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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR ...

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE REGIONAL FEDERAL DA 1ª. REGIÃO

DISTRIBUIÇÃO URGENTE
(contém pedido de efeito suspensivo ativo)

JOSÉ RIBAMAR DE FRANÇA PEREIRA , conhecido no meio artí sti co


como JOSÉ PEREIRA GODÃO, brasileiro, casado, arti sta e produtor cultural,
portador da Carteira de Identi dade nº 17395762001-6 e CPF nº 104.361.463-
04, com residência e domicílio na Avenida Rui Barbosa nº 238, Bairro da
Madre Deus, em São Luís, Maranhão e ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS LTDA. ,
sociedade empresária, com inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas – CNPJ sob o nº 05.843.634/0001-20, com sede na Avenida Rui
Barbosa nº 238, Bairro da Madre Deus, em São Luís, por intermédio de seus
advogados que ao fi nal subscrevem, com escritório profi ssional no endereço
indicado no rodapé desta página, onde recebem inti mações e noti fi cações,
respeitosamente comparece à presença de Vossa Excelência com a fi nalidade
de interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

contra a decisão interlocutória proferida nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO


POR DANOS MORAIS E MATERIAIS CUMULADA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER

Avenida Colares Moreira, Quadra 28, n0 07, Centro Empresarial Vinícius de Moraes, salas 508/509, Calhau
São Luís - MA, CEP 65075-441, Fone-fax (98) 3235-2895 / 3227-7299, walneyabreu.adv@uol.com.br
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(Processo n.º 2008.37.00.008909-0) que tem como parte adversa a UNIÃO
FEDERAL.

CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS DO ART. 525 DO CPC

1. Preliminarmente os agravante informam o cumprimento dos


requisitos do art. 525, I da Lei Processual, com a juntada dos
seguintes documentos:

I - cópia da decisão agravada;

II – certi dão de inti mação da decisão agravada;

III – procuração outorgada aos advogados do agravante;

2. Deixa de juntar cópia de instrumento de delegação (ou


procuração), haja vista a dispensa da juntada de instrumento de mandato
em autos de processo judicial (v. STF RE 121.856-ED; RE 259.022). No entanto,
oferece abaixo informações acerca da Advogada da União que já funcionou na
lide, muito embora, ainda não haja contestação nos autos.

Nome: Dra. Fernanda Viana Santos Carneiro

Endereço: Rua Osvaldo Cruz, Nº 1618; 8º andar; Setor D;


Edifí cio-Sede dos Órgãos Fazendários; Centro, em São Luís –
Maranhão

3. Informa, ainda, que faz colacionar à presente peti ção outros


documentos relevantes, necessários à elucidação da controvérsia,
em especial:

a) Cópia da peti ção inicial e aditamentos;

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b) Decisão proferida pelo MM Juiz Federal de plantão, datada de
23/12/2008 (dentro do período de recesso natalino), constante
de fl s. 265/266 dos autos;

c) Manifestação da União, fl s. 269/270, acerca da decisão supra;

d) Decisão subseqüente do MM Juiz Federal de plantão, datada de


30/12/2008 (ainda no recesso natalino), constante de fl s. 277;

e) Manifestação da União, data de 30/03/2009, onde apresenta


“comprovações” (?!) do cumprimento da decisão do MM
magistrado (decisão agravada);

f) Cópias de jornais com as “ minúsculas ” notas do Departamento


de Polícia Federal, publicadas em jornais de São Luís – MA, São
Paulo e Brasília.

4. Também requer a juntada aos autos dos documentos que


comprovam o pagamento das respecti vas custas, inclusive o porte
de retorno (CPC, 525, § 1º

RELATÓRIO FACTUAL ENSEJADOR DO PRESENTE RECURSO

5. Os agravantes ajuizaram em 19/12/2009 Ação de Reparação por


Danos Morais e Materiais, Cumulada com Obrigação de Fazer
(Processo nº 2008.37.00.008909-0), em face da UNIÂO FEDERAL
por conta de atos ilegais prati cados pelo Departamento de
Polícia Federal, os quais causaram, e ainda vêm causando, sérios
danos à imagem, à reputação e às ati vidades culturais
desenvolvidas pelos autores.

