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CARGA TÉRMICA PARA

AR CONDICIONADO

PROF. M.SC. ANDRÉ LUIZ VICENTE DE CARVALHO


TABELA DE CÁLCULO SIMPLIFICADO
TABELA DE CÁLCULO SIMPLIFICADO
térmica
20 m2 1.000
(considerar normalmente)
𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 = 3,2 ∗ 4 = 12,8𝑚2
𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 = 3,2 ∗ 8 = 25,6𝑚2
𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 = 3,2 ∗ 4 = 12,8𝑚2
𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 = 3,2 ∗ 8 = 25,6𝑚2
𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑡𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑙 𝑒 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 (12,8𝑚2)

𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑡𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑜𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑒 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎 𝑙𝑒𝑠𝑡𝑒 (25,6𝑚2)


1.920
1.000 + 716 + 1.920 + 8.632
8632

8632 1,0 8.632


8632
8632

- Fazendo a conversão de unidades para BTU, mais comum no


mercado residencial; encontraremos:

- 8632 kcal/h x 3,968 = 34.252 BTU


CARGA TÉRMICA DE
AR CONDICIONADO

Cálculo Detalhado
Prof. M.Sc. André Luiz Vicente de Carvalho
Carga térmica
• Carga térmica é a quantidade de calor sensível e latente, geralmente expressa em
btu/h, ou kcal/h, que deve ser retirada do recinto a fim de proporcionar as condições
de conforto desejadas.
• Essa carga térmica pode ser introduzida no recinto a condicionar por:
• condução:
• insolação:
• pessoas;
• equipamentos;
• infiltração:
• ventilação.
CARGA DE CONDUÇÃO- CALOR SENSÍVEL

• Expressão geral da transmissão de calor por condução e por hora pode ser expressa, para
materiais homogêneos, paredes planas e paralelas:
• ONDE:
𝐾
• Q: taxa de fluxo de calor transmitida em kcal/h; 𝑄 = 𝐴. .∆T
𝑋
• A: área da superfície normal ao fluxo em m²;
• X: espessura do material em m;
• K: condutividade térmica do material por unidade de comprimento e unidade de área em kcal ·
m/h · m² °C
• ∆T: diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela espessura x em °C
CARGA DE CONDUÇÃO- CALOR SENSÍVEL

• Quando o material não é homogêneo, como, por exemplo, uma parede construída com tijolos,
massa e isolamento, a equação toma a seguinte forma:
𝑸𝒄 = 𝑨. 𝑼. ∆𝑻
• Nos cálculos da carga térmica do ar condicionado, usa-se um coeficiente U, mais fácil de ser
obtido, medindo-se a temperatura do ar em ambos os lados da superfície. Esse coeficiente é
chamado coeficiente global de transmissão de calor e é definido como o fluxo de calor por hora
através de um m² de superfície, quando a diferença entre as temperaturas do ar nos dois lados
da parede ou teto é de um grau centígrado.
CARGA DE CONDUÇÃO- CALOR SENSÍVEL
• Quando se usam vários materiais nas paredes que separam os ambientes, para cálculos mais precisos
utilizam-se as resistências que cada material opõe ao fluxo. Essas resistências são os inversos das
condutividades e condutâncias e são somadas do mesmo modo que resistências em série de um circuito
elétrico.
1
𝑈=
1 𝑥 1
+ +
ℎ𝑒 𝑘 ℎ𝑖
• Valores de k são obtidos em tabelas para os materiais utilizados.
• Para valores de h utilizam-se;
• ar parado= 1,46 a 1,63 btu/h ft² °F = 7,13 a 7,96 kcal/h.m² °C;
• ar a 12 km/h = 4,0 btu/h ft² °F = 19,5 kcal/h.m² °C;
• ar a 24 km/h = 6,0 btu/h ft² °F = 29,3 kcal/h.m² °C.
EXEMPLO 1
• Queremos saber qual o coeficiente global de transmissão de calor para uma parede composta
das seguintes camadas:
• Considerando a temperatura externa de 35°C e a interna de 25°C; qual a carga térmica
encontrada nesta condição?
CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO - CALOR SENSÍVEL
• A mais poderosa energia que a superfície da terra recebe do universo é a energia solar, que já está sendo
aproveitada pelo homem como fonte térmica.
• Essa energia é, quase sempre, a responsável pela maior parcela da carga térmica nos cálculos do ar
condicionado, em geral como radiação e convecção.
• Por absorção, a energia de radiação solar pode ser introduzida nos recintos tanto em maior quantidade
quanto menos brilhante for a superfície refletora. Assim, temos a seguinte tabela, que dá uma ideia do
percentual de energia radiante em função da cor:
CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO - CALOR SENSÍVEL

• Para a estimativa de carga térmica, será importante saber o horário de utilização da


dependência e fazer o cálculo para a incidência máxima do sol. No hemisfério sul, nos meses de
verão, a parede que recebe maior insolação é a voltada para oeste e entre 16 e 17 h, para as
clarabóias (teto de vidro), ao meio-dia.
• Embora se conheça com certa precisão a quantidade de calor por radiação e convecção oriundos
do sol, a parcela que penetra nos recintos não é bem conhecida, e todas as tabelas existentes
dão uma estimativa satisfatória para os cálculos na prática do ar condicionado.
CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO - CALOR SENSÍVEL

• Transmissão de calor do sol através de superficies transparentes (vidro)

• A energia radiante oriunda do sol incidente em uma superfície transparente subdivide-se em três
partes:
• Uma que é refletida (q 1);

• Uma que é absorvida pelo vidro (q2);

• Uma que atravessa o vidro (q3).

