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DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA CIVIL
FEIRA DE SANTANA
AGOSTO DE 2009
TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso avaliada por banca examinadora, formada por docentes da
Universidade Estadual de Feira de Santana, como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Civil.
________________________________________________________
Prof. Geraldo José Belmonte dos Santos
Orientador
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Geraldo José Belmonte dos Santos
____________________________________________
Prof. José Mário Feitosa Lima
____________________________________________
Prof. Hélio Guimarães Aragão
Às famílias Medeiros e Cordeiro de Santana.
AGRADECIMENTOS
Due to necessity of being built more and more elevated and light constructions, caused
by the growing increase in value of the property market and shortage of areas in urbane
centers, there is strongly tendency of the constructions they are more and more slender. And
the load that will be differentiated by his application is that of wind, because of having
character of dynamic action varying with the height of the construction. This present work
developed a comparative study between static the dynamic wind action how established by
the NBR 6123 (1988). For the comparison of the actions, a construction was modelled with
twenty nine road surfaces, in metal structure and with bracing. The analyses and the design of
the structure were done using the program SAP2000, a computational packet that carries out
static and dynamic studies using commercial program based in the finite element method.
After the design of the structure for the static method of the wind action the wind was regaded
as dynamic action by the simplified method of equivalent static load. The modal analysis was
realized to determine 15 (fifteen) different configuration from vibration, of which the five first
are discussed and they presented natural frequency of inferior vibration to the suggested one
for the equation of the NBR 6123 (1988).
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................5
RESUMO...................................................................................................................................6
ABSTRACT ..............................................................................................................................7
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................8
LISTA DE TABELAS............................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................13
1.1 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................14
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................14
1.2.1 Objetivo Geral .........................................................................................................14
1.2.2 Objetivos Específicos ..............................................................................................14
1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................................15
1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA..............................................................................15
2 FUNDAENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................................16
2.1 ESTRUTURAS ..............................................................................................................16
2.1.1 Edifícios Altos ou Arranha-Céus.............................................................................16
2.1.2 Reservatórios Elevados............................................................................................17
2.1.3 Pontes ......................................................................................................................18
2.1.4 Edifícios Industriais.................................................................................................19
2.1.5 Torres de Transmissão de Energia ..........................................................................20
2.1.6 Membranas ..............................................................................................................21
2.2 INFLUÊNCIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL DA EDIFICAÇÃO E DA INCIDÊNCIA
DO VENTO..........................................................................................................................22
2.3 MÉTODO DETERMINÍSTICO DE RAUSCH-FÖPPL................................................24
2.4 MÉTODO PROBABILÍSTICO DE DAVENPORT (FATOR DE RAJADA)..............26
2.5 CARREGAMENTO ESTÁTICO DO VENTO .............................................................27
2.5.1 Determinação da Pressão Dinâmica ou de Obstrução .............................................28
2.5.2 Determinação das Forças Estáticas Devido ao Vento .............................................32
2.6 CARREGAMENTO DINÂMICO DO VENTO ............................................................33
2.6.1 Modelo Contínuo Simplificado ...............................................................................33
2.7 ACIDENTES OCORRIDOS DEVIDO AO EFEITO DA CARGA DE VENTO .........35
