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MONOPARENTALIDADE FEMININA: UM (DES)CASO DE POLÍTICAS

PÚBLICAS?

FEMALE SINGLE PARENTHOOD: A (DIS)CASE OF PUBLIC POLICIES?

Vlaís Monteiro Pereira

RESUMO

Este artigo objetivou analisar os aspectos da monoparentalidade feminina, ocorrência social


que nas últimas décadas ganhou grande relevância. Para tanto, realizou-se uma pesquisa
bibliográfica e documental, correlacionando as necessidades socioeconômicas e a demanda
por políticas públicas; demonstrou-se os fatores de risco que necessitavam da atenção do
Estado e intencionou o respeito às garantias fundamentais constitucionais para essas famílias
pela situação vulnerável vivida. As informações organizacionais públicas e os dados acerca da
monoparentalidade feminina no Brasil contribuíram com a explanação teórica para o devido
enraizamento do assunto e para a conscientização dos problemas vividos por essas mães
chefes de família. Concluiu-se que diante do crescimento da monoparentalidade feminina
existiam escassas políticas públicas para atender esta realidade, o que impactou diretamente
no desenvolvimento dessas famílias e ainda contribuiu para o agravamento de outros
problemas sociais.

Palavras-chave: Monoparentalidade feminina. Políticas públicas. Necessidades sociais.

ABSTRACT
This article attempted to analyze the aspects of female single parenthood, a social
phenomenon that has become increasingly relevant in recent decades. To do so, a
bibliographic and documental research was conducted, correlating the socioeconomic needs
and the demand for public policies; the risk factors that required the State's attention were
demonstrated, intending to respect the constitutional fundamental guarantees for these
families because of the vulnerable situation they face. Public organizational information and
data about female single parenthood in Brazil contributed to the theoretical explanation for the
appropriate rooting of the subject and to the awareness of the problems experienced by these
mothers who are the heads of the families. It was concluded that, given the growth of female
single parenthood, there are scarce public policies to address this reality, directly impacting
the development of these families and contributing to the worsening of other social problems.

Keywords: Female single parenthood. Public policies. Vulnerability.


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1 INTRODUÇÃO

Anteriormente à Constituição Federal de 1988, a família era conceituada como uma


organização matrimonial composta por pai, mãe e filhos. Porém, após sua promulgação, uma
significativa mudança ocorreu no aparato legal relacionado a este tema, tornando seu
significado mais amplo. O art. 226 da Magna Carta, reconhece esse novo modelo familiar
como: “[...] a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, bem como a
união estável entre homens e mulheres” (BRASIL, 1988). O pluralismo familiar configura
uma das mais importantes inovações da legislação brasileira, no que tange ao direito da
família.
A monoparentalidade está inserida nas “novas” configurações e contêm em seu
histórico, elementos constitutivos de um fenômeno social complexo, que transformou-se de
acordo com a conjuntura e contexto histórico ao longo dos anos. De acordo com Leite (2003,
p. 22), as famílias monoparentais são compostas por um adulto – pai ou mãe – que tem sob
sua responsabilidade, uma/um ou várias/os crianças/filhos e encontra-se sem cônjuge ou
companheiro/a. Na monoparentalidade feminina, são as mulheres as responsáveis pelo
domicílio, pela manutenção, pela proteção e pela sobrevivência da casa e da família, pela
educação dos filhos e pelo provimento das condições emocionais ligadas ao crescimento e ao
desenvolvimento.
No ano de 2018, o Brasil possuía, aproximadamente, 11,5 milhões de mulheres
“chefes de família” (IBGE, 2018); cujos genitores eram ausentes no cuidado e educação dos
seus filhos. Antigamente tais mulheres eram conhecidas como “mãe solteiras”, hoje
denominadas “mães solo”. Ou seja, elas adquiriram múltiplas funções e desenvolveram
variadas jornadas. Assim, o cotidiano de muitas dessas famílias monoparentais permeia-se por
questões sociais e econômicas, como a condição financeira, empregabilidade, acesso à saúde e
educação e a qualidade de vida. As necessidades geradas diante destas questões demandam de
políticas públicas.
A análise das informações e dados estatísticos referentes a essas necessidades originou
a formulação do problema desta pesquisa: o Poder Público está alinhado à realidade das
famílias monoparentais femininas a fim de garantir os direitos constitucionais fundamentais?
O objetivo no presente estudo é analisar os aspectos socioeconômicos destas famílias e
averiguar quais políticas públicas existem perante esta realidade. Identificando os dilemas, as
dimensões e as dificuldades dessas famílias; e ressaltando os fatores apontados como de risco
e por quais meios eles atuam.
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Em um primeiro momento, correlaciona-se a monoparentalidade feminina e seus


