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ABSTRACT - The experiment was carried out in the Seed Pathology Laboratory of the Agronomic
Institute of Campinas (IAC) with the purpose of evaluating the health quality of rice seeds kept in
two bag types multifoliated paper and polyethylene, during storage. Fungi incidence was estimated
at the start and every two months, along 12 months of storage in the environmental conditions of
Campinas (Brazil). No difference in sanitary conditions of seeds was found for bag types. The
fungi found on the rice seeds were Pyricularia grisea, Bipolaris oryzae, Fusarium spp., Phoma
spp., Curvularia spp., Cladosporium spp., Alternaria spp., Penicilium spp. and Aspergillus spp.
The incidence of Penicillium spp. and Aspergillus spp. increased along the 12 months of the
experiment. Rice seed had good storage conditions in Campinas, in São Paulo State in relation to
the environmental conditions of low moisture and dry weather.
Index terms: rice seeds, fungi, storage, packing bags.
INTRODUÇÃO
1
Aceito para publicação em 24.12.2001; parte da Dissertação de Mestrado Para o sucesso de qualquer cultura, o fator preponderan-
apresentada pelo primeiro autor à UNICAMP, em 1998; trabalho financiado te é o uso de sementes livres de microrganismos. Logo, os
pela FAPESP.
2
cuidados na colheita, secagem, beneficiamento e armazena-
Pesq. Científico PqC IV, MSc., Centro Experimental do Instituto Biológico
(IB), Cx. Postal 70, 13001-970, Campinas-SP. mento são de fundamental importância para se obter um pro-
3
Profa. Titular, Depto. de Pré-Processamento de Produtos Agropecuários, duto sadio.
Faculdade de Engenharia Agrícola - UNICAMP, Av. Papa Pio XII, 99 apt. Um grande número de microrganismos são transporta-
61, 13066-710, Campinas-SP; e-mail: groth@dglnet.com.br
4
Pesq. Científico PqC VI, Dr. do Centro de Fitossanidade do IAC, Cx. Postal dos e introduzidos em outras áreas através das sementes, sen-
28, 13001-970, Campinas-SP. do os fungos os que causam o maior número de enfermidades
nas plantas e que ocorrem com maior freqüência do que bac- apresentavam diferentes graus de contaminação. Os resulta-
térias e nematóides (Zapata, 1985). dos mostraram diferenças na germinação e na emergência dos
Segundo Lucca-Filho (1985) a transmissão de patógenos lotes, ocorrendo uma tendência de se obter uma melhor emer-
através das sementes deve ser avaliada sob dois aspectos ge- gência nos lotes com um percentual menor de fungos,
rais, uma vez que os danos causados são variáveis. Alguns notadamente de D. oryzae. A mesma constatação foi realiza-
patógenos provocam perdas à nível de campo, restringindo da por Nakamura & Sader (1986). Sementes de cultivares de
seus efeitos à redução de rendimento, sem no entanto afetar a arroz com maiores porcentagens de germinação e de vigor
viabilidade das sementes. Outros patógenos se caracterizam apresentaram baixas porcentagens de infecção por Phoma sp.,
por, além de provocar reduções de rendimento, concentrar Drechslera sp. e Pyricularia oryzae. Por outro lado, os culti-
seus efeitos danosos na semente. Como conseqüência direta vares com menor porcentagem de germinação e menor resis-
teremos reduções da porcentagem de germinação e do vigor, tência ao envelhecimento acelerado, mostraram maior por-
com reflexos altamente negativos na aprovação de lotes de centagem de infecção por Phoma sp. e infecção elevada,
sementes, diminuindo a disponibilidade deste insumo para a embora não significativa, por Drechslera sp.
