O autor do texto , num primeiro mom ento, dest aca exemplos de
sociedades em diversas épocas, desde as mais remotas até as s ociedades modernas, com a fi nalidade de c onceituar cultura. Para el e, este é um fenômeno uni camente hum ano, m as não i ndividual. Para que haja cul tura é necessário um conjunto de símbolos, códigos, qu e se assemelham formando um grupo, uma sociedade. Daí existir no mundo uma diversidade cultural riquíssima. A antropologia se preocupa c om o es tudo do homem como um ser social, capaz de criar significados às ações e ao mundo que o rodeia. Ela vai estud ar esses códigos, afim de decodificá-los, com a finalidade de entender as características de cada grupo
Essa diversidade cultural, segundo THOMAZ, acompanha a
sociedade desde a sua existência e se faz como um mecanismo diferenciador. Fazem parte da própria his tória ent re as diferentes etnias. Esse fenômeno, apesar da riqueza cultural existente, é o responsável também pelos divers os conflitos, pois ca da grupo quer defen der as suas características e impô-l as. Ele cita por exemplo a de rrubada do Império Romano, os fatos q ue levaram ao início da prim eira guerra mu ndial, como conflitos de idei as e interesses resul tantes da dive rsidade.
A alteridade, natureza ou condição do que é outro, d o que é
distinto, f az p arte das sociedades e est as podem reagir de f ormas dis tintas quando confrontada s com culturas que diferem da sua. Mas o auto r afirma que “o estra nhamento diante dos costum es de outros povos, a avaliação de formas de vi da distintas a partir dos elementos da noss a própria cultura, ” caracteriza todas as sociedades. Surge então o etnocentrismo, quando u ma s ociedade impõe que a sua cul tura é mais importante que as demais. Muito próximo ao etnocen trismo está o preconceito. Quando uma característica possui uma h egemoni a, inclusive dentro de uma mesma socieda de, pode gerar conflitos é tnicos. O autor cita como exemplo as mulheres, e sua luta pela igu aldade no deco rrer da história, os negros, as religiões e os homossexuais.
O genocídio vem de um resultado dramático do etnocentrismo. Quando uma
sociedade passa não apenas a desconsiderar a cultura de outro grupo, mas também, utiliza como fundamento para sua eliminação, seja ela física, moral ou cultural. Juntamente com ele surge o Etnocídio, que é a tentativa de exterminar a cultura de minorias. Esses dois fenômenos são vistos por todas as épocas em diferentes proporções e vigem no mundo atual. Esses grupos hipossuficientes se submetem à soberania de grupos maiores que os reprimem para que se enquadrem na sua cultura, tida como única, pura. O exemplo mais conhecido mundialmente de genocídio é o holocausto. Quanto ao etnocídio, este é percebido na imposição aos Índios de se nacionalizarem, deixando a sua cultura para se adequarem às normas da sociedade. Esta aula foi dedicada ao debate e discussão do texto 3, ‘A antropologia e o mundo contemporâneo: Cultura e Diversidade’, de Omar Ribeiro Thomaz. Os principais pontos deste texto constam de um resumo previamente encaminhado pelo professor. (RESUMO AULA 06). Com o conteúdo ministrado até aqui se conclui a primeira parte do programa desta cadeira e teve o objetivo de instrumentalizar os alunos para ter uma visão diferenciada e aberta com relação ao restante do conteúdo a ser exposto.