2.8 ENSAIOS EM TÚNEL DE VENTO .............................................................................36
2.9 ALGUNS ESTUDOS DESENVOLVIDO COM O EFEITO DA CARGA DE VENTO
NAS ESTRUTURAS ...........................................................................................................37
3. MODELO ESTRUTURAL................................................................................................40
3.1 GEOMETRIA DO EDIFÍCIO A SER ANALISADO ...................................................40
3.2 GERAÇÃO COMPUTACIONAL DO MODELO NUMÉRICO ..................................41
3.3 CARREGAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO DA AÇÃO DO VENTO .................44
3.3.1 Carregamento Estático da Ação do Vento...............................................................44
3.3.2 CARREGAMENTO DINÂMICO CONTÍNUO SIMPLIFICADO .......................49
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................52
4.1 COMBINAÇÕES DAS AÇÕES DAS CARGAS..........................................................52
4.2 ANÁLISE MODAL .......................................................................................................53
4.3 DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS...................................57
4.3.1 Dimensionamento das Vigas ...................................................................................57
4.3.2 Dimensionamento dos Pilares .................................................................................60
4.4 ANÁLISE DO DESLOCAMENTO HORIZONTAL NO TOPO DA EDIFICAÇÃO..61
4.5 ANÁLISE DO ESFORÇO AXIAL NOS PILARES MAIS SOLICITADOS ...............64
4.6 ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO DINÂMICA E ESTÁTICA NA
EDIFICAÇÃO ......................................................................................................................66
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................68
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................69
APÊNDICE .............................................................................................................................72
A1. CÁLCULO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA..............................................................72
A2. CÁLCULO DAS FORÇAS ESTÁTICAS ....................................................................74
13
1 INTRODUÇÃO
Compreender a natureza para abstrair dela elementos que possam fazer a diferença,
sob diversos aspectos da vida no planeta, pode ser uns dos passos mais significativos da
humanidade. Esse entendimento, aliado ao conhecimento técnico, trás benefícios aos mais
diversos segmentos da sociedade. As engenharias, pela abrangência das áreas que atuam, não
são diferentes. Através da engenharia do vento, ciência que trata da interação do vento com as
estruturas e o seu ambiente, é possível otimizar as construções e torná-las mais seguras e
resistentes à pressão do vento (AGUILERA, 2007).
Esta resposta dinâmica da estrutura à ação do vento depende não só da sua forma
externa, mas também dos materiais empregados, do amortecimento e da rigidez da estrutura
(MARFIN et al., 2006).
14
Os valores dos esforços solicitantes devido ao efeito dinâmico da ação do vento são
superiores aos valores dos efeitos estáticos, e isso mostra que para projetos onde se procura
minimizar os custos de construção, oferecendo maiores níveis de segurança, deve-se
obrigatoriamente submetê-las aos efeitos dinâmicos da ação do vento para obter-se uma
análise estrutural mais próxima da realidade (BERTOLINO et al., 2000).
1.1 JUSTIFICATIVA
2 FUNDAENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ESTRUTURAS
Do ponto de vista urbanístico, a aceitação dos edifícios altos nos grandes centros
urbanos deveu-se sobretudo ao conceito conhecido como solo criado: trata-se de um ganho de
potencial construtivo face ao custo das propriedades, pois o terreno seria pago pela sua
superfície, e quanto se estendesse horizontalmente um edifício, mais cara ficaria a sua
construção (SILVA & SOUTO, 1997).
esses edifícios foram submetidos a uma análise dinâmica da carga de vento e testes em túneis
de vento, para se ter uma melhor compreensão dos efeitos dinâmicos da ação dos ventos
nessas estruturas.
2.1.3 Pontes
A qualidade de uma ponte pode ser medida pelo êxito com que satisfaz os objetivos
básicos implícitos em seu projeto, que são: funcional, estrutural, econômico e estático. Uma
ponte pode ser definida como um meio de conduzir o trafego entre dois pontos separados por
um obstáculo (O’CONNOR, 1975).
A ação do vento sobre estruturas de pontes era considerada somente por meio de
cargas estáticas representativas das resultantes da pressão média do vento. Com o clássico
acidente da ponte pênsil de Tacoma Narrows em Tacoma, Washington, Figura 4, ocorrido em
1940, onde houve o colapso da estrutura devido a um vento com velocidade de 68 m/s,
observou-se que os efeitos dinâmicos, em especial os fenômenos de instabilidade
aerodinâmica não podem ser ignorados no projeto de estruturas leves e flexíveis (LIMAS,
2007).
19
dentro das atuais tecnologias e dos atuais desenvolvimentos científicos dos quais deu origem
a atualização nas normas técnicas (MARFIN et al., 2006).
