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Nonada, Porto Alegre, v.1, n.

26, 1º Semestre 2016 – ISSN 2176-9893 94

ERICO VERISSIMO – EDITOR: CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA


DO LIVRO NO BRASIL

ERICO VERISSIMO – EDITOR: CONTRIBUTIONS TO BOOK HISTORY


IN BRAZIL
Carina Fior Postingher Balzan1

Resumo: Além de escritor consagrado, Erico Verissimo realizou um dos mais consistentes projetos culturais
concebidos no país em relação à difusão e circulação do livro enquanto editor da Livraria do Globo, em Porto Alegre,
entre as décadas de 1930 e 1950, conduzindo o leitor a uma viagem através da literatura estrangeira. Este artigo
pretende abordar as contribuições desse agente mediador literário para a História do Livro no Brasil a partir de uma
pesquisa bibliográfica nas memórias do autor e de alguns estudos sobre a consolidação da Editora Globo no contexto
cultural e comercial brasileiro na primeira metade do século XX, buscando também estabelecer um diálogo com a
figura do editor dentro da História do Livro.

Palavras-chave: Erico Verissimo, Editora Globo, história do livro.

Abstract: In addition to acclaimed author, Erico Verissimo conducted one of the most consistent cultural projects
designed in the country in relation to the dissemination and circulation of the book. As editor of the Globe Bookstore
in Porto Alegre, between the 1930s and 1950s, he headed the reader on a journey by foreign literature. This text intends
to approach the contributions of this literary mediator to Book History in Brazil from a literature search in the author's
memories and some studies on the consolidation of Globo, a publishing house, in Brazil's cultural and commercial
context in the first half of the XX century. This paper also seeks to establish a dialogue with the role of the editor
within the Book History.

Keywords: Erico Verissimo, Globo publisher house, Book History.

Introdução

Dentro da história cultural e comercial do livro no Brasil, merecem destaque pelo menos
dois grandes projetos culturais: um, em São Paulo, dirigido por Monteiro Lobato na Revista do
Brasil e na Companhia Editora Nacional, através da Biblioteca Pedagógica Brasileira, que
monopolizou a produção de livros didáticos; outro, em Porto Alegre, encabeçado por Erico
Verissimo, na Livraria do Globo, que no início da década de 1930 tornou-se nacionalmente
conhecida pela divulgação de literatura estrangeira traduzida.
Considerado um intelectual completo, escritor-editor-tradutor, Erico Verissimo realizou um
dos mais consistentes projetos culturais em relação à difusão e circulação do livro no Brasil.
Revelou-se um editor ousado e atento que conduziu o leitor brasileiro a uma viagem através da
literatura estrangeira, principalmente a de língua inglesa. Inclusive, o destino da Livraria do Globo
não seria o mesmo sem a participação de Erico Verissimo. A relação entre ele e a Livraria do Globo
é tão estreita que é impossível dissociar a trajetória profissional do escritor dos serviços que prestou
à Livraria, seja como funcionário, seja como colaborador. Sua estreia literária em alcance nacional,
com o conto “Ladrão de Gado”, ocorreu na Revista do Globo, em 1929, cuja edição estava a cargo

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Doutoranda do Programa de Doutorado em Letras UCS/UniRitter. Docente do IFRS-Campus Bento Gonçalves. E-
mail: cfpbalzan@gmail.com.
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de Mansueto Bernardi. Em 1931, Erico tornou-se redator da Revista. Em seguida, foi secretário da
Seção Editorial da Livraria do Globo e conselheiro editorial até o fim da vida.
Este artigo aborda uma faceta de Erico Verissimo não tão conhecida do público leitor: as
atividades que desempenhou como editor na Livraria do Globo e as contribuições desse agente
mediador literário para a História do Livro no Brasil. Para tanto, realizou-se uma pesquisa
bibliográfica nas memórias do autor (VERISSIMO, 1972) e em alguns estudos sobre a
consolidação da Editora Globo2 no contexto cultural e comercial do país nas primeiras décadas do
século XX (TORRESINI, 2004; TORRES, 2012; MARTINS FILHO; PAVÃO, 2003), buscando
também estabelecer um diálogo com a figura do editor dentro da História do Livro (CHARTIER,
1999; HALLEWELL, 1985; DARNTON, 2010; ZILBERMAN; LAJOLO, 2003).