Etnocentrismo: É um conceito antropológico, que ocorre quando um
determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor, seja pela sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, ou até mesmo por uma diferente forma de se vestir. Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a outro. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros. Genocídio: Corresponde à eliminação física de determinado grupo ou sociedade. Etnocídio: O etnocídio consiste na destruição sistemática das diferentes culturas (indígenas, p. ex) mediante a eliminação de suas manifestações culturais e assimilação das massas nativas na cultura nacional. Apatia: A visão do homem através de sua também pode resultar em reação oposta ao etnocentrismo, que é a apatia. (a apatia causou um fenômeno nos negros que foram escravizados no Brasil, fenômeno este denominado de banzo). Relativismo cultural: (processo que se contrapõe ao etnocentrismo): É o
movimento deliberadamente oposto ao etnocentrismo. O relativismo cultural
é a forma pela qual uma cultura examina a outra sem utilizar os próprios valores, há uma busca pela lógica própria da outra cultura. Dinâmica cultural: Cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender a dinâmica é importante para atenuar o choque entre gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes. Sem a difusão da cultura não seria possível o atual grau de desenvolvimento da humanidade. Cultura jurídica: O direito pode também ser visto como uma cultura, um espaço onde se produz um pensamento, um discurso e um saber. Os primórdios da cultura jurídica, p. ex., no âmbito da civilização européia reproduziram as condições e o desenvolvimento de um processo particular de transformações que atravessou diferentes campos de atuação humana, seja religiosa e cultural, seja econômico, social, político e científico. Frases proferidas: ‘existe uma riqueza linguística muito rica no Brasil, mas a cada momento esta cultura está se perdendo’, ‘a prática do etnocídio consiste em trazer uma outra população para a cultura dominante, eliminando a sua cultura’, ‘por que trouxeram os imigrantes europeus para o Brasil? uma das políticas, por incrível que pareça teve como objetivo embraquiçar a população brasileira, dado o processo escravocrata prévio’, ‘uma cultura menos dominante ou é eliminada ou é abarcada pela mais forte’, ‘o banzo, também conhecido como melancolia negra, é um exemplo de uma reação as práticas do etnocentrismo – é o processo de aculturamento interferindo no biológico’, ‘etnocentrismo é como se fosse uma lente onde julgamos o outro com base nos nossos próprios valores’, ‘é o relativismo que leva a tolerância’, ‘o Cézar era conhecido como o homem de todas mulheres e a mulher de todos os homens’, ‘o etnocentrismo exacerbado leva ao preconceito e demais crimes hediondos’.
A antropologia e o mundo contemporâneo: cultura e diversidade
OMAR RIBEIRO THOMAZ
Objetivo do texto: mostrar como questões, voltadas ao entendimento da
história indígena no Brasil, podem ser transportadas para a nossa própria sociedade ou para outros momentos históricos.
1. UMA DEFINIÇÃO DE CULTURA
Cultura é um fenômeno unicamente humano, e se refere à capacidade que
os seres humanos têm de dar significado às suas ações e ao mudo que os rodeia. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se referindo a um fenômeno individual. Porém, em diferentes épocas e lugares, cada grupo social dá diferente significados a coisas e passagens da vida aparentemente semelhantes. O enfoque da Antropologia, portanto, é entender essas diferentes formas de pensar e agir do homem que são compartilhadas dentro de um determinado grupo.
Alguns exemplos dessas diferentes formas de pensar e agir é quando se
trata da organização social e das manifestações culturais dos nossos antepassados; a situação da mulher no Brasil (os pais escolhiam seus futuros maridos a partir de alianças entre famílias, interesses econômicos e outros); a comemoração do nascimento de um filho. Podemos entender a cultura como um código simbólico – dinâmica e coerência interna- compartilhado entre os membros de uma dada sociedade ou grupo social, que nada tem a haver com o código genético, e que através da antropologia pode ser decifrado e traduzido para membros que não pertencem a esse grupo.
O ser humano e incompleto, não recebe herança biológica de
comportamentos ou significados para determinadas ações. E a cultura se refere à essa capacidade que o ser humano tem de aprender. Portanto, não é possível uma natureza humana sem cultura, diante de um homem sem cultura estaríamos diante de uma monstruosidade.
1. A DIVERSIDADE CULTURAL
Como compreender, porém, as diferenças entre as culturas? Como agir
diante de manifestações culturais tão dispares?
A diversidade cultural, a não ser em tempos remotos, tem acompanhado a
própria história da humanidade. Quando um encontro entre duas sociedades parece gerar um resultado homogêneo, no interior desta mesmo sociedade surgem diferenças significativas marcando fronteiras entre os grupos sociais. Por outro lado, sociedade que estão em contato há muito tempo mantêm com zelo esses elementos que marcam a sua identidade. Exemplo disso, é história do Império Romano - que resultou em novas nações e novos Estados-nações – e também o fim dos Impérios europeus na África e na Ásia, que além do aparecimento de novos Estados, também revelou conflitos entre os povos no interior das novas fronteiras.
Ou seja, se um por um lado as sociedades humanas não estão
completamente isoladas, por outro parece que o contato entre diferentes sociedades, ou a existência de grandes civilizações vem sempre acompanhado de um processo de diversidade cultural. Portanto, a diversidade cultural faz parte da própria história das relações entre as diferentes sociedades humanas. No entanto, na prática, a questões torna-se bastante conflitante.
1. O ETNOCENTRISMO E O PRECONCEITO
Etnocentrismo: estranhamento diante dos costumes de outros povos, e a
avaliação de formas de vida distintas a partir dos elementos da cultura do indivíduo. O etnocentrismo consiste em julgar como “certo” ou “errado”, “feio” ou “bonito”, “normal” ou “anormal” os comportamentos e as formas de ver o mundo dos outros povos a partir dos próprios padrões culturais. Exemplo: intolerância religiosa.