As torres de aço treliçadas vêm sendo utilizadas de forma bastante abrangente, tendo a
função de suportar antenas de telefonia móvel e microondas ou de permitir a construção de
linhas de transmissão de alta tensão ao longo do vasto território nacional (OLIVEIRA, 2006).
2.1.6 Membranas
Uma membrana é uma peça tão delgada que, para todos os fins práticos, não pode
resistir à compressão, flexão e corte, e somente resistir à tração. Não obstante a
inconsistência das membranas quanto à maior parte dos estados de tensão, tem-se encontrado
maneiras e meios de utilizar membranas para fins estruturais, sobretudo devido ao seu baixo
peso. A lona de um circo é uma membrana capaz de cobrir dezenas de metros, sempre que a
mesma esteja sustentada por montantes de compressão estabilizados por estais de tração. A
membrana resiste a pressão do vento, com o inconveniente de mover-se sob a ação das cargas
variáveis. Devido ao seu escasso peso, a membrana vibra, e por isso, sua utilização ocorre em
coberturas temporárias (SILVA & SOUTO, 1997). A Figura 8 apresenta um tipo de
membrana utilizada na cobertura do estádio Moses Mabhida, Durban, África do Sul.
22
Certos edifícios, de pequena largura, funcionam como verdadeiras asas, para vento
levemente inclinado em relação à fachada maior (pequeno ângulo de ataque). Um caso
clássico do efeito asa foi comprovado nos ensaios de túnel de vento realizado para o Edifício
Pirelli (BLESSMANN, 1995), de 127 m de altura, construído no final da década de 50 em
Milão, Itália (Figura 10).
Os testes demonstram que sucções locais com, coeficiente de pressão, Cpe = -2,86
poderiam ocorrer com vento a 15º com o eixo horizontal maior, resultando uma componente
de força horizontal no sentido contrario ao vento (CARPEGGIANI, 2004).
24
De acordo com Rausch, quando surge uma rajada de vento a pressão dinâmica média,
q, cresce subitamente de um valor qr, permanece constante em um intervalo de tempo e volta
a cair para q. Com o correr do tempo surgem outras rajadas que aumentam ou diminuem o
valor da pressão dinâmica, mas sempre voltando à q.
O efeito de várias rajadas ocorre se pouco tempo após a primeira rajada surgir a
segunda, esta estará incidindo em uma estrutura oscilante. O deslocamento de um certo ponto
da estrutura será obtido somando as curvas de deslocamentos da oscilação livre da primeira
rajada e da oscilação forçada produzida pela segunda rajada. O caso mais desfavorável dar-se-
á quando coincidirem, em um dado instante, as amplitudes máximas das duas curvas. Rausch
considera que cada nova rajada surja após três períodos de oscilação da estrutura (isto é, após
um intervalo de tempo T = 3 Tp), Figura 13, e que a oscilação é amortecida, com a amplitude
sofrendo uma redução de 1/3, após os três períodos, Figura 14 (BLESSMANN, 1998).
O processo que a NBR 6123 (1988) apresenta para a determinação da ação estática
equivalente do vento, embora baseada no método de vibração aleatória proposto por
Davenport, difere dele na determinação dos parâmetros que definem essa ação, além de
destacar que a vibração da estrutura em seus modos naturais dá-se em torno da posição
deformada definida pelas pressões causadas pela componente estática do vento, isto é, pela
velocidade média (BLESSMANN, 1998).
É importante definir alguns dos aspectos que regem as forças devidas ao vento, antes
de passar para o seu processo de cálculo. O vento é produzido por diferenças de temperatura
de massas de ar da atmosfera. O caso mais fácil de identificar é quando uma frente fria chega
na área e choca-se com o ar quente produzindo vento, esse tipo de fenômeno pode ser
observado antes do início de uma chuva. Define-se o termo barlavento como sendo a região
de onde sopra o vento (em relação a edificação), e sotavento a região oposta àquela de onde
sopra o vento, Figura 16. Quando o vento sopra sobre uma superfície existe uma sobrepressão
(sinal positivo), porém em alguns casos pode acontecer o contrário, ou seja, existir sucção
28
(sinal negativo) sobre a superfície. O vento sempre atua perpendicularmente à superfície que
obstrui sua passagem.
