Você está na página 1de 14

Prefeitura de Itaboraí-RJ

A cidade ............................................................................................................................... 1
História ................................................................................................................................ 1
Prédios Históricos ................................................................................................................ 5
Região Metropolitana ......................................................................................................... 12

Olá Concurseiro, tudo bem?

Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.

Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail


professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens:

01. Apostila (concurso e cargo);


02. Disciplina (matéria);
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e
04. Qual a dúvida.

Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até
três dias úteis para respondê-lo (a).

Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado!

Bons estudos e conte sempre conosco!

1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA


A cidade

* Candidato(a). Conforme solicitado em edital, todas as informações foram retiradas do site oficial de
Itaboraí (https://www.itaborai.rj.gov.br/conheca-nossa-cidade/). Caso você note que alguns dados não
estão atualizados, saiba que são de fontes pedidas pela Banca Organizadora, portanto não se preocupe.

Itaboraí fica na região metropolitana do Rio de Janeiro, em área de baixada litorânea, às margens da
Baía de Guanabara, a 45 km de distância da capital. O município faz divisa com Guapimirim, São Gonçalo,
Cachoeiras de Macacu, Tanguá e Maricá1.
A economia do município gira em torno da manufatura cerâmica (decorativa e utilitária), fruticultura,
apicultura, pecuária extensiva, comércio e serviços. Itaboraí apresenta um relevo variado. Suas maiores
altitudes são encontradas nas serras do Barbosão, à leste, na divisa com Tanguá, e do Lagarto e de
Cassorotiba do Sul, na fronteira com Maricá. Nas demais localidades predominam as planícies, onde se
concentram os rios que convergem para a Baía de Guanabara. Entre as planícies e as serras, observa -
se um relevo suavemente ondulado, com morros que raramente ultrapassam 50 metros de altitude.
Parte de seu território é voltada para a Baía de Guanabara, compondo, com os municípios de Magé e
Guapimirim, a APA de Guapimirim, uma Unidade de Conservação de uso sustentável voltada para a
preservação e conservação de remanescentes dos manguezais.
A vegetação do município é composta principalmente por pastagens, mata de encosta, mangues e
brejos. Os remanescentes de matas são observados nos setores mais íngremes e elevados nas serras
do Barbosão e do Lagarto.
São matas tipicamente secundárias, resultantes da regeneração natural após muita exploração de
madeira para a obtenção de carvão e lenha no passado. No restante do município, as matas se encontram
muito fragmentadas e aparecem em locais isolados.
Em Itaboraí encontra-se o mais antigo e importante sítio paleontológico do Brasil, às margens do Lago
São José, onde foram encontrados, em 1986, os fósseis de uma preguiça gigante pré-histórica – um
autêntico tesouro da arqueologia brasileira. A preguiça, que pesava várias toneladas e media cerca de 7
metros de comprimento, viveu há cerca de 5 milhões de anos, sendo contemporânea do homem primitivo.
Outras preciosidades arqueológicas da região são os cemitérios indígenas de Itambi e Visconde, e os
sambaquis de Sambaetiba.
Itaboraí tem rico patrimônio histórico e acervo arquitetônico, em que se destaca o conjunto das ruínas
do Convento de São Boa Ventura – tombado pelo Iphan –, que começou a ser construído em 1660. Suas
ruínas são consideradas um dos mais belos e importantes conjuntos arquitetônicos religiosos do período
colonial. O convento foi a quinta construção da Ordem Franciscana no Brasil.
A manufatura cerâmica é uma importante atividade econômica e foco de conflitos ambientais. É a
maior fonte de arrecadação e de geração de empregos locais e, ao mesmo tempo, responsável por um
passivo ambiental ligado à degradação dos solos onde existem jazidas de argila, ao assoreamento dos
rios e à poluição atmosférica provocada pela fumaça lançada das chaminés.
Os moradores de Itaboraí se orgulham de sua história, dos patrimônios culturais e artísticos e do poder
de suas comunidades, pois as associações de moradores locais são atuantes e têm grande poder de
mobilização.

História

"É por isto e por muito mais, é porque foi meu berço, e berço daqueles a quem mais amei e amo, é
porque no seu seio tenho sepulturas queridas, é porque me guarda em seus lares amigos dedicados, é
porque desejo ter em seus campos um abrigo na minha velhice que começa, e no seu cemitério um leito
para dormir o último sono, é enfim por todos esses laços da vida e da morte que a Vila de Itaboraí me é
tão querida."2

Joaquim Manoel de Macedo


O Rio do Quarto, 1869 _ Cap 01: Para se ler ou não ler.
1 Prefeitura Municipal de Itaboraí. A Cidade. https://www.itaborai.rj.gov.br/conheca-nossa-cidade/.
2 Prefeitura Municipal de Itaboraí. História. https://www.itaborai.rj.gov.br/conheca-nossa-historia/.

1
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
Escritor Itaboraiense, maior romancista do século XIX
Autor do clássico "A Moreninha"

Itaboraí, cidade histórica do Estado do Rio de Janeiro, localizada na região metropolitana, é o resultado
da união de três importantes vilas do passado colonial e imperial do Brasil: Santo Antônio de Sá, São
João de Itaboraí e São José Del Rey. A maior delas, a Vila de Santo Antônio de Sá, segunda formação
do Rio de Janeiro no recôncavo da Guanabara; A Vila de São João de Itaboraí, inicialmente uma parada
de tropeiros, que mais tarde se tornaria o maior produtor açucareiro da região e principal entreposto
comercial ligando o norte fluminense a capital da província; e a Vila de São José Del Rey (conhecida
como São Barnabé, ou Itambi), cuja região fora uma importante Missão Jesuítica entre os índios
Maromomis e Tamoios que por aqui habitavam.
Para conhecer a história de Itaboraí, é importante compreender como se deu o povoamento de toda a
região, e que a ocupação territorial foi condicionada a diversas variáveis, como a proximidade de rios
navegáveis, situação do sertão do Macacu, ou de fins catequistas, caso dos Jesuítas na região de Cabuçú
e Itambi, ou mesmo de localizações estratégicas em rotas de tropeiros, situação de Itaboraí, o que
também acabou beneficiando o desenvolvimento econômico com os grandes engenhos, dentre outras
razões.

