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SEGUNDA PROVA DE NEUROCIÊNCIA – 2ERE/2021

16/11/2021

Profa. Cláudia Márcia Miranda de Paiva

NOME: Richardson Teixeira Santos

1. O que é informação sensorial?

A informação sensorial de grande parte do corpo entra na medula espinal e


segue por vias ascendentes até o encéfalo. Algumas informações sensoriais vão
diretamente para o tronco encefálico pelos nervos cranianos. Cada uma das principais
divisões do encéfalo processa um ou mais tipos de informação sensorial. A informação
sensorial chega ao Sistema Nervoso Central através dos Nervos Periféricos e é
conduzida imediatamente para o sistema nervoso central, passando pela medula
espinhal, tronco encefálico, cerebelo, tálamo, e por fim em áreas sensitivas do córtex
cerebral. Todas as vias sensoriais possuem certos elementos em comum. Elas
começam com um estímulo sobre algum receptor sensorial, na forma de energia física.
O receptor é um transdutor, o qual converte o estímulo em um sinal celular, gerando o
que chamamos de potenciais de ação (uma espécie de "corrente elétrica" do nervo), e
que são transmitidos de um neurônio sensorial periférico para a medula espinal,
chegando no final do seu trajeto ao Córtex Cerebral. Ao chegar no córtex cerebral, o
estímulo sensitivo é percebido de forma consciente pela pessoa. Esses estímulos estão
associados com os sentidos especiais, como visão, audição, gustação, olfação e
equilíbrio, e com os sentidos somáticos, como tato, temperatura, dor, coceira e
propriocepção. A propriocepção, a qual é definida como a consciência do movimento e
posição do nosso corpo no espaço, é mediada por receptores sensoriais presentes nos
músculos e nas articulações. Se você fechar os olhos e erguer seu braço acima de sua
cabeça, terá consciência da posição do seu braço devido à ativação da propriocepção.

2. O que é psicofísica e fisiologia sensorial?

A Psicofísica se dedica ao estudo dos comportamentos, do cérebro e dos


processos mentais, seja de um indivíduo ou de um grupo. Gustav T. Fechner
desenvolveu a Psicofísica, seu objetivo era de apresentar um método científico de
estudo das relações entre corpo e mente, para ele, o mundo físico e o mundo
psicológico eram apenas reflexos diferentes da mesma realidade. Os processos do
corpo (os processos cerebrais) seriam os processos de um ponto de vista externo ou
objetivo, enquanto os processos mentais se refeririam aos processos internalizados ou
subjetivos. A fisiologia sensorial antigamente era baseada unicamente em fenômeno
subjetivo, isto é, na percepção, em vez de atividades neurais e potenciais elétricos
registrados em receptores sensoriais. Assim, Fechner considerava como Psicofísica
Externa a relação entre sensações (ou seja, o fenômeno) e as correspondentes
propriedades físicas e as variações dos próprios objetos. A Psicofísica Interna se
manteve no plano dos conceitos teóricos enquanto a Psicofísica Externa proporcionou
a base para a criação de métodos de estudo dos processos sensoriais e cerebrais. O
cientista buscou a descrição de uma relação entre os eventos subjetivos com as
atividades neurais, mantidas em plano teórico pela ligação comum que se faz da
Psicofísica Externa com a Psicofísica Interna pelos eventos subjetivos. Assim, a
Psicologia foi capaz de inferir regras sensoriais ou neurais para o processamento e a
transformação do estímulo.
Com o desenvolvimento de vários métodos objetivos, como a eletrofisiologia, a
magnetoencefalografia e a ressonância magnética funcional, recentemente têm
proporcionado o estudo dos processamentos sensoriais e cerebrais, bem como a suas
respectivas localizações anatômicas e marcações temporais. A concepção moderna de
psicofísica propõe uma complementação, acrescentando aos conceitos de psicofísica
interna e externa, a neurofisiologia. A Psicofísica externa se mantém como a relação
entre as alterações realizadas no estímulo e as alterações nas respostas subjetivas. A
psicofísica interna passa a ser uma avaliação quantitativa da atividade neural durante
os processos perceptuais e, a aquisição da neurofisiologia para o estudo das
percepções completa a lacuna das relações quantitativas entre as manipulações nos
objetos físicos e as suas respectivas respostas neurais.

3. O que é transdução?

Em cada órgão sensorial há células especializadas que transformam os sinais


químicos ou físicos em impulsos elétricos. Esse fenômeno é chamado transdução
sensorial. No olho, a luz visível (fóton) é transformada em impulso nervoso e na
orelha, as ondas de pressão sonora são convertidas em sinais elétricos e assim por
diante. Através de nervos periféricos, as informações que foram decodificadas
chegam ao sistema nervoso central (na medula ou no encéfalo). No córtex cerebral,
em regiões específicas, ocorrem o conhecimento sobre o mundo externo e sobre o
nosso próprio corpo.

4. O que é decussação?

A decussação das pirâmides consiste em uma estrutura na região caudal onde


as fibras do trato corticoespinhal cruzam obliquamente o plano mediano, para
continuar como trato corticoespinhal lateral. Outra estrutura importante que
caracteriza a morfologia interna o bulbo é a decussação dos lemniscos. A partir dos
núcleos grácil e cuneiforme, emergem as fibras arqueadas internas, que se curvam
anterolateralmente, cruzam o plano mediano na área ventral, formando a decussação
dos lemniscos e flete-se cranialmente para constituir de cada lado, o lemnisco medial.
Essa estrutura conduz ao tálamo os impulsos que ascenderam pelos fascículos grácil e
cuneiforme contralaterais. Os fascículos grácil e cuneiforme conduzem pelo SNC
impulsos relacionados a tato epicrítico, propriocepção consciente, sensibilidade
vibratória e estereognosia.

