Você está na página 1de 5

MAR RIBEIRO TH OMAZ

O autor do texto , num primeiro mom ento, dest aca exemplos de


sociedades em diversas épocas, desde as mais remotas até as s
ociedades
modernas, com a fi nalidade de c onceituar cultura. Para el e, este é um
fenômeno uni camente hum ano, m as não i ndividual. Para que haja cul tura
é necessário um conjunto de símbolos, códigos, qu e se assemelham
formando um grupo, uma sociedade. Daí existir no mundo uma
diversidade cultural riquíssima. A antropologia se preocupa c om o es
tudo do homem como um ser social, capaz de criar significados às
ações e ao mundo que o rodeia. Ela vai estud ar esses códigos, afim de
decodificá-los, com a finalidade de entender as características de cada grupo

Essa diversidade cultural, segundo THOMAZ, acompanha a


sociedade desde a sua existência e se faz como um mecanismo
diferenciador. Fazem parte da própria his tória ent re as diferentes etnias.
Esse fenômeno, apesar da riqueza cultural existente, é o responsável
também pelos divers os conflitos, pois ca da grupo quer defen der as
suas
características e impô-l as. Ele cita por exemplo a de rrubada do Império
Romano, os fatos q ue levaram ao início da prim eira guerra mu ndial, como
conflitos de idei as e interesses resul tantes da dive rsidade.

A alteridade, natureza ou condição do que é outro, d o que é


distinto, f az p arte das sociedades e est as podem reagir de f ormas dis
tintas
quando confrontada s com culturas que diferem da sua. Mas o auto r
afirma que “o estra nhamento diante dos costum es de outros povos, a
avaliação de formas de vi da distintas a partir dos elementos da noss a
própria cultura, ” caracteriza todas as sociedades. Surge então o
etnocentrismo, quando u ma s ociedade impõe que a sua cul tura é mais
importante que as demais. Muito próximo ao etnocen trismo está o
preconceito. Quando uma característica possui uma h egemoni a, inclusive
dentro de uma mesma socieda de, pode gerar conflitos é tnicos. O autor
cita como exemplo as mulheres, e sua luta pela igu aldade no deco rrer
da história, os negros, as religiões e os homossexuais.

O genocídio vem de um resultado dramático do etnocentrismo. Quando uma


sociedade passa não apenas a desconsiderar a cultura de outro grupo,
mas também, utiliza como fundamento para sua eliminação, seja ela física,
moral ou cultural. Juntamente com ele surge o Etnocídio, que é a tentativa
de exterminar a cultura de minorias. Esses dois fenômenos são vistos
por todas as épocas em diferentes proporções e vigem no mundo atual.
Esses grupos hipossuficientes se submetem à soberania de grupos maiores
que os reprimem para que se enquadrem na sua cultura, tida como única,
pura. O exemplo mais conhecido mundialmente de genocídio é o
holocausto. Quanto ao etnocídio, este é percebido na imposição aos Índios
de se nacionalizarem, deixando a sua cultura para se adequarem às normas da
sociedade.
Esta aula foi dedicada ao debate e discussão do texto 3, ‘A antropologia e o
mundo contemporâneo: Cultura e Diversidade’, de Omar Ribeiro Thomaz.
Os principais pontos deste texto constam de um resumo previamente
encaminhado pelo professor. (RESUMO AULA 06).
Com o conteúdo ministrado até aqui se conclui a primeira parte do programa
desta cadeira e teve o objetivo de instrumentalizar os alunos para ter uma visão
diferenciada e aberta com relação ao restante do conteúdo a ser exposto.

Etnocentrismo: É um conceito antropológico, que ocorre quando um


determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos
e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor, seja pela sua
condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, ou até mesmo por uma
diferente forma de se vestir. Essa avaliação é, por definição, preconceituosa,
feita a partir de um ponto de vista específico. Basicamente, encontramos em tal
posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a outro. Do
ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a
diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros.
Genocídio: Corresponde à eliminação física de determinado grupo ou
sociedade.
Etnocídio: O etnocídio consiste na destruição sistemática das diferentes
culturas (indígenas, p. ex) mediante a eliminação de suas manifestações
culturais e assimilação das massas nativas na cultura nacional.
Apatia: A visão do homem através de sua também pode resultar em reação
oposta ao etnocentrismo, que é a apatia. (a apatia causou um fenômeno nos
negros que foram escravizados no Brasil, fenômeno este denominado de
banzo).
Relativismo cultural: (processo que se contrapõe ao etnocentrismo): É o