A antiga Vila de Santo Antônio de Sá

É no século XVI que se dá a ocupação dos “sertões do Rio Macacu” pelos colonizadores portugueses,
pois em 1567 o fidalgo português Miguel de Moura recebeu uma sesmaria (grande extensão de terras)
na planície do Rio Macacu (José Matoso Maia Forte – 1937). Entretanto, apesar da abertura de fazendas
e engenhos de cana-de-açúcar na região*, o primeiro povoamento no Recôncavo da Guanabara foi a Vila
de Santo Antônio de Sá, fundada em 1697, às margens do Rio Macacu (Na mesma região que hoje abriga
o Comperj).
*O ato de criação da vila de Santo Antônio de Sá seria uma mera curiosidade histórica não fosse o fato
de que a descrição da solenidade constitui uma fonte rica de informações sobre a estrutura social que
estava sendo criada no sertão do Macacu. Não só a maior parte das terras pertencia a um grupo muito
pequeno de indivíduos, como os laços familiares entre eles garantiam o controle das terras, fosse por
casamento ou herança. Assim estavam presentes naquela solenidade membros das famílias dos Duque
Estrada, dos Sardinha, dos Silva, dos Costa Soares, dos Pacheco e dos Azevedo Coutinho (às vezes
escrito Azeredo Coutinho). Cada família era associada a uma parcela do território: por exemplo, os
Azevedo Coutinho e os Sardinha eram donos de terras e engenhos em Itapacorá; os Sardinha também
eram proprietários em Macacu e Guaxindiba, e assim por diante (Forte,1984).
A Vila de Santo Antônio de Sá, com suas freguesias e povoados, experimentou um grande
desenvolvimento econômico, parte disto em razão de sua localização, tendo em toda a região entrepostos
comerciais que recebiam, via escoamento fluvial, a sua produção e a da região serrana e interior
fluminense, através de seus rios como o Macacu, Casseribu e Aldeia. Porém, anos de desmatamento
desordenado, tornaram as áreas aráveis em charcos, e o consequente assoreamento dos rios não só foi
destruindo o potencial produtivo, mas também cooperou na proliferação de mosquitos, vetores de
doenças como a febre amarela e a malária, o que resultou, a partir de 1829 no início da extinção da Vila
(então a mais atingida pelas doenças). As chamadas “Febres do Macacu” foram tão marcantes que nos
anos que se seguiram as pessoas evitavam retornar ao lugar devido ao medo que se instalou (Num ofício
ao Marquês de Caravelas, que era Ministro e Secretário dos Negócios do Império, em 25 de agosto de
1830, Francisco José Alves Carneiro, Juiz de Fora da Vila de Sto Antônio de Sá, fazia saber sobre a Vila
já se encontrar quase deserta, contando talvez, com meia dúzia de homens, levando-se em conta que a
Vila chegou a ter uma população de aproximadamente 19.000 “almas”.
Seu maior destaque foi o Convento Franciscano de São Boaventura, inaugurado em 04 de fevereiro
de 1670, após dez anos de construção. Hoje, são as suas ruínas que ostentam a outrora história de
importância da antiga Vila no desbravamento do que os antigos chamavam de os "Sertões do Macacu".

A Vila de São José Del Rey

A Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Itamby, cujo território foi desmembrado da Vila de Sto.
Antônio de Sá, é nomeada Vila de São José Del Rey por força de Alvará em 1772, sendo assim
denominada para solenizar o aniversário do Príncipe Dom José de Portugal, pelo então Vice-Rei e
Governador do Brasil Dom Luiz de Vasconcelos e Souza, o Marquês do Lavradio. Contudo, somente onze
anos depois houve a instalação da Justiça e da Câmara naquela que seria uma das mais importantes

2
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
vilas do recôncavo da Guanabara, por estar situada a pouco mais de dois quilômetros da foz do rio
Macacu, próximo de Itambi, hoje 3º distrito de Itaboraí.
Inicialmente, a região de Itambí era apenas uma terra de índígenas, até a chegada dos colonizadores,
que lá se estabeleceram e deram o nome àquela região pertencente ao recôncavo do Rio de Janeiro,
mantendo o topônimo indígena de origem tupi que, segundo Teodoro Sampaio, significa Ita = pedra, e
Mbi = alto, erguida, alçada, ou seja, “Pedra em Pé”, denominação esta, dada a toda área que hoje
compreende o município de Itaboraí, e que guarda ainda, em suas origens, as mais belas raízes da
história do município, com ascendência em todos os antigos povoados do Brasil. Seus colonizadores,
principalmente os Jesuítas que tinham a função sagrada de ensinar a língua e a religião Católica aos
nativos, não desprezavam os nomes indígenas.
O aldeamento de São Barnabé fazia parte de uma estratégia de segurança dos colonizadores
portugueses que junto com os aldeamentos de Itaguaí, São Lourenço (Niterói), São Pedro (São Pedro
D’aldeia) e Macaé contra possíveis invasões de nações inimigas (Franceses, Holandeses) estes
povoamentos serviam para guardar a costa em torno do Rio de Janeiro e também como locais de
produção de mão de obra, principalmente no período da União Ibérica, quando o controle do mercado
escravo ficou um bom tempo com a Holanda.
Assim como aconteceu em outras vilas, há registros de que os índios que ali existiam foram levados a
participar do processo de desmatamento das áreas circunvizinhas a Baía da Guanabara, para que se
realizasse o plantio da cana de açúcar e a construção de engenhos. Estes teriam sucumbido diante do
trabalho pesado, uma das razões pelas quais podem ser encontrados inúmeros enterramentos indígenas
na região, sendo imediatamente substituídos pelos escravos provenientes do continente africano.
"Em determinado momento do processo de colonização no séc. XVII, mais ou menos em 1628, por
causa da presença dos franceses e holandeses, o colonizador português usou a mão-de-obra indígena
que era numerosíssima em Itambi – era a maior população indígena, 3500 selvagens, segundo Fernão
Candim – utilizou essa mão-de-obra para construir fortificações no Rio de Janeiro, na Baía de
Guanabara."

Adamastor Camará Ribeiro – Historiador,


na primeira jornada de cultura local, realizada em Itaboraí, em 1984

"É essa força de trabalho de São Barnabé, juntamente com o escravo negro, que fez o vigor canavieiro
de Itaboraí."

Complementa Adamastor Camará Ribeiro

O Marquês do Lavradio relata em carta datada de 1773 a seu tio, Reverendo Principal de Almeida, que
havia retirado da Aldeia de São Barnabé da Vila de São José Del Rei “muitas índias que estavam em
perigo”, na faixa etária de oito a doze anos, para o Rio de Janeiro, a fim de que se educassem e pudessem
ter sentimento, tornando famílias com homens brancos, já que os indígenas desta então vila tiveram suas
terras roubadas e eles, escravizados. Querendo dar encaminhamento diverso ao dos jesuítas em relação
à população local, o Marquês toma decisões muito definitivas, destinando os homens que podem trabalhar
as fazendas e aos cinco engenhos, que produziam por safra 60 toneladas de açúcar e 140 mil litros de
aguardente, e os jovens da mesma idade das meninas, eram destinados ao aprendizado de ofícios
mecânicos no Rio de Janeiro. Diante de sua política, pouco sobrou do aldeamento considerado por ele
como sendo um dos mais civilizados.
A Vila de São José Del Rey teve uma curta vida de autonomia administrativa, pois já em 1833 foi
anexada a então Vila de São João de Itaboraí.

Milagres de Anchieta

A ação evangelizadora dos jesuítas no Brasil iniciou-se em 1549, por determinação de D. João III, rei
de Portugal.
Na Capitania do Rio de Janeiro, os jesuítas organizaram cinco aldeias indígenas: São Lourenço
(Niterói), Itingá (Itaguaí), São Pedro (Cabo Frio), São Barnabé (Itambi) e Guaratiba (Ilha do Governador).
O apóstolo do Brasil, Padre José de Anchieta, que chegou na Bahia no dia 13/07/1553, e que prestou
relevantes serviços a Mem de Sá, na conquista e na fundação do Rio de Janeiro, diversas vezes, esteve
na aldeia de São Barnabé, onde, de acordo com o historiador jesuíta Simão de Vasconcelos, realizou
dois pequenos milagres: Fez "deslizar para o mar pesadíssima canoa, com que os índios não podiam, e,

3
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
dias depois, abrigou um bando de guarazes a dar sombra a ele e aos índios que conduziam a canoa sob
um sol muito forte".

A Vila de São João de Itaboraí.

