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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA

COMARCA DE (...) – ESTADO DO PARANÁ [1].


Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E nã o dizemos
nada. Na segunda noite, já nã o se escondem pisam as flores, matam nosso cã o, e nã o
dizemos nada. Até que um dia, o mais frá gil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a
luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já nã o podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
(...), brasileira, casada, (...), portadora da cédula de identidade sob o n.º (...) SSP/PR, inscrita
no CPF/MF sob o n.º (...) , residente e domiciliada na Rua (...) , n.º (...) , Bairro (...), (...),
Estado do Paraná , por seu procurador legalmente constituído, conforme se infere no
incluso mandato [2], com escritó rio profissional no endereço constante no rodapé desta,
vem perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 226, § 6º, da Constituiçã o Federal [3],
artigo 1571, IV, do Có digo Civil [4], artigo 300 do Có digo de Processo Civil [5] e artigo 22 2,
II, III, alíneas a e b da Lei 11.340 0 de 2006 [6], ajuizar AÇÃO DE DIVÓRCIO em face de (...),
brasileiro, casado, (...), inscrito no CPF sob o n.º (...), residente e domiciliado na Rua (...) , n.º
(...) , Bairro (...) , (...), Estado do Paraná , pelas razõ es de fato e de direito a seguir delineadas:
I – SÍNTESE DOS FATOS
No dia (...) de (...) de (...) , a Requerente casou-se com o Requerido, sob regime de
comunhã o parcial de bens, conforme certidã o de casamento [7].
Muito pouco tempo desfrutou a Requerente a paz do lar. Logo aos primeiros meses
de casados, o Requerido, ao contrá rio do que aparentava em solteiro, passou a revelar
gênio irascível e a assumir com a Requerente atitudes de inqualificá veis grosseira.
A profunda afeiçã o que a Requerente dedicava ao filho, nos primeiros tempos, e os
deveres de mã e, que lhe seguiram, vieram adiando o desfecho inevitá vel. As ofensas
perpetradas chegaram a um ponto de que nã o poderã o passar. Das grosserias e maus tratos
“tolerá veis”, passou o Requerido à s agressõ es físicas.
As agressõ es verbais e físicas perpetradas pelo Requerido, ocorriam porque este
chegava em casa, por volta de uma hora, com indisfarçá vel mau humor, e quando indagado
de sua conduta, ele se exasperava e agredia a Requerente e quando nã o agredia, assacava
os mais aviltantes insultos.
Incontá veis foram as vezes que o filho do casal e os vizinhos foram acordados pelos
brados do Requerido e que a Requerente nã o teve outra evasiva que a de se retirar de casa,
por medo, e em seguida ir para a casa dos seus pais.
Nas incontá veis agressõ es físicas e verbais praticadas pelo Requerido, jamais
contribuiu a Requerente com a menor parcela de culpa. Nã o poderá o Requerido lhe irrogar
o menor deslize em seus deveres conjugais. Em resumo: a culpa do irrepará vel dissídio
cabe exclusivamente, ao Requerido.
No dia (...) de (...) de (...) , o Requerido, que já nã o se sente intimidado com nenhuma
sançã o penal, agrediu a Requerente, novamente. A agressã o realizada, só nã o teve desfecho
pior, por conta da intervençã o de seu filho.
Apesar das suas condutas odiosas, o Requerido se recusa a realizar o divó rcio
consensual, tã o pouco partilha dos bens constituído pelo casal, cuja descriçã o será
realizada abaixo. Assim, por conta das agressõ es promovidas pelo Requerido, que
perduraram por mais de (...) anos, ou seja, um relacionamento permeado por ameaças,
humilhaçõ es e agressõ es, promove-se esta açã o judicial, de sorte, a se obter provimento
judicial para declarar extinta a relaçã o patrimonial.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DOS PEDIDOS
II. 1 - Da Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal - Do Divórcio Direto
Apó s vigência da Emenda Constitucional n.º 66, o pará grafo 6º do artigo 226 da
Constituiçã o Federal passou a ter nova redaçã o: artigo 226. A família, base da sociedade,
tem especial proteçã o do Estado. [...] § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divó rcio.
Portanto, foi suprimido o requisito de separaçã o judicial por mais de um ano, ou de
separaçã o de fato por mais de dois anos, perfeitamente cabível a presente açã o, posto que o
pedido está de acordo com o Có digo Civil: Art. 1.571. A sociedade conjugal termina [...]; IV -
pelo divó rcio.
Assim, independente das circunstâ ncias de cada parte, existindo a vontade do
divó rcio por uma das partes, ela deve ser concedida. Nesse sentido a jurisprudência nã o
destoa:
CIVIL. FAMÍLIA. DIVÓRCIO LITIGIOSO. ART. 226, § 6º, CF. CÔNJUGE. VONTADE. REQUISITO ÚNICO. CUMPRIMENTO.
SENTENÇA. MANUTENÇÃO. I- A Emenda Constitucional nº 66/2010 deu nova redação ao parágrafo 6º do artigo
226 da Constituição Federal, que passou a dispor que "casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio." II -
Demonstrada a vontade de uma das partes em romper o vínculo conjugal, a mera discordância do outro
cônjuge, acerca da decisão de desfazimento do vínculo matrimonial, não impõe a reforma da sentença que
decretou o divórcio, como na hipótese. RECURSO NÃO PROVIDO [8]. (sem destaque no original).