aspectos socioeconômicos, os fatores de risco, suas demandas e necessidades. Num segundo
momento, demonstra-se a evolução das políticas públicas voltadas para este grupo de
mulheres e as ações em andamento.
Neste estudo, tanto o pensamento social quanto o público contribuíram para entender a
dinâmica destas famílias e as carências demandadas. As categorias que direcionaram esta
pesquisa são apresentadas em um desenho teórico-metodológico demonstrado a seguir.

Figura 1: Esquematização

Fonte: elaborado pela autora, 2021.

2 METODOLOGIA

A pesquisa trata-se de um referencial bibliográfico, uma vez que: “a pesquisa


bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em
livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”
(VERGARA, 2005, p. 48).
Quanto aos meios, a pesquisa é documental, pois, utiliza documentos emitidos dos por
diversas fontes para compreender o estudo realizado: “Uma investigação documental é a
realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer
natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos,
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balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações


em disquete, diários, cartas pessoais e outros” (VERGARA, 2005, p. 48).
O método indutivo foi empregado, pois este método consiste na observação de um
determinado objeto ou fenômeno com o intuito de que sejam alcançadas conclusões gerais.
Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 68): “a indução, de outro modo, é um processo mental
em construção, partindo de dados particulares, e à medida que vão sendo analisados, verifica-
se uma verdade mais ampla do que as contidas nas partes iniciais examinadas,
consequentemente, é um procedimento generalizador”.
O resultado dessa análise qualitativa demonstrou os problemas que ainda demandam
de atenção da gestão pública; as políticas em fase de formulação no âmbito nacional e
destacou a importância da ampliação da rede de atendimento às mulheres.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A monoparentalidade feminina

Segundo Lefaucher (apud VITALE, 2002, p. 47), “o termo famílias monoparentais foi
utilizado na França, desde a metade dos anos 70, para designar as unidades domésticas em
que as pessoas vivem sem cônjuge, com um ou vários filhos com menos de 25 anos e
solteiros”.
A existência da família monoparental foi reconhecida como um tipo de família pelo
Direito Brasileiro com a promulgação da Constituição de 1988. Todavia, anterior a 1988 já
existia uma percepção histórica acerca do conceito de “famílias monoparentais femininas”:

A presença de famílias compostas por um dos membros adultos e filhos, em maior


proporção mães e filhos, vêm levando demógrafos e sociólogos a criarem termos
para nomearem esse tipo de família. Assim, são chamadas de famílias quebradas ou
reconstituídas. Estudos demográficos, no Brasil colonial, nos mostram que as
famílias chefiadas por mulheres não representam, necessariamente, uma invenção da
história brasileira contemporânea. (DEL PRIORE, 1994, p. 43)

Leite (2003) afirma “a impossibilidade de determinar a ocorrência de um fator


definido que gere a monoparentalidade, entretanto, elucida que existem vários fatos que a
favorecem e, em sua maioria, estão atrelados a situações acidentais (viuvez, por exemplo); de
rompimento do laço conjugal (nos casos de abandono do lar pelo homem, divórcio,
separação); extraconjugais (prole advinda de relacionamento fora do casamento). Ainda,
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podem acontecer quando a mulher decide por uma situação unilateral - sem a presença de um
companheiro (a união livre; as mães solteiras)”.
A construção sociocultural do Brasil, de acordo com Saffioti (1979), “foi alicerçada
sobre bases rigidamente patriarcais, em que a mulher até então tinha o dever de ser submissa
ao homem, inferiorizada numa relação de poder estabelecida socialmente.”
No Brasil, Barroso e Bruschini (1981, p. 41) apontam que foi somente a partir dos
anos 1970 que as mulheres, como chefes de família, surgiram nas pesquisas sociológicas; as
autoras destacam:

É preciso não esquecer que as mulheres chefes de família costumam ser também
‘mães-de-família’: acumulam uma dupla responsabilidade, ao assumir o cuidado da
casa e das crianças juntamente com o sustento material de seus dependentes. Essa
dupla jornada de trabalho geralmente vem acompanhada de uma dupla carga de
culpa por suas insuficiências tanto no cuidado das crianças quanto na sua
manutenção econômica. É verdade que essas insuficiências existem também em
outras famílias, e igualmente é verdade que ambas têm suas raízes nas condições
geradas pela sociedade. Porém, esses fatores sociais são ocultados pela ideologia que
coloca a culpa na vítima, e o problema se torna mais agudo quando as duas vítimas
são encarnadas por uma só pessoa. (1981, p. 40)

Segundo Vitale (2002, p. 47) “existe ainda uma percepção histórica que busca
elucidar a origem e importância da significação de famílias monoparentais, “sobretudo o
esclarecimento de uma reação de mulheres de hoje, em referência à imposição social que as
subjuga à fragilidade e vulnerabilidade econômico-social [...] a monoparentalidade é um
estado em aberto”.
Assim, as famílias monoparentais são protagonistas de histórias peculiares marcadas
pelos diversos contextos sociais. Isso nos mostra que não é possível analisar as famílias
monoparentais como um universo específico ou um grupo homogêneo, mas sim como um
novo grupo modificador das concepções tradicionais de família.
Para Santos (2008), as famílias monoparentais “demonstram habilidades na tomada de
decisões e na superação de grandes desafios, mas ao mesmo tempo revelam suas fragilidades
diante de circunstâncias opressivas do sistema social injusto”.
Em sua pesquisa, Macedo (2008) descreve “o fenômeno da chefia de domicílios por
mulheres constitui uma nova realidade, como insistem em afirmar as assustadas e
preocupadas manchetes de jornais e os programas de televisão. Certamente, porém, sua
existência tem sido ocultada por um retrato uniforme das formas de organização familiar no
Brasil, favorecido, durante muito tempo”. Nestas três últimas décadas ocorreu uma
significativa expansão do fenômeno, dando um crescimento de sua visibilidade social.
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Aduz Scott (2002, p. 2), em seus escritos, “o que vai assegurar relevância e
visibilidade social aos estudos sobre as famílias chefiadas por mulheres, ou ainda ao “vetor”
mulheres chefes de família, não parece ser apenas o relativo crescimento estatístico deste
tipo de arranjo, mas a complexidade de uma pluralidade de fatores que se articulam para a
constituição desta problemática”. Portanto, é preciso entender como a precarização das
condições de vida da população, através da relação das questões econômicas articulam-se a
fatores sociais resultando em novos arranjos do tipo monoparental.
Os autores Lopes e Gottschalk (1990), em suas pesquisas demostraram que “as
famílias chefiadas por mulheres estão em situação estruturalmente mais precárias, mais
dependentes de variações conjunturais, quando comparadas com situações das famílias
pobres, equivalentes no ciclo de vida familiar, que têm chefe masculino presente”. O
contexto de precariedade configura-se como um fator de maior vulnerabilidade social para
este grupo.
De acordo com Vitale (2002), “enquanto houver a associação maciça entre
monoparentalidade e pobreza – e os dados do Censo Demográfico de 2000 o confirmam, em
especial quando se observa a distribuição por regiões do país – acaba por fortalecerem-se
muito mais a adjetivação dessas famílias como vulnerável ou de risco do que como
potencialmente autônomas”.
A relação entre este tipo de família e a pobreza acaba conceituando as mulheres
como incapazes (social e economicamente) de cuidar de suas famílias, ainda que sejam
mulheres independentes. Porém, a monoparentalidade feminina não pode ser avaliada como
um indicador de pobreza apenas. Embora a maior incidência de chefia familiar feminina
ocorra nos domicílios pobres, o fenômeno vem crescendo também nas classes médias e altas.
E os dados referentes a essas classes precisam ser contabilizados para as futuras estatísticas
deste grupo.
Em sua pesquisa Babiuk (2014) descreve “o cotidiano de muitas dessas famílias é
permeado pelas várias expressões da questão social, advindas do modo de produção
capitalista, da divisão social e sexual do trabalho, como a dificuldade financeira, a falta de
acesso à saúde, a precarização da vida, entre outros”. Por causa destas expressões sociais, as
provedoras das famílias monoparentais são estigmatizadas, devido à estrutura histórica que
se criou em relação ao papel da mulher.
A crítica realizada por Castro (2001) é elucidativa acerca dos motivos das
desvantagens sociais enfrentadas pelas mulheres:
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As mulheres de famílias monoparentais [...] foram esposas, ou seja, empobrecem