Com relação ao povoamento de Itaboraí, ou Itapacorá, como a região era conhecida nas crônicas
“Reminiscências de Itaboraí”, do escritor e acadêmico Salvador de Mendonça, e publicadas no jornal "O
Brasil, de 1907", o autor fala o seguinte sobre Itaboraí:

"No século XVII, o governador Salvador Corrêa de Sá mandou abrir a estrada de Campos dos
Goytacases a Niterói. Essa estrada passava pela colina de Itaboraí, caminho de Vila Nova e São Gonçalo.
No alto da colina, à beira dessa estrada, havia uma fonte sob um bosque frondoso. Tornou-se esse lugar
um ponto de parada para as tropas que por ali transitavam. Levantaram-se ranchos ao lado oposto da
fonte, esses ranchos foram as primeiras casas itaboraienses. A fonte dera o nome ao lugar – ITABORAÍ,
que quer dizer “Pedra Bonita escondida na água”, e essa denominação nascera de haver, no fundo da
fonte, metido na pedra, um pedaço de quartzo que despertara a atenção dos índios do lugar."
Defende-se que o altar-mor da igreja Matriz de São João Batista fica exatamente sobre essa fonte,
cujas águas foram canalizadas pelo subterrâneo, colina abaixo, até desembocar na "Fonte da Carioca".
O surgimento do povoado se dá em razão da existência da parada de tropeiros na colina de Itaboraí,
junto à fonte, e é pela iniciativa destes e de João Vaz Pereira que, em 1670, realizou-se a construção de
uma nova capela, em substituição a antiga que era utilizada como “curato” na fazenda do Iguá, erguida
por João Pereira da Silva em 1627, tendo, inclusive, recebido dela parte dos seus retábulos. Em alvará
de 18 de janeiro de 1696 é elevada a categoria de paróquia coletiva com o título de São João de Itaboraí,
tornando-se S. João, o orago da freguesia.
Os engenhos de açúcar que já existiam pela região, conforme descrito anteriormente sobre a fundação
da Vila de Santo Antônio de Sá. Foram os responsáveis pelo desenvolvimento econômico de Itaboraí,
sendo a principal atividade econômica do vale do Macacu-Caceribu durante todo o período colonial,
perpetuando até o séc. XX.
É preciso lembrar que o açúcar foi durante séculos um dos produtos tropicais mais valorizados no
mercado estrangeiro. Por isso tornou-se o principal produto de exportação das pequenas colônias luso-
brasileiras que foram sendo implantadas na costa atlântica, logo que os primeiros colonizadores
verificaram a aptidão de algumas terras ao seu plantio.
Outra região que se destacou muito foi o povoado de Porto das Caixas, surgido no início do século
XVIII e que estava então ligado a Santo Antônio de Sá. Seu nome vem do fato de ter se tornado um
importante entreposto comercial, responsável por todo o escoamento da produção agrícola de nossa
região e do interior fluminense que chegava pelo rio Aldeia ao seu porto, tendo a produção encaixotada
para transporte até a Bahia da Guanabara e de lá seguir rumo à Europa. Com o seu crescimento, o
povoado chegou a ter uma ativa vida cultural, contando com dois teatros e um comércio muito bem
estabelecido. Contudo, com a decadência do transporte fluvial e a posterior inauguração da Estrada de
Ferro ligando P. Caixas a Cantagalo em 1860, e a da Carril Niteroiense, em 1874, ligando Niterói (então
capital da Província do Rio de Janeiro) diretamente ao interior fluminense, viabilizando o escoamento
mais vantajoso da produção cafeeira da região serrana, o antigo entreposto de Porto das Caixas da Vila
de São João de Itaboraí entrou em declínio. Outro fator preponderante foi a decadência do transporte
fluvial.
"Ao entrar na pequena vila, senti pedras sob a relva brava da estrada, onde meu passo incerto contou
com o ritmo de geração e aquelas Lages contaram-me que aquilo fora uma rua onde faiscaram cascos,
de cavalo de estirpe, conduzindo grandes senhores, de numerosa escravatura e barcos…"

Guilherme de Almeida – Cronista, descrevendo uma visita a Porto das Caixas em 1927.

Por outro lado, enquanto os portos fluviais entravam em decadência, a chegada da estrada de ferro à
então vila de Itaboraí deu um certo alento ao comercio e à indústria das olarias e cerâmica, permitindo o
crescimento urbano e sua transformação de vila em cidade.
No século XX, depois de um período de declínio, surge uma nova economia agrícola, a laranja,
perdurando dos anos 20 até a década de 80. Cabe ressaltar que Itaboraí se tornou o maior produtor dessa
cultura no Rio de Janeiro, e o segundo no Brasil, chegando a ser conhecida como “Terra da Laranja”. Já
a arte em cerâmica esteve sempre presente na cultura e na economia do município, sendo encontrados
registros entre os nossos índios, e nos próprios engenhos, que possuíam pequenas olarias para
confecção em argila dos invólucros para transporte de açúcar, cuja tradição se perpetuou pelo século XX,

4
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
ampliada pela indústria ceramista, primeiramente com a chegada de novos colonos portugueses entre
1897 e 1912 e na chegada de novas tecnologias na década de 40, mecanizando a produção.
Após experimentar um período de destaque na produção de laranja durante boa parte do século XX,
Itaboraí vê-se mais uma vez numa situação de declínio, pois as terras já não mais produziam frutos de
boa qualidade (O motivo não era o fato das terras estarem cansadas e sim os erros na técnica de plantio,
no transporte e na colheita e na falta de adubação, mostrando o caráter especulativo do empreendimento),
e a indústria ceramista, antes aquecida, não buscou novas tecnologias que fossem mais eficazes, ou
menos poluentes, perdendo mercado para outras regiões e estados do Brasil. Porém, ao contrário da
laranja, a produção cerâmica não se extinguiu, mas, de grande empregador em meados do século XX,
resume-se hoje a umas poucas unidades, sendo que algumas buscaram se aprimorar nos últimos anos.
O fato que ora descrevemos e a construção da ponte Rio-Niterói aceleraram o processo de
urbanização em Itaboraí, que se tornara uma “cidade-dormitório”, a partir da década de 70, estimulando
uma especulação imobiliária que criou novos problemas ambientais na região, pois as antigas áreas de
plantações de laranja foram convertidas em loteamentos, sem nenhuma infraestrutura urbana, em
praticamente todos os distritos (cabe lembrar que não haviam políticas públicas organizadas, ou definidas
de zoneamento urbano, e nem leis muito claras, à época), e isso trouxe sérios problemas para o
município, que hoje assume todo o ônus daquele processo, inclusive chegando a ser considerado uma
região de baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – como um dos municípios mais pobres do
estado.
Ainda hoje, Itaboraí tem boa parte de sua população empregada na capital, na região metropolitana e
em alguns municípios da Baixada Fluminense, mas vivemos uma inversão econômica com novos
empreendimentos, transformando Itaboraí de satélite (quando da implantação da primeira Estação
Terrena da Embratel, no Brasil, em Tanguá – na época 5º distrito do município), ou de dormitório, numa
cidade polo para, pelo menos 12 municípios circunvizinhos, constituindo uma nova geografia
socioeconômica na região.