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6. Ao relatar os fatos, os agravantes demonstraram que o
Departamento de Polícia Federal havia atribuído como nome de
uma de suas operações, a expressão “BOI BARRICA”, inquérito
policial que investi ga empresários maranhenses, os quais,
supostamente, teriam cometi do crimes como lavagem de dinheiro,
evasão de divisas, corrupção etc.

7. Tomaram conhecimento desse fato em virtude da divulgação pela


mídia local e nacional de matérias que tratavam desse inquérito,
com a explícita inti tulação da referida investi gação como
“OPERAÇÃO BOI BARRICA”.

8. Ora, “BOI BARRICA” seria mais uma interessante e/ou exóti ca


denominação dentre tantas já adotadas pela PF, não fosse o fato
de que o “BARRICA” consti tuiu uma das mais importantes
manifestações da cultura popular do Maranhão, cuja notoriedade
já ultrapassou as fronteiras do País.

9. É de conhecimento comum que o “bumba-meu-boi” é um


autênti co folguedo do Maranhão, consti tuindo um gênero, do qual
o BARRICA é espécie singular. E, ao que se sabe e se tem certeza,
este nada tem a ver com o objeto das investi gações policiais ,
sendo que a sua associação como nome de operação da Policia
Federal, infama e macula de forma indelével todo um trabalho,
uma criação artí sti ca, uma marca conhecida além-fronteiras.

10. Restou demonstrado que tí tulo dessa “operação” traz um


refl exo negati vo à reputação de seu criador, às pessoas que
compõem o grupo, o espetáculo e, até mesmo, aos seus
patrocinadores, ante a uma inquebrantável associação entre o
nome BARRICA e práti cas ilícitas, mesmo inexisti ndo qualquer

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vínculo entre o folguedo “BOI BARRICA” e a as investi gações da
Polícia Federal.

11. Por outro lado, os autores comprovaram que o “BARRICA” é


marca registrada no Insti tuto Nacional de Propriedade Industrial,
sob número 816659800, cujo deferimento se deu em 09/11/1993,
com validade até novembro de 2013 e que o segundo
demandante, a sociedade comercial ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS
LTDA. é a detentora dos direitos sobre uso da marca. Todos esses
fatos se comprovam com o Certi fi cado do DNPI.

12. Não surti ram efeito as diversas tratati vas de caráter


administrati vo com a Delegacia de Polícia Federal do Maranhão
para que esta adotasse providências com vistas a minimizar os
efeitos danosos decorrentes da inti tulação inconseqüente,
mediante encaminhamento de pleito junto à própria
Superintendência daquele Órgão, no senti do de que fosse
alterado o nome daquela Operação. A pretensão era, para que,
pelos menos, fossem amenizados os prejuízos decorrentes da
propagação do nome BARRICA, atrelado a uma investi gação
policial. Nada de concreto e efeti vo foi alcançado pelos ora
agravantes.

13. Por prezarem tanto sua imagem, o bom conceito, os autores


reconheceram a inafastável necessidade de recorrer ao Poder
Judiciário, como forma de recompor, de reparar o dano moral
sofrido, bem como de ressarcir os prejuízos materiais e
injustamente abalados.

14. Em uma primeira decisão, prolatada em 13/12/2008, o d. Juiz


plantonista do recesso judiciário natalino deferiu o pedido de

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tutela antecipada, formulado pelos autores, determinando “a
alteração da denominação da citada operação ‘Boi Barrica (...)’
como também “que a União proceda à publicação de nota de
esclarecimento (...) em jornais de circulação local e nacional,
esclarecendo a desvinculação entre o nome atribuído à operação
e o grupo folclórico BOI BARRICA, inclusive mencionando a
alteração do apelido da investi gação policial”.

