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TEMPERATURAS
Rio de Janeiro
Maio de 2011
FLAMBAGEM DE PAINÉIS DE AÇO ENRIJECIDOS EM DIFERENTES
TEMPERATURAS
Examinada por:
iii
Aos meus pais Miguel e Emilia
À Frans Willems (Q.E.P.D.) por seus ensinamentos
À minha família e amigos.
iv
AGRADECIMENTOS
Aos Professores Murilo Augusto Vaz e Julio César Ramalho Cyrino pela sua valiosa
ABAQUS, a Víctor Zegarra e a Aynor Ariza por seus valiosos aportes a meu trabalho.
Miguel Celis pelas suas correções do texto e seus aportes a meu trabalho, a Kelly Nuñez
e Carmen Velásquez pelo seu apoio e amizade e a Mónica por seu carinho e apoio ao
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Maio/2011
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
May/2011
There are many numerical and experimental studies on the structural response of
stiffened steel plates under specified conditions of loading. These studies generally
define a set of geometrical and physical parameters to represent their behavior and
failure modes (Plate Induced Overall Buckling - PI, Stiffener Induced Overall Buckling
- SI, Plate Buckling - PB and Stiffener Tripping - ST). However, few studies have
analyzed the influence of temperature increase of the external environment (for example
the case of a fire on a ship) on the behavior and failure modes of stiffened plates.
The aim of this study is to analyze the critical buckling load and failure modes of
stiffened steel plates under different temperatures. Thus, a parametric study is
performed using a finite element model of a typical naval stiffened steel plate. Initial
imperfections through simplified models proposed by different researchers are
considered. The analysis also considers the mechanical properties (yield stress,
Poisson's ratio and modulus of elasticity) temperature-dependent. Two load conditions
are considered: uniaxial compression and a combination of bending and uniaxial
compression.
vii
Sumário
1. Introdução 1
1.1 Geral 1
1.2 Comportamento estrutural de painéis enrijecidos 4
1.3 Revisão da literatura 9
1.4 Objetivo 17
1.5 Organização da dissertação 17
2. Modelo de Análise 19
2.1 Introdução 19
2.2 Simplificação do estudo - análise dimensional 19
2.3 Descrição do conjunto de parâmetros propostos 22
2.3.1 Esbelteza à flexão transversal da placa, 22
2.3.2 Esbelteza da alma do enrijecedor, 22
2.3.3 Esbelteza do flange do enrijecedor, 22
2.3.4 Razão das esbeltezas à torção do enrijecedor e à flexão da
placa, 23
2.3.5 Razão das áreas do enrijecedor e da placa, 23
2.3.6 Imperfeições iniciais na placa, 23
2.3.7 Imperfeições iniciais nos enrijecedores, 23
2.3.8 Tensões residuais, 24
2.3.9 Razão dos momentos aplicado e plástico, 24
2.3.10 Razão das carga de flambagem e de escoamento, 24
2.3.11 Encurtamento axial do painel reforçado, 24
2.3.12 Razão das áreas do flange e alma do enrijecedor, 25
2.4 Conveniência dos parâmetros adimensionais 25
2.5 Modelo de elementos finitos 26
2.5.1 Geometria do modelo 27
2.5.2 Definição da geometria do painel a partir dos parâmetros
adimensionais 29
2.5.3 Propriedades do material 30
viii
2.5.4 Condições de contorno 32
2.5.5 Malha de elementos finitos 34
2.5.6 Método de solução e condições de carga 37
5. Conclusões e recomendações 82
5.1 Conclusões 82
5.2 Recomendações 83
Referências Bibliográficas 85
ix
Anexo I: Condições de contorno nos testes experimentais 89
I.1 Suporte nas extremidades 89
I.2 Sistema de restrição no bordo 90
x
Capítulo 1
Introdução
1.1. Geral
Os painéis reforçados por enrijecedores em uma determinada direção são parte
integrante de muitos sistemas estruturais, tais como o casco e convés de um navio,
partes das estruturas offshore, bem como qualquer estrutura onde a relação
resistência/peso é importante.
1
podem ser incluídos de forma explícita. Logicamente, cada vez que um novo modelo é
proposto, este deve ser validado mediante testes com modelos em escala real, mas estes
elevam o custo da investigação, razão pela qual a metodologia de ensaios com modelos
reduzidos (Estefen [13], Trovoado [14] e outros) tem apresentado sucesso.
A SOLAS [15], apresenta uma descrição bastante detalhada de uma série de parâmetros
que devem ser obedecidos para garantir a sobrevivência da tripulação de uma estrutura
flutuante em caso de incêndio. Aborda três pontos principais: A prevenção do incêndio
e explosões, o controle de incêndios e a evacuação do pessoal a bordo. Também
apresenta uma série de quesitos que devem ser obedecidos por tipos específicos de
navios.
Para a prevenção de incêndio, faz uma descrição dos tipos de combustíveis utilizados e
os cuidados que devem ser tomados para seu armazenamento, bem como uma descrição
2
do equipamento permitido em sua redistribuição. Também fornece uma série de
classificações dos materiais usados para impedir a propagação do fogo assim como uma
série de sistemas para evitar a propagação da fumaça e gases tóxicos. Quanto à
integridade estrutural do navio refere-se, de uma forma geral, que se deve evitar o
colapso parcial ou total das estruturas, devido a uma diminuição da resistência pelo
calor. Também descreve uma série de medidas e equipamentos que deve ter o navio, a
fim de facilitar tanto a evacuação do pessoal a bordo, incluindo inspeções periódicas e
testes que a tripulação deve realizar.
3
Papanikolaou et al.[18] apresentam as diferentes metodologias utilizadas na análise da
propagação de incêndios em diferentes áreas do navio. Por exemplo, a partir do uso de
modelos numéricos baseados na dinâmica dos fluidos computacional (CFD), analisam o
comportamento do fogo em espaços de carga e contentores. Da mesma forma, fazem
uma descrição da metodologia Bayesiana na análise de risco na área de carga.
Finalmente, apresentam um resumo da metodologia a ser utilizada na análise de risco da
vida humana no caso de incêndio.
O navio, ao fletir, por alquebramento ou tosamento, deverá ter uma estrutura capaz de
garantir a resistência e a estabilidade estrutural do casco. Em navios de grande porte, o
sistema de construção predominante é o longitudinal. Nesse sistema os elementos
estruturais responsáveis por resistir a este carregamento são os painéis enrijecidos que
compõem os conveses, costados, costado duplo, fundo, teto do duplo fundo e anteparas
longitudinais. Na Figura 1.1 apresenta-se as condições de alquebramento e tosamento
assim como um exemplo de distribuição de peso e empuxo para um navio em ondas.
4
algum membro pode levar ao comprometimento de outros membros adjacentes e, em
última instância, ao colapso da viga-navio. Este fenômeno caracteriza um colapso
progressivo da estrutura. Portanto, para um dimensionamento estrutural eficiente é
importante conhecer o comportamento dos elementos estruturais devido aos diversos
carregamentos que serão impostos durante a vida útil do navio.
A flexão local (F.L.), dependendo de sua direção, modifica o estado de tensões (E.T.)
aumentando a compressão na placa em relação ao enrijecedor ou vice-versa. Por
exemplo, na Figura 1.3 mostra-se a análise do fundo duplo de um navio em
alquebramento. Nesta situação, os painéis do teto estão sujeitos à compressão (C.) e
flexão local. O sentido dessa flexão é tal que leva a um acréscimo da compressão no
enrijecedor, originando nele uma alta probabilidade de ativar a flambagem global (SI)
ou local (ST) do enrijecedor. Por outro lado, nos painéis do fundo, a flexão é tal que
aumenta a compressão sobre a placa, elevando as probabilidades de uma flambagem
global (PI) ou local (PB) nela. Em geral, é importante conhecer a magnitude da carga de
flambagem ( ) a qual é comumente dividida pela carga de escoamento da seção
transversal do painel ( ), que é a carga de escoamento média determinada pela
multiplicação da tensão de escoamento ( ) pela área da seção transversal do painel a
fim de faze-la adimensional.
6
normalmente caracterizados por um comportamento de pós-flambagem com pequenos
decréscimos da carga com o aumento da deformação do painel (ver Figura 1.5).
7
Figura 1.4: Formas típicas de flambagem de um painel reforçado: (a) Flambagem
global induzida pela placa (PI), (b) Flambagem global induzida pelo
enrijecedor (SI), (c) Flambagem da placa (PB) e (d) Flambagem lateral-
torsional do enrijecedor (ST).
8
1.3. Revisão da literatura
Faulkner [10] mede as distorções iniciais máximas em cerca de 300 painéis enrijecidos.
Com base nesses valores, agrupados estatisticamente, propõe as seguintes relações para
estimar uma distorção inicial máxima da placa:
( ), para e
(1.1)
, para e
(1.2)
⁄
onde é a magnitude da tensão residual compressiva na placa e é uma constante que
depende do tipo de soldagem (soldagem com múltiplos passes, ou intermitente).
Figura 1.6: Modelo idealizado das tensões residuais de uma solda do enrijecedor na
placa, Faulkner [10].
9
Carlsen e Czujko [11] conduzem um estudo similar para encontrar o valor máximo e a
distribuição das distorções de soldagem em painéis enrijecidos, utilizando o método das
diferenças finitas. Eles propõem a seguinte fórmula para a previsão das distorções de
soldagem:
, para (1.3)
( ) ( ) ( ) (1.4)
10
imperfeições iniciais sobre o modo de flambagem lateral-torsional de reforço é
considerado desprezível. A continuidade transversal do painel, no caso de flambagem
da placa afeta a magnitude da deformação lateral e também provoca redução na rigidez
lateral, enquanto que no modo de flambagem lateral-torsional do enrijecedor o efeito da
continuidade lateral é insignificante.
Smith et al. [12] estudam a magnitude das imperfeições iniciais e tensões residuais nos
painéis enrijecidos. Os valores são agrupados em "leve", "médio" e "grave", com
magnitudes variando de 3% a 97% do valor máximo da distorção inicial e das tensões
residuais medidas na construção de estruturas com painéis enrijecidos. As magnitudes
máximas para cada grupo são apresentadas na Tabela 1.1. Eles propõem um modelo no
qual a magnitude máxima da distorção na placa é proporcional ao quadrado da esbelteza
da placa, diferente da relação linear proposta por Carlsen e Czujko [11].
