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Cristina Alves Tubino OAB/DF 16.

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Advogada

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DA PRIMEIRO JUIZADO DE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DE

BRASÍLIA/DF

FULANA DE TAL, (qualificação), devidamente qualificadas nos autos

do processo em epígrafe, vem, por meio de sua advogada (instrumento

procuratório anexo), perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos

5o., parágrafo 5o., 38 e 44, todos do Código de Processo Penal (CPP), propor a

presente

QUEIXA-CRIME

Contra BELTRANO DE TAL, (QUALIFICAÇÃO) pelas razões de fato e de

direito a seguir aduzidas:

Ressalte-se que obedecido devidamente o prazo decadencial previsto

no artigo 38 do CPP, pois o conhecimento do autor do fato se deu no dia 26

(vinte e seis) de outubro de 2012. Desta forma, o prazo para a propositura da

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presente se completaria no dia 22/04/2013 e a presente é proposta hoje,

19/04/2013.

DOS FATOS

A Querelante manteve com o Queralado relacionamento amoroso

durante quatorze anos, dendo que este findou-se em meados do mês de

outubro de 2012.

Além de outras ofensas que vinham sendo proferidas, mas que não são

objeto da presente, no dia 26/10/2012 o Querelado enviou à Querelante um

e-mail, cuja cópia segue anexa, em que xinga a Querelante de “PIRIGUETE”,

“PISTOLEIRA”, “VADIAZINHA, além de insinuar condutas inverídicas que e

ofensivas, entre várias outras, in verbis:

“(…) Chegou pela manhã no Pier a cara era de uma

vadia que tinha passado a noite na fudelança(…)”

“(…) chegou com a buceta e o rabo impregnado do

cheiro de sexo, nem tomando banho conseguiu tirar

os odores, foi uma droga, obviamente para mim, pois

a PERIGUETE já tinha aproveitado com outro na

noitada, outro AMIGO, AMANTE, FICANTE sei lá o

que (…)”

As citações acima, apesar de suficientes para caracterizar o crime de

injúria são meramente exemplificativas, pois o e-mail em sua compleitude visa

injuriar e ofender a Querelante, além de ameaçar publicar na internet fotos

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que tirou daquela em momentos de intimidade e confiança mútua. Esse último

fato é objeto de apuração nos autos 2012.01.1.168616-9.

Ressalte-se que nos autos acima mencionados, que se originaram de

ocorrência policial registrada na Segunda Delegacia de Polícia, foram fixadas

Medidas Protetivas, conforme decisão proferida pelo Juiz de Plantão (fls. 19

a 20 dos autos do Inquérito Policial), autoridade que determinou, também a

apreensão de arma de fogo de propriedade do Querelado (fls. 21 a 22 dos

autos do Inquérito Policial).

Importante mencionar que em Audiência Preliminar realizada nesse

Juízo em 05/12/2012 a Querelante manteve a representação quanto ao crime

de ação penal pública condicionada apurada nos autos já mencionados.

De todos os fatos expostos fica indubitavelmente comprovado, por

meio documental o cometimento do crime de injúria, senão vejamos.

DO DIREITO

O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 140 define o crime de

INJÚRIA nos seguintes termos:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a


dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

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Pois bem, com sua conduta o Querelante ofendeu a dignidade e o

decoro da Querelante, atingindo sua honra subjetiva e sua autoestima.

No dizer de Guilherme Nucci, em sua obra Manual de Direito Penal, da

editora Revista dos Tribunais, 7a. edição:

“é preciso que a ofensa atinja a dignidade

(respeitabilidade ou amor- próprio) ou o decoro

(correção moral ou compostura) de alguém.

Portanto, é um insulto que macula a honra subjetiva,

arranhando o conceito que a vítima faz de si

mesma”.

E conclui afirmando que

“todas as atitudes tendentes a ferir a dignidade

alheia constituem elementos válidos para a

realização do crime”.

No caso presente a Querelante é funcionária pública, respeitável, com

família e foi desnecessariamente ofendida com xingamentos, ofensas e

imputação de condutas pejorativas que não são verdadeiras e que atingiram

gravemente sua dignidade.

A conduta do Querelado excedeu em muito tolerável socialmente e ele,

claramente, teve a vontade específica de magoar e ferir a imagem da vítima,

de forma que verificado, sem qualquer dúvida, o elemento subjetivo do tipo, o

animus injuriandi.

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Por tais razões requer-se a Vossa Excelência:

A) o recebimento da presente Queixa Crime, posto que

existentes os requisitos do artigo 41 do CPP;

B) a CITAÇÃO do Querelado para acompanhar o presente

feito até final decisão;

C) ao final, requer a condenação do Querelado nas penas do

crime de injúria, conforme previsão do artigo 140 do CP;

D) requer, ainda, a oitiva das testemunhas arroladas no rol

abaixo, as quais comparecerão independentemente de

intimação.

Nestes termos, requer deferimento.

Brasília /DF, 19 de abril de 2013.

Cristina Alves Tubino

OAB/DF 16.307

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