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Decreto Lei N.º 26, 2010, de 30 de Março - Alterações Ao RJUE e Sua Republicação
Decreto Lei N.º 26, 2010, de 30 de Março - Alterações Ao RJUE e Sua Republicação
os projectos das especialidades e outros estudos, reduzir 48.º, 57.º, 58.º, 59.º, 61.º, 62.º, 63.º, 64.º, 68.º, 71.º, 75.º,
os custos administrativos associados aos processos de 76.º, 77.º, 79.º, 80.º, 82.º, 83.º, 98.º, 112.º, 116.º e 119.º do
controlo prévio e evitar controlos redundantes. Aliás, a Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, alterado pelas
responsabilização acrescida dos profissionais em causa Leis n.os 13/2000, de 20 de Julho, e 30-A/2000, de 20 de
justifica-se plenamente na sequência do novo regime apro- Dezembro, pelo Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho,
vado pela Lei n.º 31/2009, de 3 de Julho, da qualificação pelas Leis n.os 15/2002, de 22 de Fevereiro, e 4-A/2003, de
profissional exigível aos técnicos responsáveis pela ela- 19 de Fevereiro, pelo Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8 de
boração e subscrição de projectos e pela fiscalização e Agosto, pela Lei n.º 60/2007, de 4 de Setembro, e pelos
direcção de obra. Decretos-Leis n.os 18/2008, de 29 de Janeiro, e 116/2008,
Em sexto lugar, sobre o regime da comunicação pré- de 4 de Julho, passam a ter a seguinte redacção:
via, clarifica-se a possibilidade de o presidente da câ-
mara municipal delegar a competência para a rejeição da «Artigo 3.º
comunicação prévia nos vereadores, com faculdade de
subdelegação, ou nos dirigentes dos serviços municipais e Regulamentos municipais
procede-se à clarificação dos elementos que devem constar 1— .....................................
da comunicação. 2 — Os regulamentos previstos no número anterior
Em sétimo lugar, ao nível da autorização de utilização,
devem ter como objectivo a concretização e execução
clarifica-se qual o efeito da falta de determinação de rea-
do presente diploma, não podendo contrariar o nele
lização de vistoria, que passa a ser semelhante ao previsto
para a realização da vistoria. disposto, designadamente quanto ao procedimento de
Em oitavo lugar, intervém-se em matéria de emissão controlo prévio a que operações urbanísticas estão sub-
de alvarás, deixando claro que a titularidade do título da metidas, e devem fixar os montantes das taxas a cobrar
utilização dos imóveis se transfere automaticamente com nos casos de admissão de comunicação prévia e de
a transferência da propriedade dos imóveis. deferimento tácito, não podendo estes valores exceder
Em nono lugar, não obstante as medidas de aprofun- os previstos para o licenciamento ou acto expresso.
damento da simplificação dos procedimentos de controlo 3— .....................................
prévio agora introduzidas diminuírem os custos administra- 4— .....................................
tivos e de contexto para os cidadãos e empresas, mostra-se
necessário adoptar medidas que permitam flexibilizar o Artigo 4.º
ritmo de realização das operações urbanísticas já objecto Licença, comunicação prévia e autorização de utilização
de controlo prévio por forma a evitar o acréscimo de cus-
tos e efeitos pela impossibilidade de ajuste do tempo das 1 — A realização de operações urbanísticas depende
intervenções aos limites temporais fixados no regime e nos de controlo prévio, que pode revestir as modalidades
títulos das operações urbanísticas. Assim, introduz-se um de licença, comunicação prévia ou autorização de uti-
regime excepcional, que estende os prazos para a apresen- lização, nos termos e com as excepções constantes da
tação de requerimento de emissão de título de operação presente secção.
urbanística, de execução de obras e de caducidade. 2— .....................................
Finalmente, o presente decreto-lei esclarece o âmbito
dos mecanismos de coordenação introduzidos pela Lei a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
n.º 60/2007, de 4 de Setembro, sobre a localização das b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
operações urbanísticas sujeitas a controlo prévio municipal, c) As obras de construção, de alteração ou de amplia-
sem prejudicar o exercício das atribuições e a realização ção em área não abrangida por operação de loteamento
das consultas legalmente estabelecidas às entidades públi- ou por plano de pormenor que contenha os elementos
cas com atribuições específicas, nomeadamente nas áreas referidos nas alíneas c), d) e f) do n.º 1 do artigo 91.º
da salvaguarda do património cultural e da administração do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, que es-
do domínio público, tal como portuário, ferroviário, ro- tabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão
doviário e aeroportuário. territorial;
Foram ouvidos o órgão de governo próprio da Região d) As obras de reconstrução, ampliação, alteração,
Autónoma da Madeira, a Associação Nacional dos Muni- conservação ou demolição de imóveis classificados ou
cípios Portugueses e a Ordem dos Arquitectos. em vias de classificação, bem como dos imóveis inte-
Foi promovida a audição do órgão de governo próprio da grados em conjuntos ou sítios classificados ou em vias
Região Autónoma dos Açores, da Ordem dos Engenheiros de classificação, e as obras de construção, reconstrução,
e da Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos. ampliação, alteração exterior ou demolição de imóveis
Foram ouvidas, a título facultativo, a Associação Por- situados em zonas de protecção de imóveis classificados
tuguesa de Planeadores do Território e a Associação Pro- ou em vias de classificação;
fissional dos Urbanistas Portugueses. e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Assim: f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- g) (Revogada.)
tituição, o Governo decreta o seguinte:
3— .....................................
Artigo 1.º 4 — Estão sujeitas a comunicação prévia as seguintes
Alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro operações urbanísticas:
Os artigos 3.º, 4.º, 5.º, 6.º, 6.º-A, 7.º, 9.º, 11.º, 12.º-A, a) As obras de reconstrução com preservação das
13.º, 13.º-A, 15.º, 20.º, 23.º, 24.º, 34.º, 35.º, 36.º, 44.º, fachadas;
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c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4— .....................................
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5— .....................................
g) A instalação de painéis solares fotovoltaicos ou 6— .....................................
geradores eólicos associada a edificação principal, para 7— .....................................
produção de energias renováveis, incluindo de micro-
produção, que não excedam, no primeiro caso, a área Artigo 9.º
de cobertura da edificação e a cércea desta em 1 m de [...]
altura, e, no segundo, a cércea da mesma em 4 m e que
o equipamento gerador não tenha raio superior a 1,5 m, 1— .....................................
bem como de colectores solares térmicos para aqueci- 2— .....................................
mento de águas sanitárias que não excedam os limites 3— .....................................
previstos para os painéis solares fotovoltaicos; 4— .....................................
h) A substituição dos materiais de revestimento 5— .....................................
exterior ou de cobertura ou telhado por outros que, 6— .....................................
conferindo acabamento exterior idêntico ao original, 7— .....................................
promovam a eficiência energética; 8— .....................................
i) [Anterior alínea g).] 9 — A substituição do requerente ou comuni-
cante, do titular do alvará de construção ou do título
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior de registo emitidos pelo Instituto da Construção e do
as obras e instalações em: Imobiliário, I. P. (InCI, I. P.), do responsável por qual-
quer dos projectos apresentados, do director de obra ou
a) Imóveis classificados ou em vias de classificação, do director de fiscalização de obra deve ser comunicada
de interesse nacional ou de interesse público; ao gestor do procedimento para que este proceda ao
b) Imóveis situados em zonas de protecção de imó- respectivo averbamento no prazo de 15 dias a contar
veis classificados ou em vias de classificação; da data da substituição.
c) Imóveis integrados em conjuntos ou sítios classi- 10 — Cabe ao gestor do procedimento verificar a
ficados ou em vias de classificação. adequação das habilitações do titular do alvará de cons-
trução ou do título de registo emitidos pelo InCI, I. P.,
3 — O regulamento municipal a que se refere a alí- à natureza e à estimativa de custo da operação urba-
nea i) do n.º 1 pode estabelecer limites além dos pre- nística.
vistos nas alíneas a) a c) do mesmo número.
4— ..................................... Artigo 11.º
5 — A instalação de geradores eólicos referida na [...]
alínea g) do n.º 1 é precedida de notificação à câmara
municipal. 1— .....................................
6 — A notificação prevista no número anterior 2— .....................................
destina-se a dar conhecimento à câmara municipal da 3— .....................................
instalação do equipamento e deve ser instruída com: 4— .....................................
5— .....................................
a) A localização do equipamento; 6— .....................................
b) A cércea e raio do equipamento; 7— .....................................
c) O nível de ruído produzido pelo equipamento; 8— .....................................
d) Termo de responsabilidade onde o apresentante 9— .....................................
da notificação declare conhecer e cumprir as normas 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
legais e regulamentares aplicáveis à instalação de ge- 11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
radores eólicos.
a) No caso de o procedimento indicado ser mais
Artigo 7.º simples do que o aplicável, para, em 30 dias, declarar
se pretende que o procedimento prossiga na forma le-
[...] galmente prevista, devendo, em caso afirmativo e no
1 — Estão igualmente isentas de controlo prévio: mesmo prazo, juntar os elementos que estiverem em
falta, sob pena de rejeição liminar;
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) No caso de a operação urbanística em causa estar
c) As obras de edificação ou demolição promovi- isenta de controlo prévio, tomar conhecimento da ex-
das por institutos públicos ou entidades da Adminis- tinção do procedimento.
tração Pública que tenham por atribuições específicas
a salvaguarda do património cultural ou a promoção e Artigo 12.º-A
gestão do parque habitacional do Estado e que estejam
[...]
directamente relacionadas com a prossecução destas
atribuições; Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . constantes de plano municipal ou especial de ordena-
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mento do território ou sua revisão aplica-se o disposto
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . no artigo 117.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de
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Setembro, que estabelece o regime jurídico dos instru- de parecer aí prevista se inclua em algum dos pedidos
mentos de gestão territorial. ou procedimentos previstos neste diploma.
1— ..................................... 2— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — (Revogado.)
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) No prazo de 45 dias, no caso de obras previstas Artigo 36.º
nas alíneas c) a f) do n.º 2 do artigo 4.º; [...]
d) (Revogada.)
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 11.º, no prazo
de 20 dias a contar da entrega da comunicação e demais
2— .....................................
elementos a que se refere o artigo anterior, o presidente
3— .....................................
4— ..................................... da câmara municipal, com faculdade de delegação nos
vereadores e de subdelegação nos dirigentes dos ser-
a) Da data da apresentação dos projectos das espe- viços municipais, deve rejeitar a comunicação quando
cialidades e outros estudos ou da data da aprovação verifique que a obra viola as normas legais e regulamen-
do projecto de arquitectura se o interessado os tiver tares aplicáveis, designadamente as constantes de plano
apresentado juntamente com o requerimento inicial; ou municipal de ordenamento do território, de alvará de
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . loteamento, as normas técnicas de construção em vigor,
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ou os termos de informação prévia existente.
2— .....................................
5— .....................................
6 — No caso das obras previstas nas alíneas c) a e) do Artigo 44.º
n.º 2 do artigo 4.º, a câmara municipal pode, a requeri-
[...]
mento do interessado, aprovar uma licença parcial para
construção da estrutura, imediatamente após a entrega de 1— .....................................
todos os projectos das especialidades e outros estudos e 2— .....................................
desde que se mostrem aprovado o projecto de arquitec- 3 — As parcelas de terreno cedidas ao município
tura e prestada caução para demolição da estrutura até integram-se no domínio municipal com a emissão do
ao piso de menor cota em caso de indeferimento. alvará ou, nas situações previstas no artigo 34.º, atra-
7— ..................................... vés de instrumento notarial próprio a realizar no prazo
de 20 dias após a admissão da comunicação prévia,
Artigo 24.º devendo a câmara municipal definir no momento da
[...]
recepção as parcelas afectas aos domínios público e
privado do município.
1— ..................................... 4— .....................................
2 — Quando o pedido de licenciamento tiver por 5— .....................................
objecto a realização das operações urbanísticas referidas
nas alíneas a) a e) do n.º 2 do artigo 4.º, o indeferimento Artigo 48.º
pode ainda ter lugar com fundamento em:
[...]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — As condições da licença ou comunicação prévia
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de operação de loteamento podem ser alteradas por
iniciativa da câmara municipal desde que tal alteração
3— .....................................
se mostre necessária à execução de plano municipal de
4— .....................................
ordenamento do território, plano especial de ordena-
5— .....................................
mento do território, área de desenvolvimento urbano
6— .....................................
prioritário, área de construção prioritária ou área de
reabilitação urbana.
Artigo 34.º 2— .....................................
[...] 3— .....................................
4— .....................................
Obedece ao procedimento regulado na presente sub-
secção a realização das operações urbanísticas referidas
Artigo 57.º
no n.º 4 do artigo 4.º
[...]
Artigo 35.º 1 — A câmara municipal fixa as condições a observar
[...] na execução da obra com o deferimento do pedido de
licenciamento das obras referidas nas alíneas c) a e) do
1 — A comunicação prévia é dirigida ao presidente
n.º 2 do artigo 4.º e através de regulamento municipal
da câmara municipal e é acompanhada:
para as obras previstas no n.º 4 do artigo 4.º, devendo
a) Pelos elementos instrutórios fixados pela portaria salvaguardar o cumprimento do disposto no regime da
a que se refere o n.º 4 do artigo 9.º; gestão de resíduos de construção e demolição.
b) De termo de responsabilidade nos termos do ar- 2 — As condições relativas à ocupação da via pública
tigo 10.º; e ou à colocação de tapumes e vedações são estabelecidas
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 991
mediante proposta do requerente, a qual, nas situações aprovação daquele projecto, em que se propõe requerer
previstas no n.º 4 do artigo 4.º, deve acompanhar a co- a aprovação dos projectos das especialidades e outros
municação prévia, não podendo a câmara municipal estudos relativos a cada uma dessas fases, podendo a
alterá-las senão com fundamento na violação de normas câmara municipal fixar diferentes prazos por motivo de
legais ou regulamentares aplicáveis ou na necessidade interesse público devidamente fundamentado.
de articulação com outras ocupações previstas ou exis- 2— .....................................
tentes. 3— .....................................
3— ..................................... 4— .....................................
4— ..................................... 5— .....................................
5 — O disposto no artigo 43.º é aplicável aos procedi-
6— .....................................
mentos de licenciamento ou de comunicação prévia das
obras referidas nas alíneas c) a e) do n.º 2 do artigo 4.º, 7— .....................................
bem como às previstas nas alíneas a) a e) do n.º 4 do
artigo 4.º, quando respeitem a edifícios contíguos e Artigo 61.º
funcionalmente ligados entre si, que determinem, em Identificação do director de obra
termos urbanísticos, impactes semelhantes a uma opera-
ção de loteamento, nos termos a definir por regulamento O titular da licença de construção e apresentante da
municipal. comunicação prévia ficam obrigados a afixar numa
6 — O disposto no n.º 4 do artigo 44.º é aplicável aos placa em material imperecível no exterior da edificação
procedimentos de licenciamento ou de comunicação ou a gravar num dos seus elementos externos a identi-
prévia das obras referidas nas alíneas c) a e) do n.º 2 ficação do director de obra.
do artigo 4.º, bem como às previstas nas alíneas a) a e)
do n.º 4 do artigo 4.º, quando a operação contemple a Artigo 62.º
criação de áreas de circulação viária e pedonal, espaços
[...]
verdes e equipamento de uso privativo.
7 — O disposto no número anterior é igualmente 1 — A autorização de utilização de edifícios ou suas
aplicável aos procedimentos de comunicação prévia fracções autónomas destina-se a verificar a conclusão
das operações urbanísticas previstas nas alíneas b) e da operação urbanística, no todo ou em parte, e a con-
c) do n.º 4 do artigo 4.º desde que esteja prevista a sua formidade da obra com o projecto de arquitectura e
realização em área não abrangida por operação de lo- arranjos exteriores aprovados e com as condições do
teamento. licenciamento ou da comunicação prévia.
2— .....................................
Artigo 58.º
[...] Artigo 63.º
1 — A câmara municipal fixa, com o deferimento [...]
do pedido de licenciamento das obras referidas nas
alíneas c) a f) do n.º 2 do artigo 4.º, o prazo de execução 1 — O pedido de autorização de utilização deve ser
da obra, em conformidade com a programação proposta instruído com termo de responsabilidade subscrito pelo
pelo requerente. director de obra ou director de fiscalização de obra, no
2 — Nas situações previstas no n.º 4 do artigo 4.º, qual aqueles devem declarar que a obra está concluída e
o prazo de execução é o fixado pelo interessado, não que foi executada de acordo com o projecto de arquitec-
podendo, no entanto, ultrapassar os limites fixados me- tura e arranjos exteriores aprovados e com as condições
diante regulamento municipal. da licença ou da comunicação prévia e, se for caso
3 — Os prazos referidos nos números anteriores disso, que as alterações efectuadas ao projecto estão em
começam a contar da data de emissão do respectivo conformidade com as normas legais e regulamentares
alvará, da data do pagamento ou do depósito das taxas que lhe são aplicáveis.
ou da caução nas situações previstas no artigo 113.º 2— .....................................
ou do pagamento das taxas a que se refere o n.º 2 do
artigo 36.º-A, na hipótese de comunicação prévia. Artigo 64.º
4— .....................................