11
Tabela 1.2: Imperfeições máximas nos enrijecedores
Máxima imperfeição inicial no enrijecedor
Nivel
( ⁄ )
Leve 0,00025
Médio 0,0015
Grave 0,0046
Kmiecik et al. [24] coletam um grande número de medições das distorções residuais de
soldagem em cascos de navios. Essas medidas sistemáticas foram realizadas em função
de estudos anteriores indicarem a influência das distorções de fabricação na capacidade
estrutural de carga de painéis. Em torno de 2000 chapas de diferentes tipos de navios
foram examinadas. A melhor aproximação das medidas das deformações foi conseguida
através do uso da distribuição de Weibull. Foi encontrado que a deflexão máxima da
chapa é linearmente relacionada à razão de aspecto da chapa ( ⁄ ) e à sua esbelteza,
dada pela largura entre reforços dividida pela espessura ( ⁄ ). Os resultados podem
ser úteis como referência, quando uma análise teórica das distorções de soldagem é
proposta para avaliação da influência das imperfeições na resistência estrutural.
12
Eles concluem que a queda da carga na faixa de pós-flambagem para a flambagem da
placa é mais grave em comparação com a flambagem lateral-torsional do enrijecedor na
faixa da esbelteza do painel que investigam. Não estudam o efeito da interação entre a
placa e o enrijecedor.
Ghavami [6], a fim de estudar os efeitos da forma e disposição dos enrijecedores sobre o
comportamento e a capacidade de carga de painel reforçado, ensaia 17 painéis, variando
esses parâmetros. Nos testes são ensaiados painéis com diferentes tipos de enrijecedores
(barra chata, perfil "L" e "T") e disposições (única ou múltipla, em um ou ambos os
sentidos). Nesses testes, considera os bordos do painel como simplesmente apoiados e
submetidos à compressão uniaxial. Finalmente, conclui que a forma do enrijecedor não
afeta a capacidade de carga do painel reforçado, mas afeta o modo de flambagem. Por
exemplo, os enrijecedores tipo barra chata e perfil "L" sofrem a flambagem lateral-
torsional do enrijecedor, enquanto painéis enrijecidos com enrijecedores tipo “T"
sofrem a flambagem da placa. Ele também nota que uma mudança na relação de aspecto
da placa não altera a carga de colapso, mas as deformações laterais variam
significativamente.
Hu et al. [20] ensaiam 10 painéis enrijecidos em escala real, sob compressão uniaxial e
flexão combinadas. Os bordos longitudinais são apoiados para simular a continuidade
transversal do painel e as extremidades carregadas são engastadas para restringir o
empenamento. As imperfeições iniciais são medidas em todas as amostras testadas, no
entanto as tensões residuais são medidas apenas num painel típico. As tensões residuais
e imperfeições iniciais estão dentro dos limites de tolerância especificados em diferentes
normas. São observados dois tipos de modos de flambagem: flambagem lateral-
torsional do enrijecedor e flambagem da placa. Eles observam que a flambagem lateral-
torsional do enrijecedor acontece apenas nas amostras submetidas à flexão e
compressão axial combinadas, sempre que o flange do enrijecedor fica sob compressão.
Em todos os testes os deslocamentos são controlados, observando-se seu
comportamento na faixa de pós-flambagem. As tensões máximas são significativamente
inferiores à tensão de escoamento.
13
Grondin et al. [9] conduzem um estudo paramétrico em painéis enrijecidos com um
modelo de elementos finitos, que foi validado com resultados de uma investigação
experimental (Grondin et al., [8]). Os parâmetros avaliados são: forma e magnitude das
imperfeições iniciais na placa, a magnitude da tensão residual e direção da aplicação da
flexão uniforme, a razão da esbelteza da placa, a razão de aspecto da placa, e a razão das
áreas da placa e do enrijecedor.
Sheikh et al. [27] realizam um estudo paramétrico sobre os parâmetros que afetam o
comportamento de painéis enrijecidos. O estudo divide as variáveis nos seguintes
14
grupos: geométricas, do material, da carga e da deformação. Usando uma análise
dimensional das variáveis consideradas, obtem-se uma série de parâmetros que são
capazes de prever tanto o comportamento quanto a carga de flambagem de painéis
enrijecidos. Eles concluem que a resistência dos painéis enrijecidos que sofrem a
flambagem da placa e a flambagem global induzida pela placa é regida principalmente
pela esbelteza transversal da placa à flexão. Quanto ao modo flambagem lateral-
torsional do enrijecedor, eles concluem que este só é ativado quando o momento de
flexão aplicado coloca a alma do reforço sob compressão. Além disso, este modo de
flambagem depende principalmente da razão das esbeltezas à torção do enrijecedor e à
flexão da placa e a esbelteza à flexão transversal da placa .
15
Steen et al. [28] relatam aplicações do novo programa de elementos finitos PULS
(Panel Ultimate Limit State), reconhecido pela Sociedade Classificadora DnV como
parte de suas novas regras e recomendações para navios e construções offshore. O
PULS é um programa de elementos finitos para análise da resistência limite de painéis
enrijecidos de estruturas oceânicas. O trabalho descreve um breve resumo da teoria
utilizada para a realização de análises de modelos de painéis enrijecidos e apresenta
resultados comparados com outros oriundos de programas de elementos finitos, testes
experimentais e códigos de Sociedades Classificadoras.
Mateus e Witz [29] propõem que os três principais parâmetros que afetam a flambagem
e o pós-colapso em painéis sob compressão uniaxial são:
Razão de aspecto – Razão entre o espaçamento entre reforços longitudinais e
transversais de um painel.
Condição de contorno no bordo – Valor da rigidez de translação e rotação nos
bordos.
Imperfeição geométrica inicial – Amplitude e distribuição das imperfeições.
Conclui que as imperfeições geométricas têm mais influência que a tensão residual na
capacidade máxima de carga de colunas, placas e cascas, sendo que a redução na
capacidade de carga devido à tensão residual normalmente não excede 10% da tensão
crítica.
16
A revisão da literatura indica que o método dos elementos finitos é capaz de predizer o
comportamento e a resistência de painéis enrijecidos com precisão a temperatura
ambiente. Por outro lado, a análise de incêndio a bordo é feita seguindo as normas
estabelecidas pela Convenção SOLAS [15], que foi desenvolvido com base na filosofia
de preservação da vida das pessoas a bordo de sistemas flutuantes.
1.4. Objetivo
O objetivo principal deste trabalho é analisar a variação da carga de flambagem e os
modos de flambagem de painéis de aço enrijecidos, submetidos a diferentes
temperaturas. Para atingir esta meta é preciso desenvolver os seguintes itens:
Identificar os parâmetros que caracterizam o comportamento de um painel
reforçado em cada um dos quatro modos de flambagem anteriormente
mencionados.
Estudar o comportamento destes parâmetros em resposta às mudanças de
temperatura do ponto de vista da redução da capacidade de carga e da mudança
de modo de flambagem. Em especial, deve-se verificar sob que condições o
painel sofre a flambagem lateral-torsional do enrijecedor.
17
No Capítulo 5 apresentam-se as conclusões deste estudo, bem como propostas para
futuras pesquisas.
18
Capítulo 2
Modelo de Análise
2.1. Introdução
Na investigação do comportamento e resistência no regime de flambagem e pós-
flambagem de painéis rígidos, sob cargas de compressão uniaxial e flexão e compressão
uniaxial combinadas, submetidos a diferentes temperaturas, é preciso estabelecer os
modos de falha prováveis e os parâmetros que os afetam. Estes parâmetros
adimensionais (Sheikh et al. [27]) foram obtidos mediante uma análise dimensional das
variáveis (físicas e geométricas) envolvidas neste estudo. Uma discussão para justificar
cada um dos parâmetros propostos é apresentada a seguir, bem como uma descrição do
modelo de elementos finitos utilizado. Finalmente, apresentam-se as simplificações
adotadas na análise do problema.
20
Uma das limitações do teorema de Buckingham é que a escolha de parâmetros
adimensionais não é único, por isso devemos escolher aqueles que têm um significado
físico. No nosso caso, e com base no estudo apresentado por Seikh et al. [25], propomos
os seguintes parâmetros:
√
razão das esbeltezas à torção do enrijecedor e da placa
√
21
Os parâmetros , , e , obtidos através da análise dimensional, são multiplicados
pela raiz quadrada da relação entre a tensão de escoamento e o módulo de elasticidade
para fazê-los independentes da resistência do material. Os primeiros nove parâmetros ,
bem como relacionam as características geométricas e de material do modelo, ,é
o parâmetro de saída da análise e é o parâmetro de controle, usado para monitorar a
resposta dos painéis reforçados.
Embora nossa análise é realizada com um material elasto-plástico, pode-se observar que
além do momento plástico nenhuma outra variável do regime plástico foi utilizada na
definição dos parâmetros adimensionais que caracterizam o comportamento dos painéis
enrijecidos. Este fato está relacionado com a pouca influência que essas variáveis
mostram em relação à carga de flambagem. Essa influência será discutida no próximo
capítulo para cada um dos modos de falha.
22
2.3.4. Razão das esbeltezas à torção do enrijecedor e à flexão da placa,
Danielson et al. [2] mostram que a flambagem lateral-torsional do enrijecedor depende
da rigidez à torção dos enrijecedores. Mais recentemente, Hughes e Ma [4] e Paik [25]
demonstram, através de uma solução analítica, que a flambagem lateral-torsional do
enrijecedor é influenciada pela razão das esbeltezas à torção do enrijecedor e à flexão
transversal da placa.
Grondin et al. [9] demonstram que o momento de flexão aplicado tem dois efeitos
distintos: (1) reduz a capacidade de carga do painel reforçado e (2) muda o modo de
falha de flambagem da placa, para flambagem lateral-torsional do enrijecedor quando
aumenta a compressão do flange do enrijecedor.
24
[7] aumentou para 0,25%. Para obter uma visão mais global do comportamento, ou seja,
encontrar a resposta na região de pós-flambagem, a deformação média aplicada será
dividida pela deformação de escoamento, a fim de relacioná-la com o material utilizado
no painel.
