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SONHOS

“Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, ainda que enfrente cem batalhas, jamais correrá perigo. Aquele que
não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, às vezes ganha, às vezes perde. Aquele que não conhece nem o
inimigo nem a si mesmo, está fadado ao fracasso e correrá perigo em todas as batalhas” SUN TZU – A Arte da
Guerra – 500 a.C.

Neurobiologia dos Sonhos: Atividade Elétrica

As evidências neurofisiológicas indicam que o sono não se constitui apenas em uma espécie de repouso cerebral,
mas também em estágios distintos de atividade neuronal.
Aproximadamente 90 minutos após o início do sono, várias mudanças fisiológicas abruptas podem ocorrer. O EEG
se torna dessincronizado, mostrando baixa-voltagem, um padrão de atividade rápido, similar, mas não idêntico,
àquele do estado de alerta. Como resultado, este estado de sono tem também sido chamado de sono paradoxal, sono
ativo, e sono dessincronizado.
Os estágios básicos do sono, por convenção, são divididos em dois tipos principais: REM (Rapid Eyes Movement, o
sono dos sonhos) e Não REM (NREM). Estes dois tipos são geralmente quebrados em cinco estágios: um, dois, três,
quatro e REM. Em cada estágio, as ondas cerebrais se tornam progressivamente maiores e mais lentas, e o sono se
torna mais profundo. Após alcançar o estágio 4, o período mais profundo, o padrão se reverte e o sono se torna
progressivamente mais leve até o sono REM, o período mais ativo, ocorrer.
Este ciclo ocorre tipicamente aproximadamente uma vez a cada 90 minutos. Aproximadamente 75% do sono total é
gasto em sono não-REM. Uma boa noite de sono depende do equilíbrio apropriado destes componentes.
Quando o indivíduo se torna sonolento, as ondas alfa e beta vão gradualmente cedendo espaço para outras ondas de
baixa amplitude conhecidas como ondas teta (quatro a sete por segundo). No sono leve, as ondas teta predominam e
há o aparecimento dos chamados fusos do sono (feixes de atividade elétrica sincronizada de 12 a 17 HZ).
À medida que as fases se sucedem, o sono torna-se cada vez mais profundo, e o indivíduo torna-se cada vez menos
reativo aos estímulos sensoriais.

Atividade Eletrofisiológica do Sono No cérebro, a somatória da atividade elétrica de milhões de neurônios,


principalmente no córtex, podem ser observadas no eletroencefalograma (EEG), um aparelho que registra a atividade
elétrica das células do cérebro durante os diversos estados em que se encontra uma pessoa, desde a vigília até o sono
profundo.

As células nervosas apresentam diferenças de potencial elétrico em relação ao líquido em que está
mergulhada. Potencial de ação refere-se a uma breve flutuação de cargas elétricas na membrana do
neurônio, causada pela rápida abertura e fechamento de canais iônicos dependentes de voltagem
(fluxo de íons). Potenciais de ação percorrem como ondas os axônios dos neurônios, para transferir
informação de um lugar a outro no sistema nervoso. Uma onda pode ser de alta ou baixa amplitude
(voltagem) e alta ou baixa frequência (regularidade).

Ondas beta (baixíssima amplitude, alta freqüência; 13 a 30 ondas/seg) Pessoa acordada e ativa (em
estado de vigília). São as ondas mais rápidas e sinaliza um córtex ativo e intenso estado de atenção.
Registro irregular (dessincronizado).

Ondas alfa (baixa amplitude, 8 a 13 ondas /seg.) Pessoa acordada e relaxada, com os olhos fechados. Os
neurônios estão disparando em tempos diferentes. Registro regular (sincronizado).

Ondas Teta (baixa-média amplitude, ondas em espiga; 3-7 ondas/seg.) Pessoa sonolenta ou adormecida, sono de
transição. Pode ser observada grande movimentação no hipocampo. O Ritmo de ondas teta também pode acontecer
no sono de REM. Porque no hipocampo é onde se processa a memória, a presença de teta durante REM está
relacionada a memorização.

Ondas delta (alta amplitude, baixa frequência; 3 ondas /seg.) Pessoa em sono profundo. Os neurônios, os
quais não estão engajados no processamento de informação, estão disparando todos ao mesmo tempo,
portanto a atividade está sincronizada. As ondas são grandes e lentas.

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Rem 60 a 70 ondas/seg. Atividade cerebral com baixa amplitude nas freqüências das ondas cerebrais,
supressão do tônus muscular "esquelético", movimentos rápidos dos olhos, e ocasionalmente pequenas
contrações musculares.

