Você está na página 1de 10

Linguagens – 05/11

Questões (simulado)

Escrever, Humildade, Técnica

Clarice Lispector
Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? Procure um
modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse “estilo” (!), já foi chamado de
várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de
expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em “humildade” refiro-me à
humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da
plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu
mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade como técnica é o seguinte: só se
aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o
que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave:
orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem
de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo.

(Texto extraído do livro “A Descoberta do mundo”, Editora Rocco – RJ, 1999).

a) Qual, segundo a autora, o exercício que a provoca para a compreensão da linguagem?


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

b) Que oração comprova o fato de que o texto desenvolvido pela autora foi alvo de várias
conceituações?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
c) O texto possui uma quantidade considerável do verbo SER. Que sentido este verbo dá ao texto se
considerarmos seus aspectos sintáticos?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

d) Qual o tipo de predicado é predominante no texto?


____________________________________________________________________________________

e) A autora ora explicita o sujeito das ideias expressas no texto e ora deixa o sujeito implícito. Retire um
exemplo para cada expressão do sujeito citado acima.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

f) Como a autora deixa o sujeito de forma implícita?


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

g) Qual seria o elemento mórfico que é responsável por este tipo de recurso?
______________________________________________________________________________________

h) “Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho.” A que se
refere o pronome sublinhado?
_____________________________________________________________________________________

i) “Sabe-se que existe a técnica da humildade e que há, nisso, um enorme orgulho infantil.” Reescreva a
segunda oração de modo a deixa-la sem sujeito e com um complemento verbal.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

j) Agora faça o oposto com a terceira oração.


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

Questão 2)
Ao analisar as características textuais e linguísticas do cartaz acima é possível afirmar que ele pertence

a) ao tipo narrativo, com predominância da função referencial da linguagem.


b) ao tipo argumentativo, com predominância da função apelativa da linguagem.
c) ao tipo descritivo, com predominância da função metalinguística da linguagem.
d) ao tipo injuntivo, com a predominância da função fática da linguagem.
e) ao tipo expositivo, com predominância da função poética da linguagem.

Questão 3)

Texto I

Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes
proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles
meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos, que à
noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o
casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes
dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...

AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).

Texto II

À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali
os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e
pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado.

TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).

Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária
recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,

a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados.

b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens.

c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.

d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão.


e) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta.

Questão 4)
Carrosel – Milton Dacosta - 1945

A imagem do carrossel representada pela tela acima ressalta, como elemento principal da comunicação o/a

a) mensagem
b) locutor
c) interlocutor
d) referente
e) canal

Questão 5)
O Carrossel

"A coisa mais impressionante que existe são os olhos


dos cavalos de carrossel , olhos que parecem estar
gritando " avante! " - enquanto eles,
nos altibaixos do galope, jamais podem sair do
mesmo círculo.
Deviam ser assim , igualmente estranhos,
os olhos dos primeiros poetas que apareceram
entre os homens porque olhavam através deles
e para além deles.
Já ouvi dizer que as tribos primitivas vazavam
os olhos dos poetas...
Também deviam ser assim os olhos dos
Profetas porque a sua luz não era
deste mundo.
E aos homens assustava-os a beleza e a verdade.
Ah , meus pobres cavalinhos de pau que
acabo de encontrar parados no parque deserto ...
será que fiz um comício?
Não há de ser nada...
Em todo caso, do modo como falei,
dir-se-ia que a beleza e a verdade
são as duas faces da mesma moeda.
Nada disso: elas são as mesma moeda.
Tanto assim que,
quando o sábio joga cara ou coroa,
encontra a beleza e,
quando o poeta joga
cara ou coroa, encontra a verdade."

Mario Quintana

No texto IV, o poeta ressalta a importância dos olhos dos cavalos do carrossel. Para isso, ele argumenta os
motivos que o levaram a compará-los aos olhos dos poetas. Dessa forma, percebe-se que dois recursos
linguísticos foram utilizados, sendo eles, respectivamente,

a) metáfora e comparação
b) comparação e analogia
c) antítese e alusão
d) hipérbole e metonímia
e) metonímia e analogia.