Para testar a idoneidade dos parâmetros sugeridos, a escala do modelo foi variada,
mantendo os valores dos parâmetros de entrada constante. Se a resposta do painel e o
modo de falha (dentro de um limite tolerável) não variam, pode-se concluir que estes
parâmetros caracterizam o comportamento do painel reforçado.
26
2.5.1. Geometria do modelo
Para o desenvolvimento da malha de elementos finitos são considerados os planos
médios da placa, da alma e do flange do enrijecedor. Um sistema de referência global
nomeado x, y e z é adotado. Apresentado na Figura 2.2, onde a origem das coordenadas
coincide com a junção da placa e enrijecedor.
( ) ( ) (1.4)
onde é a magnitude da imperfeição inicial no ponto da placa (onde e
são as coordenadas ao longo do comprimento e da largura do painel), é a magnitude
da máxima imperfeição fora do plano do painel (determinada pela análise estatística dos
27
dados coletados) e é o número de meias ondas senoidais em uma placa deformada ao
longo de seu comprimento.
28
( ) ( ) (2.3)
( ) ( ) (2.4)
( ) ( ) (2.5)
onde é a imperfeição medida na direção geral z e é a distância ao longo da
largura do flange, medida a partir da linha central do flange. Na Figura 2.3 apresenta-se
a geometria da malha, onde as imperfeições são amplificadas 5 vezes na chapa e 100
vezes no reforço para poder ser visível.
29
√ (2.6)
√ (2.7)
√ (2.8)
√ (2.9)
√ (2.10)
Na Figura 2.4 mostram-se os valores de cada uma das dimensões da seção transversal
obtida a partir dos parâmetros adimensionais.
30
Um modelo elasto-plástico, com um critério de escoamento de Von Mises, é utilizado
para modelar o comportamento dos materiais que formam o painel. Geralmente, as
curvas de tensão-deformação de engenharia não são utilizadas neste tipo de análise dado
que o modelo sofre grandes deformações e alongamentos, especialmente após a
flambagem, por isso a curva tensão-deformação verdadeira deve ser utilizada. Na
Figura 2.5 mostra-se a curva tri-linear usada para modelar a curva tensão verdadeira vs.
deformação verdadeira para os materiais usados neste estudo. Nesta curva o ponto
( ) representa o limite de elasticidade, em que o material começa a escoar, o ponto
representa o fim do escoamento do material e o ponto representa o
ponto de ruptura do material.
31
Observa-se que a tensão de escoamento do material diminui mais rapidamente do que o
módulo de elasticidade.
Tabela 2.3: Propriedades dos aços CAN/CSA-G40.21 350W e ASTM Grau 355(MPDB
v7.08 [31])
CAN/CSA- ASTM Grau 355
G40.21 350W
(MPa) 420 355
2,1 1,775
(MPa) 420,825 356,2
20,4 18,5
(MPa) 520,825 516,3
120,4 109,3
(º ) 1,0128 1,0128
0,3 0,3
E (GPa) 200 200
32
Na primeira condição, espera-se que o enrijecedor seja soldado a outros elementos
estruturais, tais como anteparas ou hastilhas, que têm uma rigidez muito grande em seu
plano, mas são flexíveis lateralmente. Este tipo de condição de contorno exige que os
extremos do modelo possam girar localmente para manter a forma da seção transversal.
Este efeito é incorporado no modelo, proporcionando seções rígidas através do comando
COUPLING do ABAQUS [33]. Este comando restringe a movimentação de todos os
nós que constituem a seção em relação aos movimentos de um só nó de referência, no
nosso caso o centróide da seção transversal. Esse efeito é mostrado na Figura 2.7.
33
Na segunda condição, a rotação em torno do eixo longitudinal é restringida em todos os
nós ao longo dos bordos para simular uma continuidade completa ao longo da placa.
Essas condições são mostradas na Figura 2.8. No Anexo I apresenta-se uma breve
descrição dos experimentos realizados por Grondin et al. [9], Sheikh et al. [27] e Chi et
al. [35] explicando a aplicação destas condições.
34
vs ( para cada uma das malhas testadas, observando-se um comportamento igual
no regime de pré-flambagem e pequenas diferenças no regime de pós-flambagem.
S4R 0,785 1,0 3475 0,785 4,61 7807 0,784 6,70 13867
S8R 0,783 2,55 10411 0,782 12,12 23395 0,782 35,21 41563
S9R5 0,782 4,44 13867 0,782 25,23 31171 0,782 85,57 55387
35
elemento S4R (mesma que utiliza Grondin et al. [9]). A malha selecionada é mostrada
na Figura 2.2.
36
O elemento S4R tem quatro nós, aceita dupla curvatura, e é um elemento de casca que
permite mudanças na espessura e deslocamentos de membrana. O elemento tem seis
graus de liberdade em cada nó (três componentes de deslocamento e três componentes
de rotação). O S4R é um elemento de integração reduzida, com um único ponto de
integração no centro do elemento. O comportamento da seção transversal deste
elemento de casca homogênea é calculado utilizando a regra de Simpson, com cinco
pontos de integração através da espessura do elemento. Este tipo de elemento tem sido
amplamente utilizado por vários pesquisadores como Grondin et al. [9], Sheikh et al.
[27], Estefen [13], Trovoado [14], dentre outros.
Figura 2.12: Curva carga / deformação para cada uma das malhas testadas
37
Como descrito no Capítulo 1, além do aquecimento ao qual o painel é submetido, duas
condições de carga são consideradas neste estudo: compressão uniaxial e combinação
de flexão e compressão axial. No primeiro caso, o método de Riks faz um processo
incremental, para obter tanto o comportamento como a carga de flambagem do painel.
No segundo caso, numa fase inicial são aplicados momentos nas extremidades do
painel, mediante uma analise estática que é resolvida usando o método de Newton-
Raphson. O momento inicial é seguido por compressão uniaxial, como no primeiro
caso. Nos dois casos foi considerado um valor do parâmetro ⁄ para
terminar a análise.
38
Capítulo 3
Comportamento de painéis enrijecidos
na temperatura ambiente
3.1. Introdução
Os parâmetros que caracterizam o comportamento e resistência de painéis enrijecidos,
bem como o modelo de elementos finitos utilizado, foram descritos no capítulo anterior.
O objetivo deste capítulo é apresentar os resultados do estudo paramétrico desenvolvido
para avaliar os seguintes aspectos:
• Efeito de escala nos parâmetros adimensionais propostos.
• Efeito de não considerar as tensões residuais no comportamento do painel
enrijecido.
• Interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da
placa.
Os resultados de cada um destes itens serão discutidos de forma breve, esta análise
servirá de base para o estudo do comportamento de painéis enrijecidos em diferentes
temperaturas, desenvolvido no capítulo seguinte.
39
encontrados neste estudo, se faze uma comparação com os relatados por Sheikh et al.
[27]. Os resultados dessa comparação são apresentados no Anexo II.
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 0 [ ] [ ]
Pode ser visto que a curva do aço A36 apresenta maior inclinação tanto na região de
escoamento (quase imperceptível) como na região plástica, assim como maior
deformação no ponto de ruptura do material. No entanto, a deformação deste aço no
limite máximo de escoamento é menor que do CAN/CSA-G40.21 350W. Note-se que a
tensão de escoamento de alguns dos modelos não é verdadeiramente representativa de
aços estruturais comuns. A intenção de alterar a tensão de escoamento foi demonstrar
que o efeito de escala do modelo tenha sido adequadamente controlado.
Na Figura 3.3, apresenta-se a curva do material assim como a resposta dos modos de
flambagem estudados. Observa-se que a resposta de cada modo de flambagem é
influenciada pela interação dos parâmetros físicos e geométricos.
41
Figura 3.3: Curvas adimensionais do aço A36 e de resposta dos modos de flambagem
Para cada modo de flambagem são modelados dois grupos de painéis, cada grupo com
um aço distinto e considera-se nove análises (caso base, , , , , , , , ).
Cada modelo é designado pela variável principal e o modo de flambagem considerado
(por exemplo, _PI nomeia um modelo no qual a largura da placa foi alterada para
investigar seu efeito na flambagem global induzida pela placa PI). Ressaltamos que não
é possível mudar só uma variável, todas as variáveis primárias estão interligadas através
dos parâmetros . Um caso de referência foi executado, descrito como bc_modo de
flambagem (onde bc representa o caso base). Se a resposta do painel e o modo de
flambagem (dentro de um limite tolerável) não variam, pode-se concluir que estes
parâmetros caracterizam o comportamento do painel enrijecido.
42
Tabela 3.2: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem global induzida pela placa para o aço CAN/CSA-G40.21
350W ( , , , , , , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_PI 524,8 378,7 24,79 110,9 12,70 124,0 11,36 420 420 0,966
_PI 692,9 500,0 32,73 146,4 16,77 163,7 15,00 420 420 0,966
_PI 740,9 534,7 35,00 156,5 17,93 175,0 16,04 420 420 0,966
_PI 449,5 324,3 21,23 95,0 10,88 106,2 9,73 420 420 0,966
_PI 413,0 298,0 19,51 87,3 10,00 97,5 8,94 420 420 0,966
_PI 317,3 229,0 15,00 67,0 7,68 75,0 6,87 420 420 0,966
_PI 586,6 423,3 27,71 123,9 14,20 138,6 12,70 420 420 0,966
_PI 767,8 432,1 21,82 126,5 11,18 141,4 10,00 250 250 0,965
_PI 701,1 463,7 27,71 135,8 14,20 151,8 12,70 350 350 0,968
Média 577,1 398,2 25,06 116,6 12,84 130,4 11,48 393,3 393,3 0,966
D.P. 151,1 94,0 6,05 27,5 3,10 30,8 2,77 55,2 55,2 0,001
Tabela 3.3: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem global induzida pela placa para o aço A36 ( ,
, , , , , ).