Prédios Históricos

Construída no ponto mais alto do outeiro onde foi implantada a Vila de Itaboraí, a igreja Matriz de São
João batista tinha sua torre como principal destaque. À época de sua construção a sua parte mais alta
podia ser observada de longe, marcando sua presença na região. O tipo de construção era próprio do
Brasil colônia, sendo a organização espacial das obras nesta época caracterizadas por um grande terreiro
onde se destaca a construção da igreja e o desenvolvimento em seu entorno de um casario baixo,
deixando ainda mais imponente a edificação sacra, principal característica das construções nesse
momento histórico3.
Sua constituição é feita em pedra cal de grossos muros e os elementos externos são de cantaria com
telhas capa e canal e equilibrada concepção arquitetônica oitocentista de uma só porta de entrada e suas
duas janelas do coro. Os vãos laterais são requadrados em cantaria de granito arrematados por arco
abatido e a sua torre (única) mantém ainda o corpo totalmente maciço. Dos seus suis altares laterais, três
conservam restos de retábulos setecentistas (anteriores a construção da igreja) que provavelmente
pertenciam à capela de N. S da Conceição.
De acordo com o cronista Monsenhor Pizarro e Araújo, estando a Capela de N.S da Conceição
localizada na fazenda de João Correia da Silva em Iguá já em ruínas o pequeno templo foi mudado para
Itaboraí com a mesma invocação no ano de 1627.
Os três da direita conjugam formas barrocas com elementos do neoclássico. Todos os altares laterais
apresentam belas talhas de madeira.
De acordo com as informações contidas no inventário do INEPAC, no histórico arquitetônico da igreja
consta o início das obras em 1725, sendo inaugurados altar-mor e nave principal em 1742. Período de
1767-1782 foi mandado construir a sacristia, o consistório e o evangelho. Essa nova intervenção propiciou
uma solução arquitetônica pouco comum à sua cobertura que resultou numa volumetria singular ao
conjunto.
De acordo com João Matoso Maia Fortes, em Vilas Fluminenses Desaparecidas, a origem da Igreja
Matriz de Itaboraí data de 1672, ano em que João de Vaz Pereira funda uma capela sob a invocação de
São João Batista. O mesmo fundador constrói outro templo em 1684, o qual torna-se independente da
jurisdição Vigário Paroquial de Santo Antônio de Sá.

3 Prefeitura de Itaboraí. Prédios Históricos. https://www.itaborai.rj.gov.br/nossos-predios-historicos/.

5
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
Em 1725, são iniciadas as obras de reconstrução da Igreja, sendo concluídas somente em 1742,
quando são inaugurados o altar-mor e a nave principal. De acordo com o inventário da FUNDREM, no
período de 1767 a 1782, foram à sacristia, o consistório e o evangelho.
Em 1955, foram feitas reformas no telhado, substituindo as telhas originais (feita nas coxas dos
escravos) por telhas canal industrializadas. Também o forro de madeira foi substituído por uma laje de
concreto. Em 1969, as diversas sepulturas que ocupam o piso da nave e da capela, originalmente
cobertas de madeira, são substituídas por marmorite.

Recentemente foram restauradas as imagens sacras e iniciada a restauração dos seis belos altares
laterais, cujas talhas representam importante exemplo do mais puro barroco brasileiro. No entanto, a
restauração não foi concluída.
Tombadas como Patrimônio Nacional em 18 de março de 1970, a igreja de São João Batista, que
impressiona por sua beleza arquitetônica, necessita urgentes reformas, a fim de que se acabe com as
infiltrações que ameaçam todo a acervo iconográfico da igreja.

Palacete (Visconde de Itaboraí)


A casa antiga mais expressiva de Itaboraí é um solar assobradado, de arquitetura neoclássica com
feições coloniais, dotado de mirante e erguida na atual Praça Marechal Floriano Peixoto, à época Largo
da Matriz, para servir de residência da família Rodrigues Torres.
Em sua fachada principal pode-se observar maior presença de vazios em detrimento de cheios,
apresentando simetria bem marcada principalmente pelo sótão que se torna um elemento da fachada
substituindo o frontão.
O prédio conserva, apesar das alterações sofridas, características de um sobrado típico de final do séc
XVIII e início do XIX. Sua presença no conjunto da praça é marcada pelo resultado de uma arquitetura
harmoniosa e bem proporcionada, comuns às residências apalacetadas deste período. Numa apreciação
mais cuidadosa do prédio, são nítidas as intervenções realizadas, desde um novo programa de planta à
aberturas de vão de janelas, escadas, acabamentos e cobertura.
O histórico da propriedade descrito no inventário do INEPAC tem seu primeiro registro em 1803. O
período de 1803/10 é a época provável de sua construção.
Com a decadência econômica e o declínio como localização estratégica (inauguração da estrada de
ferro Niterói-Cantagalo e consequente abandono do Porto das Caixas como entreposto comercial –
interior/capital) somados a isso o fim da monarquia e do trabalho escravo – questões que marcavam a
administração do próprio visconde de Itaboraí – e queda na produção agrícola da região, diminuiu a
importância do palacete.
Já em declínio, torna-se, em fins do século XIX sede da casa de Caridade São João Batista, e só após
a segunda metade do século XX tem reconhecida a sua importância histórica e, em 1964, o sobrado é
tombado pelo IPHAN e já em 1966, desapropriado e considerado de utilidade pública pela prefeitura; em
1968 ocorre o incêndio que quase destrói totalmente o prédio; em 1969 é doado ao Governo do Estado
do Rio de Janeiro, que resolve então reconstruí-la, respeitando as formas e a arquitetura original para
abrigar o Fórum de Itaboraí a partir de 1974. Com a transferência das funções jurídicas para o novo Fórum
no bairro de Nancilandia, em 2000 o solar passou a abrigar a Prefeitura Municipal de Itaboraí, quando
merecidamente recebeu o título de palacete Visconde de Itaboraí, em homenagem ao grande estadista,
Joaquim José Rodrigues Torres, que foi o primeiro presidente da província do Rio de Janeiro e um dos
componentes do gabinete imperial (Trindade Saquarema), e um dos grandes dirigentes do partido
conservador durante o segundo reinado.
O palacete original era na verdade um conjunto, pois, além do prédio reconstruído existiam casas
baixas ao seu redor que faziam parte do complexo, o visconde de Itaboraí morador do palacete era um
político importante durante o segundo Império.
Joaquim José Rodrigues Torres, o visconde de Itaboraí, foi uma personalidade tão importante no
Segundo Império que se transformou num dos maiores nomes da política do país nessa época principal
líder do partido conservador, que dava sustentação ao governo de D Pedro II, foi ministro de Estado por
uma dezena de vezes, além de ter sido o primeiro presidente de província do Rio de Janeiro. Com certeza,
constituiu-se no itaboraiense de maior destaque na política nacional de todos os tempos.
O solar era local onde o visconde recebia políticos e personalidades importantes, a constituição original
do palacete tinha condição de receber seus convidados e toda a sua comitiva que provavelmente se
acomodavam nas casas baixas a volta do palacete, ficando assim o solar e seus aposentos para as
personalidades, provavelmente local onde a família real pousava quando passava por aqui.

6
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
O palacete tem a sua história ligada diretamente a história do Brasil Império, em seus aposentos
grandes decisões políticas foram tomadas. A conservação deste maravilhoso patrimônio histórico é
importantíssima para a preservação da história de Itaboraí e para a história do Brasil.