A velocidade característica Vk (ver eq. 1): é a velocidade usada em projeto, sendo que
são considerados os fatores topográficos (S1), rugosidade do terreno, dimensão da edificação e
altura sobre o terreno (S2) e fator estatístico (S3). A velocidade característica pode ser
expressa como:
Vk = V0 S1 S2 S3 (1)
Onde:
V0 : velocidade básica
S1 : fator topográfico
S2 : fator de rugosidade e dimensões da edificação
S3 : fator estatístico
S2 = b.Fr(z/10)p, (2)
onde z é a altura do ponto da edificação considerada e os parâmetros meteorológicos b, Fr e p
são obtidos da Tabela 3.
31
A força devido ao vento depende da diferença de pressão nas faces opostas da parte da
edificação em estudo (coeficientes aerodinâmicos). A NBR 6123 permite calcular as forças a
partir de coeficientes de pressão ou coeficientes de forma. Os coeficientes de forma têm
valores definidos para diferentes tipos de construção na NBR 6123, que foram obtidos através
de estudos experimentais em túneis de vento. A força F, gerada pelo vento, sobre uma
superfície, e calculada através dos coeficientes de forma, conforme eq. 4.
onde Cpe e Cpi são os coeficientes de pressão de acordo com as dimensões geométricas da
edificação, q (ver eq. 3) é a pressão dinâmica e A a área frontal ou perpendicular a atuação do
vento. Valores positivos dos coeficientes de forma ou pressão externos ou internos
correspondem às sobrepressões, e valores negativos correspondem às sucções.
A força global do vento sobre uma edificação ou parte dela (Fg) é obtida pela soma
vetorial das forças que nela atuam, como mostrado plea Figura 18. A força global na direção
do vento (Fa), é expressa por:
onde,
Ca = coeficiente de arrasto (coeficiente de força)
Ae = área frontal efetiva
A NBR 6123 (1988) apresenta para o cálculo da carga dinâmica devido ao vento nas
edificações dois modelos, o modelo contínuo simplificado, que é aplicável quando a
edificação tiver seção constante e distribuição ao menos uniforme de massa, e o modelo
discreto, quando a edificação possui propriedades variáveis com a altura. Apesar dos dois
modelos propostos serem de caráter dinâmico, mas eles são aplicados na estrutura como
cargas estáticas. No presente estudo foi adotado o modelo contínuo simplificado.
Esse modelo pode ser adotado quando a edificação tiver secção constante e
distribuição ao menos aproximadamente uniforme de massa. O método simplificado é
aplicável a estruturas apoiadas exclusivamente na base e de altura inferior a 150 m, sendo
considerada na resposta dinâmica das estruturas unicamente a contribuição do modo
fundamental (NBR 6123, 1988).
34
Vp = 0,69 Vo S1 S3 (6)
Para o cálculo da força estática equivalente, que engloba as ações estáticas e dinâmicas
do vento, por unidade de altura resulta igual a q(z) l1 Ca, sendo l1 a largura ou o diâmetro da
edificação e Ca é o coeficiente de arrasto, determinado de acordo com a Figura 19.
Atualmente as paredes de edifícios altos não têm, em geral, função resistente, mas
apenas de vedação. São, em muitos casos, constituídas de leves painéis de vedação, fazendo
com que já apareçam problemas de arrancamento de painéis, pelas altas sucções que
aparecem próximo às quinas (BLESSMANN, 1986).