5— ..................................... [...]
6— ..................................... 1 — A autorização de utilização é concedida no
7— ..................................... prazo de 10 dias a contar da recepção do requerimento,
8— ..................................... com base nos termos de responsabilidade referidos no
9— .....................................
artigo anterior, salvo na situação prevista no número
Artigo 59.º seguinte.
2— .....................................
[...] 3 — Não sendo determinada a realização de vistoria
1 — O requerente pode optar pela execução faseada no prazo referido no n.º 1, o requerente pode solicitar
da obra, devendo para o efeito, em caso de operação a emissão do alvará de autorização de utilização, que
urbanística sujeita a licenciamento, identificar no pro- deve ocorrer no prazo de cinco dias, mediante a apre-
jecto de arquitectura os trabalhos incluídos em cada sentação do comprovativo do requerimento da mesma
uma das fases e indicar os prazos, a contar da data de nos termos do artigo 63.º
992 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
São nulas as licenças, as admissões de comunicações Compete ao presidente da câmara municipal emitir
prévias, as autorizações de utilização e os pedidos de o alvará para a realização das operações urbanísticas,
informação prévia previstos no presente decreto-lei que: podendo delegar esta competência nos vereadores, com
faculdade de subdelegação, ou nos dirigentes dos ser-
a) Violem o disposto em plano municipal de orde- viços municipais.
namento do território, plano especial de ordenamento
do território, medidas preventivas ou licença ou comu- Artigo 76.º
nicação prévia de loteamento em vigor; [...]
b) (Revogada.)
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
2— .....................................
3 — No caso de operação de loteamento que exija a
Artigo 71.º realização de obras de urbanização, é emitido um único
[...] alvará, que deve ser requerido no prazo de um ano a
contar da admissão de comunicação prévia das obras
1— ..................................... de urbanização.
a) Não for apresentada a comunicação prévia para a 4— .....................................
realização das respectivas obras de urbanização no prazo 5— .....................................
6— .....................................
de um ano a contar da notificação do acto de licencia-
mento ou, na hipótese de comunicação prévia, não for Artigo 77.º
apresentada comunicação prévia para a realização de
obras de urbanização no prazo de um ano a contar da [...]
admissão daquela; ou se 1— .....................................
b) Não for requerido o alvará a que se refere o n.º 3 2— .....................................
do artigo 76.º no prazo de um ano a contar da admis- 3— .....................................
são da comunicação prévia das respectivas obras de 4— .....................................
urbanização. 5— .....................................
a) Identificação do titular da autorização;
2 — A licença ou a admissão de comunicação prévia b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
para a realização de operação de loteamento que não c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
exija a realização de obras de urbanização, bem como
a licença para a realização das operações urbanísticas 6— .....................................
previstas nas alíneas b) a e) do n.º 2 e no n.º 3 do ar- 7— .....................................
tigo 4.º caducam se, no prazo de um ano a contar da 8 — A titularidade do alvará de autorização de utili-
notificação do acto de licenciamento, não for requerida a zação de edifícios ou fracções autónomas é transmitida
automaticamente com a propriedade a que respeita.
emissão do respectivo alvará ou do pagamento das taxas
a que se refere o n.º 2 do artigo 36.º-A, na hipótese de Artigo 79.º
comunicação prévia.
3— ..................................... [...]
2 — As obras e os trabalhos sujeitos ao regime de co- ou do título de registo emitidos pelo InCI, I. P., bem
municação prévia podem iniciar-se nos termos do n.º 2 como do titular de alvará de licença ou apresentante da
do artigo 36.º-A e após prestada a informação prevista comunicação prévia;
no artigo 80.º-A. p) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3— ..................................... q) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — No prazo de 60 dias a contar do início dos tra- r) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
balhos relativos às operações urbanísticas referidas nas s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
alíneas c) a e) do n.º 2 do artigo 4.º deve o promotor da t) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
obra apresentar na câmara municipal cópia do projecto
de execução de arquitectura e das especialidades e ou- 2— .....................................
tros estudos. 3— .....................................
4— .....................................
Artigo 82.º 5— .....................................
6— .....................................
[...]
7— .....................................
1— ..................................... 8— .....................................
2— ..................................... 9— .....................................
3— ..................................... 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — Nos casos referidos no n.º 4 do artigo 4.º, os 11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
pedidos de ligação são instruídos com cópia do recibo
da apresentação de comunicação prévia e da sua admis- Artigo 112.º
são e se for necessária a compatibilização de projectos [...]
com as infra-estruturas existentes ou a sua realização
no caso de inexistência, estas serão promovidas pela 1— .....................................
entidade prestadora ou pelo requerente, nos termos da 2— .....................................
parte final do n.º 1. 3— .....................................
4— .....................................
Artigo 83.º 5— .....................................
6— .....................................
[...] 7— .....................................
1— ..................................... 8— .....................................
2 — Podem ser efectuadas sem dependência de co- 9— .....................................
municação prévia à câmara municipal as alterações 10 — Na situação prevista no número anterior,
em obra que não correspondam a obras que estivessem tratando-se de aprovação do projecto de arquitectura,
sujeitas a controlo prévio. o interessado pode juntar os projectos das especialidades
3— ..................................... e outros estudos ou, caso já o tenha feito no requeri-
4— ..................................... mento inicial, inicia-se a contagem do prazo previsto
na alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º
Artigo 98.º
Artigo 116.º
[...]
[...]
1— .....................................
1 — A emissão dos alvarás de licença e autorização
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de utilização e a admissão de comunicação prévia pre-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vistas no presente diploma estão sujeitas ao pagamento
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . das taxas a que se refere a alínea b) do artigo 6.º da Lei
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — A emissão do alvará de licença e a admissão
f) As falsas declarações no termo de responsabilidade de comunicação prévia de loteamento estão sujeitas
do director de obra e do director de fiscalização de obra ao pagamento das taxas a que se refere a alínea a) do
ou de outros técnicos relativamente: artigo 6.º da Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro.
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
ii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4— .....................................
5— .....................................
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 — (Revogado.)
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 119.º
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o) A ausência de requerimento a solicitar à câmara b) Zonas de protecção de imóveis classificados ou
municipal o averbamento de substituição do requerente, em vias de classificação, reservas arqueológicas de
do autor de projecto, de director de obra ou director de protecção e zonas especiais de protecção de parque
fiscalização de obra, do titular do alvará de construção arqueológico a que se refere a Lei n.º 107/2001, de 8
994 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
de Setembro, e o Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de ção do disposto nos n.os 5 a 7 do artigo 58.º são aumentados
Outubro; para o dobro mediante requerimento do interessado, sem
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . necessidade de emissão de novo acto ou título sobre as
d) Zonas de protecção a edifícios e outras construções operações urbanísticas em causa.
de interesse público a que se referem os Decretos-Leis 2 — A elevação para o dobro dos prazos previstos nos
n.os 40 388, de 21 de Novembro de 1955, e 309/2009, n.os 1, 2 e 9 do artigo 58.º e no artigo 59.º do Decreto-Lei
de 23 de Outubro; n.º 555/99, de 16 de Dezembro, não prejudica o recurso
e) Imóveis ou elementos naturais classificados como ao disposto nos n.os 5 a 7 do artigo 58.º uma vez finda a
de interesse municipal a que se refere a Lei n.º 107/2001, extensão excepcional do prazo.
de 8 de Setembro, e o Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 3 — Os prazos de caducidade e os prazos para a apresen-
de Outubro; tação do requerimento de emissão dos títulos de operações
f) Zonas terrestres de protecção das albufeiras, lagoas urbanísticas previstos nos artigos 71.º e 76.º do mesmo
ou lagos de águas públicas a que se refere o Decreto-Lei diploma são elevados ao dobro.
n.º 107/2009, de 15 de Maio; 4 — O regime excepcional de extensão dos prazos pre-
g) Zonas terrestres de protecção dos estuários a que visto nos números anteriores aplica-se aos prazos em curso
se refere o Decreto-Lei n.º 129/2008, de 21 de Julho; no momento da publicação do presente decreto-lei ou
h) Áreas integradas no domínio hídrico público ou cuja contagem se inicie até 90 dias após a sua publicação.
privado a que se referem as Leis n.os 54/2005, de 15 de
Novembro, e 58/2005, de 29 de Dezembro; Artigo 4.º
i) Áreas classificadas a que se refere o Decreto-Lei
Actualização dos regulamentos municipais
n.º 142/2008, de 24 de Julho;
j) Áreas integradas na Reserva Agrícola Nacional Os municípios, no exercício do seu poder regulamentar
a que se refere o Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de próprio, devem, no prazo de 90 dias, adequar os respectivos
Março; regulamentos municipais de urbanização e edificação de
l) Áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional acordo com o presente decreto-lei, designadamente quanto
a que se refere o Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de às condições de admissibilidade de geradores eólicos as-
Agosto; sociados a edificação principal.
m) Zonas de protecção estabelecidas pelo Decreto-
-Lei n.º 173/2006, de 24 de Agosto. Artigo 5.º
Regime transitório
2— .....................................
3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» O presente decreto-lei aplica-se aos procedimentos já
iniciados à data da sua entrada em vigor, sem prejuízo da
Artigo 2.º salvaguarda dos actos já praticados.
Alteração ao Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio
Artigo 6.º
O artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Norma revogatória
Maio, passa a ter a seguinte redacção:
São revogados a alínea g) do n.º 2 do artigo 4.º, o n.º 3
«Artigo 20.º do artigo 6.º, o n.º 3 do artigo 35.º, o artigo 37.º, a alí-
nea b) do artigo 68.º e o n.º 6 do artigo 116.º do Decreto-
[...]
-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, alterado pelas Leis
1— ..................................... n.os 13/2000, de 20 de Julho, e 30-A/2000, de 20 de De-
2 — São aplicáveis ao parecer referido no número zembro, pelo Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho,
anterior, quando respeite a operações urbanísticas, os pelas Leis n.os 15/2002, de 22 de Fevereiro, e 4-A/2003,
artigos 13.º a 13.º-B do regime jurídico da urbanização de 19 de Fevereiro, pelo Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8
e edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de de Agosto, pela Lei n.º 60/2007, de 4 de Setembro, e pelos
16 de Dezembro, designadamente os prazos aí estabe- Decretos-Leis n.os 18/2008, de 29 de Janeiro, e 116/2008,
lecidos. de 4 de Julho.
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
parecer da ARH a que se refere o n.º 1 deve ser emitido Artigo 7.º
no prazo de 25 dias contados da recepção do processo
Republicação
ou pedido em causa, entendendo-se como deferimento
a ausência de pronúncia dentro de referido prazo. É republicado, no anexo ao presente decreto-lei, do
4— ..................................... qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 555/99, de 16
5— ..................................... de Dezembro, com a redacção actual.
6— .....................................
7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» Artigo 8.º
Entrada em vigor
Artigo 3.º
1 — O presente decreto-lei entra em vigor 90 dias após
Regime excepcional de extensão dos prazos
a sua publicação, sem prejuízo do disposto nos números
1 — Os prazos previstos para a execução de obras nos seguintes.
n.os 1, 2 e 9 do artigo 58.º e no artigo 59.º do Decreto-Lei 2 — O artigo 4.º do presente decreto-lei entra em vigor
n.º 555/99, de 16 de Dezembro, e os resultantes da aplica- no dia seguinte ao da sua publicação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 995
3 — A alteração ao n.º 1 do artigo 13.º-A entra em vigor f) «Obras de conservação» as obras destinadas a manter
um ano após o início de vigência do presente decreto-lei. uma edificação nas condições existentes à data da sua
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 14 de construção, reconstrução, ampliação ou alteração, desig-
Janeiro de 2010. — José Sócrates Carvalho Pinto de nadamente as obras de restauro, reparação ou limpeza;
Sousa — João Titterington Gomes Cravinho — Fer- g) «Obras de demolição» as obras de destruição, total
nando Teixeira dos Santos — Manuel Pedro Cunha ou parcial, de uma edificação existente;
da Silva Pereira — Rui Carlos Pereira — Alberto de h) «Obras de urbanização» as obras de criação e remo-
Sousa Martins — Fernando Medina Maciel Almeida delação de infra-estruturas destinadas a servir directamente
Correia — António Manuel Soares Serrano — António os espaços urbanos ou as edificações, designadamente
Augusto da Ascenção Mendonça — Dulce dos Prazeres arruamentos viários e pedonais, redes de esgotos e de
Fidalgo Álvaro Pássaro — Maria Gabriela da Silveira abastecimento de água, electricidade, gás e telecomunica-
Ferreira Canavilhas. ções, e ainda espaços verdes e outros espaços de utilização
colectiva;
Promulgado em 23 de Março de 2010. i) «Operações de loteamento» as acções que tenham por
Publique-se. objecto ou por efeito a constituição de um ou mais lotes
destinados, imediata ou subsequentemente, à edificação
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. urbana e que resulte da divisão de um ou vários prédios
Referendado em 24 de Março de 2010. ou do seu reparcelamento;
j) «Operações urbanísticas» as operações materiais de
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto urbanização, de edificação, utilização dos edifícios ou do
de Sousa. solo desde que, neste último caso, para fins não exclusi-
vamente agrícolas, pecuários, florestais, mineiros ou de
ANEXO
abastecimento público de água;
Republicação do Decreto-Lei n.º 555/99,
l) «Trabalhos de remodelação dos terrenos» as operações
de 16 de Dezembro urbanísticas não compreendidas nas alíneas anteriores
que impliquem a destruição do revestimento vegetal, a
Regime jurídico da urbanização e da edificação alteração do relevo natural e das camadas de solo arável
ou o derrube de árvores de alto porte ou em maciço para
fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais
CAPÍTULO I ou mineiros;
Disposições preliminares m) «Obras de escassa relevância urbanística» as obras de
edificação ou demolição que, pela sua natureza, dimensão
Artigo 1.º ou localização tenham escasso impacte urbanístico;
n) «Obras de reconstrução com preservação das facha-
Objecto das» as obras de construção subsequentes à demolição de
O presente diploma estabelece o regime jurídico da parte de uma edificação existente, preservando as fachadas
urbanização e da edificação. principais com todos os seus elementos não dissonantes
e das quais não resulte edificação com cércea superior à
Artigo 2.º das edificações confinantes mais elevadas;
o) «Zona urbana consolidada» a zona caracterizada por
Definições
uma densidade de ocupação que permite identificar uma
Para efeitos do presente diploma, entende-se por: malha ou estrutura urbana já definida, onde existem as
infra-estruturas essenciais e onde se encontram definidos
a) «Edificação» a actividade ou o resultado da constru-
os alinhamentos dos planos marginais por edificações em
ção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de
um imóvel destinado a utilização humana, bem como de continuidade.
qualquer outra construção que se incorpore no solo com
carácter de permanência; Artigo 3.º
b) «Obras de construção» as obras de criação de novas Regulamentos municipais
edificações;
c) «Obras de reconstrução sem preservação das facha- 1 — No exercício do seu poder regulamentar próprio, os
das» as obras de construção subsequentes à demolição total municípios aprovam regulamentos municipais de urbaniza-
ou parcial de uma edificação existente, das quais resulte ção e ou de edificação, bem como regulamentos relativos
a reconstituição da estrutura das fachadas, da cércea e do ao lançamento e liquidação das taxas e prestação de caução
número de pisos; que, nos termos da lei, sejam devidas pela realização de
d) «Obras de ampliação» as obras de que resulte o au- operações urbanísticas.
mento da área de pavimento ou de implantação, da cércea 2 — Os regulamentos previstos no número anterior
ou do volume de uma edificação existente; devem ter como objectivo a concretização e execução
e) «Obras de alteração» as obras de que resulte a modi- do presente diploma, não podendo contrariar o nele dis-
ficação das características físicas de uma edificação exis- posto, designadamente quanto ao procedimento de controlo
tente ou sua fracção, designadamente a respectiva estrutura prévio a que operações urbanísticas estão submetidas, e
resistente, o número de fogos ou divisões interiores, ou devem fixar os montantes das taxas a cobrar nos casos de
a natureza e cor dos materiais de revestimento exterior, admissão de comunicação prévia e de deferimento tácito,
sem aumento da área de pavimento ou de implantação não podendo estes valores exceder os previstos para o
ou da cércea; licenciamento ou acto expresso.
