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O Mediterrâneo Oriental

(1500 – 1100 a.C.)


VAN DE MIEROOP, Marc. The
Eastern Mediterranean in early antiquity, in:
HARRIS, W. V. (ed.) Rethinking the
Mediterranean. Oxford, 2005.
(Síntese do texto – Prof. Monica Selvatici - UEL)
O Mediterrâneo como um sistema
O Mediterrâneo como um sistema
• Evolução política da região na segunda
metade do segundo milênio a.C.:
O Mediterrâneo como um sistema
• Evolução política da região na segunda
metade do segundo milênio a.C.:
• São notáveis as semelhanças em termos de
desenvolvimento e declínio dos diferentes
estados em períodos semelhantes;
O Mediterrâneo como um sistema
• Evolução política da região na segunda
metade do segundo milênio a.C.:
• São notáveis as semelhanças em termos de
desenvolvimento e declínio dos diferentes
estados em períodos semelhantes;
• Organização social e política comum aos
diversos estados – situação geral de
debilidade política e econômica revertida em
fins do século XVI e XV no Egito e na
Mesopotâmia (Babilônia e Assíria).
O Mediterrâneo como um sistema
• Egito tem sua peculiaridade: Estado territorial
desde o IV milênio e o Novo Império se
ampliou em termos nunca alcançados antes
ou depois na história do Egito;
O Mediterrâneo como um sistema
• Egito tem sua peculiaridade: Estado territorial
desde o IV milênio e o Novo Império se
ampliou em termos nunca alcançados antes
ou depois na história do Egito;
• Já é mais difícil perceber as mudanças em
relação ao reino do Elam e ao mundo egeu;
O Mediterrâneo como um sistema
• Egito tem sua peculiaridade: Estado territorial
desde o IV milênio e o Novo Império se
ampliou em termos nunca alcançados antes
ou depois na história do Egito;
• Já é mais difícil perceber as mudanças em
relação ao reino do Elam e ao mundo egeu;
• Na Anatólia hitita e na Síria do reino Mittani
há um processo de centralização do poder;
O Mediterrâneo como um sistema
• Egito tem sua peculiaridade: Estado territorial desde
o IV milênio e o Novo Império se ampliou em termos
nunca alcançados antes ou depois na história do
Egito;
• Já é mais difícil perceber as mudanças em relação ao
reino do Elam e ao mundo egeu;
• Na Anatólia hitita e na Síria do reino Mittani há um
processo de centralização do poder;
• A única exceção à tendência geral de unidades
políticas maiores foi a área sírio-palestina –
pequenos estados ao redor de uma única cidade.
O Mediterrâneo como um sistema
• “A ideia de que os desenvolvimentos simultâneos e
paralelos foram acidentais contrasta com o
verdadeiro caráter internacional da era
subsequente. Se olhamos para a região como um
todo, como um sistema, podemos interpretá-los
através de um modelo explicativo chamado ‘Peer
Polity Interaction’ (...) O conceito parece, portanto,
idealmente adequado para investigar mudanças no
Mediterrâneo oriental na segunda metade do
segundo milênio porque evita acentuar o
predomínio de um centro e não observa as
unidades do entorno de forma isolada”. (Van de
Mieroop, 2005)
Estrutura social
• Conjunto de características políticas e sociais
era compartilhado por todos os estados neste
período:
• - “Todos os estados da região, inclusive os
siro-palestinos, foram formados a partir de
estritas sociedades hierárquicas em que uma
pequena e suntuosa elite dominava o restante
da população” – Construção de grandes
palácios separando a elite dirigente de seus
súditos. Exemplo: Akhetaton no Egito.
Pequeno templo de Aton – Akhetaton
Fonte: © Wikimedia Commons -
https://en.wikipedia.org/wiki/Amarna#/media/File:Small_aten_temple.jpg)
• Construção de grandes templos para os
deuses favorecidos pelas dinastias. Ex:
Templos de Luxor e Karnak.
Estrutura social
• Construção de grandes templos para os
deuses favorecidos pelas dinastias. Ex:
Templos de Luxor e Karnak.
• Presença de uma hierarquia social dual,
distinguindo os dependentes do palácio do
restante da população das comunidades
aldeãs (que era livre, mas devia pagar
impostos ou proporcionar trabalhos pesados
quando exigida).
Na guerra...
• A interação entre os reinos era altamente
competitiva, porque sabiam que precisavam
conviver. Não foi um período pacífico, mas a
região como um todo não estava submetida
militarmente a um único estado, como
ocorreu no primeiro milênio, com o domínio
assírio.
Na guerra...
• A interação entre os reinos era altamente
competitiva, porque sabiam que precisavam
conviver. Não foi um período pacífico, mas a
região como um todo não estava submetida
militarmente a um único estado, como
ocorreu no primeiro milênio, com o domínio
assírio.
• Introdução de carros de guerra em todos os
exércitos.
Ramsés II na batalha de Kadesh (revelo
do templo de Abu Simbel)
Fonte: https://abagond.files.wordpress.com/2017/06/battle-of-kadesh.jpg
Interações culturais e mercantis
• A interação não ocorria somente na guerra.
Havia competição em termos de riqueza e
poder por meio de demonstração de status e
ostentação.
Interações culturais e mercantis
• A interação não ocorria somente na guerra. Havia
competição em termos de riqueza e poder por
meio de demonstração de status e ostentação.
• As elites dos diferentes reinos eram
culturalmente parecidas. A língua acadiana era
utilizada em termos da correspondência
internacional. Ex: um fragmento do relato da
epopeia de Gilgamesh foi encontrado em
Megiddo na Palestina, além de outros exemplos
de literatura acadiana encontrados na capital
hitita, em Ugarit e em Akhetaton.
Interações culturais e mercantis
• A interação não ocorria somente na guerra. Havia
competição em termos de riqueza e poder por meio de
demonstração de status e ostentação.
• As elites dos diferentes reinos eram culturalmente
parecidas. A língua acadiana era utilizada em termos da
correspondência internacional. Ex: um fragmento do
relato da epopeia de Gilgamesh foi encontrado em
Megiddo na Palestina, além de outros exemplos de
literatura acadiana encontrados na capital hitita, em
Ugarit e em Akhetaton.
• Havia ainda um grande intercâmbio de bens de
prestígio, como marfim, ouro e madeiras duras, no
comércio marítimo.

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