrogada? Tem-se 3 situações:
 Súmula 214 STJ: O fiador na locação não responde por obrigações
resultantes de aditamento ao qual não anuiu.
 Art. 39 Lei 8.245/91: Salvo disposição contratual em contrário,
qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução
do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado,
por força desta Lei.
 Art. 819 CC: A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação
extensiva.

 EFEITOS DA FIANÇA
 As Dívidas Futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste
caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a
obrigação do principal devedor. É a chamada Fiança Condicional, pois
só será eficaz se a Dívida Existir.

 Fiança pode ser Total (cobre a totalidade da situação) ou Parcial


(cobre parte de uma situação).

 Essa Fiança pode ser de Valor Igual ou Inferior ao da Obrigação


Principal, ou seja, se for pactuada uma Fiança com valor superior ao
da Obrigação Principal, só poderá ser cobrado até o Limite da
Obrigação Principal, a parte que passou não será conhecida.

 Garante a Dívida, todos os Acessórios, incluindo Juros, Multa e


Cláusula Penal.

 NÃO pode haver Fiança quando a Obrigação for Nula.

 Benefício de Ordem: art. 827 CC - O fiador demandado pelo


pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide,
que sejam primeiro executados os bens do devedor, ou seja, 1º do
devedor e depois do fiador.
 O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este
artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo
município, livres e desembargados, quantos bastem para
solver o débito. – Então é o Fiador que deve Indicar os Bens.

 Não aproveita este benefício ao fiador:


o I - se ele o renunciou expressamente (“renuncio ao
benefício de ordem”), desde que o Contrato seja
Partário;
o II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor
solidário;
o III - se o devedor for insolvente, ou falido.

 OBS – As Cláusulas que estabeleçam, por exemplo: a Renúncia


do Benefício de Ordem ou que estabeleça que o Fiador
assuma como Devedor Principal, aí pode ser alegada a
Nulidade dessas Cláusulas.

 Concursu Parte Fiundi - Cada fiador pode fixar no contrato a


parte da dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em
que não será por mais obrigado – Divisão Igualitária.
 Outorga Conjugal – para que haja o Contrato de Fiança tem
que haver a Outorga Conjugal.
o Súmula 332 STJ: A fiança prestada sem autorização de
um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.
 835 a 839
 Impenhorabilidade – é Possível penhorar o Bem do Fiador?
Art. 3º, VIII da Lei 8009 – permite que o Bem, mesmo que seja
o único Bem do Fiador, seja passível de Penhora.

LOCAÇÃO DE IMÓVEL URBANO – Lei 8245/91, nem todas as locações são regidas por essa lei,
como:

Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais:

a) as locações:

1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e


fundações públicas;

2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos;

3. de espaços destinados à publicidade;

4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que


prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar;

b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.

 Para que o Imóvel seja considerado Urbano: deve ser levada em conta a Destinação
da Coisa, por mais que esteja encravada numa zona rural, mas tenha sua destinação
urbana.

 NÃO Aplicabilidade do CDC na Relação Locatícia, eu alugo meu apto para João, isto
não é uma relação consumerista, é uma relação inquinaria. Pode até ocorrer uma
Locação de Consumo quando esse Locador for um Locador Profissional.
o Ocorre Relação de Consumo quando estivermos em uma situação em que esse
Dono do Imóvel deixa o Imóvel em uma Imobiliária, aí sim haverá relação de
consumo, pois essa imobiliária presta um serviço para o Locador, então existe
relação de consumo entre o Locador e a Imobiliária.

 Para REAVER o Imóvel numa Locação, NÃO cabe Reintegração de Posse, a única ação
que cabe para retirar o Locatário do Imóvel é AÇÃO DE DESPEJO.

 SUBLOCAÇÃO: Sublocação Consentida: para haver sublocação, o Locador, através de


contrato, tem que Consentir que o Locatário poderá alugar, para reaver o imóvel, tem
que propor Ação de Despejo. Se o Locatário alugar para “X” sem o Consentimento do
Locador, ou seja, ocorre uma Sublocação Não Consentida, aquele que se encontra no
imóvel, o sublocatário, NÃO é Sublocatário, é Intruso, aí por não haver uma Relação
Locatícia como esse cara que está no imóvel, aí sim, para reaver o imóvel, propõem
Ação de Reintegração de Posse.