Assim, o vínculo conjugal deve ser extinto, com a decretação do divó rcio, tendo em
vista a impossibilidade da vida em comum, conforme fora amplamente demonstrado.
II. 2 - Da Necessidade da Concessão de Tutela de Urgência
Conforme fora amplamente demonstrado nos documentos acompanham esta e dos
fatos narrados anteriormente. A Requerente necessita da tutela jurisdicional em cará ter
urgente, no sentido de que seja determinado o afastamento do Requerido do lar, sem
que seja ouvido, com a adoçã o das medidas protetivas previstas no artigo 22, II e III, a e b
da Lei 11.340 de 2006 [9] e artigo 1562 2 do Có digo Civil l. Haja vista que as condutas
praticadas pelo Requerido configuram a violência doméstica prevista no artigo 7º, II, da Lei
11.340/2006 [10].
Com efeito, é possível e se faz obrigató ria, a concessã o da tutela de urgência, no
sentido de determinar o afastamento imediato do Requerido da residência do casal, vez que
estã o presentes requisitos estabelecidos no artigo 300 do Có digo Processo Civil [11]. Os
elementos de fato evidenciam a probabilidade do direito e o perigo dano envolve a
integridade física, psicoló gica e a vida da Requerente. Neste sentido ensina Maria Berenice
Dias:
Nada impede que o pedido de afastamento do conjugue do lar seja formado na ação de divórcio, a título de
tutela antecipada. Possível o deferimento do pedido em sede de liminar, sem a ouvida do réu (inaldita altera
pars), ou depois da audiência conciliação. Desnecessária, para o deferimento do pedido de separação de corpos, a
alegação – e muito menos a prova – de que esteja o conjugue sujeito a risco [12]. (sem destaque no original).

No mesmo sentido o Superior Tribunal de Justiça:


DIREITO PROCESSUAL CIVIL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER. MEDIDAS PROTETIVAS DA LEI N.
11.340/2006 ( LEI MARIA DA PENHA). INCIDÊNCIA NO ÂMBITO CÍVEL. NATUREZA JURÍDICA. DESNECESSIDADE DE
INQUÉRITO POLICIAL, PROCESSO PENAL OU CIVIL EM CURSO. 1. As medidas protetivas previstas na Lei n.
11.340/2006, observados os requisitos específicos para a concessão de cada uma, podem ser pleiteadas de forma
autônoma para fins de cessação ou de acautelamento de violência doméstica contra a mulher,
independentemente da existência, presente ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o suposto
agressor. 2. Nessa hipótese, as medidas de urgência pleiteadas terão natureza de cautelar cível satisfativa, não se
exigindo instrumentalidade a outro processo cível ou criminal, haja vista que não se busca necessariamente
garantir a eficácia prática da tutela principal. "O fim das medidas protetivas é proteger direitos fundamentais,
evitando a continuidade da violência e das situações que a favorecem. Não são, necessariamente, preparatórias de
qualquer ação judicial. Não visam processos, mas pessoas" (DIAS. Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na justiça.
3 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012). 3. Recurso especial não provido [13]. (sem destaque no
original).