semeadura seguinte. Muitos estudos apontam os fungos de armazenamento,
O aumento do potencial de germinação no teste de enve- principalmente as espécies de Aspergillus e Penicillium, como
lhecimento acelerado, pelo tratamento de sementes com os principais agentes de deterioração das sementes (Terveit,
fungicidas, de acordo com trabalho de Sinclair (1975), de- 1945; Christensen & Kaufmann, 1969; Neergaard, 1979;
monstra que muito do vigor está relacionado com a presença Dhingra, 1985 e Wetzel, 1987). Vários pesquisadores consi-
de patógenos, embora seja considerado como uma caracte- deram que esses fungos ocorrem apenas durante o arma-
rística intrínseca delas. Daí a necessidade de se tentar zenamento (Christensen, 1972). Porém, resultados obtidos por
correlacionar os testes de germinação e vigor com a incidên- Berjak (1987 a, b) sugerem que propágulos destes fungos
cia de microrganismos em sementes. Assim, seria possível, a podem estar comumente associados às sementes recém co-
determinação indireta do seu estado sanitário, em laboratório lhidas, sendo inibidos, em parte, pela atividade de fungos de
de análise de sementes, através de testes de vigor adequados. campo, ou seja, aqueles que infectam durante o processo de
Anteriormente, Chamberlain & Gray (1974) já tinham formação e maturação das sementes.
demonstrado que sementes com fungos apresentavam germi- O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade sanitária
nação mais baixa do que sementes sadias. de sementes de arroz, acondicionadas em dois tipos de emba-
Com relação ao arroz, perdas significativas são atribuí- lagens, durante 12 meses de armazenamento.
das a vários patógenos. Cerca de 90 microrganismos já foram
relatados associados às sementes, segundo Richardson, cita- MATERIAIS E MÉTODOS
do por Amaral (1987), sendo que 44 foram constatados no
Brasil. Os principais patógenos encontrados associados à se- Foram utilizados quatro lotes de sementes de arroz (Oryza
mentes de arroz, em quase todas as regiões produtoras são, sativa L.), sendo dois do cv. IAC 165 (lotes A1 e A2 ) e dois do
principalmente, Pyricularia oryzae e Drechslera oryzae cau- cv. IAC 242 (lotes B1 e B2 ) da safra 95/96, fornecidos pelo
sadores da brusone e mancha parda, respectivamente. Esses Centro de Produção de Material Genético do Instituto Agro-
dois fungos são responsáveis pela redução de rendimento, nômico de Campinas, SP. Esses lotes foram selecionados pela
frequentemente observada nas lavouras agrícolas. Em segui- alta e média infestação de fungos em suas sementes.
da aparecem Cercospora oryzae, Phoma spp., Trichoconiella De cada lote tomaram-se 40kg de sementes, que foram
padwickii, Fusarium spp., Nigrospora oryzae, homogeneizadas e retiradas amostras ao redor de dois quilo-
Rhynchosporium oryzae, Tilletia barclayana e outros de me- gramas para determinar o grau de umidade e a sanidade inici-
nor importância, como Curvularia spp., Cladosporium spp., al. Em seguida, cada amostra foi dividida em duas subamos-
Alternaria spp., Epicoccum spp., Aspergillus spp., Penicillium tras, correspondendo aos tratamentos de embalagens (sacos
spp. e Rhizopus sp. conforme trabalho de Amaral (1985). de papel multifoliado ou plástico trançado), que por sua vez,
Ribeiro & Amaral (1980) avaliaram o efeito dos fungos foram divididas em quatro, referentes às quatro repetições de
Pyricularia oryzae, Drechslera oryzae, Curvularia spp., cinco quilogramas. Essas embalagens foram identificadas,
Nigrospora oryzae, Phoma spp., Alternaria spp. e outros, na fechadas, dispostas em prateleiras e mantidas em condições
germinação e emergência das plântulas de arroz, cujos lotes ambientais no armazém do Centro de Produção de Material
porcentagem.
50
Usou-se o delineamento inteiramente casualizado
40
em parcelas subdivididas no tempo, com os seguintes
30
fatores: embalagem - saco de papel multifoliado ou
saco plástico trançado, e sete épocas de amostragem 20
abr
nov
jun
jan
fev
jun
jul
out
dez
set
mar
mai
TABELA 1. Porcentagem média do grau de umidade de sementes de arroz cv. IAC 165, lotes A1 e A2 e cv. IAC 242, lotes
B1 e B2, armazenadas em sacos de papel multifoliado (PA) e plástico trançado (PL) durante doze meses, em
condições de ambiente natural de Campinas, SP.
