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DOUTO JUÍZO DA XX VARA DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA


COMARCA DE XXXXXXXX
ÉRICA, brasileira, casada, (profissão), inscrita no CPF sob
o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e
domiciliada na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro
XXXXXXX, (cidade), (estado), vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua
advogada, que esta subscreve (procuração com poderes
especiais em anexo), oferecer a presente:
QUEIXA-CRIME
Com fundamento no artigo 100, § 2º do Código Penal,
artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, contra
RAFAEL, brasileiro, casado, (profissão), inscrito no CPF
sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e
domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro
XXXXXXX, (cidade), (estado), pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos.
DOS FATOS
A querelante, casada com o querelado desde 2010, sob
regime de separação total de bens, mas sem filhos, estando
muito insatisfeita com a relação conjugal, teve iniciativa em
um pedido de divórcio, o que causou revolta em seu
cônjuge, o qual ocupa o polo passivo desta ação.
Por volta do dia 08 de setembro de 2020, Rafael verificou,
através de suas redes sociais, que Erica já estava informando
aos amigos das redes, sobre sua separação. Com isso, em um
surto de fúria, ele voltou até a casa, onde, até então, ambos
residiam e ateou fogo em todas as roupas e pertences
pessoais de Erica, inclusive, fez uso de um martelo para
deteriorar completamente o carro de propriedade exclusiva
de sua esposa, um BMW, o que fez a querelante sair de casa
ir para a casa de sua mãe.
Ainda em total descontrole, o querelado usou as redes
sociais, para realizar diversas postagens e mensagens
agressivas e atentatórias contra a honra de sua esposa, com a

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finalidade de denegrir sua imagem perante os amigos e
pessoas em geral. Dentre as mensagens, podemos citar
ofensas do tipo: “Erica, sua piranha, a verdade é que você
não vale nada e está me traindo!!!” e “Pessoal, vocês não
conhecem essa vagabunda! Riquinha de merda e viciada!!!”,
constrangendo a querelante e ferindo a sua honra.
Revoltada com os recentes acontecimentos, Erica procurou a
delegacia especializada de violência doméstica contra a
mulher, relatando o ocorrido e requerendo medidas
protetivas em seu favor. Em 09 de setembro de 2020, o juiz
do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher, tomou conhecimento dos fatos e deferiu o pedido de
medida protetiva de urgência,
Foram aplicadas as medidas de afastamento do lar, de
impedimento de aproximação da ofendida, de seus
familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
200m (duzentos metros) de distância entre estes e o agressor,
além de ter proibido o contato de Rafael com Erica por
qualquer meio de comunicação.
DO DIREITO
O Art. 5º da Lei nº 11.340 (Lei de Violência Doméstica e
Familiar Contra a Mulher), conceitua Violência Doméstica,
onde seu inciso III pode ser aplicado à presente queixa-
crime.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
A Lei nº 11.340 (Lei de Violência Doméstica e Familiar
Contra a Mulher), em seu Art. 7º, inciso IV, define a
violência patrimonial contra a mulher, vejamos o artigo in
verbis:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher, entre outras:

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IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer
conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;
A requerente sofreu lesão ao seu patrimônio pessoal, teve
seu veículo automotor deteriorado e seus bens pessoais
queimados, obtendo com isso considerável prejuízo. O tipo
penal correspondente à conduta de destruir ou danificar bens
da mulher é o crime de dano, previsto no art. 163 do Código
Penal.
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
(....)
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva,
se o fato não constitui crime mais grave
(...)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além
da pena correspondente à violência.
Com base nos fatos narrados e nos artigos transcritos, resta
evidente a autoria delitiva do querelado no crime de Dano
qualificado, onde a ação penal é privada e a pena é de 6
meses a 3 anos e multa.
A Sexta Turma do STJ entendeu que é necessário comprovar
a vontade que o autor teve de causar prejuízo ao ofendido,
para que seja caracterizado o ilícito penal. Vejamos:
STJ. Sexta Turma: "Para a configuração do crime de
dano, imprescindível o animus nocendi, ou seja, o dolo
específico de causar prejuízo ao dono da coisa" (HC
48.284/MS Relator: Min. Hélio Quaglia Barbosa. Data do
julgamento: 21/02/2006).
É inequívoco o entendimento de que a querelante também

