Você está na página 1de 6

Disciplina: Liderança Cristã

Atividade: Submeta um título e a bibliografia de, no mínimo, 2 livros para escrever um ensaio
de 5 páginas até o final do curso.

Professor: Libnis Silva

Aluno: Gedyson Lima

Título: Como liderar espiritualmente no lar

Introdução

O exercício da liderança espiritual consiste em conduzir a vida e orientar o


propósito de outros em relação a Deus. Ao homem foi dada essa prerrogativa desde o
momento de sua criação. Pode-se ver isto, entre muitos trechos da narrativa das origens e
queda do primeiro homem, que, embora não tenha caído primariamente, mas a ele foi
requerida uma explicação sobre o procedimento desobediente do casal (cf. Gn 3.9).

No cristianismo assume-se que a liderança masculina está baseada na submissão


de Cristo a Deus Pai, do homem a Cristo e da mulher ao homem (cf. 1Co 11.3). Baucham
(2011) ensina que a Bíblia ensina a liderança masculina no lar em vários lugares, incluindo
Efésios 5:21–33; Colossenses 3:18–19; 1 Pedro 3:1–7; e Tito 2:5. Entretanto, os três primeiros
capítulos de Gênesis é que dão a base teológica para o assunto. Na verdade, quando Paulo
defende a liderança masculina na igreja em 1 Timóteo 2:12-13, ele baseia seu argumento no
relato de Gênesis. Paulo vê a liderança de Adão no jardim do Éden como a base para a
liderança masculina no lar e na igreja.

Capítulo 1: Objeções à liderança masculina

As objeções à liderança masculina podem ser encontradas tanto fora quanto


dentro da igreja. Devido à influência do feminismo existe progressiva feminização da sociedade
em todas as suas esferas. A Igreja não está isenta da influência deste movimento ao ponto de
existirem, por exemplo, grupos feministas evangélicos. Esta é a principal oposição à liderança
masculina e o seu ensinamento. Naturalmente, fora da Igreja essa objeção é compreensível,
uma vez que a regra e conduta secular não está baseada nas escrituras sagradas.

Numerosas passagens bíblicas ensinam a liderança masculina, mas o principal


campo de batalha é Efésios 5. Como texto bíblico primário sobre a liderança masculina, Efésios
5 é, portanto, também o principal alvo da oposição feminista evangélica. Feministas
evangélicas oferecem três argumentos principais em resposta a Efésios 5.3. Primeiro, elas
argumentam que a injunção de Paulo foi temporária. Em segundo lugar, eles argumentam que
a liderança masculina foi o resultado da maldição (e, portanto, não é mais aplicável aos
crentes). Terceiro, eles argumentam que Efésios 5:21 exige submissão mútua e, portanto,
essencialmente cancela qualquer compreensão do que se segue que colocaria o marido em
autoridade sobre sua esposa.

Antes de se dar qualquer resposta aos grupos feministas evangélicos é entrar em


acordo com a premissa fundamental de que as Bíblia é a única regra de fé e prática que os
evangélicos devem se submeterem e, portanto, estão proibidas quaisquer outras influências
extrabíblicas que influenciem ou ditem as regras de conduta da Igreja. Doutra sorte não haverá
espaço para diálogo, logo não haverá acordo.

Quanto à primeira objeção se admitir-se que o ensino de Paulo só valeu para


aquela sociedade patriarcal, então haverá uma progressiva relativização de outras passagens
referentes a outros assuntos, tais como a prática homossexual (defendida por grupos gays
evangélicos) e um sem-número de questões. Assim, a Igreja não seria guiada pela Palavra de
Deus, que é absoluta e não pode falhar, deixando-a à deriva, sem rumo e propósito definido e
moldável de acordo com as tendências e modismos da sociedade.

Quanto à segunda objeção, pode se responder que se a liderança masculina foi


resultado da queda, e que a redenção e Cristo anula os efeitos da queda na vida do cristão, e,
portanto, na vida da Igreja, então outras realidades deveriam ser vistas aniquiladas, como a
presença do pecado, por exemplo, o que não é o caso, ainda. À terceira objeção pode-se
responder que a submissão mútua existe e é baseada na sujeição de ambos ao Espírito Santo,
mas que, assim como a mulher está sujeita ao marido como está sujeita a Deus, o marido se
submete à sua esposa amando-a como Cristo amou a Igreja, a ponto de morrer por ela. São
formas diferentes de sujeição, embora unificadas pela influência do Espírito.

Quanto às feministas seculares, geralmente enfrentaremos oposição em duas


frentes: desigualdade e abuso. Não é suficiente simplesmente descartar essas objeções, uma
vez que elas teriam pouca ou nenhuma importância, a menos que houvesse um fundo de
verdade nelas. No entanto, a visão bíblica da liderança masculina é tão oposta ao abuso das
mulheres quanto as próprias feministas afirmam ser.