• A parcela q3 que penetra no recinto é a que vai nos interessar nos cálculos da carga térmica.
CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO - CALOR SENSÍVEL

• Através de tabela, temos os valores do fator solar obtido por ensaios para esta parcela em
Kcal/h por m2 de área de vidro, ou W/m2, supondo-se a janela sem proteção; caso seja
protegida por toldos ou persianas, deve-se multiplicar os valores obtidos, pelos seguintes
coeficientes de redução:
• Toldos ou persianas externas: 0,15 - 0,20;
• Persianas internas e refletoras: 0,50 - 0,66;
• Cortinas internas brancas (opacas): 0,25 - 0,61.

• Esta tabela é para janelas com esquadrias de madeira; para esquadrias metálicas multiplicar por
1,15.
CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO - CALOR SENSÍVEL

• A carga térmica é calculada pela fórmula:

𝑄𝑣 = 𝑈. 𝐴. 𝐹𝐶

• Onde: Qv é a isolação através do vidro,


U é o fator solar obtido na tabela,
FC é o fator de correção em função de proteção.
EXEMPLO 2

• Queremos saber a quantidade de calor solar transmitido através de uma janela de vidro sem
proteção, com os seguintes dados:
• Dimensões: 4,00 X 2,00 m;
• Local: Rio de Janeiro;
• Hora: 16 h;
• Data: 20 de fevereiro;
• Janela voltada para oeste.
CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO – PAREDES OPACAS
• Transmissão de calor do sol através de superfícies opacas como as paredes, lajes e telhados
transmitem a energia solar para o interior dos recintos por condução e convecção, segundo a
fórmula:

𝑄𝑜 = 𝐴 . 𝑈 . 𝑡𝑒 − 𝑡𝑖 + ∆𝑡
• Onde:
• A = área em m²;
• U = coeficiente global de transmissão de calor em kcal/h·m²•°C;
• Te = Temperatura do exterior em °C;
• Ti =temperatura do interior em °C;

• ∆t =acréscimo ao diferencial de temperatura dado por tabela.


CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO – PAREDES OPACAS

TABELA DE ACRÉSCIMO DE TEMPERATURA (∆T)


EXEMPLO 3

• Queremos saber qual o fluxo de calor solar através da parede do exemplo 1, onde:
• A =10 x 3 m;
• U = 1,03 kcal/h·m²•°C;
• Te = 35 °C;
• Ti = 25 °C.
• A parede está voltada para oeste e tem cor clara.
CARGA DEVIDA AOS DUTOS
• Em caso de uso de condicionamento por insuflação de ar, existe troca de calor através da parede do duto
de ar conduzido para o ambiente. Para estes casos tem de ser levado em consideração esta parcela de
calor, que estará relacionada ao tamanho do duto e por onde o duto passa.
• Normalmente, o projetista do ar condicionado se vê às voltas com um aparente impasse: como determinar a
carga térmica devida aos dutos se estes ainda não foram calculados? O caminho mais prático para resolver
o impasse é estimar o traçado e as dimensões dos dutos, e assim que se calcular a carga térmica. Após os
cálculos, fazer uma verificação se os dutos estão adequados. Se estiver dentro de uma margem de 10% de
erro, não há necessidade de se recalcular. Caso contrário repete-se estes cálculos
CARGA DEVIDA AOS DUTOS

• O uso de condicionamentos de ambientes por insuflação, estão sendo menos utilizados, devido aos
custos de manutenção; salvo os casos em que estes se fazem necessários, como ambiente
contaminados em que a renovação do ar interno é obrigatório. Caso de CTI hospitalares, etc.
• Este cálculo é o mesmo de condução através de superfícies opacas, a qual nós não entraremos em
detalhes, visto ser atualmente pouco utilizados.
CARGA DEVIDA ÀS PESSOAS
• Todo ser humano emite calor sensível e calor latente, que variam conforme esteja o indivíduo em
repouso ou em atividade.
• Se submetido à atividade física violenta, o corpo humano pode emitir até cinco vezes mais calor
do que em repouso. Considerando-se que a temperatura média normal de uma pessoa é de 37°C
(98,6°F), verifica-se experimentalmente, que quanto maior é a temperatura externa, maior é a
quantidade de calor latente emitida, e quanto menor esta temperatura, maior é o calor sensível.
• Uma tabela, baseada na NBR-6401, dá os valores do calor liberado pelas pessoas em função da
temperatura e da atividade.
EXEMPLO 4

• Um teatro como 500 lugares deverá ser mantido a 25°C. É previsto um máximo de 20 artistas
trabalhando ao mesmo tempo. Qual deverá ser a carga térmica devida às pessoas?

𝑄𝑝 = 𝑁𝑃 . 𝐶𝐿

Onde: NP – número de pessoas,


CL – calor liberado.
CARGA DEVIDA AOS MOTORES

• Os motores elétricos, quer dentro do recinto, em qualquer ponto do fluxo de ar, quer mesmo nos
ventiladores, adicionam carga térmica ao sistema devida às perdas nos enrolamentos, e essa
carga precisa ser retirada pelo equipamento de refrigeração. É preciso levar em conta se o
motor está sempre em funcionamento ou se a sua utilização é apenas esporádica.
• Para motores que porventura permaneçam no recinto condicionado (elevadores, bombas,
máquinas elétricas, perfuradoras etc.).
CARGA DEVIDA AOS MOTORES

• Temos as fórmulas:
𝑃
𝑄𝑚 = − 𝑃 . 733. 𝑛ℎ . 𝑃
𝜂
Onde: Qm – Calor em W.h
P – potência em CV
nh – numero de horas de funcionamento
Para converter utilizar: 1 kW.h = 860 kCal
EXEMPLO 5

• Um motor, funciona durante aproximadamente 10 horas por dia, em recinto a ser condicionado,
possuindo 7,5 CV de potência, e rendimento de 85%, pelo catálogo do fabricante.
• Qual a carga térmica adicionada ao ar circulante?
CARGA DEVIDA À ILUMINAÇÃO
• A iluminação fluorescente necessita de um reator, que adiciona cerca de 20% de carga.
• Deve-se levar em conta, no cálculo da carga térmica, que nem sempre todas as lâmpadas estão ligadas
simultaneamente; geralmente na hora em que a carga térmica de insolação é máxima muitas lâmpadas
podem estar desligadas.