A Editora Globo no comércio livreiro do Brasil no século XX

As origens da Livraria do Globo remontam ao ano de 1883, com uma pequena papelaria e
livraria, fundada por Laudelino Pinheiro Barcellos, na qual foi instalada uma oficina gráfica para
realizar trabalhos sob encomenda. No entanto, o negócio prosperou com José Bertaso que, de
empregado, fez-se sócio da livraria e, com a morte do fundador, em 1919, tornou-se proprietário.
Com a nomeação de Mansueto Bernardi para diretor do departamento de propaganda, ampliou-se
o mercado da Livraria, apostando na publicação de alguns títulos traduzidos, principalmente da
Itália, França e Espanha, o que tornou a editora conhecida nacionalmente. Pode-se dizer, assim,
que a Livraria do Globo iniciou um programa editorial regular apenas em 1928.
O processo de industrialização ocorrido no Brasil, no início do século XX, é fundamental
para compreender a indústria cultural e de livros. De acordo com Torresini (1999), nessa época já
existia uma indústria de livros no Brasil, cujas demandas provinham das exigências de um público
leitor escasso e do ensino público e privado, que criava a necessidade de material didático. No
entanto, essa indústria ainda dependia da Europa, de onde vinha grande parte das obras já impressas
e prontas para a comercialização, mesmo de autores nacionais.
Com o estabelecimento de acordos comerciais de proteção dos direitos autorais, o Brasil
importava ficção traduzida de Portugal, limitada tanto em abrangência quanto em quantidade. Além
disso, antes da Revolução de 1930, o consumo de livros era privilégio de uma elite localizada nos
grandes centros como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador, que lia na língua original
autores franceses como René Bazin, Pierre Renôit, Anatole France e Mirabeau. (HALLEWELL,
1985)
Com a crise econômica mundial, a situação foi alterada, principalmente para países como
o Brasil, totalmente dependentes de exportação de produtos primários. As importações de livros
caíram drasticamente, ocasionadas pelo aumento dos preços. Segundo Hallewell (1985), pela
primeira vez, desde o início do século XIX, o livro brasileiro tornou-se competitivo em seu próprio
mercado nacional. Isso significava a grande oportunidade para uma editora de ficção traduzida, e
a Editora Globo soube aproveitá-la, mantendo-se proeminente nesse campo até os anos 1950.
A partir da Revolução de 1930, instaurou-se um estilo de política que incluiu a participação
das massas, estimulou a radiodifusão e o desenvolvimento do cinema, do disco, da imprensa e do
livro. Assim, alguns livreiros destacaram-se no mercado editorial brasileiro, como Francisco Alves,
no Rio de Janeiro, e Monteiro Lobato, em São Paulo, que aproveitou as condições favoráveis da
industrialização para criar uma empresa dependente de capital, mão de obra e mercado local,

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A Seção Editora da Livraria do Globo tornar-se-ia Editora Globo em 1956.
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influenciando o desenvolvimento de outras casas editoras, como a Brasiliense, a José Olympio, a


Livraria Martins Editora e a Civilização Brasileira. A Editora Globo surgiu no fluxo dessas grandes
editoras, com o diferencial de que sua sede localizava-se num estado periférico e geograficamente
distante do centro de produção e consumo de livros no Brasil. (TORRESINI, 1999)
Além disso, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, o Rio Grande do Sul projetou-se
politicamente no cenário nacional. Em 1931, Mansueto Bernardi abandonou a atividade editorial e
assumiu a direção da Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. Com isso, Henrique Bertaso, filho do
proprietário, assumiu o setor editorial, enquanto a direção da Revista foi entregue a Erico
Verissimo, contratado por Bernardi antes de sair.
A Editora Globo, até 1930, tinha uma produção limitada de livros de autores gaúchos e
traduções. A parceria entre Henrique Bertaso e Erico Verissimo trouxe excelentes resultados,
iniciando uma fase em que as traduções tornaram-se o carro chefe da empresa. O contato deles com
revistas especializadas e intelectuais de prestígio, a participação em feiras e o suporte financeiro
da Livraria do Globo aos projetos foram imprescindíveis para o sucesso do empreendimento. Em
1936, a empresa já ocupava um edifício de três andares e possuía 500 empregados. A oficina
contava com vinte máquinas Linotipo, e a editora já havia produzido cerca de 500 títulos.
(TORRESINI, 1999)
O caráter comercial da produção da Globo era evidente no início dos trabalhos de edição.
Bertaso consultava o Publishers’ Weekly americano para buscar possíveis best-sellers para a
tradução em língua portuguesa, além de estabelecer contato com agentes literários nos Estados
Unidos. Com isso, a maioria dos primeiros livros que alcançaram sucesso junto ao público foi do
gênero policial, o preferido dos anglo-americanos à época.
Não se pode negar que a própria preferência de Erico Verissimo pela literatura de língua
inglesa também tenha contribuído para a intensa produção de traduções de autores anglo-
americanos. Outra influência decisiva foi Hollywood que, durante as décadas de 1930 e 1940,
produziu muitos filmes baseados em obras literárias. De qualquer forma, a influência de Erico
Verissimo foi fundamental para que a programação da Globo no campo literário ganhasse
qualidade. (HALLEWELL, 1985)
Erico anteviu o sucesso da literatura de língua inglesa num cenário em que os leitores
brasileiros ainda estavam fascinados pela produção francesa, no início do século XX. A partir de
então, passou a empenhar-se na introdução e divulgação da literatura de língua inglesa no Brasil,
atuando em todas as fases do processo. Em relação ao romance anglo-americano, Erico atesta:
“Tenho a impressão de que é uma ficção mais objetiva, com certo amor ao detalhe, temperada com
um pouco de poesia e bastante ação, ao passo que o romance francês é mais geométrico e
intelectual”. (TORRES, 2012, p. 14)
Isso não significa que os livros franceses cessaram de ser traduzidos, mas o número de
autores modernos foi limitado. Os de maior destaque foram: André Gide, Romain Rolland e Roger
Martin Du Gard. Também foram traduzidos autores de língua alemã, como Kafka, Thomas Mann
e Remarque. De outras línguas, Erico e Bertaso escolheram para traduzir autores como Ibsen, Juan
Ramón Jiménez, Giovanni Papini, Pirandello, Pushkin e Tolstoi, entre outros.
Distante do eixo Rio-São Paulo, espaço privilegiado de circulação e difusão dos textos
literários, onde se concentravam os principais escritores do Brasil, a Seção Editora da Livraria do
Globo representava um negócio duvidoso e arriscado para o proprietário. Como lembra Erico, José
Bertaso