Outrossim, cumpre destacar que é desarrazoado que o agressor fique na posse


da casa, enquanto a Requerente está abrigada na casa dos seus pais.
Portanto, estando presentes todos os requisitos ensejadores da medida liminar
sendo estes o fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e o periculum in mora (perigo
decorrente da demora) é necessá ria a concessã o da tutela de urgência, no sentido de
determinar o afastamento imediato do Requerido da residência do casal.
II. 3 – Dos Bens em Comum
A Requerente e o Requerido estã o casados sob o regime de comunhã o parcial de
bens, conforme se depreende da certidã o de casamento, anexa. Durante o casamento as
partes amealharam alguns bens, a saber:
1 – Um imóvel residencial situado na Rua (...), (...), (...) , (...), Estado do Paraná , matrícula
imobiliá ria n.º (...) , junto ao Cartó rio de Registro de Imó veis da Comarca de (...), com valor
de mercado aproximado de R$ (...);
2 – Um veículo (...) , ano e modelo (...) , (...) , RENAVAN n.º (...), com valor de mercado
aproximado de R$ (...) ;
3 – Um veículo (...) , ano e modelo (...) , (...) , RENAVAN n.º (...) . com valor de mercado
aproximado de R$ (...) ;
Assim, nos termos do artigo 1.660 do Có digo Civil [14], os bens, acima descritos,
deverã o ser partilhados em partes iguais.
II. 4 – Do Dano Moral
As inú meras condutas ilícitas praticadas pelo Requerido configuram, nitidamente, o
dever de indenizar, visto que além de praticar crimes contra a pessoa da Requerente, este
ainda fez com que a Requerente fosse submetida a todo tipo de humilhaçã o e desgaste,
conforme fora amplamente demonstrado supra.
No que tange a indenizaçã o pelo dano moral como resposta aos sofrimentos e
humilhaçõ es injustamente provocados pelo Requerido, a jurisprudência nã o destoa:
(...) a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher implica a ocorrência de dano moral in re ipsa, de
modo que, uma vez comprovada a prática delitiva, é desnecessária maior discussão sobre a efetiva comprovação
do dano para a fixação de valor indenizatório mínimo. (...) [15].
APELAÇÃO – RESPONSABILIDADE CIVIL – PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CONSISTENTE EM VIOLÊNCIA FÍSICA, PSICOLÓGICA E PATRIMONIAL – SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA –
INSURGÊNCIA DAS PARTES – Sentença criminal que apurou autoria e materialidade das agressões físicas sofridas
pela autora e que foram causadas pelo réu – Ato ilícito apto a ensejar dano moral e consequente reparação –
Indenização arbitrada que deve ser majorada de R$20.000,00 para R$30.000,00 ante a gravidade da conduta, as
consequências havidas e a situação das partes – Culpa exclusiva da vítima e concorrência de culpas que não
restaram evidenciadas e que não justificariam a violência praticada – Outras violências não seguramente
comprovadas e que não ensejam o pagamento de indenização – Sucumbência carreada integralmente ao réu para
não se chegar ao paradoxo de condenar a vítima ao pagamento de honorários sucumbenciais no valor da própria
indenização – Aplicação, outrossim, do princípio da causalidade – DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA
AUTORA E NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU [16]. (sem destaque no original).