Teatro João Caetano de Itaboraí


Construído pelo Cel João Hilário de Menezes Drummond em 1827 o teatro de Itaboraí foi o primeiro a
receber, em 1863, o nome do dramaturgo João Caetano dos Santos, célebre itaboraiense (nascido em
1808). E isso não foi ao acaso, pois foi nesse local, com apresentação de Caetano da peça “O Carpinteiro
da Livônia”, em 24 de abril, que se iniciou, o que se tornaria o marco para a fundação da Arte dramática
no Brasil, e da autonomização de um teatro verdadeiramente brasileiro, com repercussão até fora da
colônia. Dentre várias ações, ele fundou a Companhia Nacional João Caetano e, além de atuar em muitas
peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte de representar:
"Reflexões Dramáticas", de 1837 e “Lições Dramáticas”, de 1862. Dono absoluto da cena brasileira de
sua época, morreu a 24 de agosto de 1863, no Rio de Janeiro, deixando um grande legado ao teatro
brasileiro. E mesmo hoje, podemos encontrar diversas homenagens por todo o Brasil, inclusive a sua
titularidade a vários outros teatros.
Quanto ao teatro Municipal João Caetano de Itaboraí , depois de uso nobre, com o recebimento de
grandes artistas, visitantes ilustres, e membros da família imperial durante o seu período áureo (séc XIX),
sofreu algumas mudanças e adaptações, primeiramente em 1924, no seu interior, e de fachada em
diversas outras ocasiões passando, também, a ser palco de grandes eventos de gala, como os concursos
de misses e os célebres bailes de carnaval, em uma época em que a economia de Itaboraí se baseava
na cultura da laranja. Porém, em 1974, após períodos de abandono e descaso ao seu inestimável valor
histórico, e já em ruínas, teve o restante de suas paredes demolidas, ao invés de promoção de sua
salvaguarda.
Em 1985 o então prefeito João Baptista Caffaro promove a sua reconstrução com uma nova fachada,
que permanece em nossos dias. O senão fica pelo fato de que nunca teve sua conclusão definitiva, pois
ainda faltam os equipamentos adequados, tratamento acústico, climatização, além de alguns aspectos
arquitetônicos até hoje indefinidos. E mesmo com toda a precariedade, e sem grandes investimentos, o
Teatro João Caetano recebe pequenas turnês, apresentações de grupos locais, alguns shows de humor,
dança e de música, e esporadicamente oferece oficinas de teatro amador e de dança, o que já justificaria
a sua conclusão.
Mesmo assim, já recebeu grandes artistas como Chico Anysio e Giulia Gam, dentre outros, mas nada
que lembre a beleza, valor e orgulho que representava para o povo itaboraiense no séc. XIX.
O Teatro Municipal João Caetano de Itaboraí é parte do conjunto memorial arquitetônico do Centro
Histórico de Itaboraí que é reconhecido pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
como um dos mais importantes do Brasil por sua importância histórica e pela relevância de seus principais
personagens além do dramaturgo, como Joaquim José Rodrigues Torres – O Visconde de Itaboraí; o
escritor Romancista Joaquim M. de Macedo, autor de "A Moreninha", o sociólogo e político Alberto Torres
e Salvador de Mendonça que fundou a ABL – Academia Brasileira de Letras com Machado de Assis.

Prof. Cláudio Rogério S. Dutra


Texto e Pesquisas

Casa Heloisa Alberto Torres


A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres está localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, 303 –
Centro – Itaboraí/RJ, e tem em seus arquivos, exemplares documentais da memória de Itaboraí, do Brasil,
além dos acervos pessoais da antropóloga e diretora do Museu Nacional, Heloísa A. Torres e de seu pai,
o político, escritor e jornalista Alberto Torres, que foi presidente da província do Rio de janeiro.
Criada através de uma ação visionária da antropóloga Heloísa Alberto Torres, que, com sua irmã,
Maria “Marieta” Alberto Torres buscavam em 1963, em Itaboraí, um repouso às memórias do pai, Alberto
Torres, percebeu que o município, à época, já havia esquecido o seu passado de prosperidade e
importância histórica, e até mesmo – além de seu pai – os seus cidadãos mais ilustres como o maior
dramaturgo do século XIX, João Caetano dos Santos, o escritor Joaquim Manoel de Macedo (o mais lido
de sua época), de Salvador de Mendonça, que fundou a Academia Brasileira de Letras com Machado de
Assis; do pintor José Leandro – retratista real, e de um dos políticos mais importantes de seu tempo:
Joaquim José Rodrigues Torres – O Visconde de Itaboraí. E é em razão da realidade encontrada, que
resolve procurar o poder público local e propor diversas ações de resgate histórico, salvaguarda do
patrimônio material, e valorização da Cultura local, incentivando, inclusive, a criação de uma academia

7
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
de Artes, ciências e letras na região, além de projetos para o Teatro Municipal, biblioteca, instalação de
um hotel, e revitalização do Centro Histórico.
Iniciam, então, uma ampla reforma de restauro e adequação do imóvel, para servir como sua residência
e espaço museal.
Após o falecimento de Heloísa em 1977 e de sua irmã, Marieta, em 1985, conforme desejo em
testamento, o sobrado é doado ao IPHAN, com objetivo de instalação de um museu. E isso ocorre em
1995 com a instalação da casa de Cultura Heloísa Alberto Torres com apoio do IPHAN, através de um
Termo de Cooperação Técnica com a prefeitura de Itaboraí.
Hoje, a parceria com o IPHAN, continua sendo importante. O apoio do Superintendente Carlos
Fernando, do IPHAN RJ, e do presidente do IPHAN, Luiz Fernando, conforme vislumbra o presidente da
FAC – Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí, Sergio Espírito Santo, foi um dos fatores que permitiu a
inclusão de Itaboraí no circuito cultural e histórico nacional. Esse apoio tem colaborado em diversas de
nossas ações. E Cabe lembrar, que em 2009, recebemos do IPHAN RJ, um contrato para tratamento de
acervo com trabalho técnico de uma museóloga; custeio para obras emergências na Casa de Cultura,no
valor de R$ 62.500,00 e na Igreja Matriz de S.João Batista, num valor de R$ 87.000,00, para o telhado e
descupinização, que será complementado em 2010 com nova verba no valor de R$ 400.000,00. E só o
PAC- Histórico, exclusivo para cidades históricas, tem previsto para os próximos anos no Plano de Ação
para Itaboraí, uma proposta de investimentos em R$ 14.790.000,00 para projetos como a criação da casa
do Oleiro, do Centro de Memória de Arte Popular; estudos de tombamento pelo município; revitalização
da praça Marechal Floriano Peixoto; urbanização do entorno do Centro Histórico e a criação do Museu
Ferroviário e de um centro cultural no distrito de Visconde de Itaboraí.
Porém, a principal notícia para a Casa de Cultura no ano de seu bicentenário é o início das obras de
restauro, reforma e revitalização do sobrado, em verba do Ministério da Cultura, com início previsto para
Nov/2010, num custeio de mais de R$ 500.000,00, que dará as condições necessárias para manutenção
do acervo, abertura do andar superior para visitação, adequação do salão de exposições nos moldes dos
melhores espaços do país, e um atendimento mais adequado a pesquisadores, artistas, turistas e toda a
sociedade.
Outra importante obra para a Casa de Cultura foi a reforma dos Jardins da Casa de Cultura,
proporcionada pelo Ministério do Meio Ambiente, atendendo um pedido da presidência da FAC –
Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí, cujo projeto e execução ficou a cargo da Fundação Jardim
Botânico, em parceria com a prefeitura de Itaboraí. Esse projeto foi especial, pois proporcionou o retorno
da beleza do jardim pertencente às irmãs Torres.
Para o futuro, já apresentamos na Superintendência de Museus do Estado do RJ, um projeto para a
criação do Museu da Vila de Santo Antônio de Sá, que prestigiará não só Itaboraí, mas toda a região que
forma hoje o CONLESTE. Outra proposta que temos atenção especial, trata-se da revitalização do Centro
Histórico de Itambi – projeto S. José Del Rey, e do Ecomuseu, que ligará todos os equipamentos culturais,
históricos e ambientais e, com a criação do Centro de Memória de Arte Popular, proporcionar intercâmbios
de nossos artistas com outras regiões.