Sabia exatamente o quanto lhes rendia a tipografia, a litografia, a encadernação, a venda


de livros alheios, enfim, todas as secções duma casa que já se fazia tentacular. Ora, um
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editor pode publicar livros e passar o ano inteiro – ou mais! – sem saber se está ganhando
ou perdendo dinheiro. Havia o problema da distribuição, o da prestação de contas de
remotas livrarias, e a fatal devolução dos livros consignados, quase sempre em mau estado
de conservação. Por que desviar esforços e capital de negócios certos para dedicá-los a
uma aventura problemática? (VERISSIMO, 1972, p. 26)

O comércio de livros sempre foi gerido com cautela pelos editores e livreiros, visto que
produtos parados no estoque representavam prejuízo àqueles que dependiam desse investimento.
Darnton (2010, p. 130), ao estudar a História do Livro no século XVIII, mostra que a demanda
literária foi sempre variável e incerta. Assim, a literatura representou, antes de tudo, um negócio,
como já dizia um ditado dos livreiros do século XVIII: “O melhor livro para um livreiro é o que
vende bem”.
O livro, suporte físico de um texto, não deixa de ser um mecanismo econômico do sistema
capitalista. Trata-se de uma mercadoria - um objeto industrializado submetido à compra e à venda.
Segundo Zilberman e Lajolo (2003), a partir do momento que deixou de ser um produto artesanal
e passou a ser fabricado em grande quantidade, principalmente a partir do século XVIII, o livro
transformou-se em propriedade privada, assumindo características da sociedade burguesa. Assim,
“contratos de edição e impressão, meios de distribuição e venda, regras de tradução e condensação
constituem operações que viabilizam a dimensão econômica do processo inteiro que se abre com
um original e desemboca num livro.” (ZILBERMAN; LAJOLO, 2003, p.60).
É interessante tomar aqui o modelo proposto por Darnton (2010) para analisar como os
livros surgem e se difundem na sociedade, já que os livros impressos passam aproximadamente
pelo mesmo ciclo de vida. Esse circuito de comunicação vai do autor ao editor, ao impressor, ao
distribuidor, ao vendedor e ao leitor. Esse último encerra o ciclo, pois influencia o autor antes e
depois do ato de criação.

A história do livro se interessa por cada fase desse processo e pelo processo como um
todo, em todas as suas variações no tempo e no espaço, e em todas as suas relações com
outros sistemas, econômico, social, político e cultural, no meio circundante (DARNTON,
2010, p.126).