A maior variação no grau de umidade do lote B1 do cv. oryzae) causadores, respectivamente, da brusone e da man-
IAC 242, ocorreu na embalagem de papel multifoliado e no cha-parda e que são responsáveis por grandes perdas, oriun-
lote B2 na de plástico trançado. Para essas oscilações ocorri- das, de ataques endêmicos e epidêmicos. Foram encontrados
das no grau de umidade dos lotes de sementes das duas em- também outros fungos como Fusarium spp., Phoma spp.,
balagens, não se encontra explicação, pois as condições de Curvularia spp. e Alternaria spp. que permitiram análise es-
temperatura e umidade relativa do ar foram iguais para todos tatística. Estavam presentes, ainda, fungos contaminantes
os lotes. Esse resultado está em desacordo com a proposição como Cladosporium sp. e Rhizopus spp., e outros como os
de vários autores, que citam o equilíbrio das sementes com a “fungos de armazenamento” Penicillium spp. e Aspergillus
umidade relativa do ambiente. spp., que apareceram após quatro a seis meses de armazena-
O tipo de embalagem também influenciou o grau de mento, coincidindo com o aumento do grau de umidade das
umidade das sementes. Os lotes do cv. IAC 165 mostraram sementes, nos lotes das duas cultIvares.
diferença significativa no grau de umidade, variando com o Os fungos encontrados estão incluídos, entre outros, em
tipo de embalagem. A de plástico trançado se mostrou uni- levantamentos realizados por Amaral (1985), em quinze amos-
forme durante todo o período de armazenamento, porém a de tras de arroz de sequeiro cv. IAC 165, provenientes de cinco
papel multifoliado a partir do sexto mês (lote A1) e oitavo regiões do Estado de São Paulo, e por Maia et al. (1987) em
mês (lote A2) mostrou diferença significativa, havendo, por- 57 amostras de arroz irrigado do Estado de Minas Gerais.
tanto um decréscimo no grau de umidade em relação à outra Geraldi (1981) também faz referência aos mesmos, em uma
embalagem. No cv. IAC 242 também houve efeito da emba- relação de fungos que ocorrem em arroz.
lagem, mas essa variação se deu até o quarto mês de Nas Figuras de 2 a 8 observa-se a porcentagem média de
armazenamento, no lote B2, estabilizando-se até o final do incidência de fungos em sementes de arroz, do cv. IAC 165,
período; quanto ao lote B1 houve uma variação no sexto mês lotes A1 e A2 e do cv. 242, lotes B1 e B2, acondicionadas em
para a embalagem de papel multifoliado e no oitavo mês para sacos de papel multifoliado e de plástico trançado, durante
o plástico trançado doze meses de armazenamento. Pode-se observar que todos
Com relação aos fungos que se encontravam associados os fungos considerados de campo, sofreram um decréscimo
às sementes de arroz, a maioria deles eram patogênicos à cul- na porcentagem de incidência, sendo que alguns em índices
tura. Entretanto, existiam alguns que se destacam por sua significativos e outros não, durante o período de armaze-
importância e por esse motivo foram identificados nos lotes namento.
de sementes. Nos lotes analisados, foram encontrados fun- O fungo Pyricularia grisea cuja presença só foi obser-
gos que as sementes adquirem ainda no campo, como vada nos dois lotes do cultivar IAC 165, teve um decréscimo
Pyricularia grisea (sinonímia: Pyricularia oryzae) e Bipolaris acentuado. O lote A1 apresentou, no início do armazenamento,
oryzae (sinonimia: Helminthosporium oryzae e Drechslera uma porcentagem maior desse fungo (Figura 2) do que o lote
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quatro quatro
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16 seis seis
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oito oito
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Incidência de fungos (%)
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Incidência de fungos (%)
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Aab
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Bc
Bc
Ad
0 0
sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico
papel trançado papel trançado papel trançado papel trançado
Período de armazenamento (mês) Período de armazenamento (mês)
FIG. 2. Incidência de Pyricularia grisea (%) em sementes de FIG. 3. Incidência de Bipolaris oryzae (%)em sementes de
arroz cv. IAC 165, lotes A1 e A2, armazenadas em arroz cv. IAC 165, lotes A1 e A2, armazenadas em
sacos de papel multifoliado e de plástico trançado, sacos de papel multifoliado e de plástico trançado,
em condições de ambiente natural de Campinas, SP. em condições de ambiente natural de Campinas, SP.