Estágios do sono durante uma noite, dividido em ciclos

Uma noite típica de sono consiste da repetição de 90 a 110 minutos do ciclo do sono REM e não-REM. O tempo
gasto no sono REM é representado pela barra no topo das ondas. O primeiro período REM é geralmente curto (5 a
10 min), mas ele tende a aumentar nos ciclos sucessivos. Da mesma forma, os estágios 3 e 4, os quais, juntos, são
freqüentemente chamados como "sono delta", é onde dominam o período de sono de ondas baixas no primeiro terço
da noite, mas freqüentemente são completamente ausentes durante os últimos ciclos ocorridos de manhã.

O eletroencefalograma (EEG) mostra os padrões de atividade


elétrica durante os diferentes estágios do sono. As ondas
cerebrais de uma pessoa alerta e de uma pessoa com sono
REM - Rapid Eye Movement (quando os sonhos ocorrem)
são similares em frequência e amplitude. No sono não-REM
(estágios 1, 2, 3 e 4), as ondas têm uma amplitude maior e
uma frequência mais baixa, indicando que neurônios no
cérebro estão disparando mais lentamente em um ritmo
sincronizado.

Conteúdo dos Sonhos

Muitos sonhos não são prazerosos. Calvin Hall catalogou mais de 10.000 sonhos de pessoas normais e encontrou
que:
64% - eram associados com tristeza, apreensão ou raiva;
18% - eram alegres e excitantes;
1% - eram associados com envolvimento sexual;
2%- eram atos hostis contra o sonhador, tais como assassinato, ataque ou denúncia.

Sonhos emocionais podem refletir a personalidade do sonhador, bem como a sua situação, no estado de alerta. Eles
podem expressar preocupações, desejos, insegurança, ideias grandiosas, ciúmes, amor, medos e outros sentimentos
ou sensações, revelando por meio disto, diferentes aspectos do estado mental das pessoas. Evidências desta
observação foram demonstradas por Rosalind Cartwright, em um estudo que envolvia sujeitos separados e
divorciados. Estes indivíduos eram acordados durante o sono REM para reportarem seus sonhos. Em 70 indivíduos
estudados, o conteúdo do sonho estava fortemente relacionado com a maneira pela qual aquela pessoa estava lidando
com a crise em questão (o divórcio).

Crick and Mitchison sugerem que a prevalência da emocionalidade nos sonhos pode ser característica somente de
sonhos que são lembrados, dado que os indivíduos são acordados pelos sonhos devido a ansiedade associada com
eles. Nestes casos, o processo de aprendizagem e de esquecimento se reverte para uma aprendizagem positiva e
então a sua recorrência pode ser explicada. Esta possibilidade pôde ser testada observando que os sonhos registrados
de pessoas "artificialmente" acordadas durante um experimento mostrava uma diminuição na proporção de temas
relacionados à ansiedade.

Jonathan Winson sugere que os sonhos refletem uma estratégia individual para a sobrevivência. Para ele, a natureza
do sonho REM sustenta um argumento evolutivo. Durante o dia, os animais processam informação em seus cérebros
para poderem andar e movimentar os olhos, no caso de se alimentarem, se defenderem contra predadores, etc.
Durante a noite, ao processar novamente aquelas informações durante o sono REM, tal reprocessamento não seria

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facilmente separado da locomoção, pois isto demandaria uma grande revisão de todo circuito cerebral. Então, para
manter o sono, a locomoção deve ser suprimida inibindo neurônios motores (aqueles que promovem a locomoção).
Os movimentos oculares, por sua vez, não necessitam ser suprimidos porque sua atividade não atrapalha o sono.

Outras teorias sustentam que os sonhos podem refletir um mecanismo de processamento da memória herdado de
espécies inferiores, no qual a informação importante para a sobrevivência reprocessada durante o sono REM é
necessariamente sensorial. De acordo com nossos ancestrais mamíferos, os sonhos em humanos são sensoriais,
principalmente visuais. O cego congênito tem sonhos auditivos, e aqueles que perdem esse sentido, gradualmente
perdem a habilidade de sonhar visualmente.

Alguns dos movimentos corporais estão relacionados com o conteúdo do sonho. Edward Wolpert, da Universidade
de Chicago, prendeu eletrodos aos membros de sujeitos adormecidos e registrou os potenciais elétricos de ação
(força exercida em uma partícula eletricamente carregada) dos músculos. O registro de um de seus sujeitos mostrava
uma seqüência de atividade motora primeiro na mão direita, depois na esquerda e finalmente nas pernas. Acordado
imediatamente depois, o sujeito relatou que sonhara ter levantado um balde com sua mão direita, transferindo-o para
a mão esquerda e então começado a andar. Estendendo-se ao sonambulismo, ele especula que este distúrbio pode ser
uma expressão extrema de tal defluxo motor para as extremidades.