• A carga térmica se calcula utilizando a fórmula:

𝑄𝑖 = 𝑃𝑙 . 𝐹𝑟

Onde: Pl é a potência da lâmpada em W,


Fr é o fator do reator.
EXEMPLO 6

• Um equipamento de ar atende ao restaurante, ao salão de estar e à portaria de um hotel onde


temos a seguinte Iluminação:
• Restaurante: 50 aparelhos de luz fluorescente de 4 X 40 W;
• Salão de estar: 20 lustres, cada qual com 8 lâmpadas incandescentes de 100 W;
• Portaria: 10 spotlights de 150 W, incandescentes.
• Desejamos saber a carga térmica devida à iluminação.
CARGA DEVIDA À INFILTRAÇÃO
• Método das Frestas:
• A penetração do ar exterior no interior do recinto depende da velocidade do vento. Estudos de laboratório
foram utilizados para montagem de uma tabela, os valores encontrados, multiplicados pelo comprimento
linear da fresta, dão a quantidade de calor que penetra no recinto.

• Quando no recinto a pressão do ar é superior à do ar exterior, não há penetração do ar de fora e essa


parcela pode ser desprezada.
• O ar introduzido aumenta a carga térmica em calor sensível e calor latente. A carga de calor sensível é
dada por:
𝑄𝑓 = 𝑚.ሶ 𝑐. 𝑡𝑒 − 𝑡𝑖

Onde: 𝑚ሶ é a vazão volumétrica,


c é calor específico do ar (condições normais 0,24 kCal/kg.°C)
TABELA INFILTRAÇÃO DE AR EXTERIOR
TABELA INFILTRAÇÃO DE AR EXTERIOR
TABELA INFILTRAÇÃO DE AR EXTERIOR
EXEMPLO 7

• Retomemos o exemplo da carga térmica de um teatro com 500 lugares. Queremos saber qual a
carga térmica por infiltração, considerando que o teatro tenha 4 portas de 90 cm, cada.
• A temperatura do ar interior e exterior são:
• Interior- 25°C;
• Exterior- 32°C.
CARGA TÉRMICA TOTAL

• Conhecida a carga térmica devida a condução, insolação, pessoas, equipamentos e infiltração, adicionando-
os, temos o somatório de calor sensível e calor latente a retirar do recinto para obter as condições de
conforto desejadas. Somando ambos, temos o calor total.
• Como medida de segurança, para atender às penetrações eventuais de calor no recinto, acrescentamos mais
10% aos cálculos.

• Normalmente desejamos o resultado em toneladas de refrigeração, por isso dividimos por 12.000 o total de
BTU/h, por 3,52 o total de kw ou por 3.024 o total de kcal/h.
Compressores
Alternativos
Cálculo de Potência
PROF. M.SC. ANDRÉ LUIZ VICENTE DE CARVALHO
Compressores
Os compressores podem ser classificados em duas categorias;

Categoria de acoplamento; definida pela sua forma física e acesso para


manutenção.

Categoria de compressão; definida pela maneira como se faz a


compressão no interior do compressor.
Categoria de Acoplamento
Moto-compressor Hermético: nesta categoria o motor elétrico e o compressor
são montados juntos dentro de um compartimento ao qual não se tem acesso
para manutenção.
Categoria de Acoplamento
Moto-compressor Semi-Hermético: o motor e o compressor estão juntos em um mesmo
compartimento, porém esse tem acessos para que possa ser realizada manutenção.
Categoria de Acoplamento
Compressor Aberto: quando o compressor e o motor de acionamento não são
um único componente, ou seja, são dois blocos que se unem por acoplamento
mecânico.
Categoria de compressão
Alternativo: São compressores constituídos de uma câmara, onde seu
volume aumenta ou diminui através da movimentação de sua
fronteira.
Em geral são formados por pistão e virabrequim, mas podem também
ser formados por diafragmas, pistões e cames, ou outros arranjos.
Categoria de compressão
Rotativo: São compressores onde o processo de compressão se forma
pela rotação de um rotor que gera variações de volumes devido a
excentricidade do rotor em relação à carcaça.
Os mais comuns são de palhetas, utilizados com frequência em
bombas de vácuo e ar condicionado.
Categoria de compressão
Scroll: Este compressor possui dois caracóis, um é fixo e o outro móvel, sendo
que o móvel executa um movimento orbital dentro do fixo e com isso cria bolsas
de gás que diminuem de volume gerando a compressão.
Scroll - Funcionamento
Categoria de compressão
Parafuso: Nesses compressores seu rotores ou fusos; tem formato que
fazem lembrar a rosca de um parafuso.
Compressor de Parafuso
Categoria de compressão
Centrifugo: Trabalha com alta rotação, transformando a energia cinético do
rotor em energia de pressão do fluído. Podendo ser simples ou de múltiplos
estágios.
Sendo mais comumente utilizados em Chiller’s de médio e grande porte.
Rendimento Volumétrico Real
O rendimento volumétrico é o parâmetro chave na interpretação do
desempenho dos compressores alternativos para aplicações frigoríficas.
Distinguem-se dois tipos de rendimento:
◦ O real;
◦ O de espaço nocivo.
O rendimento volumétrico real, é dado em porcentagem e definido como:
𝑚3
𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 ( 𝑠 )
𝜂𝑣𝑟 % = (100) 𝑚3
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ( 𝑠 )
Rendimento Volumétrico de Espaço Nocivo
Para entendimento do “Rendimento
Volumétrico de Espaço Nocivo”,
precisamos analisar o gráfico
representado ao lado.
Para abrir a válvula de admissão, que é
operada por mola, o pistão precisa
baixar a pressão até vencer a força da
mola, para entrada do gás.
Da mesma forma para fazer a descarga
a pressão precisa superar a força da
mola da válvula de descarga.
Rendimento Volumétrico de Espaço Nocivo
O espaço nocivo, cujo volume é representado por Ven, que associa o volume
residual entre a superfície interior do cabeçote e a do pistão, quando este se
encontra no PMS.
O gás retido no espaço nocivo deve ser expandido até a pressão de aspiração,
quando tem início a introdução de gás no cilindro.
O volume do espaço nocivo pode ser expresso como porcentagem do volume
deslocado.
𝑉𝑒𝑛
𝜀 % = 100
𝑉3 −𝑉𝑒𝑛
Rendimento Volumétrico de Espaço Nocivo
Considerando que a pressão de aspiração é pa, o gás residual do espaço nocivo
deve ser expandido até essa pressão, condição em que o volume ocupado pelo
gás no cilindro é V1.
Assim, o volume de gás efetivamente introduzido no cilindro é igual a V3 – V1, de
modo que o rendimento volumétrico de espaço nocivo, deverá ser dado por:
𝑉3 −𝑉1
𝜂𝑒𝑛 = 100
𝑉3 −𝑉𝑒𝑛

