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8° Período Direito
Direito Processual Penal III
Professora: Patrícia Raposo
A execução penal possui como objetivo geral a efetivação das disposições da sentença
ou decisão criminal. Mas existem outros escopos tais como a reintegração do apenado ou
daquele submetido a medida de segurança.O autor Nucci destaca que a pena tem caráter
multifacetado e envolve necessariamente os aspectos retributivo e preventivo.
A jurisdição em sede da execução penal será exercida pelos juízes ou tribunais com
competência criminal ordinária em todo o território nacional, nos termos da lei de execução
penal e do código de processo penal. Destaca-se que a lei de execução penal tem aplicação
tanto ao preso provisório quanto ao condenado pela justiça eleitoral ou ainda militar, quando
forem recolhidos à jurisdição ordinária.
7.1 Deveres
Constituem deveres do condenado, e no que couber também ao preso provisório, além
das obrigações legais inerentes ao seu estado submeter-se às normas de execução da pena,
principalmente:
Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
Obediência ao servidor e respeito no trato com os demais com quem deva se relacionar;
Urbanidade e respeito no tratamento com os demais condenados;
Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à
ordem ou à disciplina;
Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
Submissão à sanção disciplinar imposta;
Indenização à vítima ou a seus sucessores;
Indenização ao Estado, quando for possível, das despesas realizadas com a sua
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
Conservação dos objeto de uso pessoal.
7.2 Direitos
Todos aqueles direitos não atingidos pela sentença ou pela lei são garantidos ao
condenado e também ao internado, não podendo haver distinção de nenhuma natureza. As
autoridades devem assegurar o respeito à integridade física e moral dos condenados, dos
presos em caráter provisório, bem como os submetidos à medida de segurança, entre eles:
Alimentação suficiente e vestuário;
Atribuição de trabalho e sua remuneração;
Previdência social;
Constituição de pecúlio;
Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da pena;
Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo, sendo vedado ao integrante dos
órgãos da execução penal, bem como ao servidor a divulgação de ocorrência que
perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos e também é vedado expor o
preso à inconveniente notoriedade durante o período de cumprimento de pena, sendo
utilizadas algemas apenas em caso de necessidade;
Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
Chamamento nominal;
Igualdade de tratamento, salvo quanto às exigências da individualização da pena;
Audiência especial com o diretor do estabelecimento;
Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;
Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da
autoridade judiciária competente.
Existem três regimes de cumprimento de pena no Brasil, caso o regime seja punido
com reclusão os regimes iniciais aplicáveis são o fechado, o semi-aberto e o aberto, mas se o
crime for punido com detenção os regimes iniciais serão semiaberto e aberto. Em regra, não
há que se falar em regime fechado para detenção. Todavia existe uma exceção que está
prevista no art. 10, da Lei 9.034/95 (Lei dos Crimes de Organização Criminosa), o qual diz:
“Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da
pena em regime fechado.” Pouco importa se o delito é punido com reclusão ou detenção. No
entanto, para a maioria da doutrina, esse artigo é inconstitucional.
É possível ir para o regime fechado por meio da regressão. Detenção não inicia no
fechado, mas não significa que não possa ser cumprida no fechado. Ela pode ser cumprida no
fechado por meio da regressão. (Vide art. 33, CP). É muito comum um preso ter várias
condenações em processos distintos. Esses vários processos, quando chegam para o juiz da
execução, ele deve somar as penas para determinar o regime de cumprimento. Se somar as
penas e perceber que o regime não deve ser o da condenação, ele altera. Em última síntese,
quem determina o regime de cumprimento de pena não é o juiz da condenação, mas o juiz da
execução (Vide art. 111, LEP).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
TÁVARO, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. CURSO DE DIREITO PROCESSUAL
PENAL. Ed. Jus Podivm. 5ª ed. Bahia 2011.