Nos casos em que a edificação, por suas dimensões e/ou forma, causa perturbações
importantes no escoamento, e/ou quando há uma perturbação notável causada por obstáculos
vizinhos, é recomendado a recorrer a ensaios em túnel de vento, no qual são simuladas as
principais características do vento natural no local da obra (entre estas características está o
espectro de energia das rajadas). Evidentemente o modelo deve ter características elásticas
(semi-rígido, aeroelástico ou seccional, conforme o caso), de modo a permitir a determinação
da resposta dinâmica da estrutura à excitação das rajadas (BLESSMANN, 1998).
37
Para considerar a ação das rajadas laterais, (e, em certos casos, verticais) será
necessário um cálculo adicional, agora considerando o espectro destas componentes das
rajadas (espectro lateral e/ou vertical). No túnel de vento, uma vez simulado corretamente o
vento, todas as componentes serão sempre consideradas (BLESSMANN, 1998).
De acordo com Souza (2008) destaca que nos ensaios de túnel de vento alguns
modelos são estudados tanto em escoamentos suaves e uniformes como em escoamentos
turbulentos e deslizantes. Esses estudos comparativos mostraram a importância de uma
correta simulação das principais características dos ventos naturais.
Ação do vento em coberturas isoladas, apresentado por Daniela Graw Makowski para
obtenção do título de Mestre em Engenharia na modalidade Acadêmico, 2006, pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
38
3. MODELO ESTRUTURAL
Para a comparação da ação dos efeitos estático e dinâmico do vento, foi utilizado para
o estudo um edifício com 29 pavimentos em estrutura de aço soldada. Foi admitido que o
edifício situa-se na cidade de Feira de Santana, Bahia, Brasil. As dimensões da edificação são
18,00 X 24,00 X 91,00 m, como é apresentado na Figura 22.
A modelagem dos apoios foi imposta o sistema de engastamento, o qual não permite
rotação e translação. Para o dimensionamento dos pilares e das vigas foi atribuído uma
seleção de perfis ‘W’, em que o programa foi testando um a um, para as combinações de
cargas, a fim de otimizar o dimensionamento. As lajes maciças foram pré-dimensionadas para
vencerem os vão de 6 (seis) metros, apresentando espessura de 15 (quinze) centímetros, como
ilustrada as Figuras 26 e 27.
A NBR 6123 (1988) define que a ação estática do vento, para paredes de edificações
de planta retangular, é a 90° quando incide na maior face e a 0° quando incide na menor face.
Neste estudo, foi analisado somente para a pior situação que é o vento agindo a 90°, ou seja,
no lado da largura igual a vinte e quatro metros (24,00 m).
• Categoria IV e Classe C;
• b = 0,84;
• p = 0,135;
• Fr = 1,00.
a = 24,00 m.
b = 18,00 m.
h = 91,00 m.
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Determinação dos coeficientes de pressão interna, item 6.2.5 b, NBR 6123 (1988),
quatro faces igualmente permeáveis: Cpi = -0,30 ou Cpi = 0, considerar o valor mais nocivo.
Logo, foi determinado o Cpi = -0,30, como valor mais nocivo. Na Figura 29 é representado a
sua ação na estrutura.
Para o cálculo da força estática F = C q Ai, sendo Ai a área de influência de cada ponto
de aplicação, a Figura 31 ilustra o esquema utilizado para o cálculo das forças, a Tabela 8
apresenta as áreas de influencia de cada ponto de aplicação das cargas para o lado L1, os
demais valores das áreas de influência, em relação aos lados, são apresentados no anexo A1.
47
Para o cálculo da força (F), é necessário determinar, através da Figura 19, os valores
para o coeficiente de arrasto (Ca), e a força será F = q(z) Ai Ca. Na Tabela 11, é apresentado os
valores de Ca e de F. A força dinâmica contínuo simplificado foi aplicada à ação do vento a
90°, sobre o lado L1. A NBR 6123 (1988) não especifica, no caso da carga dinâmica continuo
simplificado, se a ação do vento agindo sobre uma face, deverá causar sucções ou
sobrepressões nas outras, como é feito para a ação estática, logo foi considerado os mesmos
efeitos da ação estática nas outras faces para a ação dinâmica.