15. Após a inti mação da União, esta, em resposta datada de 29 de


dezembro de 2008, informou o cumprimento da primeira
determinação por parte do DPF, qual seja, a alteração do nome da
operação (inclusive com modifi cação nas capas dos processos e
documentos relacionados). No entanto, no que concerne à
segunda medida, a publicação de nota de esclarecimento em
vários jornais do País, a União alegou entraves burocráti cos que
inviabilizariam o seu cumprimento.

16. Solicitou então:

a) Dilação do prazo esti pulado para a publicação em jornal;

b) A publicação no site da insti tuição.

17. Em data subseqüente (30/12/08), o novo juiz plantonista


manifestou-se afi rmando que o pedido formulado não se
enquadrava em qualquer das situações em que seria cabível a
intervenção de urgência disciplinadas pela Portaria DIREF nº 339,
de 23 de junho de 2006, determinando que aguardasse a
distribuição do feito (evidentemente após o recesso).

18. Em virtude do aumento exacerbado de notí cias por toda a


imprensa local e nacional, os autores/agravantes protocolaram

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aditamentos à inicial, como forma de compensar os graves danos
sofridos.

19. Na peti ção de fl s. 282/284 (doc. anexo) formularam pleito para


“obrigar a UNIÃO FEDERAL, por meio do DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA FEDERAL, publicar uma nota de esclarecimento, em
tamanho não inferior a 200 cm 2 (duzentos centí metros
quadrados), nos jornais acima, em caderno de noti ciário nacional
(...).

20. Sucede que em nova decisão de fl s. 308/310 o d. magistrado


de base, reconheceu que, mesmo com a alteração do apelido da
investi gação, a expressão “Boi Barrica” conti nuava ser
injusti fi cadamente uti lizada para fazer referência a uma operação
defl agrada pela Polícia Federal e que a divulgação pela mídia local
e nacional o alto grau de exposição negati va a que a marca está
sujeita.

21. E mesmo considerando “haver justa causa para que a


publicação de nota de esclarecimento seja feita nos mesmos
órgãos de imprensa que divulgaram as notí cias”, o MM Juiz não
vislumbrou a mesma justa causa para a pretendida
proporcionalidade de espaço, por entender que tal
proporcionalidade consti tui “garanti a inerente ao direito de
resposta de tratam os arts. 5º, V da CF/88 e arts. 29 e seguintes
da Lei de Imprensa, direito esse que não é objeto de
questi onamento no presente caso”.

22. Em virtude de tais fundamentos, foi deferido, parcialmente o


pedido de tutela antecipada, com a determinação de publicação
às expensas da União Federal de Nota de Esclarecimento, nos

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jornais indicados pelos autores, sem contudo estabelecer
qualquer referência ao tamanho da nota e local de publicação.

23. Contra essa decisão, data vênia equivocada, haja vista não
atender, sob qualquer hipótese à fi nalidade da tutela jurisdicional
pretendida, porquanto conti nua a acarretar, como de fato vem
acarretando, lesões irreparáveis de difí cil reparação aos
afravantes, é que se promove a interposição do presente agravo
de instrumento.

OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PRESENTE AGRAVO

24. Conforme se constata da decisão agravada, a tutela antecipada


deferida não especifi cou a forma e o padrão da manifestação,
bem como local da publicação.

25. Valendo-se dessa circunstância o que fez a União Federal, por


meio do Departamento de Policia Federal? Publicou NOTA de
tamanho irrisório , miúda e na parte dos Classifi cados dos
jornais, em que, evidentemente, não há qualquer notoriedade!!!
(vide docs. anexos).

26. A própria demandada confi rma as afi rmações acima quando,


por meio da peti ção de fl s. 315 apresenta “comprovação” de
cumprimento da decisão de fl s. 308/310.

27. Como se não bastasse, percebe-se que a redação adotada


pela requerida contém grandes obscuridades, pois não há
qualquer retratação pela requerida, que se limita a dizer que a
operação no âmbito da Polícia Federal chama-se “Operação
Faktor”. Absurdo!!!