Questão 6)

A novidade veio dar à praia


Na qualidade rara de sereia
Metade, o busto de uma deusa maia
Metade, um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
de um lado este carnaval
Do outro a fome total
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado.

Gilberto Gil

Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de construção textual que consiste em agrupar ideias de
sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de significação, de forma paradoxal. Os versos
que comprovam tal recurso são:

a) “A novidade veio dar à praia/Na qualidade rara de sereia”.


b) “E a novidade que seria um sonho/O milagre risonho da sereia/Virava um pesadelo tão medonho”.
c) “A novidade era a guerra/Entre o feliz poeta e o esfomeado”.
d) “Metade, o busto de uma deusa maia/Metade, um grande rabo de baleia”.
e) “A novidade era o máximo/Do paradoxo estendido na areia”.

Questão 7)
Com a linguagem verbal e não verbal do texto, evidencia-se que

(A) o homem usa o argumento da longevidade da mulher para explorá-la.


(B) o homem está descansando para aumentar sua expectativa de vida.
(C) o homem está convencido de que viverá menos que a esposa.
(D) a mulher está satisfeita em servir o marido.
(E) a mulher concorda com a fala do marido.

Questão 8)
A NEGRITUDE COMO BANDEIRA

Nas últimas décadas do século XX, os negros brasileiros perceberam que a luta iniciada por Castro Alves
(ironicamente, um branco) deveria ser levada adiante. Agora, não mais uma luta pela abolição, mas pelo fim
do preconceito racial e cultura da desigualdade de oportunidades, da discriminação social. Assim, diversos
grupos organizados, bem como muitos negros de destaque na sociedade, têm afirmado sua identidade afro-
brasileira, seja por meio de manifestações de protesto, seja por meio de atividades culturais identificadas
com as origens africanas. A discussão em torno da igualdade de oportunidades entre negros e brancos tem
se ampliado no país e chegou à universidade. Hoje, algumas instituições têm reservado parte de suas
vagas para a população negra, o que tem causado polêmicas, inclusive na comunidade negra.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003477012004000100001.

A informação principal do texto é

(A) o combate ao racismo na sociedade.


(B) as desigualdades entre brancos e negros.
(C) o preconceito de um branco que deveria ser levado a diante.
(D) as vagas reservadas para a população negra nas instituições.
(E) as discussões a respeito da igualdade entre brancos e negros.

Questão 9)
QUEM SOMOS, AMÉRICA LATINA?

Às culturas que aqui já estavam, somou-se a europeia, acompanhada de um processo colonial


repleto de violências físicas e simbólicas contra as que aqui viviam (é importante recordar). Isso sem
falar da grande quantidade de pessoas trazidas da África, o que foi uma das maiores brutalidades e
vergonhas da humanidade: a escravidão massiva e o comércio internacional de pessoas.
Porém a contribuição europeia é sim, muito grande e valiosa à nossa cultura, pois chegaram
também não só colonizadores espanhóis, portugueses, ingleses, franceses e holandeses, mas também,
posteriormente, imigrantes alemães, italianos, suíços, entre tantos outros. Também migraram para cá
chineses, japoneses, árabes, colocando ainda mais tempero em nossa sopa cultural.
Em meio a esta mescla de tantas influências, como falar de identidade latino-americana?
Melhor nem falarmos dela. Melhor pensarmos plural, nas identidades latino-americanas. Existem
muitas semelhanças, porém também profundas diferenças entre países e mesmo entre regiões dentro
de um mesmo Estado nacional. Porém o processo político e social dos últimos anos levanta um
potente e possível caminho: a unidade na diversidade.
A heterogeneidade não tem que ser um problema, pelo contrário, deve ser uma virtude, pois é
possivelmente a maior riqueza que temos.