Casa de Câmara e Cadeia


A Freguesia de São João de Itaborahy foi elevada a categoria de vila pelo decreto regencial de 15 de
janeiro de 1833. A Câmara de Vereadores da referida vila foi instalada em 22 de maio do mesmo ano, e
não se sabe em qual local, mas há três possibilidades: a primeira seria o Teatro da nova vila que era
dirigido pelo grande teatrólogo João Caetano dos Santos; a segunda seria a Igreja Matriz de São João
Batista; e a última, ao contrário das outras, que eram lugares públicos, seria uma casa alugada, mais isso,
como eu mesmo já mencionei não passam de possibilidades, pois a Ata de instalação da câmara e seu
arquivo não existem mais, foram perdidos com o tempo.
O prédio da casa da Câmara só começaria a ser construído em 1836, por solicitação do ano anterior,
da referida casa legislativa ao presidente da Província do Rio de Janeiro, o Sr Joaquim Rodrigues Torres,
também nativo da região de "Itaborahy" e futuro Visconde, como grandeza de Itaborahy.

"A vista das representações das Câmaras Municipaes das Villas de São João de Itaborahy e Marica,
tenho determinado mandar-lhes prestar para edificar as respectivas casas da câmara e cadeia e de
jurados, consignações mensais sejam suficientes para concluírem as obras até o fim do anno seguinte"

Conforme Ornellas Ramos[4] o projeto da câmara foi elaborado pelo engenheiro militar alemão Major
Júlio Frederico Koller, que também foi autor do plano urbanístico de Petrópolis em 1843 e o projeto do
Paço Imperial da Concórdia. A obra só seria concluída em 1840, abrigando assim, no pavimento térreo a
cadeia pública e no pavimento superior o plenário e demais salas para fins legislativos.

8
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
Forma eleitos para o cargo de vereadores: O barão de Itapacorá, Manoel Antônio Álvares de Azevedo
como presidente da Casa; Severino de Macedo Carvalho, pai do ilustríssimo literário e historiador Joaquim
Manoel de Macedo; Padre Manoel de Freitas Carvalho Magalhães, vigário da Matriz de São João Batista;
José Augusto César de Menezes e José Barbosa Velho, possuindo assim a câmara cinco vereadores.
Pelo mesmo decreto de 15 de janeiro de 1833, criava também seis comarcas na Província do Rio de
Janeiro, dentre elas a de Itaborahy.

Art. 1.º Haverá na Província do Rio de Janeiro, seis comarcas, a saber: a da Ilha Grande, a de Rezende,
a de Catagallo, a de Campos, a de S. João de Itaborahy, e a de Rio de Janeiro.
Art. 2.º (…) a de S. João de Itaborahy compreenderá os termos das villas de S. João de Itaborahy, de
Magé, de Santo Antônio de Sá de Macacu, de Marica (…)

A PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA NO BRASIL

Um fato histórico sem documentos que comprovem sua veracidade, deixa de ser um fato para ser uma
possibilidade ou, o que é pior, uma invencionice que, de histórica, não tem nada. Não se faz História por
ouvir dizer ou imaginando fatos. "A História", segundo Langlois e Seignobos, “nos ensina a relatividade
de todas as coisas e a transformação incessante das crenças, das formas, das instituições”. Por aí se vê
quão difícil é a missão daqueles que se debruçam sobre os mapas da vida para narrar o que para trás
ficou. Ouve-se amiúde a expressão “a História é a mestra da vida”. Esta expressão está incompleta.
A definição de História é ampla e abarca um círculo bem maior de verdades, ei-la: História vero testis
temporum, lux veritatis, vita memorae, magistra vitae, nuntia vetustatis est (A História é verdadeiramente
a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a mensageira dos
tempos antigos). A História de nossa Instituição merece respeito. Deixemos, portanto, aos verdadeiros
historiadores a missão de relatá-la. Nós outros, que historiadores não somos, devemos ter sempre diante
dos olhos que a História é, antes de mais nada, a luz da verdade. Há muito tempo se discute qual teria
sido a primeira Loja Maçônica instalada em nossa Pátria.
As opiniões divergem, deixando aqueles que não são ligados às coisas da História em palpos de
aranha. Em quem acreditar? Hoje, mercê da criação das Lojas de Pesquisas, das Academias, dos jornais,
boletins e das revistas maçônicas, algumas de altíssimo quilate, já se pode vislumbrar nos longes do
horizonte maçônico uma luz que se torna cada vez mais forte. Alguns escritores, talvez por ufanismo,
apontam brasileiros ilustres como tendo sido Maçons, sem que haja a mais mínima prova que estabeleça
a veracidade da afirmativa. Outros, por ouvir dizer, ensinam coisas que absolutamente não podem provar.
Só para exemplificar e sem citar nomes, temos debaixo dos olhos um publicação que, a par de belos
artigos, traz um, naturalmente baseado em alguma coisa que o autor, talvez até bem intencionado, tenha
tido conhecimento e tenha dado crédito à informação: Segundo os mais antigos registros, 1786 foi o ano
do surgimento da Maçonaria no Brasil, com a volta do Irmão José Alves Maciel da Europa, formado em
Coimbra onde Iniciou-se (sic), indo depois para a Inglaterra e França e lá frequentava as Lojas Maçônicas.
De volta ao Brasil, traz a mensagem da Maçonaria francesa, a Maçonaria inglesa defendia o sistema
monárquico parlamentar constitucional e a Maçonaria francesa o sistema republicano.
Funda Lojas em Vila Rica e Tijuco com propósitos políticos, organizando a revolução emancipacionista,
que se chamou Inconfidência. É possível que o articulista tenha tomado conhecimento das informações
dadas por Joaquim Felício dos Santos que, sem aduzir quaisquer provas, afirmou que a Inconfidência
houvera sido dirigida por Maçons. Felício dos Santos, ainda sem apontar onde buscara tal afirmativa,
afirmou que Tiradentes e quase todos os conjurados eram pedreiros livres. Esta é a informação que nos
é fornecida pelo historiador maçônico Frederico Guilherme Costa em “Questões Controvertidas da Arte
Real”, vol. 3: Ao que tudo indica, o responsável por uma extravagante idéia de uma conjuração maçônica
com a consequente liderança do Maçom (sic) Tiradentes foi Joaquim Felício do Santos… Rigoroso na
pesquisa do documento possuía, porém, o gosto pelo romântico, que o levou ao devaneio de suas
declarações sobre a Maçonaria na obra intitulada Memórias do Distrito Diamantino, infelizmente tão
copiada e repetida pelos apaixonados pela tese altamente suspeita da Maçonaria que não houve na vida
do protomártir da Nação brasileira.
Não faz muito tempo, ouvimos um Irmão de Loja afirmar que a primeira Loja brasileira era o Areópago
de Itambé, sem que aduzisse coisa que lhe atestasse a verdade da afirmação. Bons historiadores
maçônicos, nos dias que correm, negam tal assertiva, apesar da existência de outros que confirmam a
opinião do meu Irmão de Loja. Mário Name, em artigo inserto no Caderno de Pesquisas Maçônicas 11,
edição da “A TROLHA”, março de 1996, às páginas 18, escreve: Todos nós sabemos que ao apagar das
luzes do século XVIII, mais precisamente em 1796, o frade carmelita Arruda Câmara fundou em
Pernambuco, na divisa com o Estado da Paraíba, o famoso Areópago de Itambé cuja finalidade, até hoje