Ou em termos de ɛ
𝑉1
𝜂𝑒𝑛 = 100 − 𝜀 −1
𝑉𝑒𝑛
Rendimento Volumétrico de Espaço Nocivo
𝑉1 𝑣𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜
Sendo: =
𝑉𝑒𝑛 𝑣𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎

Sendo: 𝑣𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜 = volume específico do vapor na aspiração do compressor


𝑣𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = volume específico do vapor na descarga do compressor
A relação entre volumes pode ser determinada através dos volumes específicos
obtidos em tabelas de propriedades ou diagramas p-h dos refrigerantes.
Ficando a equação assim:
𝑣𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜
𝜂𝑒𝑛 = 100 − 𝜀 −1
𝑣𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
Rendimento Volumétrico de Espaço Nocivo
Se a expansão do gás do espaço nocivo for admitida como politrópica.
1 1Τ
𝑣𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜 𝑃𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛 𝑃𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛
= 𝜂𝑒𝑛 = 100 − 𝜀 −1
𝑣𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑃𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜

O expoente “n” pode assumir valores entre 1, para expansão isotérmica,


e k (cp/cv) para expansão adiabática.
Vazão de Refrigerante
Efeito da temperatura de evaporação
O efeito da temperatura de evaporação sobre a capacidade de refrigeração e
potência de compressão, será abordada com base na hipótese de que o
rendimento volumétrico resulta exclusivamente da expansão do gás presente no
espaço nocivo.
Nessas condições, a vazão de refrigerante, que circula pelo compressor, pode ser
dada pela seguinte expressão:
ሶ 𝑄ሶ (𝑚3)
𝑘𝑔 𝑠
𝑚ሶ = 𝑚3
𝑠 𝑣𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜 ( 𝑘𝑔 )
Vazão de Refrigerante
Efeito da temperatura de evaporação
Utilizando a definição de rendimento volumétrico, podemos chegar a seguinte
equação:
𝜂𝑒𝑛
𝑚ሶ = 𝑣ሶ 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜
(100)𝑣𝑎𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜

Observe que para temperatura de evaporação 35°C


Igual à de condensação, o rendimento é 100%

A medida que a temperatura e evaporação vai


diminuindo o rendimento cai, pois o desloca-
mento do pistão precisa ser maior para atingir
a pressão de admissão.
Capacidade Frigorífica
Efeito da temperatura de evaporação
Capacidade de Refrigeração (frigorífica), é
igual ao produto da vazão de refrigerante
pelo efeito da refrigeração.

𝐶𝑅 = 𝑚ሶ . 𝐸𝑅
Efeito de Refrigeração é o ganho de entalpia
no evaporador.
Observe que uma mudança da temperatura
de evaporação de -10°C para 10°C, pode
dobrar a capacidade de refrigeração.
Potência de Compressão
Efeito da temperatura de evaporação
Na maioria dos circuitos frigoríficos, o compressor é o componente que mais
consome energia, a tal ponto de afetar significativamente o custo operacional da
instalação.
O conhecimento da potência de compressão é importante na seleção do motor
de acionamento e de seus equipamentos auxiliares. Percebe-se, assim, a
importância da avaliação da potência de compressão.

◦ (potência de compressão) = (vazão) x (trabalho de compressão)