996 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
3 — Os projectos dos regulamentos referidos no n.º 1 n.º 380/99, de 22 de Setembro, que estabelece o regime
são submetidos a discussão pública, por prazo não inferior jurídico dos instrumentos de gestão territorial;
a 30 dias, antes da sua aprovação pelos órgãos municipais. d) As obras de construção, de alteração ou de amplia-
4 — Os regulamentos referidos no n.º 1 são objecto ção em zona urbana consolidada que respeitem os planos
de publicação na 2.ª série do Diário da República, sem municipais e das quais não resulte edificação com cércea
prejuízo das demais formas de publicidade previstas na lei. superior à altura mais frequente das fachadas da frente
edificada do lado do arruamento onde se integra a nova
edificação, no troço de rua compreendido entre as duas
CAPÍTULO II transversais mais próximas, para um e para outro lado;
Controlo prévio e) As obras de construção, reconstrução, ampliação,
alteração ou demolição de imóveis nas seguintes áreas
sujeitas a servidão administrativa ou restrição de utilidade
SECÇÃO I pública:
Âmbito e competência i) Zonas de protecção dos perímetros de protecção de
águas minerais naturais, definidas nos termos do Decreto-
Artigo 4.º -Lei n.º 90/90, de 16 de Março;
Licença, comunicação prévia e autorização de utilização ii) Zonas de protecção dos perímetros de protecção de
captações de águas subterrâneas destinadas ao abasteci-
1 — A realização de operações urbanísticas depende mento público, definidas nos termos da Lei n.º 58/2005,
de controlo prévio, que pode revestir as modalidades de de 29 de Dezembro, e do Decreto-Lei n.º 382/99, de 22
licença, comunicação prévia ou autorização de utilização, de Setembro, com a redacção conferida pelo Decreto-Lei
nos termos e com as excepções constantes da presente n.º 226-A/2007, de 31 de Maio;
secção. iii) Áreas de pesquisa, estudo ou trabalhos de sistemas
2 — Estão sujeitas a licença administrativa: de drenagem e tratamento de águas residuais urbanas,
a) As operações de loteamento; definidas nos termos do Decreto-Lei n.º 34 021, de 11 de
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remode- Outubro de 1944;
lação de terrenos em área não abrangida por operação de iv) Zonas terrestres de protecção das albufeiras, la-
loteamento; goas ou lagos de águas públicas, definidas nos termos do
c) As obras de construção, de alteração ou de ampliação Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio;
em área não abrangida por operação de loteamento ou por v) Zonas terrestres de protecção dos estuários, definidas
plano de pormenor que contenha os elementos referidos nos termos do Decreto-Lei n.º 129/2008, de 21 de Julho;
nas alíneas c), d) e f) do n.º 1 do artigo 91.º do Decreto-Lei vi) Áreas integradas no domínio hídrico, público ou
n.º 380/99, de 22 de Setembro, que estabelece o regime privado, definidas nos termos das Leis n.os 54/2005, de 15
jurídico dos instrumentos de gestão territorial; de Novembro, e 58/2005, de 29 de Novembro;
d) As obras de reconstrução, ampliação, alteração, con- vii) Áreas classificadas integradas na Rede Natura 2000
servação ou demolição de imóveis classificados ou em e as áreas protegidas classificadas, nos termos definidos
vias de classificação, bem como dos imóveis integrados no Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho;
em conjuntos ou sítios classificados ou em vias de classi- viii) Áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional,
ficação, e as obras de construção, reconstrução, ampliação, nos termos definidos no Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22
alteração exterior ou demolição de imóveis situados em de Agosto;
zonas de protecção de imóveis classificados ou em vias ix) Áreas sujeitas a servidão militar, nos termos da
de classificação; Lei n.º 2078, de 11 de Julho de 1955, e do Decreto-Lei
e) As obras de reconstrução sem preservação das fa- n.º 45 986, de 22 de Outubro de 1964;
chadas;
f) As obras de demolição das edificações que não se f) A edificação de piscinas associadas a edificação prin-
encontrem previstas em licença de obras de reconstrução; cipal;
g) (Revogada.) g) As alterações à utilização dos edifícios que envolvam
a realização de obras não isentas de controlo prévio ou que
3 — A sujeição a licenciamento dos actos de repar- careçam da realização de consultas externas;
celamento da propriedade de que resultem parcelas não h) As demais operações urbanísticas que não estejam
destinadas imediatamente a urbanização ou edificação isentas de controlo prévio, nos termos do presente di-
depende da vontade dos proprietários. ploma.
4 — Estão sujeitas a comunicação prévia as seguintes
operações urbanísticas: 5 — Está sujeita a autorização a utilização dos edifícios
ou suas fracções, bem como as alterações da utilização
a) As obras de reconstrução com preservação das fa- dos mesmos.
chadas;
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remo- Artigo 5.º
delação de terrenos em área abrangida por operação de
Competência
loteamento;
c) As obras de construção, de alteração ou de ampliação 1 — A concessão da licença prevista no n.º 2 do artigo
em área abrangida por operação de loteamento ou plano anterior é da competência da câmara municipal, com fa-
de pormenor que contenha os elementos referidos nas culdade de delegação no presidente e de subdelegação
alíneas c), d) e f) do n.º 1 do artigo 91.º do Decreto-Lei deste nos vereadores.
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 997
2 — A admissão ou rejeição da comunicação prévia -Lei n.º 73/2009, de 31 de Março, que estabelece o regime
prevista no n.º 4 do artigo anterior é da competência do jurídico da Reserva Agrícola Nacional.
presidente da câmara municipal, podendo ser delegada 9 — A certidão emitida pela câmara municipal compro-
nos vereadores, com faculdade de subdelegação, ou nos vativa da verificação dos requisitos do destaque constitui
dirigentes dos serviços municipais. documento bastante para efeitos de registo predial da par-
3 — A concessão da autorização prevista no n.º 5 do cela destacada.
artigo anterior é da competência do presidente da câmara, 10 — Os actos que tenham por efeito o destaque de
podendo ser delegada nos vereadores, com faculdade de parcela com descrição predial que se situe em perímetro
subdelegação, ou nos dirigentes dos serviços municipais. urbano e fora deste devem observar o disposto nos n.os 4
4 — A aprovação da informação prévia regulada no ou 5, consoante a localização da parcela a destacar, ou, se
presente diploma é da competência da câmara municipal, também ela se situar em perímetro urbano e fora deste,
podendo ser delegada no seu presidente, com faculdade consoante a localização da área maior.
de subdelegação nos vereadores.
Artigo 6.º-A
Artigo 6.º Obras de escassa relevância urbanística
Isenção de controlo prévio
1 — São obras de escassa relevância urbanística:
1 — Sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 2 do
a) As edificações, contíguas ou não, ao edifício princi-
artigo 4.º, estão isentas de controlo prévio:
pal com altura não superior a 2,2 m ou, em alternativa, à
a) As obras de conservação; cércea do rés-do-chão do edifício principal com área igual
b) As obras de alteração no interior de edifícios ou suas ou inferior a 10 m2 e que não confinem com a via pública;
fracções que não impliquem modificações na estrutura de b) A edificação de muros de vedação até 1,8 m de altura
estabilidade, das cérceas, da forma das fachadas e da forma que não confinem com a via pública e de muros de suporte
dos telhados ou coberturas; de terras até uma altura de 2 m ou que não alterem signifi-
c) As obras de escassa relevância urbanística; cativamente a topografia dos terrenos existentes;
d) Os destaques referidos nos n.os 4 e 5 do presente c) A edificação de estufas de jardim com altura inferior
artigo. a 3 m e área igual ou inferior a 20 m2;
d) As pequenas obras de arranjo e melhoramento da
2 — (Revogado.) área envolvente das edificações que não afectem área do
3 — (Revogado.) domínio público;
4 — Os actos que tenham por efeito o destaque de uma e) A edificação de equipamento lúdico ou de lazer as-
única parcela de prédio com descrição predial que se situe sociado a edificação principal com área inferior à desta
em perímetro urbano estão isentos de licença desde que última;
as duas parcelas resultantes do destaque confrontem com f) A demolição das edificações referidas nas alíneas
arruamentos públicos. anteriores;
5 — Nas áreas situadas fora dos perímetros urbanos, os g) A instalação de painéis solares fotovoltaicos ou gera-
actos a que se refere o número anterior estão isentos de dores eólicos associada a edificação principal, para produ-
licença quando, cumulativamente, se mostrem cumpridas ção de energias renováveis, incluindo de microprodução,
as seguintes condições: que não excedam, no primeiro caso, a área de cobertura da
edificação e a cércea desta em 1 m de altura, e, no segundo,
a) Na parcela destacada só seja construído edifício que a cércea da mesma em 4 m e que o equipamento gerador
se destine exclusivamente a fins habitacionais e que não não tenha raio superior a 1,5 m, bem como de colectores
tenha mais de dois fogos; solares térmicos para aquecimento de águas sanitárias que
b) Na parcela restante se respeite a área mínima fixada não excedam os limites previstos para os painéis solares
no projecto de intervenção em espaço rural em vigor ou, fotovoltaicos;
quando aquele não exista, a área de unidade de cultura h) A substituição dos materiais de revestimento exterior
fixada nos termos da lei geral para a região respectiva. ou de cobertura ou telhado por outros que, conferindo
acabamento exterior idêntico ao original, promovam a
6 — Nos casos referidos nos n.os 4 e 5, não é permitido eficiência energética;
efectuar na área correspondente ao prédio originário novo i) Outras obras, como tal qualificadas em regulamento
destaque nos termos aí referidos por um prazo de 10 anos municipal.
contados da data do destaque anterior.
7 — O condicionamento da construção bem como o 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior as
ónus do não fraccionamento previstos nos n.os 5 e 6 devem obras e instalações em:
ser inscritos no registo predial sobre as parcelas resultantes
do destaque, sem o que não pode ser licenciada ou comu- a) Imóveis classificados ou em vias de classificação, de
nicada qualquer obra de construção nessas parcelas. interesse nacional ou de interesse público;
8 — O disposto no presente artigo não isenta a realiza- b) Imóveis situados em zonas de protecção de imóveis
ção das operações urbanísticas nele previstas da observân- classificados ou em vias de classificação;
cia das normas legais e regulamentares aplicáveis, designa- c) Imóveis integrados em conjuntos ou sítios classifi-
damente as constantes de planos municipais ou especiais cados ou em vias de classificação.
de ordenamento do território, de servidões ou restrições de
utilidade pública, as normas técnicas de construção, as de 3 — O regulamento municipal a que se refere a alínea i)
protecção do património cultural imóvel, e a obrigação de do n.º 1 pode estabelecer limites além dos previstos nas
comunicação prévia nos termos do artigo 24.º do Decreto- alíneas a) a c) do mesmo número.
998 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
4 — A descrição predial pode ser actualizada mediante 4 — As operações de loteamento e as obras de urba-
declaração de realização de obras de escassa relevância nização promovidas pelo Estado devem ser previamente
urbanística nos termos do presente diploma. autorizadas pelo ministro da tutela e pelo ministro respon-
5 — A instalação de geradores eólicos referida na sável pelo ordenamento do território, depois de ouvida a
alínea g) do n.º 1 é precedida de notificação à câmara câmara municipal, a qual se deve pronunciar no prazo de
municipal. 20 dias após a recepção do respectivo pedido.
6 — A notificação prevista no número anterior destina- 5 — As operações de loteamento e as obras de urba-
-se a dar conhecimento à câmara municipal da instalação nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso-
do equipamento e deve ser instruída com:
ciações ou pelo Estado, em área não abrangida por plano
a) A localização do equipamento; de urbanização ou plano de pormenor, são submetidas a
b) A cércea e raio do equipamento; discussão pública, nos termos estabelecidos no artigo 77.º
c) O nível de ruído produzido pelo equipamento; do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com as
d) Termo de responsabilidade onde o apresentante da necessárias adaptações, excepto no que se refere aos pe-
notificação declare conhecer e cumprir as normas legais ríodos de anúncio e duração da discussão pública que são,
e regulamentares aplicáveis à instalação de geradores eó- respectivamente, de 8 e de 15 dias.
licos.
6 — A realização das operações urbanísticas previstas
Artigo 7.º neste artigo deve observar as normas legais e regulamenta-
res que lhes forem aplicáveis, designadamente as constan-
Operações urbanísticas promovidas pela Administração Pública tes de instrumento de gestão territorial, do regime jurídico
1 — Estão igualmente isentas de controlo prévio: de protecção do património cultural, do regime jurídico
aplicável à gestão de resíduos de construção e demolição,
a) As operações urbanísticas promovidas pelas autar- e as normas técnicas de construção.
quias locais e suas associações em área abrangida por plano
7 — À realização das operações urbanísticas previstas
municipal de ordenamento do território;
b) As operações urbanísticas promovidas pelo Estado neste artigo aplica-se ainda, com as devidas adaptações,
relativas a equipamentos ou infra-estruturas destinados à o disposto nos artigos 10.º, 12.º e 78.º
instalação de serviços públicos ou afectos ao uso directo
e imediato do público, sem prejuízo do disposto no n.º 4; SECÇÃO II
c) As obras de edificação ou demolição promovidas por
institutos públicos ou entidades da Administração Pública Formas de procedimento
que tenham por atribuições específicas a salvaguarda do
património cultural ou a promoção e gestão do parque SUBSECÇÃO I
habitacional do Estado e que estejam directamente rela- Disposições gerais
cionadas com a prossecução destas atribuições;
d) As obras de edificação ou demolição promovidas por Artigo 8.º
entidades públicas que tenham por atribuições específicas
a administração das áreas portuárias ou do domínio público Procedimento
ferroviário ou aeroportuário quando realizadas na respec-
1 — O controlo prévio das operações urbanísticas obe-
tiva área de jurisdição e directamente relacionadas com a
prossecução daquelas atribuições; dece às formas de procedimento previstas na presente
e) As obras de edificação ou de demolição e os trabalhos secção, devendo ainda ser observadas as condições espe-
promovidos por entidades concessionárias de obras ou ciais de licenciamento previstas na secção III do presente
serviços públicos quando se reconduzam à prossecução capítulo.
do objecto da concessão; 2 — Sem prejuízo das competências do gestor de proce-
f) As operações urbanísticas promovidas por empresas dimento, a direcção da instrução do procedimento compete
públicas relativamente a parques empresarias e similares, ao presidente da câmara municipal, podendo ser delegada
nomeadamente áreas de localização empresarial, zonas nos vereadores, com faculdade de subdelegação nos diri-
industriais e de logística. gentes dos serviços municipais.
3 — Cada procedimento é acompanhado por gestor de
2 — A execução das operações urbanísticas previstas procedimento, a quem compete assegurar o normal de-
no número anterior, com excepção das promovidas pelos senvolvimento da tramitação processual, acompanhando,
municípios, fica sujeita a parecer prévio não vinculativo nomeadamente, a instrução, o cumprimento de prazos, a
da câmara municipal, que deve ser emitido no prazo de prestação de informação e os esclarecimentos aos inte-
20 dias a contar da data da recepção do respectivo pedido.
ressados.
3 — As operações de loteamento e as obras de urba-
nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso- 4 — O recibo da apresentação de requerimento para
ciações em área não abrangida por plano municipal de licenciamento, informação prévia ou comunicação prévia
ordenamento do território devem ser previamente auto- contém a identificação do gestor do procedimento, bem
rizadas pela assembleia municipal, depois de submetidas como a indicação do local, do horário e da forma pelo qual
a parecer prévio não vinculativo da comissão de coorde- poderá ser contactado.
nação e desenvolvimento regional (CCDR), a qual deve 5 — Em caso de substituição do gestor de procedimento,
pronunciar-se no prazo de 20 dias a contar da recepção do é notificada ao interessado a identidade do novo gestor,
respectivo pedido. bem como os elementos referidos no número anterior.
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 999
decidir as questões de ordem formal e processual que devendo, em caso afirmativo e no mesmo prazo, juntar os
possam obstar ao conhecimento de qualquer pedido ou elementos que estiverem em falta, sob pena de rejeição
comunicação apresentados no âmbito do presente diploma. liminar;
2 — O presidente da câmara municipal profere despa- b) No caso de o procedimento indicado ser mais exigente
cho de aperfeiçoamento do pedido, no prazo de oito dias do que o aplicável, tomar conhecimento da conversão ofi-
a contar da respectiva apresentação, sempre que o requeri- ciosa do procedimento para a forma legalmente prevista;
mento ou comunicação não contenham a identificação do c) No caso de a operação urbanística em causa estar
requerente ou comunicante, do pedido ou da localização isenta de controlo prévio, tomar conhecimento da extinção
da operação urbanística a realizar, bem como no caso de do procedimento.
faltar documento instrutório exigível que seja indispensável
ao conhecimento da pretensão e cuja falta não possa ser Artigo 12.º
oficiosamente suprida.