Nesse modelo, que poderia ser aplicado a todos os períodos da História do Livro impresso,
autor e editor estão lado a lado, numa posição de igualdade. Isso pressupõe que ambos são
responsáveis, cada qual a sua maneira, pelo ato criador, pelo processo que transformará o texto em
objeto-livro a ser disponibilizado ao consumidor final – o leitor.
O editor exerce a função de primeiro mediador de todo o itinerário da edição do livro, desde
o escritor até o leitor. Entre estes, ainda estão os livreiros, os distribuidores, os gráficos e os
fornecedores, intermediários do processo que também almejam sua fatia de lucro no comércio
livreiro. Segundo Zilberman (2001), sendo o livro um trabalho coletivo, que evolve pelo menos
três elementos - o escritor, responsável pelo texto verbal; o editor, a que se associam revisores,
ilustradores, tradutores, capistas; e depois da obra pronta, os livreiros, que comercializam o produto
– sendo que todos buscam obter rendimentos pelas tarefas cumpridas nesse processo.
Palavra de origem latina, editor refere-se a dois sentidos: “dar à luz” e “publicar”. Surge na
Roma antiga para identificar aqueles que tinham a responsabilidade de multiplicar e de cuidar das
cópias dos manuscritos originais dos autores, zelando para que a reprodução dos textos fosse feita
corretamente. Mas é com a criação da imprensa de Gutemberg, na metade do século XV, e com o
processo de popularização do livro que o impressor-editor ou livreiro-editor começa a firmar sua
posição no mercado livreiro. (BRAGANÇA, 2005)
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Cabe referir que a figura do editor, tal como a conhecemos hoje, é recente. Foi somente na
década de 1830, na França, que a edição se estabeleceu como uma atividade autônoma e um ofício
particular, firmando-se na relação com os autores, na escolha dos textos, na seleção das formas do
livro e, por fim, nos leitores. Chartier (1999, p. 50) assim define o indivíduo responsável pela
edição: “Trata-se de uma profissão de natureza intelectual e comercial que visa buscar textos,
encontrar autores, ligá-los ao editor, controlar o processo que vai da impressão da obra até a sua
distribuição”.
Originalmente, na Europa, a atividade editorial estava relacionada à atividade de livraria ou
gráfica, ou seja, o livreiro-editor do século XVI, XVII e XVIII definiu-se inicialmente pelo seu
comércio. Aqui, o capital mercantil era fundamental, pois definia o poder dentro do mundo da
cultura impressa. O livreiro-editor podia ter uma oficina tipográfica ou dar seus livros para um
impressor compor, vinculando seu negócio, primeiramente, a seu próprio catálogo. Vendia os livros
que ele mesmo editava e incrementava as vendas por meio do comércio de intercâmbio com outros
livreiros-editores, ao enviar algumas de suas edições e receber em troca os livros publicados por
outros. Nessa empreitada, seu sucesso podia depender, além de sua habilidade, do apoio do Estado
e, às vezes, da criação de novos mercados. (CHARTIER, 2001)
A Editora Globo também tem sua origem vinculada a uma livraria e gráfica. Isso significa
que, prioritariamente, constituía uma atividade comercial, e o crescimento da empresa dependia da
comercialização dos livros. Para promover as vendas, o editor-empresário Henrique Bertaso
ampliou o número de pontos de venda disponíveis, colocando os livros editados pela Livraria do
Globo nas livrarias existentes no Estado. A estratégia consistia na entrega ao comerciante, em
consignação, de estantes com prateleiras especiais para livros, com os dizeres: “Edições da Livraria
do Globo”. Dependendo da distância, o representante comercial da Livraria visitava o
estabelecimento anotando as faltas para a reposição, ou o próprio lojista solicitava por carta os
livros, que eram remetidos pelo correio. O sistema de consignação tornou-se um verdadeiro
sucesso. Em 1934, Henrique Bertaso viajou pelo Brasil com o intuito de ampliar para além do
Estado a rede de comercialização da Editora. Foi a São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e
Natal, contratou representantes e visitou diversos jornais. Em 1936, viajou para a Europa, a fim de
visitar editoras e agentes literários e para participar da Feira de Leipzig (TORRESINI, 2004),
tradicional ponto de comércio livreiro desde o século XVI.
A fase de consolidação da Editora Globo deu-se na década de 1940, quando ocorreu um
grande avanço em termos de qualidade das obras no que se refere à tradução, capas, ilustrações e
ao próprio processo de composição e impressão, além de investimentos em quantidade, atingindo
um alto índice de produção. Nessa época, a Livraria do Globo possuía, além da sede em Porto
Alegre, filiais em Santa Maria, Pelotas e Rio Grande, depósitos em São Paulo, Belo Horizonte,
Recife, Fortaleza e Belém do Pará. Na matriz, cerca de 700 funcionários trabalhavam nas várias
seções, entre elas, loja, escritório, depósito, tipografia, litografia, impressão e publicidade.
Além de literatura ficcional, depois de 1940, a editora publicou obras ligadas às ciências
humanas, dicionários, gramáticas de língua estrangeira, além de livros de culinária e lazer. Com
isso, conquistou um posto entre as maiores do Brasil. (TORRESINI, 1999) O fato é que com a
ajuda de Erico Verissimo, Henrique Bertaso modernizou e dinamizou o comércio livreiro no Brasil
e provou que era possível a editora prosperar, mesmo afastada do centro do país. Entre 1931 e
1950, a editora publicou cerca de 1.063 obras, aproximadamente 30% delas foram de literatura
traduzida.
Com a morte de José Bertaso, em 1948, a nova administração transformou a empresa em
sociedade anônima – Livraria do Globo S.A., da qual a Editora Globo tornou-se uma filial. A partir
daí, a editora diminuiu o volume das edições e dedicou-se à publicação de manuais técnicos, à obra
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de Erico Verissimo e a autores cujo trabalho não necessitasse de grandes investimentos. A divisão
se consolidou em 1956, quando a empresa passou a ser Livraria do Globo S.A. e Editora Globo
S.A..