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_PI 922,9 505,1 24,79 147,9 12,70 165,3 11,36 251,2 251,2 0,964
_PI 913,9 500,0 24,55 146,5 12,58 163,7 11,25 251,2 251,2 0,964
_PI 1303,1 713,2 35,00 208,8 17,93 233,5 16,04 251,2 251,2 0,964
_PI 593,0 324,6 15,93 95,0 8,16 106,2 7,30 251,2 251,2 0,964
_PI 726,3 397,5 19,51 116,4 10,00 130,1 8,94 251,2 251,2 0,964
_PI 418,4 229,0 11,24 67,0 5,76 75,0 5,15 251,2 251,2 0,964
_PI 974,9 533,6 26,19 156,2 13,42 174,7 12,00 251,2 251,2 0,964
_PI 1444,7 655,7 23,35 180,3 11,96 201,5 10,70 150,0 150,0 0,962
_PI 742,9 476,9 27,63 139,6 14,15 156,1 12,66 350,0 350,0 0,967
Média 887,6 481,7 23,13 137,9 11,85 156,2 10,60 250,9 250,9 0,964
D.P. 305,5 142,8 6,51 39,9 3,34 45,0 2,98 47,1 47,1 0,001
43
Pode-se observar que a resposta adimensional média do painel ( ) é =0,966 e
=0,964 para o aço CAN/CSA-G40.21 350W e A36, respectivamente e com desvio
padrão igual a 0,001 em ambos os casos. Nas Figuras 3.4 (a) e (b) são mostradas as
curvas de comportamento ( ) dos painéis mencionados acima. A Figura 3.4
(c) mostra a curva de resposta típica (caso bc_PI) onde são considerados quatro estados
de tensões A, B, C e D mostrados na Figura 3.5.
Através das curvas dadas nas Figuras 3.4 (a) e (b), observa-se que todas as curvas
apresentam comportamentos quase idênticos, e típicos de flambagem global induzida
pela placa (PI) o que pode ser comparado da análise do painel deformado.
44
(a)
(b)
(c)
45
Figura 3.5: Formas deformadas do painel enrijecido e estados de tensão para a
flambagem global induzida pela placa
46
A partir dos dados mostrados verifica-se que nos casos em que a geometria do painel
muda, mantendo o conjunto de parâmetros adimensionais de entrada, sem alterar o
material, as curvas de resposta mostram o mesmo comportamento, resultando na sua
superposição. Quanto ao efeito de escala no material, podemos concluir que ante um
maior encruamento (maior módulo tangente) a carga de flambagem diminui. Enquanto
que para uma mudança na escala do material (casos _PI e _PI), a maior tensão de
escoamento produz maior carga de flambagem, sempre que os efeitos do material forem
mais importantes que os geométricos.
Como no caso anterior, a resposta do painel tem três regiões, uma região de
comportamento linear-elástico (da origem de coordenadas ao ponto A), uma região onde
começam a plastificar certas zonas do painel atingindo a carga de flambagem (do ponto
A ao B), finalmente, uma região de pós-flambagem (do ponto B em diante). Este modo
de flambagem apresenta uma menor carga de flambagem, que a flambagem global
induzida pela placa devido à maior carga compressiva recebida pelo enrijecedor, que
tem uma menor área com relação à placa (ver Figura 1.3), resultando em tensões mais
elevadas e, portanto, para a mesma deformação global do painel, as deformações locais
são maiores.
47
Tabela 3.4: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem global induzida pelo enrijecedor para o aço CAN/CSA-
G40.21 350W ( , , , , , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_SI 524,8 378,7 24,79 110,9 12,70 124,0 11,36 420 420 0,869
_SI 692,9 500,0 32,73 146,4 16,77 163,7 15,00 420 420 0,869
_SI 740,9 534,7 35,00 156,5 17,93 175,0 16,04 420 420 0,869
_SI 449,5 324,3 21,23 95,0 10,88 106,2 9,73 420 420 0,869
_SI 413,0 298,0 19,51 87,3 10,00 97,5 8,94 420 420 0,869
_SI 317,3 229,0 15,00 67,0 7,68 75,0 6,87 420 420 0,869
_SI 586,6 423,3 27,71 123,9 14,20 138,6 12,70 420 420 0,869
_SI 975,1 548,7 27,71 160,6 14,20 179,6 12,70 250 250 0,846
_SI 701,1 463,7 27,71 135,8 14,20 151,8 12,70 350 350 0,861
Média 600,1 411,2 25,71 120,4 13,17 134,6 11,78 393,3 393,3 0,866
D.P. 189,4 105,2 5,98 30,8 3,06 34,4 2,74 55,2 55,2 0,007
Tabela 3.5: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem global induzida pelo enrijecedor para o aço A36
( , , , , , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_SI 922,9 505,1 24,79 147,9 12,70 165,3 11,36 251,2 251,2 0,848
_SI 913,9 500,0 24,55 146,5 12,58 163,7 11,25 251,2 251,2 0,848
_SI 1303,1 713,2 35,00 208,8 17,93 233,5 16,04 251,2 251,2 0,848
_SI 593,0 324,6 15,93 95,0 8,16 106,2 7,30 251,2 251,2 0,848
_SI 726,3 397,5 19,51 116,4 10,00 130,1 8,94 251,2 251,2 0,848
_SI 418,4 229,0 11,24 67,0 5,76 75,0 5,15 251,2 251,2 0,848
_SI 974,9 533,6 26,19 156,2 13,42 174,7 12,00 251,2 251,2 0,848
_SI 1444,7 655,7 23,35 180,3 11,96 201,5 10,70 150,0 150,0 0,830
_SI 742,9 476,9 27,63 139,6 14,15 156,1 12,66 350,0 350,0 0,859
Média 887,6 481,7 23,13 137,9 11,85 156,2 10,60 250,9 250,9 0,847
D.P. 305,5 142,8 6,51 39,9 3,34 45,0 2,98 47,1 47,1 0,007
48
(a)
(b)
(c)
49
Figura 3.7: Formas deformadas do painel enrijecido e estados de tensão para a
flambagem global induzido pelo enrijecedor.
50
Como no caso anterior, o encruamento do material origina uma maior razão entre a
carga sobre o enrijecedor e a placa, resultando em uma menor carga de flambagem, bem
como num comportamento menos estável no regime de pós-flambagem, apresentando
um maior decréscimo da capacidade de carga com o aumento da deformação.
Finalmente, as curvas de comportamento ( ), mostradas nas Figuras 3.6 (a) e
(b), apresentam menor carga de flambagem com a redução da tensão de escoamento.
Os painéis modelados com aço CAN/CSA-G40.21 350W e A36 são apresentados nas
Tabelas 3.6 e 3.7, respectivamente. Pode-se observar que a resposta adimensional média
do painel ( )é =0,625 e =0,638 e com desvio padrão igual a 0,004 e 0,007para
o aço CAN/CSA-G40.21 350W e A36, respectivamente. Nas Figuras 3.8 (a) e (b) são
mostradas as curvas de comportamento ( ) dos painéis mencionados acima. A
Figura 3.8 (c) mostra a curva de resposta típica (caso bc_PB) onde são considerados
quatro estados de tensões A, B, C e D mostrados na Figura 3.9.
A Figura 3.8 (c) mostra que o painel tem uma menor rigidez (menor inclinação da
curva) do que os modos de flambagem globais, devido ao alto valor da esbelteza da
placa, resultando em grandes imperfeições geométricas iniciais no painel ( = 0,1 ),
bem como uma linha neutra perto da placa que resulta numa maior compressão na
placa, além de encurtamentos maiores para uma mesma deformação global devido ao
maior comprimento do painel. Todos esses parâmetros fornecem a concentração de
tensões em áreas localizadas da placa, enquanto o enrijecedor do painel suporta uma
tensão menor, sendo praticamente desprezível sua contribuição na rigidez global do
painel.
51
Tabela 3.6: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem da placa para o aço CAN/CSA-G40.21 350W ( ,
, , , , , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_PB 1406,6 783,7 17,96 166,3 12,7 151,8 13,91 420 420 0,623
_PB 897,0 500,0 11,45 106,0 8,10 96,8 8,87 420 420 0,623
_PB 995,1 554,4 12,70 117,6 8,98 107,4 9,84 420 420 0,623
_PB 634,0 353,3 8,09 75,0 5,72 68,4 6,27 420 420 0,623
_PB 1107,3 617,0 14,14 130,9 10,00 119,5 10,95 420 420 0,623
_PB 694,7 387,1 8,87 82,1 6,27 75,0 6,87 420 420 0,623
_PB 1284,3 715,6 16,40 151,8 11,59 138,6 12,7 420 420 0,623
_PB 1068,7 463,7 8,20 98,4 5,80 89,8 6,35 250 250 0,636
_PB 767,8 391,9 8,20 83,1 5,80 75,9 6,35 350 350 0,629
Média 983,9 529,6 11,78 112,4 8,33 102,6 9,12 393,3 393,3 0,625
D.P. 247,6 142,6 3,56 30,3 2,51 27,6 2,75 55,2 55,2 0,004
Tabela 3.7: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem da placa para o aço A36 ( , , ,
, , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_PB 1248,4 526,9 9,05 111,8 6,40 102,0 7,01 251,2 251,2 0,637
_PB 1184,3 500,0 8,59 106,0 6,07 96,8 6,65 251,2 251,2 0,638
_PB 1752,4 739,5 12,70 156,9 8,98 143,2 9,84 251,2 251,2 0,637
_PB 1061,4 447,9 7,69 95,0 5,44 86,7 5,96 251,2 251,2 0,637
_PB 1950,1 823,0 14,14 174,6 10,00 159,4 10,95 251,2 251,2 0,637
_PB 971,2 387,1 6,65 82,11 4,70 75,0 5,15 251,2 251,2 0,637
_PB 2261,8 954,5 16,40 202,5 11,59 184,8 12,70 251,2 251,2 0,637
_PB 2678,1 879,3 11,67 186,5 8,25 170,2 9,04 150 150 0,657
_PB 1375,4 681,3 13,81 144,5 9,77 131,9 10,70 350 350 0,628
Média 1609,3 659,9 11,19 140,0 7,91 127,8 8,67 250,9 250,9 0,638
D.P. 555,5 191,8 3,15 40,7 2,23 37,1 2,44 47,1 47,1 0,007
52
(b)
(a)
(b)
53
Figura 3.9: Formas deformadas do painel enrijecido e estados de tensão para a
flambagem da placa.
Note-se que, ao contrário dos modos anteriores, a carga de flambagem diminui com o
aumento da tensão de escoamento, sendo a influência desta última mais acentuada do
que no caso de flambagem global do painel.