Publicidade do pedido
3 — Na hipótese prevista no número anterior, o re-
querente ou comunicante é notificado para, no prazo de O pedido de licenciamento ou a comunicação prévia de
15 dias, corrigir ou completar o pedido, ficando suspensos operação urbanística devem ser publicitados sob forma de
os termos ulteriores do procedimento, sob pena de rejeição aviso, segundo o modelo aprovado por portaria do membro
liminar. do Governo responsável pelo ordenamento do território, a
4 — No prazo de 10 dias a contar da apresentação do colocar no local de execução da operação de forma visível
requerimento ou comunicação, o presidente da câmara da via pública, no prazo de 10 dias a contar da apresentação
municipal pode igualmente proferir despacho de rejeição do requerimento inicial ou comunicação.
liminar, oficiosamente ou por indicação do gestor do pro-
cedimento, quando da análise dos elementos instrutórios Artigo 12.º-A
resultar que o pedido é manifestamente contrário às normas
legais ou regulamentares aplicáveis. Suspensão do procedimento
5 — Não ocorrendo rejeição liminar ou convite para Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas cons-
corrigir ou completar o pedido ou comunicação, no prazo tantes de plano municipal ou especial de ordenamento do
previsto nos n.os 2 e 4, presume-se que o requerimento ou território ou sua revisão aplica-se o disposto no artigo 117.º
comunicação se encontram correctamente instruídos. do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, que es-
6 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, o tabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão
gestor do procedimento deve dar a conhecer ao presidente territorial.
da câmara municipal, até à decisão final, qualquer questão
que prejudique o desenvolvimento normal do procedimento Artigo 13.º
ou impeça a tomada de decisão sobre o objecto do pedido,
nomeadamente a ilegitimidade do requerente e a caduci- Consulta a entidades externas
dade do direito que se pretende exercer. 1 — A consulta às entidades que, nos termos da lei,
7 — Salvo no que respeita às consultas a que se refere devam emitir parecer, autorização ou aprovação sobre
o artigo 13.º, se a decisão final depender da decisão de o pedido é promovida pelo gestor do procedimento e é
uma questão que seja da competência de outro órgão ad- efectuada em simultâneo, através do sistema informático
ministrativo ou dos tribunais, deve o presidente da câmara previsto no artigo 8.º-A.
municipal suspender o procedimento até que o órgão ou 2 — Nos casos previstos no artigo seguinte, o gestor
o tribunal competente se pronunciem, notificando o re- do procedimento comunica o pedido, com a identificação
querente desse acto, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do das entidades a consultar, à CCDR.
artigo 31.º do Código do Procedimento Administrativo. 3 — As entidades exteriores ao município pronunciam-
8 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o -se exclusivamente no âmbito das suas atribuições e com-
interessado pode requerer a continuação do procedimento petências.
em alternativa à suspensão, ficando a decisão final condi- 4 — As entidades consultadas devem pronunciar-se
cionada, na sua execução, à decisão que vier a ser proferida no prazo de 20 dias a contar da data de disponibilização
pelo órgão administrativo ou tribunal competente. do processo.
9 — Havendo rejeição do pedido ou comunicação, nos 5 — Considera-se haver concordância daquelas entida-
termos do presente artigo, o interessado que apresente novo des com a pretensão formulada se os respectivos pareceres,
pedido ou comunicação para o mesmo fim está dispensado autorizações ou aprovações não forem recebidos dentro do
de juntar os documentos utilizados anteriormente que se prazo fixado no número anterior.
mantenham válidos e adequados. 6 — Os pareceres das entidades exteriores ao município
10 — O presidente da câmara municipal pode delegar só têm carácter vinculativo quando tal resulte da lei, desde
nos vereadores, com faculdade de subdelegação ou nos que se fundamentem em condicionamentos legais ou regu-
dirigentes dos serviços municipais, as competências refe- lamentares e sejam recebidos dentro do prazo.
ridas nos n.os 1 a 4 e no número seguinte. 7 — São fixados em diploma próprio os projectos das
11 — Quando se verifique que a operação urbanística especialidades e outros estudos e as certificações técnicas
a que respeita o pedido ou comunicação não se integra no que carecem de consulta, de aprovação ou de parecer, in-
tipo de procedimento indicado, o requerente ou comuni- terno ou externo, bem como os termos em que têm lugar.
cante é notificado, no prazo de 15 dias a contar da apresen-
8 — A consulta, certificação, aprovação ou parecer, por
tação desse requerimento, para os efeitos seguintes:
entidade interna ou externa aos municípios, dos projectos
a) No caso de o procedimento indicado ser mais simples das especialidades e outros estudos referidos no número
do que o aplicável, para, em 30 dias, declarar se pretende anterior não têm lugar quando o respectivo projecto seja
que o procedimento prossiga na forma legalmente prevista, acompanhado por termo de responsabilidade subscrito
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1001
por técnico autor de projecto legalmente habilitado que representante ou por ter sido submetida a apreciação al-
ateste o cumprimento das normas legais e regulamentares guma questão nova, os trabalhos da conferência podem ser
aplicáveis, designadamente as identificadas nos n.os 1 e 2 suspensos por um período máximo de cinco dias.
do artigo 10.º 9 — Quando a CCDR não adopte posição favorável a
9 — A realização de vistoria, certificação, aprovação ou
parecer, pelo município ou por entidade exterior, sobre a uma operação urbanística por esta ser desconforme com
conformidade da execução dos projectos das especialidades instrumento de gestão territorial, pode a CCDR, quando
e outros estudos com o projecto aprovado ou apresentado a operação se revista de especial relevância regional ou
é dispensada mediante emissão de termo de responsabi- local, por sua iniciativa ou a solicitação do município,
lidade por técnico legalmente habilitado para esse efeito, respectivamente, propor ao Governo a aprovação em reso-
de acordo com o respectivo regime legal, que ateste essa lução do Conselho de Ministros da alteração, suspensão ou
conformidade.
10 — O disposto nos n.os 8 e 9 não prejudica a veri- ratificação, total ou parcial, de plano da sua competência
ficação aleatória dos projectos neles referidos e da sua relativamente ao qual a desconformidade se verifica.
execução. 10 — Quando a decisão seja proferida em conferência
decisória, os pareceres emitidos têm natureza não vincula-
Artigo 13.º-A tiva, independentemente da sua classificação em legislação
Parecer, aprovação ou autorização de localização especial.
1 — A consulta de entidades da administração central, 11 — O procedimento de decisão da administração cen-
directa ou indirecta, do sector empresarial do Estado, bem tral previsto nos números anteriores é objecto de portaria
como de entidades concessionárias que exerçam poderes dos membros do Governo responsáveis pelo ordenamento
de autoridade, que se devam pronunciar sobre a operação do território e pela administração local.
urbanística em razão da localização, é efectuada através de
uma única entidade coordenadora, a CCDR territorialmente Artigo 13.º-B
competente, a qual emite uma decisão global e vinculativa
de toda a administração. Consultas prévias
2 — A CCDR identifica, no prazo de cinco dias a contar
1 — O interessado na consulta a entidades externas
da recepção dos elementos através do sistema previsto no
artigo 8.º-A, as entidades que nos termos da lei devam pode solicitar previamente os pareceres, autorizações ou
emitir parecer, aprovação ou autorização de localização, aprovações legalmente exigidos junto das entidades com-
promovendo dentro daquele prazo a respectiva consulta, a petentes, entregando-os com o requerimento inicial ou
efectivar em simultâneo e com recurso ao referido sistema com a comunicação prévia, caso em que não há lugar a
informático. nova consulta desde que, até à data da apresentação de tal
3 — As entidades consultadas devem pronunciar-se pedido ou comunicação na câmara municipal, não haja
no prazo de 20 dias, sem possibilidade de suspensão do
procedimento. decorrido mais de um ano desde a emissão dos pareceres,
4 — O prazo para as entidades consultadas se pronun- autorizações ou aprovações emitidos ou desde que, caso
ciarem é de 40 dias, sem possibilidade de suspensão do tenha sido esgotado este prazo, não se tenham verificado
procedimento, nos casos: alterações dos pressupostos de facto ou de direito em que
a) De obra relativa a imóvel de interesse nacional ou os mesmos se basearam.
de interesse público; 2 — Para os efeitos do número anterior, caso qualquer
b) De operações urbanísticas a realizar em área integrada das entidades consultadas não se haja pronunciado dentro
na Rede Natura 2000, nos termos do n.º 3 do artigo 9.º do prazo, o requerimento inicial ou a comunicação prévia
do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, alterado pelo podem ser instruídos com prova da solicitação das consul-
Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro, ou em área
tas e declaração do requerente ou comunicante de que os
integrada na Rede Nacional de Áreas Protegidas, nos ter-
mos do n.º 7 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 142/2008, de mesmos não foram emitidos dentro daquele prazo.
24 de Julho, sempre que a emissão de parecer aí prevista se 3 — Não tendo o interessado promovido todas as con-
inclua em algum dos pedidos ou procedimentos previstos sultas necessárias, o gestor do procedimento promove as
neste diploma. consultas a que haja lugar ou, quando aplicável, comunica
o pedido à CCDR, no prazo de cinco dias a contar da data
5 — Caso não existam posições divergentes entre as do requerimento ou da data da entrega dos elementos so-
entidades consultadas, a CCDR toma a decisão final no
prazo de cinco dias a contar do fim do prazo previsto no licitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º
número anterior. 4 — No termo do prazo fixado para a promoção das
6 — Caso existam posições divergentes entre as en- consultas, o interessado pode solicitar a passagem de cer-
tidades consultadas, a CCDR promove uma conferência tidão dessa promoção, a qual será emitida pela câmara
decisória e toma decisão final favorável, favorável condi- municipal ou pela CCDR no prazo de oito dias.
cionada ou desfavorável no prazo de 20 dias. 5 — Se a certidão for negativa, o interessado pode
7 — Na conferência decisória referida no número ante-
rior, as entidades consultadas são representadas por pessoas promover directamente as consultas que não hajam sido
com poderes para as vincular. realizadas ou pedir ao tribunal administrativo que intime
8 — Não sendo possível obter a posição de todas as a câmara municipal ou a CCDR a fazê-lo, nos termos do
entidades, por motivo de falta de comparência de algum artigo 112.º do presente diploma.
1002 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
novas regras urbanísticas, constantes de plano municipal o qual é declarada a caducidade após audiência prévia do
ou especial de ordenamento do território ou sua revisão, interessado.
a partir da data fixada para o início da discussão pública e 7 — (Revogado.)
até à data da entrada em vigor daquele instrumento. 8 — As declarações de responsabilidade dos autores dos
projectos das especialidades e outros estudos que estejam
SUBSECÇÃO III inscritos em associação pública constituem garantia bas-
Licença tante do cumprimento das normas legais e regulamentares
aplicáveis aos projectos, excluindo a sua apreciação prévia,
Artigo 18.º salvo quando as declarações sejam formuladas nos termos
do n.º 5 do artigo 10.º
Âmbito
1 — Obedece ao procedimento regulado na presente Artigo 21.º
subsecção a apreciação dos pedidos relativos às operações Apreciação dos projectos de loteamento, de obras de urbanização
urbanísticas previstas no n.º 2 do artigo 4.º e trabalhos de remodelação de terrenos
2 — (Revogado.)
A apreciação dos projectos de loteamento, obras de
Artigo 19.º urbanização e dos trabalhos de remodelação de terrenos
pela câmara municipal incide sobre a sua conformidade
(Revogado.) com planos municipais de ordenamento do território,
planos especiais de ordenamento do território, medidas
Artigo 20.º preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário,
Apreciação dos projectos de obras de edificação área de construção prioritária, servidões administrativas,
1 — A apreciação do projecto de arquitectura, no caso restrições de utilidade pública e quaisquer outras normas
de pedido de licenciamento relativo a obras previstas nas legais e regulamentares aplicáveis, bem como sobre o uso
alíneas c) a f) do n.º 2 do artigo 4.º, incide sobre a sua e a integração urbana e paisagística.
conformidade com planos municipais de ordenamento no
território, planos especiais de ordenamento do território, Artigo 22.º
medidas preventivas, área de desenvolvimento urbano Consulta pública
prioritário, área de construção prioritária, servidões ad-
ministrativas, restrições de utilidade pública e quaisquer 1 — Os municípios podem determinar, através de regu-
outras normas legais e regulamentares relativas ao aspecto lamento municipal, a prévia sujeição a discussão pública
exterior e a inserção urbana e paisagística das edificações, o licenciamento de operações de loteamento com signifi-
bem como sobre o uso proposto. cativa relevância urbanística.
2 — Para os efeitos do número anterior, a apreciação da 2 — A consulta prevista no número anterior tem sempre
inserção urbana das edificações é efectuada na perspectiva lugar quando a operação de loteamento exceda algum dos
formal e funcional, tendo em atenção o edificado existente, seguintes limites:
bem como o espaço público envolvente e as infra-estruturas
existentes e previstas. a) 4 ha;
3 — A câmara municipal delibera sobre o projecto de b) 100 fogos;
arquitectura no prazo de 30 dias contado a partir: c) 10 % da população do aglomerado urbano em que se
insere a pretensão.
a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos
solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º; ou Artigo 23.º
b) Da data da recepção do último dos pareceres, autori-
zações ou aprovações emitidos pelas entidades exteriores Deliberação final
ao município, quando tenha havido lugar a consultas; ou 1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido de
ainda licenciamento:
c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres,
autorizações ou aprovações, sempre que alguma das enti- a) No prazo de 45 dias, no caso de operação de lotea-
dades consultadas não se pronuncie até essa data. mento;
b) No prazo de 30 dias, no caso de obras de urbanização;
4 — O interessado deve apresentar os projectos das c) No prazo de 45 dias, no caso de obras previstas nas
especialidades e outros estudos necessários à execução alíneas c) a f) do n.º 2 do artigo 4.º;
da obra no prazo de seis meses a contar da notificação do d) (Revogada.)
acto que aprovou o projecto de arquitectura caso não tenha
apresentado tais projectos com o requerimento inicial. 2 — (Revogado.)
5 — O presidente da câmara pode prorrogar o prazo 3 — Os prazos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1
referido no número anterior por uma só vez e por período contam-se a partir:
não superior a três meses, mediante requerimento funda-
mentado apresentado antes do respectivo termo. a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos
6 — A falta de apresentação dos projectos das especia- solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º;
lidades e outros estudos no prazo estabelecido no n.º 4 ou b) Da data da recepção do último dos pareceres, autori-
naquele que resultar da prorrogação concedida nos termos zações ou aprovações emitidos pelas entidades exteriores
do número anterior implica a suspensão do processo de ao município quando tenha havido lugar a consultas; ou
licenciamento pelo período máximo de seis meses, findo ainda
1004 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres, não previstos, designadamente quanto a arruamentos e
autorizações ou aprovações sempre que alguma das enti- redes de abastecimento de água, de energia eléctrica ou
dades consultadas não se pronuncie até essa data. de saneamento.
4 — O prazo previsto na alínea c) do n.º 1 conta-se: 3 — (Revogado.)
a) Da data da apresentação dos projectos das especia- 4 — Quando o pedido de licenciamento tiver por objecto
lidades e outros estudos ou da data da aprovação do pro- a realização das obras referidas nas alíneas c) e d) do n.º 2
jecto de arquitectura se o interessado os tiver apresentado do artigo 4.º, pode ainda ser indeferido quando a obra seja
juntamente com o requerimento inicial; ou susceptível de manifestamente afectar o acesso e a utili-
b) Quando haja lugar a consulta de entidades externas, zação de imóveis classificados de interesse nacional ou
a partir da data da recepção do último dos pareceres, au- interesse público, a estética das povoações, a sua adequada
torizações ou aprovações; ou ainda inserção no ambiente urbano ou a beleza das paisagens,
c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres, designadamente em resultado da desconformidade com
autorizações ou aprovações sempre que alguma das enti-
as cérceas dominantes, a volumetria das edificações e ou-
dades consultadas não se pronuncie até essa data.
tras prescrições expressamente previstas em regulamento.