movimento deliberadamente oposto ao etnocentrismo. O relativismo cultural


é a forma pela qual uma cultura examina a outra sem utilizar os próprios
valores, há uma busca pela lógica própria da outra cultura.
Dinâmica cultural: Cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender
a dinâmica é importante para atenuar o choque entre gerações e evitar
comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a
humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes.
Sem a difusão da cultura não seria possível o atual grau de desenvolvimento
da humanidade.
Cultura jurídica: O direito pode também ser visto como uma cultura, um
espaço onde se produz um pensamento, um discurso e um saber. Os
primórdios da cultura jurídica, p. ex., no âmbito da civilização européia
reproduziram as condições e o desenvolvimento de um processo particular de
transformações que atravessou diferentes campos de atuação humana, seja
religiosa e cultural, seja econômico, social, político e científico.
Frases proferidas: ‘existe uma riqueza linguística muito rica no Brasil, mas a
cada momento esta cultura está se perdendo’, ‘a prática do etnocídio consiste
em trazer uma outra população para a cultura dominante, eliminando a sua
cultura’, ‘por que trouxeram os imigrantes europeus para o Brasil? uma das
políticas, por incrível que pareça teve como objetivo embraquiçar a população
brasileira, dado o processo escravocrata prévio’, ‘uma cultura menos
dominante ou é eliminada ou é abarcada pela mais forte’, ‘o banzo, também
conhecido como melancolia negra, é um exemplo de uma reação as práticas
do etnocentrismo – é o processo de aculturamento interferindo no biológico’,
‘etnocentrismo é como se fosse uma lente onde julgamos o outro com base nos
nossos próprios valores’, ‘é o relativismo que leva a tolerância’, ‘o Cézar era
conhecido como o homem de todas mulheres e a mulher de todos os
homens’, ‘o etnocentrismo exacerbado leva ao preconceito e demais
crimes hediondos’.
    

A antropologia e o mundo contemporâneo: cultura e diversidade

OMAR RIBEIRO THOMAZ

Objetivo do texto: mostrar como questões, voltadas ao entendimento da


história indígena no Brasil, podem ser transportadas para a nossa própria
sociedade ou para outros momentos históricos.

1. UMA DEFINIÇÃO DE CULTURA

Cultura é um fenômeno unicamente humano, e se refere à capacidade que


os seres humanos têm de dar significado às suas ações e ao mudo que os rodeia.
A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se
referindo a um fenômeno individual. Porém, em diferentes épocas e lugares,
cada grupo social dá diferente significados a coisas e passagens da vida
aparentemente semelhantes. O enfoque da Antropologia, portanto, é entender
essas diferentes formas de pensar e agir do homem que são compartilhadas
dentro de um determinado grupo.

Alguns exemplos dessas diferentes formas de pensar e agir é quando se


trata da organização social e das manifestações culturais dos nossos
antepassados; a situação da mulher no Brasil (os pais escolhiam seus futuros
maridos a partir de alianças entre famílias, interesses econômicos e outros); a
comemoração do nascimento de um filho.
Podemos entender a cultura como um código simbólico – dinâmica e
coerência interna- compartilhado entre os membros de uma dada sociedade ou
grupo social, que nada tem a haver com o código genético, e que através da
antropologia pode ser decifrado e traduzido para membros que não pertencem a
esse grupo.

O ser humano e incompleto, não recebe herança biológica de


comportamentos ou significados para determinadas ações. E a cultura se refere
à essa capacidade que o ser humano tem de aprender. Portanto, não é possível
uma natureza humana sem cultura, diante de um homem sem cultura
estaríamos diante de uma monstruosidade.

1. A DIVERSIDADE CULTURAL

Como compreender, porém, as diferenças entre as culturas? Como agir


diante de manifestações culturais tão dispares?

A diversidade cultural, a não ser em tempos remotos, tem acompanhado a


própria história da humanidade. Quando um encontro entre duas sociedades
parece gerar um resultado homogêneo, no interior desta mesmo sociedade
surgem diferenças significativas marcando fronteiras entre os grupos sociais.
Por outro lado, sociedade que estão em contato há muito tempo mantêm com
zelo esses elementos que marcam a sua identidade. Exemplo disso, é história do
Império Romano - que resultou em novas nações e novos Estados-nações – e
também o fim dos Impérios europeus na África e na Ásia, que além do
aparecimento de novos Estados, também revelou conflitos entre os povos no
interior das novas fronteiras.

Ou seja, se um por um lado as sociedades humanas não estão


completamente isoladas, por outro parece que o contato entre diferentes
sociedades, ou a existência de grandes civilizações vem sempre acompanhado de
um processo de diversidade cultural. Portanto, a diversidade cultural faz parte
da própria história das relações entre as diferentes sociedades humanas. No
entanto, na prática, a questões torna-se bastante conflitante.

1. O ETNOCENTRISMO E O PRECONCEITO

Etnocentrismo: estranhamento diante dos costumes de outros povos, e a


avaliação de formas de vida distintas a partir dos elementos da cultura do
indivíduo. O etnocentrismo consiste em julgar como “certo” ou “errado”, “feio”
ou “bonito”, “normal” ou “anormal” os comportamentos e as formas de ver o
mundo dos outros povos a partir dos próprios padrões culturais. Exemplo:
intolerância religiosa.

Você também pode gostar