51
Tabela 11 - Força dinâmica contínuo simplificado do vento agindo sobre o lado L1.
Z (m) Ca Q (N/m²) F1 (KN) F2 (KN) F3 (KN) F4 (KN) F5 (KN)
4,00 1,09 134,63 1,54 3,08 3,08 3,08 1,54
7,00 1,09 181,54 1,78 3,56 3,56 3,56 1,78
10,00 1,09 221,67 2,17 4,35 4,35 4,35 2,17
13,00 1,10 258,19 2,56 5,11 5,11 5,11 2,56
16,00 1,15 292,44 3,03 6,05 6,05 6,05 3,03
19,00 1,18 325,13 3,45 6,91 6,91 6,91 3,45
22,00 1,19 356,67 3,82 7,64 7,64 7,64 3,82
25,00 1,21 387,33 4,22 8,44 8,44 8,44 4,22
28,00 1,23 417,32 4,62 9,24 9,24 9,24 4,62
31,00 1,25 446,76 5,03 10,05 10,05 10,05 5,03
34,00 1,27 475,75 5,44 10,88 10,88 10,88 5,44
37,00 1,28 504,37 5,81 11,62 11,62 11,62 5,81
40,00 1,29 532,68 6,18 12,37 12,37 12,37 6,18
43,00 1,30 560,73 6,56 13,12 13,12 13,12 6,56
46,00 1,32 588,56 6,99 13,98 13,98 13,98 6,99
49,00 1,33 616,21 7,38 14,75 14,75 14,75 7,38
52,00 1,33 643,69 7,70 15,41 15,41 15,41 7,70
55,00 1,34 671,03 8,09 16,19 16,19 16,19 8,09
58,00 1,34 698,25 8,42 16,84 16,84 16,84 8,42
61,00 1,35 725,37 8,81 17,63 17,63 17,63 8,81
64,00 1,36 752,40 9,21 18,42 18,42 18,42 9,21
67,00 1,37 779,35 9,61 19,22 19,22 19,22 9,61
70,00 1,38 806,23 10,01 20,03 20,03 20,03 10,01
73,00 1,39 833,05 10,42 20,84 20,84 20,84 10,42
76,00 1,39 859,83 10,76 21,51 21,51 21,51 10,76
79,00 1,40 886,56 11,17 22,34 22,34 22,34 11,17
82,00 1,40 913,26 11,51 23,01 23,01 23,01 11,51
85,00 1,40 939,92 11,84 23,69 23,69 23,69 11,84
88,00 1,41 966,56 12,27 24,53 24,53 24,53 12,27
91,00 1,42 993,18 6,35 12,69 12,69 12,69 6,35
52
Este capítulo aborda a análise das combinações das cargas, a análise modal da
estrutura, o dimensionamento dos elementos estruturais e a análise dos esforços internos
provocados na estrutura.
As combinações das cargas foram feitas baseadas nas normas 8681 (2003), 8800
(1986) e 6120 (1980). Além do peso próprio da estrutura, foi aplicado sobre as vigas a carga
de peso próprio das paredes (PPPar), sobre as lajes foi aplicada uma carga de revestimento e
acidental, com descrita abaixo:
PPPar = γ e H
PPPar = 13,0 x 0,20 x 2,80
PPPar = 7,28 KN/m
Acidental = 1,50 KN/m²
Revestimento = 1,00KN/m²
As combinações foram calculadas para o estado de limites últimos, sendo feita ao todo
6 (seis) combinações, que são as seguintes:
• comb1: somente considerada as cargas permanentes da estrutura.
comb1 = γgG
comb1 = 1,3 x PP(laje, viga e pilar) + 1,3 x PPPar
• comb2: peso próprio da estrutura (comb1) com a ação acidental.
comb2 = γgG + γqQ
comb2 = comb1 + 1,5 x Acidental
• comb3: peso próprio da estrutura (comb1) com a ação do vento.
comb3 = γgG + γwW
comb3 = comb1 + 1,5 x Vento
• comb4: peso próprio da estrutura (comb1) com a ação da cargas variáveis, carga
acidental como ação principal e carga de vento com ação secundária.