Potência de Compressão
Efeito da temperatura de evaporação
Analisando o comportamento da amônia como gás refrigerante, observa-se que
o trabalho de compressão isoentrópico é elevado a temperaturas de evaporação
reduzidas e diminui progressivamente à medida que a temperatura de
evaporação se eleva, anulando-se à temperatura de condensação, 35°C, uma
vez que, nessa condição, o compressor não comprime o gás.
Observando a equação de potência, percebe-se que a potência de compressão
se anula para vazões de refrigerante ou trabalho de compressão igual a zero.
Como a vazão se anula para temperatura de evaporação de -59°C e o trabalho
quando, a temperatura de condensação igual a 35°C. Teremos então uma curva
que atingirá seu ponto máximo nesse intervalo.
Potência de Compressão
Efeito da temperatura de evaporação
Analisando o gráfico podemos pensar
que a pressões mais elevadas o
compressor deve encontrar maior
facilidade para comprimir o gás. Tal
consideração traria problemas com a
partida, uma vez que, antes de partir o
sistema está em equilíbrio com o meio.
Por esta razão devemos sempre
trabalhar com o motor
superdimensionado, para atender ao
pico da curva de potência.
Capacidade de Refrigeração
Efeito da Temperatura de Condensação
O efeito da temperatura de condensação pode ser avaliado de maneira análoga
ao da temperatura de evaporação.
Um compressor ideal será considerado, sendo a compressão admitida
isoentrópica e o rendimento volumétrico resultante da ação exclusiva do espaço
nocivo.
Analisando um compressor de amônia, mantendo-se a temperatura de
evaporação constante, o rendimento volumétrico diminui progressivamente e a
vazão deve acompanhar o desempenho do rendimento volumétrico, uma vez
que o volume específico do gás de aspiração permanece constante.
Capacidade de Refrigeração
Efeito da Temperatura de Condensação
Observa-se que a temperatura de
evaporação constante, tanto a vazão
como o rendimento volumétrico, cai
com o aumento da temperatura de
condensação.
A temperatura suficientemente alta na
condensação, a vazão e rendimento
volumétrico tendem a zero.
Capacidade de Refrigeração
Efeito da Temperatura de Condensação
Como foi previamente observado, a
capacidade frigorífica é igual ao
produto da vazão de refrigerante pelo
efeito de refrigeração, que diminui
com a elevação da temperatura de
condensação, como resultado da
elevação da entalpia do refrigerante.
Potência de Compressão
Efeito da Temperatura de Condensação
O trabalho de compressão aumenta
continuamente com a temperatura de
condensação.
A curva de potência de compressão em
função da temperatura de condensação
terá um aspecto semelhante ao do efeito
de evaporação, tendo um pico, com o qual
teríamos de ter o mesmo cuidado, sendo
que neste caso normalmente a
temperatura de condensação está abaixo
da temperatura de pico.
Catálogos de Fabricantes
A capacidade de refrigeração e a
potência de compressão são os
parâmetros operacionais mais
importantes do compressor.
Por esta razão os catálogos dos
fabricantes os incluem em suas tabelas
de seleção para dadas temperaturas
de condensação e evaporação.
Exemplo ao lado.
Rendimento Volumétrico Real
Até então consideramos apenas o efeito da
expansão do espaço nocivo, no entanto
outros fatores também influenciam no
rendimento real, tais como; vazamento nas
válvulas, aquecimento do gás de entrada, etc.
Dados de catálogo podem ser utilizados no
cálculo do rendimento real.
É interessante observar que os demais efeitos
que afetam o rendimento volumétrico são
dependentes da relação entre as pressões de
descarga e de aspiração.
Exemplo:
Um compressor de 8 cilindros, de curso 0,089 m e diâmetro do cilindro 0,114 m,
operando à rotação de 1.200 rpm, bombeando R-717 (amônia); trabalha com
temperaturas de -20°C de evaporação e 25°C de condensação. Determine o
rendimento volumétrico real.
Refrigeração Industrial
Capitulo 4: Compressores Alternativos

Lembre-se;
estudar com livro
texto é muito mais
completo que
qualquer
anotação.
5.1 Introdução
Projeto do sistema de refrigeração

Primeiro passo: Avaliação da Carga Térmica

Quantidade de calor que deve ser retirada ou fornecida a um determinado


ambiente ou processo.

Ganho Ganho
de Calor de Calor
5.1 Introdução
Conservação e Congelamento de Alimentos
• Principal aplicação de refrigeração comercial/industrial
• Câmaras frigoríficas:
- Parcela significativa do setor;
- Admite-se regime permanente;
• Equipamentos para congelamento/resfriamento rápido
- Além da carga térmica, parâmetros do processo tem
grande influência.
5.1 Introdução
Carga térmica de Câmaras Frigoríficas

• Armazenar/Conservar

- Quantidades, movimentação, condição de entrada;

- Temperatura e umidade adequadas;

- Propriedades termofísicas dos produtos/embalagens.

• Localização (Cidade)

- Condições Climáticas.
5.1 Introdução
• Aspectos construtivos da Câmara Frigorífica

- Dimensões e acabamento das superfícies;

- Orientação.
5.2 Fontes de Ganho de Calor
5.3 Ganhos por Transferência de Calor
• Mecanismo – Presença de fenômenos combinados.

CONDUÇÃO

CONVECÇÃO

RADIAÇÃO
5.3 Ganhos por Transmissão de Calor
• Condução: Lei de Fourier
Fluxo Térmico [W/m²]

𝑑𝑇
𝑞"𝑥 = 𝑘 k = Condutividade Térmica (W/(m . K))
𝑑𝑥

Taxa de transferência de
calor por condução [W]

𝑑𝑇
𝑞𝑥 = 𝑘 𝐴
𝑑𝑥
5.3 Ganhos por Transmissão de Calor
• Convecção: Lei do Resfriamento de Newton
Fluxo de calor por convecção (W/m²)

h – Coeficiente de transferência de calor


𝑞" = ℎ(𝑇𝑆 − 𝑇∞ ) por convecção [W/(m² . K)]

Taxa de calor por convecção (W)

𝑞 = ℎ𝐴(𝑇𝑠 − 𝑇∞ )
5.3 Ganhos por Transmissão de Calor
• Radiação: Lei de Stefan-Boltzmann
Taxa de transferência de calor por radiação (W)

4 4
𝑞 = 𝜀𝜎𝐴(𝑇𝑠 − 𝑇∞ )

𝜀 – Emissividade – propriedade radiante


da superfície.
Faixa de valor de 0 ≤ 𝜀 ≤ 1.