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sofreu atentados contra a sua honra e à sua imagem, tendo
sido ofendida por meio de redes sociais por Rafael, com
palavras de baixo calão, como “vagabunda”, “riquinha de
merda” e “piranha”, configurando assim, o crime de Injúria,
onde a honra subjetiva é lesionada.
O Código Penal em seu Art. 140, caput, traz expressamente
sobre o delito de Injúria:
Art. 149 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou
o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Injuriar alguém, significa imputar a este uma condição de
inferioridade perante a si mesmo, pois ataca de forma direta
seus próprios atributos pessoais. Importante ressaltar que,
neste crime, a honra objetiva também pode ser afetada.
Pode-se esclarecer de maneira mais coesa a honra subjetiva,
pelo entendimento doutrinário de Aníbal Bruno:
“Injúria é a palavra ou gesto ultrajante com que o agente
ofende o sentimento de dignidade da vítima. O código
distingue, um pouco ociosamente, dignidade e decoro. A
diferença entre esses dois elementos do tipo é tênue e
imprecisa, o termo dignidade podendo compreender o
decoro. Entre nós costumava-se definir a dignidade como
o sentimento que o indivíduo tem de seu próprio valor
social e moral; decoro como a sua respeitabilidade...”
Segundo o entendimento jurisprudencial, o delito de Injúria
é de exclusiva iniciativa privada da ofendida, devendo ser
oferecida queixa-crime contra a agressor, dentro do prazo de
6 meses, contados a partir do conhecimento da autoria do
delito.
EMENTA: RECURSO EM HABEAS CORPUS.
INJÚRIA SIMPLES. LEI MARIA DA PENHA. AÇÃO
PENAL PRIVADA. ILEGITIMIDADE ATIVA AD
CAUSAM DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.
TRANSCURSO DO PRAZO PARA OFERECIMENTO
DE QUEIXA-CRIME. DECADÊNCIA. PARECER
ACOLHIDO.
1. O Ministério Público estadual, mesmo em se tratando
de suposto delito de injúria simples praticado no âmbito

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doméstico contra a mulher, é parte ilegítima para propor
ação penal pública condicionada à representação,
porquanto, no caso, é de exclusiva iniciativa privada, nos
termos do art. 145, caput, do Código Penal.
2. A ausência do oferecimento de queixa-crime no prazo
de 6 meses, contado a partir do conhecimento da autoria
do fato, impõe o reconhecimento da decadência do
direito de tal exercício, como na espécie.
3. Recurso provido para rejeitar a denúncia quanto ao
crime de injúria. Ordem expedida de ofício, para,
declarando a decadência do direito de apresentar queixa,
extinguir a punibilidade do agente quanto ao delito em
questão.
Vale frisar que além do delito de Injúria, também foi
praticado o crime de Difamação em que segundo Mirabete,
“consiste na atribuição a alguém de um fato desonroso, mas
não descrito na lei como crime, distinguindo-se da Calúnia
por essa razão”. Devendo ser aplicado o Art. 139 do Código
Penal, onde preceitua:
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo
à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
A Difamação esteve presente nas postagens do querelado em
mensagens do tipo “você não vale nada e está me traindo!!!”
e “Riquinha de merda e viciada!!!”, onde Erica teve sua
reputação violada, perante amigos e familiares.
Para que seja caracterizada a Difamação, não é necessário
que a imputação seja falsa, ocorrendo o crime em tela no
momento em que é levado a outrem os fatos desabonadores
de um determinado indivíduo (sujeito passivo).
É a imputação de um fato ofensivo à reputação. O fato
ofensivo deve, necessariamente, chegar ao conhecimento de
terceiros, pois o que é protegido pela lei penal é a reputação
do ofendido. Por fim, o fato deve ser concreto; determinado,
não sendo preciso ser descrito em detalhes, porém, a
imputação vaga e imprecisa pode ser classificada como
Injúria.
A doutrina de Hungria disserta que a Difamação, se