5 — Quando o pedido de licenciamento de obras de 5 — O pedido de licenciamento das obras referidas na
urbanização seja apresentado em simultâneo com o pedido alínea c) do n.º 2 do artigo 4.º deve ser indeferido na ausên-
de licenciamento de operação de loteamento, o prazo pre- cia de arruamentos ou de infra-estruturas de abastecimento
visto na alínea b) do n.º 1 conta-se a partir da deliberação de água e saneamento ou se a obra projectada constituir,
que aprove o pedido de loteamento. comprovadamente, uma sobrecarga incomportável para as
6 — No caso das obras previstas nas alíneas c) a e) do infra-estruturas existentes.
n.º 2 do artigo 4.º, a câmara municipal pode, a requeri- 6 — (Revogado.)
mento do interessado, aprovar uma licença parcial para
construção da estrutura, imediatamente após a entrega de Artigo 25.º
todos os projectos das especialidades e outros estudos e
desde que se mostrem aprovado o projecto de arquitectura Reapreciação do pedido
e prestada caução para demolição da estrutura até ao piso 1 — Quando exista projecto de decisão de indeferimento
de menor cota em caso de indeferimento. com os fundamentos referidos na alínea b) do n.º 2 e no
7 — Nos casos referidos no número anterior, o defe-
rimento do pedido de licença parcial dá lugar à emissão n.º 5 do artigo anterior, pode haver deferimento do pedido
de alvará. desde que o requerente, na audiência prévia, se compro-
meta a realizar os trabalhos necessários ou a assumir os
Artigo 24.º encargos inerentes à sua execução, bem como os encargos
de funcionamento das infra-estruturas por um período
Indeferimento do pedido de licenciamento
mínimo de 10 anos.
1 — O pedido de licenciamento é indeferido quando: 2 — (Revogado.)
a) Violar plano municipal de ordenamento do territó- 3 — Em caso de deferimento nos termos do n.º 1, o
rio, plano especial de ordenamento do território, medidas requerente deve, antes da emissão do alvará, celebrar com
preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário, a câmara municipal contrato relativo ao cumprimento das
área de construção prioritária, servidão administrativa, obrigações assumidas e prestar caução adequada, benefi-
restrição de utilidade pública ou quaisquer outras normas ciando de redução proporcional ou isenção das taxas por
legais e regulamentares aplicáveis; realização de infra-estruturas urbanísticas, nos termos a
b) Existir declaração de utilidade pública para efeitos fixar em regulamento municipal.
de expropriação que abranja o prédio objecto do pedido 4 — A prestação da caução referida no número ante-
de licenciamento, salvo se tal declaração tiver por fim a rior bem como a execução ou manutenção das obras de
realização da própria operação urbanística; urbanização que o interessado se compromete a realizar
c) Tiver sido objecto de parecer negativo ou recusa de ou a câmara municipal entenda indispensáveis devem ser
aprovação ou autorização de qualquer entidade consultada
nos termos do presente diploma cuja decisão seja vincu- mencionadas expressamente como condição do deferi-
lativa para os órgãos municipais. mento do pedido.
5 — À prestação da caução referida no n.º 3 aplica-se,
2 — Quando o pedido de licenciamento tiver por ob- com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 54.º
jecto a realização das operações urbanísticas referidas nas 6 — Os encargos a suportar pelo requerente ao abrigo
alíneas a) a e) do n.º 2 do artigo 4.º, o indeferimento pode do contrato referido no n.º 3 devem ser proporcionais à
ainda ter lugar com fundamento em: sobrecarga para as infra-estruturas existentes resultante
a) A operação urbanística afectar negativamente o pa- da operação urbanística.
trimónio arqueológico, histórico, cultural ou paisagístico,
natural ou edificado; Artigo 26.º
b) A operação urbanística constituir, comprovadamente, Licença
uma sobrecarga incomportável para as infra-estruturas ou
serviços gerais existentes ou implicar, para o município, A deliberação final de deferimento do pedido de li-
a construção ou manutenção de equipamentos, a reali- cenciamento consubstancia a licença para a realização da
zação de trabalhos ou a prestação de serviços por este operação urbanística.
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1005
se mantém válida até à recepção definitiva das obras de 2 — O requerimento referido no número anterior deve
urbanização. ser apresentado com o pedido de licenciamento de lotea-
3 — O montante da caução é igual ao valor constante mento ou, quando as obras de urbanização não se integrem
dos orçamentos para execução dos projectos das obras a em operação de loteamento, com o pedido de licenciamento
executar, eventualmente corrigido pela câmara municipal das mesmas.
com a emissão da licença, a que pode ser acrescido um 3 — Cada fase deve ter coerência interna e correspon-
montante, não superior a 5 % daquele valor, destinado a der a uma zona da área a lotear ou a urbanizar que possa
remunerar encargos de administração caso se mostre ne- funcionar autonomamente.
cessário aplicar o disposto nos artigos 84.º e 85.º 4 — O requerimento é decidido no prazo de 30 dias a
4 — O montante da caução deve ser: contar da data da sua apresentação.
5 — Admitida a execução por fases, o alvará abrange
a) Reforçado, precedendo deliberação fundamentada da apenas a primeira fase das obras de urbanização, impli-
câmara municipal, tendo em atenção a correcção do valor cando cada fase subsequente um aditamento ao alvará.
dos trabalhos por aplicação das regras legais e regulamen- 6 — Quando se trate de operação efectuada ao abrigo
tares relativas a revisões de preços dos contratos de emprei- de comunicação prévia, o interessado identifica na comu-
tada de obras públicas, quando se mostre insuficiente para nicação as fases em que pretende proceder à execução das
garantir a conclusão dos trabalhos, em caso de prorrogação obras de urbanização, aplicando-se, com as necessárias
do prazo de conclusão ou em consequência de acentuada adaptações, o disposto nos n.os 1, 2 e 3.
subida no custo dos materiais ou de salários;
b) Reduzido, nos mesmos termos, em conformidade com SUBSECÇÃO III
o andamento dos trabalhos a requerimento do interessado,
que deve ser decidido no prazo de 15 dias. Obras de edificação
do artigo 4.º desde que esteja prevista a sua realização em 3 — Nos casos referidos no n.º 1, o requerimento re-
área não abrangida por operação de loteamento. ferido no n.º 4 do artigo 20.º deverá identificar a fase da
obra a que se reporta.
Artigo 58.º 4 — A falta de apresentação do requerimento referido
no número anterior dentro dos prazos previstos no n.º 1
Prazo de execução
implica a caducidade do acto de aprovação do projecto de
1 — A câmara municipal fixa, com o deferimento do arquitectura e o arquivamento oficioso do processo.
pedido de licenciamento das obras referidas nas alíneas c) 5 — (Revogado.)
a f) do n.º 2 do artigo 4.º, o prazo de execução da obra, 6 — Admitida a execução por fases, o alvará abrange
em conformidade com a programação proposta pelo re- apenas a primeira fase das obras, implicando cada fase
querente. subsequente um aditamento ao alvará.
2 — Nas situações previstas no n.º 4 do artigo 4.º, o 7 — Quando se trate de operação urbanística sujeita
prazo de execução é o fixado pelo interessado, não po- a comunicação prévia, o interessado identifica na comu-
dendo, no entanto, ultrapassar os limites fixados mediante nicação as fases em que pretende proceder à execução
regulamento municipal. da obra, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o
3 — Os prazos referidos nos números anteriores come- disposto nos n.os 1 e 2.
çam a contar da data de emissão do respectivo alvará, da
data do pagamento ou do depósito das taxas ou da caução Artigo 60.º
nas situações previstas no artigo 113.º ou do pagamento das Edificações existentes
taxas a que se refere o n.º 2 do artigo 36.º-A, na hipótese
de comunicação prévia. 1 — As edificações construídas ao abrigo do direito
4 — O prazo para a conclusão da obra pode ser alterado anterior e as utilizações respectivas não são afectadas por
por motivo de interesse público, devidamente fundamen- normas legais e regulamentares supervenientes.
tado, no acto de deferimento a que se refere o n.º 1 ou, na 2 — A licença ou admissão de comunicação prévia de
situação prevista no n.º 2, até ao fim do prazo previsto no obras de reconstrução ou de alteração das edificações não
n.º 1 do artigo 36.º pode ser recusada com fundamento em normas legais ou
5 — Quando não seja possível concluir as obras no regulamentares supervenientes à construção originária
prazo previsto, este pode ser prorrogado, a requerimento desde que tais obras não originem ou agravem desconfor-
fundamentado do interessado, por uma única vez e por midade com as normas em vigor ou tenham como resultado
período não superior a metade do prazo inicial, salvo o a melhoria das condições de segurança e de salubridade
disposto nos números seguintes. da edificação.
6 — Quando a obra se encontre em fase de acabamentos, 3 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
pode o presidente da câmara municipal, a requerimento a lei pode impor condições específicas para o exercício de
fundamentado do interessado, conceder nova prorrogação, certas actividades em edificações já afectas a tais activida-
mediante o pagamento de um adicional à taxa referida no des ao abrigo do direito anterior, bem como condicionar a
n.º 1 do artigo 116.º, de montante a fixar em regulamento execução das obras referidas no número anterior à realiza-
municipal. ção dos trabalhos acessórios que se mostrem necessários
7 — O prazo estabelecido nos termos dos números para a melhoria das condições de segurança e salubridade
anteriores pode ainda ser prorrogado em consequência da edificação.
da alteração da licença, bem como da apresentação de
alteração aos projectos apresentados com a comunicação Artigo 61.º
prévia admitida. Identificação do director de obra
8 — A prorrogação do prazo nos termos referidos nos
números anteriores não dá lugar à emissão de novo alvará O titular da licença de construção e apresentante da
nem à apresentação e admissão de nova comunicação comunicação prévia ficam obrigados a afixar numa placa
prévia, devendo apenas ser nestes averbada. em material imperecível no exterior da edificação ou a
9 — No caso previsto no artigo 113.º, o prazo para a gravar num dos seus elementos externos a identificação
conclusão da obra é aquele que for proposto pelo reque- do director de obra.
rente.
SUBSECÇÃO IV
Artigo 59.º Utilização de edifícios ou suas fracções
Execução por fases
Artigo 62.º
1 — O requerente pode optar pela execução faseada
Âmbito
da obra, devendo para o efeito, em caso de operação ur-
banística sujeita a licenciamento, identificar no projecto 1 — A autorização de utilização de edifícios ou suas
de arquitectura os trabalhos incluídos em cada uma das fracções autónomas destina-se a verificar a conclusão da
fases e indicar os prazos, a contar da data de aprovação operação urbanística, no todo ou em parte, e a conformi-
daquele projecto, em que se propõe requerer a aprovação dade da obra com o projecto de arquitectura e arranjos
dos projectos das especialidades e outros estudos relativos exteriores aprovados e com as condições do licenciamento
a cada uma dessas fases, podendo a câmara municipal ou da comunicação prévia.
fixar diferentes prazos por motivo de interesse público 2 — A autorização, quando não haja lugar à realização
devidamente fundamentado. de obras ou quando se trate de alteração da utilização ou
2 — Cada fase deve corresponder a uma parte da edi- de autorização de arrendamento para fins não habitacio-
ficação passível de utilização autónoma. nais de prédios ou fracções não licenciados, nos termos
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1011
do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 160/2006, de 8 cipal, dos quais pelo menos dois devem ter habilitação legal
de Agosto, destina-se a verificar a conformidade do uso para ser autor de projecto, correspondente à obra objecto
previsto com as normas legais e regulamentares aplicáveis de vistoria, segundo o regime da qualificação profissional
e a idoneidade do edifício ou sua fracção autónoma para dos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de
o fim pretendido. projectos.
3 — A data da realização da vistoria é notificada pela
Artigo 63.º câmara municipal ao requerente da autorização de utili-
Instrução do pedido zação, o qual pode fazer-se acompanhar dos autores dos
projectos e do técnico responsável pela direcção técnica da
1 — O pedido de autorização de utilização deve ser
obra, que participam, sem direito a voto, na vistoria.
instruído com termo de responsabilidade subscrito pelo
director de obra ou director de fiscalização de obra, no 4 — As conclusões da vistoria são obrigatoriamente
qual aqueles devem declarar que a obra está concluída e seguidas na decisão sobre o pedido de autorização.
que foi executada de acordo com o projecto de arquitec- 5 — No caso da imposição de obras de alteração de-
tura e arranjos exteriores aprovados e com as condições correntes da vistoria, a emissão da autorização requerida
da licença ou da comunicação prévia e, se for caso disso, depende da verificação da adequada realização dessas
que as alterações efectuadas ao projecto estão em confor- obras, mediante nova vistoria a requerer pelo interessado,
midade com as normas legais e regulamentares que lhe a qual deve decorrer no prazo de 15 dias a contar do res-
são aplicáveis. pectivo requerimento.
2 — O pedido de autorização nos termos previstos no 6 — Não sendo a vistoria realizada nos prazos referidos
n.º 2 do artigo anterior deve ser instruído com termo de nos n.os 1 ou 5, o requerente pode solicitar a emissão do
responsabilidade subscrito por pessoa habilitada a ser autor título de autorização de utilização, mediante a apresentação
de projecto segundo o regime da qualificação profissional do comprovativo do requerimento da mesma nos termos
dos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de do artigo 63.º ou do número anterior, o qual é emitido no
projectos. prazo de cinco dias e sem a prévia realização de vistoria.
Artigo 64.º Artigo 66.º
Concessão da autorização de utilização
Propriedade horizontal
1 — A autorização de utilização é concedida no prazo
1 — No caso de edifícios constituídos em regime de
de 10 dias a contar da recepção do requerimento, com base
nos termos de responsabilidade referidos no artigo anterior, propriedade horizontal, a autorização pode ter por objecto
salvo na situação prevista no número seguinte. o edifício na sua totalidade ou cada uma das suas fracções
2 — O presidente da câmara municipal, oficiosamente autónomas.
ou a requerimento do gestor do procedimento e no prazo 2 — A autorização de utilização só pode ser concedida
previsto no número anterior, determina a realização de autonomamente para uma ou mais fracções autónomas
vistoria, a efectuar nos termos do artigo seguinte, quando quando as partes comuns dos edifícios em que se integram
se verifique alguma das seguintes situações: estejam também em condições de serem utilizadas.
3 — Caso o interessado não tenha ainda requerido a cer-
a) O pedido de autorização de utilização não estar ins-
tificação pela câmara municipal de que o edifício satisfaz
truído com os termos de responsabilidade previstos no
artigo anterior; os requisitos legais para a sua constituição em regime de
b) Existirem indícios sérios, nomeadamente com base propriedade horizontal, tal pedido pode integrar o reque-
nos elementos constantes do processo ou do livro de obra, rimento de autorização de utilização.
a concretizar no despacho que determina a vistoria, de que 4 — O disposto nos n.os 2 e 3 é aplicável, com as neces-
a obra se encontra em desconformidade com o respectivo sárias adaptações, aos edifícios compostos por unidades
projecto ou condições estabelecidas; susceptíveis de utilização independente que não estejam
c) Tratando-se da autorização prevista no n.º 2 do ar- sujeitos ao regime da propriedade horizontal.
tigo 62.º, existam indícios sérios de que o edifício, ou sua
fracção autónoma, não é idóneo para o fim pretendido. SECÇÃO IV
3 — Não sendo determinada a realização de vistoria no Validade e eficácia dos actos de licenciamento, admissão
prazo referido no n.º 1, o requerente pode solicitar a emis- da comunicação prévia ou autorização de utilização
são do alvará de autorização de utilização, a emitir no prazo
de cinco dias, mediante a apresentação do comprovativo SUBSECÇÃO I
do requerimento da mesma nos termos do artigo 63.º
Validade
Artigo 65.º
Artigo 67.º
Realização da vistoria
Requisitos
1 — A vistoria realiza-se no prazo de 15 dias a contar
da decisão do presidente da câmara referida no n.º 2 do A validade das licenças, admissão das comunicações
artigo anterior, decorrendo sempre que possível em data prévias ou autorizações de utilização das operações ur-
a acordar com o requerente. banísticas depende da sua conformidade com as normas
2 — A vistoria é efectuada por uma comissão composta, legais e regulamentares aplicáveis em vigor à data da sua
no mínimo, por três técnicos, a designar pela câmara muni- prática, sem prejuízo do disposto no artigo 60.º
1012 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
4 — Para os efeitos do disposto na alínea c) do número 2 — A admissão de comunicação prévia das operações
anterior, presumem-se abandonadas as obras ou trabalhos urbanísticas é titulada pelo recibo da sua apresentação
sempre que: acompanhado do comprovativo da admissão nos termos
do artigo 36.º-A.
a) Se encontrem suspensos sem motivo justificativo 3 — A autorização de utilização dos edifícios é titulada
registado no respectivo livro de obra; por alvará.
b) Decorram na ausência do técnico responsável pela
respectiva execução; Artigo 75.º
c) Se desconheça o paradeiro do titular da respectiva
licença ou comunicação prévia sem que este haja indicado Competência
à câmara municipal procurador bastante que o represente. Compete ao presidente da câmara municipal emitir o
alvará para a realização das operações urbanísticas, po-
5 — As caducidades previstas no presente artigo são dendo delegar esta competência nos vereadores, com fa-
declaradas pela câmara municipal, com audiência prévia culdade de subdelegação, ou nos dirigentes dos serviços
do interessado. municipais.
