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Vida e desgaste de ferramentas de corte

Processo de Fabricação
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CAMPUS DE JOINVILLE
CENTRO DE ENGENHARIAS DA MOBILIDADE

Vida e Desgaste de ferramentas

Prof. Dr. Adriano Fagali de Souza


adriano.fagali@ufsc.br

Prof. Dr. Adriano Fagali de Souza - UFSC CEM 1


Vida e desgaste de ferramentas de corte

VIDA DA FERRAMENTA é o tempo


em que ela trabalha efetivamente,
sem perder o corte, ou até que se
atinja um critério de fim de vida
previamente estabelecido.

[Machado, A. 2013]

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Vida e desgaste de ferramentas de corte

Desgaste

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Vida e desgaste de ferramentas de corte

O critério de fim de vida:

a) Tolerâncias dimensionais não são mais possíveis de se


obter

b) Acabamento superficial insatisfatório

c) Quebra da aresta de corte devido ao desgaste

d) Elevação das forças de usinagem

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Vida e desgaste de ferramentas de corte

Principais grandezas utilizadas para quantificar


a vida de uma ferramenta:

- tempo total de trabalho [min]

- percursos de corte [m]

- volume de material removido [cm3]

- número de peças produzidas [unidades]

Ex: Avaliação do desgaste de flanco - Vb

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Vida e desgaste de ferramentas de corte

Os fatores que influenciam a vida da


ferramenta:

- Peça
- Ferramenta de corte
- Fluido de corte
- Máquina-ferramenta
- Parâmetros de processo

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Vida e desgaste de ferramentas de corte
Mecanismos de Desgaste
Desgaste Total

Difusão

Adesão
Abrasão

Oxidação

Temperatura de Corte
(Velocidade de Corte; Avanço e outros fatores)

Diagrama de distribuição dos mecanismos de desgaste das ferramentas de corte (Vieregge, 1970).

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Processo de Fabricação
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Materiais para ferramentas de corte


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Materiais para ferramentas de corte

Materiais Empregados
‒ Aço Ferramenta
‒ Aço Rápido
‒ Metal Duro
‒ Cermet
‒ Cerâmica
‒ Nitreto de Boro Cúbico
‒ Diamante

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Materiais para ferramentas de corte

Aço rápido

Desenvolvido por Taylor e apresentado publicamente em 1900 na


Exposição Mundial de Paris (fabricação por fundição).
Composição
Elementos de Liga: tungstênio, cromo e vanádio como elementos
básicos de liga e pequena quantidade de manganês para evitar
fragilidade.

Características
‒ temperatura limite de 520 a 600⁰C;
‒ maior resistência à abrasão em relação ao aço-ferrameta;
‒ tratamento térmico complexo.

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Materiais para ferramentas de corte

METAL DURO

O advento desta classe aconteceu no final da


década de 20, na Alemanha, quando se conseguiu
produzir em laboratório o carboneto de tungstênio
(wc) em pó pela primeira vez.

A mistura deste pó com o cobalto, também em pó,


trouxe ao mercado, na década de 30, um dos mais
avançados grupos de materiais de ferramentas de
corte: o Metal Duro.

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Materiais para ferramentas de corte

Consumo de metal duro e HSS nos EUA


Metal Duro Aço-rápido

Ano Milhões de Variação Milhões de Variação


US$ percentual US$ percentual

2004 838 +20,8 383 +2,1

2005 884 +5,5 338 -11,6

2006 933 +5,6 346 +2,1

2007* 979 +4,9 324,8 -6,0

2008* 1.102 +12,6 324,5 -0,1

2009* 1.240 +12,5 331 +1,9

*Projeções baseadas em informações das 80 maiores empresas do setor


Fonte: Cutting Tool Engineering Magazine – Jan 2007

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Materiais para ferramentas de corte

METAL DURO - Características


‒ Elevada dureza

‒ Elevada resistência à compressão

‒ Elevada resistência ao desgaste

‒ Possibilidade de obter propriedades distintas nos metais duros


pela mudança específica dos carbonetos e das proporções do
ligante

‒ Controle sobre a distribuição da estrutura

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Materiais para ferramentas de corte

Classificação dos metais duros

A nova Norma ISO 513


apresenta 6 classes de
metal duro:

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Materiais para ferramentas de corte

Processo de metalurgia do pó para obtenção dos metais duros

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Materiais para ferramentas de corte

CERMETS

Material em um grupo considerado intermediário entre os


metais duros e as cerâmicas, e as ferramentas são aplicadas
principalmente nos superacabamento dos aços, com altas
velocidades e baixos avanços. Suas principais características
são a alta dureza a elevadas temperaturas e a grande
estabilidade química, com pouca tendência à difusão.

