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Assim, o vínculo conjugal deve ser extinto, com a decretação do divó rcio, tendo em
vista a impossibilidade da vida em comum, conforme fora amplamente demonstrado.
II. 2 - Da Necessidade da Concessão de Tutela de Urgência
Conforme fora amplamente demonstrado nos documentos acompanham esta e dos
fatos narrados anteriormente. A Requerente necessita da tutela jurisdicional em cará ter
urgente, no sentido de que seja determinado o afastamento do Requerido do lar, sem
que seja ouvido, com a adoçã o das medidas protetivas previstas no artigo 22, II e III, a e b
da Lei 11.340 de 2006 [9] e artigo 1562 2 do Có digo Civil l. Haja vista que as condutas
praticadas pelo Requerido configuram a violência doméstica prevista no artigo 7º, II, da Lei
11.340/2006 [10].
Com efeito, é possível e se faz obrigató ria, a concessã o da tutela de urgência, no
sentido de determinar o afastamento imediato do Requerido da residência do casal, vez que
estã o presentes requisitos estabelecidos no artigo 300 do Có digo Processo Civil [11]. Os
elementos de fato evidenciam a probabilidade do direito e o perigo dano envolve a
integridade física, psicoló gica e a vida da Requerente. Neste sentido ensina Maria Berenice
Dias:
Nada impede que o pedido de afastamento do conjugue do lar seja formado na ação de divórcio, a título de
tutela antecipada. Possível o deferimento do pedido em sede de liminar, sem a ouvida do réu (inaldita altera
pars), ou depois da audiência conciliação. Desnecessária, para o deferimento do pedido de separação de corpos, a
alegação – e muito menos a prova – de que esteja o conjugue sujeito a risco [12]. (sem destaque no original).
[1] Art. 53. É competente o foro: I - para a açã o de divó rcio, separaçã o, anulaçã o de
casamento e reconhecimento ou dissoluçã o de uniã o está vel: a) de domicílio do guardiã o
de filho incapaz; b) do ú ltimo domicílio do casal, caso nã o haja filho incapaz;
[2] doc. 01. Procuraçã o Ad Juditia;
doc. 02 – RG e CPF;
doc. 03 – comprovante de residência;
[3] Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteçã o do Estado. (...); § 6º O
casamento civil pode ser dissolvido pelo divó rcio. (...);
[4] Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: (...); IV - pelo divó rcio. (...);
[5] Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo. (...)
[6] Art. 22. Constatada a prá tica de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...); II -
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibiçã o de
determinadas condutas, entre as quais: a) aproximaçã o da ofendida, de seus familiares e
das testemunhas, fixando o limite mínimo de distâ ncia entre estes e o agressor; b) contato
com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicaçã o; c)
frequentaçã o de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicoló gica
da ofendida; IV - restriçã o ou suspensã o de visitas aos dependentes menores, ouvida a
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
[7] doc. 14 - Certidã o de casamento;
[8] TJ-BA, Classe: Apelaçã o, Nú mero do Processo: 0000262-21.2015.8.05.0062, Ó rgã o
julgador: QUARTA CÂ MARA CÍVEL, Relator (a): HELOISA PINTO DE FREITAS VIEIRA
GRADDI, Publicado em: 28/08/2019
[9] Art. 22. Constatada a prá tica de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...) II -
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibiçã o de
determinadas condutas, entre as quais: a) aproximaçã o da ofendida, de seus familiares e
das testemunhas, fixando o limite mínimo de distâ ncia entre estes e o agressor; b) contato
com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicaçã o; c)
freqü entaçã o de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicoló gica
da ofendida; (...);
[10] Art. 7º Sã o formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a
violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saú de
corporal; II - a violência psicoló gica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuiçã o da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas açõ es, comportamentos, crenças e
decisõ es, mediante ameaça, constrangimento, humilhaçã o, manipulaçã o, isolamento,
vigilâ ncia constante, perseguiçã o contumaz, insulto, chantagem, violaçã o de sua intimidade,
ridicularizaçã o, exploraçã o e limitaçã o do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saú de psicoló gica e à autodeterminaçã o; V - a violência moral, entendida
como qualquer conduta que configure calú nia, difamaçã o ou injú ria.