53
Na modelagem da análise modal, foi aplicado a massa das lajes sobre cada nó
da estrutura, as massas referentes aos pilares e as vigas foram distribuídas automaticamente
para os nós pelo programa. As massas foram aplicadas nas três direções do sistema de
coordenadas, na Figura 33 é apresentado os valores das massas, mass coordinate system. As
lajes foram supostas como membranas para que a sua forma não interferisse,
significativamente, na vibração da estrutura como um todo.
54
No terceiro modo de vibração a estrutura poderá sofrer uma torção devido aos efeitos
da massa da edificação aplicada, sendo necessária uma freqüência de 0,158Hz para provocar
esse efeito. É um modo em que ocorre, geralmente, com edificações sem eixos de simetria, o
que não é o caso de estudo abordado, Figura 36.
Já o quarto e o quinto modo de vibração, são modos complexos e exigem uma maior
complexibilidade da maneira com a estrutura vibra. São modos mais difíceis de ocorrerem
devido uma maior freqüência de excitação. Na Figura 37 são apresentados o quarto e o quinto
modo de vibração da estrutura. São modos que causam torção e flexão da estrutura nas
direções dos eixos.
utilização da carga do vento como ação estática quanto ação dinâmica contínuo simplificado,
conduziu a uma mesmo tipo das secções por pavimento.
Tabela 13 - Dimensões das seções dos perfis com a altura da edificação para as vigas.
Z (m) V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9
4,00 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35
7,00 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35
10,00 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35
13,00 W18X35 W18X40 W18X40 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35 W18X35
16,00 W18X35 W18X40 W18X40 W18X35 W18X35 W18X40 W18X40 W18X40 W18X35
19,00 W18X35 W18X40 W18X40 W18X35 W18X35 W18X40 W18X40 W18X40 W18X35
22,00 W18X35 W21X44 W21X44 W18X35 W18X35 W21X44 W21X44 W21X44 W18X35
25,00 W18X35 W21X44 W21X44 W18X35 W18X35 W21X44 W21X44 W21X44 W18X35
28,00 W18X35 W21X44 W21X44 W18X35 W18X35 W21X44 W21X44 W21X44 W18X35
31,00 W18X35 W21X44 W21X44 W18X35 W18X35 W21X44 W21X44 W21X44 W18X35
34,00 W18X35 W21X44 W21X44 W18X35 W18X35 W21X44 W21X44 W21X44 W18X35
37,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
40,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
43,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
46,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
49,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
52,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
55,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
58,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
61,00 W18X35 W24X55 W24X55 W18X35 W18X35 W24X55 W24X55 W24X55 W18X35
64,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
67,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
70,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
73,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
76,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
79,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
82,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
85,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
88,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
91,00 W21X50 W24X68 W24X68 W21X50 W21X50 W24X68 W24X68 W24X68 W21X50
A verificação de cada viga foi realizada com a atuação de cada combinação de carga,
sendo que a viga foi dimensionada pela pior condição, ou seja, aquela que solicitou um maior
esforço. Na Figura 39 é apresentado a verificação da viga V2 no 7° (sétimo) pavimento.
60
A comparação entre o esforço axial das cargas dinâmica e estática, foi realizada para a
combinação de cargas comb4, que foi a combinação que apresentou um maior esforço axial
nos pilares. As Figuras 44 e 45 ilustram os pilares mais solicitados à compressão axial.
ddddddddddddddddd
lllllllllllllllll
Figura 44 - Esforço normal nos pilares mais solicitados devido à carga estática do vento.
65
Figura 45 - Esforço normal nos pilares mais solicitados devido à carga dinâmica do vento.
Tabela 18 - Dimensões das seções dos perfis m função do pavimento da edificação para os
pilares.