Os painéis modelados com aços CAN/CSA-G40.21 350W e A36 são apresentados nas
Tabelas 3.8 e 3.9, respectivamente. Pode-se observar que a resposta adimensional média
do painel ( )é =0,811 e =0,775 e com desvio padrão igual a 0,016 e 0,005 para
o aço CAN/CSA-G40.21 350W e A36, respectivamente. Nas Figuras 3.10 (a) e (b) são
mostradas as curvas de comportamento ( ) dos painéis mencionados acima. A
Figura 3.10 (c) mostra a curva de resposta típica (caso bc_ST) onde são considerados
quatro estados de tensões A, B, C e D mostrados na Figura 3.11.
A Figura 3.10 (c) mostra a curva de resposta dos modelos estudados, mostrando que
não há grande diferença entre o limite do comportamento linear-elástico (ponto A) e o
ponto onde atinge a carga de flambagem (ponto B). Neste modo de flambagem a maior
carga compressiva é suportada pelo enrijecedor, originando uma concentração de tensão
perto de metade do comprimento do painel, onde a imperfeição inicial é mais elevada
(Figura 3.11 (c)), originando a torção do enrijecedor nessa região de forma brusca,
resultando no colapso da seção transversal do painel.
55
Tabela 3.8: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem lateral-torsional do enrijecedor para o aço CAN/CSA-
G40.21 350W ( , , , , , , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_ST 929,2 312,1 11,44 83,7 6,40 93,6 5,72 420 420 0,819
_ST 1489,7 500,0 18,34 134,2 10,25 150,0 9,17 420 420 0,819
_ ST 1031,6 346,4 12,70 93,0 7,10 103,9 6,35 420 420 0,819
_ ST 1109,5 372,6 13,66 100,0 7,64 111,8 6,83 420 420 0,819
_ ST 1845,4 619,7 22,72 166,3 12,70 185,9 11,36 420 420 0,819
_ ST 942,2 316,4 11,60 84,9 6,48 95,0 5,80 420 420 0,819
_ ST 1031,6 346,4 12,70 93,0 7,10 103,9 6,35 420 420 0,819
_ST 1721,2 449,0 12,70 120,5 7,10 134,7 6,35 250 250 0,777
_ST 1234,6 379,5 12,70 101,8 7,10 113,9 6,35 350 350 0,787
Média 1259,4 404,7 14,28 108,6 7,99 121,4 7,14 393,3 393,3 0,811
D.P. 324,2 95,5 3,55 25,6 1,98 28,6 1,77 55,2 55,2 0,016
Tabela 3.9: Efeito da variação das magnitudes das variáveis físicas e geométricas no
comportamento da flambagem lateral-torsional do enrijecedor para o aço A36 (
, , , , , , )
Modelo ⁄
mm mm mm mm mm mm mm MPa MPa
_ST 1629,5 413,3 11,36 110,9 6,35 124,0 5,68 251,2 251,2 0,775
_ST 1971,0 500,0 13,74 134,1 7,68 150,0 6,87 251,2 251,2 0,775
_ ST 1821,8 462,1 12,70 124,0 7,10 138,6 6,35 251,2 251,2 0,775
_ ST 1468,9 372,6 10,24 100,0 5,72 111,8 5,12 251,2 251,2 0,775
_ ST 3259,1 826,7 22,72 221,8 12,70 248,0 11,36 251,2 251,2 0,775
_ ST 1248,0 316,6 8,70 85,0 4,86 95,0 4,35 251,2 251,2 0,775
_ ST 1821,8 462,1 12,70 124,0 7,10 138,6 6,35 251,2 251,2 0,775
_ST 2792,2 550,0 11,68 147,6 6,53 165,0 5,84 150,0 150,0 0,764
_ST 1428,7 426,0 13,82 114,3 7,73 127,8 6,91 350,0 350,0 0,785
Média 1937,9 481,0 13,07 129,1 7,31 144,3 6,54 250,9 250,9 0,775
D.P. 628,4 138,1 3,75 37,1 2,10 41,4 1,87 47,1 47,1 0,005
56
(a)
(b)
(c)
57
Figura 3.11: Formas deformadas do painel enrijecido e estados de tensão para a
flambagem lateral-torsional do enrijecedor.
58
influência da tensão de escoamento sobre o valor da carga de flambagem é maior do que
os modos de flambagem global (PI e SI).
A partir da comparação dos resultados encontrados por Sheikh et al. [27] em seu estudo
numérico experimental, com os encontrados neste estudo, podemos dizer que o nosso
modelo de elementos finitos pode prever tanto o modo de flambagem como a magnitude
da carga de flambagem com boa precisão (ver Anexo II).
59
residuais mostrado na Figura 3.12. Os resultados desta comparação são apresentados na
Tabela 3.10.
Tabela 3.10: Comparação dos resultados obtidos por Sheikh et al. [25] ( =0,97)
Parâmetros adimensionais Sheikh et al. Manco V.P.
⁄ M.F. ⁄ M.F. (%)
Compressão Uniaxial ( )
0,70 0,50 1,020 PI 1,017 PI 0,3
0,075 0,70 1,00 0,992 PI 0,993 PI 0,1
1,28 2,00 0,587 DFM 0,613 DFM 4,4
0,70 0,50 1,002 PI 0,999 PI 0,3
1,50 0,375 0,15 1,28 1,00 0,829 PB 0,900 PB 8,6
2,70 2,00 0,211 DFM 0,231 DFM 9,5
0,70 1,50 0,993 PI 1,005 PI 1,2
0,30 1,00 1,50 0,964 PB 0,996 PB 3,3
2,00 2,00 0,600 DFM 0,661 DFM 10,2
Combinação de Flexão e Compressão Uniaxial ( )
0,50 0,645 PB 0,661 PB 2,5
0,075 2,00
1,00 0,557 DFM 0,615 DFM 10,4
0,60 0,75 0,70 0,50 0,805 ST 0,879 ST 9,2
0,300 2,00 1,00 0,700 PB 0,753 ST 7,5
2,70 2,00 0,192 ST 0,209 ST 8,9
0,70 0,50 0,796 ST 0,854 ST 7,3
1,05 0,75 0,30 2,00 1,00 0,715 PB 0,742 ST 3,8
2,00 1,50 0,486 ST 0,519 ST 6,8
1,28 0,768 ST 0,825 ST 7,4
0,375 0,5
2,00 0,681 PB 0,709 PB 4,2
1,28 0,5 0,769 ST 0,819 ST 6,5
0,75 1,28 1,5 0,649 ST 0,712 ST 9,7
1,50 0,30
2,00 1,0 0,715 PB 0,721 ST 0,8
0,70 0,50 0,780 ST 0,836 ST 7,1
1,125 1,28 2,00 0,552 ST 0,613 ST 11,1
2,00 0,50 0,682 PB 0,716 PB 5,0
60
Pode observar-se que a Variação Percentual (V.P.) é da ordem de 5% com picos de
11%. Esta diferença é devida à comparação de casos extremos. Sheikh et al. [27]
consideram tensões residuais com magnitude "grave", o que representa o caso mais
dramático, onde o painel não é sujeito a nenhum tratamento para reduzir as imperfeições
iniciais e tensões residuais após a soldagem.
Na Tabela 3.10 os casos onde houve mudanças de modos de flambagem são destacados,
e podemos dizer que todas elas estão dentro da zona intermediária de interação entre a
ocorrência de um modo de flambagem da placa ou por flambagem lateral-torsional do
enrijecedor que será descrita no item seguinte. Com base no argumentado conclui-se
que o fato de não considerar as tensões residuais fica justificado.
Figura 3.12: Padrão típico de tensões residuais considerado por Sheikh et al. [27].
61
Como resultado de seu estudo paramétrico Sheikh et al. [25] sugerem como limite de
interação entre esses dois modos uma função com base nos parâmetros e ,
identificados como aqueles que têm a maior influência na variação entre os modos de
flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da placa. Eles propõem para um conjunto
fixo dos demais parâmetros adimensionais de entrada o seguinte limite:
(3.1)
Com a finalidade de fazer um refinamento desse limite são analisados modelos cujos
parâmetros adimensionais de entrada são fixados, exceto e , que variam de acordo
com a equação genérica da circunferência:
(3.2)
onde o centro da circunferência tem coordenadas no plano iguais a (2,75; 0) e
é o raio da circunferência considerada.
Como resultado deste refinamento obtemos três regiões bem definidas, na primeira
acontece apenas a flambagem lateral-torsional do enrijecedor (ST), tendo para cada aço
considerado limites inferiores (ressaltados em cinza na Tabela 3.11) muito próximos.
Na segunda região, nomeada de zona intermediária (Z.I.), há a possibilidade de
encontrar painéis que sofrem tanto a flambagem lateral-torsional do enrijecedor como
por flambagem da placa, ou seja, não existe um modo predominante de flambagem e
qualquer pequena variação dos parâmetros adimensionais de entrada pode levar à
ocorrência de qualquer deles. Por exemplo, na Tabela 3.10 existem três casos de
mudança do modo de flambagem (ressaltados em cinza), variando apenas o parâmetro
62
da tensão residual. Finalmente, na terceira região identificada, a flambagem ocorre
somente por flambagem da placa (PB), encontrando-se que os valores de seus limites
superiores (ressaltado em vermelho na Tabela 3.11) variam muito de um aço para outro.
63
Tabela 3.11: Continuação.
CAN/CSA-G40.21 ASTM Grau 355 A36
350W
Raio M .F. ⁄ M .F. ⁄ M .F. ⁄
1,87 0,66 0,7710 0,7775 PB 0,7962
PB
2,09 0,88 0,7618 0,7808 0,7264
PB
1,10 2,31 1,01 0,7522 0,6952 0,6496
ST
2,53 1,08 0,7382 ST 0,6104 0,5779
2,75 1,10 ST 0,5707 0,5513 0,5249
1,91 0,63 0,7501 0,7630 0,7799
2,12 0,84 0,7417 PB 0,7632 PB 0,7387
1,05 2,33 0,96 PB 0,7363 0,6835 0,6923
2,54 1,03 0,7192 0,6478 0,6000
ST ST
2,75 1,05 0,6904 0,5975 0,5501
1,95 0,60 0,7390 0,7486 PB 0,7578
2,15 0,80 0,7290 0,7482 0,7535
1,00 2,35 0,92 PB 0,7223 PB 0,7435 0,6805
ST
2,55 0,98 0,6998 0,7314 0,6173
2,75 1,00 0,6685 0,7067 0,5762
2,03 0,54 0,7145 0,7229 0,7231
PB
2,21 0,72 0,7047 0,7047 0,7437
0,90 2,39 0,82 PB 0,6977 PB 0,7046 0,7530
2,57 0,88 0,6808 0,7039 ST 0,6389
2,75 0,90 0,6657 0,6857 0,6394
2,07 0,51 0,7104 0,7159
2,24 0,68 0,6937 0,7319
0,85 2,41 0,78 Não foi considerado PB 0,6897 PB 0,7423
2,58 0,83 0,6897 0,7395
2,75 0,85 0,6754 0,7247
64
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.13: (a) Regiões de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e flambagem da placa. Comportamento do
painel para conjuntos de parâmetros adimensionais que obedecem à equação (3.2) com raios iguais a (b) 1,25, (c) 1,10 e (d) 1,05
para o aço CAN/CSA-G40.21 350W.