Erico Verissimo: um profissional do livro

Erico Verissimo iniciou seus trabalhos na Livraria do Globo em fins de 1930, assumindo a
produção da Revista do Globo, uma publicação quinzenal que trazia assuntos variados: propaganda,
literatura e também muita fofoca sobre a sociedade porto-alegrense. Ele praticamente produzia a
Revista sozinho, dirigia, traduzia contos e artigos de publicações americanas, francesas, inglesas,
italianas e argentinas, mandando reproduzir suas ilustrações. Muitas vezes, segundo o próprio
Erico, teve de piratear publicações estrangeiras e escrever contos e poemas de última hora.
(VERISSIMO, 1972) Como a revista deveria ser “popular”, eram incluídas fotos da alta sociedade
rio-grandense, poemas de importantes fregueses da casa, sem levar muito em conta a qualidade
literária.
Sendo a verba para colaboradores pouca ou nula, Erico afirma que resolvia a situação da
seguinte maneira: “Em cima de minha mesa achavam-se os meus melhores colaboradores: a tesoura
e o vidro de goma-arábica”. (VERISSIMO, 1972, p. 24) Assim, mandava fazer clichês das
ilustrações de revistas americanas e inventava contos que se adaptassem àquelas ilustrações,
invertendo o processo, e assinava-as com um pseudônimo estrangeiro.
A passagem pela Revista do Globo, no entanto, foi curta, pois Erico logo foi recrutado por
Henrique Bertaso para ser “conselheiro editorial”, por duzentos mil réis mensais pagos com o
ordenado do próprio chefe, já que os recursos para investimentos na editora e contratação de
pessoal eram escassos.
Ainda no final da década de 1920, Bertaso traçou um projeto editorial para a Livraria do
Globo que incluía um pouco de literatura gaúcha, livros didáticos, gramáticas e manuais. Com a
chegada de Erico, foram introduzidos romances policiais, sentimentais e de aventura norte-
americanos e ingleses, que caíram no gosto do público. Essa “argamassa novelesca”, como dizia
Erico, permitiu à Editora Globo investir em projetos caros e comercialmente incertos, de um lado,
e, de outro, ampliar o público leitor no Brasil colocando em circulação uma quantidade
considerável de opções de leitura. Por isso, muitos volumes foram editados em formato econômico
e com tiragens consideravelmente altas.

Verissimo deu substância e qualidade a esse projeto. Ele apontou um novo norte à Globo,
ainda que essa direção indicasse o caminho comercialmente arriscado dos autores
contemporâneos, homens e mulheres que traziam novos horizontes à literatura e ao
pensamento e que, muitas vezes, pautavam discussões pelo mundo. (MARTINS FILHO;
PAVÃO, 2003, p. 4)