9
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
um pouco nebulosa, deu margem a muita especulação, especialmente entre os ufanistas escritores
brasileiros. Marcelo Linhares, no seu livro História da Maçonaria, Ed. “A TROLHA”, Londrina 1992,
transcreve excerto de Mário Melo, tirado da obra “Livro do Centenário Maçônico”, capítulo “A Maçonaria
no Brasil” e que diz o seguinte: Desprezando a tradição, podemos afirmar, baseados em documentos,
que a primeira Loja Maçônica associação secreta, movida pela liturgia, com fins político-sociais, fundada
no Brasil, foi o Areópago de Itambé (Pernambuco).
Instalou-o o botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela Faculdade de Montpellier, no
último quartel do século XVIII, em 1796. Linhares não aceita o que afirma Mário Melo: Apesar das opiniões
mais que abalizadas de Mário Melo e Oliveira Lima, este considerando uma sociedade secreta, política e
maçônica no seu espírito, senão no Rito que lhe teria sido posterior, o Areópago de Itambé se nos parece
mais uma entidade cultural, onde se podia conspirar, que propriamente um Organismo Maçônico.
Entretanto, foi lá onde se abeberaram os líderes dos futuros movimentos emancipacionistas republicanos,
salientando-se dentre eles Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Francisco de Paula Cavalcanti de
Albuquerque, Cavalheiro da Ordem de Cristo e, pois, Barão de Suassuma. O saudoso Irmão Marcos
Santiago, no seu livro Maçonaria, História e Atualidade refere-se ao Areópago da seguinte maneira: Em
1796 foi fundado o Areópago de Itambé em Pernambuco, uma sociedade política secreta, que objetivava
fazer de Pernambuco uma república, e da qual faziam parte Maçons e padres da igreja católica. Frederico
Guilherme Costa, em uma de suas obras, assinala: Sabemos que antes da Cavaleiros da Luz, foi o
Areópago de ltambé instalado pelo botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela faculdade
de Montpellier em 1796. M. L. Machado (Introdução à História da Revolução de 1817, 2ª Ed.).
Citado por Mário Melo, descreve o Areópago: Era o Areópago uma sociedade política, secreta,
intencionalmente colocada na raia das províncias de Pernambuco e Paraíba, frequentada por pessoas
salientes de uma e outra parte e donde saíam, como de um centro para a periferia, sem assaltos nem
arruídos, as doutrinas ensinadas. Tinha por fim tornar conhecidos o estado geral da Europa, os
estremecimentos e destroços dos governos absolutos, sob o influxo das ideias democráticas (Breves
Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993). José Castellani, na
excelente obra “Do Pó dos Arquivos”, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1995, ao fazer um estudo sobre a
primeira Loja fundada no Brasil, preceitua: O Areópago, embora considerado o marco inicial das
organizações maçônicas no Brasil, não era uma verdadeira Loja, tanto que o Padre João Ribeiro, que
pertencera a ele, teve que ser Iniciado em Lisboa, o que, evidentemente, leva a crer que, na época, não
existia Loja regular naquela região. Contudo, é bom observar que Castellani, com o peso de sua
autoridade de historiador de primeira água, afirma que o Areópago é considerado o marco inicial das
organizações maçônicas no Brasil. Se há os que negam tenha sido o Areópago uma Loja Maçônica, há
os que afirmam o contrário.
Além de Mário Melo, como já vimos antes, o Irmão Antônio do Carmo Ferreira, atual Grão-Mestre do
GOIPE, Maçom de invejável cultura e grande estudioso das coisas da Maçonaria, não aceita que o
Areópago não tenha sido Loja. É o que se deduz ao ler um artigo de sua lavra, publicado em fevereiro de
1994, in Cadernos de Pesquisas Maçônicas 6, Ed. “A TROLHA”, Londrina. Após discorrer sobre a
fundação do Areópago e citar vários nomes de participantes da instituição, informa que a casa onde
funcionou o Areópago, na Rua Videira de Melo (Itambé), foi derrubada na década dos anos 40 e, no seu
lugar, em 1951, foi levantado um obelisco, perpetuando o fato. Ao terminar o artigo, aliás muito bem
lançado, Antônio do Carmo afirma, com todos os rr e ss que o Areópago de Itambé foi uma Loja Maçônica,
senão vejamos: Em 30 de agosto de 1980, o Grande Oriente Independente de Pernambuco retomava o
curso da História, ao reinstalar (o grifo é nosso) o Areópago de Itambé, inaugurando uma Loja Maçônica
Simbólica com aquele nome distintivo. Realmente, o ato consistiu em grave responsabilidade, não
somente para os Maçons daquele Oriente, mas também e sobretudo para a Potência que passou a ter
em seu seio a Oficina Berço da Maçonaria Brasileira (o grifo é nosso).
E é preciso ser digno disto. Já alguns historiadores de renome no mundo maçônico – José Castellani,
Frederico Guilherme Costa, Ricardo Mário Gonçalves, entre outros – escreveram que a primeira Loja
fundada no Brasil foi a “Cavaleiros da Luz”. Para tanto, eles se baseavam em escrito de F. Borges de
Barros, publicado no Volume XV dos Anais do Arquivo Público da Bahia, intitulado Primórdios das
Sociedades Secretas da Bahia, onde se afirma que tendo aportado a Salvador a fragata francesa “La
Preneuse”, comandada pelo Capitão Larcher, logo se tornou alvo de visitas dos homens mais esclarecidos
da terra e que dessas visitas, que se converteram em reuniões, surgiu a 14 de julho de 1797 a Loja
Maçônica “Cavaleiros da Luz”. O escrito de Borges de Barros é de 1928. José Castellani, em artigo
publicado na Revista Acácia, nº 33, de Porto Alegre, diz das razões por que a fonte de informação era
respeitável: Borges de Barros, que era Diretor do Arquivo Público da Bahia e Grão-Mestre da Grande Loja
da Bahia – a primeira a ser fundada no Brasil, quando da cisão de 1927 – publicou, em 1928, no volume
XV dos Anais do Arquivo, às páginas 44 e 45, a história da “Cavaleiros da Luz”, informando que as