6 — Os prazos a que se referem os números anteriores
contam-se de acordo com o disposto no artigo 279.º do Artigo 76.º
Código Civil.
7 — Tratando-se de licença para a realização de ope- Requerimento
ração de loteamento ou de obras de urbanização, a cadu- 1 — O interessado deve, no prazo de um ano a contar
cidade pelos motivos previstos nos n.os 3 e 4 não produz da data da notificação do acto de licenciamento ou da au-
efeitos relativamente aos lotes para os quais já haja sido torização de utilização, requerer a emissão do respectivo
aprovado pedido de licenciamento para obras de edifica- alvará, apresentando para o efeito os elementos previstos
ção ou já tenha sido apresentada comunicação prévia da em portaria aprovada pelo membro do Governo respon-
realização dessas obras. sável pelo ordenamento do território.
2 — Pode ainda o presidente da câmara municipal,
Artigo 72.º a requerimento fundamentado do interessado, conceder
Renovação prorrogação, por uma única vez, do prazo previsto no
número anterior.
1 — O titular de licença ou comunicação prévia que 3 — No caso de operação de loteamento que exija a
haja caducado pode requerer nova licença ou apresentar realização de obras de urbanização, é emitido um único
nova comunicação prévia. alvará, que deve ser requerido no prazo de um ano a contar
2 — No caso referido no número anterior, serão uti- da admissão de comunicação prévia das obras de urbani-
lizados no novo processo os elementos que instruíram zação.
o processo anterior desde que o novo requerimento seja 4 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 64.º e 65.º, o
apresentado no prazo de 18 meses a contar da data da alvará é emitido no prazo de 30 dias a contar da apresenta-
caducidade ou, se este prazo estiver esgotado, não existi- ção do requerimento previsto nos números anteriores ou da
rem alterações de facto e de direito que justifiquem nova recepção dos elementos a que se refere o n.º 3 do artigo 11.º
apresentação. desde que se mostrem pagas as taxas devidas.
3 — (Revogado.) 5 — O requerimento de emissão de alvará só pode ser
indeferido com fundamento na caducidade, suspensão,
Artigo 73.º revogação, anulação ou declaração de nulidade da licença
ou da admissão de comunicação prévia ou na falta de pa-
Revogação
gamento das taxas referidas no número anterior.
1 — Sem prejuízo do que se dispõe no número seguinte, 6 — O alvará obedece a um modelo tipo a estabelecer
a licença, a admissão de comunicação prévia ou as autori- por portaria aprovada pelo membro do Governo respon-
zações de utilização só podem ser revogadas nos termos sável pelo ordenamento do território.
estabelecidos na lei para os actos constitutivos de direitos.
2 — Nos casos a que se refere o n.º 2 do artigo 105.º, a Artigo 77.º
licença ou a admissão de comunicação prévia podem ser Especificações
revogadas pela câmara municipal decorrido o prazo de seis
meses a contar do termo do prazo estabelecido de acordo 1 — O alvará de licença de operação de loteamento ou
com o n.º 1 do mesmo artigo. de obras de urbanização deve conter, nos termos da licença,
a especificação dos seguintes elementos, consoante forem
SUBSECÇÃO III aplicáveis:
Títulos das operações urbanísticas a) Identificação do titular do alvará;
b) Identificação do prédio objecto da operação de lote-
Artigo 74.º amento ou das obras de urbanização;
c) Identificação dos actos dos órgãos municipais rela-
Título da licença, da admissão de comunicação tivos ao licenciamento da operação de loteamento e das
prévia e da autorização de utilização
obras de urbanização;
1 — As operações urbanísticas objecto de licenciamento d) Enquadramento da operação urbanística em plano
são tituladas por alvará, cuja emissão é condição de efi- municipal de ordenamento do território em vigor, bem
cácia da licença. como na respectiva unidade de execução, se a houver;
1014 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
e) Número de lotes e indicação da área, localização, fi- visível do exterior, que deve permanecer até à conclusão
nalidade, área de implantação, área de construção, número das obras.
de pisos e número de fogos de cada um dos lotes, com 2 — A emissão do alvará de licença de loteamento deve
especificação dos fogos destinados a habitações a custos ainda ser publicitada pela câmara municipal, no prazo
controlados, quando previstos; estabelecido no n.º 1, através de:
f) Cedências obrigatórias, sua finalidade e especificação
das parcelas a integrar no domínio municipal; a) Publicação de aviso em boletim municipal e na página
g) Prazo para a conclusão das obras de urbanização; da Internet do município ou, quando estes não existam,
h) Montante da caução prestada e identificação do res- através de edital a afixar nos paços do concelho e nas sedes
pectivo título. das juntas de freguesia abrangidas;
b) Publicação de aviso num jornal de âmbito local,
2 — O alvará a que se refere o número anterior deve quando o número de lotes seja inferior a 20, ou num jornal
conter, em anexo, as plantas representativas dos elementos de âmbito nacional, nos restantes casos.
referidos nas alíneas e) e f).
3 — As especificações do alvará a que se refere o n.º 1 3 — Compete ao membro do Governo responsável pelo
vinculam a câmara municipal, o proprietário do prédio, ordenamento do território aprovar, por portaria, o modelo
bem como os adquirentes dos lotes. do aviso referido no n.º 1.
4 — O alvará de licença para a realização das operações 4 — O aviso previsto no número anterior deve men-
urbanísticas a que se referem as alíneas b) a g) e l) do cionar, consoante os casos, as especificações previstas
artigo 2.º deve conter, nos termos da licença, os seguintes nas alíneas a) a g) do n.º 1 e a) a c) e f) a i) do n.º 4 do
elementos, consoante sejam aplicáveis: artigo 77.º
5 — O disposto nos números anteriores aplica-se, com
a) Identificação do titular da licença; as necessárias adaptações, às situações objecto de comu-
b) Identificação do lote ou do prédio onde se realizam nicação prévia.
as obras ou trabalhos;
c) Identificação dos actos dos órgãos municipais relati- Artigo 79.º
vos ao licenciamento das obras ou trabalhos;
d) Enquadramento das obras em operação de lotea- Cassação
mento ou plano municipal de ordenamento do território 1 — O alvará ou a admissão de comunicação prévia
em vigor, no caso das obras previstas nas alíneas b), c) e é cassado pelo presidente da câmara municipal quando
e) do artigo 2.º; caduque a licença ou a admissão de comunicação prévia
e) Os condicionamentos a que fica sujeita a licença; ou quando estas sejam revogadas, anuladas ou declaradas
f) As cérceas e o número de pisos acima e abaixo da nulas.
cota de soleira; 2 — A cassação do alvará ou da admissão de comuni-
g) A área de construção e a volumetria dos edifícios; cação prévia de loteamento é comunicada pelo presidente
h) O uso a que se destinam as edificações; da câmara municipal à conservatória do registo predial
i) O prazo de validade da licença, o qual corresponde competente, para efeitos de anotação à descrição ou de
ao prazo para a conclusão das obras ou trabalhos. cancelamento do correspondente registo.
3 — Com a comunicação referida no número anterior,
5 — O alvará de autorização de utilização relativo à o presidente da câmara municipal dá igualmente conhe-
utilização de edifício ou de sua fracção deve conter a es- cimento à conservatória dos lotes que se encontrem na
pecificação dos seguintes elementos: situação referida no n.º 7 do artigo 71.º, requerendo a esta o
a) Identificação do titular da autorização; cancelamento parcial do correspondente registo nos termos
b) Identificação do edifício ou fracção autónoma; da alínea g) do n.º 2 do artigo 101.º do Código do Registo
c) O uso a que se destina o edifício ou fracção autónoma. Predial e indicando as descrições a manter.
4 — O alvará cassado é apreendido pela câmara mu-
6 — O alvará a que se refere o número anterior deve nicipal, na sequência de notificação ao respectivo titular.
ainda mencionar, quando for caso disso, que o edifício a 5 — A admissão da comunicação prévia é cassada atra-
que respeita preenche os requisitos legais para a consti- vés do averbamento da cassação à informação prevista no
tuição da propriedade horizontal. n.º 1 do artigo 36.º-A.
7 — No caso de substituição do titular de alvará de
licença, o substituto deve disso fazer prova junto do pre- CAPÍTULO III
sidente da câmara para que este proceda ao respectivo
averbamento no prazo de 15 dias a contar da data da subs- Execução e fiscalização
tituição.
8 — A titularidade do alvará de autorização de utilização SECÇÃO I
de edifícios ou fracções autónomas é transmitida automa-
ticamente com a propriedade a que respeita. Início dos trabalhos
situações referidas no artigo seguinte e salvo o disposto podendo os requerentes optar, mediante autorização das enti-
no artigo 113.º dades fornecedoras, pela realização das obras indispensáveis
2 — As obras e os trabalhos sujeitos ao regime de co- à sua concretização nas condições regulamentares e técnicas
municação prévia podem iniciar-se nos termos do n.º 2 definidas por aquelas entidades.
do artigo 36.º-A e após prestada a informação prevista no 2 — Até à apresentação do alvará de autorização de
artigo 80.º-A. utilização, as ligações referidas no número anterior são
3 — As obras e trabalhos referidos no artigo 7.º só po- efectuadas pelo prazo fixado no alvará respectivo ou na
dem iniciar-se depois de emitidos os pareceres ou autori- admissão de comunicação prévia e apenas podem ser
zações aí referidos ou após o decurso dos prazos fixados prorrogadas pelo período correspondente à prorrogação
para a respectiva emissão. daquele prazo, salvo nos casos em que aquele alvará não
4 — No prazo de 60 dias a contar do início dos trabalhos haja sido emitido por razões exclusivamente imputáveis
relativos às operações urbanísticas referidas nas alíneas c) a à câmara municipal.
e) do n.º 2 do artigo 4.º deve o promotor da obra apresentar 3 — Na situação prevista no artigo 113.º, os pedidos de
na câmara municipal cópia do projecto de execução de ligação referidos no n.º 1 podem ser instruídos com o recibo
arquitectura e das especialidades e outros estudos. do pagamento ou do depósito das taxas ou da caução.
4 — Nos casos referidos no n.º 4 do artigo 4.º, os pe-
Artigo 80.º-A didos de ligação são instruídos com cópia do recibo da
Informação sobre o início dos trabalhos
apresentação de comunicação prévia e da sua admissão e se
e o responsável pelos mesmos for necessária a compatibilização de projectos com as infra-
-estruturas existentes ou a sua realização no caso de inexis-
1 — Até cinco dias antes do início dos trabalhos, o tência, estas serão promovidas pela entidade prestadora ou
promotor informa a câmara municipal dessa intenção, pelo requerente, nos termos da parte final do n.º 1.
comunicando também a identidade da pessoa, singular ou
colectiva, encarregada da execução dos mesmos. SECÇÃO II
2 — A pessoa encarregada da execução dos trabalhos
está obrigada à execução exacta dos projectos e ao res- Execução dos trabalhos
peito pelas condições do licenciamento ou comunicação
prévia. Artigo 83.º
Artigo 81.º Alterações durante a execução da obra
Demolição, escavação e contenção periférica
1 — Podem ser realizadas em obra alterações ao pro-
1 — Quando o procedimento de licenciamento haja jecto, mediante comunicação prévia nos termos previstos
sido precedido de informação prévia favorável que vin- no artigo 35.º, desde que essa comunicação seja efectuada
cule a câmara municipal, pode o presidente da câmara com a antecedência necessária para que as obras estejam
municipal, a pedido do interessado, permitir a execução concluídas antes da apresentação do requerimento a que
de trabalhos de demolição ou de escavação e contenção se refere o n.º 1 do artigo 63.º
periférica até à profundidade do piso de menor cota, logo 2 — Podem ser efectuadas sem dependência de comu-
após o saneamento referido no artigo 11.º, desde que seja nicação prévia à câmara municipal as alterações em obra
prestada caução para reposição do terreno nas condições que não correspondam a obras que estivessem sujeitas a
em que se encontrava antes do início dos trabalhos. controlo prévio.
2 — Nas obras sujeitas a licença nos termos do presente 3 — As alterações em obra ao projecto inicialmente
diploma, a decisão referida no número anterior pode ser aprovado ou apresentado que envolvam a realização de
proferida em qualquer momento após a aprovação do pro- obras de ampliação ou de alterações à implantação das
jecto de arquitectura. edificações estão sujeitas ao procedimento previsto nos
3 — Para os efeitos dos números anteriores, o requerente artigos 27.º ou 35.º, consoante os casos.
deve apresentar, consoante os casos, o plano de demolições, 4 — Nas situações previstas nos números anteriores,
o projecto de estabilidade ou o projecto de escavação e apenas são apresentados os elementos instrutórios que
contenção periférica até à data da apresentação do pedido sofreram alterações.
referido no mesmo número.
Artigo 84.º
4 — O presidente da câmara decide sobre o pedido
previsto no n.º 1 no prazo de 15 dias a contar da data da Execução das obras pela câmara municipal
sua apresentação.
1 — Sem prejuízo do disposto no presente diploma em
5 — É título bastante para a execução dos trabalhos de
matéria de suspensão, caducidade das licenças, autorizações
demolição, escavação ou contenção periférica a notificação
ou admissão de comunicação prévia ou de cassação dos
do deferimento do respectivo pedido, que o requerente, a
respectivos alvarás, a câmara municipal, para salvaguarda
partir do início da execução dos trabalhos por ela abran-
do património cultural, da qualidade do meio urbano e do
gidos, deverá guardar no local da obra.
meio ambiente, da segurança das edificações e do público
em geral ou, no caso de obras de urbanização, também
Artigo 82.º para protecção de interesses de terceiros adquirentes de
Ligação às redes públicas lotes, pode promover a realização das obras por conta do
titular do alvará ou do apresentante da comunicação prévia
1 — Os alvarás a que se referem os n.os 1 e 4 do artigo 77.º, a quando, por causa que seja imputável a este último:
admissão de comunicação prévia do artigo 36.º-A, bem como a
notificação referida no n.º 5 do artigo anterior, constituem título a) Não tiverem sido iniciadas no prazo de um ano a
bastante para instruir os pedidos de ligação das redes de água, contar da data da emissão do alvará ou do prazo previsto
de saneamento, de gás, de electricidade e de telecomunicações, no n.º 1 do artigo 36.º;
1016 Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010
b) Permanecerem interrompidas por mais de um ano; 9 — A câmara municipal emite oficiosamente alvará
c) Não tiverem sido concluídas no prazo fixado ou suas para execução de obras por terceiro, competindo ao seu
prorrogações, nos casos em que a câmara municipal tenha presidente dar conhecimento das respectivas deliberações
declarado a caducidade; à direcção regional do ambiente e do ordenamento do ter-
d) Não hajam sido efectuadas as correcções ou altera- ritório e ao conservador do registo predial quando:
ções que hajam sido intimadas nos termos do artigo 105.º
a) Tenha havido recepção provisória das obras; ou
2 — A execução das obras referidas no número anterior b) Seja integralmente reembolsada das despesas efectua-
e o pagamento das despesas suportadas com as mesmas das, caso se verifique a situação prevista no n.º 5.
efectuam-se nos termos dos artigos 107.º e 108.º
3 — A câmara municipal pode ainda accionar as cauções SECÇÃO III
referidas nos artigos 25.º e 54.º
4 — Logo que se mostre reembolsada das despesas efec- Conclusão e recepção dos trabalhos
tuadas nos termos do presente artigo, a câmara municipal
procede ao levantamento do embargo que possa ter sido Artigo 86.º
decretado ou, quando se trate de obras de urbanização, Limpeza da área e reparação de estragos
emite oficiosamente alvará, competindo ao presidente da
câmara dar conhecimento das respectivas deliberações, 1 — Concluída a obra, o dono da mesma é obrigado
quando seja caso disso, à direcção regional do ambiente e a proceder ao levantamento do estaleiro, à limpeza da
do ordenamento do território e ao conservador do registo área, de acordo com o regime da gestão de resíduos de
predial. construção e demolição nela produzidos, e à reparação de
quaisquer estragos ou deteriorações que tenha causado em
Artigo 85.º infra-estruturas públicas.