Preocupado com a qualidade dos livros, Erico pensou em soluções para questões que
afligiam as incipientes casas editoriais do Brasil: como equilibrar no catálogo best-sellers e autores
“difíceis”, mas importantes; como embelezar o livro, elevar o nível das traduções, baratear os
exemplares em um mercado ainda reduzido, e como levar o livro além dos limites do Estado.
Nesse sentido, foram organizadas diversas coleções, que contemplaram desde obras de
autores clássicos, outras de grande valor literário, mas de autores pouco comerciais, como também
obras de grande aceitação popular. Assim, a partir das coleções Amarela (composta de literatura
de gênero policial, a exemplo de Agatha Christie, Karl May, Edgar Wallace), Nobel (composta por
autores premiados e outros de grande qualidade literária, a exemplo de Pearl S. Buck, John
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Steinbeck, C.S. Forester, Thomas Mann, Somerset Maugham), Biblioteca Nanquinote, Burrinho
Azul e Tapete Mágico (literatura infanto-juvenil), Biblioteca dos Séculos (composta por clássicos
da literatura universal, como Tolstoi, Dickens, Stendhal, Swift), além das coleções Inquéritos,
Sagitário, Verde, Universo, Tucano e Catavento, Erico foi despertando o gosto literário e
incentivando a formação de novos leitores no Brasil. (TORRES, 2012)
As coleções tentaram abranger, dentro dos princípios da indústria do livro, um determinado
público consumidor e suas demandas. Existia uma preocupação da editora com o leitor médio,
disponibilizando não apenas a literatura para a elite intelectual, mas também a literatura de fácil
acesso e assimilação, como o gênero policial, classificado como uma literatura não-canonizada.
Fato é que, a partir dessas coleções, os brasileiros leram pela primeira vez dezenas de escritores até
então desconhecidos, ampliando as opções de leitura e configurando seus gostos. De acordo com
Torresini (2004), só com a Coleção Amarela, dezessete autores tornaram-se conhecidos dos leitores
brasileiros.
Além da literatura estrangeira, Erico também editou autores nacionais. Lançou Mario
Quintana, Jorge de Lima e Dyonélio Machado e reeditou autores como Oswald de Andrade e
Simões Lopes Neto, mostrando a preocupação em resgatar e preservar a obra de escritores que
considerava importantes e de grande qualidade literária. A respeito da obra de Simões Lopes Neto,
declara:

Decidimos um dia resgatar do olvido o homem que era, sem nenhum favor, um dos
maiores contistas regionais do Brasil. [...] Fizemos a transação, decididos que estávamos
a lançar Contos Gauchescos e Lendas do Sul numa edição crítica [...] Mais tarde, Carlos
Reverbel, jornalista e historiador e também “especialista” em Simões Lopes Neto, catou
em velhos jornais e revistas uma série de pequenas estórias que a Globo editou sob o título
de Casos do Romualdo. E assim um grande escritor in natura foi revelado ao Brasil.
(VERISSIMO, 1972, p. 83-84)

Atento e visionário, Erico não apenas organizava as coleções, mas cuidava das traduções,
das ilustrações, da edição, sugeria autores, primando pela qualidade:

As edições eram apresentadas em roupagens bem cuidadas, ilustradas por um time de


artistas gráficos do ateliê de desenho da Globo, capitaneados por nomes como o do alemão
Ernest Zeuner. Esse cuidado com a feitura do livro daria impulso fundamental à produção
no país. (MARTINS FILHO; PAVÃO, 2003, p. 5)

Uma das maiores preocupações de Erico, no entanto, dizia respeito às traduções, que no
Brasil ainda apresentavam um baixo padrão de qualidade. De acordo com Hallewell (1985, p. 320),

O reduzido mercado livreiro antes de 1940 limitava os orçamentos das editoras e isso
estabeleceu uma tradição, que perdura até hoje, de que a tradução é um trabalho subalterno
mal pago. A escassez de tradutores competentes em outras línguas, além do francês e do
espanhol, acrescia a distorção decorrente do uso de uma versão nessas línguas como
intermediária para a tradução.

A Editora Globo, a partir de 1937, procurou melhorar a qualidade de suas traduções


contratando tradutores como empregados permanentes, dando-lhes ótimas condições de trabalho
como boa remuneração, prazos estendidos, expediente na empresa onde tinham à disposição
gramáticas, manuais e dicionários, podendo cada um se especializar na língua de sua competência.
Além disso, receberam o estímulo de terem o trabalho identificado com seu nome na página de
rosto dos livros. Todas as traduções eram ainda submetidas a uma cuidadosa revisão em dois
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estágios: primeiro para verificar a correspondência literal com o original, depois para assegurar a
fidelidade estilística e a qualidade do português. (HALLEWELL, 1985) Cabe mencionar que Erico
contratou traduções de hoje consagrados escritores brasileiros, como Cecília Meireles, Carlos
Drummond de Andrade, Mário Quintana e Manuel Bandeira (TORRES, 2012), além de ter
traduzido ele mesmo dezenas de livros.
Dentre as obras traduzidas por Erico, merece destaque o Point Counterpoint (Contraponto),
de Aldous Huxley, que levou oito longos meses para ficar pronto. A técnica narrativa utilizada
neste livro acabou sendo adaptada por ele ao escrever algumas de suas próprias obras. A partir
disso, é bem provável que outros escritores brasileiros tenham sido influenciados, nas décadas
posteriores, pelas traduções publicadas pela Editora Globo.
Mas nem todas as obras foram traduzidas por Erico com o mesmo entusiasmo,
principalmente no início da carreira na Revista do Globo, quando ele realizava traduções à noite a
fim de complementar seu ordenado. É o que aconteceu, por exemplo, com um livro de Edgar
Wallace, segundo seu depoimento:

Aproveito esta oportunidade para uma confissão. Estava eu a traduzir o On the Spot, de
Edgar Wallace, quando, movido pelo tédio quase mortal que o livro me produzia, resolvi
colaborar com o autor e tomar liberdades com o texto, respeitando a estória mas
modificando o estilo. Fiz o diabo. A novela foi publicada com o título de A Morte Mora
em Chicago. Será demasiada pretensão afirmar que em português ficou melhor que no
original? (VERISSIMO, 1972, p. 45)

A partir dessa declaração, pode-se refletir sobre o papel do tradutor e, principalmente, do


editor frente à obra literária. Sabe-se que o editor não é responsável direto pela criação do texto,
mas há uma margem de criação em que ele atua na qual imprime as próprias marcas no texto, seja
na concepção do produto editorial seja na interlocução com os autores, tradutores, ilustradores.
Decorre disso que, muitas vezes, o produto posto no mercado é concebido pelo editor a partir do
texto original do escritor, num quase processo de coautoria.
Na produção de livros, como aponta Chartier (2011, p. 97), existem dois conjuntos de
dispositivos que se cruzam e frequentemente se confundem. Um, criado pelo autor e resultante da
escrita, puramente textual, que tende a impor um protocolo de leitura, ora aproximando o leitor a
uma maneira de ler que lhe é indicada, ora fazendo agir sobre ele uma mecânica literária que o
coloca onde o autor deseja que esteja. Outro, constituído pelas formas tipográficas do texto:
disposição e divisão do texto, tipografia, ilustração. Estes últimos procedimentos não pertencem à
escrita, mas à impressão, decididos pelo editor, variáveis conforme a época e capazes de sugerir
leituras diferentes de um mesmo texto. Daí a relevância atribuída ao trabalho do editor, que atualiza
o texto e imprime nele as marcas de seu gênio e de seu tempo. A organização tipográfica revela,
por isso, uma intenção editorial. Segundo Chartier,

Os dispositivos tipográficos têm, portanto, tanta importância, ou até mais, do que os


“sinais” textuais, pois são eles que dão suportes notáveis às possíveis atualizações do
texto. Permitem um comércio perpétuo entre textos imóveis e leitores que mudam,
traduzindo no impresso as mutações de horizonte de expectativa do público e propondo
novas significações além daquelas que o autor pretendia impor a seus primeiros leitores.
(CHARTIER, 2011, p. 100)

A parceria entre Erico e Bertaso foi imprescindível para que o projeto editorial da Livraria
do Globo rendesse bons frutos, tanto em termos de reconhecimento dentro do mercado livreiro no
Brasil, quanto em termos financeiros para a empresa. Contudo, aliar o ato artístico da criação
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literária com o aspecto comercial de determinada obra nem sempre constituía uma tarefa simples,
como lembra Erico em uma das muitas conversas com o parceiro de edição: “Escrever,
concluíamos, era um ato literário, artístico; publicar, um ato comercial ou industrial. O casamento
entre autor e editor, portanto, estava condenado a ser uma união precária, sujeita a desconfianças,
conflitos e até divórcios...”. (VERISSIMO, 1972, p. 38)
A própria História do Livro mostra que as relações entre escritores e editores sempre foram
conturbadas. No início da produção industrial do livro, o escritor era apenas um entre os vários
sujeitos envolvidos no processo, tanto é que os primeiros beneficiários da regulamentação dos
direitos sobre a obra foram os impressores-editores e os livreiros, e não os autores. O direito de
propriedade foi conquistado a duras penas pelos escritores, depois de séculos de disputa, quando
se passou a conceber o texto como o principal dentre os vários constituintes do livro, da manufatura
do papel à ilustração e impressão. Desde então, os privilégios começaram a se concentrar em torno
do escritor. (ZILBERMAN; LAJOLO, 2003)
Segundo Darnton (2010), no século XVIII, os editores estavam permanentemente
envolvidos em “mexericos” literários, devendo estar atentos aos novos escritores, negociar com
eles, comprar seus direitos autorais antes que outra editora concorrente o fizesse, calculando formas
de diminuir os custos. E ainda:

Os editores estavam sempre em negociações. Havia sempre uns doze projetos em


andamento, e os que davam certo constituíam exceção – as transações que trouxeram ao
mundo uma pequena dose de literatura a partir da nebulosa vastidão da literatura-que-
podia-ter-sido. (DARTON, 2010, p. 152)