Portanto, diante da jurisprudência citada acima, jurisprudência esta, que se


assemelha ao caso em tela, ampara a Requerente, na melhor forma de direito, e como
ponderaçã o, sua pretensã o a fim de que seja o Requerido condenado a lhe pagar, a título de
indenizaçã o por danos morais, a quantia de (...) salá rios mínimos, o que, nesta data,
equivale à importâ ncia de R$ (...).
II. 5 – Da Retirada do Nome de Casada
A Requerente declara, desde já , o seu desejo de voltar a usar o seu nome de solteira, nos
termos do 1571, § 2º, do Có digo Civil [17]. Assim, apó s o divó rcio, a Requerente passará a
assinar: (...) .
III – DOS PEDIDOS
Na conformidade do exposto, requer:
a) Sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita a Requerente, vez que a mesma é
pobre no sentido jurídico do termo, conforme fora amplamente demonstrado nos
documentos anexos [18];
b) A concessã o da tutela de urgência, inaudita altera pars, no sentido de determinar o
imediato afastamento do Requerido do lar, a fim de garantir a integridade física e
psicoló gica da Requerente;
c) Seja determinada a citaçã o do Requerido para comparecer à audiência de conciliaçã o e
mediaçã o, nos termos do artigo 695 do Có digo de Processo Civil [19];
d) Seja determinada a intimaçã o do Ministério Pú blico Estadual, para intervir em todos os
atos do processo, ante a natureza dos pedidos;
e) Seja julgada procedente a presente açã o com a decretaçã o do divó rcio do casal;
f) Seja decretada a partilha dos bens adquiridos na constâ ncia do matrimô nio, na
proporçã o de 50 % (cinquenta por cento) para cada um, com as necessá rias averbaçõ es;
g) Seja oficiado ao Cartó rio de Registro Civil para que realize a averbaçã o do divó rcio em
tela;
h) Seja o Requerido condenado, a título de indenizaçã o por danos morais, a quantia de (...)
salá rios mínimos, o que, nesta data, equivale à importâ ncia de R$ (...) ;
i) Seja determinada a mudança do nome da Requerente, a qual voltará a assinar como (...),
nos termos do 1571, § 2º, do Có digo Civil;
j) Seja o Requerido condenado ao pagamento dos honorá rios advocatícios de 20% (vinte
por cento) sobre o valor da condenaçã o, mormente levando-se em conta o trabalho
profissional desenvolvido pelo patrono da Requerente, além do pagamento de custas e
despesas processuais;
l) Protesta por fim por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente
testemunhais, depoimento pessoal, inspeçã o judicial, realizaçã o de perícia e juntada de
outros documentos, nos termos do artigo 369 do Có digo de Processo Civil [20];
m) Dá a esta o valor de R$ (...) [21].
Nestes termos, pede deferimento.
Salto do Lontra, (...) de (...) de (...) .
RAFAEL KOLONETZ
OAB/PR 65.094