SOBRE O SONHO LÚCIDO

Sonhar lúcido é sonhar enquanto você sabe que está sonhando. O termo foi cunhado por Frederik van Eeden
(conforme Green, 1968), usando a palavra "lúcido" no sentido de uma clareza mental. Normalmente, a lucidez
começa no meio de um sonho, quando o sonhador percebe que o que está sendo vivido não ocorre na realidade
física; é um sonho. Muitas vezes esta percepção é conseguida pela observação do sonhador de um evento que é
impossível ou improvável de acontecer, como o encontro com um falecido ou voar com ou sem asas. Algumas vezes
as pessoas se tornam lúcidas sem observar nenhuma pista particular no sonho; de repente, elas se dão conta de que
estão sonhando. Poucos sonhos lúcidos (segundo a pesquisa de LaBerge e colaboradores, em torno de 10%) são o
resultado de se retornar do estado de vigília diretamente para um sono REM sem a quebra da continuidade da
consciência.

A definição básica do sonho lúcido não requer nada mais do que se tornar consciente de você está sonhando.
Contudo, a qualidade da lucidez varia enormemente. Quando a lucidez é atingida em um alto grau, você está
consciente de que tudo que é experienciado está acontecendo na sua mente, que não existe um perigo real, e que
você está dormindo na cama e irá despertar em breve. Com um nível baixo de lucidez você pode ter a certeza de que
está sonhando, talvez consiga voar, ou modificar o que estiver acontecendo, mas não terá a percepção suficiente de
que as pessoas são representações oníricas, ou que não pode ser ferido, ou que está realmente na cama.

Lucidez e controle dos sonhos não são a mesma coisa. É possível ter lucidez e um pequeno controle sobre o
conteúdo onírico e, opostamente, ter um grande controle sem uma conscientização explícita de que se está sonhando.
Não obstante, tornar-se lúcido em um sonho é como aumentar deliberadamente sua influência sobre o curso dos
eventos. Uma vez que você saiba que está sonhando, você pode escolher realizar alguma atividade que só seria
possível em sonhos. Você sempre tem a possibilidade de escolher o grau de controle que quer exercer, ou o tipo dele.
Por exemplo, você pode continuar fazendo qualquer coisa quando se torna lúcido, com o conhecimento adicional de
que está sonhando. Ou pode tentar mudar alguma coisa - a cena onírica, você mesmo, outras personagens, etc. Nem
sempre é possível fazer "mágica" nos sonhos, como trocar um objeto por outro ou transformar cenas. A habilidade
do sonhador para conseguir isto parece que depende do grau de autoconfiança. Se você não acredita que possa fazer
algo no sonho, provavelmente não irá consegui-lo.

Por outro lado, o tipo de controle mais fácil (e talvez o mais sábio) a ser exercido em um sonho é o controle sobre o
seu próprio comportamento. Isto se aplica principalmente em pesadelos. Se você se torna lúcido em um sonho
difícil, pode tentar a mágica para sair da situação, mas muitas vezes isto não funciona muito bem. Geralmente, é
muito mais eficaz, e até melhor para o seu crescimento psicológico, reconhecer que, porque está sonhando, nada
pode te ferir. Seu medo é real, mas o perigo não. Mudar de atitude, neste caso, geralmente desfaz a situação onírica e
a transforma em algo positivo.

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Tipos de sonhos

1- Vigília - associação imediata


2- Válvula de escape – associação simbólica –
3- REM – Estado mais profundo e sonhos mais complexos

Para que serve a análise:

- Identificarmos e resolvermos os conflitos dentro de nós e que impedem à nossa maneira de agir.
- Observarmos como o nosso comportamento influência outras pessoas (emoções).
- Reconhecermos as defesas que usamos para repelir ameaças imaginárias ou reais.
- Evitarmos a tendência à frustração.
- Flexibilidade de comportamento.

“Os Sonhos são entidades misteriosas, com mensagens de um amigo desconhecido que é solícito, mas objetivo. Sua
caligrafia e linguagem são, por vezes, obscuras, mas nunca há qualquer dúvida quanto à preocupação subjacente
com o nosso bem-estar fundamental – que pode ser diferente do bem-estar que imaginamos ser a nossa meta. ” Jung

Desde os tempos mais remotos, o homem utiliza seus sonhos para obter conselhos, resolver problemas e curar suas
enfermidades. Antigas gravações sobre tábuas de pedra revelam que os gregos, do século vi a.C. ao século v d.C.,
realizavam nos santuários de Esculápio – deus da saúde – curas miraculosas através dos sonhos. Mas eles não foram
os únicos: hebreus, egípcios, hindus, chineses, japoneses e muçulmanos também praticaram a cura através dos
sonhos.