Pelos relatos de Erico, essa mesma realidade descrita por Darnton era vivida na Editora
Globo. Trabalhava-se muito para estar à frente da concorrência e, principalmente, oferecer ao leitor
o melhor em termos de novidade e qualidade literária. Mas, esse “melhor” é definido pelo ponto
de vista do editor, e nas suas escolhas estão embutidos muitos aspectos, não apenas técnicos, mas
ideológicos e culturais, um conjunto de gostos e valores que definem os critérios para a escolha.
Cabe aos editores, portanto, determinar a literatura que chegará aos leitores:

O editor encarrega-se da publicação, não apenas no sentido de dar vida e materialidade ao


texto do escritor, em forma de livro, mas na ação de torná-lo publicamente conhecido, isto
é, difundido, distribuído, consumido e lido. (BRAGANÇA, 2005, p. 222).

Concomitantemente ao trabalho de editor, o escritor Erico Verissimo não descuidou de sua


própria produção. Em 1938, com a publicação de Olhai os Lírios do Campo, Erico consagra-se
como autor, bate recorde de vendas com três edições em um ano e traz um enorme prestígio à
editora e à literatura do Rio Grande do Sul. Todos as obras do escritor, de Fantoches (1932) a Solo
de Clarineta (1976), foram lançadas pela Globo. Mas ao entrar para a Livraria do Globo, em 1931,
Erico parecia saber que para viver como escritor, profissão que ainda não existia na época, teria
que escrever para jornais, traduzir livros, colaborar em revistas e desempenhar outras tantas
funções paralelas à escritura de seus livros. De acordo com Zilberman e Lajolo (2003), no Brasil
do século XIX - e podemos estender essa situação ao início do século XX - não foi possível à
maioria dos escritores viver de sua literatura. Dentre os empecilhos, estavam as dificuldades
técnicas advindas do aparecimento tardio da imprensa no país e, o mais grave, o analfabetismo da
população, que, no final do século XIX, era de 70%.
Como profissional do livro, Erico Verissimo foi um dos poucos escritores na época a obter
da literatura o seu sustento. Torresini (2004) afirma que pela múltipla competência (escritor-editor-
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tradutor) de Erico, a atividade profissional viabilizou seu meio de sustento e subsistência, situação
rara entre os escritores do período, o que torna a sua posição paradigmática.

Considerações finais

Estando lado a lado com o escritor, como propõe Darnton (2010), a figura do editor e o
poder que ele detém sobre a obra literária convertida em material impresso – o livro – nos fazem
refletir sobre a importância dessa atividade que, muitas vezes, pode até passar despercebida pelos
leitores, mas que é crucial no processo de construção de sentido do texto e na formação do gosto
literário de uma época. O editor é o responsável pelo objeto-livro que chega às livrarias: seu
formato, apresentação, qualidade gráfica, enfim, aspectos relevantes para a aceitação ou não da
obra pelo público leitor. Além disso, cabe ao editor a decisão sobre quais obras chegarão ao
mercado e estarão disponíveis aos leitores e quais estarão fadadas ao esquecimento. Ele pode
tornar-se a ponte entre um escritor inédito e um autor consagrado e lido, entre uma possível
publicação e uma publicação real.
A atuação de Erico Verissimo na Editora Globo foi, em suma, decisiva para o
amadurecimento da atividade editorial no Brasil, ajudando a cunhar um projeto cultural, não um
simples negócio, e atuando em todas as partes do processo, desde a seleção de títulos até a tradução.
Mesmo vinculado ao capital comercial de uma grande livraria, sua atividade editorial sempre foi
pautada por critérios intelectuais, mais que técnicos ou comerciais. Como agente mediador
literário, Erico colocou em circulação um grande volume de literatura estrangeira traduzida,
ampliando as opções de leitura no ainda incipiente mercado livreiro do país.
Os maiores beneficiados, os leitores, certamente foram influenciados pelas obras literárias
editadas e publicadas pela Editora Globo. Na primeira metade do século XX, a partir do projeto de
barateamento e popularização do livro empreendido pela editora, sem deixar de prezar pela
qualidade, foi oportunizado ao público leitor brasileiro conhecer dezenas de autores estrangeiros e
ter um contato mais íntimo com a leitura, promovido pelo acesso mais facilitado ao livro. Daí a
importância da Editora Globo e de seus mentores, em especial Erico Verissimo, para a História do
Livro no Brasil.

Referências

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v.11, n.2, p. 219-237, jul./dez. 2005,. Disponível em:
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TORRES, Waldemar. Erico Verissimo: editor e tradutor: viagem através da literatura. Porto
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Recebido em 4/12/2015
Aceito em 5/1/2016

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