TAVEIRA, Vitor. Quem somos, América Latina? Jornal Mundo Jovem, Porto Alegre, v. 53, n.453,
p.16, fevereiro. 2015.Fragmento.

O argumento que sustenta a tese destacada no texto é o de que

(A) as culturas dos nativos, somaram-se a europeia, formando assim apenas uma cultura.
(B) a heterogeneidade não deve ser um problema, e sim uma virtude, pois é a maior riqueza de um
povo.
(C) a identidade latino-americana formou-se a partir dos povos que vieram da África e de outros
continentes.
(D) as semelhanças e diferenças existentes entre países e estados podem causar distanciamento entre
os povos.
(E) a violência praticada contra os nativos destruiu a confiança das pessoas que passaram a viver no
mesmo país, mas desconfiando um dos outros.

Questão 10)
TEM ALGO (MUITO) ERRADO NO SEU CELULAR

Série de ficção investiga o lado oculto da vida conectada – e descobre um futuro tão
assustador quanto verossímil.

Uma pesquisa feita no ano passado descobriu que ficamos quase 11h por dia, em média,
olhando para telas: do computador, do celular, da TV. Quando não estamos no trânsito, dormindo,
comendo ou tomando banho, estamos olhando para uma tela. Mas essa simbiose com a tecnologia
não é só alegria - também pode ter efeitos imprevisíveis, e sinistros, sobre nós. Essa é a premissa
de Black Mirror, série cuja nova temporada estreia este mês. O fluxo ensurdecedor de dados, a
ditadura das redes sociais, o entretenimento obtuso e bruto, a escalada do ódio online e offline -
como tudo isso já acontece hoje, e como pode ficar. Black Mirror é uma pancada. E o mais
impressionante é perceber como é real.

Disponível em: http://www.pesquisamundi.org/2016/09/tem-algomuito-errado-no-seu-celular.html.

O tema do texto é

(A) a quantidade de tempo que se passa diante de telas.


(B) a pesquisa sobre o lado assustador da internet.
(C) o descrédito da tecnologia em nosso futuro.
(D) o fluxo ensurdecedor de dados na internet.
(E) a estreia da série Black Mirror.

Questão 11)
CUIDADO COM QUE COMPRA!

Para os moldes atuais, Magdalena Schöttlin não tinha feito nada de errado, na realidade. Mas
em uma vila alemã de 1708, seu comportamento era ultrajante. A esposa de 34 anos de um tecelão
vivia usando um “lenço exagerado no pescoço que não condizia com sua condição de vida, sendo
um flagrante de violação das ordens do governo sobre vestuário”.
Os censores locais, responsáveis por fazer-se cumprir as leis, já haviam alertado Magdalena
duas vezes. Então o pastor dirigiu um sermão de domingo castigando a elegância da alfaiataria, se
referindo especialmente ao lenço de Magdalena. Finalmente, os censores convocaram a pobre mulher
diante de todo o conselho da igreja e ordenaram que ela se explicasse.
Quando ela protestou contra a proibição de seu acessório, alegando que havia sido presenteada
com o objeto e que outras pessoas também usavam adornos parecidos, a paciência dos censores
acabou. Magdalena foi ordenada a parar de usar seu lenço “ostentação” para sempre. Ela também foi
sentenciada a pagar 11 Kreuzer- quase o equivalente a quatro dias de trabalho.
Magdalena é apenas uma entre milhares de moradoras das quais as práticas de consumo foram
reconstruídas pelo time de historiadores econômicos da Universidade de Cambridge. As mudanças
nos hábitos de consumo são interessantes não só por suas próprias finalidades, mas também porque
podem ter efeitos muito mais amplos.
Revista BBCHistory Brasil, ANO 2 –Nº 8,2015

Nesse texto, o autor defende a ideia de que o lenço usado por Magdalena

(A) tinha uma finalidade democrática.


(B) violava os padrões da moda atual.
(C) chamava atenção por ser deselegante.
(D) era apreciado pela sociedade da época.
(E) representava um símbolo de ostentação.