Até mesmo Hipócrates – pai da medicina moderna – escreveu um “Tratado dos Sonhos”, onde indica a utilização
terapêutica de certos símbolos oníricos.

Os povos da Antiguidade Clássica acreditavam que os sonhos ocorriam mediante revelações de deuses ou de
demônios. Assim, eles eram a chave do conhecimento mágico e espiritual, onde seriam reveladas passagens secretas
para fatos do passado, presente e futuro.

No Egito atribuía-se aos sonhos a intervenção dos deuses que predeterminavam a atividade humana. Pode-se citar
como exemplo o registro bíblico, quando da interpretação do sonho do rei Faraó por José. O sonho foi entendido
como aviso divino sobre a administração da produção do Egito, já que épocas de escassez viriam sobre o mundo
antigo.

JUNG E A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS

Jung conceitua os sonhos como sendo processos psíquicos naturais, análogos aos mecanismos compensatórios do
funcionamento corpora. Os sonhos, na sua função compensatória, funcionariam de três modos possíveis:

 O sonho pode compensar distorções temporárias da estrutura do ego. (Ex. Fúria reprimida)
 O sonho pode atuar como auto-representação da psique, colocando a estrutura do ego em funcionamento com
a necessidade de adaptação ao processo de individuação.
 O sonho é uma tentativa para alterar diretamente a estrutura dos complexos sobre os quais o ego arquetípico
se apóia para a identidade no nível mais consciente.

A compensação das visões distorcidas ou incompletas do ego vígil é, de acordo com a teoria junguiana, o propósito
dos sonhos. Nossa forma vígil de encarar as coisas sempre é incompleta, razão pela qual sempre há espaço para a
compensação. A origem teórica dos sonhos é o Si-mesmo, o centro regulador da psique.

Para Jung há três etapas principais para que se possa interpretar um sonho, são elas:
 uma compreensão clara dos detalhes exatos do sonho;
 a reunião de associações em ordem progressiva, em um ou mais de três níveis: pessoal, cultural, arquetípico;
 a colocação do sonho ampliado no contexto da situação vital e do processo de individuação21 da pessoa que
teve o sonho.

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Assim, para Jung, o sonho deve ser interpretado no contexto da vida corrente da pessoa que o tem. A aceitação do
sonho como confirmação da atual posição consciente da pessoa pode fornecer informações sobre o caráter
compensatório dos sonhos.

Depressão – seres humanos nos atacando – raiva não trabalhada.


Ansiedade – Estar se preparando para uma prova; sonhos de perseguição; ataque das forças da natureza.
Psicose – objetos não naturais ou que quebrem a estrutura natural.
Sonhos com Morte – aspectos de mudança presente!
Técnicas:

Imaginação Ativa
Lidar com o material onírico como se fossem personagens com pensamentos e idéias próprias.

Incubação de Sonhos
Plantar uma dissonância nova, não cotidiana, e esperar uma resposta simbólica nos sonhos.

Sonho Lúcido
Possibilidade de interagir, enquanto ego onírico, como ego vígil.

Sonho Compartilhado
Criar um ambiente onírico que pode ser “visitado” por outro ego onírico e compartilhar símbolos.

COMO TRABALHAR COM SONHOS

1) Questione de o sujeito se recorda de seus últimos sonhos.


2) Caso negativo, quando sonhou (lembra) pela ultima vez.
3) Provoque uma dissonância cognitiva leve pela metáfora.
4) Peça que anote os sonhos. Sempre!!
5) Peça que conte o sonho anotando os destaques, cenários, objetos, animais e personagens humanos.
6) Peça que explique cada um desses fragmentos do sonho e o que significam para ele. Com cuidado para não
fazer pré-julgamentos. Deixe que o sujeito encontrará a explicação fazendo conexões.
7) Ensine a diminuir a dissonância diurna com relaxamento e revisão antes de dormir.
8) Explique sonho lúcido e suas aplicações.
9) Direcione o sonho, peça orientações ao subconsciente etc.
10) Seja ético, pois os sonhos são símbolos não retratam a realidade de forma orientada.