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assemelha à Calúnia, pois apesar de não ser o ofendido
acusado de ter cometido um crime, este sofre reprovação
social, pois a boa-fama é lesionada e está condicionada ao
fato ou atribuição que lhe é declarada, vejamos:
“Consiste na imputação de fato que, embora sem revestir
caráter criminoso, incide na reprovação ético-social e é,
portanto, ofensivo à reputação da pessoa a quem se
atribui. Segundo já foi acentuado, é estreita a sua
afinidade com a calúnia. Como está, é lesiva da honra
objetiva (reputação, boa fama, valor social da pessoa) e
por isto mesmo, supõe necessariamente a comunicação a
terceiro. Ainda mais: a difamação, do mesmo modo que a
calúnia, está subordinada à condição de que o fato
atribuído seja determinado. Há, porém diferenças
essenciais entre uma e outra dessas modalidades de
crime contra a honra: na calúnia, o fato imputado é
definido como crime e a imputação deve apresentar-se
objetiva e subjetivamente falsa; enquanto na difamação
o fato imputado incorre apenas na reprovação moral, e
pouco importa que a imputação seja falsa ou
verdadeira.”
Além disso, a ação dolosa por parte do querelado, contra a
honra da vítima, também é pautada na Lei Maria da Penha,
em seu Art. 7º, inciso V, onde a lei entende que a Injúria e a
Difamação, dentro do ambiente familiar, caracterizam
violência moral.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher, entre outras:
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta
que configure calúnia, difamação ou injúria.
Não bastasse, há concurso de crimes, na modalidade
concurso tanto formal heterogêneo (tipificado no Art. 70 do
Código Penal) quanto concurso material (Art. 69, CP), pela
conduta que resultou nos crimes não idênticos de Injúria e
Difamação, onde aplicasse-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
em qualquer caso, de um sexto até metade. Assim como
também será aplicada ao autor do delito a pena do crime de
Dano qualificado, causado ao patrimônio alheio.

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Desta feita, a conduta do querelado se adequa perfeitamente
aos crimes anteriormente dispostos e fundamentados. Assim,
encontra-se o querelado incurso nas penas dos artigos Art.
163 e do Art. 139 do Código Penal.
DA REPARAÇÃO DO DANO MORAL E MATERIAL
Ao ser rompido o equilíbrio jurídico-econômico existente
entre o agente e a vítima, em face do dano causado pelo ato
ilícito, impõe-se restabelecer esse equilíbrio, recolocando o
prejudicado no statu quo, ante consoante, leciona Sérgio
Cavalliéri Filho. Impera, pois, o princípio da reparação
integral, qual seja, de repor à vítima tanto quanto possível a
situação anterior à lesão, fixando uma indenização
proporcional ao dano.
Cuida, pois, a norma cível inscrita no artigo 953 do código,
do dano material e moral diante de ilícito praticado contra a
honra da querelante, permitindo que a afronta seja ressarcida
cumuladamente, a teor da Súmula 37 do STJ. Para tanto, o
prejuízo material, o dano efetivo, há de provado, enquanto
que o moral requer, apenas, a certificação probatória do fato
ocorrido.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou
calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte
ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar
prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente,
o valor da indenização, na conformidade das
circunstâncias do caso.
Nesse sentido, a Lei Maria da Penha, no tange à Violência
sofrida pela mulher, dispõe que:
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência
doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre
outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso.
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão,
violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou

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patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos
relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado
responsável pelas unidades de saúde que prestarem os
serviços.
Logo, por ter ocorrida violência patrimonial e moral, haverá
a responsabilidade por parte do querelado, em ressarcir a
vítima pelos prejuízos patrimoniais e morais causados. O
Código de Processo Penal em seu Art. 63, dispõe sobre a
possibilidade em que transitada em julgado a sentença
condenatória, poderá ser remetida ao juízo cível, para efeitos
de reparação do dano.
Neste mesmo sentido, ressalta-se que, cabe ao juiz fixar um
valor mínimo para a reparação dos danos causados pela
infração penal, onde o Art. 387 do CPP, traz:
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
(Vide Lei nº 11.719, de 2008)
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719,
de 2008).
Muito embora o inciso IV do art. 387 do Código de Processo
Penal atribua competência ao juiz criminal para a fixação de
um valor indenizatório mínimo, pressupondo, portanto, não
seja integral, restou ressalvado no mesmo diploma legal,
expressamente no art. 63, atinente aos efeitos civis da
sentença penal, a possibilidade de ser buscada a indenização
integral no juízo cível.
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o
efeito da reparação do dano, o ofendido, seu
representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor

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fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste
Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do
dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
O Art. 91, I do Código Penal completa o entendimento do
Código de Processo Penal, onde considera um efeito da
condenação, o dever de indenizar o prejuízo que se instalou
pelo crime.
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado
pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
É, ainda, válido trazer o conceito do Art. 186 Código Civil
sobre ato ilícito, onde “aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito”. Onde observa-se que a querelante teve o
seu direito violado, tanto moral, quanto material e está
buscando exercer o seu direito, na tentativa de restituí-los.
Dessa forma, institui o Caput, do Art. 942 do Código Civil,
que pode-se valer dos bens do responsável para que seja
reparado o dano que ele causou.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação
do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano
causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos
responderão solidariamente pela reparação.
Com isso, para a configuração do ressarcimento, inafastável
de tais condutas, o dolo direto do agente a afrontar a honra
subjetiva do ofendido em face da evidente consciência da
lesividade da ação. Imprescindível em delitos desta natureza,
para efeitos de reconhecimento formal, a vontade deliberada
e positiva do agente de vulnerar a honra alheia, como bem
observada na situação fática, onde Rafael agiu de forma
dolosa.
DA PROVA
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova
admitidos em Direito inseridos nesta exordial, como também

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especialmente pela juntada posterior de documentos, ouvida
do noticiado, depoimentos das testemunhas abaixo arroladas,
perícias, diligências e tudo mais que se fizer necessário para
a prova real no caso sub judice.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
Isso posto, requer seja recebida a presente queixa-crime,
devendo ser processada segundo o rito definido na Lei n.
9099/95 , com a designação de Audiência de Instrução e
Julgamento e, após a oitiva das testemunhas abaixo
arroladas e apreciação dos documentos que ora se junta (ou
que instruem o Termo Circunstanciado de Ocorrência)
sejam, então, aplicadas ao querelado as penas previstas no
Código Penal Brasileiro;
Requer-se, outrossim, seja arbitrado por V. Exa. o valor dos
danos causados pelo crime, nos termos do art. 387, IV, do
CPP, bem como para realização da instrução processual,
abrindo-lhe a oportunidade para COMPOR OS DANOS
CIVIS;
A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público
para se manifestar no feito, nos termos do artigo 45 do
Código de Processo Penal;
E ao final desta, depois de confirmada judicialmente a
autoria e materialidade dos delitos dos autos, seja o
Querelado condenado, julgando-se procedente a presente
Queixa-Crime, nas penas cominadas nos Artigos 139, 140 e
163 do Código Penal pátrio, como também seja a pena
máxima em concreto aplicada em conformidade com o
artigo 70 do Código Penal Brasileiro.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADO (A)
OAB XXX-XX
ROL DE TESTEMUNHAS:
1. NOME (qualificação);
2. NOME (qualificação);

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3. NOME (qualificação).

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