 LEASING (LOCAÇÃO-VENDA): aqui ocorre Ação de Reintegração de Posse.

 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE LOCAÇÃO:


o Contrato Bilateral, pois há reciprocidade de obrigações.
o Contrato Oneroso.
o Contrato Consensual, pois se forma pelo acordo entre as partes.
o Contrato Comutativo, que pode ser Paritário (aquele em que as partes ali
estão em pé de igualdade) ou pode assumir a forma de Adesão (a cláusula é
estabelecida somente por uma das partes).
o Contrato Informal, não exige nenhuma solenidade para a sua realização.

 OBSERVAÇÕES:
o 1º Contrato Residencial por Escrito com 30 meses ou +: ele extingue-se com o
término do prazo, podendo ser prorrogado por prazo indeterminado. Neste
caso, cabe a chamada Denúncia Vazia/Oca/Imotivada, a qualquer tempo, com
30 dias, em regra, para a desocupação do imóvel.

o 2º Contrato Residencial Verbal ou Escrito com menos de 30 meses: aqui cabe


a denúncia cheia/motivada . A extinção do contrato de trabalho será cabível
para uso próprio (cônjuge, companheiro, etc), caso de demolição licenciada e
por fim, se a vigência do contrato, sem interrupção, superar 5 ANOS – nestes
casos tem que haver uma Denúncia Motivada.

o 3º LOCAÇÃO POR TEMPORADA: NÃO pode ser Superior a 90 DIAS (não são 3
meses). Se ultrapassar 90 dias:
 Art. 50. Findo o prazo ajustado, se o locatário permanecer no imóvel
sem oposição do locador por mais de trinta dias, presumir - se - á
prorrogada a locação por tempo indeterminado, não mais sendo
exigível o pagamento antecipado do aluguel e dos encargos.
 § Único: Ocorrendo a prorrogação, o locador somente poderá
denunciar o contrato após trinta meses de seu início.

o 4º LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL – Art. 56. o contrato por prazo determinado


cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de
notificação ou aviso.
 AÇÃO DE DESPEJO – art. 59 ao 66 da Lei de Locações (LL). O Rito é
Ordinário.
 AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE ALUGUÉIS E ACESSÓRIOS – art. 67 da LL.
É Rito Especial Próprio.
 AÇÃO REVISIONAL – pode ser proposta tanto pelo Locatário como
pelo Locador, possuí Rito Sumário, art. 68 a 70 da LL.
 AÇÃO RENOVATÓRIA – art. 51 a 53 e 71 a 75 da LL. Rito Especial.
DECRETO LEI 4657/42 – LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO
BRASILEIRO – LINDB - é conhecida como LEX LEGUM, pois é uma Norma sobre Direito, é
um conjunto de normas sobre normas, ela disciplina as próprias normas jurídicas.

 DIVISÃO LINDB:
o INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI: art. 1º
o TÉRMINO DA OBRIGATORIEDADE: art. 2º
o EFICÁCIA DA ORDEM JURÍDICA: art. 3º
o INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA: art. 4º
o HERMENÊUTICA ou INTERPRESTAÇÃO: art. 5º
o DIREITO INTERTEMPORAL: art. 6º

 FONTES DE DIREITO:

o FONTES FORMAIS/DIRETAS/IMEDIATAS – dividem-se entre a Lei, Analogia,


Costumes, Princípios.
 LEI – Fonte Primária.
 Analogia, Costumes e Princípios – Fonte Secundária.

o FONTES NÃO-FORMAIS/INDIRETAS – são Doutrina e Jurisprudência.


 OBS – EQUIDADE: significa Justiça no Caso Concreto, só pode ser
aplicada quando houver a norma disponibilizando sobre a mesma.

 LACUNA LEGISLATIVA – é na Lei que se dá. Faz com que nós ingressamos num
processo de integração/colmatação. Essa Lacuna pode ser:
 Lacuna Normativa: ausência de norma.
 Lacuna Ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas sem
eficácia social.
 Lacuna Axiológica: existe a presença da norma para o caso concreto,
mas cuja aplicação seja insatisfatória.
 Lacuna em razão de um Conflito ou Antinomia entre as Normas: ou
seja, Choque de duas ou + normas válidas.