Questão 12)

A TERRA DOS MENINOS PELADOS

“Havia um menino diferente dos outros meninos. Tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e
a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam:
- Ô pelado!
Tanto gritaram que ele se acostumou, achou o apelido certo, deu para se assinar a carvão nas
paredes: Dr. Raimundo Pelado. Era de bom gênio e não se zangava; mas os garotos dos arredores
fugiam ao vê-lo, escondiam-se por detrás das árvores da rua, mudavam a voz e perguntavam que fim
tinham levado os cabelos dele.
Não tendo com quem entender-se, Raimundo Pelado falava só, e os outros pensavam que ele
estava malucando.
Estava nada! Conversava sozinho e desenhava na calçada coisas maravilhosas do país de
Tatipirun, onde não há cabelos e as pessoas têm um olho preto e outro azul”.

RAMOS, Graciliano. Alexandre e outros heróis. Rio de Janeiro: Record, 1987. In:
http://graciliano.com.br/site/obra/a-terra-dos-meninos-pelados1939.

O conflito gerador do enredo se deu pelo fato de

(A) o Dr. Raimundo Pelado conversar sozinho.


(B) o menino se acostumar com o novo nome.
(C) os vizinhos gritarem e mangarem do menino.
(D) o Pelado ser muito diferente dos outros meninos.
(E) os olhos das pessoas de Tatipirun serem diferentes.

Questão 13)
ASSALTOS INSÓLITOS

Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual
a certos incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois,
narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. Uma vez me contaram de um
cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na rua, no
ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais, mas muitos o são na própria casa. O que
não diminui o desconforto da situação. Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em
roupa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam
saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando,
da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos.
Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
— É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. Ele já se preparava para toda sorte de
tragédias quando um dos ladrões pergunta:
— Cadê o patrão?
Num rasgo de criatividade, respondeu:
— Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
— Então vamos lá dentro, mostre tudo. Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao
mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
— Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão.
Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês
levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos?
Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentro do armário tem uma
porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado por bombom. Os ladrões recolheram tudo o
que o falso empregado indicou e saíram apressados. Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.
Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a
fazer contra si mesmo.

SANTANNA, Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS. São Paulo: Ática
1995. (Coleção Para gostar de ler).
O dono da casa livra-se de toda sorte de tragédias, principalmente, porque
(A) aconselha a levar o som.
(B) mostra os objetos da casa.
(C) mente para os assaltantes.
(D) conta os defeitos do patrão.
(E) fazia sua atividade terapêutica.

Questão 14)
O POETA DA ROÇA

Sou fio das mata, canto da mão grossa,


Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.

Sou poeta das brenhas, não faço o papé


De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão, Meu verso só entra no campo e na roça Nas pobre paioça, da
serra ao sertão. [...]

ASSARÉ, Patativa do. Disponível em: http://professorarozelia.blogspot.com.br/2011/03/textos-para-


trabalharvariacao.html. Fragmento
No texto, a palavra em destaque apresenta-se como

(A) um recurso estilístico usado pelo autor.


(B) um desvio equivocado da língua portuguesa.
(C) uma palavra de significado regional específico.
(D) uma verbalização coloquial da palavra trabalho.
(E) uma impossibilidade física de o falante pronunciar a palavra adequadamente.

Questão 15)
TEM TUDO A VER
A poesia
tem tudo a ver com a plumagem, o voo,
e o canto dos pássaros,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia - é só abrir os olhos e ver-


tem tudo a ver
com tudo.

JOSÉ, Elias.

Disponível em: http://escrevereprolongarotempo.blogspot.com.br/2010/03/tem-tudo-ver-elias-jose.html.


(Fragmento.)

No trecho destacado, os travessões foram utilizados para

(A) indicar a fala de um personagem.


(B) apresentar a ideia central do texto.
(C) estabelecer uma pausa no discurso do eu lírico.
(D) destacar um diálogo estabelecido entre o eu lírico e a amada.
(E) mostrar a mudança de discurso do eu lírico para uma personagem.

Você também pode gostar