Pavimento Estático Dinâmico
1° W40X480 W44X440
2° W40X480 W44X440
3° W40X480 W40X480
4° W40X480 W40X480
5° W40X480 W40X480
6° W40X480 W40X480
7° W40X480 W40X480
8° W40X480 W40X480
9° W40X480 W40X480
10° W40X480 W40X480
11° W40X480 W40X480
12° W40X480 W40X480
13° W40X480 W40X480
14° W40X235 W40X235
15° W40X235 W40X235
16° W40X235 W40X235
17° W40X235 W40X235
18° W40X235 W40X235
19° W40X235 W40X235
20° W40X235 W40X235
21° W40X235 W40X235
22° W40X235 W40X235
23° W40X235 W40X235
24° W40X235 W40X235
25° W40X235 W40X235
26° W40X235 W40X235
27° W40X235 W40X235
29° W40X235 W40X235
Cobertura W40X235 W40X235
oito metros), a pressão dinâmica tende a exercer um maior esforço nas faces da edificação; e o
segundo momento, é que a pressão dinâmica leva em consideração a rigidez e os materiais da
estrutura, ou seja, caso fossemos analisar duas estruturas com as mesmas propriedades
geométricas, mas com materiais diferentes, encontraríamos dois valores diferentes para a
pressão dinâmica,enquanto a pressão estática conduzirá apenas a um valor independente dos
materiais e da rigidez.
Figura 46 - Comparação da pressão das ações das cargas dinâmica e estática na edificação.
68
5 CONCLUSÃO
Não se tem uma boa definição de quando e a partir de quantos pavimentos, em uma
edificação, deve-se, submetê-la a uma análise dinâmica da ação do vento. O que é uma
solução aceitável e coerente é o engenheiro analisar a estrutura pelos dois métodos,
comparando a diferença, em termos de percentuais, entre eles. Ficando ao seu critério qual
dimensionamento a considerar no projeto, geralmente a experiência do calculista é
fundamental nessa tomada de decisão. O que geralmente faz analisar uma edificação pelo
método da carga dinâmica, é se a mesma tiver índice de esbeltez maior que 5.
Em relação à análise modal da estrutura, a equação sugerida pela NBR 6123 (1988), é
demasiadamente simplificada e conduz a freqüência de vibração maior que o determinado por
método de elementos finitos. O que na verdade, como comprovado no presente estudo, o
modo mais simples de vibração da estrutura é solicitado por uma freqüência, 0,107Hz, muito
inferior ao sugerido pela norma, 0,423Hz. Isso demonstra a importância do uso de
ferramentas computacionais para o cálculo dos parâmetros dinâmicos da estrutura de forma
mais precisa.
No presente estudo ficou evidenciado que a consideração do vento como carga estática
é suficiente para edificações abaixo de determinada altura ou esbeltez. Verificamos que a
partir de determinada altura (cerca de 100,0 m) ou esbeltez (superior a 5) a consideração do
vento como ação dinâmica gera maiores esforços.
Como sugestão para trabalhos futuros, fica para analisar a mesma estrutura, abordado
nesse presente estudo, pelo “Vento Sintético”.
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REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681 – Ações e Segurança nas Estruturas –
Procedimento. Rio de Janeiro, 1984.
Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 6120 - Cargas Para o Cálculo de Estruturas
de Edificações. Rio de Janeiro, 1978.
BELLEI, I. H. Edifícios Industriais em Aço. 2ª Edição, São Paulo, PINI, 1998. 349p.
BLESSMANN, Joaquim. Acidentes Causados Pelo Vento. 3 ª Edição, Porto Alegre, RS,
Editora da Universidade/UFRS, 1986. 81p.
REQUENA, João A. V.; FORTI, Tiago L. D.; FORTI, Nadia C. S.; ARAÚJO, Afonso H. M.
Automação de Projeto e Análise de Torres Metálicas Utilizando Perfis Tubulares. Revista da
Escola de Minas (REM), Ouro Preto, 60(2), 2007.
STONECUTTERS BRIDGE. Revista Téchne. Edição 146, ano 17, Maio de 2009.
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