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Materiais para ferramentas de corte

Cermets x Metal duro

PROPRIEDADES FÍSICAS CERMET METAL DURO


DUREZA (HV) 3200 2100
SOLUBILIDADE NO FERRO (wt% a
0,5 7
1250ºC)
TEMPERATURA DE OXIDAÇÃO
1100 700
(ºC)
CONDUTIVIDADE TÉRMICA
0,052 0,42
(cal/cm·s·ºC)
COEFICIENTE DE DILATAÇÃO
TÉRMICA 7,2 5,2
(10-6/ºC)
COEFICIENTE DE CHOQUE
1,9 27,1
TÉRMICO*

condutividade térmica x resistência à tração


* Coeficiente de choque térmico = coeficiente de dilatação x módulo de elasticidade

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Materiais para ferramentas de corte

CERÂMICAS

As cerâmicas são compostas de elementos metálicos e não-


metálicos, geralmente na forma de óxidos, carbonetos e
nitretos, e existem em uma grande variedade de
composição e forma.

Devido às fortes ligações primárias, a maioria das cerâmicas


tem alto ponto de fusão.

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Materiais para ferramentas de corte

Em geral, as cerâmicas possuem as seguintes


propriedades que ajudam a identificá-las.
 Capacidade de suportar altas temperaturas (materiais refratários);

 Alta resistência ao desgaste;

 Altas durezas;

 São frágeis;

 Baixa condutividade térmica;

 Boa estabilidade química e térmica;

 Boa resistência à fluência;

 Alta resistência à compressão e baixa resistência à tração.

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Materiais para ferramentas de corte
Comparação das propriedades da cerâmica, cermet e metal duro

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Materiais para ferramentas de corte
Comparação das propriedades

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Materiais para ferramentas de corte

Revestimentos
Dois processos de revestimento:

CVD - Chemical Vapour Deposition - Deposição


química de vapor

PVD - Phisical Vapour Deposition - Deposição


física de vapor

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Materiais para ferramentas de corte

METAL DURO - REVESTIMENTOS

Principais variáveis:

- Número de camadas

- Espessura das camadas (de 4 a 12 m)

- Qualidade da camada revestida: TiC, TiN, TiCN,

Al2O3, (TiAl)N, WC/C, PCD, AlCrN e AlCr

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Fluidos de corte

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Fluido de corte
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Fluidos de corte

Funções dos Fluidos de Corte

 Lubrificação à baixas velocidades de corte

 Refrigeração à altas velocidades de corte

 Ajudar a retirar o cavaco da zona de corte

 Proteger a máquina-ferramenta e a peça de


corrosão atmosférica

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Fluidos de corte

vcav

[Machado, A. 2013]

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Fluidos de corte

RAZÕES PARA SE USAR FLUIDOS DE CORTE

 Aumenta a vida das ferramentas

 Reduz as forças / potência de usinagem

 Melhora do acabamento superficial

 Facilita a remoção dos cavacos da região de corte

[Machado, A. 2013]

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Fluidos de corte

PRINCIPAIS PROBLEMAS CAUSADOS


PELOS FLUIDOS

 Saúde e segurança
 Promovem choques térmicos nas ferramentas
 Acelera o aparecimento de trincas de origem
térmica
 Manutenção e descarte do fluido

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Fluidos de corte

Problemas que devem ser monitorados e controlados


com fluidos de corte nas máquinas-ferramenta:

 Crescimento de bactérias e fungos

 Odor

 Fumaça

 pH

 Concentração do fluido

 Contaminação do fluido

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Fluidos de corte

Maneiras de aplicação dos Fluidos

 Jorro de fluido à baixa pressão (torneira à pressão normal)

 Pulverização (MQF)

 Sistema à alta pressão

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Fluidos de corte

Aplicação

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Fluidos de corte

VANTAGENS DA APLICAÇÃO DE FLUIDOS


Exemplos:
 Usinagem com ferramentas com baixa resistência ao
cisalhamento (aço-rápido e ligas fundidas);

 Operações onde o acabamento superficial e/ou as


tolerâncias dimensionais são críticos;

 Furação de materiais que produzem cavacos


descontínuos (como o ferro fundido cinzento).

 Corte contínuo de material metálico com ferramentas de


metal duro com ou sem revestimento

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Fluidos de corte

PROCESSOS OS QUAIS O FLUIDO NÃO É


CONVENIENTE

 Usinagem com ferramentas cerâmicas

 Usinagem de materiais endurecidos

 Corte interrompido (e.g., fresamento) com ferramentas


de metal duro onde o principal tipo de desgaste são
trincas de origem térmica

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Fluidos de corte

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FLUIDOS DE


CORTE

 AR

 AQUOSOS
 EMULSÕES
 SOLUÇÕES QUÍMICAS (FLUIDOS SINTÉTICOS)

 ÓLEOS
 MINERAIS
 VEGETAIS

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REFERÊNCIAS

MACHADO, A. R.; ABRÃO, A.; COELHO, R. T.; SILVA, M. B. Teoria da usinagem dos materiais.
1ª ed. Ed. Blucher, São Paulo, Brasil, 2009.

DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C.; COPPINI, N. L. Tecnologia da Usinagem dos Materiais. 5ª ed,
Artliber, São Paulo, Brasil, 2006.

ROSEMAR BATISTA DA SILVA, (2013). Notas de aula. UFU.

RODRIGO LIMA STOETERAU, (2013). Notas de aula.

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