não porque se tornam chefe de família, porque deixaram de ter um provedor, mas,
com a maior probabilidade, porque foram esposas antes e, assim, não tiveram as
mesmas oportunidades dos homens, casados ou vivendo sós, ou das mulheres sós,
de investir em carreira, de socializar-se com as regras do e no mercado. (CASTRO,
2001, p. 92)

Existem vários avanços nestes últimos anos referentes às lutas pelas causas
femininas, porém há muito que conquistar quando o assunto refere-se à família:

As mulheres efetivamente estão em situação de desvantagem em relação aos


homens, tanto no que se refere ao usufruto de direitos quanto à carga de trabalho e
ao nível de remuneração. Têm desvantagens ainda em relação à possibilidade de
mobilidade socioeconômica, já que enfrentam barreiras culturais, legais, obstáculos
no mercado de trabalho, entre outras limitações. Portanto, a desigualdade de gênero
é real, pois as mulheres chefes de família encontram dificuldades suplementares, ao
terem que administrar sua dupla participação como mães e provedoras do lar.
(MOGHADAM, 1997, p. 371)

Essas disparidades salariais existentes entre homens e mulheres agravam a


monoparentalidade feminina, pelo fato das mulheres serem as provedoras do lar e muitas
vezes seus rendimentos tornam-se insuficientes para arcar com todas as despesas (casa e
filhos). Destaca-se, nesse aspecto, um outro fator contributivo: a ausência paterna tanto no
auxílio financeiro quanto no afetivo.
Os dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN,
2021) informam que quase 100 mil crianças nascidas em 2021 no país não têm o nome do pai
no registro civil. Em contrapartida, os atos de reconhecimento de paternidade chegaram ao
terceiro ano consecutivo em queda. Ao todo, foram contabilizados 13.297 reconhecimentos
em 2021, uma baixa de 1,6% em relação ao ano anterior. Em 2019, foram 35.234 atos
registrados, que caíram para 23.921 em 2020 (ARPEN, 2021).
A família monoparental feminina dentro do processo de vulnerabilidade social e
dificuldades econômicas apresenta alguns fatores de risco que carecem de atenção pelo Poder
Público.

3.2 Fatores de Risco

Conforme a Cognatis (2021), “o IPEA apresentou o percentual de domicílios


brasileiros comandados por mulheres que saltou de 25%, em 1995, para 45% em 2018”. O
gráfico abaixo apresenta a proporção de pessoas e arranjos domiciliares por situação de
pobreza e extrema pobreza no Brasil em 2018.
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Figura 2: Proporção da situação de pobreza

Fonte: Vieceli (2020).