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e
minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%).
LOTE A1 LOTE A2
LOTE B1 LOTE B2 zero
zero 35 dois
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dois quatro
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Aab
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quatro 30 seis
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Incidência de fungos (%)
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5
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sacos de plástico sacos de plástico
0
sacos de papel plástico trançado sacos de papel plástico trançado papel trançado papel trançado
FIG. 4. Incidência de Bipolaris oryzae (%) em sementes de FIG. 5. Incidência de Fusarium spp.(%) em sementes de arroz
arroz cv. IAC 242, lotes B1 e B2, armazenadas em sacos cv. IAC 165, lotes A1 e A2, armazenadas em sacos de
de papel multifoliado e de plástico trançado, em papel multifoliado e de plástico trançado, em condições
condições de ambiente natural de Campinas, SP. de ambiente natural de Campinas, SP.
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e
minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%).
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35 25 quatro
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quatro
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Aab
seis
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seis
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Incidência de fungos (%)
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Aab
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10
10
5
5
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sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico
papel trançado papel trançado papel trançado papel trançado
Período de armazenamento (mês) Período de armazenamento (mês)
FIG. 6. Incidência de Fusarium spp. (%) em sementes de FIG. 7. Incidência de Phoma spp. (%) em sementes de arroz
arroz cv. IAC 242, lotes B1 e B2, armazenadas em sacos cv. IAC 165, lotes A1 e A2, armazenadas em sacos de
de papel multifoliado e de plástico trançado, em papel multifoliado e de plástico trançado, em
condições de ambiente natural de Campinas, SP. condições de ambiente natural de Campinas, SP.
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e Médias seguidas pela mesma letras maiúscula comparam embalagens e
minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%).
seis
Aab
25
Aab
oito
Incidência de fungos (%)
Aab
Aab
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dez
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20 doze
Ab
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Ab
Ab
Aab
Aab
Aab
Ab
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Ab
Ab
Ab
Ab
cia diminuiu de 4% a 6 % desde o início do armazenamento armazenamento. No cv. IAC 242, lote B1, a embalagem de
(Figuras 7 e 8). papel multifoliado resultou em incidência estatisticamente
Os fungos dos gêneros Curvularia, Cladosporium e Al- inferior à obtida com o plástico trançado no segundo e quarto
ternaria estavam presentes em quantidades pequenas e mos- meses, para o fungo do gênero Fusarium.
traram efeito não significativo do tempo de armazenamento e Quanto aos “fungos de armazenamento”, Penicillium spp.
das embalagens. e Aspergillus spp., o seu aparecimento foi detectado a partir
Esse declínio na sobrevivência, observado em todos os de quatro a seis meses de armazenamento, variando confor-
fungos durante o armazenamento de sementes de arroz, está me o cultivar e o lote, mas coincidindo com o aumento da
de acordo com o trabalho de Quagliariello et al. (1997), que temperatura e da umidade de armazenamento, conforme pode
constataram uma tendência de diminuição na incidência dos ser comparado com a Figura 1. O aumento mais acentuado
fungos, com o passar do tempo de armazenamento. Cornélio foi na embalagem de plástico trançado dos lotes A1 (16,9%) e
et al. (1997) chegaram às mesmas conclusões ao analisarem A2 (10,8%) do cv. IAC 165. Essa mesma conclusão foi obtida
as condições sanitárias de sementes de arroz, armazenadas por Cornélio et al. (1997), quando armazenou sementes de
em armazém convencional. arroz durante 16 meses, em armazém convencional. Em to-
Os dois tipos de embalagens no geral não causaram ne- dos os lotes, o gênero Penicillium atingiu porcentagens mais
nhum efeito sobre os fungos de campo nos quatro lotes, du- elevadas do que o gênero Aspergillus (Figuras 9, 10, 11 e
rante o período de armazenamento. No entanto, ocorreu uma 12), chegando a 76,5% (lote A1) nas amostras embaladas em
exceção, como de Pyricularia grisea no lote A1 do cv. IAC sacos de plástico trançado, após os doze meses de armaze-
165, onde após doze meses, a incidência nas sementes namento. Essa alta porcentagem de Penicillium spp. nos lo-
mantidas em embalagem de papel multifoliado mostrou-se tes do cv. IAC 165, comparada com os do IAC 242, pode ser
estatisticamente inferior a embalagem plástica. No lote A2 a explicada pelo fato daqueles lotes terem trazido mais
diferença mais expressiva foi, também, para P. grisea cuja propágulos do campo que os lotes do cv. IAC 242.