 CARACTERÍSTICAS DA LEI:
o GENERALIDADE: aplicação ERGA OMNES, para todos.
o IMPERATIVIDADE: impõem deveres e condutas para todos os cidadãos.
o PERMANÊNCIA: se a Lei não for de vigência temporária, ela irá permanecer
até que uma a venha revogar ou modifica-la Princípio da Continuidade das
Leis.
o COMPETÊNCIA: deve ser Emanada de uma Autoridade Competente.
o AUTORIZANTE: ela autoriza ou não.

 VIGÊNCIA DA LEI: a LEI passa por um Processo Legislativo, após a sua Elaboração vem
a Promulgação e após esta vem a Publicação.
o A VIGÊNCIA DA LEI será indicada de FORMA EXPRESSA e de modo a
contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento. Esse
Prazo Razoável é o VACATIO LEGIS.
o Pode ser que a Lei venha a viger com a Publicação, mas desde que ela seja de
PEQUENA REPERCUSSÃO, aí NÃO precisa de Vacatio Legis.

o Para as Leis de GRANDE REPERCUSSÃO tem que haver Vacatio Legis.

o VACATIO LEGIS – período para que se de o amplo conhecimento da Lei, ou


seja, a Lei já existe, mas não incide sobre os fatos que regula.

o Caso NÃO seja indicada de Forma Expressa a Vigência da Lei, devemos nos
valer da regra contida no art. 1º do LINDB, o qual estabelece um PRAZO de 45
DIAS (após ser publicada) para Território Nacional ou 3 MESES para
Territórios Estrangeiros quando a Lei for admitida.
 § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da
publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subseqüente à sua consumação integral.
 § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a
cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de
sua publicação oficia
 OBS – toda vez uma Lei nos trouxer Período de Vacância, deveremos
observar essa contagem em NÚMERO DE DIAS.
 Se no Período de Vacatio houve Modificação, então haverá/ocorrerá
novo prazo. Ex: essa lei entra em vigor 1 ano após a sua publicação, aí
nesse período de 1 ano, quando dá 6 meses, há uma modificação, aí
tem-se um novo prazo - § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor,
ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
 § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

o PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DAS LEIS – em regra a Lei tem Caráter


Permanente.

o REVOGAÇÃO:
 REVOGAÇÃO EXPRESSA: a Lei vai falar. - § 1º A lei posterior revoga a
anterior quando expressamente o declare,
 REVOGAÇÃO TÁCITA: § 1º...quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior
 REVOGAÇÃO TOTAL: AB-ROGAÇÃO.
 REVOGAÇÃO PARCIAL: DERROGAÇÃO.

o REPRISTINAÇÃO: art. 2º, §3º - salvo disposição em contrário, a lei revogada


não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. – O Efeito
Repristinatório é aquele pelo qual uma norma revogada volta a valer no caso
de Revogação da sua Revogadora. Não é regra no nosso ordenamento
jurídico, tem que haver a sua menção.
 OBS – Efeito Repristinatório – art. 11, §2º Lei 9868/99 –
Excepcionalmente, a Lei Revogada volta a viger quando houver uma
Declaração de Inconstitucionalidade.
o PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE – art. 3º: Ninguém se escusa de cumprir a
lei, alegando que não a conhece. – NÃO se admite a Ignorância.
 Iura Novat Curia: o Juiz conhece o Direito Vigente no nosso país, sabe
que se a pessoa levar fatos ao magistrado, o mesmo terá que julgar,
pois ela da os fatos e o Juiz o Direito. Essa regra se aplica em âmbito
Federal, pois nos outros âmbitos (estadual, municipal, alienígena,
consuetudinário) aí o Juiz pode desconhecer.

 Se houver Lacuna/Obscuridade na Lei, tem que se valer do Processo


de Colmatação (art. 4º LIND e 126 do CPC), o Juiz NÃO pode deixar de
Sentenciar ou Despachar alegando Lacuna ou Obscuridade na Lei.
Princípio do Non Liquit, ou seja, é Vedado ao Magistrado deixar de
Sentenciar ou Despachar.

o EQUIDADE: só se aplica conforme previsão do Art. 127 do CPC, ou seja,


quando a LEI MENCIONAR. Não pode o Juiz usar desse instituto se a Lei não
mencionar.

o INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS – art. 5º: Pode ser feito pelo
Judiciário, pela Doutrina... Deve-se buscar as exigências do bem comum.

o CONFLITO DAS LEIS NO TEMPO – art. 6º. Tem que observar: Coisa Julgada,
Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito.

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