Considerando os arranjos familiares, os formados por mulheres, sem cônjuges e com


filhos menores de 14 anos estão entre os mais concentrados na situação de pobreza extrema.
Esses arranjos compreendem 20,6% do total da população que vive em extrema pobreza no
país. Os que possuem chefia de mulheres pretas ou pardas concentram 23,7% da população
extremamente pobre, enquanto dentre as brancas o percentual é de 13,9%.
Em atualização a esses números, segundo o Portal do Governo (SÃO PAULO, 2021),
“no Brasil aproximadamente 12 milhões de mães criam seus filhos sozinhas, sendo mais de
64% as que vivem em situação abaixo da linha da pobreza”.
Esses dados estatísticos refletem que o desempenho do papel de pai/mãe está
centralizado em uma só pessoa, aumentando a sobrecarga no ato de educar, prover e
socializar, bem como no exercício de autoridade, na imposição de limites aos filhos, em toda
forma de suprir necessidades afetivas, sociais e materiais da família. Este árduo contexto de
sobrevivência além de afetar a situação financeira, causa fragilidades nos vínculos familiares.
Acerca dessas fragilidades, Pinto et al. escreve:

A vulnerabilidade à pobreza a que estão expostas as mulheres não se limita a


considerar apenas a privação de renda, mas também a dinâmica da vida familiar, o
acesso a serviços públicos, a possibilidade de obter trabalho com qualidade e
remuneração adequadas, a existência de garantias legais e políticas. As estratégias de
sobrevivência se colocam desta forma na construção do projeto de vida desses
sujeitos, no sentido de buscarem o que querem e o que podem construir a partir dos
recursos de que dispõem, ou seja, da sua capacidade para enfrentar as dificuldades
imediatas e mediatas para sua reprodução social. Estratégias supõem também a
capacidade de se reestruturar diante das vicissitudes da vida e fortalecer sua
identidade e, assim, criar condições próprias para sobreviver. (2011, p. 171)

Essas condições colocam estas famílias em convivência com os fatores de risco que
contribuem para a manutenção de desigualdades, preconceitos e exclusão dessas famílias das
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situações de superação da condição e dificultam suas possibilidades de resgate e


fortalecimento de suas dimensões sadias.
Sob a ótica de Giddens (2005, p. 166), as relações familiares podem ser ternas e
gratificantes. Contudo, este cenário pode ser palco das mais acentuadas tensões, abusos e
violências, o que pode transformar, a depender do grau e da permanência destes problemas, a
situação de normalidade da família unida pelos laços de afetividade em uma família
desestruturada. 
O doutor em Educação Pedro Demo, escreve sobre a desestrutura familiar:

[...] é geralmente apontada como fator importante na proliferação de crianças e


adolescentes em situação de rua, com realce para a condição de marginalização
socioeconômica. Isso pode levar ao aumento de gravidez precoce, à valorização de
ambientes arriscados fora da família ou do ambiente familiar, à formação de gangues
e fenômenos similares, ao baixo desempenho escolar, a distanciamentos geracionais
ainda maiores. (2002, p. 199)

Em seu artigo, Figueiredo (2020) apresenta uma “reflexão acerca da fragilidade dos
laços afetivos, ausência das funções de pai e/ou mãe e dos fatores que envolvem a
desestruturação familiar como possível fonte da tendência voltada para a criminalidade
praticada por adolescentes”.
A desestruturação familiar é um fator de risco na perda da base de sustentação afetiva
e de estabilidade emocional, fundamentais no processo de construção da subjetividade do
indivíduo. A prática de atos infracionais pode ser um dos reflexos da capacidade do
adolescente de buscar no meio social aspectos que deveriam ter sido inseridos em sua
personalidade, mas não foram por deficiências/desestruturas nas relações familiares.
Diante das dificuldades destas famílias Gomide (1990, p. 32) destaca que a falta da
figura paterna, o efeito da pauperização das famílias, o processo educativo precário e o
desenvolvimento psíquico aos quais são submetidas às crianças e adolescentes de famílias
desestruturadas são variáveis importantes no desencadeamento de comportamentos
antissociais.
Referente aos comportamentos antissociais, ressalta-se a relação entre a ausência de
estabilidade familiar e o ingresso do indivíduo no universo do crime:

Os deliquentes juvenis são, na sua maioria, oriundos de lares desfeitos ou


disfuncionais, sendo frequentemente educados por mães solteiras que enfrentam
muito mais do que apenas problemas materiais. As pessoas sentiam falta do espírito
de propriedade e encontraram nas quadrilhas, a família que não tinham lá fora,
provenientes em sua maioria, de lares desintegrados ou inexistentes. (BOTELHO,
2015, on-line)
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A situação decorrente da desestrutura familiar, antes intrínseca à esfera privada,


transforma-se em uma questão social, necessitando da atenção pública. Uma vez que o
vínculo familiar é imprescindível para o desenvolvimento físico e mental da criança e do
adolescente que está conceituado por meio de princípios na legislação brasileira.
O ordenamento jurídico brasileiro atribui à família a base da sociedade, e, por conta
disso, possui especial proteção do Estado. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) consagrou
princípios importantes para reger as relações familiares, entre os principais destacam-se a
igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres (art. 5) e a proteção integral às
crianças e aos adolescentes (art. 227).
No seu art. 1º, inciso III, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) declara que a
dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
Porém, muitas vezes, ele não é observado.
O ilustre professor Rogério Greco assevera:

A Constituição brasileira reconhece, por exemplo, o direito à saúde, à educação, à


moradia, ao lazer, à cultura, à alimentação, enfim, aos direitos mínimos, básicos e
necessários para que o ser humano tenha uma condição de vida digna, ou seja, um
mínimo existencial. No entanto, em maior grau ou menor grau, esses direitos são
negligenciados pelo Estado [...] o Estado deixa de observar o princípio da dignidade
da pessoa humana seja fazendo, ou mesmo deixando de fazer algo para preservá-la.
(GRECO, 2016, p. 68) 

3.3 Necessidades e demandas

Diante da vulnerabilidade socioeconômica em que vivem 64% das famílias


monoparentais femininas, as necessidades e demandas consequentes dessa realidade devem
ser avaliadas pelo Poder Público. Pereira (2006) relata “em que pese às necessidades sociais
básicas sejam pauta de muitas discussões, é fundamental que elas sejam redefinidas e
demarcadas no âmbito conceitual, político e normativo”.
Goldani (1994) elenca a pobreza, exclusão, preconceitos, desigualdades, a luta pela
sobrevivência, a emancipação feminina, a relação com o trabalho; e dimensões como gênero,
classe, raça/etnia, idade/geração como aspectos que atravessam as famílias chefiadas por
mulheres.
Tais aspectos geram demandas e necessidades que devem ser respaldadas por
programas sociais:
A condição de maternidade e a necessidade de adentrar no mercado de trabalho, é
um dos componentes que ajudam a explicar a maior incidência de pobreza entre as
mulheres que são chefes de família, pois elas acabam se sentindo responsáveis
exclusivas por seus filhos e submetem-se à situações de sub-ocupações. No contexto
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do que se denomina “feminização da pobreza”, algumas mulheres sofrem com o


peso da raça, do sexo e da classe social na qual se encontram, onde o preconceito se
entrelaça nas suas vidas e limita o desenvolvimento de suas capacidades. Sendo
assim, as políticas públicas para mulheres pobres deveriam ser uma síntese de
políticas públicas de combate à pobreza e políticas de gênero. (SILVEIRA; SILVA,
2013, p. 123)

Para Pinto et al. (2011, p. 176) a relação de gênero não é somente entre sexos
diferentes: ela advém de uma relação onde imperam a desigualdade e a injustiça. A
subordinação da mulher e a violência de gênero na sociedade brasileira estão presentes em
todos os extratos sociais, notadamente entre as mulheres em situação de vulnerabilidade
social. Os direitos da mulher são cotidianamente desrespeitados, gerando expressões de uma
mesma face, a violência, seja ela de gênero, intrafamiliar, doméstica, física, psicológica,
econômica e financeira, sexual ou institucional.
Essas famílias monoparentais que vivenciam fatores de risco não podem ter suas
demandas e necessidades vistas simplesmente como consequências de um sistema social
injusto, a relação de gênero requer atenção. Poletto (2007) afirma que essas famílias “devem
ser resgatadas e fortalecidas em sua dimensão sadia, possibilitando, desse modo, que lutem e
superem as situações percebidas como risco, ultrapassando o determinismo social, o
preconceito e os estereótipos macros sistêmicos”