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28. O que transpareceu ao público com essa Nota esdrúxula é a
impressão de que não foi à demandada que inti tulou a operação
“Boi Barrica” e sim a mídia sensacionalista.

29. Portanto, resta patente que a NOTA não surti u qualquer


efeito, e os esforços dos demandantes e a decisão do MM Juiz
foram em vão frente às manobras e má-fé da União que se
aproveitou de decisão, data vênia, equivocada do magistrado de
base.

30. Como conseqüência, em virtude dos fatos acima relatados,


não há qualquer contorno de efi cácia jurisdicional à decisão da
tutela antecipada, mormente quanto à fi nalidade almejada.

31. Na decisão de fl s. 308/310, o d. juiz prolator da decisão sob


censura entendeu não vislumbrar justa causa para a pretensão
dos autores, por entender estar relacionada como o direito de
resposta “de tratam o art. 5°, V, da CF/88 e os arts. 29 e
seguintes da Lei de Imprensa” .

32. No entanto, a peculiaridade do caso permite-nos inferir


facilmente, que a imprensa somente publicou notí cias uti lizando a
denominação “Operação Boi Barrica” porque:

a) “Boi Barrica” foi o nome atribuído pelo Departamento


de Polícia Federal (primeira ilegalidade);

b) Foi a própria Polícia Federal a responsável pelo


vazamento para a imprensa da existência de uma
investi gação que se desenrolava em segredo de
justi ça!!!

33. Ora, não se trata de aplicar à espécie a Lei de Imprensa (por


sinal, na iminência de ser declarada inconsti tucional pelo STF, em
toda sua inteireza).

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34. Trata-se sim de assegurar uma resposta jurisdicional que se
mostre proporcional ao danos sofridos pelos agravantes , de
natureza moral e à sua imagem.

35. Evidentemente que o simples pagamento de valores


indenizatórios, ao fi nal da lide, jamais conseguirá cobrir o abalo à
imagem do grupo folclórico. É necessário um esclarecimento que
confi ra um mínimo de proporcionalidade aos danos que vem
sofrendo a imagem do grupo folclórico.

36. Daí a necessidade de uma interpretação adequada e


razoável ao preceito consti tucional (art. 5º, V) de sorte a não se
conceber que a sua primeira parte – direito de resposta – se
dirija, tão-somente, aos órgão e agentes da imprensa e possa
alcançar àqueles que deram causa aos prejuízos morais e à
imagem dos ofendidos.

37. Nessa senda, dada a magnitude da verbalização odiosa


sobre o bem cultural Boi Barrica, publicada em vários jornais de
âmbito nacional e internacional, é que o direito de resposta deve
ser tutelado, não pelo ofendido, mas pelo Poder Judiciário , como
forma de resguardar a imagem. Nesse senti do, veja-se a lição de
ALEXANDRE DE MORAES 1 :

“O exercício do direito de resposta, se negado,


pelo autor das ofensas, deverá ser tutelado
pelo Poder Judiciário, garanti ndo- se o
mesmo destaque à notí cia que o originou ”.

38. Evidentemente, a divulgação das notí cias pelos diversos


meios de comunicação, as quais abalaram sensivelmente a
imagem dos autores, teve como causa moti vadora atos ilegais da
Polícia Federal. Cabe a esta assumir o ônus pela reparação que

1
In DIREITO CONSTITUCIONAL, Ed. Atlas, 13ª edição, pág. 78.

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deve guardar um mínimo de proporcionalidade com a ofensa
sofrida.

39. No caso em apreço, não há dúvidas de que o cumprimento


da tutela antecipada, tal como deferido, não atendeu aos critérios
de proporcionalidade e razoabilidade, até porque encontra-se
comprovado que e a demandada não agiu com a lealdade que lhe
cabia, publicando nota ínfi ma e miúda em páginas de classifi cados
do jornal, em seção menos freqüentada pelos leitores.