10
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
reuniões preparatórias teriam sido realizadas a bordo da fragata “La Preneuse”, sob liderança do
comandante Larcher. A posição de Borges de Barros e sua intimidade com os arquivos tornavam
fidedigna essa informação. E mesmo com contestações, não pode ser descartada a existência da
“Cavaleiros da Luz”, sem profundo exame da questão. Tinha-se, pois, como certo que a primeira Loja
Maçônica fundada no Brasil fora a “Cavaleiros da Luz”, fato que teria ocorrido na povoação da Barra aos
14 de julho de 1797.
Essas observações de Castellani eram necessárias, porque surgiram sérias dúvidas sobre a
veracidade das informações dadas por Borges de Barros, depois que apareceram documentos que
negavam a presença da fragata “La Preneuse” em águas territoriais baianas. Quando exercíamos o
Veneralato de nossa Loja “Ponto no Espaço 279″ (94/95), convidamos nosso Irmão e historiador,
professor da USP, Ricardo Mário Gonçalves para uma palestra sobre a primeira Loja Maçônica do Brasil
e fomos surpreendidos ao ouvirmos daquele nosso ilustre Irmão que a fragata “La Preneuse” jamais
estivera no Brasil.
O palestrante dizia que fazia tal afirmação escudado em trabalho publicado pelo historiador Luiz
Henrique Dias Tavares que, por sua vez, fundamentava sua assertiva, baseado em pesquisa feita pela
historiadora Kátia de Queirós Mattoso nos arquivos Nacional e da Marinha, em Paris. Além de “La
Preneuse” jamais ter estado no Brasil, Larcher, quando esteve em Salvador, desembarcou do navio “Boa
Viagem”, em novembro de 1796, tendo embarcado de regresso à França em 2 de janeiro de 1797. E o
ilustre palestrante argumentou: Se a “Cavaleiros da Luz” foi inaugurada em julho de 1797 e Larcher havia
embarcado em janeiro daquele ano, como poderia aquele oficial da marinha francesa ter participado da
fundação da Loja, conforme se apregoa? Por aí se vê que é necessário muito estudo, pesquisas e mais
pesquisas para que, com base em fontes fidedignas, se possa afirmar que isto ou aquilo é realmente um
fato histórico digno de fé. Nós, que não somos historiadores e que dependemos das informações que
eles nos fornecem, precisamos meditar e meditar fundo nas palavras do historiador maçônico Frederico
Guilherme Costa, autor de “Questões Controvertidas da Arte Real”, vol. 3, Ed. “A TROLHA”, Londrina,
1997, que depois de fazer um estudo sobre a temática que acabamos de expor, afirma: De tudo o que foi
exposto conclui-se que a verdadeira função do historiador, que tem vida curta, consiste em rever
permanentemente as informações que possui e que estão sendo sempre enriquecidas com novas fontes,
partam elas de pesquisas de terceiros ou da sua própria, mas sempre tendo em mira a boa forma e o
bom conteúdo, jamais a ironia.
A questão da nossa historiografia é uma disputa do significante, pois a escrita só cumpre o seu papel
quanto mais se aproxima da palavra. Ela é sempre relativa. É da ordem do corpo e não do sentido, da
cultura e não da natureza. Mas, afinal, qual a primeira Loja Maçônica Regular fundada no Brasil? Mário
Name, no artigo retro citado, diz que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil, na cidade do Rio de
Janeiro, no ano de 1800, recebeu o nome de “União”, e que um ano depois, devido ao grande número de
Irmãos que a ela aderiram, sofreu restruturação e passou a denominar-se “Reunião”. José Castellani
informa que é possível tenha existido a “União”, porém como não existe documento algum que comprove
a sua fundação, acredita que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi a “Reunião”, em 1801, isto
se ficar provado que a “Cavaleiros da Luz” não existiu. Sobre o assunto vejamos o que escreve Frederico
Guilherme Costa em “Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”,
Londrina, 1993, após ter discorrido sobre o Areópago e sobre a “Cavaleiros da Luz”: Mas segundo o
manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja Simbólica regular no Brasil foi instalada
em 1801, debaixo do título de REUNIÃO, filiada ao Oriente da Ilha de França, e nomeado para seu
representante o cavaleiro Laurent, que a fortuna fez aportar às formosas praias da Bahia de Niterói e que
presidira a sua instalação. Na mesma página, o autor informa: Em 1801 a Loja “Reunião” é regulamentada
instalada sob o reconhecimento do Oriente da Ilha de França, seguindo-se as Lojas “Constância” e
“Filantropia”, subordinadas ao Grande Oriente Lusitano.
Se a Cavaleiros da Luz foi a primeira Loja Maçônica no Brasil e o Areópago o primeiro núcleo secreto
revolucionário, a Loja “Reunião”, à luz dos documentos, respeitadas as leis e tradições maçônicas foi a
PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA REGULAR NO BRASIL. Mário Verçosa, past Grão-Mestre da Grande Loja
do Estado do Amazonas, relaciona as 16 primeiras Lojas do Brasil, como vem exposto por Marcelo
Linhares, na obra citada: 1. “Cavaleiros da Luz”, em Salvador, BA – 1797 2. “Reunião”, no Rio de Janeiro,
RJ – 1801 3. “Virtude e Razão”, em Salvador, BA – 1802 4. “Constância”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803
5. “Filantropia”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 6. “Emancipação”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 7.
“Beneficência”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 8. “Distintiva”, em Niterói, RJ – 1812 9. “Comércio e Artes”,
no Rio de Janeiro, RJ – 1815 10. “Pernambuco Oriente”, em Recife, PE – 1817 11. “Pernambuco
Ocidente”, em Recife, PE – 1817 12. “Revolução Pernambucana”, em Recife, PE – 1817 13. “União e
Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, RJ – 1817 14. “Esperança de Niterói”, em Niterói, RJ – 1821 15.
“Conciliação de Pernambuco”, em Recife, PE – 1822 16. “Nove de Janeiro”, no Rio de Janeiro, RJ – 1822.

11
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
Região Metropolitana

A Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, da qual Itaboraí faz parte, reúne 19 municípios
fluminenses. A área geográfica, também conhecida como Grande Rio, foi instituída pela Lei
Complementar nº20, de 1º de julho de 1974, após a fusão dos antigos estados do Rio de Janeiro e da
Guanabara, unindo as então regiões metropolitanas do Grande Rio Fluminense e da Grande Niterói. Com
11.812.482 habitantes, segundo o Senso de 2008, é a segunda maior área metropolitana do Brasil, a
terceira da América do Sul e a 20ª maior do mundo4.
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo o IBGE, ostenta um PIB de mais de R$ 170 bilhões,
constituindo o segundo maior polo de riqueza nacional. Concentra 70% da força econômica do estado e
8,04% de todos os bens e serviços produzidos no país. Há muitos anos, congrega o segundo maior polo
industrial do Brasil, contando com refinarias de petróleo, indústrias naval, metalúrgicas, petroquímicas,
gás-químicas, siderúrgicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de bebidas, cimenteiras e
moveleiras. No entanto, as últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico,
que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande polo nacional de serviços e negócios.
A área reúne os principais grupos nacionais e internacionais do setor naval e os maiores estaleiros do
país e do estado, com cerca de 90% da produção de navios e de equipamentos offshore no Brasil. No
setor de petróleo, verifica-se um arranjo de mais de 700 empresas, dentre as quais as maiores do Brasil.
A maioria mantém centros de pesquisa espalhados por todo o estado e, juntas, produzem mais de 4/5 do
petróleo e dos combustíveis distribuídos nos postos de serviço do território nacional.

Questões

01. (Prefeitura de Tanguá – Motorista – FUNRIO) O Parque Florestal do Barbosão é uma área de
preservação permanente, situada nos municípios de Tanguá e de:
(A) Macaé
(B) Maricá
(C) Itaboraí
(D) Saquarema

02. Itaboraí encontra-se na seguinte área geográfica:


(A) Fluminense
(B) Grande Rio
(C) Carioca
(D) Grande Niterói

03. São municípios limítrofes de Itaboraí:


(A) Guapimirim, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Macaé e Maricá
(B) Guapimirim, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Tanguá e Volta Redonda
(C) Guapimirim, Niterói, Cachoeiras de Macacu, Tanguá e Maricá
(D) Guapimirim, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Tanguá e Maricá

Gabarito

01.C / 02.B / 03.D

Comentários

01. Resposta: C
Apesar de a questão focar no Parque Florestal, também cobra informações a respeito do relevo de
Itaboraí, sendo que as maiores altitudes se encontram no Parque do Barbosão, também pertencente à
cidade e na divisa com o município de Tanguá.

4 Prefeitura de Itaboraí. Região Metropolitana. https://www.itaborai.rj.gov.br/a-regiao-metropolitana/.

12
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA
02. Resposta: C
Outros 18 municípios fazem parte da Região Metropolitana que Itaboraí faz parte. Sua área geográfica
é conhecida como Grande Rio e foi instituída pela Lei nº 10 de 1º de julho de 1974.

03. Resposta: D
O município de Itaboraí faz divisa com as cidades de Guapimirim, São Gonçalo, Cachoeiras de
Macacu, Tanguá e Maricá.

13
1643724 E-book gerado especialmente para MARIA DE FATIMA GAMA

Você também pode gostar