Ao contrário das feministas que, por exemplo, raramente virão em auxílio de uma
mulher cristã conservadora, o modelo bíblico não é limitado por lealdades políticas; em vez
disso, vê todas as mulheres como dignas de respeito, honra e proteção. Essa, naturalmente,
também é a essência da admoestação de Pedro: “Maridos, vivam com suas esposas de
maneira compreensiva, honrando a mulher como o vaso mais fraco porque convosco são
herdeiros da graça da vida, para que as vossas orações não sejam impedidas” (1 Pe 3: 7). E
Paulo exorta os maridos a “amarem suas esposas como a seus próprios corpos” (Efésios 5:28).
Devemos ter uma visão bíblica da igualdade entre homens e mulheres. Em
segundo lugar, saiba que a melhor resposta é uma expressão precisa da realidade bíblica.
Pois, nessa realidade, Deus deixa claro que o homem e a mulher são iguais desde o início:
Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. E que
eles tenham domínio sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu e sobre o gado e sobre
toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra.” (Gen. 1:26)

A Bíblia deixa claro que Cristo é igual ao Pai em todos os sentidos (João 1: 1;
5:18; 10:33; 2 Cor. 4: 4; Fp 2: 6; Col. 1:15, 19; 2: 9), e ainda há liderança até mesmo na
Trindade - um ponto que Paulo traz ao discutir também a liderança dos maridos no lar:

Capítulo 2: O serviço e a devoção na prática da liderança espiritual

Em Efésios 5 e 6, o papel dos pais que amam suas esposas e discipulam seus
filhos, a responsabilidade das esposas de se submeterem aos maridos e os deveres dos pais
para com os filhos são expressos em termos que são inconfundíveis em sua centralização no
evangelho. Aqui está a figura do líder-servo. Para algumas pessoas o conceito de um líder-
servo parece um paradoxo irreconciliável (opostos que jamais podem ser combinados). Mas,
na realidade, os dois conceitos caminham lado a lado. Cristo foi o perfeito líder, e ainda assim,
foi o servo perfeito.

Ser um servo não diminui a autoridade nem a liderança de alguém, ao contrário,


aumenta - especialmente pelo aspecto da liderança pelo exemplo. Aquele que busca liderar
como Cristo está sempre pensando no próximo e não em si mesmo. Está disposto a sacrificar
seu próprio conforto e até mesmo seu bem-estar em favor de seus liderados. Está disposto a
se colocar por último, preferindo o próximo, e até mesmo servindo a seus liderados. Cristo nos
deu um exemplo surpreendente de serviço quando se humilhou e serviu aos discípulos no
cenáculo.

A mensagem de Cristo aos discípulos foi proferida em alto e bom som. Se Ele
estava disposto a servir, nós também devemos estar. Marido, como você serve a sua esposa?
Mesmo que ela tenha sido chamada para auxiliá-lo, você deve servir-lhe. Um servo se
preocupa mais com suas próprias responsabilidades do que com as dos outros. Em primeiro
lugar, certifique-se de que você esteja servindo a sua esposa. Em segundo lugar, exponha a
ela como auxiliá-lo, caso não esteja cumprindo a parte dela. O maior líder de todos foi um líder-
servo.

Beeke & Jones (2012) comentam a importância do salmo 101 para alguns
puritanos para uma liderança fiel no lar cristão. Para estes puritanos a misericórdia e a justiça
eram o princípio para a liderança no lar. Em seguida, a prática devocional pessoal pela
integridade e esperança em Deus.
Capítulo 3: Um alerta.

Uma teoria provocadora e confrontadora proposta por Crabb et al. (1998)


fundamenta o ponto de falha na vocação ontológica masculina. Esta teoria diz que, no jardim,
Adão esteve o tempo todo vendo o movimento de Eva e da serpente e permaneceu ali em
silêncio. Falhou, em sua primeira luta espiritual, em representar Deus, assim como falhou como
homem. Para os autores o silêncio de Adão é o começo da falha de cada homem, da rebeldia
de Caim à impaciência de Moisés, da fraqueza de Pedro. Desde Adão, todo homem tem tido
uma inclinação natural para permanecer em silêncio quando deveria falar. É mais confortável
para o homem estar em situações nas quais sabe exatamente o que fazer. Quando as coisas
ficam confusas, e ele se afasta. Quando a vida o frustra com sua enlouquecedora
imprevisibilidade, ele sente a raiva crescer dentro de si. E então, cheio de terror e fúria, ele se
esquece da verdade de Deus e trata de defender-se. Desse ponto em diante, tudo dá errado.
Voltado apenas para si mesmo, ele se vira para fazer sua vida funcionar. O resultado é
descontrole dos afetos e ausência paternal e conjugal.

Conclusão

Ao se combater e rejeitar a liderança masculina no lar e na Igreja é a liderança de


Cristo que está sendo questionada, visto que a liderança do homem no casamento é
meramente uma expressão da realidade celestial (Ef 5: 22-24). Portanto, encorajar os homens
a rejeitar seu papel legítimo é muito mais do que mudar a maneira como vemos os papéis de
gênero, vai no núcleo central do que acreditamos sobre o evangelho. Como resultado, os
líderes cristãos não podem se dar ao luxo de serem passivos nesse assunto. Devemos
enfrentar as objeções e nos esforçar para viver de acordo com os preceitos de Deus,
independentemente do custo.

Finalmente, a devoção e a liderança no lar devem andar sempre juntas. A devoção


é a estrutura de um lar que glorifica a Deus. A liderança bíblica masculina enche essa estrutura
com vida e poder. Nunca se deve fazer separação entre as formas exteriores de adoração e a
prática pessoal do temor a Deus.
Bibliografia:

BAUCHAM JR, Voddie. Family shepherds: Calling and equipping men to lead their homes.
Crossway, 2011.

BEEKE, Joel R.; JONES, Mark. Puritan theology. Grand Rapids Theological Seminary, 2012.

CRABB, Lawrence J. et al. The silence of Adam: Becoming men of courage in a world of


chaos. Zondervan, 1998.

PIPER, John; GRUDEM, Wayne. An Overview of Central Concerns. Recovering biblical


manhood and womanhood, p. 60-94, 1991.

Você também pode gostar