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Aluno(a): Adriana O.

da Silva - Matricula: 210800059

Juliano C. Barbosa - Matricula: 180800198

Maria Aparecida da Cruz – Matricula: 200800072

PRÁTICA PENAL I

Professor Alexsandro Camargo Silvares

Unidade: Doctum Serra

Turma: 7ª

CASO PRÁTICO – RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas
penas previstas no art. 213, c/c art. 224, alínea b, do Código Penal, por crime praticado contra
Geisa, de 20 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi
narrada nos seguintes termos: “No mês de agosto de 2000, em dia não determinado,
Alessandro dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo
de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Geisa, o denunciado
constrangeu-a a manter com ele a conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima,
atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de
violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção
carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistência aos
seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é
deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.” Nos autos, havia somente a peça inicial
acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do
acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XX recebeu a denúncia e determinou a citação
do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2008.
Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad
juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. Disse, então,
a seu advogado que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a namorava havia
algum tempo, que sua avó materna, Romilda, e sua mãe, Geralda, que moram com ele, sabiam
do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda,
que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o promotor,
segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Alessandro informou que não havia qualquer
prova da debilidade mental da vítima. Questão: Em face da situação hipotética apresentada,
redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa
de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Em seu texto, não crie fatos novos, inclua a
fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas e date o documento no último dia
do prazo para protocolo.

Obs. Pode ser feita em dupla ou trio. Obs. Vale 5 pontos.


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2.ª  VARA CRIMINAL
DA COMARCA DE________/____

ALESSANDRO..........., Nacionalidade......, Estado Civil........, Profissão....., portador do


documento do registro geral nº......, inscrito no cadastro de pessoas físicas
nº......,Residente e Domiciliado  ........, Bairro ..............Cep:.........., Cidade.........,
Estado.........nos autos da ação penal nº______ que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA,
por seu advogado(a) que esta subscreve (procuração anexa,), vem, respeitosamente, à
presença de  Vossa Excelência, apresentar:

RESPOSTA À ACUSAÇÃO / DEFESA ESCRITA

O que o faz com fulcro nos artigos 396 e 396-A do CPP, pelas razões fáticas e jurídicas
a seguir expostas:

1- DOS FATOS 

ALESSANDRO, de 22 anos de idade, no mês de agosto de 2000, foi à residência de


Geisa, para assistir, a um jogo de futebol, e nesse momento aconteceu que mantiveram
conjunção carnal, que resultou na gravidez de Geisa. Foi denunciado, pelo Ministério
Público, por suposto crime de estupro praticado contra Geisa, de 20 anos; afirma a
acusação que Geisa é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma, mas,
relacionavam com o  conhecimento tanto da mãe e avó de Alessandro, quanto da
própria família da Geisa, e esse relacionamento já havia uma certa constância
temporal.

2- DO DIREITO

Em face da situaçao hipotética, em que o fato ocorreu, conforme narrado na


denúncia, no mês de agosto do ano 2000, e a Citação tendo sido efetivada em
2008,Caso reconhecida a tese devera o Sr. Juiz de Direito conceder a nulidade por
falta de legitimidade do Representante, declarar a extinção de punibilidade em
relação ao denunciado, haja vista, ocorrência de decadência do direito de queixa
por parte do ofendido, já que passado mais de oito anos dos fatos. Declarar a
Absolvição sumária nos termos do Artigo 397, III o fato narrado evidentemente não
constitui crime, a denúncia vem embasada apenas com os depoimentos prestados
na fase de inquérito policial, e a folha de antecedentes penais do acusado .e a
absolvição sumária nos termos do artigo 397, II, ambos do CPP, pois além da
atipicidade da conduta, como o denunciado era inimputável à época dos fatos ha causa
de excludente da culpabilidade (art. 27, do CP)
Não há qualquer prova da debilidade mental da vítima. Não acha escopo o crime
descrito na inicial (estupro praticado com violência presumida), devendo o M. M.
Juiz de Direito Absolver Sumariamente o denunciado.

2.1 DAS PRELIMINARES

Diante o exposto, segue análise:

a) O artigo 5º § 4º do CPP, cujo crimes sejam de ação pública condicionada, o


inquérito policial, depende de representação, não podendo sem ela ser iniciada, e
quem seria legítimo à essa representação seria Geisa , vítima ou familiares, artigo 24
CPP.

b) Como o fato ocorreu no mês de agosto de 2000 o direito à representação decaiu


após os 06 meses do ocorrido, A decadência é um presupoto à nulidade, com
previsão no artigo 103 CP.

c) Feriu-se à forma processual disposta no artigo 564 III, A do CPP, que prevê : A
nulidade ocorrerá nos seguintes casos: - por falta das fórmulas ou dos termos
seguintes: a) a denúncia ou a queixa e a representação.

d) Encontramos nulidade por incompetência do Juíz (art. 564, I, CPP), uma vez que o
caso em tela remonta aos envolvidos menores de idade, cabendo a Vara da Infância e
Juventude o processamento da causa, visto que eram Ininputável o denunciado à
época dos fatos.
e) Ocorre a ilegitimidade ativa, o MP não é parte legítima para promover a ação penal
e o acusado, é época do crime, era menor de idade.

2.1 DO MÉRITO

a) Observado o reconhecimento da decadência, Art. 103 do CP "Salvo disposição


expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação
se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a
saber quem é o autor do crime"

b) Sendo assim, na presente data ao fato, o Ministério Público, não têm a legitimidade
para iniciar à denúncia, tanto pela falta do pressuposto da representação do ofendido
bem como também o lapso temporal entre o ocorrido, ano 2000 e a denúncia, ano
2008.

c) Estamos então diante da Extinção da Punibilidade, nos termos do artigo 107,


inciso IV, do Código Penal; Extingue-se a punibilidade: pela prescrição, decadência
ou perempção; caso ocorrido em 2000, denúncia, ano 2008.

d) A menoridade tanto do réu, quanto da vítima, nos, faz concluir ,com base nos artigo
397 do CPP, a Nulidade da denuncia, pelos todos os ítens presentes nesse
dispositivo,

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato,

II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente

III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime

IV - extinta a punibilidade do agente

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato,

e) Encontramos uma Atipicidade da conduta, seja pelo fato do desconhecimento da


situação de Geisa, como pelo consentimento da família. Art. 386 do CPP.

Desse modo,Vossa Excelência, espera se a Absolvição Sumaria do acusado.


3- DO PEDIDOS

Diante de todo o exposto, postula se 

a) Requer que seja Anulado Ab Initio ,o processo , nos termos do artigo 564 III, A
do CPP c/c. Art.103, 107, inciso IV do CP.

b) Caso não seja este o entendimento, pede se a  ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do réu,


conforme o Art 397- I , II, III, IV e 386- VI do CPP.

c) Última hipótese, requer a intimação das testemunhas abaixo arroladas.

ROL DE TESTEMUNHAS

1) Nome......., Residência..........RG........., CPF.........

2) Nome......., Residência..........RG........., CPF.........

3) Nome......., Residência..........RG........., CPF.........

Por ser, como medida da mais lídima justiça.

Nestes Termos

Pede Deferimento

Local....... data: 28/11/2018.

Advogado(a)...........

OAB Nº..................

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