65
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.14: (a) Regiões de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e flambagem da placa. Comportamento do
painel para conjuntos de parâmetros adimensionais que obedecem à equação (3.2) com raios iguais a (b) 1,25, (c) 1,10 e (d) 1,00
para o aço ASTM Grau 355.
66
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.15: (a) Regiões de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e flambagem da placa. Comportamento do
painel para conjuntos de parâmetros adimensionais que obedecem à equação (3.2) com raios iguais a (b) 1,25, (c) 1,10 e (d) 1,05 para o aço
A36.
67
Nota-se, também, que à medida que a tensão de escoamento diminui a amplitude da
zona intermediária (Z.I.) aumenta, em prejuízo da região de flambagem da placa PB.
Cada um dos conjuntos de parâmetros apresentados nas Figuras 3.13 a 3.15 (b), (c) e
(d) tem a mesma inclinação, como pode ser visualizado na Figura 3.13 a 3.15 (a).
Nestas figuras o caso (a) representa o limite inferior da região ST, caso (b) mostra o
comportamento da resposta em uma condição dentro da Z.I. e o caso (c) mostra o
comportamento da resposta no limite superior da região PB.
68
Capítulo 4
Comportamento de painéis enrijecidos
submetidos a altas temperaturas
4.1. Introdução
O objetivo principal desta dissertação é estudar o efeito da temperatura nos painéis
enrijecidos, tanto no comportamento de sua carga de flambagem como em seu modo de
falha. A partir da comparação (mostrada no Anexo II) dos resultados entre nosso estudo
e os relatados por Sheikh et al. [27] que desenvolvem um estudo numérico-experimental
de painéis enrijecidos em temperatura ambiente (descrito no Capítulo 1) validamos
nosso modelo numérico. Com base neste modelo faremos a análise da variação dos
limites de interação entre os modos de falha por flambagem lateral-torsional do
enrijecedor (ST) e flambagem da placa (PB), bem como o estúdo da variação do
comportamento da carga de flambagem e do modo de falha (se houver).
69
aquecimento do painel tenha um efeito aliviador sobre as tensões residuais,
especialmente para temperaturas mais elevadas.
70
Tabela 4.1: Variação dos limites de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da placa para o aço A36 devido a
incrementos de temperatura
Parâmetros T. Amb. 100 ºK 200 ºK 300 ºK 400 ºK 500 ºK 600 ºK
Raio
M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄
1,55 0,90 0,7649 0,6334 0,5600 0,5073 0,4418 0,3415 0,1925
1,85 1,20 0,6675 0,5566 0,4923 0,4450 0,3873 0,2989 0,1672
1,50 2,15 1,37 ST 0,5396 ST 0,4626 ST 0,4122 ST 0,3732 ST 0,3261 ST 0,2537 ST 0,1432
2,45 1,47 0,4300 0,3758 0,3389 0,3083 0,2708 0,2123 0,1225
2,75 1,50 0,3529 0,3141 0,2853 0,2607 0,2297 0,1830 0,1071
1,63 0,84 0,7686 0,6353 0,5619 0,5085 0,4430 0,3424 0,1929
1,91 1,12 0,6785 0,5637 0,4991 0,4511 0,3925 0,3029 0,1693
1,40 2,19 1,28 ST 0,5660 ST 0,4808 ST 0,4277 ST 0,3870 ST 0,3378 ST 0,2624 ST 0,1478
2,47 1,37 0,4638 0,4023 0,3614 0,3279 0,2874 0,2253 0,1289
2,75 1,40 0,3900 0,3441 0,3117 0,2841 0,2500 0,1975 0,1149
1,75 0,75 0,7758 0,6404 0,5650 0,5123 0,4461 0,3447 0,1942
2,00 1,00 0,6977 0,5791 0,5112 0,4619 0,4015 0,3099 0,1732
1,25 2,25 1,15 ST 0,6051 ST 0,5088 ST 0,4518 ST 0,4087 ST 0,3560 ST 0,2758 ST 0,1547
2,50 1,22 0,5168 0,4438 0,3960 0,3596 0,3142 0,2452 0,1389
2,75 1,25 0,4488 0,3933 0,3537 0,3212 0,2816 0,2214 0,1268
1,79 0,72 0,7800 0,6424 0,5681 0,5139 0,4475 0,3458 0,1948
2,03 0,96 0,7025 0,5843 0,5159 0,4661 0,4052 0,3124 0,1747
1,20 2,27 1,10 ST 0,6195 ST 0,5190 ST 0,4599 ST 0,4161 ST 0,3624 ST 0,2804 ST 0,1571
2,51 1,18 0,5374 0,4582 0,4089 0,3704 0,3233 0,2519 0,1424
2,75 1,20 0,4730 0,4107 0,3683 0,3337 0,2927 0,2294 0,1311
71
Tabela 4.1: (continuação) Variação dos limites de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da placa para o
aço A36 devido a incrementos de temperatura
Parâmetros T. Amb. 100 ºK 200 ºK 300 ºK 400 ºK 500 ºK 600 ºK
Raio
M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄
1,87 0,66 PB 0,7962 0,6474 0,5706 0,5179 0,4510 0,3484 0,1962
2,09 0,88 0,7264 0,5969 0,5259 0,4749 0,4127 0,3181 0,1778
1,10 2,31 1,01 0,6496 ST 0,5400 ST 0,4769 ST 0,4312 ST 0,3754 ST 0,2898 ST 0,1622
ST
2,53 1,08 0,5779 0,4875 0,4327 0,3919 0,3417 0,2652 0,1494
2,75 1,10 0,5249 0,4467 0,3980 0,3612 0,3148 0,2461 0,1395
1,95 0,60 PB 0,7578 0,6546 0,5778 0,5214 0,4548 0,3516 0,1978
2,15 0,80 0,7535 0,6103 0,5260 0,4851 0,4212 0,3240 0,1814
1,00 2,35 0,92 0,6805 ST 0,5623 ST 0,4956 ST 0,4473 ST 0,3889 ST 0,2996 ST 0,1675
ST
2,55 0,98 0,6173 0,5177 0,4580 0,4139 0,3604 0,2784 0,1563
2,75 1,00 0,5762 0,4844 0,4289 0,3882 0,3384 0,2627 0,1482
2,03 0,54 0,7231 PB 0,6599 0,5832 0,5278 0,4594 0,3553 0,2000
2,21 0,72 PB 0,7437 0,6273 0,5509 0,4966 0,4309 0,3314 0,1851
0,90 2,39 0,82 0,7530 0,5879 ST 0,5071 ST 0,4562 ST 0,4033 ST 0,3101 ST 0,1732
ST
2,57 0,88 0,6389 0,5518 0,4836 0,4370 0,3794 0,2924 0,1634
ST
2,75 0,90 0,6394 0,5255 0,4615 0,4163 0,3540 0,2793 0,1566
2,07 0,51 0,7159 PB 0,6473 0,5846 0,5300 0,4621 0,3571 0,2011
2,24 0,68 0,7319 0,6380 0,5578 0,5029 0,4361 0,3353 0,1871
0,85 2,41 0,78 PB 0,7423 0,6033 ST 0,5268 ST 0,4740 ST 0,4108 ST 0,3152 ST 0,1761
ST
2,58 0,83 0,7395 0,5697 0,4991 0,4482 0,3881 0,2995 0,1672
2,75 0,85 0,7247 0,5465 0,4787 0,4304 0,3729 0,2880 0,1608
72
Tabela 4.1: (continuação) Variação dos limites de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da placa para o
aço A36 devido a incrementos de temperatura
Parâmetros T. Amb. 100 ºK 200 ºK 300 ºK 400 ºK 500 ºK 600 ºK
Raio
M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄ M.F. ⁄
2,15 0,45 0,6867 0,6222 PB 0,5787 0,5351 0,4667 0,3611 0,2034
2,30 0,60 0,6989 PB 0,6330 0,5727 0,5142 0,4469 0,3433 0,1916
0,75 2,45 0,69 PB 0,6976 0,6404 0,5444 ST 0,4936 ST 0,4182 ST 0,3271 ST 0,1821
ST
2,60 0,74 0,7023 0,6128 0,5278 0,4741 0,4095 0,3135 0,1746
ST
2,75 0,75 0,6723 0,5974 0,5166 0,4624 0,3989 0,3053 0,1696
2,27 0,36 0,6509 0,5864 0,5446 0,5142 PB 0,4710 0,3663 0,2069
2,39 0,48 0,6495 0,5902 0,5497 0,5189 0,4621 0,3557 0,1988
0,60 2,51 0,55 PB 0,6483 PB 0,5953 PB 0,5543 PB 0,5226 0,4512 ST 0,3442 ST 0,1918
ST
2,63 0,59 0,6537 0,5941 0,5542 0,5236 0,4420 0,3369 0,1867
2,75 0,60 0,6356 0,5868 0,5478 0,5192 0,4369 0,3317 0,1835
2,35 0,30 0,6284 0,5701 0,5290 0,4966 0,4578 0,3692 0,2091
2,45 0,40 0,6292 0,567 0,5268 0,4988 0,4603 0,3626 0,2035
0,50 2,55 0,46 PB 0,6258 PB 0,5674 PB 0,5277 PB 0,4980 PB 0,4594 ST 0,3565 ST 0,1985
2,65 0,49 0,6232 0,5655 0,5265 0,4958 0,4572 0,3515 0,1948
2,75 0,50 0,6136 0,5546 0,5202 0,4887 0,4517 0,3490 0,1927
2,55 0,15 0,5870 0,5290 0,4872 0,4539 0,4172 0,3615 0,2134
2,60 0,20 0,5760 0,5235 0,4841 0,4535 0,4162 0,3596 0,2118
0,25 2,65 0,23 PB 0,5709 PB 0,5186 PB 0,4794 PB 0,4510 PB 0,4137 PB 0,3585 ST 0,2102
2,70 0,24 0,5659 0,5134 0,4745 0,4470 0,4103 0,3560 0,2093
2,75 0,25 0,5596 0,5072 0,4688 0,4413 0,4059 0,3523 0,2089
73
Figura 4.1: Variação dos limites de interação entre os modos de flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da placa para o aço A36 devido a
acréscimos na temperatura
74
Figura 4.1: (continuação) Variação dos limites de interação entre os modos de
flambagem lateral-torsional do enrijecedor e da placa para o aço A36
devido a acréscimos na temperatura.