𝜎 – constante de Stefan-Boltzmann
𝜎 = 5,67 × 10−8 𝑊/(𝑚2 . 𝐾 4 )
5.4 Dados Iniciais para o Projeto
O primeiro passo para o dimensionamento de uma instalação vem
a ser o desenvolvimento do projeto com as respectivas implicações
técnicas.
A carga potencial da câmara determina-se conhecendo seu
volume total, expresso em m³ e as densidades em Kg/m³ dos produtos.
As densidades de estocagem bruta, fornecidas pelas tabelas
experimentais, são pré-calculadas de forma a deixar livre os
espaços para a movimentação do produto e aqueles necessários à
distribuição e circulação do ar.
5.4 Dados iniciais para o Projeto
Densidade de estocagem de produtos estocados por m³ bruto em câmara
Descrição kg/m³
Couve-flores / Sorvetes / Maçãs De 150 a 199
Lagostas / Lesmas / Framboesas / Pizzas De 200 a 249
Vitelos (quartos anteriores sobre engradados)
Carneiros (carcaça) De 250 a 299
Espinafres
Vitelos (quartos posteriores sobre engradados)
Carne moída
Doces em lata
De 300 a 349
Vaje (ao varejo e ao atacado)
Fruta (ao varejo e ao atacado)
Peixe (ao varejo e ao atacado)
Porcos (carcaças) / Batatas Fritas / Frangos / Verduras (ao varejo
De 350 a 399
e ao atacado)
5.4 Dados iniciais para o Projeto
Densidade de estocagem de produtos estocados por m³ bruto em câmara
Descrição kg/m³
Lombinho sobre engradados / Gansos e Perus De 400 a 449
Fruta congelada para a indústria
Peixe congelado para indústria De 450 a 499
Verdura congelada para indústria
Manteiga (em caixote de papelão)
Carne (em lata)
Castanhas
Frutas congeladas (em latas ou em caixas sobre engradados)
500 e mais
Massa (caneloni, ravióli)
Massa para doces
Presunto (em caixas sobre engradados)
Ovos congelados
5.4 Dados iniciais para o Projeto

Densidade de estocagem de carnes penduradas sobre trilhos


Valores em kg por cada m de trilho
Descrição kg/m
Vitelos (quartos anteriores e posteriores sobre trilho baixo) De 350 a 400
Porcos (porcos descasados sobre trilho baixo) 400
Porcos (quartos posteriores sobre trilho baixo)
De 400 a 500
Lombinhos e presuntos (sobre trilho baixo)
Vitelos (vitelos descasados sobre trilho baixo) De 650 a 800
5.4 Dados iniciais para o Projeto
Para a câmara frigorífica ou respectivo equipamento frigorífico são apresentados os itens
abaixo, que deverão ser preenchidos da forma mais correta possível:
• Dimensionamento da câmara (m³);
• Tubulação (distância e desnível);
• Tipo de isolamento térmico;
• Espessura do isolamento;
• Temperatura interna da câmara;
• Temperatura ambiente do local de instalação;
• Fator de utilização (abertura de portas - normal, intenso);
• Número de pessoas (operação) - tempo de permanência (horas);
• Iluminação - tempo de utilização;
• Motores (potência em cv) - tempo de utilização (horas); e
• Dados sobre o produto:
1) tipo de produto
2) temperatura de entrada
3) carga do produto (kg) rotatividade
4) tempo de processo (horas)
5.5 Calculando as Fontes de Calor
• Transmissão de Calor
• pelas paredes da câmara
Fontes de Calor • pelo teto da câmara
• pelo piso da câmara

• Carga de Produto
• Resfriamento
• Congelamento
• Sub-Resfriamento
• Respiração
• Embalagem

• Cargas Internas
• Pessoas
• Empilhadeiras
• Equipamentos
• Iluminação

• Infiltração de Ar

• Cargas relacionadas ao Equipamento


• Degelo
• Motoventiladores
• Calor de Reaquecimento
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q1 - Transmissão de Calor pelas paredes e teto:
Q1 – Transmissão de calor pelas paredes e teto:

𝑄1 = 𝑈 × 𝐴 × ∆𝑇
onde,

Q = calor de transmissão (kcal/24h)


U = coeficiente global de transmissão de calor [kcal/(m².K)]
A = área do isolamento (m²)
Δt = diferença de temperatura entre os dois lados do isolamento.
Q1 – Transmissão de calor pelas paredes e teto:

Características Físicas – Painel em EPS (isopor)


Aço 0,5 mm
Espessura Coeficiente Global de Peso Próprio
Isolante (mm) Transmissão de Calor (kg/m²)
(kcal/m²K)
50 0,5889 9,82
75 0,4081 10,18
100 0,3122 10,54
125 0,2528 10,90
150 0,2124 11,27
200 0,1610 11,99
250 0,1296 12,72
Q1 – Transmissão de calor pelas paredes e teto:

Características Físicas – Painel em PUR (Poliuretano)


Aço 0,5 mm
Espessura Coeficiente Global de Peso Próprio
Isolante (mm) Transmissão de Calor (kg/m²)
(kcal/m²K)
50 0,4218 11,33
70 0,3088 12,08
100 0,2199 13,22
120 0,1839 14,07
150 0,1489 15,49
200 0,1120 17,44
Q1 – Transmissão de calor pelas paredes e teto:

Quando uma das paredes ou teto estiverem expostas à incidência solar, devemos
acrescer ao “Δt” os valores listados na tabela abaixo, para compensar o efeito da
radiação solar :
Superfície Superfície Superfície
Clara Média Escura
Parede
2K 3K 3K
Norte
Parede
0K 0K 0K
Sul
Parede Leste 3K 4K 5K
Parede Oeste 3K 4K 5K
Teto 5K 9K 11 K
Q1 – Transmissão de calor pelas paredes e teto:

Exemplo 1: Determine o valor da transmissão de calor pelas paredes e


teto da câmara frigorífica mostrada abaixo. O revestimento utilizado foi:
Isopor com 100 mm de espessura. A temperatura externa é de 35°C e a
câmara deve ser mantida a 1°C.