[11] Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do
processo. § 1 o Para a concessã o da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
cauçã o real ou fidejussó ria idô nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a cauçã o ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente nã o
puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou apó s
justificaçã o prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada nã o será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisã o.
[12] Dias, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 10. ed. Sã o Paulo: Revistas dos
Tribunais. 2015 216 p.
[13] STJ - REsp: 1419421 GO 2013/0355585-8, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃ O,
Data de Julgamento: 11/02/2014, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicaçã o: DJe
07/04/2014;
[14] Art. 1.660. Entram na comunhã o: I - os bens adquiridos na constâ ncia do casamento
por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cô njuges; II - os bens adquiridos por
fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens
adquiridos por doaçã o, herança ou legado, em favor de ambos os cô njuges; IV - as
benfeitorias em bens particulares de cada cô njuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos
particulares de cada cô njuge, percebidos na constâ ncia do casamento, ou pendentes ao
tempo de cessar a comunhã o.
[15] REsp 1819504/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em
10/09/2019, DJe 30/09/2019;
[16] TJ-SP - AC: 10004076420148260562 SP 1000407-64.2014.8.26.0562, Relator:
Alexandre Coelho, Data de Julgamento: 23/10/2019, 8ª Câ mara de Direito Privado, Data de
Publicaçã o: 24/10/2019;
[17] Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: (...) § 2 o Dissolvido o casamento pelo
divó rcio direto ou por conversã o, o cô njuge poderá manter o nome de casado; salvo, no
segundo caso, dispondo em contrá rio a sentença de separaçã o judicial.
[18] AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA -
Assistência Judiciá ria indeferida - Inexistência de elementos nos autos a indicar que o
impetrante tem condições de suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como
verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos principais - Decisã o
reformada - Recurso provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000;
Relator (a): Maria Laura Tavares; Ó rgã o Julgador: 5ª Câ mara de Direito Pú blico; Foro
Central - Fazenda Pú blica/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pú blica; Data do Julgamento:
23/05/2019). (sem destaque no original);
Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda
familiar ou faturamento má ximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom
renda mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietá rio de bens imó veis, mas nã o dispõ e de liquidez. A gratuidade judiciária é um
dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter
acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou
tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo. (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita.
6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60) (sem destaque no original);
Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja pobre ou
necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que nã o
tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorá rios do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimô nio suficiente, se estes bens nã o têm liquidez para
adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade. (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Có digo de Processo Civil comentado. 3ª
ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98) (sem destaque no original);
[19] Art. 695. Recebida a petiçã o inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes
à tutela provisó ria, o juiz ordenará a citaçã o do réu para comparecer à audiência de
mediaçã o e conciliaçã o, observado o disposto no art. 694. § 1º O mandado de citaçã o
conterá apenas os dados necessá rios à audiência e deverá estar desacompanhado de có pia
da petiçã o inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteú do a qualquer tempo.
§ 2º A citaçã o ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada
para a audiência. § 3º A citaçã o será feita na pessoa do réu. § 4º Na audiência, as partes
deverã o estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores pú blicos.
[20] Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que nã o especificados neste Có digo, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicçã o do juiz.
[21] AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃ O DE DIVÓ RCIO DIRETO LITIGIOSO. PARTILHA DE
BENS. VALOR DA CAUSA. PROVEITO ECONÔ MICO BUSCADO COM A DEMANDA. Tratando-
se de açã o que visa à decretaçã o do divó rcio e, também, à partilha dos bens adquiridos na
constâ ncia do casamento, deve ser atribuído à açã o valor correspondente ao patrimô nio
líquido do casal - ou seja, do valor dos bens deverá ser deduzido o montante das dívidas
inequivocamente comuns - de maneira que o valor da causa retrate, com a maior exatidã o
possível, o proveito econô mico resultante da prestaçã o da tutela jurisdicional. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70049547144, Sétima Câ mara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em 20/06/2012)