2 — O cumprimento do disposto no número anterior é
Execução das obras de urbanização por terceiro
condição da emissão do alvará de autorização de utilização
1 — Qualquer adquirente dos lotes, de edifícios construí- ou da recepção provisória das obras de urbanização, salvo
dos nos lotes ou de fracções autónomas dos mesmos tem quando tenha sido prestada, em prazo a fixar pela câmara
legitimidade para requerer a autorização judicial para pro- municipal, caução para garantia da execução das operações
mover directamente a execução das obras de urbanização referidas no mesmo número.
quando, verificando-se as situações previstas no n.º 1 do
artigo anterior, a câmara municipal não tenha promovido Artigo 87.º
a sua execução. Recepção provisória e definitiva das obras de urbanização
2 — O requerimento é instruído com os seguintes ele-
mentos: 1 — É da competência da câmara municipal delibe-
rar sobre a recepção provisória e definitiva das obras de
a) Cópia do alvará ou comunicação prévia e da sua
admissão; urbanização após a sua conclusão e o decurso do prazo
b) Orçamento, a preços correntes do mercado, relativo de garantia, respectivamente, mediante requerimento do
à execução das obras de urbanização em conformidade interessado.
com os projectos aprovados e condições fixadas no li- 2 — A recepção é precedida de vistoria, a realizar por
cenciamento; uma comissão, da qual fazem parte o interessado ou um
c) Quaisquer outros elementos que o requerente entenda seu representante e, pelo menos, dois representantes da
necessários para o conhecimento do pedido. câmara municipal.
3 — À recepção provisória e definitiva, bem como às
3 — Antes de decidir, o tribunal notifica a câmara mu- respectivas vistorias, é aplicável, com as necessárias adap-
nicipal, o titular do alvará ou o apresentante da comu- tações, o regime aplicável à recepção provisória e definitiva
nicação prévia para responderem no prazo de 30 dias e das empreitadas de obras públicas.
ordena a realização das diligências que entenda úteis para 4 — Em caso de deficiência das obras de urbanização,
o conhecimento do pedido, nomeadamente a inspecção como tal assinaladas no auto de vistoria, se o titular das
judicial do local. obras de urbanização não reclamar ou vir indeferida a sua
4 — Se deferir o pedido, o tribunal fixa especifica- reclamação e não proceder à sua correcção no prazo para
damente as obras a realizar e o respectivo orçamento e o efeito fixado, a câmara municipal procede em confor-
determina que a caução a que se refere o artigo 54.º fique midade com o disposto no artigo 84.º
à sua ordem a fim de responder pelas despesas com as 5 — O prazo de garantia das obras de urbanização é
obras até ao limite do orçamento. de cinco anos.
5 — Na falta ou insuficiência da caução, o tribunal
determina que os custos sejam suportados pelo município, Artigo 88.º
sem prejuízo do direito de regresso deste sobre o titular do Obras inacabadas
alvará ou o apresentante da comunicação prévia.
6 — O processo a que se referem os números anteriores 1 — Quando as obras já tenham atingido um estado
é urgente e isento de custas. avançado de execução mas a licença ou a admissão de
7 — Da sentença cabe recurso nos termos gerais. comunicação prévia haja caducado, pode ser requerida
8 — Compete ao tribunal judicial da comarca onde se a concessão de licença especial para a sua conclusão ou
localiza o prédio no qual se devem realizar as obras de ser apresentada comunicação prévia para o mesmo efeito.
urbanização conhecer dos pedidos previstos no presente 2 — A concessão da licença especial e a apresentação da
artigo. comunicação prévia referida no número anterior seguem o
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1017
4 — O despejo deve executar-se no prazo de 45 dias o n.º 5 do artigo anterior podem realizar inspecções aos
a contar da sua notificação aos ocupantes, salvo quando locais onde se desenvolvam actividades sujeitas a fiscali-
houver risco iminente de desmoronamento ou grave perigo zação nos termos do presente diploma, sem dependência
para a saúde pública, em que poderá executar-se imedia- de prévia notificação.
tamente. 2 — O disposto no número anterior não dispensa a
5 — Ao despejo de ocupante titular de contrato de arren- obtenção de prévio mandado judicial para a entrada no
damento aplica-se o disposto no Decreto-Lei n.º 157/2006, domicílio de qualquer pessoa sem o seu consentimento.
de 8 de Agosto. 3 — O mandado previsto no número anterior é conce-
dido pelo juiz da comarca respectiva a pedido do presidente
SECÇÃO V da câmara municipal e segue os termos do procedimento
cautelar comum.
Fiscalização
Artigo 96.º
SUBSECÇÃO I
Vistorias
Disposições gerais
1 — Para além dos casos especialmente previstos no
Artigo 93.º presente diploma, o presidente da câmara municipal pode
ordenar a realização de vistorias aos imóveis em que es-
Âmbito
tejam a ser executadas operações urbanísticas quando o
1 — A realização de quaisquer operações urbanísticas exercício dos poderes de fiscalização dependa da prova de
está sujeita a fiscalização administrativa, independente- factos que, pela sua natureza ou especial complexidade,
mente da sua sujeição a prévio licenciamento, admissão de impliquem uma apreciação valorativa de carácter pericial.
comunicação prévia, autorização de utilização ou isenção 2 — As vistorias ordenadas nos termos do número
de controlo prévio. anterior regem-se pelo disposto no artigo 90.º e as suas
2 — A fiscalização administrativa destina-se a assegurar conclusões são obrigatoriamente seguidas na decisão a
a conformidade daquelas operações com as disposições que respeita.
legais e regulamentares aplicáveis e a prevenir os perigos
que da sua realização possam resultar para a saúde e se- Artigo 97.º
gurança das pessoas.
Livro de obra
Artigo 94.º 1 — Todos os factos relevantes relativos à execução
Competência de obras licenciadas ou objecto de comunicação prévia
devem ser registados pelo respectivo director técnico no
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a livro de obra, a conservar no local da sua realização para
outras entidades, a fiscalização prevista no artigo anterior consulta pelos funcionários municipais responsáveis pela
compete ao presidente da câmara municipal, com a facul- fiscalização de obras.
dade de delegação em qualquer dos vereadores. 2 — São obrigatoriamente registados no livro de obra,
2 — Os actos praticados pelo presidente da câmara mu- para além das respectivas datas de início e conclusão, todos
nicipal no exercício dos poderes de fiscalização previstos os factos que impliquem a sua paragem ou suspensão, bem
no presente diploma e que envolvam um juízo de legalidade como todas as alterações feitas ao projecto licenciado ou
de actos praticados pela câmara municipal respectiva ou comunicado.
que suspendam ou ponham termo à sua eficácia podem
3 — O modelo e demais registos a inscrever no livro de
ser por esta revogados ou suspensos.
obra são definidos por portaria conjunta dos membros do
3 — No exercício da actividade de fiscalização, o pre-
sidente da câmara municipal é auxiliado por funcionários Governo responsáveis pelas obras públicas e pelo ordena-
municipais com formação adequada, a quem incumbe mento do território, a qual fixa igualmente as características
preparar e executar as suas decisões. do livro de obra electrónico.
4 — O presidente da câmara municipal pode ainda soli-
citar colaboração de quaisquer autoridades administrativas SUBSECÇÃO II
ou policiais. Sanções
5 — A câmara municipal pode contratar com empresas
privadas habilitadas a efectuar fiscalização de obras a rea- Artigo 98.º
lização das inspecções a que se refere o artigo seguinte,
bem como as vistorias referidas no artigo 64.º Contra-ordenações
6 — A celebração dos contratos referidos no número 1 — Sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal
anterior depende da observância das regras constantes ou disciplinar, são puníveis como contra-ordenação:
de decreto regulamentar de onde constam o âmbito das
obrigações a assumir pelas empresas, o respectivo regime a) A realização de quaisquer operações urbanísticas
da responsabilidade e as garantias a prestar. sujeitas a prévio licenciamento sem o respectivo alvará
de licenciamento, excepto nos casos previstos nos arti-
Artigo 95.º gos 81.º e 113.º;
b) A realização de quaisquer operações urbanísticas
Inspecções
em desconformidade com o respectivo projecto ou com
1 — Os funcionários municipais responsáveis pela fis- as condições do licenciamento ou da admissão da comu-
calização de obras ou as empresas privadas a que se refere nicação prévia;
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1019
4 — A interdição de exercício de actividade prevista à suspensão dos trabalhos qualquer dessas notificações ou
na alínea b) do n.º 1, quando aplicada a pessoa colectiva, a de quem se encontre a executar a obra no local.
estende-se a outras pessoas colectivas constituídas pelos 3 — Após o embargo, é de imediato lavrado o respec-
mesmos sócios. tivo auto, que contém, obrigatória e expressamente, a
identificação do funcionário municipal responsável pela
Artigo 100.º fiscalização de obras, das testemunhas e do notificado, a
Responsabilidade criminal data, a hora e o local da diligência e as razões de facto e
1 — O desrespeito dos actos administrativos que deter- de direito que a justificam, o estado da obra e a indicação
minem qualquer das medidas de tutela da legalidade ur- da ordem de suspensão e proibição de prosseguir a obra e
banística previstas no presente diploma constitui crime de do respectivo prazo, bem como as cominações legais do
desobediência, nos termos do artigo 348.º do Código Penal. seu incumprimento.
2 — As falsas declarações ou informações prestadas 4 — O auto é redigido em duplicado e assinado pelo
pelos responsáveis referidos nas alíneas e) e f) do n.º 1 do funcionário e pelo notificado, ficando o duplicado na posse
artigo 98.º nos termos de responsabilidade ou no livro de deste.
obra integram o crime de falsificação de documentos, nos 5 — No caso de a ordem de embargo incidir apenas
termos do artigo 256.º do Código Penal. sobre parte da obra, o respectivo auto fará expressa menção
de que o embargo é parcial e identificará claramente qual
Artigo 101.º
é a parte da obra que se encontra embargada.
Responsabilidade dos funcionários e agentes 6 — O auto de embargo é notificado às pessoas iden-
da Administração Pública
tificadas no n.º 2.
Os funcionários e agentes da Administração Pública 7 — No caso de as obras estarem a ser executadas por
que deixem de participar infracções às entidades fiscali- pessoa colectiva, o embargo e o respectivo auto são ainda
zadoras ou prestem informações falsas ou erradas sobre comunicados para a respectiva sede social ou representação
as infracções à lei e aos regulamentos de que tenham co- em território nacional.
nhecimento no exercício das suas funções incorrem em 8 — O embargo, assim como a sua cessação ou caduci-
responsabilidade disciplinar, punível com pena de sus- dade, é objecto de registo na conservatória do registo pre-
pensão a demissão.
dial, mediante comunicação do despacho que o determinou,
Artigo 101.º-A procedendo-se aos necessários averbamentos.
Legitimidade para a denúncia Artigo 103.º
1 — Qualquer pessoa tem legitimidade para comunicar Efeitos do embargo
à câmara municipal, ao Ministério Público, às ordens ou
associações profissionais, ao InCI, I. P., ou a outras en- 1 — O embargo obriga à suspensão imediata, no todo
tidades competentes a violação das normas do presente ou em parte, dos trabalhos de execução da obra.
diploma. 2 — Tratando-se de obras licenciadas ou objecto de
2 — Não são admitidas denúncias anónimas. comunicação prévia, o embargo determina também a sus-
pensão da eficácia da respectiva licença ou a admissão de
SUBSECÇÃO III comunicação prévia, bem como, no caso de obras de urba-
Medidas de tutela da legalidade urbanística nização, da licença ou comunicação prévia de loteamento
urbano a que as mesmas respeitam.
Artigo 102.º 3 — É interdito o fornecimento de energia eléctrica,
Embargo gás e água às obras embargadas, devendo para o efeito ser
notificado o acto que o ordenou às entidades responsáveis
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por lei pelos referidos fornecimentos.
a outras entidades, o presidente da câmara municipal é 4 — O embargo, ainda que parcial, suspende o prazo
competente para embargar obras de urbanização, de edifi-
que estiver fixado para a execução das obras no respec-
cação ou de demolição, bem como quaisquer trabalhos de
remodelação de terrenos, quando estejam a ser executadas: tivo alvará de licença e estabelecido para a admissão de
comunicação prévia.
a) Sem a necessária licença ou admissão de comuni-
cação prévia; Artigo 104.º
b) Em desconformidade com o respectivo projecto ou
com as condições do licenciamento ou comunicação prévia Caducidade do embargo
admitida, salvo o disposto no artigo 83.º; ou 1 — A ordem de embargo caduca logo que for proferida
c) Em violação das normas legais e regulamentares
uma decisão que defina a situação jurídica da obra com
aplicáveis.
carácter definitivo ou no termo do prazo que tiver sido
2 — A notificação é feita ao responsável pela direcção fixado para o efeito.
técnica da obra, bem como ao titular do alvará de licença 2 — Na falta de fixação de prazo para o efeito, a or-
ou apresentante da comunicação prévia e, quando possível, dem de embargo caduca se não for proferida uma decisão
ao proprietário do imóvel no qual estejam a ser executadas definitiva no prazo de seis meses, prorrogável uma única
as obras ou seu representante, sendo suficiente para obrigar vez por igual período.
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1021
Artigo 105.º demais titulares de direitos reais sobre o imóvel por carta
Trabalhos de correcção ou alteração
registada com aviso de recepção.
3 — A posse administrativa é realizada pelos funcioná-
1 — Nas situações previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1 rios municipais responsáveis pela fiscalização de obras,
do artigo 102.º, o presidente da câmara municipal pode mediante a elaboração de um auto onde, para além de se
ainda, quando for caso disso, ordenar a realização de tra- identificar o acto referido no número anterior, é especi-
balhos de correcção ou alteração da obra, fixando um ficado o estado em que se encontra o terreno, a obra e
prazo para o efeito, tendo em conta a natureza e o grau de as demais construções existentes no local, bem como os
complexidade dos mesmos. equipamentos que ali se encontrarem.
2 — Decorrido o prazo referido no número anterior 4 — Tratando-se da execução coerciva de uma ordem
sem que aqueles trabalhos se encontrem integralmente de embargo, os funcionários municipais responsáveis pela
realizados, a obra permanece embargada até ser proferida fiscalização de obras procedem à selagem do estaleiro da
uma decisão que defina a sua situação jurídica com carácter obra e dos respectivos equipamentos.
definitivo. 5 — Em casos devidamente justificados, o presidente
3 — Tratando-se de obras de urbanização ou de outras da câmara pode autorizar a transferência ou a retirada
obras indispensáveis para assegurar a protecção de interes- dos equipamentos do local de realização da obra, por sua
ses de terceiros ou o correcto ordenamento urbano, a câ- iniciativa ou a requerimento do dono da obra ou do seu
mara municipal pode promover a realização dos trabalhos empreiteiro.
de correcção ou alteração por conta do titular da licença 6 — O dono da obra ou o seu empreiteiro devem ser
ou do apresentante da comunicação prévia, nos termos dos notificados sempre que os equipamentos sejam depositados
artigos 107.º e 108.º noutro local.
4 — A ordem de realização de trabalhos de correcção ou 7 — A posse administrativa do terreno e dos equipamen-
alteração suspende o prazo que estiver fixado no respectivo tos mantém-se pelo período necessário à execução coerciva
alvará de licença ou estabelecido na comunicação prévia da respectiva medida de tutela da legalidade urbanística,
pelo período estabelecido nos termos do n.º 1. caducando no termo do prazo fixado para a mesma.
5 — O prazo referido no n.º 1 interrompe-se com a apre- 8 — Tratando-se de execução coerciva de uma ordem
sentação de pedido de alteração à licença ou comunicação de demolição ou de trabalhos de correcção ou alteração
prévia, nos termos, respectivamente, dos artigos 27.º e 35.º de obras, estas devem ser executadas no mesmo prazo
que havia sido concedido para o efeito ao seu destinatá-
Artigo 106.º rio, contando-se aquele prazo a partir da data de início da
Demolição da obra e reposição do terreno
posse administrativa.
9 — (Revogado.)