“[...]todos os problemas que me preocupavam humana ou cientificamente foram antecipados ou acompanhados por sonhos[...]
Jung
Os sonhos, quando incubados, podem nos preparar para lidar com as emoções de uma maneira que não
conseguimos no modo vigil. Um sonho onde a angústia prevalece é sempre carregado de instruções sobre
como lidar com ela. Este sonho é capaz de transformar esta situação em que nos sentimos ameaçados e
pode proporcionar outros pontos de vista, mostrando a potencialidade do sujeito que ele mesmo
desconhecia. Através de um distanciamento, no sonho, o sujeito passa a refletir sobre a situação vivida no
ambiente onírico, fazendo com que haja uma análise das emoções e comportamentos envolvidos nele.

“Por isso introduzi a seguinte terminologia: a interpretação em que as expressões oníricas podem ser identificadas com objetos
reais é por mim denominada interpretação em nível do objeto” (Jung)
A interpretação, para melhor direcionamento, pode ser feita em vários níveis:

Nível de objeto: Os objetos oníricos são o que realmente aparentam. As pessoas que se manifestam neste
tipo de sonho são representantes das pessoas reais do mundo vigil e se comportam na expectativa do
sonhador.

Nível do sujeito: todos os aspectos do sonho são remetidos ao próprio sonhador ou sonhadora. Em geral
analisamos os sonhos investigando primeiramente se fazem sentido em nível de objeto. Em seguida eles
são interpretados em nível do sujeito.
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Sonho de Prospecção: Muitas vezes, nosso inconsciente, para nos enviar uma mensagem de alerta, pode criar
cenas de um possível futuro. Mas isso não é premonição! Ele se baseia em informações subliminares, abaixo do
nosso limiar de percepção consciente, para fazer previsões e criar a situação no ambiente onírico por dois motivos
principais: fazer uma vivência desta possibilidade para preparar o sonhador ou ainda, tentar criar, na pessoa, um
comportamento contrário a essa possível situação.

Métodos de Incubação:

Pessoal:
Quando for se deitar, expresse sua pergunta, por escrito e em apenas uma linha. Sonhos tendem a nos fornecer
respostas simples e específicas quando formulamos frases simples e específicas. Você pode experimentar algumas
frases até encontrar a melhor. Sua frase poderia ser:
- Sonho, por favor, diga-me o que realmente está acontecendo entre mim e fulano?
- Sonho, por favor, inspire-me em meu novo projeto?
- Sonho, por favor, ajude-me a compreender por que paraliso em situações de perigo?

Anote, do contrário você facilmente esquecerá o que decidiu incubar. Se for possível, além de escrever, leia sua
frase em voz alta. Observe quantos recursos você está usando em escrever, falar e ouvir o que deseja do
inconsciente.

Concentre sua consciência exclusivamente em sua pergunta. Livre-se de pensamentos negativos, como: “Isso não
dará certo. ” Ou “Amanhã tenho que fazer muitas coisas”. Não perca o seu foco e volte para sua frase. Durma com
a certeza de que obterá a resposta no dia seguinte. Ao acordar, faça suas anotações, incluindo todos os
sentimentos, pensamentos, frases, palavras, canções ou fantasias que lhe ocorram. Não faça julgamentos. Use seu
método de interpretação e não tente forçar o sonho a responder sua pergunta. O sonho pode abordar outro tema,
então explore seu sonho com a mente aberta. Não deixe escapar informações importantes querendo obter uma
resposta para sua incubação. Quando perceber a linha básica de ação do sonho, pergunte a si mesmo se ele traz à
luz sua frase de incubação.

Acredite que seu sonho fará um bom trabalho. Essa parte criativa em nós tem consciência de nossas preocupações
e é capaz de reagir a elas com sonhos bem elaborados. Quando perguntamos aos sonhos, eles sempre trazem
respostas surpreendentes para nossas vidas. Não importa se nossa pergunta é simples ou complexa.

COM O PACIENTE:

1) Crie uma dissonância a partir de uma metáfora e peça que a resolução, a resposta, seja dada em sonhos. Procure
manter o sujeito em estado alterado durante toda a narrativa.
2) Quando em estado alterado, antes de liberar o sujeito ao seu estado normal, procure induzir que a solução
aparecerá em seus sonhos através de símbolos que serão facilmente decifrados pelo sujeito.
3) Coloque o sujeito em estado alterado e guie uma cena onde o problema em questão seja vivenciado plenamente.
Explore os canais preferenciais. Induza que a solução estará presente nos sonhos e na lembrança destes na
próxima noite de sono.
4) Ensine o sujeito a dialogar, como no modo pessoal, com seu inconsciente quando for dormir e solicitar ao
inconsciente um sonho de resolução do problema vivenciado. Muitas descobertas científicas ocorreram assim.

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