3.4 As Políticas Públicas

Mulheres que são mães e chefes de família, conforme foi exposto neste trabalho,
constituem grupos em exclusão social. Estas mulheres encontram-se em situação de risco,
excluídas das políticas sociais básicas (trabalho, educação, saúde, habitação, alimentação).
Nesse sentido, Gomes e Pereira (2005), explicam: “espera-se que a família seja
considerada concretamente na agenda política dos governos para que possa prover autonomia
e que seus direitos sejam respeitados. É necessário que as políticas públicas venham em apoio
à família pobre não apenas em relação à renda, mas também em relação ao acesso a bens e
serviços sociais”.
As políticas devem enunciar soluções para questões públicas. Seu papel é o de prover
pelo menos as necessidades mais básicas de sua população. Entretanto, as políticas públicas
existentes para suporte às famílias monoparentais costumam ser assistencialistas, através de
programas restritos de ajuda alimentar e de renda mínima, ou seja, não há um caráter
multicêntrico ao abordar esta temática.
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Scott (2002) descreve os principais problemas enfrentados pelas mulheres e os campos


em que as políticas públicas podem estar atuando, direta ou indiretamente:
• Trabalho: as mulheres em geral são provedoras principais da família, possuem uma
renda baixa, o que diminui a renda per capita da família, devido as dificuldades de
conciliar casa e trabalho;
• Educação: as mulheres utilizam creches, encontram dificuldades para acompanhar os
estudos dos filhos e deixá-los na escola, não possuem tempo de se capacitarem para o
mercado de trabalho e para continuar os estudos. Assim, a evasão escolar ocorre
tanto da mãe, chefe de família, como dos filhos que a compõe;
• Saúde: habitam em locais insalubres, não conseguem medicamentos prescritos,
optam por esterilização, convivem com os problemas do avanço da idade;
• Justiça: precisam de apoio jurídico para manter a guarda dos filhos, não recebem as
pensões que tem direito, sofrem com discriminação por não possuírem companheira,
algumas têm histórias de agressões físicas e psicológicas.
Um dos reflexos que agravam a urgência de se criarem políticas públicas, sendo
constatada a exclusão social da mulher, foi através da pesquisa “Mercado de Trabalho e
Pandemia da Covid-19: Ampliação de Desigualdades já Existentes?”, realizada pelo Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2020) cujos resultados apresentaram os efeitos da
crise econômica ocasionada pela pandemia do coronavírus sobre o mercado de trabalho. Os
mais afetados em termos de perda de ocupação foram as mulheres, os mais jovens, os negros
e os com menor nível de escolaridade.
O IPEA (2020) concluiu que “os desafios impostos pela crise na pandemia são
imensuráveis, dado os efeitos adversos significativos sofridos, em especial, por grupos mais
vulneráveis da população como as mulheres. Os resultados apresentados nos dados... vêm
reforçar a necessidade de respostas imediatas em termos de políticas direcionadas para estes
grupos da população que foram mais afetados pela crise”.
Uma resposta foi apresentada por meio da Comissão dos Direitos da Mulher com a
aprovação do Projeto de Lei 2099/20 que instituiu o auxílio permanente de R$ 1.200 mensais
às mulheres provedoras de famílias monoparentais – ou seja, o grupo familiar chefiado por
mulher sem cônjuge ou companheiro, com pelo menos uma pessoa menor de 18 anos.
De acordo com a agência de notícias da Câmara dos Deputados (2021) [...] o projeto
foi relatado pela deputada Erika Kokay [...] ela acrescentou uma emenda para prever o
reajuste anual do benefício pelo INPC (o mesmo do salário mínimo). Kokay disse: “Para as
mulheres provedoras de famílias monoparentais, a situação é ainda mais dramática, pois, em
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muitos casos, não contam com o apoio por parte dos pais de seus filhos e ainda assim devem
sozinhas sustentar seus lares”.
Outra proposta de política pública oriunda da crise econômica que o país vem
passando com o coronavírus é o projeto de Lei 3717/2021 de autoria do Senador Eduardo
Braga (MDB-AM). De acordo com o Senado Federal (2021) “o projeto determina prioridade
para o atendimento às mães solo em diversas políticas sociais e econômicas... entre as
medidas previstas destacam-se: a assistência social às mães solo, aumento da taxa de
participação no mercado de trabalho, prioridade de vagas em creches, prioridade em
programas habitacionais ou de regularização fundiária [...] a Lei terá a vigência de 20 (vinte)
anos, ou até que a taxa de pobreza em domicílios formados por famílias monoparentais,
chefiadas por mulheres, seja reduzida a 20% (vinte por cento). É o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) que mede os indicadores sociais do país”. 
Ainda informa a Agência Senado (2021): “as medidas previstas na Lei serão voltadas
à mulher provedora de família monoparental registrada no Cadastro Único para Programas
Sociais (CadÚnico) com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo e
dependentes de até 14 (quatorze) anos de idade [...] o projeto também prevê que o  Poder
Executivo e o Ministério Público do Trabalho promovam, entre as suas campanhas, uma que
vise que empresas dos diversos setores econômicos contratem mães solo, anualmente [...] a
proposta do Senador também propõe que os municípios façam a adoção de medidas de
subsídio tarifário no transporte urbano.”   
Os projetos de leis apresentados, reflexos da pandemia do coronavírus, comprovam o
agravamento da vulnerabilidade das famílias monoparentais femininas no País e a carência de
políticas públicas que busquem aprimorar essas mulheres e priorizem o atendimento e a
preservação dos direitos de seus filhos.
Entende-se que a vulnerabilidade das mulheres, expressadas nas condições de
instrução, ocupação, trabalho/renda, aumenta a partir do desempenho dos seus papéis de
gênero na esfera doméstica, da ausência de uma retaguarda, de apoio paterno e de políticas
públicas de gênero insuficientes.
4 CONCLUSÃO