5. Qual é a classificação dos receptores sensoriais?

Os receptores sensoriais são classificados em cinco tipos básicos:


Mecanorreceptores, que detectam a compressão mecânica e o estiramento dos
tecidos adjacentes a ele; Termorreceptores, que detectam alterações de temperatura,
sendo que alguns deles detectam frio e outros, calor; Nociceptores (receptores de
dor), que detectam danos físicos ou químicos que ocorrem nos tecidos; Receptores
Eletromagnéticos, que detectam a luz que incide na retina dos olhos, relacionando-se
com a visão; e Quimiorreceptores, que detectam o gosto na boca, o cheiro no nariz, e
outro fatores que compõem o equilíbrio químico do corpo. Cada tipo de receptor é
muito sensível a um tipo de estímulo para o qual ele é especializado e, ao mesmo
tempo, é praticamente insensível a outros tipos de estímulos sensoriais. Cada fibra
nervosa é extremamente específica para transmitir sua modalidade sensorial (pressão,
calor, luz), e ao final chega em uma área específica do cérebro responsável por aquele
tipo de modalidade sensitiva

6. O que é unidade motora e como ela se diferencia do conjunto de neurônios


motores?

A unidade motora é constituída por um conjunto de fibras musculares inervadas por


um motoneurônio, sendo essa a menor unidade funcional do aparelho locomotor. A
unidade motora é considerada a via motora final comum voluntária e involuntária. As
estruturas que estão envolvidas em uma unidade motora são compostas de dois
componentes: um muscular e um neural. O primeiro contém: o músculo, o sarcômero,
o sistema T e o retículo sarcoplasmático; e o segundo: o fuso muscular, a unidade
motora, o órgão neurotendíneo, miótomos, o nervo periférico, a junção
neuromuscular e a asa anterior da medula espinhal. O neurônio motor está
relacionado a uma sinapse especializada através de estímulos elétricos do nervo
periférico são transformados em estímulos químicos que induzem a despolarização da
membrana muscular pósinaptica e, consequente, contração muscular. Após entrar no
músculo, o axônio de um neurônio motor divide-se em muitos ramos finos. Cada
desses ramos faz contato no meio de uma única fibra.

7. Liste os componentes das vias espinhais descendentes lateral e ventromedial. Que tipo
de movimento cada via controla?

Componentes das vias espinhais descendentes: trato rubro-espinal, tratos reticulo-


espinais, trato vestíbulo-espinhal, trato corticoespinal, trato teto-espinhal

Movimentos que controlam:

 trato rubro-espinal = participa da motricidade voluntária e de coordenar a


movimentação, já que tem ligação próxima com o cerebelo.
 tratos reticulo-espinais = movimentos automáticos básicos como caminhar e a
criação de movimentos orientados externamente como estímulos visuais e
auditivos.
 trato vestíbulo-espinhal = está relacionado a orientação postural.
 trato corticoespinal anterior = responsável pela motricidade voluntária da região
axial, peitoral, de abdome, músculo reto-abdominal.
 trato teto-espinhal = envolve o reflexo espontâneo de proteção, por exemplo,
fechamento dos olhos.

O núcleo ventromedial é um núcleo localizado no hipotálamo

Componentes: anterior, dorsomedial, ventrolateral e central


8. Quais distúrbios do movimento resultam de lesões no cerebelo?

Cerebelo quer dizer cérebro pequeno. O cerebelo tem a tarefa de tornar o


sistema motor sutil. Embora não primariamente envolvido no mecanismo de produção
de força muscular, é necessário para o controle normal e regulação da contração
muscular. Mas, a função mais importante do cerebelo é a coordenação do movimento.
O cerebelo é a parte do cérebro que através do qual o córtex motor cerebral realiza a
síntese e a coordenação de contrações musculares individuais requeridas para
movimentos voluntários normais. Sem ele os movimentos são grosseiros, sem
coordenação, desajeitados, trêmulos, e movimentos precisos tornam-se impossíveis.
Os principais distúrbios resultantes de lesões no cerebelo são:

 Ataxia é a incoordenação dos diferentes movimentos entre diferentes partes do


corpo. Envolve particularmente os músculos axiais e grupos de músculos em torno
do ombro e da cintura escapular.
 Dismetria é a incapacidade de efetuar movimentos com a distância apropriada.
Pode consistir em hipometria ou hipermetria. Os pacientes cerebelares
apresentam hipermetria durante a execução dos movimentos rápidos e
hipometria durante a execução dos movimentos lentos.
 Assinergia consiste na incoordenação dos movimentos e, do ponto de vista
genérico, envolve a ataxia, a dismetria e a adiadococinesia, mas nas patologias
cerebelares esse termo refere-se exclusivamente na incoordenação dos
deslocamentos de segmentos individuais de um membro durante a realização de
movimentos multiarticulares ou complexos.
 Hipotonia fundamenta-se na diminuição do tônus muscular. O membro torna-se
flácido. Quando o membro é movimentado passivamente e logo solto, balança
livremente.
 Tremor intencional ou de ação é uma oscilação involuntária, de grande amplitude
e baixa frequência (3 a 5 Hz), que ocorre quando um paciente cerebelar efetua um
movimento voluntário e que desaparece em repouso.
 Nistagmo é um movimento ocular rítmico e involuntário normal. É constituído por
um movimento com componente lento ou de perseguição seguido por um
componente rápido ou sacádico em sentido contrário para corrigir o desvio

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