1 — O presidente da câmara municipal pode igual-
mente, quando for caso disso, ordenar a demolição total Artigo 108.º
ou parcial da obra ou a reposição do terreno nas condições
Despesas realizadas com a execução coerciva
em que se encontrava antes da data de início das obras ou
trabalhos, fixando um prazo para o efeito. 1 — As quantias relativas às despesas realizadas nos
2 — A demolição pode ser evitada se a obra for suscep- termos do artigo anterior, incluindo quaisquer indemniza-
tível de ser licenciada ou objecto de comunicação prévia ções ou sanções pecuniárias que a administração tenha de
ou se for possível assegurar a sua conformidade com as suportar para o efeito, são de conta do infractor.
disposições legais e regulamentares que lhe são aplicáveis 2 — Quando aquelas quantias não forem pagas volun-
mediante a realização de trabalhos de correcção ou de tariamente no prazo de 20 dias a contar da notificação
alteração. para o efeito, são cobradas judicialmente em processo
3 — A ordem de demolição ou de reposição a que se de execução fiscal, servindo de título executivo certidão,
refere o n.º 1 é antecedida de audição do interessado, que passada pelos serviços competentes, comprovativa das
dispõe de 15 dias a contar da data da sua notificação para despesas efectuadas, podendo ainda a câmara aceitar, para
se pronunciar sobre o conteúdo da mesma. extinção da dívida, dação em cumprimento ou em função
4 — Decorrido o prazo referido no n.º 1 sem que a or- do cumprimento nos termos da lei.
dem de demolição da obra ou de reposição do terreno 3 — O crédito referido no n.º 1 goza de privilégio imo-
se mostre cumprida, o presidente da câmara municipal biliário sobre o lote ou terrenos onde se situa a edificação,
determina a demolição da obra ou a reposição do terreno graduado a seguir aos créditos referidos na alínea b) do
por conta do infractor. artigo 748.º do Código Civil.
necessárias adaptações o disposto nos artigos 94.º a 96.º 5 — A câmara municipal fixa, no mínimo, um dia por
e 102.º a 108.º semana para que os serviços municipais competentes es-
tejam especificadamente à disposição dos cidadãos para
Artigo 109.º a apresentação de eventuais pedidos de esclarecimento ou
de informação ou reclamações.
Cessação da utilização
6 — Os direitos referidos nos n.os 1 e 3 são extensivos
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 2.º a quaisquer pessoas que provem ter interesse legítimo
do Decreto-Lei n.º 281/99, de 26 de Julho, o presidente da no conhecimento dos elementos que pretendem e ainda,
câmara municipal é competente para ordenar e fixar prazo para defesa de interesses difusos definidos na lei, quais-
para a cessação da utilização de edifícios ou de suas frac- quer cidadãos no gozo dos seus direitos civis e políticos e
ções autónomas quando sejam ocupados sem a necessária as associações e fundações defensoras de tais interesses.
autorização de utilização ou quando estejam a ser afectos
a fim diverso do previsto no respectivo alvará. Artigo 111.º
2 — Quando os ocupantes dos edifícios ou suas fracções Silêncio da Administração
não cessem a utilização indevida no prazo fixado, pode a
câmara municipal determinar o despejo administrativo, Decorridos os prazos fixados para a prática de qualquer
aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no acto especialmente regulado no presente diploma sem que
artigo 92.º o mesmo se mostre praticado, observa-se o seguinte:
3 — O despejo determinado nos termos do número ante- a) Tratando-se de acto que devesse ser praticado por
rior deve ser sobrestado quando, tratando-se de edifício ou qualquer órgão municipal no âmbito do procedimento de
sua fracção que estejam a ser utilizados para habitação, o licenciamento, o interessado pode recorrer ao processo
ocupante mostre, por atestado médico, que a execução do regulado no artigo 112.º;
mesmo põe em risco de vida, por razão de doença aguda, b) (Revogada.)
a pessoa que se encontre no local. c) Tratando-se de qualquer outro acto, considera-se
4 — Na situação referida no número anterior, o des- tacitamente deferida a pretensão, com as consequências
pejo não pode prosseguir enquanto a câmara municipal gerais.
não providencie pelo realojamento da pessoa em questão,
a expensas do responsável pela utilização indevida, nos Artigo 112.º
termos do artigo anterior.
Intimação judicial para a prática de acto legalmente devido
1 — No caso previsto na alínea a) do artigo 111.º, pode
CAPÍTULO IV
o interessado pedir ao tribunal administrativo de círculo
Garantias dos particulares da área da sede da autoridade requerida a intimação da
autoridade competente para proceder à prática do acto
Artigo 110.º que se mostre devido.
2 — O requerimento de intimação deve ser apresentado
Direito à informação em duplicado e instruído com cópia do requerimento para
1 — Qualquer interessado tem o direito de ser infor- a prática do acto devido.
mado pela respectiva câmara municipal: 3 — A secretaria, logo que registe a entrada do reque-
rimento, expede por via postal notificação à autoridade
a) Sobre os instrumentos de desenvolvimento e pla- requerida, acompanhada do duplicado, para responder no
neamento territorial em vigor para determinada área do prazo de 14 dias.
município, bem como das demais condições gerais a que 4 — Junta a resposta ou decorrido o respectivo prazo,
devem obedecer as operações urbanísticas a que se refere o processo vai com vista ao Ministério Público, por dois
o presente diploma; dias, e seguidamente é concluso ao juiz, para decidir no
b) Sobre o estado e andamento dos processos que lhes prazo de cinco dias.
digam directamente respeito, com especificação dos actos 5 — Se não houver fundamento de rejeição, o requeri-
já praticados e do respectivo conteúdo, e daqueles que mento só será indeferido quando a autoridade requerida
ainda devam sê-lo, bem como dos prazos aplicáveis a faça prova da prática do acto devido até ao termo do prazo
estes últimos. fixado para a resposta.
6 — Na decisão, o juiz estabelece prazo não superior
2 — As informações previstas no número anterior de- a 30 dias para que a autoridade requerida pratique o acto
vem ser prestadas independentemente de despacho e no devido e fixa sanção pecuniária compulsória, nos termos
prazo de 15 dias. previstos no Código de Processo nos Tribunais Adminis-
3 — Os interessados têm o direito de consultar os proces- trativos.
sos que lhes digam directamente respeito, nomeadamente 7 — Ao pedido de intimação é aplicável o disposto no
por via electrónica, e de obter as certidões ou reproduções Código de Processo nos Tribunais Administrativos quanto
autenticadas dos documentos que os integram, mediante o aos processos urgentes.
pagamento das importâncias que forem devidas. 8 — O recurso da decisão tem efeito meramente de-
4 — O acesso aos processos e passagem de certidões volutivo.
deve ser requerido por escrito, salvo consulta por via elec- 9 — Decorrido o prazo fixado pelo tribunal sem que
trónica, e é facultado independentemente de despacho e se mostre praticado o acto devido, o interessado pode
no prazo de 10 dias a contar da data da apresentação do prevalecer-se do disposto no artigo 113.º, com excepção
respectivo requerimento. do disposto no número seguinte.
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1023
2 — O pagamento das taxas referidas nos n.os 2 a 4 do planos municipais e intermunicipais de ordenamento do
artigo anterior pode, por deliberação da câmara municipal, território, medidas preventivas, áreas de desenvolvimento
com faculdade de delegação no presidente e de subdele- urbano prioritário, áreas de construção prioritária, áreas
gação deste nos vereadores ou nos dirigentes dos serviços críticas de recuperação e reconversão urbanística e alvarás
municipais, ser fraccionado até ao termo do prazo de exe- de loteamento em vigor;
cução fixado no alvará desde que seja prestada caução nos b) Zonas de protecção de imóveis classificados ou em
termos do artigo 54.º vias de classificação, reservas arqueológicas de protecção
3 — Da liquidação das taxas cabe reclamação graciosa e zonas especiais de protecção de parque arqueológico a
ou impugnação judicial, nos termos e com os efeitos previs- que se refere a Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, e o
tos no Código de Procedimento e do Processo Tributário. Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro;
4 — A exigência, pela câmara municipal ou por qual- c) (Revogada.)
quer dos seus membros, de mais-valias não previstas na d) Zonas de protecção a edifícios e outras construções
lei ou de quaisquer contrapartidas, compensações ou de interesse público a que se referem os Decretos-Leis
donativos confere ao titular da licença ou comunicação n.os 40 388, de 21 de Novembro de 1955, e 309/2009, de
prévia para a realização de operação urbanística, quando 23 de Outubro;
dê cumprimento àquelas exigências, o direito a reaver as e) Imóveis ou elementos naturais classificados como
quantias indevidamente pagas ou, nos casos em que as de interesse municipal a que se refere a Lei n.º 107/2001,
contrapartidas, compensações ou donativos sejam rea- de 8 de Setembro, e o Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23
lizados em espécie, o direito à respectiva devolução e à de Outubro;
indemnização a que houver lugar. f) Zonas terrestres de protecção das albufeiras, lagoas
5 — Nos casos de autoliquidação previstos no presente
ou lagos de águas públicas a que se refere o Decreto-Lei
diploma, as câmaras municipais devem obrigatoriamente
n.º 107/2009, de 15 de Maio;
disponibilizar os regulamentos e demais elementos neces-
sários à sua efectivação, podendo os requerentes usar do g) Zonas terrestres de protecção dos estuários a que se
expediente previsto no n.º 3 do artigo 113.º refere o Decreto-Lei n.º 129/2008, de 21 de Julho;
h) Áreas integradas no domínio hídrico público ou
privado a que se referem as Leis n.os 54/2005, de 15 de
CAPÍTULO VI Novembro, e 58/2005, de 29 de Dezembro;
i) Áreas classificadas a que se refere o Decreto-Lei
Disposições finais e transitórias n.º 142/2008, de 24 de Julho;
j) Áreas integradas na Reserva Agrícola Nacional a que
Artigo 118.º se refere o Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de Março;
Conflitos decorrentes da aplicação dos regulamentos municipais l) Áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional a
que se refere o Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto;
1 — Para a resolução de conflitos na aplicação dos
m) Zonas de protecção estabelecidas pelo Decreto-Lei
regulamentos municipais previstos no artigo 3.º podem
os interessados requerer a intervenção de uma comissão n.º 173/2006, de 24 de Agosto.
arbitral.
2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 5, a comissão 2 — As câmaras municipais mantêm igualmente actua-
arbitral é constituída por um representante da câmara mu- lizada a relação dos regulamentos municipais referidos no
nicipal, um representante do interessado e um técnico, artigo 3.º, dos programas de acção territorial em execução,
designado por cooptação, especialista na matéria sobre bem como das unidades de execução delimitadas.
que incide o litígio, o qual preside. 3 — A informação referida nos números anteriores deve
3 — Na falta de acordo, o técnico é designado pelo ser disponibilizada no sítio da Internet do município.
presidente do tribunal administrativo de círculo competente
na circunscrição administrativa do município. Artigo 120.º
4 — À constituição e funcionamento das comissões Dever de informação
arbitrais aplica-se o disposto na lei sobre a arbitragem
voluntária. 1 — As câmaras municipais e as comissões de coordena-
5 — As associações públicas de natureza profissional ção e desenvolvimento regional têm o dever de informação
e as associações empresariais do sector da construção mútua sobre processos relativos a operações urbanísticas,
civil podem promover a criação de centros de arbitragem o qual deve ser cumprido mediante comunicação a enviar
institucionalizada para a realização de arbitragens no âm- no prazo de 20 dias a contar da data de recepção do res-
bito das matérias previstas neste artigo, nos termos da lei. pectivo pedido.
2 — Não sendo prestada a informação prevista no
Artigo 119.º número anterior, as entidades que a tiverem solicitado
podem recorrer ao processo de intimação regulado nos
Relação dos instrumentos de gestão territorial, das servidões
e restrições de utilidade pública artigos 104.º e seguintes da Lei n.º 15/2002, de 22 de Fe-
e de outros instrumentos relevantes vereiro.
1 — As câmaras municipais devem manter actualizada a Artigo 121.º
relação dos instrumentos de gestão territorial e as servidões
administrativas e restrições de utilidade pública especial- Regime das notificações e comunicações
mente aplicáveis na área do município, nomeadamente: As notificações e comunicações referidas neste diploma
a) Os referentes a plano regional de ordenamento do e dirigidas aos requerentes devem ser efectuadas através
território, planos especiais de ordenamento do território, de correio electrónico ou de outro meio de transmissão
Diário da República, 1.ª série — N.º 62 — 30 de Março de 2010 1025
electrónica de dados, salvo quando esta não for possível c) O Decreto-Lei n.º 83/94, de 14 de Março;
ou se mostrar inadequada. d) O Decreto-Lei n.º 92/95, de 9 de Maio;
e) Os artigos 9.º, 10.º e 165.º a 168.º do Regulamento
Artigo 122.º Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 38 382, de 7 de Agosto de 1951.
Legislação subsidiária
A tudo o que não esteja especialmente previsto no pre- Artigo 130.º
sente diploma aplica-se subsidiariamente o Código do Entrada em vigor
Procedimento Administrativo.
O presente diploma entra em vigor 180 dias após a data
Artigo 123.º da sua publicação.
Relação das disposições legais referentes à construção
Até à codificação das normas técnicas de construção,
compete aos membros do Governo responsáveis pelas MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
obras públicas e pelo ordenamento do território promover a E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
publicação da relação das disposições legais e regulamen-
tares a observar pelos técnicos responsáveis dos projectos Portaria n.º 184/2010
de obras e sua execução, devendo essa relação constar dos
sítios na Internet dos ministérios em causa. de 30 de Março
O n.º 3 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 47/2005, de
Artigo 124.º 24 de Fevereiro, regula a percentagem a afectar ao Fundo
Depósito legal dos projectos de Estabilização Tributário (FET) do montante das co-
branças coercivas derivadas dos processos instaurados
O Governo regulamentará, no prazo de seis meses a nos serviços da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) e
contar da data de entrada em vigor do presente diploma, das receitas de natureza fiscal arrecadadas no âmbito da
o regime do depósito legal dos projectos de urbanização aplicação do Decreto-Lei n.º 124/96, de 10 de Agosto, cujo
e edificação. montante deve ser definido, anualmente, mediante portaria
Artigo 125.º do Ministro de Estado e das Finanças.
Alvarás anteriores O acréscimo de produtividade dos trabalhadores da
DGCI e da Direcção-Geral de Informática e Apoio aos
As alterações aos alvarás emitidos ao abrigo da legisla- Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA) constitui o
ção agora revogada e dos Decretos-Leis n.os 166/70, de 15 fundamento para a atribuição do suplemento previsto no
de Abril, 46 673, de 29 de Novembro de 1965, 289/73, de artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 335/97, de 2 de Dezembro, o
6 de Junho, e 400/84, de 31 de Dezembro, regem-se pelo qual é avaliado no início do ano seguinte àquele a que diz
disposto no presente diploma. respeito através da comparação entre os objectivos efecti-
vamente atingidos e os definidos nos planos de actividade
Artigo 126.º relativos à cobrança coerciva e às receitas arrecadas no
Elementos estatísticos âmbito da aplicação do Decreto-Lei n.º 124/96, de 10 de
Agosto, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do n.º 6.º da
1 — A câmara municipal envia mensalmente para o Portaria n.º 1375-A/2003, de 18 de Dezembro, que regula
Instituto Nacional de Estatística os elementos estatísticos autonomamente a remuneração das funções de gestão de
identificados em portaria dos membros do Governo res- cobrança dos créditos cedidos pelo Estado.
ponsáveis pela administração local e pelo ordenamento Competindo à administração fiscal assegurar a ges-
do território. tão dos principais impostos, de acordo com as políticas e
2 — Os suportes a utilizar na prestação da informação orientações definidas pelo Governo, e sendo responsável
referida no número anterior serão fixados pelo Instituto por cerca de 80 % da receita fiscal orçamental, para além
Nacional de Estatística, após auscultação das entidades da respeitante às autarquias, Regiões Autónomas e enti-
envolvidas. dades diversas, a sua actuação, do domínio da cobrança,
Artigo 127.º continuou, no decurso do ano de 2009, a debater-se com
Regiões Autónomas sérias adversidades decorrentes da conjuntura económica,
fortemente influenciada pelo impacto da crise financeira
O regime previsto neste diploma é aplicável às Regiões
internacional, pelo que, assumem especial relevância os
Autónomas, sem prejuízo do diploma legal que procede
resultados obtidos neste ano, em muito decorrentes do
às necessárias adaptações.
empenho e profissionalismo dos respectivos trabalhadores.
Assim:
Artigo 128.º Manda o Governo, pelo Ministro de Estado e das Fi-
(Revogado.) nanças, ao abrigo do n.º 3 do artigo 22.º do Decreto-Lei
Artigo 129.º n.º 47/2005, de 24 de Fevereiro, e do n.º 5 do n.º 1.º da
Portaria n.º 132/98, de 4 de Março:
Revogações
São revogados: Artigo único
a) O Decreto-Lei n.º 445/91, de 20 de Novembro; A percentagem a que se refere o n.º 3 do artigo 22.º
b) O Decreto-Lei n.º 448/91, de 29 de Novembro; do Decreto-Lei n.º 47/2005, de 24 de Fevereiro, é fixada