2,8 m

5,0 m
3,5 m
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q2 - Transmissão de Calor pelo piso:
1 – Se embaixo do piso existir outro ambiente,
usar o cálculo normal e considerar a temperatura
no ambiente debaixo do piso.

2 – Se o piso for apoiado sob terreno (solo):


Cálculo empírico perimetral, quando o piso não for
isolado, conforme segue:

𝑄2 = 1,024 × 2 × (𝐿 + 𝐶) × ∆𝑇
Q2 = calor de transmissão pelo piso não
isolado (kcal/24h)
L= largura da câmara (m)
C= comprimento da câmara (m)
Δt= diferença de temperatura entre as
paredes da câmara.
Q2 – Transmissão de calor pelo piso:

Exemplo 2: Determine o valor da transmissão de calor pelo piso se a


câmara do exemplo anterior não tiver isolamento no piso.

2,8 m

5,0 m
3,5 m
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q3 – Calor do Produto:
Q3 – Calor do produto:

+30
RESFRIAMENTO

+25
+20
+15
+10
+05
0 CONGELAMENTO
-05
SUB-RESFRIAMENTO

Açúcar + O2 = Co2+H2O
-10
-15 +
-20
CALOR
-25
Q3 – Calor do produto:

RESFRIAMENTO

𝑄3 = 𝑚 × 𝑐𝑝𝑎𝑐 × (𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑠𝑎𝑖 )

onde,

Q= calor de resfriamento do produto (kcal/24h)


m= massa de produto (kg).
cpac= calor específico do produto - acima do ponto de congelamento (kcal/kg.K).
Tent= temperatura de entrada do produto na câmara.
Tsai= temperatura de saída do produto (se acima ponto de congelamento) ou
temperatura de congelamento (se o produto vai ser congelado)
Q3 – Calor do produto:

SUB-RESFRIAMENTO

𝑄3 = 𝑚 × 𝑐𝑝𝑎𝑏 × (𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑠𝑎𝑖 )

onde,

Q= calor de sub-resfriamento do produto (o produto já está congelado) (kcal/24h)


m= massa de produto (kg).
cpab= calor específico do produto - abaixo do ponto de congelamento (kcal/kg.K).
Tent= temperatura de entrada do produto na câmara (se o produto já entrou
congelado) ou, temperatura de congelamento (se o produto vai ser congelado na
câmara).
Tsai= temperatura de saída do produto
Q3 – Calor do produto:

Congelamento

𝑄3 = 𝑚 × 𝐿

onde,

Q= calor de congelamento (kcal/24h)


m= massa de produto (kg).
L= calor latente de congelamento = 80 kcal/kg x Conteúdo de umidade do
produto (%).
Q3 – Calor do produto:

RESPIRAÇÃO

Alguns produtos, como a fruta fresca e as verduras, permanecem vivos


durante a conservação na câmara, e estão sujeitos a continuarem com
reações químicas que produzem calor de respiração.

𝑄3 = 𝑚 × 𝑐𝑟𝑡𝑒

onde,

Q= calor de respiração (kcal/24h)


m= Estocagem da câmara (kg)
crte= calor de respiração à temperatura de estocagem (kcal/kg)
Q3 – Calor do produto:

Exemplo 3: Resfriar a verdura a partir de sua temperatura natural.


Produto = alface americana. Quantidade (q) = 1000 kg.
Temperatura inicial (Tent) = 25°C e Temperatura final (Tsai)= 4°C.
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q4 – Calor da Embalagem do Produto:
Pela experiência, esta carga é aplicada apenas quando a quantidade
de material utilizado na embalagem representar um valor maior que
10% do peso bruto que entra na câmara.

𝑄4 = 𝑚𝑒𝑚𝑏 × 𝑐𝑒𝑚𝑏 × (𝑇1 − 𝑇2 )

onde,

Q4 = calor de resfriamento da embalagem (kcal/24h)


m emb= massa de embalagem (kg)
cemb= calor específico do material da embalagem (kcal/kg.K)
T1= temperatura de entrada da embalagem na câmara
T2= temperatura de saída da embalagem
Q4 – Carga da embalagem do produto:

Abaixo temos os calores específicos de alguns materiais de


embalagens:
Tipo de embalagem Calor especifico kcal/kg°C
Alumínio 0,2
Vidro 0,2
Ferro ou aço 0,1
Madeira 0,6
Papel cartão 0,35
Plástico 0,4

Exemplo 4: Em uma câmara frigorífica é utilizada uma embalagem de


plástico (m=50g cada) para armazenar carne bovina magra. A capacidade
total da câmara é de 3.000 kg de carne, sendo que cada embalagem
contém 2 kg. Calcule o calor da embalagem se o produto entra com 10°C
e sai com -1°C.
5.5 Calculando as Fontes de Calor
CARGAS INTERNAS
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q5 – Calor devido a Iluminação:
O tipo de lâmpada e o tipo de luz podem resultar em cargas térmicas apreciáveis.
De acordo com o tipo a ser empregada, a carga térmica no interior da câmara será
menor para as lâmpadas de sódio, pouco menor quando se trata de vapor de mercúrio
ou fluorescente, sendo praticamente o dobro no caso de incandescente.