[1] Art. 53. É competente o foro: I - para a açã o de divó rcio, separaçã o, anulaçã o de
casamento e reconhecimento ou dissoluçã o de uniã o está vel: a) de domicílio do guardiã o
de filho incapaz; b) do ú ltimo domicílio do casal, caso nã o haja filho incapaz;
[2] doc. 01. Procuraçã o Ad Juditia;
doc. 02 – RG e CPF;
doc. 03 – comprovante de residência;
[3] Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteçã o do Estado. (...); § 6º O
casamento civil pode ser dissolvido pelo divó rcio. (...);
[4] Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: (...); IV - pelo divó rcio. (...);
[5] Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo. (...)
[6] Art. 22. Constatada a prá tica de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...); II -
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibiçã o de
determinadas condutas, entre as quais: a) aproximaçã o da ofendida, de seus familiares e
das testemunhas, fixando o limite mínimo de distâ ncia entre estes e o agressor; b) contato
com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicaçã o; c)
frequentaçã o de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicoló gica
da ofendida; IV - restriçã o ou suspensã o de visitas aos dependentes menores, ouvida a
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
[7] doc. 14 - Certidã o de casamento;
[8] TJ-BA, Classe: Apelaçã o, Nú mero do Processo: 0000262-21.2015.8.05.0062, Ó rgã o
julgador: QUARTA CÂ MARA CÍVEL, Relator (a): HELOISA PINTO DE FREITAS VIEIRA
GRADDI, Publicado em: 28/08/2019
[9] Art. 22. Constatada a prá tica de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...) II -
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibiçã o de
determinadas condutas, entre as quais: a) aproximaçã o da ofendida, de seus familiares e
das testemunhas, fixando o limite mínimo de distâ ncia entre estes e o agressor; b) contato
com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicaçã o; c)
freqü entaçã o de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicoló gica
da ofendida; (...);
[10] Art. 7º Sã o formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a
violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saú de
corporal; II - a violência psicoló gica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuiçã o da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas açõ es, comportamentos, crenças e
decisõ es, mediante ameaça, constrangimento, humilhaçã o, manipulaçã o, isolamento,
vigilâ ncia constante, perseguiçã o contumaz, insulto, chantagem, violaçã o de sua intimidade,
ridicularizaçã o, exploraçã o e limitaçã o do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saú de psicoló gica e à autodeterminaçã o; V - a violência moral, entendida
como qualquer conduta que configure calú nia, difamaçã o ou injú ria.
[11] Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do
processo. § 1 o Para a concessã o da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
cauçã o real ou fidejussó ria idô nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a cauçã o ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente nã o
puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou apó s
justificaçã o prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada nã o será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisã o.
[12] Dias, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 10. ed. Sã o Paulo: Revistas dos
Tribunais. 2015 216 p.
[13] STJ - REsp: 1419421 GO 2013/0355585-8, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃ O,
Data de Julgamento: 11/02/2014, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicaçã o: DJe
07/04/2014;
[14] Art. 1.660. Entram na comunhã o: I - os bens adquiridos na constâ ncia do casamento
por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cô njuges; II - os bens adquiridos por
fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens
adquiridos por doaçã o, herança ou legado, em favor de ambos os cô njuges; IV - as
benfeitorias em bens particulares de cada cô njuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos
particulares de cada cô njuge, percebidos na constâ ncia do casamento, ou pendentes ao
tempo de cessar a comunhã o.
[15] REsp 1819504/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em
10/09/2019, DJe 30/09/2019;
[16] TJ-SP - AC: 10004076420148260562 SP 1000407-64.2014.8.26.0562, Relator:
Alexandre Coelho, Data de Julgamento: 23/10/2019, 8ª Câ mara de Direito Privado, Data de
Publicaçã o: 24/10/2019;
[17] Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: (...) § 2 o Dissolvido o casamento pelo
divó rcio direto ou por conversã o, o cô njuge poderá manter o nome de casado; salvo, no
segundo caso, dispondo em contrá rio a sentença de separaçã o judicial.
[18] AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA -
Assistência Judiciá ria indeferida - Inexistência de elementos nos autos a indicar que o
impetrante tem condições de suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como
verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos principais - Decisã o
reformada - Recurso provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000;
Relator (a): Maria Laura Tavares; Ó rgã o Julgador: 5ª Câ mara de Direito Pú blico; Foro
Central - Fazenda Pú blica/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pú blica; Data do Julgamento:
23/05/2019). (sem destaque no original);
Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda
familiar ou faturamento má ximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom
renda mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietá rio de bens imó veis, mas nã o dispõ e de liquidez. A gratuidade judiciária é um
dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter
acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou
tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo. (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita.
6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60) (sem destaque no original);
Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja pobre ou
necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que nã o
tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorá rios do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimô nio suficiente, se estes bens nã o têm liquidez para
adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade. (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Có digo de Processo Civil comentado. 3ª
ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98) (sem destaque no original);
[19] Art. 695. Recebida a petiçã o inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes
à tutela provisó ria, o juiz ordenará a citaçã o do réu para comparecer à audiência de
mediaçã o e conciliaçã o, observado o disposto no art. 694. § 1º O mandado de citaçã o
conterá apenas os dados necessá rios à audiência e deverá estar desacompanhado de có pia
da petiçã o inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteú do a qualquer tempo.
§ 2º A citaçã o ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada
para a audiência. § 3º A citaçã o será feita na pessoa do réu. § 4º Na audiência, as partes
deverã o estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores pú blicos.
[20] Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que nã o especificados neste Có digo, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicçã o do juiz.
[21] AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃ O DE DIVÓ RCIO DIRETO LITIGIOSO. PARTILHA DE
BENS. VALOR DA CAUSA. PROVEITO ECONÔ MICO BUSCADO COM A DEMANDA. Tratando-
se de açã o que visa à decretaçã o do divó rcio e, também, à partilha dos bens adquiridos na
constâ ncia do casamento, deve ser atribuído à açã o valor correspondente ao patrimô nio
líquido do casal - ou seja, do valor dos bens deverá ser deduzido o montante das dívidas
inequivocamente comuns - de maneira que o valor da causa retrate, com a maior exatidã o
possível, o proveito econô mico resultante da prestaçã o da tutela jurisdicional. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70049547144, Sétima Câ mara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em 20/06/2012)

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