75
propostos para a zona intermediária estão fora do intervalo de interesse em engenharia
naval, mas eles são calculados para mostrar seu comportamento.
76
Uma análise dos gráficos da Figura 4.3 mostra que em todos os casos analisados, com
um aumento da temperatura ambiente para apenas 200 ºK a carga critica de flambagem
é reduzida em aproximadamente 30% e para acréscimos da ordem dos 600 ° K, a carga
de flambagem é reduzida em aproximadamente 70%. Note-se que nos casos em que
existe uma mudança no modo de falha, a queda da carga de flambagem é mais
pronunciada. Entretanto, nos casos em que o modo de falha de flambagem da placa é
mantido em temperaturas elevadas (caso E e F), a queda da carga de flambagem é
menos pronunciada do que no caso de flambagem lateral-torsional do enrijecedor (caso
A).
O efeito da expansão térmica de cada uma das dimensões da seção transversal do painel
será considerado insignificante, portanto, os parametros e não sofrem alteração.
O valor dos parâmetros na temperatura T é nomeado de ( ) e seu valor na temperatura
ambiente será designado por . A seguir são apresentadas as expressões dos
parâmetros adimensionais em função da temperatura.
77
(A) (B) (C)
Figura 4.3: Variação da resposta do painel com a temperatura e curva adimensional do comportamento da carga de flambagem na temperatura
T( ( ) ) para raios iguais a 1,20; 1,00; 0,85; 0,75; 060 e 0,50.
78
(D) (E) (F)
Figura 4.3(continuação): Variação da resposta do painel com a temperatura e curva adimensional do comportamento da carga de flambagem
na temperatura T ( ( ) ) para raios iguais a 1,20; 1,00; 0,85;0,75; 060 e 0,50.
79
( ) ( ) (4.1)
( ) ( )
√ ( )
( )
( ) ( ) (4.2)
( ) ( )
√ ( )
( )
( ) ( )
( ) ( )
√ ( ) (4.3)
( )
( ) ( )
( )
√
( )
( ) (4.4)
( ) ( )
( )
√
( )
( )
( ) (4.5)
( )
( )
( ) (4.6)
( )
80
respostas encontradas com a metologia “simplificada” num acréscimo de temperatura de
100 ºK.
Tabela 4.3: Resumo dos resultados encontrados com a metodologia “simplificada”.
Raio ( ) Erro (%)
1,55 0,90 1,36 0,6334 0,7756 22,45
1,85 1,20 1,62 0,5566 0,7116 27,8
1,50 2,15 1,37 1,88 0,4626 0,6138 32,7
2,45 1,47 2,14 0,3758 0,5121 36,3
2,75 1,50 2,41 0,3141 0,4312 37,3
1,75 0,75 1,53 0,6404 0,7904 23,4
2,00 1,00 1,75 0,5791 0,7212 24,5
1,25 2,25 1,15 1,97 0,5088 0,6615 30,0
2,50 1,22 2,19 0,4438 0,5922 33,4
2,75 1,25 2,41 0,3933 0,5281 34,3
81
Capítulo 5
Conclusões e recomendações
5.1. Conclusões
O objetivo principal desta dissertação é estudar o efeito da temperatura nos painéis
enrijecidos, tanto no comportamento de sua carga crítica como em seu modo de
flambagem. Para atingir este objetivo, uma análise dimensional das variáveis envolvidas
no problema do comportamento de painéis enrijecidos é desenvolvida, encontrando um
conjunto de parâmetros adimensionais que se mostram capazes de predizer o
comportamento do painel. Com a finalidade de avaliar a idoneidade deste conjunto de
parâmetros, um estudo sobre a influência da escala na geometria e material é
desenvolvido.
82
3. O modo de flambagem lateral-torsional do enrijecedor (ST) é o modo mais
crítico, uma vez que origina o colapso da seção transversal do reforço do painel,
causando uma queda súbita na capacidade de carga.
5.2. Recomendações
A partir dos resultados mostrados nos Capítulos 3 e 4 pode ser visto que o principal
objetivo desta dissertação foi alcançado. Embora o conjunto de parâmetros
adimensionais propostos se mostrou capaz de reproduzir o comportamento do painel
enrijecido, os parâmetros analisados foram poucos e, portanto, é preciso fazer um
refinamento dos mesmos.
Alguns dos casos estudados apresentam o modo de flambagem dupla (D.F.M.) descrito
por Sheikh et al. [27], e como este modo de flambagem é bastante crítico, é
recomendável se fazer um estudo procurando os conjuntos de parâmetros adimensionais
de entrada que dão origem a este tipo de flambagem.
83
Uma análise do comportamento de painéis enrijecidos considerando os efeitos do visco-
elásticos do visco-plásticos pode gerar uma melhor representação dos problemas reais.
Um estudo mais aprofundado que procuram encontrar alguma ligação com as variáveis
plasticas do material pode melhorar a utilização dos parâmetros adimensionais no
estudo do comportamento de painéis enrijecidos.
Como mencionado no Capítulo 1, cada vez que propomos um modelo para o estudo de
um fenômeno físico, este deve ser validado por experimentos, portanto é necessario
realizar testes para validar nosso modelo. Como resultado da análise do efeito de escala
geométrica sobre a resposta do Painel provou que é possível realizar ensaios com
modelos em escala e que representam muito bem (em hipótese) o comportamento do
painel real.
Como mencionado no Capítulo 3, um estudo, variando apenas três vezes o valor de cada
um dos parâmetros propostos implicaria analisar 59.049 casos. Como a quantidade de
análises necessárias é exorbitante, se deve usar um método matemático diferente. Uma
analise pelo metodo das Redes Neurais pode ser trenada utilizando o grande número de
casos já testados e pode ser validada usando alguns testes adicionais.
84
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85
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88
Apêndice I
Condições de contorno nos testes
experimentais
Este anexo apresenta uma breve descrição dos testes realizados por Grondin et al. [9],
Sheikh et al. [27] e Chi et al. [35] em seus estudos do comportamento de painéis
enrijecidos. Os testes foram realizados no Laboratório I. F. Morrison de Estruturas da
Universidade de Alberta. Um esquema de configuração do teste é mostrado na Figura
I.1. Cargas de compressão axial foram aplicadas através de uma máquina de ensaios
universal MTS 6000, na parte superior da amostra. Para simular o comportamento do
painel com vários enrijecedores a partir de uma placa com um enrijecedor, considerável
atenção foi dada às condições de contorno na montagem do ensaio, uma vez que estas
condições têm uma influência direta sobre o comportamento de falha dos espécimes.
89
Figura I.1: esquema da configuração do teste, Chi et al. [35]
O sistema de retenção dos bordos é ilustrado na Figura I.3. Este sistema é formado por
dois carros, o carro "A" pode deslocar-se a longo do eixo x e sobre ele é montado um
segundo carro B, que pode movimentar-se ao longo do eixo z, finalmente, sobre ele são
montada a braçadeira “C” que pode rotar em torno do eixo y.
90
Figura I.2: esquema do arranjo do suporte nas extremidade, Chi et al. [35]
91
Apêndice II
Efeito dos parâmetros adimensionais no
comportamento dos painéis enrijecidos
II.1. Introdução
Os parâmetros que caracterizam a resistência e comportamento dos painéis enrijecidos,
bem como o modelo de elementos finitos foram estabelecidos no Capítulo 2. O objetivo
principal deste Apêndice é validar nosso modelo a partir da reprodução dos resultados
obtidos pelo estudo desenvolvido por Sheikh et al. [27].
92
Tabela II.1: Efeito dos parametros e no comportamento de paineis enrijecidos submetidos a compressão uniaxial( ,
, , ).
M.F. M.F. M.F. M.F.
0,25 1,03 PI 1,28 0,99 PB 2,70 0,50 0,51 PB 2,70 0,50 0,49 DFM
0,40 1,02 PI 1,30 0,99 PB 0,70 1,00 PI 0,70 0,99 PI
0,55 1,01 PI 1,39 0,98 PB 1,28 0,90 PB 1,28 0,87 DFM
1,50 1,00 1,00
0,70 0,50 1,00 PI 1,50 0,97 PB 2,00 0,67 DFM 2,00 0,61 DFM
1,28 0,89 PB 2,00 0,85 PB 2,70 0,52 DFM 2,70 0,40 DFM
2,00 0,67 PB 2,70 0,57 DFM 0,70 1,0 PI 0,70 0,99 DFM
2,70 0,56 PB 0,30 0,70 1,00 PI 0,15 1,28 0,94 DFM 0,075 1,28 0,85 DFM
1,50 1,50
0,55 0,99 PI 0,85 1,00 PI 2,00 0,64 DFM 2,00 0,40 DFM
0,30
0,70 0,99 PI 1,00 0,99 PI 2,70 0,37 DFM 2,70 0,22 DFM
1,28 1,00 0,94 PB 1,15 2,00 0,99 PI 0,70 1,00 DFM 0,70 0,99 DFM
2,00 0,75 PB 1,28 0,98 PI 1,28 0,92 DFM 1,28 0,61 DFM
2,00 2,00
2,70 0,63 PB 2,00 0,66 DFM 2,00 0,42 DFM 2,00 0,25 DFM
0,70 1,01 PI 2,70 0,37 DFM 2,70 0,23 DFM 2,70 0,14 DFM
0,85 1,00 PB 0,70 1,00 PI 0,70 1,02 PI
1,50
1,00 1,00 PB 0,15 1,28 0,50 0,87 PB 0,075 1,28 0,50 0,88 PB
1,14 0,99 PB 2,00 0,65 PB 2,00 0,64 DFM
93
II.2.1. Efeito da esbelteza à flexão transversal da placa,
Os resultados desta análise mostram que em placas rígidas ( pequeno) a resposta no
regime de pré-flambagem é semelhante para cada um dos valores de , para os três
valores testados de . No entanto, conforme aumenta, a carga critica de flambagem
diminui e os modos de flambagem mudam da flambagem global induzida pela placa
para flambagem da placa. A resposta no regime de pós-flambagem se torna cada vez
mais instável conforme aumenta.