incidência nas sementes na embalagem de plástico trançado, Com relação ao tipo de embalagem, se observa que, a
se mostrou estatisticamente inferior, a partir do oitavo mês de de papel multifoliado mostrou diferença estatisticamente
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dois dois
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80
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quatro quatro
Ba
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70 seis
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oito 10 oito
Incidência de fungos (%)
Incidência de fungos (%)
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doze doze
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Af
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0 0
sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico
papel trançado papel trançado papel trançado papel trançado
Período de armazenamento (mês) Período de armazenamento (mês)
FIG. 9. Incidência de Penicillium spp. (%) em sementes de FIG. 10. Incidência de Penicillium spp. (%) em sementes de
arroz cv. IAC 165, lotes A1 e A2, armazenadas em arroz cv. IAC 242, lotes B1 e B2, armazenadas em
sacos de papel multifoliado e de plástico trançado, sacos de papel multifoliado e de plástico trançado,
em condições de ambiente natural de Campinas, SP. em condições de ambiente natural de Campinas, SP.
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e
minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%).
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Ad
Ad
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0 0
sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico sacos de plástico
papel trançado papel trançado papel trançado papel trançado
Período de armazenamento (mês) Período de armazenamento (mês)
FIG. 11. Incidência de Aspergillus spp. (%) em sementes de FIG. 12. Incidência de Aspergillus spp. (%) em sementes de
arroz cv. IAC 165, lotes A1 e A2, armazenadas em arroz cv. IAC 242, lotes B1 e B2, armazenadas em sacos
sacos de papel multifoliado e de plástico trançado, de papel multifoliado e de plástico trançado, em
em condições de ambiente natural de Campinas, SP. condições de ambiente natural de Campinas, SP.
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e minúscula Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula comparam embalagens e
amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). minúscula amostragens, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)
inferior para a incidência dos fungos do gênero Penicillium, ! os principais fungos presentes nas sementes de arroz fo-
nos dois lotes do cv. IAC 165, aos dez e doze meses de ram: Pyricularia grisea, Bipolaris oryzae, Fusarium spp.,
armazenamento. No entanto, no lote A2 ocorreu o mesmo no Phoma spp., Curvularia spp., Cladosporium sp., Alterna-
quarto e sexto meses. No lote B1 do cv. IAC 242, a embala- ria spp., Penicillium spp. e Aspergillus spp;
gem de papel multifoliado mostrou diferença estatisticamen- ! a incidência de fungos de campo foi reduzida durante o
te inferior aos quatro, seis e dez meses de armazenamento; armazenamento das sementes de arroz;
enquanto no lote B2, somente aos quatro meses. ! Pyricularia grisea perdeu completamente sua viabilidade
Para os fungos do gênero Aspergillus se observa efeito após 12 meses de armazenamento das sementes;
significativamente inferior da embalagem de papel multifo- ! a porcentagem de incidência dos fungos de armazenamento
liado no lote B1 do cv. IAC 242, aos quatro e aos seis meses Penicillium spp. e Aspergillus spp. aumentou conforme o
de armazenamento, enquanto no lote B2, aos quatro meses. cultivar.
No cv. IAC 165 houve uma diferença estatisticamente inferi-
or no sexto mês, para os lotes A1 e A2, para as embalagens de REFERÊNCIAS
papel multifoliado e plástico trançado, respectivamente.
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