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Questões (simulado)
Clarice Lispector
Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? Procure um
modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse “estilo” (!), já foi chamado de
várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de
expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em “humildade” refiro-me à
humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da
plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu
mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade como técnica é o seguinte: só se
aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o
que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave:
orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem
de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo.
b) Que oração comprova o fato de que o texto desenvolvido pela autora foi alvo de várias
conceituações?
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c) O texto possui uma quantidade considerável do verbo SER. Que sentido este verbo dá ao texto se
considerarmos seus aspectos sintáticos?
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e) A autora ora explicita o sujeito das ideias expressas no texto e ora deixa o sujeito implícito. Retire um
exemplo para cada expressão do sujeito citado acima.
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g) Qual seria o elemento mórfico que é responsável por este tipo de recurso?
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h) “Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho.” A que se
refere o pronome sublinhado?
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i) “Sabe-se que existe a técnica da humildade e que há, nisso, um enorme orgulho infantil.” Reescreva a
segunda oração de modo a deixa-la sem sujeito e com um complemento verbal.
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Questão 2)
Ao analisar as características textuais e linguísticas do cartaz acima é possível afirmar que ele pertence
Questão 3)
Texto I
Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes
proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles
meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos, que à
noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o
casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes
dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
Texto II
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali
os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e
pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado.
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária
recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,
Questão 4)
Carrosel – Milton Dacosta - 1945
A imagem do carrossel representada pela tela acima ressalta, como elemento principal da comunicação o/a
a) mensagem
b) locutor
c) interlocutor
d) referente
e) canal
Questão 5)
O Carrossel
Mario Quintana
No texto IV, o poeta ressalta a importância dos olhos dos cavalos do carrossel. Para isso, ele argumenta os
motivos que o levaram a compará-los aos olhos dos poetas. Dessa forma, percebe-se que dois recursos
linguísticos foram utilizados, sendo eles, respectivamente,
a) metáfora e comparação
b) comparação e analogia
c) antítese e alusão
d) hipérbole e metonímia
e) metonímia e analogia.
Questão 6)
Gilberto Gil
Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de construção textual que consiste em agrupar ideias de
sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de significação, de forma paradoxal. Os versos
que comprovam tal recurso são:
Questão 7)
Com a linguagem verbal e não verbal do texto, evidencia-se que
Questão 8)
A NEGRITUDE COMO BANDEIRA
Nas últimas décadas do século XX, os negros brasileiros perceberam que a luta iniciada por Castro Alves
(ironicamente, um branco) deveria ser levada adiante. Agora, não mais uma luta pela abolição, mas pelo fim
do preconceito racial e cultura da desigualdade de oportunidades, da discriminação social. Assim, diversos
grupos organizados, bem como muitos negros de destaque na sociedade, têm afirmado sua identidade afro-
brasileira, seja por meio de manifestações de protesto, seja por meio de atividades culturais identificadas
com as origens africanas. A discussão em torno da igualdade de oportunidades entre negros e brancos tem
se ampliado no país e chegou à universidade. Hoje, algumas instituições têm reservado parte de suas
vagas para a população negra, o que tem causado polêmicas, inclusive na comunidade negra.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003477012004000100001.
Questão 9)
QUEM SOMOS, AMÉRICA LATINA?
TAVEIRA, Vitor. Quem somos, América Latina? Jornal Mundo Jovem, Porto Alegre, v. 53, n.453,
p.16, fevereiro. 2015.Fragmento.
(A) as culturas dos nativos, somaram-se a europeia, formando assim apenas uma cultura.
(B) a heterogeneidade não deve ser um problema, e sim uma virtude, pois é a maior riqueza de um
povo.
(C) a identidade latino-americana formou-se a partir dos povos que vieram da África e de outros
continentes.
(D) as semelhanças e diferenças existentes entre países e estados podem causar distanciamento entre
os povos.
(E) a violência praticada contra os nativos destruiu a confiança das pessoas que passaram a viver no
mesmo país, mas desconfiando um dos outros.
Questão 10)
TEM ALGO (MUITO) ERRADO NO SEU CELULAR
Série de ficção investiga o lado oculto da vida conectada – e descobre um futuro tão
assustador quanto verossímil.