O desenvolvimento desta pesquisa buscou analisar o alinhamento Poder Público à


realidade das famílias monoparentais femininas diante dos direitos constitucionais.
Correlacionando os aspectos socioeconômicos, os fatores de risco, as demandas e as
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necessidades. Averiguou-se as políticas públicas existente e se atendiam à realidade dessas


famílias.
Os fatores de risco assim como as necessidades e demandas constituem a dinâmica
familiar dessas mulheres, sejam de formas individuais, sociais, culturais ou relacionais. Desse
modo, há de se estabelecer pelo Poder Público as possibilidades de enfrentamento e
sobrevivência dessas mulheres chefes de famílias, em situação vulnerável. A Magna Carta
estabeleceu garantias e direitos fundamentais à família.
Em resumo, o desenvolvimento de políticas públicas específicas é uma forma de
amenizar a sobrecarga das mães solo. Uma vez que a vulnerabilidade associada à desestrutura
familiar podem agravar problemas sociais como a criminalidade e a violência.
A crise econômica oriunda pela pandemia em 2020 atingiu em maiores proporções as
mulheres – especialmente as que chefiam sozinhas suas famílias, aumentando a linha de
pobreza das famílias monoparentais. Elas perderam empregos e, com o fechamento das
escolas, passaram a viver uma jornada do lar ainda mais desafiadora, o que dificultou ainda
mais a luta pela sobrevivência. O apoio permanentemente às mães solo, não deve permanecer
restrito à assistência social, deve abranger outras políticas que as ajudem no mercado de
trabalho e deem suporte a seus filhos.
Diante da realidade da crise do coronavírus, importantes esforços mediante projetos de
lei fomentaram as políticas públicas voltadas para essas famílias. Um avanço importante,
porém, diante das necessidades demandadas, ainda é pouco para modificar a realidade vivida
por 64% das famílias brasileiras chefiadas por mulheres e que vivem na linha abaixo da
pobreza.
Por fim, almeja-se que esta pesquisa manifeste a importância do amparo às famílias
monoparentais residentes no estado do Amazonas, cujas formulação de políticas públicas
locais para este grupo são escassas. De acordo com Maysa Leão (2021), “no estado, 38% das
famílias são chefiadas por mulheres [...] o número de crianças registradas sem o nome do pai
chegou a 5.899 nos dois últimos anos”. Esses dados evidenciam a preocupante e árdua
situação das mães solo amazonenses.

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