Para placas flexíveis ( grande), estas curvas mostram praticamente a mesma resposta
no regime de pré-flambagem para placas espessas ( = 0,7 e 1,28) para todos os
valores das assim como uma resposta estável no regime de pós-flambagem típica da
flambagem global induzida pela placa. A resposta diferente na pré-flambagem é devida
à sensibilidade da flambagem da placa com a magnitude das imperfeições iniciais na
placa (Smith et al. [12]). As imperfeições iniciais na placa são função de , afetando
assim a resposta de pré-flambagem de placas com grandes valores de . Alguns
modelos mostram uma queda abrupta da capacidade de carga na faixa de pós-
flambagem (por exemplo, = 1,28, = 2,0 na Figura II.1 (b)). Este tipo de
comportamento é atribuído a um modo de flambagem dupla (DFM) discutido no
Capítulo 1.
94
(a) (b)
(d)
(c)
Figura B.1: Efeito de no comportamento de painéis enrijecidos para (a) ; (b) ; (c) e (d) Efeito de no
comportamento da resistência de painéis enrijecidos
95
II.2.2. Efeito da razão das esbeltezas à torção do enrijecedor e à flexão da placa,
Os resultados dessa análise mostram que a resposta de placas espessas e finas mostram
tendências diferentes. Em placas espessas ( pequenos) a resposta é quase constante
tanto no regime de pré e pós flambagem, independentemente do valor de . Estes
modelos também apresentam uma resposta estável de pós-flambagem, exceto para
valores muito pequenos de , onde o modo de flambagem dupla é observado para os
modelos torsionalmente flexíveis ( grande). Placas finas ( grande) mostram uma
acentuada diminuição na carga crítica que se torna mais evidente à medida que aumenta
. A resposta pré-flambagem também muda um pouco, mas a resposta pós-flambagem
se torna cada vez mais instável como aumenta.
96
(a) (b)
(d)
(c)
Figura II.2: Efeito de no comportamento de painéis enrijecidos para (a) ; (b) ; (c) e (d) Efeito de no
comportamento da resistência de painéis enrijecidos
97
II.2.3. Efeito da razão das áreas do enrijecedor e da placa,
Nas Figuras II.3 (a), (b) e (c) apresentam-se a resposta de painéis com de 0,7 e 2,7
para todos os valores de e considerados. Como no caso do parâmetro , a
resposta é mais uma vez fortemente dependente de . Placas espessas ( )
apresentam resposta idêntica na faixa de pré-flambagem, e respostas estáveis similares
na faixa de pós-flambagem. Somente os modelos com combinações de ( , ) de
(0,075; 1,50), (0,075; 2,00) e (0,15; 2,00) mostram uma clara diferença com as outras
placas com . Essas placas sofrem a flambagem global da placa após da
flambagem da placa (modo de flambagem dupla). Todos os outros modelos apresentam
flambagem da placa local o global com uma carga crítica variando na faixa de 5% da
carga de escoamento.
Para placas com um valor elevado de (2.7) a carga crítica diminui e é dependente de
. Os intervalos de pré e pós-flambagem também dependem de , tornando-se cada
vez mais instável conforme diminui. Todas as curvas mostram uma grande
estabilidade na faixa de pós-flambagem, típica na flambagem da placa enquanto que as
curvas mostram uma queda acentuada da capacidade de carga na faixa de pós-
flambagem representativa da flambagem global na placa seguida por flambagem local
(ou seja, modo de flambagem dupla). A carga crítica para os modelos com
varia na faixa de 12 a 54% da carga de escoamento.
98
(a) (b) (e)
(c) (d)
Figura II.3: Efeito de no comportamento de painéis enrijecidos para (a) ; (b) ; (c) ; (d) e (e) Efeito
de no comportamento da resistência de painéis enrijecidos.
99
II.2.4. Modos de flambagem sob compressão uniaxial
Com poucas exceções, dois modos de flambagem são observados para todos os modelos
submetidos à compressão uniaxial: flambagem global induzida pela placa e flambagem
da placa. A fronteira entre a flambagem global induzida pela placa e a flambagem da
placa é encontrado traçando todos os pontos de análise em um plano versus
(Figura II.4 (a)) para um valor de . O gráfico mostra que o modo de
flambagem é fortemente dependente do e em menor medida do , embora que um
aumento de muda pouco o modo de flambagem da placa a flambagem global. Este
comportamento pode ser explicado a partir do deslocamento do centroide da seção
transversal resultante de uma redução da largura efetiva da chapa. Essa mudança do
centroide resulta em uma excentricidade da carga fazendo que o painel este submetido a
flexão, submetendo a placa a uma maior compressão podendo gerar a flambagem global
induzida pela placa. O efeito desta excentricidade é mais grave por um painel longo
( ), que para um painel curto ( ). As Figuras II,5 (a), (b) e (c) mostram
que as mudanças de modos de flambagem da placa para o modo de flambagem dupla,
com uma diminuição de . A mudança no modo de flambagem da placa para o modo
de flambagem dupla é discutido na seção seguinte.
A resposta para o modo de flambagem dupla (Figura II.5) pode ser dividida em quatro
segmentos: um segmento inicial de pré-deformação (OA), uma primeira região estável
de pós-flambagem, segmento (AB), uma região instável de pós-flambagem, segmento
101
(BC ) e uma segunda região estável na pós-flambagem, segmento (CD). As letras A, B,
C e D na Figura II.6 nomeiam os pontos finais dos segmentos. O segmento instável na
pós-flambagem (BC) corresponde ao aparecimento da flambagem global induzida pela
placa. A carga critica corresponde à carga de flambagem da placa. Note também que o
modo de flambagem dupla também é caracterizado por uma fase estável pós-crítica a
um nível de carga significativamente menor do que a fase de pós-flambagem da placa.
102
casos das combinações de flexão e compressão são tabulados nas Tabelas II.2, II.3 e
II.4 para os valores de de 0,60, 1,,05 e 1,50, respectivamente.
103
Tabela II.2: (continuação) Efeito dos parametros e no comportamento de paineis
enrijecidos submetidos a compressão uniaxial( , ).
104
Tabela II.3: (continuação) Efeito dos parametros e no comportamento de paineis
enrijecidos submetidos a compressão uniaxial( , ).
105
Tabela II.4: (continuação) Efeito dos parametros e no comportamento de paineis
enrijecidos submetidos a compressão uniaxial( , ).
106
II.3.1. Efeito da esbelteza do flange do enrijecedor,
O efeito da esbelteza do flange do enrijecedor, , no modo de flambagem lateral-
torsional do enrijecedor é comparado para dois diferentes intervalos de capacidade da
placa, ou seja, placas com valores de de cerca de 0,80, e placas com um valor de
de aproximadamente 0,30. A Figura II.6 mostra que o valor de não é afetada pelo
valor de . Para uma maior esbelteza do flange do enerijecedor ( , o
comportamento de pós-flambagem não é estável, apresentando uma queda repentina na
capacidade de carga de cerca de 40%. Conforme a esbelteza do flange do enrijecedor
diminui, o comportamento da pós-flambagem torna-se estável, como demonstrado pela
resposta para na Figura II.6. O efeito esbelteza do flange do enrijecedor
sobre o comportamento da pós-flambagem de placas enrijecidas que sofrem a
flambagem lateral-torsional do enrijecedor na faixa elástica é insignificante, como
ilustrado na Figura II.7.
107
um pequeno efeito de no comportamento da resposta, tanto nas faixas de pré-e pós-
flambagem.
108
Figura II.8: efeito de no comportamento de painéis na flambagem de flambagem da
placa para valores de da ordem de 0,60
109
apesar da flambagem lateral-torsional do enrijecedor para todos os casos mostrados na
Figura II.10. Um padrão similar é observado para painéis enrijecidos que sofrem a
flambagem lateral-torsional do enrijecedor no início na faixa elástica ( )
(Figura II.11).
110
Figura II.11: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem
lateral-torsional do enrijecedor para valores de da orden de 0,30
111
Figura II.13: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem da
placa para valores de da ordem de 0,60
112
Figura II.15 mostra o comportamento da resposta de painéis enrijecidos que sofrem a
flambagem lateral-torsional do enrijecedor para os valores de variando de 0,30 a 15.
A faixa de pré-flambagem, o valor de , bem como o comportamento no pós-
flambagem não são afetados significativamente pela mudança de para o caso da
flambagem lateral-torsional do enrijecedor. A Figura II.16 mostra o comportamento da
resposta de painéis enrijecidos que sofrem a flambagem lateral-torsional do enrijecedor
para os valores de variando de 0,30 a 0,075. O valor de e a resposta de pós-
flambagem são afetadas por uma mudança de para este tipo de flambagem (ST).
Uma redução de de cerca de 56% é observada conforme o valor de diminuiu de
0,3 a 0,075.
113
Figura II.15: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem
lateral-torsional do enrijecedor na faixa inelástica
114
Figura II.17: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem da
placa ( e )
115
Figura II.19: efeito de no comportamento da resposta ( ) de painéis enrijecidos
116
Figura II.20: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem
lateral-torsional do enrijecedor na faixa inelástica
117
Figura II.22: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem da
placa ( )
118
Figura II.24: efeito de no comportamento da resposta ( ) de painéis enrijecidos
119
Nenhum efeito foi encontrado no valor de para painéis que sofrem a flambagem da
placa.
120
Figura II.27: efeito de no comportamento de painéis que sofrem a flambagem da
placa ( )
121
Figura II.29: efeito de no comportamento da resposta ( ) de painéis enrijecidos
122