Uma pesquisa feita no ano passado descobriu que ficamos quase 11h por dia, em média,
olhando para telas: do computador, do celular, da TV. Quando não estamos no trânsito, dormindo,
comendo ou tomando banho, estamos olhando para uma tela. Mas essa simbiose com a tecnologia
não é só alegria - também pode ter efeitos imprevisíveis, e sinistros, sobre nós. Essa é a premissa
de Black Mirror, série cuja nova temporada estreia este mês. O fluxo ensurdecedor de dados, a
ditadura das redes sociais, o entretenimento obtuso e bruto, a escalada do ódio online e offline -
como tudo isso já acontece hoje, e como pode ficar. Black Mirror é uma pancada. E o mais
impressionante é perceber como é real.
O tema do texto é
Questão 11)
CUIDADO COM QUE COMPRA!
Para os moldes atuais, Magdalena Schöttlin não tinha feito nada de errado, na realidade. Mas
em uma vila alemã de 1708, seu comportamento era ultrajante. A esposa de 34 anos de um tecelão
vivia usando um “lenço exagerado no pescoço que não condizia com sua condição de vida, sendo
um flagrante de violação das ordens do governo sobre vestuário”.
Os censores locais, responsáveis por fazer-se cumprir as leis, já haviam alertado Magdalena
duas vezes. Então o pastor dirigiu um sermão de domingo castigando a elegância da alfaiataria, se
referindo especialmente ao lenço de Magdalena. Finalmente, os censores convocaram a pobre mulher
diante de todo o conselho da igreja e ordenaram que ela se explicasse.
Quando ela protestou contra a proibição de seu acessório, alegando que havia sido presenteada
com o objeto e que outras pessoas também usavam adornos parecidos, a paciência dos censores
acabou. Magdalena foi ordenada a parar de usar seu lenço “ostentação” para sempre. Ela também foi
sentenciada a pagar 11 Kreuzer- quase o equivalente a quatro dias de trabalho.
Magdalena é apenas uma entre milhares de moradoras das quais as práticas de consumo foram
reconstruídas pelo time de historiadores econômicos da Universidade de Cambridge. As mudanças
nos hábitos de consumo são interessantes não só por suas próprias finalidades, mas também porque
podem ter efeitos muito mais amplos.
Revista BBCHistory Brasil, ANO 2 –Nº 8,2015
Nesse texto, o autor defende a ideia de que o lenço usado por Magdalena
Questão 12)
“Havia um menino diferente dos outros meninos. Tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e
a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam:
- Ô pelado!
Tanto gritaram que ele se acostumou, achou o apelido certo, deu para se assinar a carvão nas
paredes: Dr. Raimundo Pelado. Era de bom gênio e não se zangava; mas os garotos dos arredores
fugiam ao vê-lo, escondiam-se por detrás das árvores da rua, mudavam a voz e perguntavam que fim
tinham levado os cabelos dele.
Não tendo com quem entender-se, Raimundo Pelado falava só, e os outros pensavam que ele
estava malucando.
Estava nada! Conversava sozinho e desenhava na calçada coisas maravilhosas do país de
Tatipirun, onde não há cabelos e as pessoas têm um olho preto e outro azul”.
RAMOS, Graciliano. Alexandre e outros heróis. Rio de Janeiro: Record, 1987. In:
http://graciliano.com.br/site/obra/a-terra-dos-meninos-pelados1939.
Questão 13)
ASSALTOS INSÓLITOS
Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual
a certos incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois,
narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. Uma vez me contaram de um
cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na rua, no
ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais, mas muitos o são na própria casa. O que
não diminui o desconforto da situação. Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em
roupa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam
saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando,
da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos.
Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
— É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. Ele já se preparava para toda sorte de
tragédias quando um dos ladrões pergunta:
— Cadê o patrão?
Num rasgo de criatividade, respondeu:
— Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
— Então vamos lá dentro, mostre tudo. Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao
mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
— Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão.
Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês
levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos?
Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentro do armário tem uma
porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado por bombom. Os ladrões recolheram tudo o
que o falso empregado indicou e saíram apressados. Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.
Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a
fazer contra si mesmo.
SANTANNA, Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS. São Paulo: Ática
1995. (Coleção Para gostar de ler).
O dono da casa livra-se de toda sorte de tragédias, principalmente, porque
(A) aconselha a levar o som.
(B) mostra os objetos da casa.
(C) mente para os assaltantes.
(D) conta os defeitos do patrão.
(E) fazia sua atividade terapêutica.
Questão 14)
O POETA DA ROÇA
Questão 15)
TEM TUDO A VER
A poesia
tem tudo a ver com a plumagem, o voo,
e o canto dos pássaros,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.
JOSÉ, Elias.