𝑄5 = 𝑃𝑖𝑙𝑢𝑚 × 0,86 × 𝑛ℎ × 𝑓
onde,

Q6 = calor de vido à iluminação (kcal/24h)


Pilum= potência de iluminação (Watts)
nh= número de horas de uso da iluminação por dia
f = fator de ajuste
1,25 se tiver reator dentro da câmara
1,00 se não tiver reator dentro da câmara
Q5 – Calor devido a iluminação:

Exemplo 5: A potência de iluminação total é 0,1 kW, sendo utilizado para


isso lâmpadas fluorescentes, e o tempo de utilização total é de 2 horas.
Calcule o calor devido a iluminação.
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q6 – Calor de Ocupação:
As pessoas, em especial os que trabalham nas câmaras, também
dissipam calor para o ambiente, dependendo do tipo de
movimentação, temperatura, roupa, etc.
𝑄6 = 𝑛𝑝 × 0,86 × [272 − 6 × 𝑇𝑖𝑛𝑡 ] × 𝑛ℎ

onde,

Q6 = calor devido às pessoas (kcal/24h)


np= número de pessoas
nh= número de horas de uso de trabalho dentro da câmara por dia por pessoa
Tint = temperatura interna (°C)
Q6 – Calor de ocupação:

Exemplo 6: Uma câmara frigorífica deve ser mantida a 0° C, três


operários trabalham um total de duas horas por dia. Calcule o calor de
ocupação.
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q7 – Calor devido aos motores elétricos:

𝑄7 = 𝑃𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝 × 0,86 × 𝑛ℎ

onde,

Q7 = calor devido aos equipamentos (kcal/24h)


Pequip = potência elétrica do equipamento (W)
nh= número de horas de uso do equipamento dentro da câmara por dia
Q7 – Calor devido aos motores:

Exemplo 7: Calcule a carga devido aos motores, se a potência do motor


elétrico for de 1,320 kW e o tempo de utilização for de 20 horas diárias.
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q8 – Infiltração de ar:

Cada vez que a porta da câmara frigorífica é aberta, o ar externo


mais quente se infiltra na câmara e deve ser resfriado nas condições
internas, aumentando por consequência a carga térmica total.
Q8 – Infiltração de ar:

𝑄8 = 𝑉𝑜𝑙 × 𝑁 × 𝐺 × (1 − 𝐸)

onde,

Q8= Quantidade de calor infiltrado (kcal/24h)


Vol = Volume da câmara (m³)
N = número de abertura de portas (Tabelado)
G = ganho de energia por m³ de câmara, em função de temperaturas e
umidade relativa interna e externa (kcal/m³). (Tabelado)
E = Efetividade do dispositivo de proteção.
Q8 – Infiltração de ar:
Q8 – Infiltração de ar:
Q8 – Infiltração de ar:

Efetividade do dispositivo de proteção E: variável conforme o tipo:

• Porta totalmente aberta: E = 0

• Cortinas de ar: E = 0,7

• Cortinas ou portas de folhas plásticas:

0,8  E 0,95 (depende do tráfego)


Q8 – Infiltração de ar:

Exemplo 8: Uma câmara, representada abaixo; com uso normal, deve ser
mantida a Tint = 0°C. As condições externas são Text = 35°C e UR = 60%.
Calcule o calor de infiltração de ar, se for utilizado:
a) nenhuma proteção;
b) cortina de ar e
c) cortina de PVC. 2,8 m

5,0 m
3,5 m
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Cargas relacionadas ao equipamento
5.5 Calculando as Fontes de Calor
Cargas relacionadas ao equipamento
Transmissão
+
Produtos
+
Cargas Internas
+ Selecionar Evaporador(es)
Infiltração
+ •Ventiladores
Cargas do Equipamento •Degelo

CARGA TÉRMICA
Selecionar Unidade
Condensadora

Capacidade U.C. > Carga Térmica


5.5 Calculando as Fontes de Calor
Q9 – Carga de Motoventiladores
𝑄9 = 𝑃𝑒𝑙 × 0,86 × 𝑛ℎ
onde,
Pel = Potência do(s) motor(es)
nh = número de horas de operação

Q10 – Carga de Degelo


𝑄10 = 𝑃𝑑𝑒𝑔 × 𝑛ℎ × 𝐸

onde,
Pdeg = Potência de degelo
nh = número de horas de operação
E = eficiência estimada do degelo (0 a 1)
5.6 Carga Térmica Total
A carga térmica total é calculada pelo somatório de todas as cargas
calculadas anteriormente, então:

𝑄𝑇 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 + 𝑄5 + 𝑄6 + 𝑄7 + 𝑄8 + 𝑄9 + 𝑄10

Deve-se acrescentar um fator de segurança de 10% ao valor total


da carga térmica.
5.7 Carga Térmica Requerida
Supondo vinte horas de funcionamento do sistema em
função de paradas para degelo, entre outras coisas. Temos:

𝑄𝑇
𝑄𝑅 =
20
Exercício 1: Cálculo de carga térmica para uma câmara de conservação de produtos
resfriados:

Dados Preliminares
• Temperatura externa: 35°C;
• Temperatura interna: 4°C;
• Umidade relativa: 60%;
• Dimensões internas: 5m x 4m; altura 3m;
• Isolamento: painel de poliuretano com 100mm;
• Produto: carne bovina magra fresca;
• Embalagem: sim (plástico);
• Movimentação diária: 600 kg/24h;
• Ocupação Total: 5.000 kg;
• Presença de motor ou fonte de calor: sim (motor do evaporador);
• Temperatura de entrada do produto: 10°C;
• Número de pessoas: 1 permanecendo 3 horas.
• Lâmpadas: 100 W.
• Cortinas de PVC
Exercício 2: Cálculo de carga térmica para uma câmara de conservação de produtos
congelados:

Dados Preliminares:
• Temperatura externa: 36°C;
• Temperatura interna: -18°C;
• Umidade relativa: 50%;
• Dimensões internas: 3m x 4m; alt. 2,5m;
• Material da câmara: painel pré-fabricado;
• Isolamento: painéis de EPS (isopor) 200mm;
• Produto: peixe magro já congelado;
• Embalagem: sim, plástico;
• Movimentação Diária: 3.000 kg/24h;
• Ocupação Total: 7.500 kg;
• Presença de motor ou fonte de calor: sim;
• Temperatura de entrada do produto: -8°C;
• Número de pessoas: 2 permanecendo 3 horas.
• Lâmpadas: 200 W.
• Cortinas de ar

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