40. Por isso a justi fi cati va de reforma da decisão agravada.

DA INAPLICABILIDADE DE CONVERSÃO DO AGRAVO DE


INSTRUMENTO EM AGRAVO RETIDO

41. Muito embora se saiba que a regra atual do regime de


agravo é recebê-lo precipuamente em sua forma reti da, o próprio
art. 527, II do CPC reconhece a existência de situações
excepcionais, como é o caso de “se tratar de decisão suscetível de causar
à parte lesão grave e de difícil reparação”.

42. Evidentemente, a cada dia, o nome, a reputação, a imagem dos


agravantes estão sendo maculados pelo fato de que sequer a imprensa tem
conhecimento da mudança do apelido da investigação e também da
desvinculação daquele nome original com o grupo folclórico.

43. Persiste a divulgação de notícias pelos principais jornais do País as quais,


claramente, continuam a identificar com o nome “BOI BARRICA” uma operação
da Polícia Federal que investiga supostos crimes que teriam sido
cometi dos por empresários do nosso Estado. Ou seja, uma clara
associação da marca BARRICA com o crime!!

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44. Jamais poder-se-ia esperar que tal providência de caráter
antecipatório viesse a ser determinada apenas “ por ocasião do
julgamento da apelação” ou então após o trânsito da sentença.

45. Até lá, os prejuízos seriam de tal monta que talvez a sobrevivência do
grupo folclórico estivesse ameaçada.

DOS PEDIDOS

46. Em vista das relevantes razões invocadas, pugnam os


agravantes:

a) A concessão de efeito ati vo no presente agravo de


instrumento para que seja imediatamente deferida a
antecipação dos efeitos da tutela, inaudita altera pars,
nos termos do art. 273 do CPC, determinando que a
UNIÃO FEDERAL, por meio do DEPARTAMENTO DE POLÍCIA
FEDERAL, seja obrigada a publicar nota de
esclarecimento, em tamanho não inferior a 200 cm 2
(duzentos centí metros quadrados), nos jornais FOLHA DE
SÃO PAULO (SP), ESTADO DE SÃO PAULO, O GLOBO(RJ),
JORNAL DO BRASIL(RJ), CORREIO BRASILIENSE (DF), O
ESTADO DO MARANHÃO(MA), O IMPARCIAL (MA) e
JORNAL PEQUENO (MA) , em caderno de notí ciário
nacional , declarando explicitamente, mediante
retratação, a total desvinculação entre o nome que esta
atribuiu à operação e o grupo folclórico BOI BARRICA,
bem como que já adotou as providências de alterar essa
denominação “BOI BARRICA” da referida investi gação,
como também de capas de processos, tí tulos de quaisquer
outros documentos e ainda a divulgação na página inicial

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do site da Polícia Federal ( www.dpf.gov.br ), tal como esta
sugeriu e requereu às fl s. 270 (CPC, 158);

b) Impor multa diária à agravada União, em valor não


inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais), caso venha, por
meio de alguma manobra, tentar ressuscitar as restrições,
ou que delongue o cumprimento da determinação
judicial;

c) A noti fi cação do Excelentí ssimo Magistrado da 3ª. Vara


Federal da Seção Judiciária do Maranhão para prestar as
informações que entender necessárias;

d) A inti mação da agravada da decisão liminar de Vossa


Excelência, bem como para oferecer resposta no prazo de
lei;

e) Ao momento do julgamento do mérito do presente


agravo, seja dado provimento do presente recurso, para
que, reformando a decisão de primeiro grau, o Colenda
Órgão Colegiado desse E. Tribunal confi rme in totum a
medida liminar concedida por Vossa Excelência.

Estes são os Termos,

Pelos quais pede deferimento

São Luís, 27 de abril de 2009.

WALNEY ABREU OLIVEIRA RICARDO SAUÁIA MARÃO


Advogado, OAB/MA nº 4378 Advogado OAB/MA 7691

PS: Em se tratando de agravo de instrumento que esta sendo enviado


previamente por fax (Lei nº 9800/99), as peças obrigatórias do presente

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recurso estarão, juntamente com outras necessárias à elucidação da
controvérsia, estarão sendo encaminhadas junto a peti ção original, não
invalidando o recurso (v. REsp 901556).

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